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Apologia e Declaragées Universais em Defesa Direitos do Homem e dos Povos *” Bartolomé de las Casas BARTOLOME DE LAS CASAS, espanhol, nascido em Sevilha, Espanha, entre os anos : de 1474 até 1484, jd que ha divergéncias entre os seus bidgrafos sobre quando realmente teria nascido, mas ha vnanimidade com relagio o ano de sua morte, que seria em 1566. Filho de Pedro Las Casas, mercador que estava presente na segunda viagem de Cristovdo Colombo as Indias, e Isabel de Sora. Foi padre da ordem dos Dominicans, com formagio. teoldgica e filosdfica, jurista e bispo de Chiapas (México), e também cronista sobre a vida na América e defensor dos direitos dos indigenas. Teve formagao bisica na Escola Catedral : de Sevilha e terminando a sua formagio na Universidade de Salamanca — Espanha. Foi . 1am precursor da huta pelos Direitos humemos ao defender os indios contra o tratamento que ena espanhéis. Recebeu o titulo de protetor dos indios entregue pelo Rei da ‘ TO, to fee > ensinam por viva voz ou com obras escritas que os habitantes_ ue comumente chamamos de “fndios”, deve ser dominados e guerras, antes receberem o antincio e a pregagao do Evan- da Silva Lemos De. Apologia 0 Declaraciin y Defensa Universal de los derechos del ‘Salamanca: Junta de Castilla y Leon. Consejeria de Educacisn y Cultura, 2000. 173 Vicente de Paulo Barretto, Fernanda Frizzo Bragato, Walter Gustavo Lemos gelho, para que mais tarde, uma vez que se dominou completamente, eles se: instrufdos a ouvir a palavra de Deus, desajeitadamente comete! Mo pri. meiro com referéncia a violam o sentido da Escritura e decretos dos Pontifices @ as tradigGes dos Santos Padres; também erram quando, a0 aduzem historias que nig sao sendo meras fébulas e vergonhosos contos com os Piores inimigos que fazemos neste pobre povo indigena, jé que seus mais falsos inimigos os trafram. Por outra parte! - Cujas palavras aviltam e contorcem para apoiar suas teses, como ficard totalmente claro pelo que seré dito abaixo. Além disso, Prova-se claramen- te O seu erro e ignorancia, Porque dogmatizam sobre as coisas telativas a uma multidao infinita de homens e vastas extens6es de provincias naio totalmente compreendidas e uma grande falta de vergonha e imprudéncia atribuirem defeitos Bravissimos, natureza e costumes, condenando tantos milhares de homens em ge- tal, quando na verdade a maioria deles sao livres de tais defeitos. Tudo isto traz a Proveitosa da religiao crista, pois fecham os olhos a quem, enlouquecidos pela am- bigio cega, dirigidas todas as forcas do seu corpo e alma a isso unicamente — obter Fiqueza, poder, honras e dignidades — e faz8-lo matam, destroem com crueldade 1unal povos inocentes, muito Pacificos, inofensivos, simples e muito dispos- tos € pronto para aceitar e abragar a palavra de Deus, Entao, de volta ao assunto, eu de: i que o Rev. Dr. Sepiilveda e os seus apoiantes erram en tudo que diz respeito aos indios, e eu vou responder a0 Mesmo tempo todos os seus ary s € citagdes de autoridades que ele violentamente tergiversa; eu demonstrarej quanto eles erram Novo Mundo, até o Ponto de dizer que careciam de razdo e eram como animais, Para dizer que eles so bérbaros, ferozes, selvagens e brutos como eles pensam ©u como os pintam; além disso, eles so de tal gentileza e simplicidade sao os ais aptos, acima de todos os povos de mundo ¢ os mais dispostos a abandonar a adoragao de fdolos e teceber provincia Por provincia e cidade por cidade a Palavra de Deus e 0 antincio da verdade Quanto ao primeiro — © que falamos 174 Das Tradigoes Ortodoxas e Heterodoxas nos Dire ‘os Humanos ficar sua guerra, sendo que se apoia segundo o filésofo e de acordo com Si itros doutores em varias passagens, descrevendo que (GAAEATGEEAIEGAEAD ormado em sentido amplo eimprdprio, significa “cruel, desumano, feroz,impiedoso, que odeia toda a razi ou por natureza” para que, desprezando toda a si: mplicidad ragao humana torna-se duro, aspero, briguento, (© humana por raiva le, delicadeza e mode- intolerante, cruel entregue a cometer atos violentos que nao sio realizados nem pelos animais que habitam as florestas. Falando deste tipo de bérbaro, QlBIRB discs que assim como o homem que se conduz, de alguma forma, de acordo com a razio certa e com os melhores critérios supera todos os animais, quando se afasta da reta razi julgamentos e as leis, € o animal mais impio de todos, [ d)reuder So ° “Nese sentido, podem ser chamados de barbaros os gregos, os latinos e |, qualquer um que esteja de acordo com as instituigdes politicas em que viva, se \ a ferocidade de seus costumes se assemelha aos escitas, cuja provincia se dizia \\ especialmente barbara, de acordo com Sao Isidoro, devido aos costumes cruéis \e desumanos dessas pessoas. ‘0 dos © pior e o mais desumano. \| Capitulo II (GRBGRESEOEETABEID Sates que carecem de linguagem esr ta correspondente a sua lingua materna — como esté entre nés o latim — e assim nao sabem expressar nele o que eles pensam, por isso sao Ifrica e eruditamente so considerados rude e ignorante. Neste sentido, ele € chamado barbaro a quem, pela diferenga de idioma nao entende o outro o que este fala. () Os barbaros deste tipo nao saSBARARMEMSeNEdS absoluto, mas (EER, isto €, eles nao so propriamente barbaros, mas @pehaseiGentalmentS () E muito claro que estes barbaros nio expressam o que o Fildsofo diz que ‘os barbaros sdo por escravos natureza e nao tem inteligéncia suficiente para governar a si mesmos e para governar os outros. ey : 175 Vicente de Paulo Barretto, Fernanda Frizzo Bragato, Walter Gustavo Lemos QCREREOPOMELALE, falando em sentido estrito e préprio, 56 is