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Série Paradidática

Ecologia Aplicada

Evolução da vida na Terra

Edir E. Arioli

2022

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Evolução da vida na Terra

A vida é a característica mais notável do nosso planeta, que o torna


único no sistema solar, pelo menos até onde sabemos. A grande
biodiversidade da Terra pode ser explicada por uma evolução que se
estendeu por longos períodos de tempo. Os registros desta evolução
encontram-se em todos os organismos vivos, nas rochas e nos fósseis de
vários tipos, como bactérias, algas, plantas e animais arcaicos que existiram
há milhões ou bilhões de anos.
As muitas semelhanças que existem entre os organismos atuais sugerem
que todas as espécies divergiram de um ancestral comum, pelo processo da
evolução. Os eventos relacionados a seguir, como marcos notáveis da
evolução da vida na Terra, correspondem a inovações fisiológicas ou a
condições ambientais que as induziram.
Por que inovações fisiológicas? Porque se trata do desenvolvimento de
novas estruturas necessárias aos organismos para desenvolverem funções
que os permitam se adaptar com mais eficiência às condições dos
ambientes em que vivem. Afinal, esta é a própria definição de evolução, ou
seleção natural, segundo Charles Darwin: sobrevive o mais adaptado ao
seu ambiente.
Observe que são as condições ecológicas que determinam o
desenvolvimento das funções fisiológicas nos organismos. As funções não
surgem por geração espontânea de uma suposta inteligência inerente a
cada organismo. Além disso, a adaptação dos seres vivos às condições
ambientais é um processo contínuo que atinge momentos em que elas
produzem efeitos mais marcantes e assumem as características da inovação
fisiológica propriamente dita.
O quadro abaixo ilustra de forma simplificada, compatível com a
abordagem introdutória deste livro, a evolução da vida ao longo das eras e
dos períodos geológicos. As idades indicadas no quadro diferem um pouco
das apresentadas no texto devido a discrepâncias nas fontes dos dados
utilizados, resultantes principalmente de métodos e épocas diferentes de
medição. Pelo mesmo motivo, não está representado na imagem o éon
Hadeano, intervalo de tempo transcorrido desde a formação do planeta até
o surgimento das primeiras células orgânicas. As idades citadas no texto
1
estão atualizadas de acordo com a Carta Cronostratigráfica Internacional
(International Chronostratigraphic Chart) de 2020, de responsabilidade
da Comissão Internacional de Estratigrafia (International Stratigraphic
Commission).

Fonte: slideplayer.com.br

Evolução da vida no planeta Terra.

As divisões do tempo geológico utilizadas neste texto são éon, era e período.
O éon é o maior intervalo de tempo conhecido, que pode ou não ser
subdividido em eras e períodos, dependendo da riqueza de registros fósseis
ou tectônicos disponíveis. A era é a subdivisão de um éon, definida pela

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configuração de continentes e oceanos sobre a crosta terrestre e,
consequentemente, pelo grau de evolução da vida no planeta. O período é
uma subdivisão da era, feita exclusivamente em função do grau de evolução
da vida, a partir dos registros fósseis analisados.
A definição dos períodos geológicos passa por revisão contínua e envolve
controvérsias principalmente nas unidades carentes de conteúdo fóssil,
essencial para a datação e a correlação estratigráfica internacional. Por isto,
o termo era é usado também para designar genericamente qualquer
intervalo do tempo geológico. Este critério é adotado ocasionalmente nesta
obra, em trechos sem compromisso com a definição precisa da unidade
mencionada.

4,6 Ba - Forma-se a Terra

O sistema solar formou-se há 4,56 Ba (bilhões de anos). Cerca de 4,54 Ba


antes do nosso tempo, a Terra e os outros planetas já estavam formados a
partir da nebulosa solar, um aglomerado discoide de poeira e gás que havia
sobrado da formação do Sol. Com o resfriamento gradual da superfície
terrestre, formaram-se placas sólidas e descontínuas, que podemos
descrever como um quebra-cabeça de blocos de rochas em permanente
destruição, englobados pelos turbilhões do magma ainda líquido. A
paisagem daquela época, que denominamos éon Hadeano, devia parecer-se
com a superfície dos lagos de lava que vemos em vulcões ativos de hoje em
dia, como o Mauna Loa do Havaí e o Erta Ale da Etiópia.
A Lua formou-se pouco tempo depois, há 4,53 Ba. A hipótese atual para a
formação da Lua diz que ela foi criada quando um objeto com cerca de 10%
da massa da Terra, chamado Theia, chocou-se com o nosso planeta. Neste
modelo, parte da massa deste objeto fundiu-se com a Terra, outra porção
foi ejetada para o espaço e o material restante entrou em órbita e formou a
Lua.
A formação da Lua foi um evento decisivo para a evolução da vida no
planeta, pois a sua força gravitacional garante a estabilidade da inclinação
do eixo da Terra. Esta estabilidade evitou que ocorressem mudanças
climáticas mais intensas e frequentes do que as que tivemos ao longo da
história do planeta e propiciou o desenvolvimento de formas complexas de
vida. A Lua também influencia o movimento das marés, criando as

