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EXE! om ts Peeinc PERGUnr, ade 17 de Fevereiro ASE 0 1979 | sn E PERG, bade 0g, Meus caros amigos: Ontem iniciamos com uma &spécie de definicgg de ¢40 resultaram trés capitulos da Pedagogia Social 1. Lidar conosco mesmos, 2. com pessoas e importancia Para 0 pedagogo social, No contexto do segundo Capitulo da Pedagogia Social, falei inicial- mente sobre os trés aspectos da formacao de STUPos e depois sobre a polari- ini esponsabilidade e o exame da situagao, tendo como Ponto central a preocupacao com os relacionamentos entre as pessoas, Fina: lizando, falei ainda da Possibilidade de permitir que os Colaboradores de uma organizacdo Participem das trés tarefas Para evitar que sejam divididos oe 5 ij i Este ca Hoje falarei sobre o terceiro capitulo: o lidar com acuta, pitulo tem a ver com o didlogo do homem com seu i dtc ae, lavras, com o didlogo entre aquilo que o meio cide — a ae ea aa que a pessoa pode dar a partir de suas es i i jente, 0 didlogo entre os consi’ des. Ou ainda, falando mais abstratam ibilidades de suas necessidades, e 0s produtores, com suas os com a fazé-las. 67 Nesta érea encontramos as maiores aberragdes, onde no hé nem vest- gio de um dilogo. Os dois exemplos universais que até se apresentam como sistemas so a economia mercantil do Ocidente @ a assim chamada economia planejada do Oriente, Em ambos inexistem vest(gios de didlogo entre produ tor e consumidor. JA nem se ouvem mais as perguntas reais. Economia mer- cantil significa produzir para um mercado andnimo, no qual o produtor atua concorrendo. Os consumidores permanecem invisiveis, mas através do ato de compra podem manifestar suas necessidades. O prego resulta da oferta e da procura e influi, por sua vez, em maior ou menor demanda e oferta. O meca- nismo dos precos regula automaticamente 0 didlogo, e assim os consumidores receberSo exatamente aquilo de que precisam. Pelo menos foi isso que os tedricos abstratos desde Adam Smith imaginaram. Os consumidores saben que este no 6 0 caso; continuamente reclamam que Ihes so impingidas coi- sas das quais nem precisam. O modelo oriental, a economia planejada, apresenta outros sintomas, mas que também sao conseqiiéncias da falta de didlogo. Quando minha mu- ther e eu estivemos na Alemanha Oriental, por diversas vezes vimos filas diante das lojas. Quando perguntamos o que ocorria, recebemos respostas como estas: “Hoje esto vendendo envelopes: é bom comprar bastante, pois talvez nfo sejam mais vendidos durante um ano” ou ““Hoje finalmente hd pregos”” ou “Aqui chegaram cem aparelhos de moer carne, € nunca se sa- be quando viré nova remessa. Muitos talvez conhecam alguns daqueles quase ridiculos de remessas de gorros de pélo que vao parar na exemplos e foi enviada aos Africa Central ou de uma caixa de calgdes de banho qui esquimés. Quando Rudolf Steiner falou da vida econdmica, enfatizou a impor tancia de encontrarmos formas praticas para conseguir um verdadeiro dialo- go entre perguntas e respostas, entre necessitados e aqueles capazes de satis- fazer estas necessidades (ou seus intermedidrios). Ele falou em associacdes como uma possivel solucdo. Nestas associagdes hd um outro campo de exer- citago; hd possibilidades de atuagdo para um pedagogo social. Este pode aproveitar todas as possibilidades para formar associagées entre aqueles que perguntam e os que t8m respostas, pois este didlogo também pode ocor- rer entre professores e pais, entre médicos, terapeutas e pacientes, entre ar- tistas e piblico, etc. Vou descrever-Ihes alguns exemplos tirados da pratica da Pedagogia Social, para mostrar-Ihes