You are on page 1of 20

Water beetles in mountainous regions in southeastern Brazil

Segura, MO.a*, Fonseca-Gessner, AA.b, Spies, MR.c and Siegloch, AE.d


Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Recursos Naturais, Universidade Federal de São Carlos – UFSCar,
a

Rod. Washington Luiz, Km 235, CP 676, CEP 13565-905, São Carlos, SP, Brasil
bLaboratório de Entomologia Aquática, Departamento de Hidrobiologia, Universidade Federal de São Carlos – UFSCar,

CP 676, CEP 13565-905, São Carlos, SP, Brazil


cDepartamento de Ciências Biológicas, Faculdade de Ciências e Letras de Assis, Universidade Estadual Paulista – UNESP,

CEP 19806-900, Assis, SP, Brazil


dCentro de Ciências Biológicas, Departamento de Ecologia e Zoologia, Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC,

CEP 88040-900, Florianópolis, SC, Brazil


*e-mail: m_ottoboni@yahoo.com.br
Received May 11, 2011 – Accepted June 17, 2011 – Distributed May 31, 2012
(With 4 figures)

Abstract
Inventories provide information on the state of biodiversity at a site or for a geographic region. Species inventories
are the basis for systematic study and critical to ecology, biogeography and identification of biological indicators
and key species. They also provide key information for assessments of environmental change, for natural resource
conservation or recovery of degraded ecosystems. Thus, inventories play a key role in planning strategies for
conservation and sustainable use. This study aimed to inventory the fauna of water beetles, larvae and adults, in two
mountainous regions in the state of São Paulo, in Serra da Mantiqueira (Parque Estadual de Campos do Jordão and
Pindamonhangaba region) and in Serra do Mar (Santa Virgínia and Picinguaba Divisions) as well as to generate
information about the habitats used by the different genera recorded. Specimens were collected in lotic and lentic
systems, between the years 2005 to 2010. In total 14,492 specimens were collected and 16 families and 50 genera of
Coleoptera were identified. This study in mountainous regions showed a significant portion of the faunal
composition of South America and the state of São Paulo. The composition of the fauna, in terms of richness and
abundance by family, indicated the predominance of Elmidae, followed by Hydrophilidae and Dytiscidae. Despite
the diversity found, the results of estimated richness indicated the need for additional sampling effort for both
regions, since the curves of estimated richness did not reach an asymptote, suggesting that new species can be found
in future surveys.
Keywords: survey, Parque Estadual da Serra do Mar, Parque Estadual de Campos do Jordão, aquatic insects, Coleoptera,
richness estimator.

Coleoptera aquáticos em regiões montanhosas no sudeste do Brasil

Resumo
Os inventários fornecem informações do estado da biodiversidade de um local ou uma região geográfica. O
inventário de espécies é a base para o estudo de sistemática e é essencial para a ecologia, a biogeografia e a
identificação de bioindicadores e espécies-chave. Eles também fornecem informações fundamentais para avaliações
de alterações ambientais, para a conservação de recursos naturais ou a recuperação de ecossistemas degradados.
Assim, os inventários cumprem um importante papel no planejamento de estratégias de conservação e uso
sustentável. Este trabalho teve como objetivo inventariar a fauna de Coleoptera aquáticos, larvas e adultos, em duas
regiões montanhosas no Estado de São Paulo, na Serra da Mantiqueira (Parque Estadual de Campos do Jordão e
região de Pindamonhangaba) e na Serra do Mar (Núcleos Santa Virgínia e Picinguaba), bem como gerar
informações sobre os hábitats utilizados pelos diversos gêneros registrados. Os espécimes foram coletados, em
sistemas lóticos e lênticos, entre os anos de 2005 e 2010. No total, foram coletados 14.492 exemplares e
identificados 16 famílias e 50 gêneros de Coleoptera. Este estudo em regiões montanhosas apresentou uma porção
significativa da composição faunística da América do Sul e do Estado de São Paulo. A composição da fauna em
termos de riqueza e abundância por família indicou a predominância de Elmidae, seguida por Hydrophilidae e
Dytiscidae. Apesar da alta riqueza encontrada, os resultados indicaram a necessidade de maior esforço amostral para
ambas as regiões, uma vez que as curvas de estimativa de riqueza não atingiram a assíntota, sugerindo que novas
espécies podem ser encontradas em levantamentos futuros.
Palavras-chave: levantamento, Parque Estadual da Serra do Mar, Parque Estadual de Campos do Jordão, insetos
Braz. J. Biol., 2012, vol. 72, no. 2, p. 311-321 311
aquáticos, Coleoptera, estimadores de riqueza.
Segura, MO. et al.