les tipos de homens que, por seu cardter fmpio e muito mau ou pela esterilidade da terra que habitam, sio cruéis, ferozes, esttipidos, ignorantes e sem TA280, que ‘ARN pe isp Oa nem tem uma sociedade polftica razoavelmente constitufda, e mais, Carecem, de um soberano, de leis ¢ instituig6es, nado se casam por procedimentos deter. minados e, finalmente, nao fazem comércio: eles nao vendem, nao comprar, nao dao ou tomam em arrendamento, no fazem contratos, sem depésitos, em. préstimos ou comodatos, nem, finalmente, nao est em uso entre eles nenhum os GHERASNMSIEHEROIASWERIED de que falam ADMD Alem disso oe vivem espalhados e dispersos, habitando florestas e montanhas, feliz apenas com as suas fémeas, como animais, tanto domésticos quanto selvagens. Estes sio talvez como os habitavam a Provincia chamada de Barbaria. Desprovido de razdo, de costumes realmente humanos e tudo o que é aceito entre os homens pela pratica dos costumes, Sobre eles, o Filésofo fala e diz que eles pois eles nao tém soberania natural, nao tem um estado constitufdo, porque entre eles nao hé nenhuma organizagio, so sujeitos de ninguém e sem soberano, Além disso, entre esses homens nenhum se destaca por uma prudéncia digna do exercicio do poder, no possuem o raciocinio répido e a retidao de julgamento necessdrio para eleger um soberano que os manté-los dentro das virtudes atra- vés do governo politico; niio tém leis para respeitar, ou leis sob as quais ordenam tudo em suas vidas; no hé quem valore as suas boas ages, incentive a virtude € puna os vicios; finalmente, nao se importam com a vida social, e se compor- tam como animais. E porque eles tm uma grande diferenga de sagacidade e Costumes com outros homens, eles tendem a lhes causar danos ¢ gostam de rixas e de lutas, anseiam pela guerra e so inclinados a todos os tipos de cruel. dacle, como os animais e aves de rapina; por isso eles nfo sao livres por natureza, mas somente quando esto em seu ambiente devido a falta de dominadores. 176 Das Tradigoe Capitulo IV Entio, pelo que explicou ¢ esclareceu, que define o Filésofo ent as duas es les de quem fala o; birbaros em sentido absoluto, préprio e ¢ suficiente para se governar, sem lei, sem rei, ¢ eles no sio dignos de ter poder p que explica 0 GREED da mesma politico legitimo, justo e natural Para eles, cey uso das letras e da arte literdria, déncia para se reger e governar, tant tém reinos, comunidades e cida pelo direito consuetudinério; a que tenha alguma semelhanca c seus reis sho dotados de razio e justica e de paz nio { em suas provincias, porque de outra forma nao pod necer em seu ser politico e permanecer claramente pelo que disse 0 Filésof leria sc le 0 Agostir Portanto, nem todos os birbaros carecem de raziic ‘ou indignos do poder politico: alguns tém, apenas e segundo a natu: | nidades reais, juriscligdes e boas les e que existe entre eles um pode por Sai nem so, por demonstrarei no lugar correspondente, ou seja, Em segundo lugar, apelo aos Espanhéis, ladroes e t gente. Vocés acham que, uma vez submetida Hispania, os romanos poderiam com todo o direito reparti-los entre eles, ass nalando a cada um certo ntimero cabegas de homens ¢ de mulheres’ E tambe julgais que poderiam os romanos retirar os governat gar a todos eles, privados de sua liberdade, a trabalhos di antes de su 17 Vicente de Pawio Barretto Fernanda Frizze Bragato, Walter Gusts mente na busca de Jepcisitos de ouro @ prata, em extrair ¢ refinar ” fnalmente, ca romance fieram js comma & devcrino CIAFAMENES Pr aque voct niko tem 0 direto de defender nus liberdacde ©, soy . com a guerra! Permitiré Sepdlveda que Santiago evangelize aod condteres! For Deus pela fds homens! Iso € Smet He 8 cristios? Isto ¢ para limpar do Serax harbarisme, a almas cov Darbar.» . mistérios sagrados, ¢ foram instruidos na palavra Deus, esto equipados melhores maneiras. E antes da chegada dos espanhdis ~ como dissemi» estariam bem constituidos politicamente com leis saudaveis. Seaaeeey ser neste 1 todos os outros habitanes J ee eae penas ¢ bordados. ‘Mas Sepiilveda rejeita estas técnicas, como se essas obras niio reluzissern © a certa raziio. que é possivel, atos diretivos dos atos de raziio, pela qual os atos de artesanato, no prdprio ato da razio, de uma forma ordenada, de forma ficil e sem erro, segundo o Filésofo, CSREGIGAGGIERAED Douro reverendo, aqueles cujas obras de ele- eee ee Sabri, osha aciniracio em toc 0 mundo; porque as mostram a ingenuidade do povo, jé que — como di BRM EMIITN alias ceca fax. Alera dloso Prospero dic Eis que 0 ——— ‘seu autor. os el alll ¥ Assim, vé-se que 0 fundamento de Sepiilveda para mostrar que essas pes- sho selvagens € mais falso que falso, ¥ ‘Ginna Porém, que essas pessoas niio se destacam pela sagacidade Se he seen ase submeter a quem sabem mais € . oe modo que, se eles se recusam a fazé-lo, pode - La on A escravidio, como € feito hoje. y 178 + Das Tradigdes Ortodoxas e Heterodoxas nos Direitos Humano por lei natural abracar a f¢ catdlica we for pregado a eles de uma maneira crist e como deveria; no entanto, néo se foro a ninguém a aceitar a f€ de Cristo. Ninguém é punido, porque é cheio de was, se nao se rebela ou comete crimes contra a propriedade ou contra as pe vons, Ninguém é forcado a abragar a virtude e ser uma boa pessoa. Quem receb tim beneficio esté obrigado por lei natural a corresponder com uma obrigagéo shamada “antidotal”, no entanto, ninguém é obrigado a fazé-lo, nem punidos se nao cumprir, na tradigao do jurisconsultos. E uma obra piedosa dar assisténcia jum irmAo que passa necessidade, j4 que a natureza fez os homens propensos f fazer e os Obriga a fazé-lo; no entanto, ninguém € forgado