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oscilações do nível do mar que favorecem a migração dos organismos de
um ambiente para outro, fenômeno crucial para a diversificação da vida.
A presença de um núcleo metálico capaz de gerar um campo magnético,
que atua como um escudo protetor contra radiações cósmicas, também foi
fundamental para a evolução da vida. Da mesma forma, a movimentação do
manto abaixo da crosta terrestre promove o vulcanismo, as atividades
tectônicas e a migração dos continentes. O vulcanismo foi muito
importante para o surgimento da vida, uma vez que suas emissões gasosas
forneceram nutrientes que podem ter sido utilizados pelos primeiros
organismos unicelulares. Basta ver que os terrenos vulcânicos atuais
constituem terrenos férteis por excelência, em todo o mundo. Os vulcões
ainda, por emitirem grandes quantidades de CO2, ajudam na manutenção
das condições climáticas do planeta e auxiliam na reciclagem do carbono
que é, então, utilizado pelos organismos vivos em seus processos
metabólicos. Esse conjunto de condições incrivelmente raras no sistema
solar permitiu que a vida surgisse em nosso planeta a partir de moléculas
orgânicas simples.

Fonte: terra.com.br

Campo magnético da Terra.

O final do éon Hadeano é marcado pela formação das primeiras porções de


crosta sólida, por efeito da cristalização de rochas a partir do magma
primordial.

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4,0 Ba - Surgem as moléculas e células orgânicas
Os primeiros 400 milhões de anos foram inóspitos para a vida que
conhecemos: temperaturas de mais de 200ºC mantinham a superfície em
estado líquido e gases vulcânicos eram continuamente lançados na
atmosfera. À medida que a Terra foi esfriando, a crosta solidificou-se
gradualmente e a temperatura permitiu a precipitação de água líquida na
superfície. Assim se formaram os primeiros oceanos, ainda na forma de
lagos entremeados a placas descontínuas de crosta cristalina, precursoras
dos continentes primitivos. Tudo isso aconteceu durante o éon Arqueano.
Durante este período, moléculas compostas por carbono agregaram-se e
deram origem aos ingredientes que foram essenciais para o
desenvolvimento dos seres vivos. Essas substâncias foram herdadas da
nebulosa que deu origem ao sistema solar, de modo que devemos a ela a
nossa existência.
As moléculas orgânicas sofreram reações químicas catalisadas pela
radiação ultravioleta, uma vez que ainda não existia a proteção da camada
de ozônio. Essas reações resultaram em substâncias mais complexas,
compostas especialmente por carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e
enxofre, combinados na forma dos gases carbônico e sulfídrico, metano,
vapor d’água e amônia. É possível imaginar que a atmosfera terrestre não
era respirável para os seres vivos que conhecemos hoje.
Uma questão importante ao se discutir a origem da vida é como as
moléculas orgânicas formaram a primeira célula viva, capaz de carregar
uma informação genética e se reproduzir. Para explicar o grande salto de
um mundo essencialmente químico para um mundo biológico, é preciso
entender como uma molécula de ácido nucleico passou a desempenhar a
função de guardar uma informação para ser transmitida às gerações
seguintes. Os processos responsáveis por esta inovação fisiológica
ocorreram no início do éon Arqueano, há 4 Ba. Eles viabilizaram o
surgimento dos primeiros seres vivos propriamente ditos, dotados de
estruturas cada vez mais adaptadas à sobrevivência em cada ambiente
específico.

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NH3
H2O

H2S

CO2
CH4

Fonte: sitewater.ru

Gases na atmosfera do éon Arqueano.

Outro passo importante para a formação das primeiras células vivas foi o
surgimento da compartimentalização. Todas as células possuem uma
membrana externa composta essencialmente de fosfolipídios, gorduras
cujas moléculas têm uma cabeça com afinidade por água e uma cauda que
repele a água. Esta bipolaridade cria uma permeabilidade seletiva que
garante a proteção do conteúdo citoplasmático.
Assim, a compartimentalização gera uma delimitação física que auxilia a
concentração de moléculas no interior das membranas, facilitando as suas
interações químicas. Além disso, a permeabilidade seletiva da membrana
plasmática torna a concentração química no interior celular diferente da
concentração do meio. Essa característica é fundamental para a formação
dos gradientes eletroquímicos responsáveis pela geração de energia na
célula.
Compartimentos lipídicos são facilmente formados de forma espontânea e,
provavelmente na Terra primitiva, quando formados, acabaram
encapsulando moléculas orgânicas e alguns constituintes que deram origem
às primeiras formas de metabolismo e fisiologia celular. A capacidade de
um organismo hospedar moléculas e células externas capazes de exercer

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funções celulares constituiu uma inovação fantástica na evolução da vida.
Ela leva o nome de endossimbiose.

Fonte: thebulletin.be

Compartimentalização das células orgânicas.

