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01 Criminalística PCF
01 Criminalística PCF
-
PCF
Ministério da Justiça
Tarso Fernando Herz Genro
MINISTRO
Criminalística
-
PCF
Brasília-DF
Academia Nacional de Polícia
2008
Todos os direitos reservados
Este trabalho é propriedade da Academia Nacional de Polícia, não podendo ser copiado, totalmente
ou em parte, sem a prévia autorização da ANP, de acordo com a Lei 9.610 de 19 de fevereiro de
1998 (Lei dos Direitos Autorais).
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1 A POLÍCIA JUDICIÁRIA
A Constituição Federal, em seu art. 144, estabelece que segurança pública,
dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preser-
vação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, por
meio dos seguintes órgãos:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III – polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
A polícia administrativa, destinada a fazer a prevenção dos crimes, de forma
ostensiva, é atribuição das polícias militares, rodoviária e ferroviária federal. Há
também, como forças ostensivas, as guardas municipais, que têm a missão de
proteção do patrimônio dos municípios.
Após a prática da infração penal, entra em ação a polícia de função judiciária,
como ensina MIRABETE (2002), que tem caráter repressivo, cuja missão principal
é recolher elementos que possibilitem a instauração da ação penal.
De acordo com o que dispõe o art. 4º do Código de Processo Penal, “a polícia
judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas
circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria”.
Por autoridades policiais, devem ser entendidos os delegados de polícia de
carreira.
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A autoria é de compreensão mais simples, pois significa quem praticou o
fato delituoso. Também na investigação para se chegar a autoria, os exames dos
vestígios materiais podem ser muito útil.
Da mesma forma que é importante a comprovação da materialidade do delito,
a segurança quanto a identidade do autor ou autores do crime é imprescindível,
porque o juiz não poderá impor uma condenação enquanto houver a menor
dúvida quanto à autoria.
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2 A CRIMINALÍSTICA – HISTÓRIA
É certo que a fase técnico-científica da investigação policial é bem recente. Até
o século XIX, praticamente, apenas a Medicina emprestava seus conhecimentos
científicos à investigação de alguns crimes, precisamente, aqueles perpetrados
contra a integridade física do ser humano. Mas, um estudo da linha do tempo da
ciência forense mostra que há muitos resquícios de procedimentos registrados na
história de muitas civilizações que podem, perfeitamente, ser considerados como
precursores da atual Criminalística.
Dentre esses eventos históricos, podem ser destacados, em ordem cronológica,
os seguintes.
No ano 700, os chineses usaram impressões digitais para estabelecer a
identidade de documentos e esculturas de barro, mas sem qualquer sistema de
classificação formal dessas impressões.
No ano 1000, Quintiliano, um advogado dos tribunais romanos, mostrou
que digitais ensangüentadas na palma das mãos enquadrava um homem cego
no assassinato de sua mãe.
Em 1248, um livro chinês, A Camuflagem de Crimes, de Hsi Duan Yu, contém
uma descrição de como distinguir afogamento de estrangulamento.
Em 1784, em Lancaster, na Inglaterra, o responsável por um assassinato foi
incriminado com base na ponta de um jornal embolado em uma pistola, que
correspondia a um pedaço restante encontrado em seu bolso. Este foi um dos
primeiros usos de equiparação física de que se tem notícia.
Em 1813, Mathiew Orfila, um espanhol professor de química medicinal
forense na Universidade de Paris, publicou um Tratado de Toxicologia Geral. Ele
é considerado o pai da toxicologia moderna. Ele também deixou contribuições
significativas para o desenvolvimento de testes para a presença de sangue em um
contexto forense, e foi o primeiro a usar o microscópio na avaliação de sangue
e manchas de sêmen.
Em 1823, o professor de anatomia da Universidade de Breslau, na Tcheco-
Eslováquia, John Evangelist, publicou um artigo sobre a natureza das digitais e
sugeriu um sistema de classificação, baseado em nove tipos principais. O sistema
não prosperou, por possuir falhas.
Em 1835, Henry Goddard, da Scotland Yard, fez a primeira comparação
balística para incriminar um assassino, com base em um defeito visível na bala
que foi submetida a um molde.
Em 1856, Sir William Herschel, um oficial britânico que trabalhava no serviço
de registro civil indiano, começou a usar digitais de polegares em documento,
como substituto para assinaturas de analfabetos.
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Em 1880, Henry Faulds, um físico escocês que trabalhava em Tóquio, publicou
um artigo no jornal Nature sugerindo que digitais no local de crime poderiam
identificar o infrator. Em dos primeiros trabalhos registrados de digitais para
elucidar um crime, Faulds usou a técnica para descartar um suspeito e indicar o
responsável por um roubo.
Em 1883, Alphonse Bertllon, da polícia britânica, identificou um criminoso
reincidente, com base na sua invenção, a antropometria.
Em 1891, o alemão Hans Gross, magistrado e professor de direito criminal
da Universidade de Graz, Áustria, publicou o livro Investigação Criminal, a pri-
meira descrição compreensiva do uso de evidência física na solução de crimes.
A Gross também é atribuída a criação do termo Criminalística, em 1893, com a
publicação do Tratado de Criminalística.
Em 1892, o pesquisador da polícia Argentina, Juan Vucetich, desenvolveu o
sistema de classificação de digitais, que viria a ser usado na América Latina. A
Argentina foi o primeiro país a substituir a antropometria pelas impressões digitais
na identificação criminal.
Em 1896, Edward Richard Henry desenvolveu o sistema de classificação de
digitais que viria a ser utilizado na Europa e na América do Norte.
Em 1900, Kark Landsteiner identificou os grupos de sangue humano, o que lhe
valeu o prêmio Nobel em 1930. Max Richter adaptou a técnica para os tipos de
manchas. Esta foi uma das primeiras instâncias para a validação de experimentos
especificamente para adaptar um método à ciência forense. Landsteiner continuou
o trabalho na detecção de sangue, prestando grande serviço à ciência.
Com o progresso do conhecimento científico, o desenvolvimento de áreas téc-
nicas, o aumento da criminalidade, a repulsa social à arbitrariedade e à violência
policial, a constatação da fragilidade da prova testemunhal e da desmoralização
da confissão do acusado que perdeu o status de rainha das provas, a investigação
policial passou a sentir a necessidade da criação de uma área especializada na
análise e interpretação dos vestígios materiais relacionados com o crime.
De fato, o desenvolvimento torna as relações sociais mais complexas e aumenta
a ocorrência de conflitos, fazendo crescer o índice de criminalidade. Por outro
lado, a sociedade mais desenvolvida passa a conhecer melhor os seus direitos
e a reprimir métodos violentos de atuação do Estado. As provas testemunhais
nem sempre são confiáveis, como já dito, porque as pessoas se esquecem dos
fatos, às vezes têm medo de represálias e outras mentem intencionalmente, para
acobertar alguém. Em razão disso, aquela prática de investigação dos vestígios
materiais que era quase um privilégio dos crimes contra a pessoa torna-se uma
necessidade em outros tipos de delitos.
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Registra-se também que na Europa, principalmente na Inglaterra e na França,
no século XIX, havia muitos especialistas em investigação de fraudes documentais,
por meio do estudo da escrita. Era o surgimento de outro campo de criminalística,
a Documentoscopia.
Para definir as novas técnicas de investigação policial, surgiram denomina-
ções como polícia de investigação, polícia técnica, policiologia, polícia científica,
técnica policial, polícia judiciária e, finalmente, Criminalística.
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O primeiro livro sobre Criminalística foi publicado na Alemanha, em 1893,
por Hans Gross, juiz de instrução e professor de Direito Penal. No Brasil, somente
em 1947, durante a realização do I Congresso Nacional de Polícia Técnica, em
São Paulo, foi adotada a denominação de Criminalística, o que motivou, inclu-
sive, a nova denominação do evento, que passou a ser “I Congresso Nacional
de Criminalística”.