Paulo, com a crescente ocupação humana e a subseqüente


1. Introduction exploração de áreas naturais, a geração de conhecimento
de táxons e seu ambiente natural é essencial para ajudar a
Coleoptera é a ordem mais ilusória de Insecta do
estabelecer as áreas prioritárias para conservação da
Reino Animal, com cerca de 1/5 dos organismos
biodiversidade. Assim,
descritos e ocorrem em todos os continentes exceto a
Antártida. A ordem tem aproximadamente 400.000
espécies descritas em 170 famílias, do qual 12.600
espécies e 30 famílias têm representantes aquáticos da
região Neotropical (Jach e Balke, 2008; Archangelsky
et al., 2009).
O conhecimento sobre o grupo na América do Sul é
muito desigual, como algumas famílias têm uma
quantidade maior de pesquisa, mas a maioria são mal
estudada (Archangelsky et al., 2009).
a Coleoptera aquático tem sido amplamente estudada
em todo o mundo (Jach e Balke, 2008). Isto é devido em
parte a importância deste grupo em ambientes aquáticos,
tanto em abundância e diversidade (Gray, 1981; Ramirez e
Pringle, 1998; Stenert et al., 2004; Tupinambas et al.,
2007; Paula e Fonseca-Gessner, 2010), bem como em
dinâmica de sistemas aquáticos, como parte do fluxo de
energia e nutriente dinâmica (Larson, 1997; Peterson et al.,
1999; Casatti et al, 2009; Vinnersten et al, 2009; Cobbaert
et al., 2010). Nos últimos anos, besouros de água foram
ganhando atenção no monitoramento de programas e
avaliação do impacto ambiental, devido à sensibilidade de
algumas famílias de mudança ambiental (Hilsenhoff, 1977;
Ribera e Foster, 1992; Ribera, 2000; Garcia-Criado e
Fernandez-Aláez, 2001; Obrigatoriamente
e Céréghino, 2003).
água besouros ocorrem em uma grande variedade
de habitats, de lagoas temporárias para depósitos de
água pequeno em bromélias ou em troncos ocos de
árvores (Larson, 1997). Esses insetos são abundante e
diversificada em sistemas lóticos em áreas de fonte de
água, riffle e áreas de piscina, mas também vivem em
ambientes lêntico, particularmente nas áreas mais rasas
perto de margens juntamente com macrófitas (Ribera et
al., 2002; Merritt e Cummins, 1996).
no Brasil, há um número crescente de artigos que
mencionam a fauna de besouro de água, mas a maioria
são de natureza ecológica e sobre a família. Este
problema é devido às dificuldades de identificação por
causa da falta de especialistas para a maioria das
famílias e de chaves de identificação para Táxons
inferiores (géneros e espécies). Os estudos de
Archangelsky et al. (2009), Merritt e Cummins (1996),
Bertrand (1972) e sanguessuga e Chandler (1956) são
dignos de nota para citar vários gêneros encontrados no
Brasil. Nos últimos anos, estudos relacionados à
taxonomia de besouros água (Spangler, 1990; Costa et
al., 1996; Vanin e Costa, 2001; Benetti et al., 2003;
Benetti et al., 2006; Ferreira Júnior et al., 2006; Passos
et al., 2007; Braga e Ferreira Junior, 2009; Fernandes et
al, 2010; Queney, 2010) e ecologia (Benetti e Hamada,
2003; Passos et al, 2003a, b; Segura et al., 2007a, b)
estão aumentando. No entanto, por causa da fase
incipiente do conhecimento dos besouros água no país,
mais estudos são necessários.
conhecimento sobre besouros da água ainda é
Braz. J. Biol., 2012, vol. 72, no. 2, p. 311-321 311
incipiente no Brasil e particularmente no estado de São
empresa Votorantim (Reserva Florestal São Sebastião
estudos sobre este grupo poderiam ser usados na do Ribeira Grande) e o Parque Natural de Trabijú. A
geração de ferramentas para avaliar os impactos vegetação predominante em ambos os sites é composta
ambientais sobre os recursos hídricos na região. Este por campos de Altitude e Floresta Tropical Montano
estudo teve o propósito de levantamento da fauna de (Hueck, 1972). O clima de Pindamonhangaba, de
besouro de água em duas regiões montanhosas no acordo com a classificação de Köppen, é do tipo Cwa,
estado de São Paulo, o, bem como para gerar húmido subtropical com inverno seco e verão quente,
informação sobre os habitats utilizados por diferentes com precipitações médias anuais de 1.000 mm.
géneros gravados. As coleções na Serra do Mar foram conduzidas em Santa
Virgínia (23° 19' 23° 26' s e 45° 03' de para 45° 14' W)
2. Material e métodos Divisões de Picinguaba (23 15' a 23° 27' S e 44° 45' e
a 45 ° 13' W).
Study area em Santa Virgínia, vegetação caracteriza-se como
amostragem de besouros de água foi realizada nas Montano Floresta Tropical, com alguns trechos de
regiões montanhosas do estado de São Paulo: Serra da campos de Altitude e florestas de nuvens e está
Mantiqueira e Serra do Mar (Figura 1). localizada entre as cidades de Natividade da Serra, São
Na Serra da Mantiqueira, as amostragens foram Luís Paraitinga, Cunha e Ubatuba, com altitudes entre
concentradas no Parque Estadual de Campos do Jordão 870 e 1.100. O clima regional é tropical húmido (Af),
(PECJ) (22° 39' 22° 42' S e 45° 26' de para 45° 31' W), sem estação seca, de acordo com o clima de Köppen
abrangendo também áreas do Condado de classificação. A precipitação média anual é de 2.180
Pindamonhangaba (Reserva Particular de São Sebastião mm, os meses mais chuvosos sendo dezembro, Janeiro
do Ribeirão Grande e Parque Municipal de Trabijú) (22° e fevereiro. Divisão de Picinguaba está localizado em
44' 22° 50' S e 45° 27' de para 45° 31' W). Ubatuba e tem uma área de aproximadamente 8.000 ha.
PECJ tem uma área de 8.385 ha e está localizada a Esta divisão tem grande importância ecológica; como
cidade de Campos do Jordão, com uma altitude média ele forma um corredor ecológico entre o Parque da
de 1.650 m. Vegetação constituída Serra do Mar e o Parque Nacional da Serra da Bocaina,
predominantemente por Floresta Tropical e floresta formando uma grande unidade de conservação. A área
mista (Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze) e abrange um gradiente altitudinal de zero à altitude de
campos de Altitude (Seibert, 1975). O clima da 1.300 m e um gradiente de vegetação herbácea pântano,
região, de acordo com a classificação de Köppen, é pântano e Montano Floresta Tropical. O clima regional
tipo Cfb, subtropical de altitude e a precipitação anual é quente e húmido (Af), de acordo com Köppen, com
média de 1.800 mm. Na cidade de Pindamonhangaba, alta
as coletas foram realizadas nas áreas privadas da

312 Braz. J. Biol, 2012, Vol. 72, no. 2, pág. 311-


321
Besouros de água no sudeste do Brasil

temperaturas e alta pluviosidade, sem estações de déficit de Agora, todo o material é mantido na coleção de insetos
água (Silveira, 1964). A precipitação média anual é de aquáticos do laboratório de ecologia da Universidade
2.200 mm. Federal de São Carlos, São Carlos (SP) e a parte que serão
transferidos e depositados no Museu de Zoologia,
Amostragem e identificação
Universidade de São Paulo.
as amostras foram coletadas em 16 períodos de
amostragem, entre agosto de 2005 e fevereiro de 2010, Análise dos dados
utilizando-se três técnicas para experimentar os a riqueza de táxons total na Serra da Mantiqueira e
diferentes habitats disponíveis: Rede "D" e Surber Serra do Mar foi estimada por estimadores de riqueza
amostrador (0.0361 m2 área), ambos com malha de 0,25 não-paramétricos: Canivete (1 e 2), Chao (1 e 2),
mm e manual recolha de substratos (lenhosas detritos). Bootstrap, gelo e ACE. Estas estimativas nos permitem
Além disso, as amostras foram coletadas por meio de avaliar a eficiência de inventário e métodos (Colwell e
armadilhas de luz do tipo de folha e uma bandeja com Coddington, 1994). Além disso, construíram-se curvas
álcool e luzes (brancas e preto-UV), perto das margens
de acumulação para avaliar quão perto o estudo é para
de córregos, mas estas não foram eficazes para a
capturar todas as espécies do local. Para esta análise
obtenção de amostras de água de besouros. Os
estimativa S 7.5.0 software foi utilizado (Colwell,
mesohabitats explorados eram os mais variados, de
lagos e lagoas com macrófitas (sistemas lêntico), 2005). As curvas de acumulação de gêneros e
cachoeiras, corredeiras e piscinas áreas com depósitos estimadores foram geradas de 500 randomisações
de folhas, raízes e areia, ambientes arborizados de Riqueza de espécies é uma medida extremamente útil
como uma variável da diversidade, mas pode ser
detritos e hygropetric. O material coletado foi fixado
influenciado pelo número dos indivíduos coletados e
em formol a 4% e transportado para o laboratório,
do esforço da amostragem (Fisher e outros., 1943).
lavado em uma malha de 0,25 mm, em seguida,
Por estas razões, a técnica de rarefação de
classificados sob um estereomicroscópio e conservados abundância foi utilizada para comparar a riqueza
em etanol a 80%. entre a Serra da Mantiqueira e Serra Mar baseia o
que a identificação no nível do género baseou-se na cálculo do número esperado de espécies para uma
tecla proposto por: Hinton (1940), castanho (1972), padronizada tamanho da amostra. As curvas foram
Tremouilles et al. (1995), Glaister (1999), Melo (2005), geradas
Passos et al.(2007), Melo et al. (2008) e Archangelsky et
al. (2009).

