You are on page 1of 59

Notas de aula de Álgebra Linear Aplicada

Aula 3

Vanessa Botta1
1 Departamento de Matemática e Computação

Faculdade de Ciências e Tecnologia da UNESP


Campus de Presidente Prudente

Programa de Pós-Graduação em Matemática Aplicada e


Computacional

1 / 35
Transformações Lineares
Definição
V , W : espaços vetoriais sobre F . Chamamos de transformação
linear de V em W a toda função T : V → W que satisfaz
1 T (u + v ) = T (u) + T (v ), ∀u, v ∈ V ;
2 T (αv ) = αT (v ), ∀α ∈ F , ∀v ∈ V .

Tais condições são equivalentes a

T (αu + v ) = αT (u) + T (v ).

Observação
T (0V ) = 0W .

De fato,
T (0V ) = T (0V + 0V ) = T (0V ) + T (0V ) ⇒ T (0V ) =
T (0V ) − T (0V ) = 0W .
2 / 35
Transformações Lineares

Notações:

L(V , W ) = {T : V → W |T é transformação linear};


L(V ) = {T : V → V |T é transformação linear};

Definição
Chamamos de operador linear a todo elemento de L(V ).

Observação
L(V , W ) é um e.v. sobre F ;
F , G ∈ L(V , W ), λ ∈ F ,
λF + G : V → W , (λF + G )(v ) = λF (v ) + G (v ), ∀v ∈ V .

3 / 35
Transformações Lineares - Exemplos

T :V →W
T (v ) = 0, ∀v ∈ V (função nula)
∀v1 , v2 ∈ V , ∀α ∈ F ,
T (αv1 + v2 ) = 0 = α0 + 0 = αT (v1 ) + T (v2 ).
Id : V → V
Id (v ) = v , ∀v ∈ V (função identidade)
∀v1 , v2 ∈ V , ∀α ∈ F ,
Id (αv1 + v2 ) = αv1 + v2 = αId (v1 ) + Id (v2 ).
V = Mm×n (F ), A ∈ Mm×m (A fixa)
T : V → V , T (X ) = AX , X ∈ V (Am×m Xm×n )
∀X1 , X2 ∈ V , ∀α ∈ F ,
T (αX1 + X2 ) = A(αX1 + X2 ) = αAX1 + AX2 =
αT (X1 ) + T (X2 ).

4 / 35
Transformações Lineares - Exemplos
T : V → V , R∞
T (x1 , x2 , . . .) = (0, x1 , x2 , . . .) ∀v1 , v2 ∈ V , ∀α ∈ F ,
v1 = (x1 , x2 , . . .) e v2 = (y1 , y2 , . . .),
αv1 +v2 = α(x1 , x2 , . . .)+(y1 , y2 , . . .) = (αx1 +y1 , αx2 +y2 , . . .)
T (αv1 + v2 ) = (0, αx1 + y1 , αx2 + y2 , . . .) =
α(0, x1 , x2 , . . .) + (0, y1 , y2 , . . .) = αT (v1 ) + T (v2 ).
V = P(F ), T : V → V , p(x) = a0 + a1 x + . . . + an x n ,
T (p(x)) = a1 + 2a2 x + . . . + na)nx n−1 (operador derivação)
∀p1 , p2 ∈ V , ∀α ∈ F , p1 (x) = a0 + a1 x + . . . + an x n ,
p2 (x) = b0 + b1 x + . . . + bm x m (m ≤ n)
αp1 + p2 = αa0 + αa1 x + . . . + αam x m + αam+1 x m+1 + . . . +
αan x n + b0 + b1 x + . . . + bm x m =
= (αa0 + b0 ) + (αa1 + b1 )x + . . . + (αam + bm )x m +
αam+1 x m+1 + . . . + αan x n
T (αp1 + p2 ) = (αa1 + b1 ) + 2(αa2 + b2 )x + . . . + m(αam +
bm )x m−1 + α(m + 1)am+1 x m + . . . + αnan x n−1 =
αT (p1 ) + T (p2 ).
5 / 35
Transformações Lineares

Observação
V , W : espaços vetoriais sobre F , V de dimensão finita.
Toda t. l. T : V → W fica completamente determinada quando
especificamos T (B) para alguma base B = {v1 , v2 , ..., vn } de V .
Então, ∀v ∈ V , v = α1 v1 + α2 v2 + ... + αn vn , αi ∈ F , i = 1, ..., n;

T (v ) = T (α1 v1 + α2 v2 + ... + αn vn ) = α1 T (v1 ) + ... + αn T (vn ).