Naquele congresso aconteceu, praticamente, uma ruptura entre a Medicina
Legal e a Criminalística, quando a assembléia do evento definiu a Criminalística,
como “disciplina que tem por objetivo o reconhecimento e interpretação dos
indícios materiais extrínsecos relativos ao crime ou à identidade do criminoso. Os
exames dos vestígios intrínsecos (na pessoa) são da alçada da Medicina Legal”.
Essa definição, adequada ao seu tempo, não expressa por completo a missão
e o campo de ação da moderna Criminalística. A Criminalística de que falavam
os congressistas de 1947 era muito voltada para os crimes contra a pessoa,
tanto que houve uma preocupação em separar bem os vestígios intrínsecos e
extrínsecos, relativos à pessoa, para que a Medicina Legal fosse desmembrada
da Criminalística.
Hoje, com o enorme desenvolvimento tecnológico e com a diversificação da
prática delituosa, a Criminalística, como não poderia ser diferente, lança mão de
conhecimentos científicos de campos diversos, de técnicas emprestadas de outras
ciências, além de métodos artísticos e práticos para realizar a sua missão de inves-
tigar, por meio do estudo dos vestígios materiais. A Física, a Química, a Biologia,
a Contabilidade, a Engenharia, a Informática e a Agronomia são apenas alguns
exemplos de ciências que emprestam seus conhecimentos à Criminalística.
Mas, a Criminalística não recorre apenas às técnicas e métodos emprestados
para desempenhar bem a sua missão de produzir provas por meio do exame dos
vestígios. Ela desenvolveu algumas técnicas exclusivas, que hoje se tornaram ramos
muito importantes da nova ciência, como a Balística Forense, a Documentoscopia,
Merceologia, Grafotecnia, além de outros.
Para RABELO (1996, p.12), a Criminalística é:
(...) uma disciplina técnico-científica por natureza e jurídico-pe-
nal por destinação, a qual concorre para a elucidação e a prova
das infrações penais e da identidade dos autores respectivos,
por meio da pesquisa, do adequado exame e da interpretação
correta dos vestígios materiais dessas infrações.
Ao comentar essa definição, o mesmo autor, fazendo uma referência à separa-
ção dos campos de atuação da Criminalística e da Medicina Legal, afirma: “assim,
quanto a esta parte, até a Medicina Legal está compreendida na definição moderna
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de Criminalística”, o que é absolutamente correto, pois, a Medicina Legal é um
importante ramo da Criminalística, que lida com os vestígios no corpo humano,
portanto, exercida pelos profissionais da medicina e ciências auxiliares.
Um conceito mais moderno de Criminalística está contido no Novo Dicionário
Jurídico Brasileiro, de José Naufél (2002):
Criminalística é o conjunto de conhecimentos que objetivam
a descoberta dos criminosos e dos delitos, o conhecimento
do modus operandi daqueles, a descoberta das provas e o
processo para utilizá-las.
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devem estar presentes no item dos exames, no qual se explica a metodologia téc-
nica necessária, enquanto a conclusão deve ser clara, escrita em uma linguagem
que explique claramente o resultado das análises periciais.
Rigor Técnico-Científico – Este atributo visa tornar defensável tecnicamente
os exames realizados. O perito realiza as análises de acordo com a melhor meto-
dologia disponível, e possível, para cada exame. Para atingir esse objetivo, os
peritos, além de consultar as diversas instruções técnicas expedidas pelo órgão
normatizador de Criminalística do DPF que é o INC/DITEC, devem fazer todas
as pesquisas necessárias.
A palavra do perito não vale por si só, mas pelas bases em que
se assenta. Por maior que seja o prestígio do profissional, pre-
cisa de fundamentar suas afirmações. Do contrário não podem
pesar. (TACRIM-SP-AP- Rel. Cunha Camargo RT 420/264).
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Esses atributos permeiam transversalmente todo o trabalho pericial e podem
ser divididos em atitudinais e técnicos:
Atitudinais: Técnicos:
• Imparcialidade • Precisão/Eficácia
• Tempestividade • Clareza
• Objetividade • Rigor Técnico
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3 O PERITO
Em sentido amplo, perito significa experiente, experimentado, prático, versátil,
competente etc. Para o direito, perito é o especialista que opina sobre questões
que lhe são submetidas a fim de esclarecer fatos que auxiliem o julgador a formar
a sua convicção.
Em direito, de acordo com Guilherme Nucci (2007):
(...) é o especialista em determinada matéria, encarregado de
servir como auxiliar da justiça, esclarecendo pontos específicos
distantes do conhecimento jurídico do magistrado. O perito
pode ser oficial - quando funcionário do estado -, sendo-lhe
dispensado o compromisso, pois investido na função por lei,
ou nomeado pelo juiz, quando deverá ser compromissado a
bem desempenhar a sua função.
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3.2 O Perito Não Oficial
Na falta de peritos oficiais, há previsão legal para a nomeação de peritos
leigos. É o que prevê o § 1º do art. 159 do CPP: “Não havendo peritos oficiais,
o exame será realizado por duas pessoas idôneas, portadoras de diploma de
curso superior, escolhidas, de preferência, entre as que tiverem habilitação técnica
relacionada à natureza do exame”.
Os peritos não oficiais prestarão compromisso de bem e fielmente desempenhar o
encargo (§ 2º do art. 159 do CPP). A nomeação de peritos não oficiais é ato exclusivo
da autoridade policial ou judiciária, não se admitindo a intervenção das partes.
Muito se discute sobre a conveniência da nomeação de peritos leigos, ou ad
hoc, como são conhecidos no mundo jurídico. A nomeação desses peritos, muitas
vezes, é absolutamente necessária, em razão da inexistência de peritos oficias.
Mas, trata-se de medida emergencial que não deve ser transformada em rotina,
porque é inegável que os exames realizados por pessoas que não receberam a
formação específica, não possuem um vínculo com a instituição pública, não estão
sujeitas às normas técnicas dos órgãos de perícia e não dispõem dos recursos
tecnológicos dos institutos de criminalística não oferecem a mesma segurança e
credibilidade de um laudo realizado por peritos oficiais. E o pior, muitas vezes,
os peritos nomeados, em razão dos problemas citados, acabam destruindo ou
danificando os vestígios, o que impossibilita a realização de exames posteriores
por peritos especialistas.
Há, inclusive, movimentos classistas no sentido de se aprovar uma lei que
acabe com essa figura. O certo não é a aprovação de normas que impeçam a
nomeação de peritos leigos que, muitas vezes, são absolutamente necessários, em
razão da inexistência de peritos oficias. O que se deve buscar é aumentar o efetivo
de peritos criminais, tanto federais, quanto estaduais, para tornar desnecessária
a medida, sem causar entraves ao andamento do processo. Parece muito óbvio
que nenhum juiz ou autoridade policial irá nomear perito leigo se puder contar
com um profissional especializado e oficial.
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Os peritos são nomeados pelo juiz e atuam sob compromisso, fazendo jus a
uma remuneração, ou honorários periciais. Outra diferença é que as perícias são
feitas por um só perito e as partes podem apresentar assistentes técnicos, que são
da sua confiança e não estão sujeitos a impedimento ou suspeição.
A regra do art. 145 do Código de Processo Civil prescreve: “quando o fato
depender de conhecimento técnico ou científico, o juiz será assistido por perito,
segundo o disposto no art. 421”. O § 1º do citado art. Prevê que: “os peritos
serão escolhidos entre os profissionais de nível universitário, devidamente inscritos
no órgão de classe competente, respeitado o disposto no Capítulo VI, Seção VII,
deste Código”.