Braz. J. Biol, 2012, Vol. 72, não. 2, pág. 311- 313


321
Figura 1. Mapa mostrando a localização das áreas estudadas na Serra da Mantiqueira (PECJ-Parque Estadual de Campos
do Jordão e RP - região de Pindamonhangaba) e Serra do Mar (NSV - Santa Vírginia divisão e NP - divisão de
Picinguaba), localizado no estado de São Paulo, Brasil.
314

Tabela 1. Composição taxonômica da água besouros larvas e adultos recolhidos em regiões montanhosas (Serra do Mar e da Mantiqueira) em meso pedra/corredeiras (PC), folha /
corredeiras (FC), root / riffle (RC), folha/piscina (FR) areia/piscina (AR), cachoeira (CH), restos de madeira (TS) em riachos, ambientes hygropetric (HA) e sistemas lêntico (SL).
Larvas Adulto
Família Género PC Fc RC FR AR SL CH TS AH PC Fc RC FR s
AR SL CH TS AH
Chrysomelidae Chrysomelidae Latreille, 1802 □ □
Curculionidae Curculionidae Latreille, 1802 □ □ □ □ □ ○ ○
Dryopidae Dríops Olivier, 1791 □ ■ ■ □ ○ ○ ■ □ ■ ■
Helichus Erichson 1847 □
Dytiscidae Amarodytes Régimbart 1900 □
Copelatus Erichson 1832 ○
Desmopachria de Babington 1841 □ ○
Hydrovatus de Motschulsky, 1855 □
Laccodytes Régimbart 1895 ○
Laccophilus Leach 1817 ○ ○ ○ ○ ○ ○

Segura, MO. et al.


Liodessus de 1882 afiada □
Elmidae Austrolimnius Carter & Zeck 1929 ■ ■ ■ □ □ □ ■ ■ ○ ■
Cylloepus Erichson 1847 ■ ■ ■ ○
Heterelmis de 1882 afiada ■ ■ ■ ■ □ ■ ■ ○ ■ ■ ■ ■ ■ ■
Hexacylloepus Hinton 1940 ■ ■ ■ ■ □ □ ■ ○ □
Hexanchorus de 1882 afiada ○ ○ ○
Huleechius Brown 1981 □ □ ■ □ ○
□ ■ ■ ■ ■ □
321
Braz. J. Biol, 2012, Vol. 72, no 2, pág. 311-

Elmidae M
Elmidae A ■ □ □ □ ○
Elmidae S ○ ○ ○
Macrelmis Motschulsky 1859 ■ ■ ■ ■ □ ○ ■ ■ ■ □ □
Microcylloepus Hinton 1935 ■ ■ ○ ■ ■ ■ □ ○ ■ ■ ■ ■ □ ■
Neoelmis de Musgrave 1935 ■ ■ ■ ■ ■ □ ○ ○ ■ ■ ○ ■ □ □ ○
Sharp dePhanocerus 1882 ■ ■ ■ ■ □ ■ ■ ○ ■ ■ ■ ○ ○
Elmidae X ■ ■ ○ ■ □ ■ □ □
Xenelmis Hinton 1936 ■ ■ ■ ■ ■ ○ □ ■ ○ ■ ■ ○ ■ ■
Hydraenidae Hydraena Kugelann 1794 □
Legenda de: □ - Serra da Mantiqueir; ○ - Serra do Mar e; ■ - Serra da Mantiqueira e Serra do Mar.
321
Braz. J. Biol, 2012, Vol. 72, não. 2, pág. 311-

Tabela 1. Continuação...
Larvas Adulto
Família Género PC Fc RC FR AR SL CH TS AH PC Fc RC FR s
AR SL CH TS AH
Hydrophilidae deAnacaena Thomson 1859 ○
de Berosus Leach 1817 ○ □ ○
Derallus de 1882 afiada ○ ○ ○ ○ ○ □ ○
Enochrus Thomson 1859 □ □ ■ ○ □
Helochares Mulsant, 1844 □
Hydrophilus de Geoffroy □
1762 ○

Brasil
Besouros de água no sudeste do
Oocyclus de Sharp 1882 □ ■ □ □ ○
Paracymus Thomson,
Tropisternus 1867
Solier 1834 □ □ □
Gyrinidae Gyretes Brullé 1835 □ □ ■ ○ ○ ○
Gyrinus Muller 1764 □
Lampyridae Lampyridae Latreille, 1817 □ □
Lutrochidae Lutrochus Erichson 1847 □ ■ ■ □ ■ ■ □ □ □ □ ■
Nitidulidae Nitidulidae Latreille, 1802 □
Psephenidae Psephenus Haldeman 1853 ■ ■ ■ □ ○
Ptilodactylidae Ptilodactylidae Laporte, 1836 □ ■
Scirtidae Gênero 1 ■ □ □
Gênero 2 □ □ □
Gênero 3 □ ■ □
Staphylinidae Aleocharinae □ □ □
Staphylininae □
Tachyporinae □
Torridincolidae Iapir Reichart 1973 □
Total 22 28 10 28 15 6 13 19 5 13 26 8 15 6 5 9 10 0
Legenda de: □ - Serra da Mantiqueir; ○ - Serra do Mar e; ■ - Serra da Mantiqueira e Serra do Mar.
315
Segura, MO. et al.

de 1000 randomisações com um intervalo de confiança foi gravado pela primeira vez no Brasil.
de 95%. A rarefação foi realizada usando oECOSIM Aproximadamente 50% das famílias são representados
programa 7.0 (Gotelli e Entsminger, 2010). por um único género (Figura 2). Em riachos da Serra da
Mantiqueira, 43 gêneros e
3. Resultados 16 famílias foram gravadas, onze gêneros ocorreram
exclusivamente nesta área: Amarodytes, Hydrovatus,
este estudo coletou 14.492 espécimes em 50 Helochares, Hydrophilus, Iapir, Helichus, Liodessus,
gêneros de coleópteros, pertencentes a 16 famílias, com Tropisternus, Gyrinus, Hydraena e Scirtidae Gênero
base no esforço conjunto de técnicas de amostragem 2. Além destes, famílias Chrysomelidae,
diferentes em diferentes ambientes amostrados (tabela Lampyridae, Nitidulidae e Staphylinidae também
1). Entre as famílias, Elmidae foi a mais representativa, foram registradas exclusivamente na Serra da
encontrada em todos os ambientes amostrados. Esta Mantiqueira.
família foi representada por 15 géneros e gênero na Serra do Mar de 33 gêneros foram coletados
Huleechius distribuídos em 11 famílias. Os géneros com ocorrência
exclusiva neste

Figura 2. Contribuição dos gêneros de cada família de besouros água gravado em regiões montanhosas, no sudeste do
Brasil, entre agosto de 2005 e fevereiro de 2010.