Em suma, os ingredientes essenciais para a formação dos organismos vivos


foram criados ainda no Arqueano, há 4 Ba:
 ácidos ribonucleico (RNA) e dioxirribonucleico (DNA), cuja combinação
estrutural gerou a capacidade de armazenar e transmitir informação
entre linhagens de uma mesma espécie;
 a capacidade das células vivas de assimilar estruturas externas e
transformá-las em componentes fisiologicamente ativas do seu próprio
citoplasma.

3,5 Ba - Surgem os seres vivos


No registro fóssil encontramos evidências de organismos datadas de
aproximadamente 3,5 Ba atrás. Eram colônias de algas microscópicas de
águas oceânicas rasas, tão abundantes que formaram camadas fósseis
espessas, os estromatólitos, cuja compactação criou formas em cúpulas
como as mostradas na figura abaixo.

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Fonte: wikiwand.com

Estromatólitos em praia da Austrália.

Entretanto, o primeiro ser vivo foi provavelmente muito semelhante aos


microrganismos procariontes modernos, tais como bactérias e arqueas.
Procariontes são organismos unicelulares com estrutura celular
relativamente simples. O seu material genético está imerso no citoplasma,
sem um núcleo diferenciado e sem organelas (mitocôndrios, vacúolos,
corpúsculos de Golgi). Eles são anaeróbicos, isto é, sobrevivem em
ambientes pobres em oxigênio livre, como era a atmosfera da Terra
primitiva. Mas apesar disso, são capazes de desempenhar diversas funções
metabólicas, participando ativamente de todos os ciclos biogeoquímicos do
planeta.
É provável que estes organismos respirassem enxofre ao invés de oxigênio,
uma vez que os altos níveis de oxigênio na atmosfera só surgiriam 1,1 Ba
mais tarde. Eles são encontrados em praticamente todos os ambientes da
Terra, inclusive naqueles que nunca imaginávamos existir vida, como no
gelo da Antártica, no fundo das fossas oceânicas abissais, na alta atmosfera
e dentro de vulcões ativos. Estudos moleculares de termófilos (seres
adaptados às altas temperaturas) modernos indicam que estes organismos
apresentam ramificação profunda na árvore filogenética, evidenciando a
hipótese de seu surgimento na Terra primitiva. Estes microrganismos
presentes em ambientes inóspitos são genericamente chamados de
extremófilos.

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2,8 Ba - Surgem as células com fotossíntese
Uma inovação fundamental para o futuro da biosfera foi a capacidade de
algumas células vegetais para realizar a fotossíntese, absorvendo gás
carbônico do ar e água do solo, do ar e do meio aquoso, processá-los para
sintetizar substâncias orgânicas e devolver oxigênio livre à atmosfera. Essa
função, que raros animais realizam, foi crucial para a geração do ambiente
favorável ao desenvolvimento da vida animal e para a preservação da nossa
própria existência atualmente.
O surgimento da fotossíntese, há 2,8 Ba, levou ao enriquecimento da
atmosfera em oxigênio. A evolução das células eucariotas foi acelerada
quando começaram a usar o oxigênio no seu metabolismo. A evidência
mais antiga de eucariotas complexos dotados de organelas, data de 1,85 Ba.
Mais tarde, por volta de 1,7 Ba, começaram a aparecer organismos
multicelulares, com células diferenciadas a realizar funções especializadas.
Os responsáveis por este evento, chamado de a grande oxigenação, foram
os procariontes denominados cianobactérias, que realizavam fotossíntese e
como produto, exalavam altas concentrações de oxigênio na atmosfera. O
oxigênio é extremamente tóxico para as células e os organismos que não
possuíam as estruturas necessárias para metabolizá-lo foram extintos.
Alguns procariontes que não conseguiam metabolizar o oxigênio adotaram
uma estratégia que iria alterar o rumo de toda a diversidade de vida na
Terra. Eles englobaram em suas células uma bactéria capaz de processar o
oxigênio tóxico para eles. E em troca, ofereciam abrigo e proteção para esta
bactéria. Este evento revolucionário na história evolutiva da vida deu
origem aos primeiros organismos eucariontes do planeta, isto é, os
formados por moléculas com núcleo.

2,5 Ba - Surgem os organismos eucariontes


No início do período Proterozóico, a atmosfera e os oceanos sofreram
mudanças químicas e orgânicas significativas, devido ao acúmulo de
oxigênio e o aumento da atividade biológica. É ao longo desse período que
surgem organismos eucariontes, além de algas verdes e vermelhas sobre a
face do planeta. São organismos com capacidade de reprodução assexuada,
mas com possibilidade de repassar o código genético para novas gerações.