as possibilidades que se oferecem pa- ra uma humanizacao da vida econdémica, para um incentivo ao dialogo en- tre necessitados e aqueles capazes de satisfazer as necessidades, bem como, para mostrar as variac5es possiveis. F O primeiro exemplo vem da Holanda. La existe um grande nimero de pequenos chacareiros que passaram a cultivar suas verduras por métodos bio- ———————— 68 Léseoe ou biadinimicor, pois chearary » conctuy, Eles tinham @ possibilidade de realizé-1o, porqns ide ° Contin an niamaro de eonsumidores sentlu a necesianie io” Or0 luge sis cultvadas de mance diferente da una con to " ae centros de distribuieSo. Os consumidores reuse se one Gira Maa, cis, gionais como estaduais e até nacionais, nao Como ume yt"Cul tant ae BOT eee eal CoDAmidores do todos os paras Un eetiaae e oe rodutores, mas para reunir suas necessidades, se esa ota op ht pais 0s produtores. Nas mais diversas regides fora, organizagees © ryt onde 0s consumidores podem apresentar suas ecessidades, nt "ong a bém tém oportunidade de conhecer os probleme a heen onde = cio intermedidrio. Nestas reunides se esclarecem quais ae me i mente as necessidades para o ano seguinte. Estas Teunides ee Oximads = bém para conscientizar os consumidores das Conseqiténcia 5 Vid tam ca exemplo, do fato de se querer comer salada fren durante o N42, poy 2 tanto, requer-se um gasto elevadissimo de energia para Iver arg 4 Dai, muitas vezes, surgiu a decisao dos Consumidores de realmente ts. a, urduras correspondiente & tpocs do ano, Esa ran term ome ‘aM coy $ © COMPrOMIssOS rectprocos qe ae Su Um outro exemplo de atividade associativa é @ escola, particularmen- te o contrato entre pais e Professores, Principalmente nas escolas Waldorf ha dois perigos. Um é de que os professores se isolem numa Postura de superio- ridade e digam: “Somos os especialistas, sabemos o que € 0 ensino Waldorf e vocés, pais, devem ter a Confianga de que nds 0 fazemos bem." 0 outro pe rigo € de que os pais se reGinam para decidir democraticamente Se, por exem- Plo, no 40. ano deve haver aulas de inglés ou se seria melhor parar de da Matematica no 50. ano. O didlogo entre professores e pais visa a suscitar a Compreensao destes Ultimos para o que a pedagogia Waldorf realmente pre tende, e por isto pode ser feito através de cursos introdutérios. pee didlogo também pretende suscitar a compreenséo dos Seeks muitas perguntas que tém os pais relativas aos problemas préticos 69 do vida familiar. Cabe aos professores tentar perceber nas proprias eriancas aquilo que elas precisam. Entéo se dé 0 diélogo entre o professor @ as criary ‘gas na classe, Mas as criancas também vives numa fam ¢ familias $80 Sima parte da sociedade. A sociedade coloca muitas perguntas, @ estas en- tram na escola através dos pais. Este didlogo pode ter lugar em reunites de is e em debates entre os professores e o conselho de pais. 0 terceiro exemplo poderé surpreendé-tos, pois ven do mundo bancé- rio, Se voc’ tem umas economias e as leva a um banco, entdo geralmente so est interessado em saber quais os juros que isto the renderé, pois estes de- vem ser os mais altcs possiveis. De outro lado, quando precisa de dinheiro na forma de crédito, para realizar algum plano, ento vocé também vai 30 banco e seu maior interesse é obter 0 dinheiro o mais barato possivel, pe- fo qual vocé tenha de pagar poucos juros. 