Figura 3. Curvas de rarefação dos gêneros besouros água recolhidas na Serra da Mantiqueira (linha preta) e a Serra do Mar
316 Braz. J. Biol, 2012, Vol. 72, no 2, pág. 311-
321
Besouros de água no sudeste do
Brasil

(linha cinza), entre os anos de 2005 a 2010, produzido a partir de 1000 randomisações da ordem de amostras.

Braz. J. Biol, 2012, Vol. 72, no 2, pág. 311- 317


321
Segura, MO. et al.

região foram: Anacaena, Oocylus, Laccophilus, o mesohabitat mais rico, entre todos os explorados,
Laccodytes, Copelatus, Hexanchorus e S. Elmidae era folha/riffle (38 gêneros), e a menor riqueza foi
Algumas famílias foram coletadas em fase larval, tais gravada em ambientes hygropetric (05 gêneros) (tabela
como Lampyridae, Scirtidae, Psephenidae Ptilodactylidae 1). Na Serra da Mantiqueira, não foi possível a amostra
e alguns gêneros de Elmidae, enquanto outros como em lagoas temporárias, mas só em lagos e barragens,
Torridincolidae, Nitidulidae, Hydraenidae e a maioria dos enquanto na Serra do Mar, amostras de barragem
gêneros de Dytiscidae foram coletados apenas em adultos. coletadas mostraram um fraco atual mischaracterising o
ambiente lêntico.

Figura 4. Gráficos de curvas de acumulação de táxons para a Serra do Mar (a) e Serra da Mantiqueira (b) e estimadores de
riqueza de besouros de água coletados em diversos ambientes, entre 2005 e 2010, produziram a partir de 500 aleatorização.
Linhas sólidas representam as curvas de médias e pontilhada linhas o desvio padrão de cada curva. Qualitativas não-
paramétricos estimativas de riqueza de gêneros são apresentadas para o exemplo completo.

318 Braz. J. Biol, 2012, Vol. 72, no 2, pág. 311-


321
Besouros de água no sudeste do
Brasil

padrões descritos na literatura em besouros da água, em


Uma abundância de espécimes da família Lutrochidae
foi gravada em áreas de piscina com detritos lenhosos. que alguns autores destacam Elmidae como os mais
curvas de rarefação confirmaram a maior riqueza de comuns e numerosos habitantes de córregos e rios
gêneros na Serra da Mantiqueira (Figura 3). Curvas de (Brown, 1987; Spangler,
acumulação de gêneros para Serra da Mantiqueira e
Serra do Mar apresentaram forma ascendente, com
grande intervalo de confiança (Figura 4). Esses
resultados, combinados com as estimativas de riqueza,
mostraram uma tendência de aumentar o número de
gêneros com crescente esforço amostral.

4. Discussão
Atualmente existem cerca de 30 famílias
reconhecidas de Coleoptera com representantes
aquáticos (Jach e Balke, 2008) do mundo. Destes, 29
famílias são registadas na América do Sul, com
aproximadamente 190 gêneros (Archangelsky et al.,
2009; Tremouilles et al., 1995). No Brasil não há
registros do número total de famílias de Coleoptera com
representantes aquáticos. Dois inquéritos foram
realizados no Brasil, uma na região norte (Manaus), que
registrou 12 famílias, 50 géneros (Benetti e Hamada,
2003) e em pântanos, no estado do Rio de Janeiro
(Ferreira Júnior et al., 1998), que registrou seis famílias
em 33 gêneros. Mais recentemente, três documentos
foram publicados para o estado do Rio de Janeiro,
especialmente para as famílias Dytiscidae, Noteridae,
Hydrophilide e Elmidae (Ferreira Junior e Braga, 2009;
Passos et al, 2009; Santos et al., 2009). No estado de
São Paulo, 17 famílias são registradas com
representantes aquáticos no estágio de pelo menos uma
vida (Segura et al., 2011). Assim, o presente estudo,
que abrange as regiões montanhosas do estado de São
Paulo, gravou uma parcela significativa na composição
de fauna da América do Sul (59%) e estado (94%).
que estes resultados enfatizam que estas regiões
montanhosas do estado de São Paulo abrigam uma grande
diversidade de insetos aquáticos, como demonstrado em
vários estudos (Bispo e Oliveira, 2007; Espiões e
Froehlich, 2009; Siegloch, 2010). Assim, a elevada
proporção de Coleoptera e outros insetos é possivelmente
relacionada às peculiaridades das condições locais, tais
como formações de altitude e vegetação (Tropical e
floresta mista) e, sobretudo, o estado de preservação das
regiões em causa.
em geral, Serra do Mar e Serra da Mantiqueira tem
uma riqueza semelhante, mas alguns gêneros foram
registrados exclusivamente para cada vertente. O
género Hexanchorus, encontrados apenas na Serra do
Mar, tem uma preferência para fluxos e suas larvas são
coletadas na superfície rochosa e em áreas de cachoeira
(Splanger e Santiago-Fragoso, 1992). O género Gyrinus
foi registrado apenas no Parque Estadual de Campos do
Jordão associadas ao ambiente lêntico apenas
amostrado nesta área. O gênero é comum em habitats
com baixa velocidade da água, sendo abundante em
sistemas lêntico e áreas de piscina.
Os resultados de riqueza e abundância de
Coleoptera encontrado neste estudo corroboram com os
Braz. J. Biol, 2012, Vol. 72, no 2, pág. 311- 319
321
Segura, MO. et al.