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Os organismos, nessa fase da Terra, viviam em ambientes de águas rasas
continentais.
Os organismos eucariontes são fisiologicamente mais sofisticados do que os
procariontes. As estruturas internas das células eucariotas, desenvolvidas
por endossimbiose, criaram funções mais avançadas, adquirindo algumas
vantagens evolutivas: reprodução por meio de processos mais seguros do
que a bipartição simples, transmissão mais eficiente do material genético,
geração de descendentes mais diferenciados, estrutura interna mais
robusta, maior resistência contra agentes externos químicos e biológicos,
entre outras.
Uma questão de nomenclatura: observe que as células eucariotas definem
os organismos eucariontes. Não se trata de sinônimos, portanto, mas de
níveis diferentes de organização respeitados pela nomenclatura. As células
eucariotas formam tecidos, os tecidos formam órgãos, os órgãos formam
sistemas e os sistemas formam organismos eucariontes.
Esta inovação fisiológica trouxe uma vantagem evolutiva adicional às
células eucariotas: elas se tornaram aeróbicas, isto é, passaram a respirar
oxigênio, adquirindo maior aproveitamento da energia produzida no
processo respiratório. Outras passaram a converter substâncias inorgânicas
em orgânicas, realizando os processos de quimiossíntese, fermentação e
posteriormente fotossíntese (tornando-se autotróficos). Finalmente, os
organismos eucariontes passaram a realizar o processo da fotossíntese, sem
a qual a atmosfera não seria respirável e nós não existiríamos.

1,4 Ba - Surgem os organismos multicelulares


Tapetes de algas e montículos de bactérias dominaram os ecossistemas no
Proterozóico durante mais ou menos 2 Ba. Foi apenas ao final desta era
geológica que surgiram formas de vida mais complexas, de animais
multicelulares dotados de células especializadas para as funções vitais e
internamente diferenciadas em núcleo, citoplasma e organelas.
Os primeiros seres multicelulares possuíam corpos totalmente moles, isto
é, não possuíam conchas ou outras partes mineralizadas. Alguns se
assemelhavam a medusas, outros a penas-do-mar, enquanto outros eram
como vermes. Muito provavelmente esses seres não pertenceram ao tronco
evolutivo dos animais modernos e representam formas de vida sem
descendência conhecida. Contudo, eles representam as primeiras
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experiências evolutivas de vida animal multicelular, possivelmente
impulsionado pelo aumento da concentração de oxigênio na atmosfera,
produzido pelas algas e cianobactérias.

635 Ma - Surgem os animais


Durante bilhões de anos, criaturas unicelulares dominaram o nosso
planeta, ou mais especificamente, os nossos oceanos. Algumas tentativas de
diversificação devem ter ocorrido, como a geração de sequências ou
filamentos celulares, mas por toda era Pré-Cambriana, que engloba os
períodos Arqueano e Proterozóico, a célula única governou a Terra.
Mais de três bilhões de anos após o surgimento dos micróbios, a vida
tornou-se mais complexa, quando as células conseguiram se organizar em
estruturas tridimensionais. Elas começaram a se especializar em funções
vitais decisivas para a sobrevivência em qualquer tipo de ambiente:
locomoção, digestão, respiração, reprodução e assim por diante. Essas
criaturas multicelulares complexas foram os primeiros animais.
O ancestral de todos os animais surgiu entre 600 e 800 milhões de anos
atrás, mas os primeiros fósseis inequívocos apareceram somente há 580
milhões de anos. Os seus descendentes diretos, que ainda hoje povoam as
nossas águas, são os coanoflagelados (não confundir com os
cianoflagelados), microrganismos cuja morfologia e genes os colocam bem
próximo da base da árvore genealógica dos animais. Surpreendentemente,
as bactérias desempenharam um papel decisivo no desenvolvimento da
vida animal, porque elas serviram de alimento para os nossos ancestrais.
Bactérias podem ter desempenhado um papel decisivo na transição para a
vida multicelular. Isto é indicado pelo fato de que muitos animais
modernos são governados por sinais emitidos por microrganismos. Corais,
algas marinhas, esponjas e vermes tubulares começam a vida como larvas
flutuando na água. Mais tarde, eles reagem a compostos liberados por
bactérias como sinais para se fixarem às rochas ou outras superfícies duras,
passando para um novo formato de vida. Se esse tipo de relacionamento é
tão comum entre os animais das famílias mais antigas, parece plausível que
os primeiros animais estivessem igualmente sintonizados com seus
parceiros bacterianos.

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541 Ma - Aumenta explosivamente a fauna terrestre
A maior transformação operada na evolução dos modernos grupos animais
foi a denominada explosão cambriana, que se iniciou há 541 Ma. O rápido
desenvolvimento de organismos com esqueleto complexo e um incremento
nas taxas de evolução resultaram no aparecimento de grande parte dos
ramos mais importantes da fauna terrestre. Esta explosão de vida,
responsável pela configuração atual da biodiversidade na Terra, estendeu-
se por mais ou menos 80 Ma. O clima ameno em todo o planeta parece ter
impulsionado este processo, mas não incluiu a vegetação exuberante dos
períodos mais recentes da era Paleozoica.
Por mais estranho que pareça, o surgimento dos animais predadores
também representou um fator decisivo para o aumento explosivo da
biodiversidade no período Cambriano. A predação animal induz
aperfeiçoamentos nos organismos. Os predadores precisam tornar-se mais
eficientes e robustos para a captura mais fácil das presas. As presas, por sua
vez, precisam tornar-se mais eficientes e robustas para enfrentarem e, de
preferência, fugirem dos predadores. Tanto a eficiência quanto a robustez
envolvem inovações fisiológicas típicas: aumento de tamanho, aquisição de
armas de caça e escudos protetores especializados (garras afiadas,
mandíbulas muito fortes, dentes reforçados, esqueletos robustos, carapaças
endurecidas), desenvolvimento de sentidos aguçados e adaptados às
condições ambientais (visão noturna, audição poderosa, olfato muito
sensível), agilidade, capacidade de agir em grupo e assim por diante.
Com a atmosfera cambriana particularmente rica em oxigênio, estas
inovações foram potencializadas pela diversificação e proliferação de
espécies animais, em escala nunca vista no planeta desde a sua criação.