a dar esmola. Sobre ste assunto ver 0 que € dito mais amplamente no capitulo XIV. () Portanto, ninguém que é verdadeiramente sébio pode obrigar pela for 1m barbaro ignorante ser submetido, sobretudo, a perda de sua liberdad (3 ma lao ha que fazer mal para trazer bem, como, por ‘exemplo, se alguém € castrado por outro contra a sua vontade, mesmo que os castrados estejam livres do desejo carnal, que enlouquece a mentes dos homens, quem castra o outro é severamente punido. \ Se por este argumento tao absurdo a guerra contra os {ndios fora licita, um povo se levantaria contra o outro, um homem contra outro, e, sob o pretexto de cultura superior, tentaria submeté-lo a si, Também sob este pretexto, os turcos ¢ mouros, ftiria verdadeira da barbérie de todas as nagdes, com todo o direito ¢ segundo a lei natural, poderia guerrear contra os indios, porque, na opiniao de alguns, ultrapass pela retidao de sua constituigao politica. Nao é verdade que, se admitirmos isso” vamos chatear a todos, os de acima € os de abaixo, 0 divino e o humano? O que se pode dizer que seja ser mais contrério a lei eterna que Septilveda tenta demonstrar uma e outra vez? Ou que a calamidade seja mais detestdvel? Creio que Sepilveda, na sua modéstia, reconhece que na Espanha hé pessoas mais sdbias ele: entao é obrigado a submeter-se a eles pela lei eterna. Certamente, a lei eterna dispée e distinguiu tudo com uma ordem e uma raz4o admiravel: separou um reino do outro, um povo de outro, como diz Deuterond- mio: Quando o Altfssimo dividiu as nagdes e dividiu os filhos de Adao. Cada nagao pés diante de si um rei e governantes por inspiragao divina, isto de acordo com Eclesidstico: Deu a cada nagdo um lider. Pois quaisquer que sejam os reis ou governantes, mesmo entre bérbaros, também sao ministros de Deus, como a sabe- 179: Vicente de Paulo Barretto, Fernanda Frizzo Bragato, Walter Gustavo Lemos doria divina ensinou: Por mim reinam os reis e aqueles que fazem as leis Promy. gadas por justas, para mim tem poder os soberanos e os poderosos fazer justica, E quaisquer que sejam os reis ou governantes, se no governar Correta. mente seus stiditos, quer sejam barbaros ou gregos, figis ou infiéis, transgredem, a lei eterna e tem em Deus um juiz vingador destas transgressées. Outro ou destruir reinos estrangeiros, pois em tal caso atuaria contra a lei eterna que lemos em Provérbios: nao violem as fronteiras antigos que estabeleceram teus Pais. Este no é um ato de alguém que possui uma cultura superior, mas de iniqu; dade e um pretexto para se apoderar do estrany iro. Consequent , além disso, pode se punir legalmente as pessoas mais educadas.com a morte, por crueldade e violencia contra quem © maltrata contra todos os princfpios da lei natural; Sepilveda dé outro argumento, a saber: que por natureza o que é menos perfeito se submete ao que & mais perfeito, com a matéria e-a forma, 0 corpo ea alma, os sentidos e a razdio; Eu nao nego. No entanto, isto certo quando os dois elementos estio ligados desde o principio, pela natureza, como quando a matéria a forma que dé 0 ser para a coisa, reunindo-se para formar uma unidade; 0 10 quando se une o corpo e a alma para formar um ser animado i © a razao coexistem no mesmo sujeito. De acordo com esta distingao, se no mesmo estado ou sob 0 mesmo sobe- Fano ou governante viveram idiotas e sabios, os idiotas deveriam se sujeitar a0 critério dos sabios, que governam 0 estado, isto 6, orei owas leis ou governadores; Se recusarem, poderia a violéncia ser usada contra eles e puniclos. Isto é o que dita | a lei da natureza. Caso contrério, nenhuma Pessoa livre, e muito menos um povo livre, esta obrigado a se submeter a qualquer pessoa, seja rei ou outro povo, por mais que lhe supere em cultura e pense que ele recebera algum beneficio. G) O iltimo argumento de Sepilveda, é que ‘Se esta proposigao é 'a em sentido absoluto,.é muito falsa. Na verdade, Santo Agostinho, a quem ita, fala daqueles que tinham prometido algo titil para si e eles nao deram danos 180 Das Tradigdes Ortodoxas e Heterodoxas nos Direitos Humanos afrontas a0s outros; € cita o caso de hereges para os quais a Igreja os obriga a ee rir os votos que fizeram em seus batismos, nao porque lhes sfo Gteis, mas cima de tudo porque prometeram ¢ fizeram os votos a Deus, etém certa obriga- go expecial sua promessa. Nao € o suficiente que Ihes sejam tteis. Na verdade, que nenhum infiel é forgado a ser batizado. Os doutores sao defensores da que expe o texto citado de Santo Agostinho, que se pode e se deve forgar alguém a dar um bem prometido, mas nao se pode forgar a um bem que ‘nfo tenha sido prometido. Mas sobre isso ainda precisamos discutir mais tarde. Capitulo V Hé um@GUSHAIEIEMEMMEIGAIBARGD que retine a todos aqueles que nao a Cristo. Na verdade, todo povo, por muito boa organizacao politica Meee reps oa eee ee no mais alto grau, caso nao tenha sido instrufdo nos mistérios da filosofia cristi- na. Mas nao pode ser purificado desses pecados se ndo com sacramentos e soba virtude da lei cristé, que é a Ginica imaculada, que transforma as almas, liberan- Sirens te certs is ces do pecado e da supersticao da idolatria, vem a fonte os males que torham a vida, tanto privadas como one : i e infeliz, Como o livro da Sabedoria: desde o inicio da forni- ‘sua invengao iC 0 corrompe- avida. Portanto, aqueles que nao conhecem a verdade cristd, por mais prudéncia oy tica que eles tenham, estdo cheios de vicios e crimes, ¢ em muitos casos, es- que sempre quer que eles vivam, aceita a nossa oragio, liberta- € OS agrega a sua santa Igreja, para louvor e gléria de seu nome. -diferenga entre barbaros e outros, segundo o que afirma