1981) e a maioria das amostras neste estudo foram encontrados, como estes gêneros foram encontrados em
coletados em vários meso. A menor riqueza em ambientes de
ambientes lóticos. hygropetrics só pode ser um artefato de amostragem,
a elevada riqueza de gêneros da família Elmidae porque, ao realizar o inventário da fauna, esforço de
gravado neste estudo (15 géneros) é realçado quando coleção não foi padronizado entre meso. Uma grande
comparado com a riqueza encontrada em outros riqueza de Lutrochus género poderia ser recolhida no
estudos em diferentes regiões do Brasil. Por exemplo, substrato constituído por detritos lenhosas. Este gênero
estudos realizados no estado do Rio de Janeiro, onde é conhecido como associados a deterioração de madeira
12 gêneros foram gravados (Passos et al., 2007) e o (Ide et al., 2005; Costa et al., 1996).
estado do Amazonas, com 16 gêneros gravados
(Fernandes, 2010).
que alguns grupos foram coletados apenas na fase
larval, tais como: Scirtidae, Psephenidae, Ptilodactylidae,
Lampyridae, alguns gêneros de Elmidae, Hydrophilidae e
Dytiscidae. Entre as famílias Scirtidae, Psephenidae e
Ptilodactylidae, adultos são terrestres e vivem na zona
ripária, voando ou andando nas rochas ou vegetação
(Spangler, 1981; Brown, 1987), Lampyridae é
principalmente terrestre com poucos representantes
aquáticos na fase larval (Jach e Balke, 2008). Outros
representantes da família Elmidae (Hexanchorus)
pertencem à subfamília Larainae, a maioria de cuja
espécie só são verdadeiramente aquáticas na fase larval;
adultos podem ser encontrados nas margens do corpo de
água ou em surgiu rochas e troncos de árvore. Eles
entram na água apenas para desovar e / ou se alimentar
de perifíton (Brown, 1972; Spangler e Santiago-Fragoso,
1992; Spangler e Staines, 2003).
por outro lado, na situação oposta foi observada
para outros gêneros, para o qual apenas adultos foram
encontrados nas amostras. A maioria dos besouros de
água apresentam fase larval ou ambas as fases (larvas
e adultos) predominantemente submergidas. Adultos
de gêneros Helichus (Dryopidae) e Hydraena
(Hydraenidae) ocorrem amplamente distribuídos em
riachos, enquanto suas larvas são terrestres ou
ribeirinhas, vivendo em pedras, madeira e folhas
caídas nas margens de ambientes aquáticos (Jach et
al., 2005; Brown, 1987).
o tipo e tamanho do substrato são importantes na
distribuição e colonização de invertebrados
bentônicos (Cummins e Lauff, 1969; Minshall, 1984).
De acordo com Sanseverino et al. (1998), a maioria
dos insetos aquáticos podem ocupar mais de um tipo
de substrato; apenas alguns grupos são restritos a
substratos específicos. Neste estudo, o mesohabitat
com maior riqueza de Coleoptera foi o substrato de
folhas em corredeiras. Pacotes de folhas são estruturas
físicas usadas como habitat para invertebrados,
fornecendo refúgios contra a predação e fluxo de
água, bem como uma fonte de alimento (Richardson,
1992), provavelmente devido a flora microbiana,
associado com as folhas (Reice, 1980),
proporcionando maior disponibilidade de detritos,
porque os invertebrados são classificados como
raspadores e/ou colecionadores (Cummins e Klug,
1979; Seagle, 1982; Tavares e Williams, 1990). A
menor riqueza de táxons foi gravada em ambientes
hygropetrics, que não reflete a preferência dos gêneros
320 Braz. J. Biol, 2012, Vol. 72, no 2, pág. 311-
321
Besouros de água no sudeste do
Brasil
Acta Amazonica, Vol. 33, não. 3, p. 1-10.
as estimativas em ambas as áreas indicaram a BENETTI, CJ., CUETO, JAR. e FIORENTIN, GL., 2006.
necessidade de alargar o esforço de amostragem, uma Chaves de identificação para famílias de coleopteros aquáticos
vez que as curvas de riqueza estimada não estabilizar, ocorrentes não Rio Grande do Sul, Brasil. Conservação e
sugerindo que novos registros podem ser feitos no biologia Neotropical, Vol. 1, no 1, pág. 24-28.
futuro inquéritos. No entanto, comunidades que
possuem muitos géneros raros dificilmente chegam a
assíntota (Santos, 2003). Então, o uso de outras técnicas
(por exemplo, a utilização de armadilhas com bandejas
enterradas no chão perto da água) de amostragem e
recolha de amostras de outros habitats (por exemplo,
nas margens de córregos em áreas úmidas nas folhas e
troncos de árvore caídos) pode resultar em um aumento
significativo dos gêneros gravados, uma vez que muitos
géneros, ainda não registrados no Brasil, são
conhecidos para a América do Sul (Archangelsky et al.
2009).
a elevada riqueza de besouros de água encontrada
neste estudo, bem como registros para o estado, enfatiza
a importância dos programas de conservação e
preservação nestas áreas, uma vez que são paisagens
fragmentadas e sujeito a pressão das áreas circundantes.
Na Serra da Mantiqueira, especialmente no Parque
Estadual de Campos do Jordão, há registros de queima
anuais e pastagens em algumas áreas (espiões e
Froehlich, 2009). Em Pindamonhangaba, o ambiente é
marcado por vastas plantações de eucalipto de
(Siegloch, 2010). Portanto, considerando a importância
dessas áreas para proteção da biodiversidade, incluindo
Coleoptera, é de suma importância para criar novas
áreas protegidas e a manutenção eficaz de existir áreas
protegidas.
de Agradecimentos – Agradecemos a L. M. Béber, F. Valente-
Neto e R. Koroiva assistência do trabalho de campo. Instituto do
IBAMA para a licença de coleta (n º. 247/05), Dras. C. Costa,
Passos de informática, V. Manzo e S. Casari de assistência
taxonômica. Agradecemos também a Fundação de Amparo a
Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) (proc. n º.
05/50370 - 2) e o Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior (Capes) para bolsas de estudante para mos
Este trabalho é parte do projeto temático do programa
BIOTA/FAPESP - biodiversidade do programa do Instituto
Virtual (www.biota.org.br) "Levantamento e Biologia de
Insecta e Oligochaeta Aquáticos de Sistemas Lóticos do
Estado de São Paulo" (proc. n º. 2003/10517 - 9).

Referências

ARCHANGELSKY, M., Melo, V., MICHAT, MC. e


TORRES, PLM., 2009. Coleoptera Em DOMINGUEZ, E. e
FERNÁNDEZ, HR. (Eds.). Macroinvertebrados bentônicos
sudamericanos. Sistemática yde biologia. Tucumán:
Fundación Miguel Lillo. p. 411-468.
BENETTI, CJ., CUETO, JAR. e FIORENTIN, GL., 2003.
Gêneros de Hydradephaga (Coleoptera: Dytiscidae, Gyrinidae,
Haliplidae, Noteridae) citados para o Brasil, com chaves de
identificação. Biota Neotropica, Vol. 3, no. 1. Disponível a
partir de;
<http://www.biotaneotropica.org.br/v3n1/pt/abstract?identification-
chave + BN00803012003>.
BENETTI, CJ. e HAMADA, N., 2003. Fauna de Coleópteros
aquáticos (Insecta: Coleoptera) na Amazônia Central, Brasil.
Braz. J. Biol, 2012, Vol. 72, no 2, pág. 311- 321
321
Segura, MO. et al.