A principal regra do Capítulo VI citado é a do art. 434:
(...) quando o exame tiver por objeto a autenticidade ou falsi-
dade de documento, ou for de natureza médico-legal, o perito
será escolhido, de preferência, entre os técnicos dos estabele-
cimentos oficiais especializados. O juiz autorizará a remessa
dos autos, bem como do material sujeito a exame, ao diretor
do estabelecimento.
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3.5 Disciplina Judiciária
Segundo regra do art. 275 do Código de Processo Penal, “o perito, ainda
quando não oficial, estará sujeito à disciplina judiciária”.
A disciplina judiciária refere-se aos deveres, obrigações e sanções a que estão
sujeitos os peritos, enquanto agente estatal, ainda que se trate de perito não
oficial, podendo responder pelo crimes previstos no Capítulo XI da parte especial
do Código Penal.
A disciplina judiciária envolve o impedimento e a suspeição segundo o artigo
280 do CPP.
Art. 280 – É extensivo aos peritos, no que lhes for aplicável, o
disposto sobre suspeição dos juízes.
Assim, estes dois dispositivos legais devem ser claramente entendidos pelo
profissional de Criminalística.
Impedimento:
Não podem exercer a função de perito aqueles que estiverem
cumprindo pena restritiva de direitos (art. 47, I e II, CP) , impe-
ditiva do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem
como de profissão, atividade ou ofício que dependa de habili-
tação especial, de licença ou autorização do poder público.
O mesmo se dá caso o perito já tenha participado do processo
como testemunha ou tenha dado sua opinião sobre o caso
em oportunidade anterior (art. 112 c/c art. 252, II e III, e art.
254, IV, CPP).
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Conforme regulamento do art. 280 do CPP, “é extensivo aos peritos, no que
lhes for aplicável, o disposto sobre suspeição dos juízes”. Portanto, pela inter-
pretação desse dispositivo, aplica-se também aos peritos a regra do art. 254 do
Código de Processo Penal, ou seja:
O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser re-
cusado por qualquer das partes:
I – se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles;
II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver
respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo caráter
criminoso haja controvérsia.
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4 A PROVA
Em sentido amplo, “prova é aquilo que atesta a veracidade ou autenticidade
de alguma coisa; demonstração evidente; ato que atesta ou garante uma intenção;
testemunho; garantia...”. AURÉLIO (1999).
Para Rocha (1999),
(...) prova é o conjunto dos elementos e fatos apurados no de-
correr da instrução criminal, por meio da atividade das partes
e, supletivamente, pelo juiz, dando a este condições de externar
seu convencimento sobre a matéria em julgamento, condenando,
absolvendo, ou julgando extinta a punibilidade do agente.
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Assim, é preciso entender, em cada caso, quais as fontes de informação que
podem ampliar o conhecimento sobre os fatos em apuração e que podem se
tornar provas.
Basicamente, existem três tipos de fontes de informações que podem escla-
recer um crime:
A primeira fonte, a confissão, como se sabe, deve ser apreciada com restrições,
pela sua precariedade. O Código de Processo Penal, no seu art. 197, que trata
do valor da confissão, estabelece:
O valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os
outros elementos de prova, e para a sua apreciação o juiz deve-
rá confrontá-la com as demais provas do processo, verificando
se entre ela e estas existe compatibilidade ou concordância.
Essa regra do código significa que a confissão somente terá valor se for
coerente com as outras provas, e que o seu valor não é absoluto. Ainda sobre
a confissão, o art. 200 do mesmo código decreta: “A confissão será divisível e
retratável, sem prejuízo do livre convencimento do juiz, fundado no exame das
provas em conjunto”, o que significa que o juiz pode aceitá-la parcialmente,
repudiando a parte que reputar inverossímil.
O segundo grupo de fontes de informação relacionada são as pessoas que
sabem ou têm razão de saber dos fatos, ou seja, as testemunhas. É um tipo de
informação que se obtém mediante a transformação da informação das pessoas
em depoimentos.
Apesar de não haver hierarquia das provas, como já foi dito anteriormente, é
forçoso reconhecer que essa fonte nem sempre é eficiente, por vários motivos. As
pessoas mentem, às vezes não se lembram dos fatos, outras vezes têm medo de
serem perseguidas pelos acusados e muitas outras são dispensadas legalmente de
prestarem testemunho, ou mesmo proibidas de depor, em razão de função, minis-
tério, ofício ou profissão.
A terceira fonte de informações diz respeito ao rastro material proveniente da
conduta humana de que resulta o delito. Cada interação humana no ambiente deixa
sinais que podem ser seguidos. Cada vez mais a sociedade tecnológica, e interligada,
cria fontes de vestígios que podem ser encontrados pelo investigador. O limite para se
encontrar este rastro é, na maioria das vezes, tecnológico. E cabe ao policial conhecer
as formas e fontes em que estes vestígios da conduta humana podem ser encontrados.
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Como exemplo simples desse tema podem-se citar as diversas câmeras de segurança
instaladas em repartições públicas e privadas. Tais câmeras de nada valem se os
investigadores não souberem da sua existência, ou não detiverem conhecimentos e
meios tecnológicos para utilizar como provas as evidências ali registradas.
Os vestígios materiais, bem analisados tecnicamente, transformam-se em ver-
dadeiras testemunhas mudas que não mentem. Fazer os vestígios falarem, isto é,
interpretá-los à luz do contexto, é a tarefa da Criminalística. Cientificamente inter-
pretados os vestígios materiais auxiliarão de forma considerável na elucidação de
um crime. Os vestígios analisados e interpretados tornam-se provas materiais.
Em razão de tudo que foi dito a respeito das fontes de informações sobre
os fatos que envolvem os crimes, é inegável que há uma tendência natural de
que a investigação policial passe a ser a cada dia mais técnica e mais científica,
valorizando sempre o exame dos vestígios materiais, ou seja, aquele rastro de
elementos materiais de que fala o terceiro grupo de fontes.
Nesse sentido, o próprio Código de Processo Penal estabelece, no art. 158:
“Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de
delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado”.
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Espínola Filho, citado por Demercian e Maluly (2001), referindo-se ao corpo de delito
“como conjunto dos elementos sensíveis do fato criminoso”, assim se manifesta:
(...) não há medida mais eficiente do que submetê-los à apre-
ciação de técnicos especializados, os quais, por processos
científicos, dêem ao julgador uma opinião digna de maior
acatamento, justamente porque se manifesta sobre a matéria
em que os examinadores são peritos.
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4.2 Objeto da Prova
Constitui o objeto da prova aquilo sobre o que o juiz deve formar o seu convenci-
mento; aquilo que deve ser demonstrado. O objeto da prova abrange o fato delituoso
e todas as circunstâncias objetivas e subjetivas necessárias ao pleno conhecimento
do juiz sobre o processo e que possibilitem a formação da sua convicção.
Segundo Rocha (1999), o objeto da prova são os fatos articulados no processo
pela acusação e defesa. O fim do processo, seu objeto, portanto, é a demonstração
da verdade de uma ou de outra parte, com base no conjunto probatório.
a) Diretas
São as provas que demonstram, por si só, fato a ser provado, sem a necessi-
dade de qualquer processo lógico de construção. O depoimento da testemunha
que viu o crime acontecer é uma prova direta, o laudo pericial também é uma
prova direta.
b) Indiretas
São as provas que não se referem de forma direta ao fato probando. Uma
forma de se obter a prova indireta é aquela em que se prova um fato para negar
ou confirmar outro. O álibi pode ser um exemplo de prova indireta. Por meio
dele, uma pessoa suspeita de cometer um crime em determinado dia num local
conhecido prova que estava em outro lugar no dia e hora do crime, demonstrando,
de forma indireta, que não pode ter cometido o crime. Outro exemplo de prova
indireta é o depoimento da testemunha que não estava no local de um crime,
mas apenas ouviu de outra pessoa a narrativa dos fatos.