a e, principalmente, pela falta de fé. No entanto, o primeiro 181 » Bragato, Walter Gustavo Lemos Vicente de Paulo Barretto, Fernanda F sémn os eristlios, se eles s© comportam ferormen, a em algumas pessoas to Pa rs, tanta matanga, e males mais d 5 Neste circunstanei grupc actficos ¢ inofensivo: tipo poste compreender tamb cruelmente ¢ de forma desumana espanhdis que fazem soft todos = com tantas horriv téireos, slo barbaros ¢ pior que os barbs também quando se rebel perador. Em ver disso, a quarta cl Cristo, e assim compreendem todos os infigis rente barbaros da terceira classe, a mer er os indios veis devastag “ros. Eles se comportaram como bé as armas contra snte empunhando : jaram ferozme stiio fora da fé q lasse se refere a aqueles que e: se propri fo, ineptos, cruéis, selvagens, de costumes dep a ou por mal hébito de pecar; sobre cl No entanto, chama entorpecida, tolos, faltando vados, corruptos e rebeldes por naturez fala em particular o Filésofo. Portanto, deixem, os impios ¢ aqueles que tentaram Septilveda com m casper defortar una clon th, para sg ERMRIRINED Flcsofo concre nce, nnio entendem ou querem entender a distingo de barbaros que fazem 0 a eos santos doutores. Por isso, mostram misericérdia de sua alma e ee Cristo para morrer neles a vaidade e viver a verdade. — Capitulo VI cs Coe aprova a guerra contra os {p- "sso deus cn o itm pete» Des ‘a Aqui, como em s mae MES Se equivoca em certas suposigdes e Bae cs gy tornar isso mais claro, temos de assumit : a > ir que — segundo es odemes punir 0s pecados dos inerédulos ou eles poslem punir oe mean Os quando nés estivermos sujeitos ales ou eles a nds Isso pode @ nds ou em nosso férum. I le Scontecer etn quatro circunstancias. Primeiro em razio do domicilio ou do loca Das Tradigdes Ortodoxas e Heterodoxas nos Direitos Humanos que possui uma propriedade na jurisdigéo de um soberano: em razio disso, essa posse € considerada como correspondente ao frum desse soberano, () Neste capitulo e no seguinte, provaremos que os infiéis que nunca abra- garam a f€ de Cristo, nem sao stiditos dos governantes cristéos nao podem ser punidos pelos cristios ou a Igreja por qualquer crime, por mais atroz que seja. Isto se prova, em primeiro lugar, porque os infigis que nunca abracaram a fé em Cristo nao so stiditos de Cristo; portanto, eles nao so tampouco da Igreja nem correspondem ao seu f6rum. « Portanto, os pagaos, que nunca receberam a fé nao so stiditos voluntérios e atuais de Cristo, mas potenciais; isso nao 6 em ago, ou de feito, mas por uma razao particular, ou seja, uma nova promessa, como crist’ios, Por isso, est claro que se atribuf a Cristo como Homem que é, um duplo poder: um “ato”, sobre aqueles que tém fé Nele e cumprem Seus mandamentos por amor; mas também. para “em hébito” ou “em poténcia”, que é o correspondente a aqueles que nao conhecem 0 verdadeiro Deus ou guardamos os seus preceitos. Visto que os inerédulos no sio stiditos de Cristo, tampouco séo da Igreja. Prova-se em primeiro lugar porque, no que diz respeito & Igreja, os tinicos stiditos que tem sao 0s stiditos de Cristo, j4 que Cristo é 0 soberano da sociedade crista que € a Igreja. Mas os infiéis sao stiditos de Cristo “em habito” ou “em potencial”; logo 0 mesmo que a Igreja. Em segundo lugar, a Igreja nao tem mais poder ou jurisdigao no mundo ou em outra parte do poder que o préprio Cristo jé teve ou tem hoje. () Agora, no momento em que os infiéis ainda nao adotaram a fé crist’, nem se alimentaram da Agua do batismo, especialmente aqueles que nunca ouviram falar da Igreja ou do povo catélico, nao sao pessoas dispostas ou proporcionados, a quem o Papa pode exercer um poder ou jurisdigao contenciosa, pois ali hé falta e mesmo que no falte, o que pode fazer o poder do Vigirio de Cristo, que Este lhe conferiu para a edificagio da Igreja? No entanto, falta o ‘como’ ¢ o ‘quando’, que so circunstancias necessArias para o exercicio do poder apostélico, ou seja, por- que os infiéis nao sao ainda sujeitos capazes de receber adequadamente e como devem os atos judiciais e, consequentemente, faltam algumas circunstncias ne- cessdrias para exercer os atos descritos anteriormente com corregéo e como & devido, ou seja, 0 povo que é 0 sujeito e a matéria que sfo exercidas. 183 =a gato, Walter Gustavo Lemo, Vicente de Paulo Barretto, Fernanda Prizzo Brag fo “em hibiro”, com respeito a quem aindy 98 € Matérin disposes” J Isto & para ter jurisdig sidito e, uma vez que se faga siidito, tornam-se n como € devido. que a atos de jurisdigito se exe a) Mais cedo, no capitulo anterior, demonstramos que 0s infiéis nao sao 4 competéncia da Igreja; agora nds provaremos que nem a Igreja cristé, rem pode punir aos pagdios por adorar aos seus idolos, que con, 1 que Cons governantes crist titufa a segunda parte do antecedente. Isto é provado por dez razdes. (2 Portanto, aqueles que geralmente nfo corresponde a punir a infidelidad por algumas causas, por estas mesmas causas ndo Ihe corresponderd a cast; ‘ . ‘ Fe casti- gar a idolatria, especialmente pelo argumento ou evidéncia de género (“remot generis”), cuja maxima & que quando suprime as classes genéricas, as classes especificas também so exclufdas. Capitulo VII Nao adianta objetivar que a' é uni i & por isso que a Igreja deve incentivar 0 zelo pelo decoro da casa de Deus para con- seguir que o bendito nome de Cristo reine nos coragSes dos homens, podendo punir os idélatras, como também os homens que estéio cometendo um crime muito grave. Se ee e rejeita a verdade do evangelho, ake teen A primeira prova é que, embora a idolatria seja extremamente grave em termos de sua classe genérica, por parte daqueles que se dedicam