Professional Documents
Culture Documents
Frank Tannenbaum E Os Direitos Dos Escravos:: Marcelo Santos Matheus
Frank Tannenbaum E Os Direitos Dos Escravos:: Marcelo Santos Matheus
PDUWLJRSXEOLFDGRHP+HUEHUW.OHLQUHWRPDRTXHVHJXQGR
E HOH³WHPVLGRPXLWRQHJOLJHQFLDGRQDVGLVFXVV}HVUHFHQWHV´TXDO
VHMD³DFRPSDUDomRGDVGLIHUHQoDVHVHPHOKDQoDVHQWUHRVUHJLPHV
HVFUDYLVWDV´6HJXQGRRDXWRULVWRYHPDFRQWHFHQGRHPUD]mRGD³UHMHL
omRGRVHVWXGRVFRPSDUDWLYRVQDKLVWRULRJUD¿DQRUWHDPHULFDQDSRUXP
ODGRHSRURXWURFRPDFRQFHQWUDomRGDKLVWRULRJUD¿DODWLQRDPHULFDQD
HPGHWDOKDGRVHVWXGRVORFDLV´
'H IDWR GHSRLV GD SXEOLFDomR GR FOiVVLFR Slave and Citizen,
GH )UDQN 7DQQHQEDXP XP GRV DXWRUHV, DOLiV, UHWRPDGRV SRU +HUEHUW
.OHLQ, HP PHDGRV GD GpFDGD GH , XP JUDQGH GHEDWH VH WUDYRX VREUH
D TXHVWmR GD FDUDFWHUL]DomR GRV UHJLPHV HVFUDYLVWDV TXH VH LQVWDODUDP
QDV $PpULFDV 'H PDQHLUD PDLV FODUD, D GLVFXVVmR JLURX HP WRUQR GDV
VHPHOKDQoDV H GLIHUHQoDV, SULQFLSDOPHQWH, GRV VLVWHPDV HVFUDYLVWDV QD
$PpULFD LQJOHVD H QD $PpULFD LEpULFD 3RUWXJDO H EVSDQKD
&RPR YHUHPRV, XP GRV DUJXPHQWRV GR DXWRU GH Slave and Ci-
tizen p GH TXH D FRPSUHHQVmR GRV HVFUDYRV HQTXDQWR VHUHV SRUWDGRUHV
GH DOPD LH, FRPR LQGLYtGXRV LQVHULGRV QD KXPDQLGDGH SRU SDUWH GD
)UDQN 7DQQHQEDXP, Slave and Citizen: The Negro in the Americas1HZ <RUN $OIUHG $ .QRSI,
, S
e LPSRUWDQWH UHVVDOWDU TXH QmR LUHPRV QRV GHWHU QD TXHVWmR GR SyVHPDQFLSDomR, ¿FDQGR D DQiOLVH GD
REUD GH ) 7DQQHQEDXP FLUFXQVFULWD DR WHPD GD GLIHUHQoD GR DFHVVR GRV HVFUDYRV, QDV $PpULFDV LQJOHVD
H LEpULFD, DRV ULWXDLV FULVWmRV, DVVLP FRPR jV FRQVHTXrQFLDV GHVVH IHQ{PHQR SDUD D YLGD GRV PHVPRV
7DQQHQEDXP, Slave and Citizen, SS [YLLLL[,GHLD TXH, QR JHUDO, IRL DFHLWD SRU RXWURV KLVWRULD
GRUHV, HP PDLRU RX PHQRU JHUDOPHQWH HP PHQRU JUDX 9HU 'DYLG %ULRQ 'DYLV, O problema
da escravidão na cultura ocidental, 5LR GH -DQHLUR &LYLOL]DomR %UDVLOHLUD, S H S
7DQQHQEDXP, Slave and Citizen, SS EVWD H WRGDV DV GHPDLV FLWDo}HV GH REUDV HP LQJOrV
WrP WUDGXomR OLYUH GR DXWRU
7DQQHQEDXP, Slave and Citizen, SS
7DQQHQEDXP, Slave and Citizen, SS
7DQQHQEDXP, Slave and Citizen, SS
7DQQHQEDXP, Slave and Citizen, S
7DQQHQEDXP, Slave and Citizen, SS
7DQQHQEDXP, Slave and Citizen, SS
7annenEaum, Slave and Citizen, pp. . JriIos nossos
7annenEaum, Slave and Citizen, p. .