Há autores que não aceitam a existência de prova indireta, sob o argumento
de que todas as provas são diretas relativamente ao que é imediatamente pro-
vado; e são indiretas relativamente ao não imediatamente provado. Esses autores
classificam o álibi como prova negativa de autoria.
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4.3.2 Quanto ao Sujeito
Sujeito da prova é a pessoa ou coisa de quem ou onde promana a prova. Por
este aspecto, as provas podem ser:
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5 TEORIA DOS VESTÍGIOS
Vestígios, em sentido amplo, são marcas, rastros, sinais, manchas, etc. Segundo
BORGES DA ROSA, citado por DEMERCIAN e MALULY (2001):
(...) são sinais, dados materiais, resquícios percebíveis pelos
sentidos, manifestações físicas que se ligam a um ato ou fato
ocorrido ou cometido, isto é, à infração penal. A apreciação
pelos sentidos, desses dados materiais é que constitui o exame
de corpo de delito.
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por serem resultado da ação ou omissão do autor e cuja interpretação
correta pode levar à elucidação do crime.
Vale repetir, é quase sempre muito difícil para o policial diferenciar entre os
vestígios verdadeiros, os ilusórios e os forjados, no início dos trabalhos. Afinal,
ainda não foi inventada a “bola de cristal” que identifica, de pronto, o vestígio a
seguir. Por isso, nenhum detalhe pode ser desprezado; tudo deve ser investigado
e analisado cuidadosamente, não se deve seguir uma pista só.
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ser recolhido e receber toda a atenção. A impressão digital pode, inclusive, ser
suporte de outro vestígio.
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lidade de prova pela justiça ganhou força, principalmente, após a edição da Lei
nº 9.296, de 24 de julho de 1996, que regulamentou a interceptação de comu-
nicação, mediante autorização judicial.
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7 PERÍCIAS EM GERAL
O art. 178 do Código de Processo Penal estabelece: “No caso do art. 159, o
exame será requisitado pela autoridade ao diretor da repartição, juntando-se ao
processo o laudo assinado pelos peritos”. Isso significa que os exames periciais
são realizados mediante requisição da autoridade, que poderá ser policial ou
judiciária. No sistema nacional, que confere duas fases distintas na persecução
penal, as perícias são quase sempre realizadas na fase do inquérito policial, muitas
vezes até mesmo antes de sua instauração.
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7.2 Ilustrações de Laudos
A parte final do art. 169 do CPP estabelece que os peritos poderão ilustrar
seus laudos com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos. Pelo teor da
redação, nota-se que se trata de uma prerrogativa dos peritos decidirem pela
conveniência da ilustração. No caso de perícias de laboratório, o comando do art.
170 do mesmo Código é diferente, ao estabelecer: “sempre que conveniente, os
laudos serão ilustrados com provas fotográficas, ou microfotográficas, desenhos
ou esquemas”. Embora não haja uma definição sobre a quem compete decidir
sobre a conveniência da ilustração fotográfica, o entendimento mais razoável é o
de que a autoridade requisitante é quem decide, porque, se a decisão coubesse
aos peritos, a norma do citado artigo seria desnecessária, estaria implícita no
regulamento do artigo 169.
A propósito de perícias de laboratório, vale lembrar a regra do art. 170 do CPP,
que determina que os peritos deverão conservar parte do material analisado para
eventual perícia complementar ou contraprova. Na prática, esse dispositivo legal
é de difícil aplicação, pela falta de definição quanto ao tempo de guarda desse
material e pela dificuldade que representa a conservação de certos materiais, por
períodos de tempo muito longos. Mas, está em vigor e compete à administração
proporcionar os meios necessários ao seu cumprimento.
Ainda sobre ilustrações de laudos, é muito importante e específica a deter-
minação do art. 164 do CPP, no sentido de que “os cadáveres serão sempre
fotografados na posição em que forem encontrados, bem como, na medida do
possível, todas as lesões externas e vestígios deixados no local do crime”. Aqui se
trata de uma imposição legal, a norma regulamenta o procedimento a ser seguido,
não depende da vontade dos peritos ou da autoridade policial a fotografia dos
cadáveres em locais de crime.
Sobre fotografias e outras formas de ilustração de laudos, vale ressaltar que o
laudo pericial acaba se transformando numa importante peça de convencimento do
julgador. E, também, que a imagem demonstra melhor certas circunstâncias do que
o texto escrito. Assim, sempre que possível, os peritos devem produzir ilustrações
fotográficas, fazer croquis, desenhos, esquemas elucidativos, enfim, demonstrar
com todos os recursos visuais possíveis as suas observações e conclusões.
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legiadas. A avaliação será feita de forma indireta sempre que não for possível se
ter acesso às coisas objeto do exame, com base em informações constantes dos
autos ou de acordo com dados obtidos em diligências realizadas pelos peritos.
Vale relembrar que os peritos devem relatar o critério utilizado para se chegar ao
valor atribuído em bem. (Vide art. 172 do CPP).
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No exame para o reconhecimento de escritos, por comparação
de letra, observar-se-á o seguinte:
I – a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito
será intimada para o ato, se for encontrada;
II – para a comparação, poderão servir quaisquer documentos
que a dita pessoa reconhecer ou já tiverem sido judicialmente
reconhecidos como de seu punho, ou sobre cuja autenticidade
não houver dúvida;
III – a autoridade, quando necessário, requisitará, para o
exame, os documentos que existirem em arquivos ou estabele-
cimentos públicos, ou nestes realizará a diligência, se daí não
puderem ser retirados;
IV – quando não houver escritos para a comparação ou forem
insuficientes os exibidos, a autoridade mandará que a pessoa
escreva o que lhe for ditado. Se estiver ausente a pessoa,
mas em lugar certo, esta última diligência poderá ser feita por
precatória, em que se consignarão as palavras que a pessoa
será intimada a escrever.
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Vale lembrar que a autoridade judiciária poderá mandar complementar ou
esclarecer o laudo, ou mesmo determinar que se faça novo exame, por outros
peritos, conforme o teor do dispositivo legal abaixo:
Art. 181 CPP. No caso de inobservância de formalidades, ou no
caso de omissões, obscuridades ou contradições, a autoridade
judiciária mandará suprir a formalidade, complementar ou
esclarecer o laudo. (Redação dada pela Lei nº 8.862/94).
Parágrafo único. A autoridade poderá também ordenar que
se proceda a novo exame, por outros peritos, se julgar con-
veniente.
Esse dispositivo é complementado pelo art. 6º, inciso I que estabelece a ida
da autoridade policial ao local de crime para providenciar o isolamento do local
até a chegada dos peritos criminais.
41
8 O LAUDO PERICIAL
O laudo pericial é a peça escrita que representa o relatório dos exames, é o
documento no qual os peritos expõem todo o roteiro dos trabalhos, descrevem
as técnicas e métodos científicos empregados, consignam tudo o que observarem
e emitem a conclusão. O laudo pericial deverá ser elaborado pelos peritos que
realizaram os exames periciais.
O art. 160 do Código de Processo Penal regulamenta:
Para a maioria dos doutrinadores, o laudo pericial deve ser elaborado com,
no mínimo, as seguintes partes: um preâmbulo (número, título, nome dos peritos
e informações sobre a requisição); exposição e discussão (narração do que foi
examinado, condições de realização dos exames, histórico, técnicas utilizadas e
justificativas das conclusões) e uma conclusão objetiva e sintética.