a isso, os idélatras, pecam por ignorancia, pensando que eles estéo adorando o Deus verdadeiro, mas segundo as palavras de Sao Paulo, “a quem dais para estes eu proclamo’, é menos grave, porque € nao é que se apresse diretamente sobre 0 acidentalmente, igual a quem sofre de uma consciéncia equivocada pensa que pode roubar ou cometer adultério sem cair no pecado. Por essa razdo, na idolatria, o mo- tivo do pecado é menor. Cometem verdadeiramente 0 pecado de infidelidade — de acordo com que estamos falando aqui — quem rejeita a fé diretamente, aliés, de — Das Tradigdes Ortodoxas e Heterodoxas nos Direitos Humanos voluntéria e com desprezo. Portanto, niio s6 0 pecado de infidelidac quer outro pecado pode s e ‘A segunda prova & que 0 t de acordo p 08 pecaclos que tem origem no orgulho sfio muito graves do ponto . pois os orgulhosos se langam contra Deus e, portanto, tem ‘Deus um inimigo gO que “Deus resiste aos soberbos” - mas ‘Zecsdo ca Mara vem da jgmorinci ;omo foi: provado; logo, é mais grave o pecado da in lelidade que o da idolatri: omo trata Séo Tomas. de, ma: mais grave do que a idolatria. A terceira prova que a infidelidade & pecado maior do que a idolatria € que Deus, em sua grande sabedoria e justiga, pune qualquer pecado de acordo cor a idade da infragao, como diz Deuteronémio: “De acordo com a medida do peca- do seria medida da punigio etc.”, embora os teslogos dizem que sempre pune com menos rigor que o merecido, ou seja, que a pena é menor que a gravidade do crime. E claro que Deus pune mais severamente a infidelidade que a idolatria ¢ qualquer outro pecado, considerando o tipo de pecado, segundo Sao Tomas; Jogo, a idolatria € um pecado menos grave do que a infidelidade. Portanto, a gravidade do pecado da idolatria nao apoia o argumento de que a Igreja, que nao pode castigar os infiéis que esto completamente fora da Igreja por sua in- fidelidade, pode punir aqueles que adoram fdolos pela gravidade do pecado de idolatria. Daf que, quem ensina que a Igreja nao pode punir os pagios, Pensa certamente assim, € nao sem razo, dos pagaos idélatras. Capitulo IX Também, prova-se principalmente, » que os infiéis de que [epee ax etvlicsd da lgcjatcnacs oe , portanto, que os idélatras nao podem ser punidos pela Igreja, porque eles néo habitam os territdrios da Tgreia universal, mas estéo fora do seu distrito e territério. Na verdade, nenhum gover. nante, o rei, imperador, ou outro qualquer, pode exércer sua jurisdigao fora do seu territério; por isso, as fronteiras ou limites so assim chamados, porque limitam, determinam ou restringir a propriedade ou o poder ou a jurisdicéo de alguém. (.) Capitulo X prova-se que a Igreja no pode punir aos idélatras pelo que diz Santo Agostinho comentando a frase: “O Senhor faz justiga a todos 185 sato, Walter Gustavo Lemos Vicente de Paulo Barretto, Fernanda Frizzo Bragato, de quem nfo est sob a sua jurisdicsg» pir eontra aqueles que N40 pode impor disci." s, mas Graciano, citando Santo Agog. devem ser corrigida por uma adversan niglo corporal, mas a punigio sr teresa pn julgamento divino; por © mplo, quando ae eae ie @ Fe . pecrlina : delinquentes que nao estdo em nossa jurisdigao ou porq| Times, embor, ada com evidéncias claras, S, conhecamos, nfo podem ser comprova' ‘aS. Sob, que os conhegamos, nao pc 2 c : 4 sua Prim: 10 de nossa. juris os que sofrem danos: Por parte i. 6, da Igreja, que nfo deve mas eu nao leio isso m acrescenta: “Hé alguns crim palavra que saudavel e nfo com pt os que no s Portanto, se nao so de nossa jurisdigéo, de maneira alguma podemo, puni-los. (0) (GERRI esta verdade se prova com a razio que brilha de todos dos demais argumentos; de Sao Toms e desta: 0 Papa, vigario de Cristo e os outros ministros da Igreja foram institufdos nela depois da sua criagao como instituj. cao divina. Logo, hé a certeza de que a sua edificagao ou instituigao € anterior e se pressupde aos seus ministérios € atos dos ministros da Igreja, assim como as obras da criagao precederam e se pressupde as obras da natureza. Agora, esta fundagao da Igreja é baseada na fé e dos sacramentos e os sacramentos neces- sitam que haja alguém capaz e qualificado para recebé-los, ou seja, capaz pela f€. Mas os pagiios e infiéis, como eles estao totalmente fora da Igreja e nao sio membros dela por falta de f€, nao tém capacidade de receber os sacramentos, e, portanto, a instituigio da Igreja nao lhes diz respeito. Deles resulta que os processos ou agGes dos ministros da igreja nao se estendem a eles, de forma se- melhante a agao da natureza nfo se estende ao que ainda nao foi criado ou nao existe na natureza. No entanto, a jurisdigao, os processos e as agdes judiciais pelo que se pune os delitos, correspondem aos ministros da Igreja, em razao da f€ e dos sacramentos que devem necessariamente se supor para as agdes dos ministros, do mesmo modo que se supGe a criagdo do mundo para que a natu- teza possa funcionar. Consequentemente, os ministros da Igreja por regra nao podem exercer jurisdigdo sobre os pagdos ou infiis, j4 que eles nao so sujeitos capazes de ser imposta esta agdo. Daf decorre que, se, por uma impossibilidade, os apéstolos nao tivessem convertido ninguém a fé, nao poderia exercer a juris digo concedida por Cristo, porque, como nio existiria Igreja fora deles, faltaria © sujeito ou a matéria para o exercicio dos atos de jurisdigao. 