Portanto, conhecendo T (v1 ), ..., T (vn ), conhecemos a t. l. T .

6 / 35
Transformações Lineares

Teorema
V , W : espaços vetoriais sobre F , V de dimensão finita;
{v1 , v2 , ..., vn }: base ordenada de V ; w1 , w2 , ..., wn : vetores
arbitrários de W . Existe uma única t. l. T : V → W tal que
T (vj ) = wj , j = 1, ..., n.

Demonstração: tarefa.
Observação
Este resultado nos diz que, se S, T ∈ L(V , W ) e S, T coincidem
numa base de V , então S ≡ T , pois seja v ∈ V .

S(v ) = S(α1 v1 + . . . + αn vn ) = α1 S(v1 ) + . . . + αn S(vn ) =


= α1 T (v1 ) + . . . + αn T (vn ) = T (α1 v1 + . . . + αn vn ) =
= T (v ), ∀v ∈ V .

7 / 35
Transformações Lineares

Definição
V , W : espaços vetoriais sobre F e T ∈ L(V , W ). Definimos:

kerT = {v ∈ V |T (v ) = 0W } e

ImT = {T (v ) ∈ W |v ∈ V } = {w ∈ W |∃v ∈ V com T (v ) = w }.

Observação
kerT 6= ∅ e ImT 6= ∅.

De fato, T (0V ) = 0W implica que 0V ∈ ketT e 0W ∈ ImT .


Teorema
V , W : espaços vetoriais sobre F e T ∈ L(V , W ). Então kerT ≤ V
e ImT ≤ W .

Demonstração: tarefa.
8 / 35
Transformações Lineares

Teorema
V , W : espaços vetoriais sobre F e T ∈ L(V , W ). Então T é
injetora se, e somente se, kerT = {0}.

Esboço da demonstração:

9 / 35
Transformações Lineares

Teorema
V , W : espaços vetoriais sobre F e T ∈ L(V , W ). Então T é
injetora se, e somente se, kerT = {0}.

Esboço da demonstração:
T injetora implica que kerT = {0}:

9 / 35
Transformações Lineares

Teorema
V , W : espaços vetoriais sobre F e T ∈ L(V , W ). Então T é
injetora se, e somente se, kerT = {0}.

Esboço da demonstração:
T injetora implica que kerT = {0}:
T é injetora se T (v1 ) = T (v2 ) ⇒ v1 = v2 ;

9 / 35
Transformações Lineares

Teorema
V , W : espaços vetoriais sobre F e T ∈ L(V , W ). Então T é
injetora se, e somente se, kerT = {0}.

Esboço da demonstração:
T injetora implica que kerT = {0}:
T é injetora se T (v1 ) = T (v2 ) ⇒ v1 = v2 ;
kerT = {v ∈ V |T (v ) = 0};

9 / 35
Transformações Lineares

Teorema
V , W : espaços vetoriais sobre F e T ∈ L(V , W ). Então T é
injetora se, e somente se, kerT = {0}.

Esboço da demonstração:
T injetora implica que kerT = {0}:
T é injetora se T (v1 ) = T (v2 ) ⇒ v1 = v2 ;
kerT = {v ∈ V |T (v ) = 0};
v1 , v2 ∈ kerT implica que T (v1 ) = 0 e T (v2 ) = 0;

9 / 35
Transformações Lineares

Teorema
V , W : espaços vetoriais sobre F e T ∈ L(V , W ). Então T é
injetora se, e somente se, kerT = {0}.

Esboço da demonstração:
T injetora implica que kerT = {0}:
T é injetora se T (v1 ) = T (v2 ) ⇒ v1 = v2 ;
kerT = {v ∈ V |T (v ) = 0};
v1 , v2 ∈ kerT implica que T (v1 ) = 0 e T (v2 ) = 0;
T (v1 ) = T (v2 ) = 0 ⇒ v1 = v2 = 0.

9 / 35
Transformações Lineares

Teorema
V , W : espaços vetoriais sobre F e T ∈ L(V , W ). Então T é
injetora se, e somente se, kerT = {0}.

Esboço da demonstração:
T injetora implica que kerT = {0}:
T é injetora se T (v1 ) = T (v2 ) ⇒ v1 = v2 ;
kerT = {v ∈ V |T (v ) = 0};
v1 , v2 ∈ kerT implica que T (v1 ) = 0 e T (v2 ) = 0;
T (v1 ) = T (v2 ) = 0 ⇒ v1 = v2 = 0.
ketT = {0} implica que T é injetora:

9 / 35
Transformações Lineares

Teorema
V , W : espaços vetoriais sobre F e T ∈ L(V , W ). Então T é
injetora se, e somente se, kerT = {0}.