525 Ma - Surgem os animais cordados


Os cordados constituem um ramo dentro do reino Animalia que inclui os
vertebrados, os anfioxos e os tunicados. Estes animais se caracterizam pela
presença de simetria bilateral, notocorda (embrião de coluna vertebral),
sistema digestivo completo, tubo nervoso dorsal, fendas branquiais e cauda,
em pelo menos uma fase da vida. Assim, por exemplo, os embriões
humanos apresentam fendas branquiais e uma cauda rudimentar, que
desaparecem nas primeiras semanas de desenvolvimento.

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Ecologicamente, os cordados estão entre os animais mais facilmente
adaptáveis e são capazes de ocupar a maioria dos habitats existentes. O
grupo abrange animais adaptados para a vida na água, na terra e no ar. Esta
versatilidade ecológica permitiu que os cordados se propagassem
rapidamente a partir dos tempos cambrianos, diversificando-se e gerando
praticamente todas as formas de vida superior que habitam a Terra
atualmente.
O período Cambriano representou, portanto, a era dourada da vida animal,
em termos de diversificação e proliferação nas águas e terras do nosso
planeta. Os fundos dos oceanos povoaram-se de trilobitas, artrópodes
peculiares parecidos com tatuzinhos de 3-10 cm de comprimento,
excepcionalmente 80 cm. Eles foram os pioneiros na aquisição de olhos
complexos e uma visão acurada, e dominaram os mares até o final do
Permiano, isto é, reinaram por respeitáveis 280 Ma.

Fonte: TVI24

Fóssil de trilobita em rocha cambriana.

Ainda no Cambriano, outros seres marinhos passaram a acompanhar as


trilobitas, tais como os cefalópodes, os crinoides e as estrelas-do-mar. Os
cefalópodes cambrianos foram os ancestrais dos polvos, lulas e náutilos
modernos. Os crinoides e as estrelas-do-mar foram precursores dos lírios-
do-mar e as estrelas marinhas que conhecemos.

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Fonte: Reinhard Dirscherl

Lírio do mar, um crinoide moderno.

485 Ma - Os animais migram para terra firme


Durante o período Cambriano, a vida estava restrita a ambientes aquáticos.
As primeiras plantas terrestres datam de mais ou menos 485 Ma, no início
do período Ordoviciano, apesar de evidências sugerirem que algas
formaram-se em terra pelo menos 1,2 Ba antes. Depois das plantas, os
escorpiões e as centopeias conquistaram a terra firme, que até então estava
praticamente deserta. Desde então, a conquista dos continentes pelos seres
vivos foi o maior marco evolutivo seguinte.
Estes animais formaram a base da evolução de todos os tetrápodes
modernos, incluindo répteis, aves e mamíferos, tendo estes últimos a sua
origem no Triássico Superior, há 210 Ma. Nesta altura, eram basicamente
ratos e animais noturnos de semelhante morfologia que, para evitar os
dinossauros predadores, desenvolveram grande sensibilidade de audição,
visão e olfato, bem como da inteligência.
Para usar uma expressão do mundo dos negócios, que vantagem
competitiva os animais cambrianos conquistaram para proliferar de forma
tão explosiva? Simplificando, eles desenvolveram o esqueleto interno, forte
e articulado. A carapaça externa protege contra os predadores, mas o
esqueleto interno permite adquirir movimentos mais articulados e maior
agilidade para o deslocamento em terreno irregular, onde falta a proteção
envolvente e a flutuabilidade na água.

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445 Ma - Primeira extinção em massa
A definição exata de uma extinção em massa é arbitrária, mas podemos
definir como um evento responsável pela redução da biodiversidade por
meio do extermínio excepcionalmente alto de vários grupos de organismos.
Em outras palavras, ela provoca uma redução acentuada na diversidade e
abundância da vida. Essa perda de diversidade ocorre quando a taxa de
extinção é maior que a taxa de reprodução. Trata-se de um evento
relativamente comum no registro geológico, mas alguns eventos de
extinção particularmente violentos vitimaram mais de metade das formas
de vida na Terra.
A primeira grande extinção ocorreu no período Ordoviciano e exterminou
entre 60% e 70% das espécies do planeta, devido à ocorrência de um
período glacial. A era do gelo ordoviciana resultou provavelmente de uma
erupção de raios gama que atingiu a Terra, alterando a atmosfera, que
passou a deixar passar os raios ultravioleta, e provocando o resfriamento
extremo do planeta. O congelamento da maior parte da água dos oceanos
afetou os organismos marinhos, como trilobitas, moluscos, cefalópodes
primitivos e peixes sem mandíbula.