0 aplicador ngo tem idéia do que _ acontece com seu dinheiro, e 0 tomador de crédito ndo tem id do dinheiro. © banco se movimenta dentro de um mercado andnimo. Ele a pessoa que economiza e a qué precisa de crédito, e faz dis- da origem se coloca entré = so 0 seu negécio. Na Holanda, hd dez anos, um grupo comecou uma iniciativa que visava r ’ a possibilitar um didlogo nesta érea. Esta iniciativa levou a instalagdo de uma espécie de banco, Ao redor das escolas Waldorf, das lojas que vendem produ tos biodindmicos, dos diversos centros de sade antroposéficos, tenas, sen3o milhares de pessoas que tém suas economias, que receberam etc., hd cen- ‘uma heranca, etc, Nos as exortamos, a0 longo dos anos, a depositar suas economias numa conta comum com ndmero individual num determinado: banco. Como contrapartida destes poupadores hé muitas pessoas pretenden- do comegar uma nova iniciativa de maior ou menor vulto como, por exem- plo, uma escola, uma chdcara, uma clinica, uma editora, um atelié artistico, etc. E todos eles precisam de crédito para seus investimentos. Normalmente um banco comum né tias suficientes, e também os juros cobrados séo muito elevados. pequenos empreendedores que nos vém procurar. tiva quanto a sua viabilidade fi formas jurfdicas e organizacionais. todos os pequenos poupadores, empréstimo que precisam, prazo do Entdo se manifestam os interessados sigSo dessa iniciativa, geralmente contra juros bem menores, que provisoriamen: estabelecimento bancério, providenciar 0 didlogo entre aqueles que esto interessados ‘economias nessa iniciativa e aqueles que a ela recorrem. Jo Ihes concede crédito, por eles n&o disporem de garan- So estes Nos examinamos a inicia- inanceira e também damos conselho sobre Em circulares mensais dirigimo-nos informando-os sobre essas iniciativas, do empréstimo e juros que podem pagar. que esto inclinados a colocar a dispo- as economias te estavam depositadas num banco comum. Nés, como nio interferimos dirétamente; somente tentamos em colocar suas s Muitas vezes ele 0U ento jé imaginou a res- s ele s6 tem nota que elas s determinado Produto ou prestacgo Pois quem Pergunta ja se acostumou a Sua real pergunta nao esté sendo re: de servico, nem tendo consciéncia de que ‘spondida, indo. A vantagem de quem pergunta 6 que ele descobre sua Pergunta num n{vel m: 1ais elevado. Também poderiamos dizer que ele descobre as necessidades situadas atrés de suas necessidades; que através do didlogo ele aprende a formular suas perguntas reais, Para quem responde, a vantagem é ser desafiado a desenvolver novas respostas, novas capacidades, e sua criatividade é estimulad Grande eles do trabalho do NPI é justamente ajudar seus clientes a descobrir ae guntas reais, a articular seus problemas — e, para nés do NPI, pine ae respostas criativas é um estimulo constante. E um desafio para ambos. n © produtor é muito fécil impor suas respostas prontas, e para quem pergun- ta 6 muito mais cémodo nfo se atormentar com a questo de suas reais ne cessidades. Nem sempre 6 agraddvel examinar as proprias perguntas e talvez descobrir que elas no s8o nossas, que elas nos foram impostas. Para finalizar, quero transporter tudo isso para o nivel pessoal, bio- grafico. Principalmente depois de um seminério como este, muitos saem iciativas: querem fazer algo. Um dos perigos ¢ que se com idéias, planos e ii faca algo precipitadamente; que logo se passe a fundar uma escola, abrir uma oja, iniciar um trabalho social, etc. sem atenter para uma pergunta real. E quando so dadas respostas a perguntas que ainda néo foram formuladas, ge- ralmente as coisas acabam dando errado. As vezes também as proprias capa- cidades ainda no tém a maturidade suficiente. © segundo perigo é que se procure uma possibilidade para fazer algo e jades ndo existem. Falta dinheiro, nao ha se descubra entdo que as possibi numero suficiente de pessoas, as autoridades nao o