Esboço da demonstração:
T injetora implica que kerT = {0}:
T é injetora se T (v1 ) = T (v2 ) ⇒ v1 = v2 ;
kerT = {v ∈ V |T (v ) = 0};
v1 , v2 ∈ kerT implica que T (v1 ) = 0 e T (v2 ) = 0;
T (v1 ) = T (v2 ) = 0 ⇒ v1 = v2 = 0.
ketT = {0} implica que T é injetora:
v1 , v2 ∈ kerT tal que T (v1 ) = T (v2 );

9 / 35
Transformações Lineares

Teorema
V , W : espaços vetoriais sobre F e T ∈ L(V , W ). Então T é
injetora se, e somente se, kerT = {0}.

Esboço da demonstração:
T injetora implica que kerT = {0}:
T é injetora se T (v1 ) = T (v2 ) ⇒ v1 = v2 ;
kerT = {v ∈ V |T (v ) = 0};
v1 , v2 ∈ kerT implica que T (v1 ) = 0 e T (v2 ) = 0;
T (v1 ) = T (v2 ) = 0 ⇒ v1 = v2 = 0.
ketT = {0} implica que T é injetora:
v1 , v2 ∈ kerT tal que T (v1 ) = T (v2 );
0 = T (v1 ) − T (v2 ) = T (v1 − v2 ) ⇒ v1 − v2 ∈ kerT ⇒
v1 − v2 = 0 ⇒ v1 = v2 .
9 / 35
Transformações Lineares

Definição
V , W : espaços vetoriais sobre F , ambos de dimensão finita e
T ∈ L(V , W ).
1 o posto de T (ρ(T )) é a dimensão da imagem de T .
2 a nulidade de T (η(T )) é a dimensão do núcleo de T .

Lema
V , W : espaços vetoriais sobre F e T ∈ L(V , W ). Se
B = {v1 , v2 , . . . , vn } é uma base de V então {T (v1 ), . . . , T (vn )}
gera ImT .

De fato, seja v ∈ ImT . Por definição, ∃u ∈ V tal que T (u) = v .


Podemos escrever u = α1 v1 + . . . + αn vn . Assim,

v = T (u) = α1 T (v1 ) + . . . + αn T (vn ).

10 / 35
Transformações Lineares

Teorema
V , W : espaços vetoriais sobre F , ambos de dimensão finita e
T ∈ L(V , W ).
dimV = η(T ) + ρ(T ).

Demonstração: tarefa.

11 / 35
Transformações Lineares - Exemplo

Exemplo
Considere a transformação linear T : R3 → R definida por
T (x, y , z) = −x + y + 2z. Determine Ker (T ), Im(T ),
dimKer (T ) e dimIm(T ).

Resolução
kerT : kerT = {v ∈ V |T (v ) = 0}, v = (x, y , z).
T (x, y , z) = 0 ⇔ −x + y + 2z = 0 ⇔ x = y + 2z.
v = (y + 2z, y , z) = y (1, 1, 0) + z(2, 0, 1)
Portanto, kerT = [(1, 1, 0), (2, 0, 1)] e η(T ) = 2.
ImT : ImT = {T (v ) ∈ R|v ∈ R3 }.
ImT = {T (v ) ∈ R|v ∈ R3 } = {−x + y + 2z|x, y , z ∈ R} =
{t|t ∈ R} = [1]. Portanto, ImT = [1] e ρ(T ) = 1.
Observe que 3 = dimR3 = η(T ) + ρ(T ).

12 / 35
Isomorfismos

Definição
V , W : espaços vetoriais sobre F . Dizemos que V e W são
isomorfos quando existe T ∈ L(V , W ) bijetora (T é chamada de
isomorfismo de V em W ). Notação: V ∼ = W.

Teorema
V : espaço vetorial sobre F de dimensão finita n. Então V ∼
= F n.

13 / 35
Isomorfismos

Esboço da demonstração

14 / 35
Isomorfismos

Esboço da demonstração
B = {v1 , v2 , . . . , vn } base de V ;

14 / 35
Isomorfismos

Esboço da demonstração
B = {v1 , v2 , . . . , vn } base de V ;
Definimos:

T : Fn → V
(α1 , . . . , αn ) 7→ T (α1 , . . . , αn ) = α1 v1 + . . . + αn vn .

14 / 35
Isomorfismos

Esboço da demonstração
B = {v1 , v2 , . . . , vn } base de V ;
Definimos:

T : Fn → V
(α1 , . . . , αn ) 7→ T (α1 , . . . , αn ) = α1 v1 + . . . + αn vn .