CUMMINS, KW. and LAUFF, GH., 1969. The influence of


BERTRAND, HPI., 1972. Larvas et nymphes des substrate particle size on the microdistribution of stream
coléoptères aquatiques du globo. Parise: Paillart; Abbevill. macrobenthos. Hydrobiologia, vol. 34, p. 145-181.
804 p.
FERNANDES, AS., 2010. Taxonomia de Elmidae (Insecta,
DO BISPO, PC. e OLIVEIRA, LG., 2007. Diversidade e Coleoptera) no Município de Presidente Figueiredo,
estrutura de Ephemeroptera, Plecoptera e Trichoptera Amazonas. Manaus: Instituto Nacional de Pesquisas da
assemblages (insetos) de corredeiras em riachos de montanha Amazonas. 126
do Brasil Central. Revista Brasileira de Zoologia, Vol. 24, p. Dissertação de Mestrado em Entomologia.
No. 2, pág. 283-293. http://dx.doi. org/10.1590/S0101-
81752007000200004
BRAGA, RB. e FERREIRA JUNIOR, N., 2009. Três novos
espécie dede Bidessodes Regimbart (Insecta, Coleoptera,
Dytiscidae) da planície de inundação do Rio Amazonas.
Zootaxa, Vol. 2034, p. 43-48.
BROWN, HP., 1972. Aquatic dryopoid beetles
(Coleoptera) of the United States. Washington: United
States Environmental Protection Agency. 82 p. Biota of
Freshwater Ecosystems Identification Manual no. 6.
Water, Pollution Conference Series.
-, 1981. A distribution survey of the Word genera of aquatic
dryopoid Beetles (Coleoptera: Dryopidae, Elmidae and
Psephenidae Sen. Lat). Pan-Pacific Entomologist, vol. 57,
no. 1, p. 133-148.
-, 1987. Biology of Riffle Beetles. Annual Review of
Entomology, vol. 32, p. 253-273. PMid:3545054.
http://dx.doi.org/10.1146/ annurev.en.32.010187.001345
CASATTI, L., VERONEZI-JÚNIOR, JL. and FERREIRA,
CP., 2009. Dieta do cascudo Aspidoras fuscoguttatus
(Ostariophysi, Callichthyidae) em riachos com diferentes
características limnológicas e estruturas. Biota Neotropica, vol.
1, no. 1. Available from:
<http://www.biotaneotropica.org.br/v9n1/en/abstract?article
+ bn02109012009>.
COBBAERT, D., BAYLEY, SE. and GRETER, JL., 2010. Effects
of a top invertebrate predator (Dytiscus alaskanus;
Coleoptera: Dytiscidae) on fishless pond ecosystems.
Hydrobiologia, vol. 644, no. 1, p. 103-114.
http://dx.doi.org/10.1007/s10750-010-0100-7
COMPIN, A. and CÉRÉGHINO, R., 2003. Sensitivity of
aquatic insect species richness to disturbance in the Adour-
Garonne stream stystem (France). Ecological Indicators, vol.
3, p. 135-142. http:// dx.doi.org/10.1016/S1470-
160X(03)00016-5
COLWELL, RK., 2005. EstimateS: Statistical Estimation of
Species Richness and Shared Species from Samples. version
7.5. User’s Guide and application. Available from:
<http://viceroy. eeb.uconn.edu/estimates>.
COLWELL, RK. and CODDINGTON, JA., 1994. Estimating
terrestrial biodiversity through extrapolation. Philosophical
Transactions of the Royal Society of London, vol. 345, p.101-
118.
COSTA, C., IDE, S., VANIN, SA. and TEIXEIRA, EP., 1996.
Larvae of Neotropical Coleoptera. XXIII: Lutrochus germari
Grouvelle, description of immature, redescription of adult
and bionomics (Dryopoidea, Lutrochidae). Revista Brasileira
de Entomologia, vol. 40, no. 1, p. 47-56.
CUMMINS, KW. and KLUG, MJ., 1979. Feeding ecology
of stream invertebrates. Annual Review of Ecology, Evolution
and Systematics, vol. 10, p. 147-172.
http://dx.doi.org/10.1146/annurev. es.10.110179.001051
322 Braz. J. Biol, 2012, Vol. 72, no 2, pág. 311-
321
Besouros de água no sudeste do
Brasil

FERNANDES, AS., PASSOS, MIS. and HAMADA, N., 2010. JACH, MA., BEUTEL, RG., DELGADO, JA. and DIAZ, JA., 2005.
The genus Portelmis Sanderson, 1953 (Coleoptera: Elmidae: Hydraenidae Mulsant, 1844. In BEUTEL, RG. and LESCHEN,
Elminae) first report in Brazil, description of two new RAB. (Eds.). Coleoptera, Beetles Volume 1: Morphology and
Amazonian species and species key for males. Zootaxa, vol. Systematics (Archostemata, Adephaga, Myxophaga, Polyphaga
2517, p. 33-43. partim). Arthropoda: Insecta; Berlin: De Gruyter. p. 224-251.
FERREIRA-JUNIOR, N., MENDONÇA, EC., DORVILLÉ, Handbook for Zoology, vol. 4.
LFM.
and RIBEIRO, JRI., 1998. Levantamento preliminar e distribuição
de besouros aquáticos (Coleoptera) na restinga de Marica, RJ. In
NESSIMIAN, J.L. and CARVALHO, AL. (Eds.). Ecologia de
insetos aquáticos. Rio de Janeiro: PPGE-UFRJ. vol. 5, p.129-140.
Série Oecologia Brasiliensis.
FERREIRA-JUNIOR, N., NICOLINI, LB. and NESSIMIAN,
JL., 2006. Description of the third instar larvae of Megadytes
latus (Fabricius) (Coleoptera, Dytiscidae), with an
identification key for described larvae of the genus. Revista
Brasileira de Zoologia, vol. 23, no. 3, p. 792-795.
http://dx.doi.org/10.1590/ S0101-81752006000300025
FERREIRA-JUNIOR, N. and BRAGA, RB., 2009. Dytiscidae
e
Noteridae (Insecta: Coleoptera) recorded from Rio de Janeiro
State,
Brazil. Arquivos do Museu Nacional, vol. 67, no. 3-4, p. 321-
327.
FISHER, RA., CORBET, AS. and WILLIANS, CB., 1943.
The
relation between the number of species and the number of
individuals in a random sample of a animal population. Journal of
Animal Ecology, vol. 12, no. 1, p. 42-58.
http://dx.doi.org/10.2307/1411
GARCIA-CRIADO, F. and FERNANDEZ-ALÁEZ, M., 2001.
Hydraenidae and Elmidae assemblages (Coleoptera) from a
Spanish river basin: good indicators of coal mining pollution?
Archiv fur Hydrobiologie, vol. 150, no. 4, p. 641-660.
GLAISTER, A., 1999. Guide to the identification of Australian
Elmidae larvae (Insecta: Coleoptera). Cooperative Research
Centre for Freshwater Ecology. 49 p.
GOTELLI, NJ. and ENTSMINGER, GL., 2010. EcoSim: Null
models software for ecology. Version. 7. Acquired Intelligence
& Kesey-Bear . Available from: <http://garyentsminger.com/
ecosim.htm>.
GRAY, LJ., 1981. Species Composition and Life Histories of
Aquatic Insects in a Lowland Sonoran Desert Stream.
American Midland Naturalist, vol. 106, no. 2, p. 229-242.
http://dx.doi. org/10.2307/2425159
HILSENHOFF, WL., 1977. Use of arthropods to evaluate
water quality of streams. Wisconsin: Wisconsin Department of
Natural Resources. 16 p. Technical Bulletin, no. 100.
HINTON, HE., 1940. A Monographic Revision of the
Mexican Water Beetles of the Family Elmidae. Novitates
Zoologicae, vol. 42, no. 2, p. 217-396.
HUECK, K., 1972. As florestas do América do Sul. São Paulo:
Editora Polígono. 466 p.
IDE, S., COSTA, C. and VANIN, SA., 2005. Lutrochidae
Kasap &
Crowson, 1975. In BEUTEL, RG. and LESCHEN, RAB.
(Eds.).
Coleoptera, Beetles Volume 1: Morphology and
Systematics (Archostemata, Adephaga, Myxophaga,
Polyphaga partim). Arthropoda: Insecta; Berlin: De
Gruyter. p. 508-512. Handbook for Zoology, vol. 4.
Braz. J. Biol, 2012, Vol. 72, no 2, pág. 311- 323
321
Segura, MO. et al.

