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luminago X Montagem 3.1. O Drécula de Coppola” ‘Comecando pela montagem do filme, que & meu principal foco de ateneao, em nenhum momento dea a ‘montagem de ser regida pela ligica interna das aces que compSem a narrativa. No somos levados nunea a ¢on- ‘estar 0 caminho a linearidade do sequenciamento de Imagens proposto. Esse € principal caracteristca, a pedra fundamental a montagem clissco-narratva, e dela ofi- ‘me nose afasta jamais. Desde seu comeco,sabemos que ‘estamos dlante de um universo de fantasia, no qual ave- rossimihanga nfo tem muta importanca, o que abre es- aco para a utlizagzo de uma série de procedimentos sem {quelsso venha 2 ferr a continuidade da narrativa,Diria até Aue jd 0 saberos antes de ir para o cinems. Tratase de tums adaptacfo do romance gético de aventura e terror de Bram Stoker (1887-1812), um dos cdssicos de seu género. 52, You abrir u pequeo espa par expres um pou dana bjt, lev oor um pout da minh ensayo Ge een ‘So asisrpela pret verno nema » Orca de Bram Stoker Fo Incvel © goder que as iagens geats por Copola «Bho noha (0338, tora de rte ao ne, tetam sabre mew ep. & ble e ea um ds planar que ratio pret itis de ‘am sake (250-191) € ae ae denraves $0 2 sequencs de ‘err, que mostra conde Vid iutando na guia sata, perdendo Sua esposa qv se sda erganada de mane wi, posterarments ‘tando da guraereneganco Deus qu retou su amads {eeu convo os tra com imagens de um Teo de sombas, 23 ager gl co sui, «ine! terior da apela do cto nde Vid enconta 0 corpo da emada, seu Indes! uring \ermsto de guerre medial co capacte€ mele bo, mes home (bseado nos decenbos da marcus humana encotadoe omlives deanatomi aimtrocuia ds expats do guerero acento (cou cist que comers aor sangue ete; tals imagens 6 s50 de uma ora ed una bees que es co ine 8 vem acorroboet ‘Aluzmontagem 167 ‘Amaior parte do pablo |éconhece ashistrias de vampire, e mesmo aqueles que desconhecem o romance fom si, tém noglo da personalidade de seus personagens. Nao estamos falndo de um executvo do mundo moderna (u de um soldado da Guerra do Golf, estamos falando de tum ser mii que &praticamente imortal, que vive de con- sumir osangue ahelo, sugando-o da jugular desuas vtimas ‘ela incisfo de seusimensos canine, imagem esemethanca daqueles do morcego vampir, animal no qual ¢insprado ‘© personagem. O sangue ¢ seu alimento, ele precise ma- tr para sobreviver. A imensalberdade de imaginagio que ‘ode ser empregada na narragao de tal istériafaz parte de ‘um pactofirmado entre filme e espectador, mesmo antes cde ambos ineragiter. Dessa forma, nada hi de estranho ‘quando nos deparamos com os obs do conde crvados na palsager vista pela janela do trem usado por Jonantham Harker (o marido de Mina, imagem e semelhanga da esposa suicide de Vad, inelalmente nosso her) para se drigie30 ‘castelo de Drécula na Tansindnia, ov no macabro condutor da catruagem que o pega para o trecho final da viagem. A linerdade de cragio que impera na construc das imagens no se aplica, no entanto, & montagem. Alga interna da histriacontada comanda ambes. Para estabelecer a guia que a historia do filme val seguir © que comandarS toda a légiea cbedecida na cons- ‘rugdo da narrative, Harte Coppola resgatam ahistria do ‘onde Vlad Tepes (0 empalador, em romeno) € a histria ‘de um principe romena do século XV que governava em um teritérlo 90 sul da nace chamade Wallachia, &s mar- _gens do rio Danio, prximo da frontelra com a Turgua, cujo domino eraconstantemente ameacado pelos turcos. © principe, cuja pa, Viad Il, 4 era chamado de rac (ou dem6nio), cou fameso por suas investidas mi 1168. Renato Bandeirade Gouvéa Machado ltares contra 0s turcos e também por sua enorme crue ddade com seus inimigos e