No âmbito do Departamento de Polícia Federal, há uma padronização do
trabalho pericial, por área de atuação, bastante rígida, com relação aos títulos
de laudos, e mais tolerante no caso de subtítulos, que podem até mesmo ser
dispensados. Com relação aos capítulos que integram o laudo, também há uma
certa liberdade, de modo a não interferir na autonomia dos peritos, que são os
verdadeiros responsáveis pelos exames e pelo respectivo relatório, mas existem
instruções técnicas que regulamentam as diversas áreas da perícia, que contém
algumas exigências sobre conteúdo mínimo dos laudos.
A numeração dos laudos é seqüencial, é comum a todas as áreas periciais e se
reinicia no primeiro dia de cada ano. Deve haver uma coerência entre a seqüência
numérica dos laudos e as datas dos mesmos. Por isso, o número do laudo deve
ser definido no dia em que o mesmo for digitado, independentemente do dia ou
dias em que os exames tiverem sido realizados. O preâmbulo traz os nomes dos
peritos responsáveis pelos exames, o nome do diretor ou chefe que designou
esses peritos, informações sobre o expediente de requisição, como número, data,
procedimento a que está vinculada a requisição (inquérito, processo), nome
da autoridade requisitante, número e data do protocolo e outras informações
específicas do caso. O histórico, que é muito importante para se registrar dia e
hora da perícia e qualquer outro fato importante sobre a perícia, como motivos
de possíveis interrupções dos trabalhos, ou demora no atendimento, deve ser
lançado em forma de capítulo, pode ser desnecessário em alguns casos.
43
A descrição dos materiais, locais, ou documentos examinados, ou possíveis
padrões utilizados, consistirão capítulos do laudo e deve obedecer às exigências
contidas nas regulamentações, ou mesmo a prática reiterada. Ela deve ser bem
completa, para permitir a identificação segura, e impedir equívocos ou mesmo
trocas posteriores.
A conclusão, que deve ser clara e objetiva, pode representar o capítulo “con-
clusão”, ou “respostas aos quesitos”. Isso porque, algumas vezes, a autoridade
não oferece quesitação, limitando-se a informar o objetivo dos exames.
Vale lembrar que os principais atributos da metodologia pericial devem estar
presentes no laudo. O laudo vale pelo seu conteúdo técnico, científico, objetivo
e claro, nunca apenas pelo prestígio da instituição, nem pelos nomes dos peritos
que o subscrevem.
Assim, respeitadas as características de cada tipo de exame pericial, os laudos
emitidos pelo Sistema de Criminalística do DPF devem seguir a padronização de
títulos seguintes.
44
1. Análise de Conteúdo
2. Verificação de Edição
3. Verificação de Locutor
4. Verificação de Edição com Análise de Conteúdo
5. Verificação de Locutor com análise de Conteúdo
6. Verificação de Locutor e de Edição
7. Verificação de Locutor e de Edição com Análise de Conteúdo
III) ÁREA DE PERÍCIAS DE ENGENHARIA
i. Laudo de Avaliação de Bens
1. Imóvel Rural
2. Imóvel Urbano
3. Jóia
ii. Laudo de Exame de Demarcação de Terra
iii. Laudo de Exame de Empreendimento
1. Agrícola
2. Agro-industrial
3. Agropecuário
4. Florestal
5. Industrial
iv. Laudo de Exame de Máquinas e Equipamentos
v. Laudo de Exame de Obra de Engenharia
1. Abastecimento d’Água
2. Aeródromo
3. Análise de Projeto
4. Barragem
5. Confrontação Físico-Financeira
6. Distribuição de Energia Elétrica
7. Drenagem
8. Edificação
9. Estrada
10. Indústria
11. Instalação Predial
12. Obra de Arte
13. Obra de terra
14. Pavimentação
15. Portuária
16. Sistema de Esgoto
17. Sistema de Irrigação
18. Transmissão de Energia Elétrica
19. Usina
45
IV) ÁREA DE PERÍCIAS DE INFORMÁTICA
i. Laudo de Exame da Internet
1. Correio Eletrônico
2. Fluxo de Dados
3. Registro Histórico
4. Sítio
ii. Laudo de Exame de Dispositivo de Armazenamento Computacional
1. Cartão de Memória
2. CD
3. Disquete
4. DVD
5. Fita Magnética
6. HD
7. Pen Drive
iii. Laudo de Exame de Equipamento Computacional
1. Agenda Eletrônica
2. Computador
3. Máquina Eletrônica Programável
4. Periférico
5. Personal Digital Assistant – PDA
6. Telefone Celular
iv. Laudo de Exame de Local de Informática
v. Laudo de Exame de Sistema Informatizado
1. Ambiente Computacional
2. Aplicativo
3. Fluxo de Dados
4. Registro Histórico
46
1. Folha de Coca
2. Haxixe
3. Maconha
4. Papoula
viii. Laudo de Exame de Produto Alimentício
ix. Laudo de Exame de Produto Cosmético
x. Laudo de Exame de Produto Farmacêutico
xi. Laudo de Exame de Resíduo de Substância em Material Suporte
xii. Laudo de Exame de Substância
1. Cloreto de Etila
2. Cocaína
3. Heroína
4. LSD
5. MDMA
xiii. Laudo de Exame de Vestígio Biológico
1. Esperma
2. Saliva
3. Sangue
4. Pêlo
xiv. Laudo de Exame Químico-Toxicológico
xv. Laudo Preliminar de Constatação
47
VII) ÁREA DE PERÍCIAS DE MEIO AMBIENTE
i. Laudo de Exame de Animal
ii. Laudo de Exame de Meio Ambiente
1. Análise de Licenciamento de Atividade
2. Cavidade Natural Subterrânea
3. Constatação de Reparação de Dano Ambiental
4. Corpo d´Água
5. Dano à fauna
6. Dano à Flora
7. Desflorestamento
8. Erosão
9. Extração Mineral
10. Incêndio Florestal
11. Monumento Natural
12. Ocupação em Área Protegida
13. Poluição
14. Sítio Paleontológico
15. Uso do Solo
16. Valoração de Dano
iii. Laudo de Exame de Minerais
1. Fóssil
2. Gema
3. Minério
4. Rocha
5. Solo
iv. Laudo de Exame de Petrecho
1. Caça
2. Pesca
v. Laudo de Exame de Vegetal
48
IX) ÁREA DE PERÍCIAS DE VEÍCULOS
i. Laudo de Exame de Aeronave
ii. Laudo de Exame de Embarcação
iii. Laudo de Exame de Veículo Terrestre
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XIV) ÁREA DE PERÍCIAS DE GENÉTICA FORENSE
i. Laudo de Exame Genético
1. Identificação Genética
2. Vínculo Genético
3. Determinação de Espécie
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8.3 Laudo de Exame de Constatação Preliminar
No caso de lavratura de Auto de Prisão em Flagrante Delito com base na
Lei nº 11.343 de 23 de agosto de 2006, a chamada lei de entorpecentes, há
a necessidade de se realizar um exame prévio da substância apreendida, antes
da lavratura do Auto. Conforme previsto na citada Lei, o exame de constatação
preliminar da natureza da substância, nesses casos, poderá ser realizado por um
só perito ou, na falta deste, por qualquer outra pessoa que possua capacitação
técnica para o encargo, que será nomeada pela autoridade policial. Se o exame
for feito por um perito oficial, ele não ficará impedido de realizar o exame defi-
nitivo, indispensável para o julgamento do réu.
8.5 Informação
A informação é o documento oficial por meio do qual os peritos encarregados
de realizarem um exame pericial se comunicam com a autoridade requisitante da
perícia ou com a chefia da criminalística, para tratar de assuntos relacionados aos
exames, como por exemplo, a necessidade de apresentação de novos materiais
padrões para um exame grafotécnico, uma ocorrência que impeça a realização
51
dos exames, a necessidade de aquisição de materiais, etc. O mesmo documento
pode ser utilizado para outro tipo de comunicação. Não há uma exigência de que a
informação seja assinada por dois peritos, embora muitos adotem essa medida.