425 Ma - Surgem as plantas terrestres


O período Siluriano trouxe uma grande diversificação da vida marinha,
com a proliferação dos braquiópodes, corais e escorpiões de hábito
aquático. Mais importante do que isto, uma vez que a biodiversidade
marinha já era grande, foi o surgimento das plantas terrestres no final do
período.
Evidentemente, as plantas primitivas tinham características rudimentares,
com fisiologia mais herbácea e musgosa, derivadas das algas verdes dos
oceanos. Mais tarde, elas evoluíram para licófitas, ilustradas na figura
abaixo, cujos talos lenhosos foram precursores dos troncos das árvores
mais frondosas, como os pinheiros, e reprodução feita por meio de esporos.

419 Ma - Os peixes povoam os mares


O Devoniano é conhecido como a era dos peixes, porque foi durante este
período que os peixes passaram a dominar os mares. O desenvolvimento

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das mandíbulas articuladas e reforçadas deu-lhes grande vantagem como
predadores aquáticos, como já mostravam os tubarões e placodermos.
Em terra firme, os artrópodes (centopeias, escorpiões) e anfíbios eram os
animais mais abundantes, enquanto as plantas e os arbustos dominavam a
flora e formavam as primeiras florestas com árvores de até 20 m de altura.
A ausência de animais herbívoros permitiu que as florestas se espalhassem
pelos continentes de forma inédita, absorvendo gás carbônico e exalando
oxigênio em volumes planetários, literalmente. Esta oxigenação da
atmosfera foi responsável pelo desenvolvimento da fauna gigantesca do
final do Paleozóico, devoradora voraz das plantas que criaram as condições
para a sua própria evolução.

Fonte: spinops.blogger

Peixe primitivo do período Devoniano.

360 Ma - Segunda extinção em massa


A segunda grande extinção ocorreu no período Devoniano,
aproximadamente 360 Ma atrás, quando desapareceram 90% das espécies
marinhas e 70% das espécies terrestres. Desapareceram dos oceanos
terrestres praticamente todos os corais e placodermos, peixes primitivos
dotados de placas rígidas na cabeça e no tórax. A principal causa desse
evento foi o esgotamento do oxigênio nos oceanos, resultante da redução do
nível do mar durante um período glacial extremamente rápido. Essa foi a
maior extinção em massa conhecida na história da Terra.
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359 Ma - Proliferam as florestas de coníferas
No período Carbonífero, cujo nome foi dado porque as suas camadas
sedimentares forneceram as maiores reservas de carvão da história
humana, dominavam as florestas de coníferas. Tudo isto era garantido
pelos teores excepcionais de oxigênio na atmosfera, em continuidade ao
que fora iniciado no Devoniano.
A fauna diversificava-se com o surgimento dos primeiros insetos e os
répteis mais primitivos, enquanto os anfíbios dominavam os ambientes
marginais aos oceanos, lagos e rios.

299 Ma - Os répteis dominam os desertos


Chegamos ao último período da era Paleozoica, o Permiano. Ainda se
recuperando da breve era glacial que marcara a passagem do Devoniano
para o Carbonífero, a paisagem adquiriu progressivamente aridez,
tornando-se completamente árida ao final do período, aos 252 Ma. Grandes
insetos proliferaram nas florestas de coníferas e os répteis se
diversificaram, dando origem aos lepidossauros e arcossauros, precursores
respectivamente dos lagartos e crocodilos.

265 Ma - Terceira extinção em massa

A terceira grande extinção ocorreu por volta de 265 Ma, no período


Permiano, quando aproximadamente 90% das espécies terrestres e 70%
das espécies marinhas foram extintas por mudanças ambientais extremas,
como impactos de asteroides e atividades vulcânicas. Desapareceram quase
completamente as trilobitas, que dominavam os oceanos no Cambriano e
deixaram como possível descendente o límulo, ou caranguejo-ferradura.
Desapareceram também alguns répteis precursores dos mamíferos.

252 Ma - Surgem os mamíferos e os répteis voadores

Apesar do clima dominantemente árido do início do Triássico, primeiro


período da era Mesozoica, a vida continuou proliferando e se diversificando
tanto nos oceanos quanto em terra firme. A aridez do clima foi promovida
pela aglomeração dos continentes em um supercontinente alongado
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essencialmente no sentido N-S, denominado Pangea, e um oceano na
porção restante, o mar de Tétis. Massas continentais extensas criam
condições para a formação de desertos interiores, por causa do seu
isolamento em relação aos litorais marinhos.

Nos continentes começaram a crescer as árvores com flores e sementes,


prontas para serem dispersas pelo vento. Algumas espécies atingiam 40 m
de altura, pelo que desenvolviam troncos ricos em linhina. Samambaias e
ginkgos entremeavam-se às coníferas, que continuavam dominando as
florestas. Os mamíferos, répteis e insetos eram os grupos mais abundantes
em terra firme.