compatrotas (nobres rebeldes fe cidados ordindrios), utilzandovse das mals perversas ‘tortures par, através do medo, manter ocomando.O em- palamento nio era sua Unica forma de tortura. Também ‘axiam parte de seu repertéro 0 escalpo,acegueira, mu ‘lagio ou cozinharvivas as suas visas e posteiormente entregé-las dos animals selvagens. Hs, no entanto outro Fado da histéra, presente no folclore popular romeno, no ‘qual ele ¢ um bravo guerreio que defende sua terra natal, Iimplacdvel com 0s ricos, porém um poderoso amigo dos pobres. Teri sido casado duas vetes, sendo sua primeira ‘mulher uma Sucid. Pouco se sabe sobre ela, mas ¢af que Hart fundamentaatransformacio de Vlad no vampiro Ori- cul, fsa transformagio pela perda do amor da sua ama- dda exposa, alia & semethanga entre a esposa de Harker e 54a, 0 lltmotif que desencadela toda ahistéria e seus desdobramentos. Ou seja logo na primeira sequéncia,so- ‘mos colocadoe dant do fato que desencadearé tudo que val ocorrer nesse drama e ele sempre comandard as ages {a légica da montagem. Sem importar em que momento do drama estamos, sempre estaremos dentro desseconfl- ta: a amar do conde pela sua perdida esposae, por conse fuinte, por Mina, ue é sua imagem e semelhanga Nas palavas do préprio Coppola: “Quando li oro: telro de Jim, eu pense que ele fez uma bilhanteinovara0 ‘usando ahistrla do principe Vlad para fazer um enquadra- ‘mento de toda aistéria 2 histria de amor entre o conde Vlad e Mina & a grande masifiago que 05 autores do ime fizeram em ‘elagdo 20 lvro de Stoker. Ela ¢ fundamental para a trans- {COPPOLA Francs Ford. HAR ames. reel: the ln an the legend, Nov ors Newmar rs, 1992p. ‘Aluz montagem 169 formagio que o filme trax em relagKo 20 signifieado do personagem de Oréculae abre uma persnectiva diferente para anarrativa.Drécula sempre nos fol mostrado na tela ‘como uma personifeagSo do mal em si. Desde of filmes {ue tinham Bela Lugosi como protagonista,cujo primelo data de 1931, passando mesmo pelo expressionista Nos feratu, cléssco de 1922 do cineasta FW. Murnau (1888- 41931), até pelo seu remoke feito em 1979 por Werner Hera0g (1942), vampire encamao mau e deve er temido or todos. Nao deseja nada além de espalhar 2 desgraca por onde passa. € uma cratura identificada com Satands, ‘2a morte vem 2 seu rebogue. O medo eo elemento eré- ‘eo Imperam nas transposigdes para a tela da historia do conde. A mudanga de foco trazida pelo filme de Coppola consiste em purar para primsiro plano a histéria de amor entre ambos e repensar o significado da figura mitica do vvampiro sob um outro ponto de vista, cosa que sé conse- {ue por intraduzir a histéria do.conde Vlad e sua esposa: ‘Outs grande mudanga dl histria de Stoker & ‘que Mina, em ver de se tansformar numa im- Placévl eacadora de vampirs, volta sua arma Contra seu marido e os outros matadores de ‘vampires, porque ela ests profuncamente apa xonada por récula. Ome dé mais énfase 20 ‘aso de amor de que’ historia de hoor ‘A lconografia do vampiro no cinema, até 0 Slime de Coppola, o traz como esse representante na terra do ‘mal em si. Apés 0 longa-metragem de 1982, justamen- te por nele ter sido levada 8 cue condigSo devido a um trande amor que Ihe fol trado pelo mesmo Deus cristo SS WeNALL, Reymond FLORESCU, Radu. Em basco de Oreo © cur vorpiros. 