Observe que T ∈ L(F n , V ), pois T é uma transformação linear.

14 / 35
Isomorfismos

Esboço da demonstração
B = {v1 , v2 , . . . , vn } base de V ;
Definimos:

T : Fn → V
(α1 , . . . , αn ) 7→ T (α1 , . . . , αn ) = α1 v1 + . . . + αn vn .

Observe que T ∈ L(F n , V ), pois T é uma transformação linear.


Além disso, se T (α1 , α2 , . . . , αn ) = 0, segue que
α1 v1 + α2 v2 + . . . + αn vn = 0, ou seja, α1 = α2 = . . . = αn = 0.

14 / 35
Isomorfismos

Esboço da demonstração
B = {v1 , v2 , . . . , vn } base de V ;
Definimos:

T : Fn → V
(α1 , . . . , αn ) 7→ T (α1 , . . . , αn ) = α1 v1 + . . . + αn vn .

Observe que T ∈ L(F n , V ), pois T é uma transformação linear.


Além disso, se T (α1 , α2 , . . . , αn ) = 0, segue que
α1 v1 + α2 v2 + . . . + αn vn = 0, ou seja, α1 = α2 = . . . = αn = 0.
Logo, kerT = {(0, 0, . . . , 0)} e então T é injetora.

14 / 35
Isomorfismos

Esboço da demonstração
B = {v1 , v2 , . . . , vn } base de V ;
Definimos:

T : Fn → V
(α1 , . . . , αn ) 7→ T (α1 , . . . , αn ) = α1 v1 + . . . + αn vn .

Observe que T ∈ L(F n , V ), pois T é uma transformação linear.


Além disso, se T (α1 , α2 , . . . , αn ) = 0, segue que
α1 v1 + α2 v2 + . . . + αn vn = 0, ou seja, α1 = α2 = . . . = αn = 0.
Logo, kerT = {(0, 0, . . . , 0)} e então T é injetora.
Para mostrar que T é sobrejetora, devemos mostrar que ImT = V ,
ou seja, ImT ⊂ V e V ⊂ ImT .

14 / 35
Isomorfismos

Esboço da demonstração
B = {v1 , v2 , . . . , vn } base de V ;
Definimos:

T : Fn → V
(α1 , . . . , αn ) 7→ T (α1 , . . . , αn ) = α1 v1 + . . . + αn vn .

Observe que T ∈ L(F n , V ), pois T é uma transformação linear.


Além disso, se T (α1 , α2 , . . . , αn ) = 0, segue que
α1 v1 + α2 v2 + . . . + αn vn = 0, ou seja, α1 = α2 = . . . = αn = 0.
Logo, kerT = {(0, 0, . . . , 0)} e então T é injetora.
Para mostrar que T é sobrejetora, devemos mostrar que ImT = V ,
ou seja, ImT ⊂ V e V ⊂ ImT .
ImT ⊂ V (óbvio).

14 / 35
Isomorfismos
Esboço da demonstração
B = {v1 , v2 , . . . , vn } base de V ;
Definimos:
T : Fn → V
(α1 , . . . , αn ) 7→ T (α1 , . . . , αn ) = α1 v1 + . . . + αn vn .
n
Observe que T ∈ L(F , V ), pois T é uma transformação linear.
Além disso, se T (α1 , α2 , . . . , αn ) = 0, segue que
α1 v1 + α2 v2 + . . . + αn vn = 0, ou seja, α1 = α2 = . . . = αn = 0.
Logo, kerT = {(0, 0, . . . , 0)} e então T é injetora.
Para mostrar que T é sobrejetora, devemos mostrar que ImT = V ,
ou seja, ImT ⊂ V e V ⊂ ImT .
ImT ⊂ V (óbvio).
V ⊂ ImT : sejam v ∈ V , v = α1 v1 + . . . + αn vn , αi ∈ F ,
i = 1, . . . , n, e (α1 , α2 , . . . , αn ) ∈ F n . Então,
T (α1 , . . . , αn ) = α1 v1 + . . . + αn vn = v .
Portanto, v ∈ ImT . 14 / 35
Isomorfismos

Observação
1 A composição de duas t. l. (composição de funções, desde
que faça sentido) é uma t. l..

F : V → W,G : W → V
(F ◦ G )(w ) = F (G (w )).

2 Se T ∈ L(V , W ) é bijetora então T −1 : W → V é bijetora


(T −1 ∈ L(W , V )).