186 Das Tradigbes Ortortoxas ¢ Hetorod xs nos Direitos Humanos Em conclusao, nao corresponde a J greja c: qualquer Pago ou infiel. Stigar os pecados de idolatria om Em décimo lugar, na converséio dos infigis que nunca a é se diria que a primeira pregacio de f6, nao é comegar com a punic4 eA ecaclos, mas oferecendo exortacao e a ed ener mos a punir seus crimes, nds contradiri cfo de Cristo e o caminho da Pregaca () “Se Porque se comegar- &MOS O Pressuposto expresso e a inst itui- 10 determinado aos pregadores, Capitulo XI (.) Portanto, devemos anunciar o Ey; fraterna e amigavelmente, oferecendo angelho a todos os povos, © perdao de seus pecados. Portanto, a Igreja ndo pode iniciar a Primeira pregacao de fé com a puni- ao para qualquer idolatria ou de qualquer pecado grave, mas com a exortag’io ao arrependimento e o oferecimento do perdao de todos os pecados, como si- nais da misericérdia divina. a Em suma, nema Igreja, nem muito menos soberanos cristo: quer pagao por um crime ou a Superstigao, mesmo se eles so detestaveis, ou por um pecado, nao importa 0 quo sério seja, comprometido precisamente dentro dos limites do territério de seus mestres e sua infidelidade. Pois nao ha soberano ou juiz a quem corresponda o cuidado apropriadi lo de todos os homens do mundo, mas a Igreja e 0 Vigario de Jesus Cristo, que é o Pontifice romano, devem convidar e atrair os pagios & fé e proteger os catélicos e manté-los na verdade da fé. () Veja, caro leitor, que o Pontifice romano afirma expressamente e ensina que é falso tudo 0 que asseguram os inimigos da difusao do Evangelho? Primeiro, ele ensina que a maneira de atuar deles foi uma invengao do dia- bo para impedir a salvacio desses homens e a propagacao da verdadeira religiéo, ¢, verdadeiramente por isso, temos de considerar 0 que eles tém feito, tratar os indios como se eles fossem bestas e animais brutos, para que pudessem usé-los como se fossem animais de carga. sem distingao, s pode punir qual- 187 x er Gustavo Vicente de Paulo Barretto, Fernanda Prize? pragato, Walter Gu tavo Lemo; Pontifice romano disse que o8 {ndios, uma ver ns felicidade ererna e o meio atrav hy sim, chama ra atrai-los ao rebanho de ( + 10! dog 1-8 de ovelhas do rebar), Fim segundo lu zes de a doutrina cristay fados f homens, slo capa: chega a isso € pel Cristo confiada aos seus cul storais, P Fea qual viveram até ag0T Feral ugar, le ens que embers Tn i ele en perade, posses © propriedade ds cos Nd las e aprecié-las, devem ser priva Ario, é licito usd es concedeu, por i natureza Ih Em quarto lugar, er nia € mas, pelo contr ) devem ser erradii das armas, a ndo ser que estejam ex, exas Pe dos da face da te, nsina que a crueldade lei de Cristo. aqueles que agira com violéneia, tira rando blasfémias contra @ Quinto, ensina que Indios, desobedecendo as proibigoes € mans antes de Satands e os piores inimigos da humanidade. ; Sexto, ele ensina que oS {ndios ocidentais € meridionais que nao ov ; , alar aa Evangelho de Cristo devem ser convidados levados & f€ sua i com mansidao, dogura ¢ amor cristo. serene, () Veja que 0 Sumo Pont m de forma atroz ¢ cruel cont datos dos reis de Ca 7 o Sastela, ere TAM ajy tifice decreta respeito aos infiéi da mesma forma que dita a prépria razio natural, eee ralavra e pelo seu exemplo ensinou e disse o que faria, ie sempre seguiram todos os seus passos, eles se Becca Para 05 apéstolos, que snes dee ensinarm mse fri 0 Be fe: « levees a acordo com a sua tradigao e costume desde a eee cs 8 leis ever fecerpregad ames primeira idade, e 0 que a Igreja Portanto, nao exasperd a » 80 ielos, desapossé-los i- canés ficersrnienie at meine e persegui-los como asseclas de pomert brecarregados com incrfvel crueld quai forem, mesmo f : no devemos puni-los por seus ake ace ee ‘o mais grave cometido dentro dos li eee ces a ceget meuniere, ra rsp ie deer 0 en novo — apa eee creto prevé que toda acao inegavel, oe prova-se que a nossa verdadeii inegvel ou sj, gue nfo correspond a Ire ladeira opinido é muito real ¢ ee pecados dos incrédulos que a ou qualquer governante cristo : fa jurisdigao, e assim por diante. mos neste tratado, por defeito 188 Das Tradigbes Ortodoxas ¢ Heterodoxas nos Direitos Humanos Capitulo XV Até agora, temos explicado que nem a Igreja e nem os governantes cristéos dem punir os pagaos, mesmo se eles sio culpa ados de crimes graves. Agora, ara o perfeito entendimento deste tratado, vou acrescentar seis pode punir pagios e passo a responder a cada quase NO final do seu segundo argumento. casos em que a passo que Septilveda expoe Antes de tudo, temos de assumir que a Igreja pode exercer a sua jurisdi¢ao tempo- ral sobre os infiis de trés maneiras —o que sé veré mais adiante capftulo quadragésimo. ~~ Em primeiro lugar, quando os infiéis esto no hébito € como stidito da Igreja «| ou de qualquer membro dela, por exemplo, de um soberano cristao. Infiéis deste bd tipo sio hereges, dos quais tratamos antes no capitulo sétimo e discutiremos mais adiante; estes, uma vez j4 abragado a verdade catélica, deve ser forgado a voltar ao rebanho de Cristo. Também nesta classe esto os judeus e os mouros sob os reis cristéios; para cles a Igreja pode fazer leis, uma vez que de direito e de fato estao sujeitos, como se evidencia os Decretos, o Liber Sextus, as Clementinas e o Codex. Em espanhol temos muitas leis, dadas pelos reis castelhanos, referente aos judeus e mouros, de modo que pode ser exercida contra eles a legislagao contenciosa, ou seja, mesmo contra a sua vontade, como os doutores ensinam sobre o Digesto. A Igreja faz isso legitimamente, porque eles sfio sujeitos ao ato e ao hbito dos sobe- Tanos cristos, ou seja, sujeitas a membros da Igreja. Em segundo lugar, a uma jurisdigao contenciosa apenas para ou- : de m lo a agir em certos casos e se hd uma causa, forma s que foram dadas, especialmente sobre “que julgar aqueles que esto fora?” Estes sao nunca professavam a fé em Cristo pelo batismo, que sio de adoragao, ritual