80 Pl: Meter, 195, 280, 170. Renato Bendeirade Gouvéa Machado or quem lutava, ele passa a poder ser entendido como lum condenado! Condenado 2 passar 0 tempo entre os hhumanos e suas mazelas por toda a eternidade pelo Deus ‘que renegou devido a um amor descontrolado. Mazelas estas que s30 mais horrendas que aquelas que ele mes- ‘ma pode impor a suas viimas: 1s inimeros errs porpetrados pelos humanos {clongo de séculos ara os vampiros parece ‘em muito menos terres do que o supervam- iro Drala e Stoker ~ ou 90 minimo cera ‘mente menos cris do que oshumanos™ the negado 0 descanso da morte! Essa muan ‘3 de 6ptica sobre a historia transforma o fllme de certa forma também em um romance, que poderia ser dito exis tencialista, 6 que & caleado nas questdes de vide e morte e seus signifcados. Essa transformacéo & determinante para algumas questées ligadae & montagem do filme. Estrutu: ras de suspense esusto(aqul entendido quando acontece ‘algo em que nem o personagem, nem o espectadar tém conhecimento} no delxam de exist, mas cedem espaga para cenasroménticas, em que acadéncia entre os planos < mals suave para que o espectador possa sentir as emo- 62s poderosas a que esto submetidos os personagens. (romance de Bram Stoker tem uma estrutur pis- ‘olay, ou sea, se utilea de uma série de documentos pare conduit a narrative. Dessa forma, atransricio de cartas centre 08 personagens, do divi dos mesmos ou de matéias de jonalsSo 0 que corpo &narrativa tersria de Drécu a. No flme, Coppola faz uso desse fato para poder contar FE WNL Faymond FLORESCU, Rad Em busca de Orde € ‘outro vorpar S80 Pal: Mere, 185, 9,167 Aluzmontagem 171 ‘coma presenga constonte de naradores om off A chamada Voice over (vor de um narrador que se estabelece sobre imagem) & recoreente no ime, o que facta aconduglo da harrativa e por ser, também no Fle, identifeada com os documentos que dio corpo 3 narativa testa, no cause rnenhum estranhamento no espectador e muito menos In terferenoestabelecimento da montagem clssca \Virias doe procedimentes aqui identicados como estruturas de montagem desenvolvidas apés 0 sis tema de narragio de Griffth e que foram consoidadas pela linguagem clssico-narrativa so comuns no filme de ‘Coppola. Para comesar, falemos da montagem paralele.J6 ‘réxlmo ao final do filme, Oréculaesté Indo 20 encontro ‘de Mina em seu castelo na Transivania. Mina fl anterir- mente junto com Van Helsing, Oricula transportado por seus atsecas dentro de uma carrora onde esté seu cao ‘envolto por sua terra natal. Harker eos antigos pretenden- ‘tes de Lucy, a quem 0 vampir jé mordeu e que, gragas @ isso, teve que ser morta por eles, perseguem a carrora do conde para evtar que ele chegue a0 castelo.Apersegulkgo deve atingi seu fim antes do sol se pr, pos, com a calda da noite, o vampieo ganhe vida @ seus poderes tomnam di fell combaté-o, O ponto em que se inca a cena & usta ‘mente o momento em que Van Helsing, aps olhar por um bindculo e vislumbrar a perseguicso, di: “Esto correndo contra 0 por do sol Tavs saa tarde demas.” A segunda parte da frase de Helsing dita dentro do segundo plano da cena, que nos mostra oso se pondo por entre nuven. ‘frase jf nos dl que vamos ver, desse ponto em dlante, tum corrida contra o tempo. A ago que vemos na segun= do plano da cena ¢ recorrente durante todo seu contedo. Planos do sol se pondo por entre nuvens perpassam toda 1 cena. 2zes planos #80 fundamentais nessa construsdo, 172. Renato Bandetrade Gouvéa Machado o's Bo eles que nos dio a reeréncia da passagem do tempo e cram o suspense. € importante notar que a a¢50 vista nesses planes & apresentada com a velocidade leve- mente acelerada, 0 que marca essa impressS0 de corrda contra algo que acontece muito rapldamente, Pode-se per- ceber que temos toda a estrutura da montagem paral! {18s agdes que acontecem simuitaneamente, a caminhada de Mina e Van Helsing para o castelo, ade Orécula pare o mesmo e a de Harker junto com os pretendentes de Mina atiés do conde ~ uma demarcario de tempo que nos d ‘um limite que deve ser atingdo: 0 pér do so um panto ara onde toda a acio converge: o caste, ‘Marcado 0 ponto de inicio da a¢30, olhando a cena como um todo e com algum elstanciamenta, vé-se ‘que o ritmo