production of a benthic insect assemblage in a neotropical stream.


JACH, MA. and BALKE, M., 2008. Global Diversity of
Water Beetles (Coleoptera) in Freshwater. Hydrobiologia, Journal of the North American Benthological Society, vol. 17, no.
vol. 595, p. 419-442. 4, p. 443-463. http://dx.doi.org/10.2307/1468365

LARSON, DJ., 1997. Habitat and community patterns of REICE, SR., 1980. The role of substratum in Benthic
macroinvertebrate microdistribution and litter decomposition
tropical Australian Hydradephagan water beetles
in a woodland stream. Ecology, vol. 61, no. 3, p. 580-590.
(Coleoptera: Dytiscidae, Gyrinidae, Noteridae). Australian
http:// dx.doi.org/10.2307/1937424
Journal of Entomology, vol. 36, no. 3, p. 269-285.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1440-6055.1997. tb01469.x
LEECH, HB. and CHANDLER, HP., 1956. Aquatic
Coleoptera. In USINGER, RL. (Ed.). Aquatic Insects of
California. Berkeley: University of California Press. p. 293-
371.
MANZO, V., 2005. Key to the South America Genera of
Elmidae (Insecta: Coleoptera) with distributional data.
Studies on Neotropical Fauna and Environment, vol. 40, no.
3, p. 201-208. http://dx.doi.
org/10.1080/01650520500140619
MANZO, V. and ARCHANGELSKY, M., 2008. A key to the
Larvae of South America Elmidae (Coleoptera: Byrrhoidea)
with a description of the mature larva of Macrelmis saltensis
Manzo. Annales de Limnologie, vol. 44, no.1, p. 63-74.
http://dx.doi. org/10.1051/limn:2008023
MERRIT, RW. and CUMMINS, KW., 1996. An introduction
to the Aquatic Insects of North America. 3rd ed. Iowa:
Kendall, Hunt Publishing Co. p. 862.
PASSOS, MIS., NESSIMIAN, JL. and DORVILLÉ, LFM.,
2003a.
Distribuição Espaço-temporal da Comunidade de Elmidae
(Coleoptera) em um Rio Na Floresta da Tijuca, Rio de
Janeiro, RJ. Boletim do Museu Nacional, Zoologia, no. 509,
p. 1-9.
-, 2003b. Life Strategies in an Elmidae (Insecta:
Coleoptera: Elmidae) Community from a First Order
Stream in the Atlantic Forest, Southeastern Brazil. Acta
Limnologica Brasiliensia, vol. 15, no. 2, p. 29-36.
PASSOS, MIS., NESSIMIAN, JL. and FERREIRA-JUNIOR,
N., 2007. Chaves para identificação dos gêneros de
Elmidae (Coleoptera) ocorrentes no Estado do Rio de
Janeiro, Brasil. Revista Brasileira de Entomologia, vol.
51, no. 1, p. 42-53.
PASSOS, MIS., SAMPAIO, BHL., NESSIMIAN, JL. And
FERREIRA-JUNIOR, N., 2009. Elmidae (Insecta: Coleptera)
from Rio de Janeiro State: list of species and new records.
Arquivos do Museu Nacional, vol. 67, no. 3-4, p. 377-382.
PAULA, MC. and FONSECA-GESSNER, AA., 2010.
Macroinvertebrates in low-order streams in two fragments of
Atlantic Forest in different states of conservation, in the State
of São Paulo (Brazil). Brazilian Journal Biology, vol. 70, no.
3, p. 899-909.
PETERSON, MS., NICHOLSON, LC., SNYDER, DJ. and
FULLING,
GL., 1999. Growth, Spawning preparedness and diet of
Cycleptus meridionalis (Calastomidae). Transactions of the
American Fisheries Society, vol. 128, no. 5, p. 900-908.
http://dx.doi.org/10.1577/1548-
8659(1999)128%3C0900:GSPADO%3E2.0.CO;2
QUENEY, P., 2010. Two new species of Berosus Leach
from Brazil (Coleoptera: Hydrophilidae . Zootaxa, vol. 2506,
p. 51-58.
RAMIREZ, A. and PRINGLE, CM., 1998. Structure and
324 Braz. J. Biol, 2012, Vol. 72, no 2, pág. 311-
321
Besouros de água no sudeste do
Brasil