T : V → W , T −1 : W → V
T ◦ T −1 = IW , T −1 ◦ T = IV
T (T −1 (w )) = w , T −1 (T (v )) = v .

15 / 35
Isomorfismos

Proposição
V , W : espaços vetoriais sobre F , ambos de mesma dimensão finita
n ≥ 1, T ∈ L(V , W ). As seguintes afirmações são equivalentes:
1 T é um isomorfismo;
2 T é injetora;
3 T é sobrejetora.

Esboço da demonstração:

16 / 35
Isomorfismos

Proposição
V , W : espaços vetoriais sobre F , ambos de mesma dimensão finita
n ≥ 1, T ∈ L(V , W ). As seguintes afirmações são equivalentes:
1 T é um isomorfismo;
2 T é injetora;
3 T é sobrejetora.

Esboço da demonstração:
1 ⇒ 2: definição de isomorfismo.

16 / 35
Isomorfismos

Proposição
V , W : espaços vetoriais sobre F , ambos de mesma dimensão finita
n ≥ 1, T ∈ L(V , W ). As seguintes afirmações são equivalentes:
1 T é um isomorfismo;
2 T é injetora;
3 T é sobrejetora.

Esboço da demonstração:
1 ⇒ 2: definição de isomorfismo.
2 ⇒ 3: T é injetora ⇒ kerT = {0} ⇒ η(T ) = 0.

16 / 35
Isomorfismos

Proposição
V , W : espaços vetoriais sobre F , ambos de mesma dimensão finita
n ≥ 1, T ∈ L(V , W ). As seguintes afirmações são equivalentes:
1 T é um isomorfismo;
2 T é injetora;
3 T é sobrejetora.

Esboço da demonstração:
1 ⇒ 2: definição de isomorfismo.
2 ⇒ 3: T é injetora ⇒ kerT = {0} ⇒ η(T ) = 0.
Como dimV = dimW = n e dimV = η(T ) + ρ(T ), então
ρ(T ) = n. Além disso, ImT ≤ W e assim ImT = W .
Portanto, T é sobrejetora.

16 / 35
Isomorfismos
Proposição
V , W : espaços vetoriais sobre F , ambos de mesma dimensão finita
n ≥ 1, T ∈ L(V , W ). As seguintes afirmações são equivalentes:
1 T é um isomorfismo;
2 T é injetora;
3 T é sobrejetora.

Esboço da demonstração:
1 ⇒ 2: definição de isomorfismo.
2 ⇒ 3: T é injetora ⇒ kerT = {0} ⇒ η(T ) = 0.
Como dimV = dimW = n e dimV = η(T ) + ρ(T ), então
ρ(T ) = n. Além disso, ImT ≤ W e assim ImT = W .
Portanto, T é sobrejetora.
3 ⇒ 1: T é sobrejetora
⇒ ρ(T ) = n ⇒ η(T ) = 0 ⇒ kerT = {0}. Portanto, T é
injetora. Assim, T é um isomorfismo.
16 / 35
Isomorfismos

Teorema
V , W : espaços vetoriais sobre F , ambos de dimensão finita.
Então, V ∼
= W se, e somente se, dimV = dimW .
Esboço da demonstração:

17 / 35
Isomorfismos

Teorema
V , W : espaços vetoriais sobre F , ambos de dimensão finita.
Então, V ∼
= W se, e somente se, dimV = dimW .
Esboço da demonstração:
(⇒) : V ∼
= W ⇒ ∃T : V → W tal que T é bijetora (W = ImT ).

17 / 35
Isomorfismos

Teorema
V , W : espaços vetoriais sobre F , ambos de dimensão finita.
Então, V ∼
= W se, e somente se, dimV = dimW .
Esboço da demonstração:
∼ W ⇒ ∃T : V → W tal que T é bijetora (W = ImT ).
(⇒) : V =
Seja B = {v1 , v2 , . . . , vn } base de V . Já vimos que {T (v1 ), . . . , T (vn )} gera
ImT . Além disso, {T (v1 ), . . . , T (vn )} é l.i. (mostrar!). Logo, dimW = n.

17 / 35
Isomorfismos

Teorema
V , W : espaços vetoriais sobre F , ambos de dimensão finita.
Então, V ∼
= W se, e somente se, dimV = dimW .
Esboço da demonstração:
(⇒) : V ∼
= W ⇒ ∃T : V → W tal que T é bijetora (W = ImT ).
Seja B = {v1 , v2 , . . . , vn } base de V . Já vimos que {T (v1 ), . . . , T (vn )} gera
ImT . Além disso, {T (v1 ), . . . , T (vn )} é l.i. (mostrar!). Logo, dimW = n.
(⇐): Suponha dimV = dimW ,

B = {v1 , v2 , . . . , vn } base de V
B0 = {w1 , w2 , . . . , wn } base de W .