Nos oceanos e mares continentais, os corais recuperaram lentamente as


perdas sofridas na extinção do final do Devoniano, sem chegar ainda à
abundância que conhecemos até hoje. Os peixes, moluscos e crustáceos
continuaram a evolução iniciada no Devoniano, acrescentando novas
famílias, tais como os moluscos bivalves (com concha aberta, como as
ostras) e os dipnoicos (peixes pulmonados de água doce).

201 Ma - Os dinossauros dominam os continentes

O segundo período da era Mesozóica foi marcado pela fragmentação do


supercontinente Pangea em dois outros, Laurásia no hemisfério Norte e
Gonduana no hemisfério Sul.
A fauna do Jurássico mostrava a hegemonia dos répteis em todos os
ambientes: dinossauros na terra, pterossauros no ar e plesiossauros no
mar. O período também foi marcado pelo surgimento das primeiras aves e
dos primeiros mamíferos verdadeiros. Nos oceanos, além dos amonoides,
ictiossauros e plesiossauros, também existiam crocodilos marinhos e
tubarões. Começaram a surgir dinossauros mais evoluídos e inteligentes do
que os primitivos répteis do Triássico.
O clima quente e úmido fez com que as florestas proliferassem, o que
aumentou a diversidade de plantas em relação ao Triássico. Predominavam
as cicadáceas, ginkgos e coníferas (sequoias). Os ecossistemas de terra
firme tornaram-se mais parecidos com os do Holoceno, ricos em plantas
com flores, pássaros, serpentes, mamíferos e dinossauros carnívoros. Esse
foi também o período dos ceratossauros, megalossauros e alossauros,
temíveis predadores dos dinossauros herbívoros.
18
195 Ma - Quarta extinção em massa

No início do período Jurássico, houve a quarta extinção em massa gravada


nos registros fósseis, na qual os eventos vulcânicos ocasionados pela
movimentação de placas tectônicas causaram o aquecimento do planeta,
extinguindo 85% das espécies. Foram extintas 20% das espécies marinhas e
praticamente todos os anfíbios e répteis precursores dos dinossauros,
restando como sobreviventes os braquiossauros.

Fonte: mundo-animal.fandom.com

Diplodoco, dinossauro herbívoro do período Jurássico.

145 Ma - A vida se diversifica

Evidências fósseis indicam que as plantas com flor apareceram e


rapidamente diversificaram no princípio do Cretáceo, entre 130 e 90 Ma,
provavelmente pela coevolução com insetos polinizadores. Plantas com
flores e fitoplâncton marinho são ainda os principais produtores de matéria
orgânica. Insetos sociais apareceram por volta da mesma época geológica
em que surgiram as plantas com flor.
A vida continuou evoluindo e se diversificando em ritmo sempre mais
rápido. Diversificaram-se as florestas de coníferas, com o surgimento das
árvores com folhas deiscentes (caducas, que caem no inverno), proliferação
cada vez maior das árvores com flores. Se essas proliferaram, tornando-se

19
mais abundantes os animais polinizadores, principalmente pássaros e
insetos. Os dinossauros continuaram dominando os desertos e florestas,
enquanto os pterossauros cruzavam os ares com asas de até 10 m de
envergadura.

Fonte: iStock.com

Pterossauro, dinossauro voador do período Cretáceo.

65 Ma - Quinta extinção em massa

Há aproximadamente 65 Ma, no final do Cretáceo, houve uma quinta


extinção, levando à morte dos dinossauros, os maiores animais do planeta,
e também de grande parte das demais espécies existentes na época. Foram
extintos pelo menos 60% dos seres vivos, entre os quais os répteis
marinhos e voadores que habitavam a Terra desde 20 Ma antes. As duas
causas principais foram a intensa atividade vulcânica, na região da atual
Índia, e o choque de um grande asteroide (mais de 10 km de diâmetro), que
atingiu a Terra na região da Península de Yucatán, no México.

65 Ma em diante - A vida atinge a configuração atual

A distribuição dos continentes sobre a crosta terrestre assumiu a


configuração atual durante a era Cenozoica e, confirmando a lei natural da
interdependência dos componentes dos ecossistemas, assim aconteceu com
os seres vivos dos oceanos e continentes, e dos reinos animal e vegetal.
20
Nos oceanos, surgiram os foraminíferos portadores de conchas calcárias, os
cetáceos primitivos e as baleias, os peixes de águas profundas e os moluscos
em abundância. Em terra, os mamíferos aperfeiçoaram a diversificação em
espécies, surgindo os felinos, dentre os quais reinava o tigre dente-de-
sabre. Nas savanas, o ancestral do cavalo moderno convivia com os
primatas, os macacos e os hominídeos. As aves cresciam em abundância e
diversidade, estimuladas pela abundância e diversidade dos insetos e flores
das exuberantes florestas. Esta riqueza biológica foi interrompida no final
do Cenozoico pela glaciação do Pleistoceno, que foi mais intensa no
hemisfério Norte do que abaixo da linha do Equador.