7annenEaum, Slave and Citizen, p. .
7annenEaum, Slave and Citizen, pp. .
7annenEaum, Slave and Citizen, pp. .
7annenEaum, Slave and Citizen, pp. .
7annenEaum, Slave and Citizen, pp. . ,mportante OemErar Tue, conforme ). 7annenEaum,
no intcio, na Amprica ingOesa, os africanos foram admitidos como “indentured serYant”, aOgo como
servo por um tempo, o Tue foi rapidamente aEandonado, Mi Tue este tipo de serYidão preYia um tempo
determinado de traEaOKo, não admitindo o direito de posse soEre o serYo e sua famtOia. 7annenEaum,
Slave and Citizen, pp. . 9er tamEpm 'aYis, O problema da escravidão, p. .
7annenEaum, Slave and Citizen, pp. .
Nesse ponto, soEre o direito j aOforria, ). 7annenEaum fa] uma cOara confusão entre a Amprica
espanKoOa ± onde, de fato, a OegisOação preYia o direito j OiEerdade ao escraYo Tue apresentasse
o pec~Oio referente ao seu YaOor ±, e a Amprica Ousa, onde a manumissão, apesar de sua cons
tkncia, estaYa inscrita nos costumes. AOiis, no %rasiO, a aOforria sy apareceri no direito positiYo
em , atraYps da /ei do 9entre /iYre. 0anueOa &arneiro da &unKa escOareceu deYidamente
essa Tuestão in 0anueOa &arneiro da &unKa, Antropologia do Brasil: mito, história, etnicidade,
6ão 3auOo %rasiOiense, , p. .
7annenEaum, Slave and Citizen, pp. e p. . +oMe Mi se admite Tue, com o tempo, as noç}es de
“cor preta e estatuto Murtdico escraYo” não demoraram para se tornar “pOenamente intercamEiiYeis”.
0anoOo )Oorentino, “6oEre manumiss}es e fugas no 5io de -aneiro imperiaO”, in Adriana 0arta AO]ate
EcKeYerri, 0anoOo )Oorentino, et aO. orgs., Impérios Ibéricos em Comarcas Americanas: estudos
regionais de história colonial brasileira e neogranadina 5io de -aneiro /etras, , p. .
7annenEaum, Slave and Citizen, p. .
Até o ano de , a reYista era editada peOa 8niYersit\ of ,OOinois 3ress.
AOeMandro de Oa )uente, “6OaYe /aZ and &Oaims0aNing in &uEa 7Ke 7annenEaum 'eEate 5eYis
ited”, Law and History Review, YoO. , n , pp. . 2 deEate denominouse “)orum
:Kat &an )ranN 7annenEaum 6tiOO 7eacK us AEout tKe /aZ of 6OaYer\"”.7ratamos a discussão
por “recente”, pois esti compOetando apenas anos e, principaOmente, por praticamente não ter
repercutido no %rasiO.
Fuente, “6OaYe /aZ”, pp. . e fundamentaO mencionar Tue decidimos por não sumari]ar
o deEate em Tue A. de Oa Fuente se aprofunda, neste mesmo artigo, acerca das particuOaridades
da escraYidão em &uEa, soE perigo de aOongarmos demais este typico. Assim, decidimos por
anaOisar somente os aspectos centrais do seu te[to.
Fuente, “6OaYe /aZ”, p. .
Fuente, “6OaYe /aZ”, p. .
Fuente, “6OaYe /aZ”, pp. .
Fuente, “6OaYe /aZ”, p. .
Fuente, “6OaYe /aZ”, pp. .
Fuente, “6OaYe /aZ”, p. .
Fuente, “6OaYe /aZ”, p. .
6eEastião 0onteiro da 9ide,Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia, %rastOia 6enado
FederaO, . Da mesma forma Tue Las Siete Partidas, as Constituições Primeiras, aOém de
preYer o direito ao Eatismo e ao casamento, ressaOtam Tue o escraYo continuaYa com o deYer de
serYir ao seu senKor. 9ide, Constituições Primeiras, /iYro 3rimeiro, 7ttuOos ;;;,, e /;;,.
Fuente, “6OaYe /aZ”, p. .
Fuente, “6OaYe /aZ”, p. .
Fuente, “6OaYe /aZ”, pp. .
Fuente, “6OaYe /aZ”, p. .
0arta EOena Dta], “%e\ond 7annenEaum”, Law and History Review, YoO. , n , pp. .