17 / 35
Isomorfismos
Teorema
V , W : espaços vetoriais sobre F , ambos de dimensão finita.
Então, V ∼
= W se, e somente se, dimV = dimW .
Esboço da demonstração:
(⇒) : V ∼= W ⇒ ∃T : V → W tal que T é bijetora (W = ImT ).
Seja B = {v1 , v2 , . . . , vn } base de V . Já vimos que {T (v1 ), . . . , T (vn )} gera
ImT . Além disso, {T (v1 ), . . . , T (vn )} é l.i. (mostrar!). Logo, dimW = n.
(⇐): Suponha dimV = dimW ,

B = {v1 , v2 , . . . , vn } base de V
B0 = {w1 , w2 , . . . , wn } base de W .

Sabemos que existe uma única t. l. T : V → W tal que T (vi ) = wi ,


i = 1, . . . , n. Temos que mostrar que T é bijetora.
T é sobrejtora: seja w ∈ W , w = α1 w1 + . . . + αn wn . Precisamos mostrar que
existe v ∈ V tal que T (v ) = w . Seja v = α1 v1 + . . . + αn vn . Assim,

T (v ) = T (α1 v1 + . . . + αn vn ) = α1 T (v1 ) + . . . + αn T (vn ) =


= α 1 w1 + . . . + α n wn = w .

Portanto, T é sobrejetora. Pela Proposição anterior, T é um isomorfismo.


17 / 35
Exemplos
Exemplo
Seja V = R3 . Verifique se a transformação linear T : V → V dada
por T (x, y , z) = (x, x − y , 2x + y − z) é invertı́vel e, caso seja,
determine a sua inversa.
Resolução
T é injetora?
kerT = {(x, y , z) ∈ R3 |T(x, y , z) = (0, 0, 0)}
 x =0
T (x, y , z) = (0, 0, 0) ⇔ x −y =0⇒y =0 . Logo,
2x + y − z = 0 ⇒ z = 0

kerT = {(0, 0, 0)} e então T é iinjetora.
T é sobrejetora?
ImT = {(x, x − y , 2x + y − z) ∈ R3 |x, y , zR} =
{x(1, 1, 2) + y (0, −1, 1) + z(0, 0, −1)}.
Logo, ImT = [(1, 1, 2), (0, −1, 1), (0, 0, −1)].
18 / 35
Exemplos

Observe que o conjunto B = {(1, 1, 2), (0, −1, 1), (0, 0, −1)} é
l.i. e, consequentemente, B é uma base para ImT . Logo,
como ρ(T ) = 3 = dimR3 , segue que ImT = R3 .
Portanto, T é sobrejetora.
Como T é injetora e sobrejetora, segue que T é bijetora e
então podemos garantir a existência de T −1 .
Seja (a, b, c) ∈ R3 tal que T −1 (x, y , z) = (a, b, c).
(T ◦ T −1 )(x, y , z) = (x, y , z)
T (T −1 (x, y , z)) = (x, y , z) ⇔ T (a, b,
 c) = (x, y , z) ⇔
 a=x
(a, a − b, 2a + b − c) = (x, y , z) ⇔ a−b =y .
2a + b − c = z

Resolvendo o sistema acima encontramos a = x, b = x − y e
z = 3x − y − z.
Portanto, T −1 (x, y , z) = (x, x − y , 3x − y − z).
Observe que (T −1 ◦ T )(x, y , z) = (x, y , z).
19 / 35
Transformações Lineares

V , W : espaços vetoriais sobre F , B = {v1 , v2 , ..., vn } base de V ,


C = {w1 , w2 , ..., wm } base de W e T ∈ L(V , W ).
Para cada j = 1, ..., n, T (vj ) ∈ W e então podemos escrever T (vj )
como c. l. dos elementos da base C :

T (v1 ) = α11 w1 + α21 w2 + ... + αm1 wm


.. .
. = ..
T (vj ) = α1j w1 + α2j w2 + ... + αmj wm
.. .
. = ..
T (vn ) = α1n w1 + α2n w2 + ... + αmn wm
m
X
Portanto, T (vj ) = αij wi , αij ∈ F .
i=1

20 / 35
Transformações Lineares
Seja v = α1 v1 + α2 v2 + ... + αn vn ∈ V .
n
X n
X n
X m
X
T (v ) = T ( αj vj ) = αj T (vj ) = αj ( αij wi ) =
j=1 j=1 j=1 i=1
n
XX m m X
X n m
X
= (αj αij )wi = ( αij αj )wi = βi wi .
j=1 i=1 i=1 j=1 i=1

m
X
Portanto, T (v ) = βi wi ou [T (v )]C = (β1 , . . . , βm )C ou
i=1
     
α11 . . . α1n α1 β1
 .. ..  .  ..  =  ... 
 