2,5 Ma - Surge o homem na face da Terra

Os seres humanos evoluíram a partir de uma linhagem que engloba


diferentes espécies de hominídeos, cujos fósseis mais antigos datam de
mais de 6 Ma. Apesar dos membros mais antigos desta linhagem terem
cérebros do tamanho semelhante ao de um chimpanzé, há sinais de um
aumento constante do tamanho do cérebro após 3 Ma, ao final do Plioceno.
A espécie de hominídeos que marca a origem do homem moderno é a dos
Australopitecus, que se distinguiram dos primatas pela postura ereta,
locomoção bípede, mandíbula menor e pelo domínio do fogo. A sua
extinção, por causas naturais ou predação pela nossa espécie, deu origem a
uma nova linhagem, que recebeu o nome de Homo.
Enquanto a nossa espécie se identifica cientificamente como Homo sapiens
sapiens, os nossos ancestrais mais recentes são denominados Homo
sapiens. Esse, por sua vez, evoluiu do Homo erectus. Os ancestrais da
espécie humana são referidos como Homo sapiens porque o tamanho
do cérebro é muito semelhante à dos humanos modernos, em média de
1.200-1.400 centímetros cúbicos. Esses homens primitivos distinguiam-se
dos humanos anatomicamente modernos pela espessura do crânio, arcadas
supraorbitais proeminentes e queixo mais retraído do que o nosso.
Que inovação fisiológica marcou o nascimento do gênero Homo a partir do
Australopitecus? Os textos científicos mencionam a inteligência, que se
define como o conjunto das características intelectuais que permitem ao ser
humano conhecer, compreender, raciocinar, pensar e interpretar.

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A inteligência é a principal distinção entre o ser humano e os outros
animais.
Admite-se que a inteligência racional desenvolveu-se para atender às
necessidades do homem primitivo diante dos predadores holocênicos.
Pequeno e fraco, sem as presas do tigre dente-de-sabre ou a velocidade do
bisão, o nosso ancestral precisou adquirir a capacidade de planejar
atividades de caça e agir em grupo para enfrentar os perigos da natureza
hostil e ameaçadora. Isto exigiu agilidade mental e habilidades de
comunicação superiores tanto aos predadores quanto aos inimigos da
mesma espécie. Neste sentido, nada mudou até os nossos dias de vida
urbana e civilizada.

2021 AD - Sexta extinção em massa: fato ou alarmismo?

Extinção do Holoceno é o nome que se dá ao extermínio de plantas e


animais provocado pelo ser humano. Esta extinção distingue-se das
anteriores porque ocorre por efeito da intervenção humana e não por
fenômenos naturais, como vulcanismo em grande escala e o asteroide que
extinguiu os dinossauros. A validade deste evento como uma extinção em
massa é debatida pela comunidade científica.
Defendem alguns pesquisadores que este evento, apesar de chamar a
atenção do ser humano, não possui magnitude suficiente para ser
comparado aos outros cinco eventos. Para outros, não existem dúvidas de
que estamos causando em uma extinção em massa que ameaça a existência
da humanidade. Os biólogos usaram as estimativas altamente
conservadoras para provar que as espécies estão desaparecendo mais
rápido do que em qualquer momento desde o desaparecimento dos
dinossauros. Entretanto, basta saber que nós exterminamos 60% da vida
selvagem nos últimos 50 anos para entendermos a realidade deste evento
catastrófico.

Referências
Marshall, M. Timeline: the evolution of life. New Scientist, 2009.

22
Mojzsis, S.J. Life and the evolution of the Earth’s atmosphere. Boulder,
University of Colorado, 2018.
USGS. Geologic Time: Age of the Earth. Department of Interior, United
States Geologic Survey, 2007.

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Títulos do mesmo autor disponíveis na plataforma Scribd

Série Paradidática Ecologia Aplicada


Ciclos do equilíbrio ecológico
Conceitos básicos de Ecologia
Ciclos astronômicos e geotectônicos da Terra
Funções ecológicas do vulcanismo do relevo e do solo
Funções ecológicas das águas continentais
Ciclos biogeoquímicos da Natureza
Dinâmica do clima na escala do planeta
Mudanças climáticas globais
Mudanças climáticas globais: evidências científicas e empíricas
Evolução da vida na Terra
Ciclos e processos da sucessão ecológica
Recuperação de áreas degradadas
Da Teoria Geral dos Sistemas às Teorias da Complexidade

Série Paradidática Geociências


Movimentos gravitacionais de massa: conceitos e avaliação de risco
Gestão de risco associado a movimentos gravitacionais de massa
Definição de limiares críticos de chuva para prevenção de acidentes do meio físico
Mapeamento geomorfológico para usos geotécnicos
Modelagem de estabilidade de encostas
Caderneta de campo para análise de risco de MGM
Comportamento geotécnico de solos tropicais
Estratégia da Exploração Mineral
Amostragem litológica

Série Paradidática Habilidades Gerenciais


Excelência Gerencial
Práticas Gerenciais

Sobre o Autor
Edir E. Arioli é geólogo pela UFRGS (1969), doutor em Geologia pela UFPR (2008),
especialista em Gestão Tecnológica (1990) e Engenharia da Qualidade (1991). Produz
materiais paradidáticos para uso de professores e estudantes de Ciências da
Natureza. Email: earioli@yahoo.com.br

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