RIBERA, I., 2000. Biogeography and conservation of SIEGLOCH, AE., 2010. Estrutura especial das comunidades
Iberian water Beetles. Biological Conservation, vol. 92, p. de Ephemeroptera Haeckel, 1896 (Insecta) em riachos da
131-150. http://dx.doi.org/10.1016/S0006-3207(99)00048-8 Serra da Mantiqueira e da Serra do Mar, Estado de São
Paulo. Ribeirão Preto: Universidade de São Paulo. 136 p. Tese
RIBERA, I., AGUILERA, P., HERNANDO, CY. and
de Doutorado em Entomologia.
MILLÁN,
A., 2002. Los coleópteros acuáticos de La península SILVEIRA, JP., 1964. Morfologia do litoral. In AZEVEDO,
Ibérica. A. (Coord.). Brasil: A terra e o homem - as bases físicas. São
Quercus, vol. 201, p. 38-42. Paulo: Companhia Editora Nacional. p. 253-305.
RIBERA, I. and FOSTER, GN., 1992. Uso de coleópteros SPANGLER, PJ., 1981. Coleoptera. In HURLBERT, SH.,
acuáticos RODRIGUEZ, G. and SANTOS, ND. (Eds.). Aquatic Biota of
como indicadores biológicos (Coleoptera). Elytron, vol. 6, p. 61- Tropical South America Part 1. Arthropoda. California: San
75. Diego State University. p. 129-220.
RICHARDSON, JS., 1992. Food, microhabitat or -, 1990. A new species of water Scavenger beetle,
both - macroinvertebrate use of leaf accumulations in a Guyanobius – Simmonsorum, from Brazil (Coleoptera,
montane stream. Freshwater Biology, vol. 27, p.169-176. Hydrophilidae). Proceedings of the Entomological Society
http://dx.doi. org/10.1111/j.1365-2427.1992.tb00531.x of Washington, vol. 92, no. 3, p. 411-415.
SANSEVERINO, AM., NESSIMIAN, JL. and OLIVEIRA, SPANGLER, PJ. and SANTIAGO-FRAGOSO, S., 1992. The
ALH., 1998. A fauna de Chironomidae (Diptera) em diferentes Aquatic Beetle Subfamily Larainae (Coleoptera: Elmidae)
biótopos aquáticos na Serra do Subaio (Teresópolis, RJ). In in Mexico, Central America and the West Indies.
NESSIMIAN, JL. and CARVALHO, AL. (Eds.). Ecologia de Smithsonian Contributions to Zoology, no. 528. 74 p.
Insetos Aquáticos. Rio de Janeiro: Serie Oecologia Brasiliensis
SPANGLER, PJ. and STAINES, CL., 2003. Three new species
PPGE-UFRJ. p. 253-263.
of Hexanchorus Sharp, 1882 (Coleoptera: Elmidae: Larainae)
SANTOS, AD., CLARKSON,B. and FERREIRA-JUNIOR, from South America. Insecta Mundi, vol. 17, no. 1, p. 45-48.
N., 2009. Hydrophilidae (Insecta: Coleoptera) from Rio de SPIES, MR. and FROEHLICH, CG., 2009. Inventory of
Janeiro State, Brazil: list of species and new records. Arquivos caddisflies (Trichoptera: Insecta) of the Campos do Jordão State
do Museu Nacional, vol. 67, no. 3-4, p. 329-336. Park, São Paulo State, Brazil. Biota Neotropica, vol. 9, no. 4, p.
SANTOS, AJ., 2003. Estimativas de riqueza em espécies. In 211-218.
CULLEN-JUNIOR, L., RUDRAM, R. and VALLADARES- STENERT, C., SANTOS, EM. and MALTCHIK, L., 2004.
PADUA, Levantamento da diversidade de macroinvertebrados em áreas
C. (Orgs.). Métodos de Estudos em Biologia da Conservação e úmidas do Rio Grande do Sul (Brasil). Acta Biologica
Manejo da Vida Silvestre. Curitiba: Editora da UFPR, Leopoldensia, vol. 26, no. 2, p. 225-240.
Fundação O Boticário de Proteção à natureza. p. 19-41.
TAVARES, AF. and WILLIAMS, DD., 1990. Life
SEAGLE, HH., 1982. Comparison of the food habitats of three histories, diet, and niche overlap of three sympatric species
species of riffle beetles, Stenelmis crenata, Stenelmis mera, of Elmidae (Coleoptera) in a temperate stream. Canadian
and Optioservus trivittatus (Coleoptera, Dryopoidea, Elmidae). Entomologist, vol. 122, p. 563-577.
Freshwater Invertebrate Biology, vol. 1, p. 33-38. http://dx.doi.org/10.4039/Ent122563-5
http://dx.doi. org/10.2307/3259452
TREMOUILLES, ER., OLIVA, A. and BACHMANN, AO., 1995.
SEIBERT, P., 1975. Plano de Manejo do Parque Estadual Insecta Coleoptera. In LOPRETTO, EC. and TELL, G. (Eds.).
de Campos do Jordão. Boletim Técnico do Instituto Ecosistemas de aguas continentales: metodologías para su
Florestal, vol. 19, p. 1-153. estudio. La Plata: Ediciones Sur, La Plata. p. 1133-1197.

SEGURA, MO., FONSECA-GESSNER, AA. and BATISTA, TUPINAMBAS, TH., CALLISTO, M. and SANTOS, GB.,
TCA., 2007a. Associação forética entre larvas de 2007.
Rheotanytarsus (Chironomidae, Tanytarsini) e adultos de Estrutura das assembléias de macroinvertebrados bentônicos
Elmidae (Coleoptera), coletados em córregos no Parque em dois córregos de cabeceira no sudeste do Brasil. Revista
Brasileira de Zoologia, vol. 24, no. 4, p. 887-897.
Estadual de Campos do Jordão, São Paulo, Brasil. Revista
Brasileira de Zoologia, vol. 24, no. 2, p. 503-504. VANIN, SA. and COSTA, C., 2001. Description of immature
stages of Claudiella ingens Reichardt & Vanin, 1976 and
-, 2007b. Composition and distribution of aquatic Coleoptera
comparative notes on other Torridincolidae (Coleoptera,
(Insecta) in low-order streams in the state of São Paulo, Brazil:
Torridincolidae). Aquatic Insect, vol. 23, no. 1, p. 1-10.
influence of environmental factors. Acta Limnologia
Brasiliensia, vol. 19, p. 247-256. VINNERSTEN, TZP., LUNDSTROM, JO., PETERSSON, E. and
LANDIN, J., 2009. Diving beetle assemblages of flooded
SEGURA, MO., VALENTE-NETO, F. and FONSECA-GESSNER, wetlands in relation to time, wetland type and Bti-based mosquito
AA., 2011. Chave de famílias de Coleoptera aquáticos control. Hydrobiologia, vol. 635, p. 189-203.
(Insecta) do Estado de São Paulo, Brasil. Biota Neotropica, http://dx.doi.org/10.1007/ s10750-009-9911-9
vol. 11, no. 1. Available from:
<http://www.biotaneotropica.org.br/v11n1/en/ab
stract?article+bn02711012011>.

Braz. J. Biol, 2012, Vol. 72, no 2, pág. 311- 325


321

You might also like