Dta], “%e\ond 7annenEaum”, p. .
Dta], “%e\ond 7annenEaum”, pp. .
Dta], “%e\ond 7annenEaum”, pp..
Dta], “%e\ond 7annenEaum”, p. .
&KristopKer 6cKmidtNoZara, “6tiOO &ontinents and ,sOand ZitK tZo Kistories"”, Law and
History Review, YoO. , n , pp. .
6cKmidtNoZara, “6tiOO &ontinents”, p. . Da mesma forma, muitas ponderaç}es de &. 6.
NoZara são soEre o deEate acerca da escraYidão em &uEa, aOgo Tue não tratamos aTui por fugir
Oigeiramente do oEMetiYo centraO deste artigo.
Fuente,“6OaYer\ and tKe /aZ”, p. .
Fuente,“6OaYer\ and tKe /aZ”, pp. .
Fuente,“6OaYer\ and tKe /aZ”, p. .
AOeMandro de Oa Fuente, “From 6OaYes to &iti]ens" 7annenEaum and tKe DeEates on 6OaYer\,
Emancipation, and 5ace 5eOations in /atin America”, International Labor and Working-Class
History, n , pp. ±, p. .
Fuente, “From 6OaYes to &iti]ens"”, p. . Nesse artigo, A. de Oa Fuente fa] uma interessante
aniOise do pertodo pys6egunda *uerra 0undiaO momento Tue FranN 7annenEaum escreYeu
Slave and Citizen, em Tue, atraYés de uma iniciatiYa da 2rgani]ação das Naç}es 8nidas para
a educação, a cirncia e a cuOtura 8nesco, EuscaYase compreender meOKor as reOaç}es raciais
em diferentes patses, incentiYando diYersos cientistas sociais a reaOi]ar pesTuisas soEre essa
temitica, muitas deOas no %rasiO.
“7Ke contrast EetZeen tKe E8A and %ritisK :est ,ndies sOaYe OaZ, on tKe one Kand, and tKe
6panisK and Portuguese, on tKe otKer, Zas furtKer KeigKtened E\ tKe different roOe of tKe cKurcK
in tKe Oife of negro”. 7annenEaum, Slave and Citizen, p. . 9ide o Tuarto parigrafo da “pigina
” do presente te[to, onde esta citação esti tradu]ida.
7annenEaum, Slave and Citizen, pp. .
Annette Laing, “µ+eathens and ,n¿deOs¶" African &hristiani]ation and AngOicanism in the 6outh
&aroOina LoZ &ountr\, ”,Religion and American Culture: A Journal of Interpretation,
YoO. , n , pp. , p. . A 6P*, iniciaOmente fundada com o nome de 6ocie
dade para propagação do EYangeOho em terras estrangeiras, na Yirada do sécuOo ;9,, para o
sécuOo ;9,,,, defendia a cristiani]ação de tndios e escraYos, patrocinando Yiagens de diYersos
missionirios peOa América.
Laing, “µ+eathens and ,n¿deOs¶"”, p. .
Laing, “µ+eathens and ,n¿deOs¶"”, p. .
A maioria dos traEaOhos utiOi]a a paOaYra planters para se referir aos coOonos eou senhores de
escraYos. ATui, estamos utiOi]ando amEos os termos ± coOonos e senhores ± como sin{nimos.
Larr\ *ragg, “7he Pious and the Profane the reOigious Oife of earO\ %arEados pOanters”, The
Historian, YoO. , n , pp. , pp. .
NichoOas %easOe\,Christian liturgy and the creation of British Slave Societies, 1650-1780, 7ese
de Doutorado, 9anderEiOt 8niYersit\ NashYiOOe, , pp. .
&onforme 5usseO 0enard, o modeOo de coOoni]ação desenYoOYido em %arEados, Easeado
essenciaOmente na mão de oEra escraYa, foi estendido js demais coO{nias Eritknicas do &ari
Ee e, incOusiYe, a aOgumas continentais, Tue depois Yieram a fa]er parte dos E8A. 5usseO 5.
Menarda,Sweet Negotiations: sugar, slavery and plantation agriculture in early Barbados,
&harOottesYiOOe 8niYersit\ of 9irginia Press, , pp. [ii[iY e pp. .
&onformeL. *ragg, migraram para a iOha tanto catyOicos ingOeses e irOandeses e 4uaNers, como
tamEém Mudeus e[puOsos do %rasiO. *ragg, “7he Pious and the Profane”, pp. .