De qualquer maneira, a administração é dinâmica, a qualquer momento, o
formato, e a destinação deste documento podem ser alterados.
LAUDO Nº 0608/2004-SR/MG
I - HISTÓRICO
No dia 01 de abril de 2004, em cumprimento à Ordem de Missão nº.
006/2004-SETEC, os signatários do presente Laudo, deslocaram-se até o
Município de Inhaúma (MG), onde realizaram exames em local de degradação
ambiental decorrente de atividade de extração mineral.
II - DO OBJETIVO DOS EXAMES
Os exames foram orientados no sentido de se verificar o quadro atual da
situação ambiental e o potencial degradador da atividade extrativa mineral, no
local examinado, bem como, suas inter-relações com o meio biótico e abiótico
do Ribeirão dos Macacos, à jusante da mineração em comento.
III - DOS EXAMES
Os trabalhos periciais realizados no local consistiram numa minuciosa vistoria
de toda a área da empresa de mineração, numa análise geoambiental da área,
procurando avaliar de modo crítico a repercussão da atividade de extração mineral
na fauna, flora, água (recursos hídricos) e solo do local e da região.
52
a - DO LOCAL
Trata-se de uma propriedade rural denominada Fazenda Bonsucesso, loca-
lizada no Município de Inhaúma (MG). Nesse local a Minerações Gerais desen-
volve suas atividades de mineração em uma mina a céu aberto, para a lavra de
minério de quartzo e o seu posterior beneficiamento, incluindo além da frente de
lavra propriamente dita, a planta de beneficiamento do minério e as lagoas de
decantação de efluentes e de contenção de águas pluviais.
Do Meio Físico
Geologicamente trata-se de uma área de exposição do embasamento crista-
lino, cercado por região predominantemente cárstica, cujas litologias se compõe
de rochas de composição granítica e argilo carbonática, especialmente calcários,
calcários dolomíticos, folhelhos carbonáticos e ardósias, seqüências estas, que
vêm sendo incorporadas ao Grupo Bambuí.
Com relação aos recursos hídricos, pode-se afirmar que a região é bem
servida de água, destacando-se no contexto o Ribeirão dos Macacos, principal
curso d’água microregional, que é afluente do Rio da Prata (bacia regional), que
por sua vez é um dos afluentes da do Rio São Francisco.
A vegetação típica da região é o cerrado, enriquecido por segmentos de mata de
galeria, que se desenvolvem em pontos de maior umidade. Em estreita relação com o
sistema de drenagem regional, encontramos também a mata ciliar, que se desenvolve
ao longo dos cursos d’água em faixas estreitas nos solos marginais aos rios e riachos.
53
Quanto ao dano ambiental observado no local, o mesmo decorre da retirada
da cobertura vegetal, do decapeamento da camada de solo para atingir o jazi-
mento mineral, da alteração do perfil topográfico, através do desenvolvimento
da cava da mina, do uso de cargas explosivas gerando barulho e particulados
no ar, da atividade de máquinas, caminhões e outros equipamentos de bene-
ficiamento mineral, além do aumento do escoamento superficial decorrente da
menor permeabilidade do solo.
Os signatários constataram também a existência de uma infra-estrutura que
contava com os seguintes recursos:
- Energia elétrica.
- Escritório;
- Diversos caminhões;
- Pás carregadeiras
- Uma instalação completa de britagem e beneficiamento, envolven-
do britadores, peneiras, correias de transporte, estrutura metálica,
galpões, etc.
54
IV – DAS RESPOSTAS AOS QUESITOS
Quesitos apresentados pela ilustre Autoridade Policial:
55
Na avaliação dos signatários, será possível a recuperação da área após o encer-
ramento da atividade. Entretanto, a recuperação de áreas degradadas está condi-
cionada ao respectivo PRAD (Plano de Recuperação de Áreas Degradas), atribuição
equipe multidisciplinar que extrapola a competência desta perícia criminal.
Quesitos apresentados pela Procuradoria da República:
Se a área desmatada pertence à área de preservação permanente e, em caso
afirmativo, verificar se o desmate foi autorizado e qual a instituição que concedeu
a autorização.
Primeiramente, é importante ressaltar que, por ocasião da perícia, não havia
qualquer atividade de desmatamento em andamento no local, tendo a atividade
de exploração mineral eliminado os eventuais vestígios de vegetação, de existência
pretérita à frente de lavra.
Portanto, para respondermos ao quesito, nos basearemos na documentação
apresentada e na vegetação remanescente no entorno da mina. Sustentados pelas
informações constantes no processo, admitiremos que vegetação semelhante
estava presente em toda a encosta minerada, muito embora seja indiferente o fato
de haver ou não vegetação, pois que a ÁREA é que é de preservação permanente,
e não a vegetação. Assim sendo, e conforme determina a legislação pertinente
(CÓDIGO FLORESTAL), o terço superior da Serra da Tumba constitui ÁREA DE
PRESERVAÇÃO PERMANENTE, pelo só efeito da lei.
Neste contexto, aos Peritos foi apresenta a AUTORIZAÇÃO Nº 127/98 (cópia em
anexo), referente ao Processo nº 02015.010901.98/26, em que o Superintendente
Regional do IBAMA, em Minas Gerais, resolve “AUTORIZAR, a empresa Jaguar
Mineradora Ltda., a proceder intervenção em área cuja vegetação arbórea é clas-
sificada como preservação permanente, medindo aproximadamente 03,00.00 ha
(três hectares), localizada na “Serra da Tumba”, “Fazenda Bom Sucesso”, município
de Inhaúma/MG, com finalidade de viabilizar a realização de atividades minerárias
de quartzo e areia, para utilização na indústria siderúrgica.”
Cumpre esclarecer que a autorização acima elencada ainda previa, entre
outras, a seguinte restrição: “Deverão ser rigorosamente observadas, todas as
exigências constantes do Licenciamento Ambiental em andamento da FEAM.”
Os Peritos entendem que a efetiva concessão da Licença de Operação (que só
ocorreu, como já consignado, em 03/07/2000) é a mais importante das exigências
da FEAM. Ainda que a autorização do IBAMA e a licença da FEAM decorram de
procedimentos independentes, os signatários entendem que a autorização para
desmate (com intervenção em área de preservação permanente) deveria estar
56
condicionada à efetiva emissão da LO por parte da FEAM, o que preveniria um
desmate desnecessário, na eventualidade de o empreendimento não obter parecer
favorável do COPAM-Conselho Estadual de Política Ambiental).
Não obstante, por ocasião da emissão dos documentos, a competência para
intervenção em área de preservação permanente era exclusiva da União, através
de seu órgão ambiental competente (IBAMA). Mesmo que quisesse, não poderia,
a autoridade estadual, deliberar acerca da intervenção em áreas classificadas
como de preservação permanente.