da ediglo ¢ extremamente intanzo. So Im- pressionantes 121 planos em 3min 275 de cena. Os pla- ‘os variam entre 0,15, 0s mais curtos e 5,18, © mals lon- 0. Percebe-se pela quantidade de planos em t#o pouco tempo a intensidade que o dietor impae & asdo através ‘da montagem, Nosso olhar & deslocado dentro da a¢80 muitas vezes e de maneiraincessante.O suspense criado na perseguicSo com uma montagem tio frendtica deka © ‘espectador roendo as unhas. Outro dado importante & 0 fato de que a camera, durante a maior parte dos planos, cesté em movimento, acentuand a impressio de veloida. ‘de que perpassa @ acSo. Seo pequenas panorimicas que ‘dio. sensaczo de ter sempre uma céimerarna mio ou uma steadycam {mecanismo que dea a cimera pesa ao corpo do cinegrafsta com um sistema de amortecimenta para ex. tabilzar 0 movimento da mesma) flmando parte da acio, COsplanos do encadeados de acorde coma neces- sidade que o espectador tem de compreensto da histra Nada 6 gratuite. Quando vemos um plano mais aberta com Aluzmontagem 173 a cimera fha © 0 castolo & direta, é porque precisamos nos localizar em rlarSo &clstancia que ands falta percot- ‘er para alcangélo, Se vemos Harker ser forcado a puxar ‘uma espada para soltar © hamem preso ards da eartoga, « porque essa espade srs fundamental no prosseguimen- ta da hstia. Os planos do Sol por entre as nuvens nos «30 regularmente a sensacdo da corida contra 0 tempo. CO sobretudo de Quincy & claro para que fique evidente sua ‘mancha de sangue, etc. Sdo Inimeros os fatos e exemplos disso durante o transcorrer da cena, e no serla possivel aqui enumera todos. 6 dentro dessa sequéncia em montagem parale- la, Coppola faz usa de um sem nimero de estruturas para savizar as descontinuidades provocadas pelos sucessivos cortes em grande quantidade. Assim, vemos inimeros cr tes diluids pelo movimento do ator interrompido em um onto de vista e continuado em outro, os cortes em movi: ‘mento; a utliearSo de efeitos especfcos da banda sonora para a mudanga de plano, coma acentuagdes de misica €ruldos especiios (0 choque de espadas, por exemplo}; a continuagdo de um determinado movimento da cimer ‘ente um plano e outro, como uma panordmica da esque ‘da para a direits que se inicia em um plano © se mantém no plano consecutivo mesmo que a acHona tela agora sea ‘utra; a movimentacSo de um plano a outro sugerida pelo pponto de vista da personagem em destaque no plano in- ial; a interpenetragdo da banda sonora de um plano no ‘outro, como a voz de um personayem que seca quando ‘a imagem ainda ndo o esté mostrando; 0 aproveitamenta da insereSo dos planos que marcam a passagem do tempo para o deslocamento da imagem para outro eo de ardo; (0s planos que se inicam jd com os personagens em meio 205 movimentos que determinam suas agBes, come nos 4174 Renato Bandela de Gouvéa Machado planos de luta por exemplor a ago do personagem em um plano que acarreta um efeitono plano segunte, como um ‘ro que surge no primeiro plano e atnge seu alvo no se- undo; 2 voz de um personagem clamando por outro que serd 0 exo da ago no plano subsequente ~ esses so, en- ‘tre outros elementos frtamente utlizadosna edo des- sacena de persegulgio. desnacestrio dizer que essas estuturas carac- terlticas do estabelecimento da continuidade da narratva clssca vo mult além da sequéncia citada. Durante todo fo filme, temos repeticBes de tals estruturas. Por se tratar de um filme reacionado & figura do vampire, os momentos de sustoe suspense (com estruturas de montagem que le- ‘ama tas sentimentos perpetuados pela narratva clssca) se fazom também presentes, como j6 sallentel.Podemos ver, por exemplo, uma grande tensio de suspense, segu- da de um susto, na pequena cena em que Harker se corta fazendo a barbs clante do