*ragg, “7he Pious and the Profane”, pp. .
*ragg, “7he Pious and the Profane”, pp. .
*ragg, “7he Pious and the Profane”, pp. .
Morgan *odZ\n apud DaYis, O problema da escravidão, p. . Em , M. *odZ\n apre
sentou, incOusiYe, um pOano aErangente de cristiani]ação dos escraYos americanos. Para isso,
conforme DaYid %rion DaYis, “os ministros angOicanos enYiados para as coO{nias deYeriam ser
economicamente independentes de seus coOonos paroTuianos”. Neste mesmo ano, “o comitr da
coroa do comércio e das plantations, tendo ouYido os haEitantes de %arEados argumentarem
Tue a principaO segurança da iOha estaYa em manter os negros ignorantes e separados por uma
in¿nidade de Otnguas, decidiu dei[ar a Tuestão de reOigião para os coOoni]adores”. DaYis, O
problema da escravidão, pp. .
5ichard %a[ter apud DaYis, O problema da escravidão, p. .
*ragg, “7he Pious and the Profane”, p. . DaYid %. DaYis menciona Tue, tamEém em ,
depois de uma série de demandas Mudiciais de nature]a semeOhante, o procuradorgeraO, em
Londres, posicionouse contra a OiEerdade de um escraYo Tue, OeYado para a ,ngOaterra, fosse
Eati]ado. DaYis, O problema da escravidão, pp. .
%easOe\, “Christian Oiturg\”, p. .
Peter Burke,A revolução )rancesa da historiogra¿a: a (scola dos Annales, 12-18, São
PauOo: Editora 8nesp, .
BeasOe\, “Christian Oiturg\”, p. .
7aOYe] não por acaso, a famtOia “Skene+ague” tiYesse rat]es em BarEados. BeasOe\, “Christian
Oiturg\”, p. . grifo nosso
Batismo = Liberdade?
Praticamente todos os autores ressaOYam Tue uma das ra]}es da resis
trncia dos senhores em OeYar seus catiYos j pia EatismaO era Mustamente
o fato deOes temerem Tue isso Ohes desse o direito j aOforria. Mas, a¿
naO, o acesso ao Eatismo, no mundo ingOrs, daYa ao escraYo o direito j
OiEerdade" Como Má referido, a suspeita Tue norteaYa suas mentes era:
poderia um cristão, na doutrina cristã/angOicana, escraYi]ar outro cristão"
Laing, “µ+eathens and ,n¿deOs¶"”, p. .
7omOims, “7ranspOants and 7iming”, p. .
PaOe\, MaOcoOmson e +unter, “ParOiament and SOaYer\”, p. .
A d~Yida Tuanto j data é coOocada peOos próprios autores.
PaOe\, MaOcoOmson e +unter, “ParOiament and SOaYer\”, p. .
PaOe\, MaOcoOmson e +unter, “ParOiament and SOaYer\”, pp. . Não pode passar desper
ceEido o conte[to em Tue essa Tuestão estaYa sendo deEatida na ,ngOaterra ± o ¿naO do sécuOo
;9,, e intcio do sécuOo ;9,,,. Com efeito, é o mesmo conte[to em Tue o Code Noir foi apro
Yado na França década de e Tue as Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia
foram eOaEoradas , o Tue indica uma preocupação das autoridades, Oeiga e reOigiosa, com
o crescimento do trá¿co de africanos para as Américas.
DaYis, O problema da escravidão, p. .
PaOe\, MaOcoOmson e +unter, “ParOiament and SOaYer\”, p. .
DaYis, O problema da escravidão, p. .
PaOe\, MaOcoOmson e +unter, “ParOiament and SOaYer\”, pp. .
Em um momento,o autor até a¿rma Tue os angOicanos chamaYam, geraOmente, amigos e parentes
aYós para padrinhos, mas não escOarece a Tue grupo sociaO está se referindo. BeasOe\, “Christian
Oiturg\”, p. .
BeasOe\, “Christian Oiturg\”, p. . Para a América Ousa, Yer: Martha D. +ameister,“Para dar caOor
j noYa poYoação: estudo soEre estratégias sociais e famiOiares a partir dos registros Eatismais da
9iOa do 5io *rande ” 7ese de Doutorado, 8niYersidade FederaO do 5io de -aneiro,
, p. 5oEerto *uedes, Egressos do cativeiro: trabalho, família, aliança e mobilidade
social (Porto Feliz, São Paulo, c.1798-c.1850), 5io de -aneiro: Mauad ;, .