A dúvida levantada pela Procuradoria da República talvez se deva ao texto
do parecer emitido pelo representante do Instituto Estadual de Florestas, quando
da vistoria (17/04/1997) para autorização de desmate em outras áreas da
propriedade, estas sim, dentro de suas competências. Apesar de confuso, lá a
autoridade ambiental estadual se pronuncia favorável à liberação da área para
mineração, obtendo o comprometimento do proprietário quanto a reflorestar as
margens do córrego “... em contra partida a uma possível troca do topo da serra
da TUMBA que também é área de preservação permanente (8,60 ha)”.Ocorre
que a AUTORIZAÇÃO PARA EXPLORAÇÃO FLORESTAL Nº 077083 (fls. 92 DPF),
efetivamente emitida pelo Instituto Estadual de Florestas, em 11/07/1997, somente
autoriza o “corte raso com destoca de 50,00ha de cerrado”, com a finalidade
explicita de abrir a área para a instalação de pastagem. Conforme croqui anexado
aos autos (fls. 93 DPF), e que necessariamente deve acompanhar a autorização,
a área autorizada está localizada a noroeste da Serra da Tumba. No croqui ane-
xado, o técnico faz a ressalva de que a área de preservação permanente no topo
da Serra da Tumba é de competência do IBAMA. Este último fato apenas ratifica
o observado no ofício encaminhado à Polícia Florestal em 18/06/98 (fls. 93
DPF), onde o técnico do IEF ressalta que “o Topo da Serra seria competência do
IBAMA, por ser área de preservação permanente”. Este mesmo expediente pode,
também, ter contribuído para suscitar dúvidas no representante do Ministério
Público Federal, quando o supracitado técnico afirma que “... o desmatamento
da encosta somente poderia ser possível, se a FEAM autorizasse”.Como a encosta
abaixo do topo da Serra, segundo laudo do IEF, possuía 32º de declividade,
sendo permitido apenas a exploração sustentada (catação), o técnico sugere
que a autorização para desmate (corte raso com destoca) só se daria mediante
autorização da FEAM para a mineração (leia-se Licença de Operação – LO), de
vez que, para o caso em questão, seria impossível minerar a área sem a prévia
retirada da vegetação que a recobrisse. A autorização da FEAM diz respeito, tão
somente, ao licenciamento do empreendimento, e não, ao desmate propriamente
57
dito, pois que este, no caso em epígrafe, é de competência exclusiva do Instituto
Estadual de Florestas. Observe-se que o Instituto Estadual de Florestas possui
autonomia, na forma da lei, para deliberar acerca das questões florestais do
Estado, sem que, para o caso em questão, necessite aquiescência da FEAM ou
de qualquer outro órgão, da esfera estadual ou federal.
Diante de todo o exposto, os Peritos concluem que apenas o IBAMA, através de
seu superintendente regional em Minas Gerais, Dr. Jader Pinto de Campos Figueiredo,
emitiu autorização para intervenção em área de preservação permanente, com a
finalidade de viabilizar a realização de atividades minerarias de quartzo e areia.
Entretanto, cumpre ressaltar, a autorização emitida tinha validade de doze (12)
meses, a contar da data de 14/07/1998. A JAGUAR MINERADORA LTDA, poste-
riormente a esta data, mais precisamente nas datas de 09/07/1999, 04/02/2000
e 05/06/20000 (cópias anexas), requereu, de primeira, a revalidação da Licença
nº 127/98 e, nas duas seguintes, autorização para uso de área de preservação
permanente, referente ao Processo nº 02015.010901.98/26.
Como não há nos autos cópias de qualquer revalidação da licença ou nova
licença expedida para a área, tudo leva a crer que a empresa não realizou o
desmate no tempo devido (dentro da validade da licença obtida) e, diante da
demora (ou recusa) do IBAMA em fazer a revalidação ou emitir nova licença,
optou por efetuá-lo à revelia daquele órgão ambiental.
Como já ressaltado, a conclusão acima exposta tem por base os documentos
apensos ao IPL e, cairá por terra, na eventualidade de a empresa comprovar a
emissão do documento autorizativo contestado. É firme, contudo, o entendimento
de que, em momento algum, o Instituto Estadual de Florestas autorizou intervenção
em área de preservação permanente, na Serra da Tumba.
58
Pode-se afirmar apenas que, por ocasião da perícia, os signatários consta-
taram que a mineração JAGUAR MINERADORA LTDA possuía um adequado
controle de suas águas pluviais e residuais, que eram contidas em barragens de
contenção, onde os sólidos em suspensão eram decantados. O sistema prevê,
inclusive, a adoção de um sistema fechado, com o reaproveitamento da água
utilizada no processo.
VISTO:
Chefe do Setor Técnico Científico
59
Fotos 01 e 02: Apresentam em ângulos diferentes, uma visão geral da área minerada examinada.
60
Fotos 03 e 04: Mostram a frente de lavra em maior detalhe do banqueamento adotado no processo
extrativo mineral.
61
Fotos: 05 e 06: Mostram parte da área de depósito e as bacias de contenção de águas dos efluentes
provenientes da mina.
62
Fotos 07 e 08: Mostram, respectivamente, a eira ao longo da estrada para evitar que a água pluvial
escorra pela encosta causando arraste de material e erosão e o canal que leva a água até as bacias
de decantação de efluentes.
63
Fotos 09 e 10: Mostram, de dois ângulos diferentes, as barragens de rejeitos (decantação de efluentes),
para onde são conduzidos todos os efluentes líquidos provenientes do processo de beneficiamento
mineral.
64
Fotos 11 e 12: Apresentam de dois ângulos diferentes a área de depósito e parte da planta de tratamento
(moagem mecânica) do minério de quartzo ali produzido. Vendo-se ao fundo da primeira, a vegetação
que presumivelmente recobria a área minerada.
65
LAUDO Nº 079/2000-SR/MG
I – HISTÓRICO
No dia 15 de dezembro de 1999, os signatários compareceram ao 36º
Batalhão de Infantaria Motorizada de Uberlândia (MG), onde realizaram exames
periciais em material explosivo que ali se encontravam guardadas.
II - DO MATERIAL
66
Duas (02) granadas de mão, de uso militar, do tipo defensiva, modelo EOT
M9A1(ESPOLETA OGIVA DE TEMPO M9A1), de fabricação nacional, compostas
por carga principal, luva de aneis (luva de fragmentação), espoleta e ogiva com
retardo de tempo.
IV - DOS EXAMES
Foram realizados exames de observação direta nas granadas defensivas M9A1
apresentadas, para a verificação de suas características principais, e condições
de armazenamento.
V - CONCLUSÃO
Os Peritos concluem, tratar-se, o material examinado, de duas granadas de
uso exclusivo militar, modelo EOT M9A1.
Os Peritos têm por bem esclarecido o assunto. Após os exames, as granadas
permaneceram sob a Guarda do 36º BIMTZ de Uberlândia/MG.
Nada mais havendo a lavrar, os Peritos encerram o presente Laudo, produzido
em 02 folhas, que lido e achado conforme, assinam acordes.
Belo Horizonte, 08 de fevereiro de 2000.
67
LAUDO DE EXAME EM MOEDA
(PAPEL MOEDA)
Aos vinte e quatro (24) dias do mês de março do ano de dois mil e seis (2006),
nesta cidade de Belo Horizonte e no Setor Técnico-Científico da Superintendência
Regional do Departamento de Polícia Federal no Estado de Minas Gerais, de
conformidade com a legislação vigente e nos termos do Decreto nº.73.332 de 19
de dezembro de 1973, designados pelo Chefe do Setor, Perito Criminal Federal
GERALDO MAGELA VIEIRA DE LIMA, os Peritos Criminais Federais JOÃO LUIZ
MOREIRA DE OLIVEIRA e MARCUS VINÍCIUS DE OLIVEIRA ANDRADE elabo-
raram Laudo de Exame em Moeda (Papel Moeda, a fim de ser atendido o despacho
nº 538/2006 da Senhora Superintendente Regional, Delegada de Polícia Federal
SÔNIA STELA DE MELO, recebido e protocolizado neste Setor Técnico-Científico
em 15.02.2006 sob o nº.0513/2006 SETEC, descrevendo com verdade e com
todas as circunstâncias tudo o que possa interessar à Justiça, bem assim para
atenderem aos termos do expediente de solicitação abaixo transcritos.