ou culto, desde que nao sejam judeus e tenham dos reinos cristaos, de modo que nao sejam stiditos da igreja seus membros. Dissemos “contato que nfo sejam judeus”, porque , em virtude do crime que cometeram — matando a Jesus Cristo Nosso - so por ¢ servos da Igreja, de acordo com o texto das Decretales: acolhe € sustenta aqueles cuja propria culpa os submeteu 3 es- Nos também dissemos que esses infi¢is nao sio stiditos da reinos independentes, pois quanto a esta regra é a mesma pee Brana Wiehe” Gustavo Leroy de Paulo Barretto, Fer! Vicente para todos os infiéis, quer na regio ou orito que pee eles az6es acima exp Ja que ninguém pode dar Oe farina reed pare que ce ciferencie ja pode exercer jurisdigfo contenciosa sobre tod Assim, € que a Igrei »s de infiéis em seis casos. mente reinos arrebatado de forma injus classes Primeiro: Se possuem injusta n povos cristéos, especialmente 5° eles vivern cristdos. Neste caso esto o ir Pe de Constantinopla, Rodes, Hungria, Belgrado e Africa, todos os quais Maram a Cristo. J6 que nos afetam continuamente : fe reduzir estes atos de jurisdigio que tem s, em outros tempos ad possuir esses reinos, a Igreja pod ® pela forga da guerra os territ6rios que sao ¢ fala desse tipo de inf dles em hibito, para recupera porque néo hé outra escolha. O Cardeal Hostiens Pon Tuitros doutores: também se referem a cles Oldraldo de Ponte ¢ Albe de Rosate. O Hostiense e os que Ihe seguem PMI EAAEs, ce nn, conhecem o dominio da Igreja, eles nBo s8o dignos de ter nenhum contrcj, ou jurisdigéo. O Hostiense se refere a jurisdigéo e o dominio que os sober: tes eram dos cristaos e sobre os cristaos que ; dele se converteu a Cristo, enquanto gu infiéis tém sobre as terras que an} vivem, ou de todo o seu povo ou parte gueira e infidelidade. © soberano se mantém ainda em sua ce; () Em segundo lugar, a Igreja exerce de fato sua jurisdigao sobre os pagtios caso das provincias que estavam em outro tempo sobre a jurisdicao crist e ee ago- ra praticam a idolatria ou infectam a regio com vicios nefastos e abomindv: ca rirha A vecyeza, abi ME MMMMNEMNINTESD verdadero socriticic fico do corpo e do sangue de Cristo, e a adoragao pura do Deus verdadeiro foi p: ra- ticada e se administraram os sagrados sacramentos. Di: a A fim que se busca com isso € o dos homens. ee m0 Conclusao Nio é Iicito para punir os infi¢is i a ~ eee nos referimos, ao menos por julga- conclusao se i i nn eee que ninguém pode ser punido, pelo menos Pree opcernan ses me ae de maneira invencfvel ou provavel . aes 2 proibido ou que ele deixa de fazer é prescritivo, inclusive (.) -_ TR 8 Das Tradigbes Ortodoxas e Heterodoxas nos Direitos Huntanos Assim pois, € claro que a Igreja nfo se mete em julgar a culpa de todos ; infidis, sem distingao: nem julgar toda a culpa, nem em todos os casos, mas eles que podem reduzir a trés — segundo se deduz do que é dite por Sio To- ad ., Inocéncio IV e os canonistas. bs) \ Em primeiro lugar, quando vivendo entre os cristdios se comete um Pp go terrivel; neste caso, eles podem ser punidos como stiditos da Igreja ou, pelo menos, membros dela. Segundo, quando possuem reinos arrebatados do povo cristo e cometem neles pecados vergonhosos, como a idolatria ou os pecados contra a natureza, tom que contaminam e poluem os lugares dedicados a Cristo. Em terceiro lugar, quando, insatisfeito com os reinos ¢ terras em que nas- ceram, invadiram as provincias cristas e com suas turbulentas tropas de guerrei- fos perseguem a Igreja ou blasfemam contra Cristo ou os santos. Ka) Assim, uma vez que os infigis que tentamos aqui acusar, com os seus peca- dos no agridem a Igreja ou seus membros, j& que supomos que vivem em terras distantes, em seus prOprios reinos, sob a autoridade de seus prdprios reise senhores naturais € nao sao submisso a Igreja. Ademais, se por seus pecados Deus os casti- ga por vezes com a peste, a fome, terremotos ¢ outros danos quaisquer, estas si0 calamidades e danificam seus reinos, tem lugar nas suas terras e nao deixam suas regides; portanto, eles nao sao prejudiciais para a Igreja Crista e nao por eles ou por seus pecados que danificam a Igreja. De tudo isso, segue-se congruentemente que no corresponde a Igreja julgar e punir os pecados desses infigis, por mais grave que sejam, a menos que — como veremos adiante — sejam convidados a participar da fé de Cristo de maneira afavel e com toda a humildade, mas nao com armas e violén- cia, e através destes reinos se estende e propagar a religiao crista. Capitulo XXV O quarto caso em que a Igreja pode punir com a guerra ou de outra forma ‘os pagaos € quando impedem a propagagao da fé deliberadamente, ndo por acaso, e atacam com palavras ou agées para aqueles que desejam abragar a fé ou as pessoas j4 a abragaram, ou certamente tratando de obter isso com stiplicas ‘ou subornos. De fato, por estas injirias contra a propagagao da fé e contra os membros da Igreja, esta pode, por direito natural, usar a forga e lutar através soberanos cristdos com aparatos de guerra. Nao ha outra escolha para atacar este mal, isso parece evidente em muitas passagens do Decreto de Graciano; : 191 ee ce 0 Bragato, Walter Gustavo Lemos Vicente de Paulo Barretto, Fernanda Fi direito ea equidade que a Igreja tolere gue nem est em conformidade com o direi or forga de presentes, agrados ou ameaes iniciados nos mistérios de Cristo, Ps Jo mundo foram confiadas a Sao Pedro ¢ © seus apartem de professar a f6 cristi e outros em habito e poder na Uma vez que todas sucessores € sio sujeitos da Igrej tarefa de atraf-los ao conhecimento guerra é justa apenas quand sja, alguns no ato ida verdade corresponde ao Pontifice rom, ano, Jo a Igreja pune