.Oein, “A e[perirncia afroamericana”, p. .
Consideraç}es ¿nais
4uase anos depois da puEOicação de Slave and Citizen, DaYid B.
DaYis oEserYou Tue, deYido “j faOta de estudos comparatiYos rigorosos,
simpOesmente não saEemos o su¿ciente soEre o tratamento efetiYo dos
escraYos nas diferentes sociedades para permitir generaOi]aç}es”. De
fato, na introdução de sua oEra, Frank 7annenEaum a¿rmou Tue, Tuando
terminou de escreYer o OiYro, o mesmo “trou[e mais perguntas do Tue
respostas”. Não dei[a de ser interessante notar Tue uma das crtticas
centrais feitas a eOe foi Tue sua tese homogenei]aYa espaços diYersos,
Eem como dei[aYa de Oado mudanças Tue se processaram ao Oongo do
tempo. Da mesma forma, acusaYase Tue F. 7annenEaum tinha se
apoiado apenas na OegisOação, sem consuOtar outro tipo de documentação,
perdendo, assim, como se processaYa, na prática, o estaEeOecido peOa Oei.
A Tuestão é Tue, muitas Ye]es, as teses fundamentais de Frank 7an
nenEaum foram reEatidas mais com ideias gerais do Tue com pesTuisas
emptricas Tue comproYassem efetiYamente Tue, por e[empOo, a nature]a
da escraYidão, do ponto de Yista reOigioso, não era de todo diferente nas
Américas protestante e catóOica. Por sua Ye], aOgumas dessas crtticas
parecem deriYar da suposta grande inÀurncia dos escritos de *iOEerto
Fre\re soEre Slave and Citizen ± em um moYimento Tue, para Eater no
segundo, se desTuaOi¿caYa o primeiro.
SchmidtNoZara, “StiOO Continents”, p. .
DaYis, O problema da escravidão, pp. e . Por óEYio, e[istem hoMe muitos estudos dessa
nature]a, porém nenhum Tue EusTue resoOYer, do ponto de Yista emptrico, a Tuestão do acesso,
ou não, dos escraYos aos sacramentos na América ingOesa.
7annenEaum, Slave and Citizen, p. Yii.
Fuente, “SOaYe LaZ and COaimsMaking”, p. .
Marta Cristina NaYarrete. 5esexa de “Debate y perspectivas: Cuadernos de Historia y Ciencia Sociales
– Su ‘único derecho’: los esclavos y la ley”, http://historiayespacio.uniYaOOe.edu.co/7E;72S//.
PDF>,acessado em //, p. .
8m e[empOo de um estudo comparatiYo Tue pontua de maneira correta Tue as ideias gerais de
F. 7anenEaum não serYem para todos os conte[tos históricos é: .eiOa *rinEerg,“Freedom suits
in Bra]iO and the 8nited States”, Slavery and Abolition, n , pp. .
SoEre o processo de desTuaOi¿cação da oEra de *iOEerto Freyre e a construção do “mito do
mito da democracia raciaO”, Yer: DaYid Lehmann, “*iOEerto Freyre: a reaYaOiação prossegue”,
Horizontes Antropológicos, YoO. , n , pp. , p. .
As citaç}es estão nas páginas e na página : 7annenEaum, Slave and Citizen. AOiás, há
muito GiOEerto Freyre oEserYou Tue a dimensão comparatiYa, nos estudos soEre a escraYidão
no BrasiO e nos E8A, é fundamentaO: “A todo estudioso da formação patriarcaO e da economia
escraYocrata do BrasiO imp}ese o conhecimento do chamado µdeep South¶”. GiOEerto Freyre,
Casa Grande & Senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal,
São PauOo: GOoEaO, , pp. .
.Oein, “A e[perirncia afroamericana”, p. .
.Oein, “A e[perirncia afroamericana”, p. .
SoEre a importkncia da famtOia catiYa no e[tremo suO da América portuguesa, por e[empOo,
Yer: SiOmei Peti], “Caminhos Cru]ados: famtOias e estratégias escraYas na fronteira oeste do 5io
Grande de São Pedro ” 7ese de Doutorado, 8niYersidade do 9aOe do 5io dos Sinos,
acerca do Nordeste no pertodo coOoniaO: Stuart B. SchZart],Segredos Internos: engenhos
e escravos na sociedade colonial (1550-1835), São PauOo: Companhia das Letras, .