permitem, etc. Logo se perde a coragem e desiste-se da iniciativa. © terceiro perigo é que a gente se dirija exclusivamente para dentro, por exemplo num grupo de estudos para se obter preparo. Um grupo de es- tudos em si é muito bom, mas podemos envolver-nos tanto com 0 contet- do e estar to ocupados conosco mesmos, que néo percebemos ja estarem ‘0s perguntadores batendo a porta. Uma atitude basica frut(fera 6 a seguinte: de um lado o cultivo dentro de si mesmo e em grupos que estudem aquilo pelo qual nés nos empolgamos — e ai hd muito trabalho a ser feito no senti- do de um caminho de auto-educagao e desenvolvimento de capacidades so- cials, Portanto, de um lado um trabalho interno e em grupo de estudo e, de outro, estar alerta para ver 0 que acontece no mundo exterior, para desco- brir situagSes que contenham perguntas. Muitas vezes as perguntas sao feitas veladamente; muitas vezes 0 des- tino abre uma brecha através de incidentes. Sempre que acontece algo iner- perado, devemos estar atentos. Por exemplo, vocé sofre uma avaria em seu carro e na oficina encontra, inesperadamente, uma pessoa que talvez Ihe di- ga alguma coisa. Ou entdo vocé leva ao correio uma carta através da qual se candidata a um cargo e, por uma circunstancia qualquer, ela chega atrasada. Ou ainda, voc’ esté muito ansioso por encontrar determinada pessoa e na hora vocé adoece, perde o trem, etc. A condug&o do nosso proprio destino se revela muitas vezes através de pequenos incidentes onde o planejado, 0 andamento normal dos acontecimentos é interrompido, ocorrendo uma abertura, Ao falar sobre o destino, Rudolf Steiner expressou-se da seguinte forma: “Prestem atencdo as ninharias avassaladoras da vida.” Desejo terminar resumindo isso numa imagem, assim como iniciei es- latro britadores, Es, iene ger 72 estras com o imagem dos tizei do verdadeiro sentia ido to série do pal 5 bre uaa ra core evi gum aya Taina Portus sanitica port, " anportunity. A Palms marque; talvez Uma pecan ere Santey Series eestslest¥0 00 rer com sou ee Te cone is carecidaces, sss iniciives, oe otO wnees entim tudo oe” © que Imagin jizar, renovar e modificar neste mundo. E agora voog 8s eta ferquinho esto todas a5 vooés querem real 4 procura de um lugar pare atracar seu barquinho e desca, Sproat um tg mn conto vochom, a nero xe 6 mar e parece que ndo hé possibilidade para atracar ontanhas eave governo no permite nada, nso und 6 cog , dinheiro, 4 a nao se fazem perguntas, © ‘as so imposs{veis, etc. Mas se vocés tiverem alent fiona em ga circunstanci Gomo complemento de suas iniciativas, de suas capacid se vocds observarem com grande interesse o part existam, jo mais cedo ou mais tarde encore aoe ™ lugar pa. guntas, volve seus destinos, enti fa atracar e descarregar a carga total ou parcial do seu vooés encontrarso opportunities, oportunidades de desi barquinho. isto 2 partir desta cabeca-de-ponte descobriro cada vez mai SMBATCAr 8 carga i. papeueesraiclinicalT oblas,icula histGria vocés ouviran cree ae : prestar atengdo alerta e desprendida e nao querer de a Bat as perguntas que se apresentam. Mas quando surgem mais respostas do que hd uma oportunidade para descerregar, quando se Ihes 2s Berguntes, quan ento vocés tém de ir corajosamente em frente, E Oferece uma abertura, enseada de uma costa rochosa exige ‘coregem.. vee uma pequena esperar que jé tenham trabalhado em si o suficiente aes _ podergo 8 altura da situagao! Com isto quero encerrar i : esta série de pal ei s f lestras e agrad odo: cés pela colaboracao, pelo didlogo. Espero que thes a aun ie a s. A mim, pe- lo menos, trouxe muitos. Sean (*)N. dos Edi . it.: O autor refere-se a 5 relato ef (i grama¢o do Seminério, fora do ambito ee eteocne om parte da pro- ACIENCIA ESPIRITUAL AJUDAO Hi IOMEM A SENTIR-SE ASI PROPRIO DE UMA NOVA MANEIRA COMO UM SER PROVIDO DE UM EU E COMO UM SER SOCIAL. 