 . .   . 
αm1 . . . αmn αn B βm C
A[v ]B = [T (v )]C .

Com isso, temos uma matriz A = (αij ) ∈ Mm×n (F ).


21 / 35
Transformações Lineares

Definição
Chamamos a matriz A = (αij ) dada anteriormente de matriz de T
(das coordenadas de T ) em relação às bases B e C . Notação:
[T ]B,C .

Observação
Duas bases B = {v1 , v2 , ..., vn } e C = {w1 , w2 , ..., wm } de V e W ,
respectivamente, e uma matriz A = (αij ) ∈ Mm×n (F ) determinam
uma única t. l. T ∈ L(V , W ), onde [T ]B,C = A.
Tal fato segue do Teorema 3.1.5 (página 82 do livro - Coelho) -
existência de uma única tl. l. T : V → W tal que T (vi ) = wi ,
i = 1, . . . , n.

22 / 35
Exemplo
Exemplo
V = P3 (F ), D : P3 (F ) → P3 (F ) (operador derivação).
B = {1, x, x 2 , x 3 } e C = {1, 1 + x, 1 + x 2 , 1 + x 3 } bases de V .
Determinar [D]B e [D]B,C .

Resolução
[D]B :
D(1) = 0 = 0.1 + 0.x + 0.x 2 + 0.x 3
D(x) = 1 = 1.1 + 0.x + 0.x 2 + 0.x 3
D(x 2 ) = 2x = 0.1 + 2.x + 0.x 2 + 0.x 3
D(x 3 ) = 3x 2 = 0.1 + 0.x + 3.x 2 + 0.x 3
 
0 1 0 0
 0 0 2 0 
Logo, [D]B = 
 0 0 0 3 .

0 0 0 0
23 / 35
Exemplo

[D]B,C :

D(1) = 0 = 0.1 + 0.(1 + x) + 0.(1 + x 2 ) + 0.(1 + x 3 )


D(x) = 1 = 1.1 + 0.(1 + x) + 0.(1 + x 2 ) + 0.(1 + x 3 )
D(x 2 ) = 2x = −2.1 + 2.(1 + x) + 0.(1 + x 2 ) + 0.(1 + x 3 )
D(x 3 ) = 3x 2 = −3.1 + 0.(1 + x) + 3.(1 + x 2 ) + 0.(1 + x 3 )
 
0 1 −2 −3
 0 0 2 0 
Logo, [D]B,C =   0 0 0
.
3 
0 0 0 0

24 / 35
Transformações Lineares
Teorema
U, V , W : espaços vetoriais; F ∈ L(U, V ), G ∈ L(V , W );
dimU = n, dimV = m e dimW = r .
B base de U, B 0 base de V e B 00 base de W .
Então [G ◦ F ]B,B 00 = [G ]B 0 ,B 00 .[F ]B,B 0 .

Esboço da demonstração:
B = {u1 , u2 , . . . , un } base de U;
B 0 = {v1 , v2 , . . . , vm } base de V ;
B 00 = {w1 , w2 , . . . , wr } base de W .
m
X
[F ]
B,B 0 = (aij ) ∈ Mm×n , onde F (uj ) = aij vi , j = 1, . . . , n;
i=1
Xr
[G ]B 0 ,B 00 = (bki ) ∈ Mr ×m , onde G (vi ) = bki wk , i = 1, . . . , m;
k=1
r
X
[G ◦ F ]B,B 00 = (ckj ) ∈ Mr ×n , onde (G ◦ F )(uj ) = ckj wk , j = 1, . . . , n.
k=1 25 / 35
Transformações Lineares
Mas
Xm m
X
(G ◦ F )(uj ) = G (F (uj )) = G ( aij vi ) = aij G (vi )
i=1 i=1
m
X Xr m X
X r
= aij ( bki wk ) = ( aij bki wk )
i=1 k=1 i=1 k=1
r X
X m
= ( bki aij )wk .
k=1 i=1

Comparando as expressões, obtemos:


m
X
ckj = bki aij , j = 1, . . . , n, k = 1, . . . , r
i=1

e então
[G ◦ F ]B,B 00 = [G ]B 0 ,B 00 .[F ]B,B 0 .
26 / 35
Transformações Lineares

Corolário
U, V : espaços vetoriais de dimensão n ≥ 1; B base de U, B 0 base
de V .
T ∈ L(U, V ) é um isomorfismo se, e somente se, [T ]B,B 0 for
invertı́vel. Além disso, [T −1 ]B 0 ,B = ([T ]B,B 0 )−1 .