I – DO MATERIAL QUESTIONADO
Os Peritos receberam para análise 09 (nove) cédulas tipo papel-moeda, com
valor declarado de R$10,00 (dez reais), de numeração de série B9791057333C
(três), B9791057337 (quatro) e B9791057399 (duas), apresentando ainda
as seguintes características adicionais:
Anverso
• na região central à direita, a efígie simbólica da República;
• à esquerda da efígie e no canto superior direito, o algarismo indicativo
de valor (10);
• na extremidade direita da tarja horizontal inferior, o nome do padrão
monetário (REAIS);
• na parte superior esquerda, a inscrição “BANCO CENTRAL DO
BRASIL”.
Reverso
• painel com a gravura de uma “ARARA”
• no ângulo superior esquerdo e na parte central, algarismo indicativo
do valor (10);
• na vertical, à direita do algarismo indicativo de valor existente na
parte central, valor por extenso “DEZ REAIS”.
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II – DO OBJETIVO DOS EXAMES
Os exames têm por finalidade verificar a autenticidade da cédula examinada.
IV – DOS EXAMES
Os Signatários procederam aos exames necessários no material questionado
segundo técnicas apropriadas ao presente caso, valendo-se de instrumentos
ópticos de ampliação disponíveis neste Setor Técnico-Científico e iluminação
adequada, verificando todos os elementos de segurança, tais como: marca
d’água, talho-doce, imagem latente, microfibras coloridas, microimpressões e
registro coincidente.
V – CONCLUSÃO
Fundamentados nos elementos técnicos obtidos nos exames, os Peritos concluí-
ram que as cédulas impugnadas são falsas, pois não possuem todos os elementos
de segurança peculiares às cédulas autênticas.
Apesar da ausência de elementos de segurança e da baixa qualidade da
impressão, a falsificação apresenta característica pictórica similar à original, sendo
capaz, de iludir pessoas.
Os Peritos têm por bem esclarecido o assunto e com o Laudo, devolvem a(s)
cédula(s) examinada(s), acondicionada(s) em envelope plástico de segurança nº
0335461.
Nada mais havendo a lavrar, os Peritos encerram o presente Laudo, con-
feccionado em 02 (duas) páginas, o qual, depois de lido e achado conforme,
assinam acordes.
69
LAUDO Nº 2104/2003-SR/MG
EXAME EM LOCAL
(Acidente de Tráfego)
Aos dezoito (18) dias do mês de setembro do ano de dois mil e três (2003),
nesta cidade de Belo Horizonte e no Setor Técnico Científico da Superintendência
Regional do Departamento de Polícia Federal no Estado de Minas Gerais, em
conformidade com a legislação vigente e nos termos do Decreto nº 73.332, de
19 de dezembro de 1973, designados pelo Chefe em exercício da Seção, Perito
Criminal Federal GERALDO SIMÃO PEDROSA, os Peritos Criminais Federais
SÍLVIO CÉSAR PAULON e JOÃO LUIZ MOREIRA DE OLIVEIRA elaboraram
Laudo de Exame em Local, no interesse da SINDICÂNCIA Nº 002/2003-
SR/DPF/MG, a fim de ser atendida a solicitação do Sindicante Agente de
Polícia Federal MARCO AURELIO BOLPATO DA SILVA, contida no Memo. nº
007/2003-SIND/002/2003/SR/MG, datado de 12/09/2003, aqui recebido
em 12.09.2003 e protocolizado neste SETEC sob o nº 1864/03, descrevendo
com verdade e com todas as circunstâncias tudo quanto possa interessar, bem
assim para esclarecer o solicitado no memorando, abaixo transcrito:
(...) realizem levantamento de local, com elaboração de cro-
qui, na AV. DO CONTORNO, NA PISTA SENTIDO BAIRRO
BARRO PRETO – BAIRRO GUTIERREZ, APÓS CRUZAMENTO
COM A AVENIDA AMAZONAS, local onde ocorreu o inci-
dente com as viaturas oficiais placas GMF-3209, GMF-0783
e GMF-0779 com o veículo particular FIAT PÁLIO – placas
AHB-5324, incluindo sinalização, condições de piso, e outros
dados julgados úteis pelos senhores Peritos.
I – HISTÓRICO:
No dia 17 de setembro de 2003 às 09:40 hs (nove horas e quarenta minu-
tos), os signatários do presente Laudo estiveram no local solicitado, Avenida do
Contorno logo após do cruzamento com a Avenida Amazonas, cidade de Belo
Horizonte/MG, na pista de rolamento no sentido Bairro Barro Preto – Bairro
Gutierrez, onde fizeram levantamento do local.
II – DOS OBJETIVOS DOS EXAMES
Os exames foram orientados no sentido de se verificar as condições da pista
de rolamento no local supra citado, incluindo sinalização, condições de piso e
outros dados.
III - DOS EXAMES
a- Do acesso ao local:
O local visitado pelos signatários está a uma distância de 3 km da Superintendência
da Polícia Federal de Minas Gerais em Belo Horizonte, na Avenida do Contorno logo
após do cruzamento com a Avenida Amazonas, cidade de Belo Horizonte/MG, na
pista de rolamento no sentido Bairro Barro Preto – Bairro Gutierrez.
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b- Do Local:
O local examinado é a pista de rolamento da Avenida do Contorno, com duas
pistas separadas por canteiro central de 1,00 (um metro) de largura, conforme
pode ser observado em imagem aérea (figura 1). Conforme relatado a colisão
ocorreu próximo ao número 8981 da Avenida do Contorno, que é um depósito
de materiais de construção, situado a quarenta e cinco (45) metros após o cru-
zamento com a Avenida Amazonas.
c- Das Constatações:
Os trabalhos periciais realizados consistiram em uma análise geral da área,
descrevendo as características da pista, como sinalização, condições de piso
dentre outros.
Trata-se de uma via urbana arterial com quatro faixas de tráfego (sendo uma
utilizada para parada de veículos de carga e descarga e ônibus), caracterizada
por interseções em nível, geralmente controlada por semáforo, com acessibilidade
aos lotes lindeiros e às vias secundárias e locais, possibilitando o trânsito entre as
regiões da cidade. Quanto ao número de vias, trata-se de um logradouro com-
posto, isto é, formado por duas pistas, cada uma das quais destinada ao tráfego
que se processa numa determinada direção.
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O relevo no local é de pequena aclividade (rampa positiva), ou seja, as cotas
vão aumentando no sentido da pista periciada (sentido Bairro Barro Preto – Bairro
Gutierrez). No cruzamento da Avenida do Contorno com a Avenida Amazonas
há um semáforo para disciplinar o fluxo do trafego.
Os sinais de trânsito no local periciado são compostos por sinalização vertical
por meio de placas, sendo encontradas placas que regulamentam a possibilidade
de estacionamento, no caso foram encontradas placas de Proibido Estacionar e
Proibido Parar e Estacionar (no cruzamento entre a Avenida do Contorno e Avenida
Amazonas). Os detalhes e medidas podem ser vistos na imagem aérea.
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Foto 01
Foto 02
Foto 03
Figura 3 - Detalhe do local e ângulo das tomadas fotográficas.
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Foto 3 - Vista do local
IV – DAS CONCLUSÕES:
Conforme explanado no item III – DOS EXAMES, trata-se de um logradouro
composto, com suas pistas separadas por canteiro central denominado Avenida
do Contorno, de relevo plano, com sinalização vertical, pavimentado com con-
creto asfáltico bastante emborrachado sendo o tráfego no local controlado por
um semáforo com faixa de segurança.
Os peritos têm por bem esclarecido o assunto.
Nada mais havendo a lavrar, os Peritos encerram o presente Laudo, produzido
em 05 folhas, que depois de lido e achado conforme, assinam acordes.
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SÍLVIO CÉSAR PAULON JOÃO LUIZ MOREIRA DE OLIVEIRA
Perito Criminal Federal Perito Criminal Federal
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REFERÊNCIAS
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