conde em sua primeira Ida 30 castelo, Essa cena comega com a voz de Harker fazondo © tespectador ouvir uma parte de seu didrio enquanto ele se barbeta. A pina lida & vista ocupando a metade do qua- dro em uma superposigio de imagens. Em seguids, vemos ‘um plano deta com a mo do conde se aproximando, No plano seguinte, vemos a mao chegando préxima a Harker, ‘que est de costs, olhando um espelho. Além da aprox- ‘ago da mifo do conde oferecendo algum pergo e crian- do suspense |é que o espectador sabe de ta ato enquan- to Harker ndo, essa cena é impartante para o espectador tomar ciéncia que a imagem do vampito nBo & visivel 20 cespelho: Harker, dlante do espelho, nfo consogue vila A ‘cena proseegue Harker pressente a aprosimacao do conde, Involuntariamente se corta com anavalha e se vra brusce- ‘mente; @cimera procurao conde, cempanha o movimen- ‘Aluzmontagem 175 to do Harker (regia por ele, como na mais clissca tra ole ele, em ver de estar se aprosimando de Harker, esta parado 8 solera da porta. Uma trucagem segue a cena: a porta se fecha sozinha, eo conde desiza, como se Mutuasse até Harker. O conde dz a Harker para tomar cuidado, pois lum corte pode ser mas perigoso do que ele imagina; sua Jmagem ndo aparece no espelho que se parte para evtar {que Harker operceba em um corte abrupto, a imagem do espelio ocupa toda a tela enquanto ele se estihaca, dando ‘um susto em Harker e no espectador. Aqui, vimos uma cena ra qual estruturas de suspense e susto se combinam em tum tempo bem curto, Tas estruturas tambérm marcam 2 rnarrativa clissia e se repetem ao longo do fie. -Aproveitando o fate de na cena acima citada acon- tecerem trucagens, falemos agora um pouco sobre elas. © filme, como um todo, € recheada dela. Ha trucagens de todos 08 tpos: superposkgo de imagens, como ada carta que cite; flmagem em velocdade alterada, coma na se- ‘quénela das noivas vampieas com Harker, em que 0 conde aparece andando pelas paredes externas do castle, visi- velmente em velocidade alterada; uma montagem descon- tinua entre estranhosplanos de velocidade alterada quan do a cimera toma o lugar do olhar do conde transformado fem uma besta-fera, espécie de lobo (est a a justificatva para tal montagem); utlzaeSo de computacio graficage- rando anéis 6e foro em torno de Mina quando ela invoca uma praga, jé na sequéncia final; a uilzagdo de abertu ra.em fode con fis circular, combinada com a velocidade alterada, quando da primeira cena do conde em Londres, ‘que é ume cara eitagS0 a08 primérdios do cinema, em um momento de metalinguagem do filme, etc. Nesta dita ‘cena especifica,temos inclusive uma vor chamando 0s es: pectadores para se deliiarem com a mais nova sensagio 176 Renato Bondeka de Gowta Machado tecnolégia: 0 cinematégrato. Essa cena tem prossegui- ‘mento com um encontro entre Mina e o conde que se d ‘em uma feira na qual uma das atracdes 6 0 cinematégrafo. CO conde se utiliza do cinematdgrafo para se aproximar de ‘Mina, perguntando-a onde pode encontré-lo. Mina acaba or leviloatéocinematografo, ea primeira cena de amor de ambos acontece tendo a0 fundo a project de filmes do comego do cinema. Outra atragie da fei onde se encon- tra ocinematdgrafo& o teatro de sombras, onde est sen- do representada uma cena de batalha entre mouros e cr's- ‘tos, coma aquela que no comeco do filme nos introdu a histéria do conde. Sobre a trucagensutlizadas no flme, 3 diego procura aproximar as mesmas daquelas utlzadas no primeira cinema. Nas palavras do préprio Coppola és explores a tadigbo do primaio cinema, 1a em que mégios toureram ocinema para ‘© mundo ~ que foo periedo no qua toes es reve Drdeul. Ents, nds usamos muitos da- ‘ueles efatosingénuos,truques feitos com &

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