Esboço da demonstração: tarefa.

27 / 35
Transformações Lineares
U: espaço vetorial sobre F , B = {u1 , u2 , ..., un } e
B 0 = {v1 , v2 , ..., vn } bases de U.
Considere M = (aij ) = [Id ]B,B 0 associada à transformação
identidade com relação às bases B e B 0 :
u1 = a11 v1 + a21 v2 + ... + an1 vn
.. .
. = ..
un = a1n v1 + a2n v2 + ... + ann vn

Se v ∈ U, então
v = α1 u1 + . . . + αn un = α1 (a11 v1 + a21 v2 + ... + an1 vn ) + . . . +
αn (a1n v1 + a2n v2 + ... + ann vn ) = . . . = β1 v1 + . . . + βn vn , ou seja,
     
a11 . . . a1n α1 β1
 .. ..  .  ..  =  .. 
 . .   .   . 
an1 . . . ann αn B βn B 0
28 / 35
Transformações Lineares

Definição
Chamamos a matriz M dada anteriormente de matriz de mudança
de bases de B 0 para B.

[v ]B 0 = M[v ]B .

Observação
1 M é invertı́vel (pois a transformação identidade é bijetora);
2 M −1 é a matriz de mudança de bases de B para B 0 :

[v ]B = M −1 [v ]B 0 .

29 / 35
Transformações Lineares
Observação
[T ]B = P −1 [T ]B 0 P (onde T ∈ L(U), B e B 0 bases de U e P a matriz de
mudança de bases de B 0 para B).
De fato, seja v ∈ U:
[v ]B 0 = P[v ]B . (1)
Como T (v ) ∈ U, então

[T (v )]B 0 = P[T (v )]B . (2)

Por definição,
[T (v )]B 0 = [T ]B 0 [v ]B 0 . (3)
Mas
(3) (2)
[T ]B 0 [v ]B 0 = [T (v )]B 0 = P[T (v )]B ⇒ [T (v )]B = P −1 [T ]B 0 [v ]B 0
(3) (1)
⇒ [T ]B [v ]B = P −1 [T ]B 0 [v ]B 0 = P −1 [T ]B 0 P[v ]B .

Portanto, [T ]B = P −1 [T ]B 0 P.
30 / 35
Transformações Lineares

Definição
Duas matrizes M e N são semelhantes se existir uma matriz
invertı́vel P tal que M = P −1 NP.

Conclusão: [T ]B e [T ]B 0 são semelhantes.

31 / 35
Transformações Lineares

Teorema
V , W : espaços vetoriais sobre F com dimV = n e dimW = m.
Então, L(V , W ) ∼
= Mm×n (F ) e dimL(V , W ) = m.n.

Esboço da demonstração:
B = {v1 , . . . , vn } base de V ;
B 0 = {w1 , . . . , wm } base de W ;
ϕ : L(V , W ) → Mm×n (F ), com ϕ(T ) = [T ]B,B 0 .
Mostrar que ϕ é um isomorfismo:
ϕ é linear;
ϕ é injetora (mostrar!);
ϕ é sobrejetora (mostrar!).

32 / 35
Transformações Lineares

Seja T : V → V um operador linear.

T 0 = Id
T = T ◦ Id
T2 = T ◦ T
..
.
T n = T ◦ T ◦ . . . ◦ T (n vezes)

Seja p(x) = am x m + am−1 x m−1 + . . . + a1 x + a0 ∈ P(F ).


Definimos o operador p(T ) : V → V dado por

p(T )(v ) = (am T m + am−1 T m−1 + . . . + a1 T + a0 Id )(v )


= am T m (v ) + am−1 T m−1 (v ) + . . . + a1 T (v ) + a0 v ,

para todo v ∈ V .

33 / 35
Transformações Lineares

Exemplo
T : R2 → R2 dada por T (x, y ) = (x − y , 3x).
Seja p(t) = t 3 − 2t + 4.

p(T )(x, y ) = (T 3 − 2T + 4Id )(x, y )


= T 3 (x, y ) − 2T (x, y ) + 4(x, y ) = . . .
= (−3x + 4y , −12x + y ).

34 / 35
Agradecimento

OBRIGADA PELA ATENÇÃO!

35 / 35

You might also like