os infiéis que imped. a religido crista. Disso res, a fé e protbem que ninguém aceite h vpo pode ser forcado pela guerra a permitir a pregacz, & assim certamente, nao pelo pecado come. ho — como afirmam os canonistas ~ poi . lero nto castia seus pecadcs ~ como ficou claro anteriorments — mas poraye Jer dearnente ¢ sem uma razHo legitima, deliberadamente, impedem a extensic anendade evangélica que Cristo mandou anunciar a todos os povos. Impedem ccnnbém o proveito das almas que escutarem a palavra de Deus a accitaria, Po essa razao, a Igreja, a quem corresponde cuidar de todas as nagSes do mundo, como a pregagéo da verdade, com justiga fazem a guerra contra aqueles que nao permitem que o evangelho seja pregado em sua jurisdigao. ‘Assim, hé de se que entender que os doutores que escrevem sobre o tema, especialmente o Cardeal Cayetano, quando afirma que a Igreja pode justamente fazer a guerra contra os infigis que matam pregadores, pois impedindo a prega- cao do Evangelho também se opdem & extensao e propagagio da fe. Mas € preciso recordar que isso & verdade com relagdo aos pagios, que conscientes do que Ihe é pregado, matam os pregadores, com malicia e pelo édio que sempre tém a esta mesma fé. Pagaos desta classe so os turcos e mouros que néo ignoraram os dogmas cristaos. Ao contrério, se eles nao os mataram, ma- liciosamente e deliberadamente por serem pregadores do evangelho, mas pelo 6dio dos cristéios, que poderia fazé-los grandes insultos a violéncia cruel e selva- geria, como € 0 caso dos indios que mataram alguns pregadores, nao porque eles eram pregadores, mas porque eles e todos os povos indios tinham recebido dos espanhéis injtirias e danos inédito ha séculos: nao apenas as cidades devastadas, mas também reinos e regides extensas; uma infinidade inimagindvel e incon- tavel de pessoas mortas; reis e governantes despojados de seus grandes reinos, dominios e honras reais; pessoas submetidos a escravidao. Assim, mesmo nao querendo receber aos pregadores ou até mesmo matando-os com crueldade, nao procuram impedir a pregacao do Evangelho deliberadamente, mas que impe- dem acidentalmente a pregagao, sem que seja a sua intengao. A causa acidental esté fora da regra geral e ndio hé como julgar as coisas pelo que ocorre aciden- € claro que a propagagao da que qualquer soberano pé do Evangelho em sua jurisdigao; isto tido ao proibir a pregagaio do Evangel 192 Das Tradigbes Ortodoxas ¢ Heterodoxas nos Direttos Humanos mas pelo que ¢ feito deliberadamente, de acordo com Aristéeelen E Bos verchesariamence nko merece uma punigho fisica ou grave. Pe qe Equando os inatios afetados por tais grandes calamidades, vee on pregadores, oe ‘sho homens da mesma nacho ¢ lingua, pele branca e barba, mist urado com que dhol, como seus inimigos, ¢ veem que lidam com aqueles assim famnuliar: ino necessariamente sabiam quem eles sho servos de Deus ¢ quem sic yg € 08 instrumentos de Satands. Ignoraram também o que pretendiam Serii que cles pensam que pretendem o mesm lutam de forma justa? O que os indios querem que faam? Que ouviam © que os pregadores [hes dizia que devem reconhecer o verda- deiro Deus, afirmando que cles nio sto das tropas que thes causam danos, eles tan Portanto, afirmar que aos indios de se combater pela guerra ultrapassa todo o pudor e demonstra uma lamentével ignoriincia, mesmo se eles matam a -duzentos mil pregadores ¢ até mesmo matarem o priprio Apéstolo Paulo e os selvagem barbérie ¢ a maior crueldade que jé foi escrita, quando se se temendo perder seus bens no querem receber ee ee ee {terras ou provincias onde ainda no se conhece a crue! tirana dos Vicente de Paulo Barretto, Fernanda Frizz0 Bragato, Waller Gustavo Lemos dis sho acompanhados com um tanto de homens cruéis dag pers sige Esses homens religiosissimos serfio recompensados ig Poy mas se dird que os proprios espanhdis os mataram por seus crimes, caly,. ° rangelho e tmpedindo ‘a propagaglo da fé. Mas 0s indios, em minha «, niio sio culpados de alguma forma ante o Supremo Tribunal por caus, norfincia ¢ pela exasperagho de todos os males que vieram a cometer ta] = acta aa va soem na peta corse intl nete car, e l ido eles sfio apenas soberana ou reis que ‘ou a pregagio do Evangelho. No entan,,, azo, pode ser justo, ou seja, qua ciosamente impedem a propagago povo inteiro, precisamente porque amor ¢ dey quer ; ppela forga das armas de m : are i que Crivo dav: ide eensinal todas as negate € iedes cc cone Ho podendo forgar aqueles que no querem Avie. Voc! no ere, ra tence vacuarnn cco rite excels sada eat mace Coutres daré qualquer motivo para justificar, em repreensfo, que podemos obrigar in: que no desejam ouvir a doutrina de Cristo /€ se preocupa com 2 metidos a ele de fato Das Tradicdes Ortodoxas e Heterodoxas nos Direitos Humanos isto, € Neste caso seré permitido usar a maxima dos sabios: “Onde na S ho tem Pavido suas palavras, pare de falar: Em quarto lugar: a partir do momento em que Cristo enviou pela primeira vez seus discfpulos a evangelizar, esté expressamente claro o que se deve fazer Quando os infigis ndo quer ouvir o evangelho. i) Como jé foi dito, € claro que nao ha que se guerrear contra os indios com o pretexto de que escutem a pregagao de Cristo, embora os indios acabem por matar os pregadores, porque eles nao os matam por serem pregadores ou cris- tos, sendo que eles matam como inimigos piblicos estranhos, para evitar que os oprimam ou os matem. Portanto, temam a Deus, um vingador de perversas maquinagdes, que; sob o pretexto de difundir a fé, com tropas armadas, inva- dem as propriedades alheias, saqueiam e se aproveitam delas.

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