9er,https://famiOysearch.org/.
9er, entre outros: Luts Augusto E. Farinatti,Con¿ns Meridionais: famílias de elite e sociedade
agraria do Brasil, Santa Maria: Editora da 8FSM, .
João Fragoso,“Apontamentos para uma metodologia em História Social a partir de assentos
paroquiais – Rio de Janeiro, século XVIII”, 5io de Janeiro,, p. . te[to inédito
João Fragoso,“E¿grnia angoOa, Francisca Muni] forra parda, seus parceiros e senhores: freguesias
rurais do 5io de Janeiro, sécuOo ;9,,,. 8ma contriEuição metodoOógica para a história coOoniaO”,
Topói,YoO. , n , pp. , p. .
Fragoso, “E¿grnia angoOa”, p. .
AOgo, digase de passagem, ressaOtado por F. 7annenEaum, Tuando menciona Tue “uma escraYa
poderia procurar um padrinho para seu ¿Oho entre pessoas respeitáYeis, com a esperança de Tue
a oErigação moraO imposta ao padrinho o OeYasse a OiEertar o seu a¿Ohado”. 7annenEaum, Slave
and Citizen, p. .
Resumo
Desde a puEOicação de Slave and Citizen, de Frank 7annenEaum, em meados
do sécuOo passado, os estudos comparatiYos entre os diferentes processos de
coOoni]ação das Américas e, Oogo, entre os diferentes sistemas escraYistas pro
du]idos, são aOgo comum na historiogra¿a. Contudo, a oEra de 7annenEaum,
depois de certo pertodo de notoriedade, foi seYeramente criticada e Tuase Tue
posta de Oado ± um e[empOo de ostracismo historiográ¿co. Porém, há poucos
anos, Slave and Citizen foi centro de um acaOorado deEate Tue tinha como Oócus
a atuaOidade ou não de suas contriEuiç}es. Nesse sentido, este artigo se prop}e a
reYisitar o OiYro de 7annenEaum a partir de dois pontos espect¿cos: primeiro,
aEordaremos a Má citada discussão, tendo como norte o emEasamento emptrico,
ou a faOta deOe, presente na argumentação dos autores depois, reaOi]arseá uma
anáOise EiEOiográ¿ca de aOguns estudos recentes para tratar de aOgo centraO j tese
do autor: o Tuanto, hoMe, Má se conhece soEre o acesso dos escraYos js práticas
reOigiosas na América ingOesa e como a doutrina Oeiga e reOigiosa perceEia a
sua conYersão ao cristianismo nessa região. Antes, contudo, deYido js Tuase
sete décadas da puEOicação e j sua não tradução para a Otngua portuguesa,
procederemos uma rápida resenha da oEra, retomando suas principais ideias.
Apesar da concordkncia de Tue o OiYro tem Tuest}es proEOemáticas, podemos
aYentar Tue a argumentação centraO de Slave and Citizen ± TuaO seMa, a de Tue
na América iEérica os escraYos eram entendidos como seres portadores de aOma
e, portanto, inseridos na humanidade, Ohes dotou de direitos, diferentemente
da América ingOesa, onde a doutrina reOigiosa os e[cOuiu da humanidade ± não
foi ainda contestada do ponto de Yista emptrico, o Tue só será posstYeO atraYés
de pesTuisas monográ¿cas Tue refutem, ou não, a tese de Frank 7annenEaum.
Palavras-chaves: F. 7annenEaum ± escraYidão ± reOigião ± estudos comparatiYos.
Abstract
Since the publication of Slave and Citizen, by Frank Tannenbaum, in the middle of
the last century, comparative studies between different processes of colonization
of the Americas and, thus, the formation of different slave systems, are common in
the historiography. However, the work of Tannenbaum, after a certain degree of
notoriety, was severely criticized and almost put aside – an example of historio-
graphic ostracism. However, a few years ago, Slave and Citizen was the center
of a heated debate surrounding its up-to-dateness. Thus, this article aims at (re)
visiting Tannenbaum’s book from two speci¿c perspectives: ¿rst, we discuss the
aforementioned debate, taking into account their authors’ empirical support, or
the lack of it; after a review of the recent literature, we address a central aspect of
the author’s thesis: what is nowadays already known about the religious practices
of the slaves in English-speaking America, and how in that region the doctrine (lay