0 ZELO PELAS DUAS OFICINAS Palestra de 2 de fevereiro de 1980 - s4bado Interrompemos 0 nosso trabalho por cingiienta semanas. Isto prova- velmente foi bom para digerirmos coisas e também para darmos lugar a no- vas iniciativas. Uma delas foi a tradugdo das conferéncias do ano passado e sua publica¢ao (") , tornando-se elas material de estudo a disposic&o de to- dos. Isto requereu muito empenho e agradecemos a todos que contribuiram, pois nos facilitou retomar o trabalho agora, apés cingiienta semanas. Hoje tentarei reunir o essencial dessas conferéncias do ano passado, para que tenhamos uma base comum sobre a qual possamos edificar o que até agora foi trabalhado. Farei esta palestra em um s6 tempo € nos outros dias em duas partes, intercaladas por uma pequena pausa. Nossa época nos coloca tarefas que se assemelham & quadratura do circulo, Vocés sabem que a quadratura do circulo, matematicamente, ¢ im- possivel; assim também as pessoas se defrontam com tarefas impossiveis. Uma das tarefas a nés proposta é 0 sentir-nos como personalidade dentro de nosso eu consciente, repousar em nds mesmos e desenvolver-nos como personalidade individual. A outra tarefa é formar comunidades, valorizar ‘outras pessoas, suportar a dependéncia que temos delas, e nio sd suporté- -la como transformé-la em algo positivo. Parece que uma torna a outra im- possivel. No momento em que, de fato, tento repousar em mim mesmo, a companhia de outras pessoas me estorva. Tenho entdo a tendéncia a reco Iher-me em mim mesmo, a ser independente delas e, quem sabe, a desen- volver uma espécie de auto-suficiéncia até no campo ‘econdmico. Para ue ‘0s outros no cheguem a perturbar-me em minha individu: ese ees oe tar fazer com que eles se amoldem as minhas normas e conceit (ineos Eat: Em forma de apostilhas, em tiragem reduzide. de ser e minhas concepces. Do r oe MEMO me ye de individuos isolados iro perturbar-rme e f outra tarefa, qual seja a de organizar comunidages it ou no jurfdico. Frente 3 sont ritual como no politico i te 2 isso prety 10 campo ‘do, no qual cres¢am pessoas Ou individualigg, nos fundar Ur" Pears ari zagko trabalhista na qual todos reise das, ov constralr (™' abalho de acordo com indicacSes pré €stabeleciaar sua contribuich® “hg tarefas podem ser CUmPridas simultaneamentey pr Como e198 ae 0 nosso tempo clama, Por assim dizer, por estas ae untae et faa por individualiza¢80, por emancipacdo © por libertagsn ae, tarefes. Ele clame Fmculos. Pode-se, porém, observar como isto se dé 4 custa todos 05 Poss ve a mutro lado, @ época clama por comunidade, por essa aad eed conoatonacKo de trabalho, vendo-se isso ocorrer sempre cn lidade, , aa ece-nos que estas duas tarefas se 6; ares eer arene? Talvez estas duas tarefas aoe mutvamer Mruamente, Seré que ambas so iguais, uma Gnica obra? Seré que queitam Tuva individualidade livre sO se poderia realizar em um trate. onsen mto significando que uma verdadeira auto-realizacio s6 ocorrerig oes na estrutura da comunidade? Sera também possivel que as se e efetiva estrutura social resulte somente da forca da personalida. de? Desse modo as tarefas seriam basicamente uma s6, a mesma. A Ciéncia Espiritual orientada antroposoficamente nos quer dar imagens e mostrar ca. minhos com os quais possamos cumprir estas duas tarefas. No ano passado js apontamos para dois recursos na Ciéncia Espiritual Antroposéfica. O primeiro recurso é o desenvolvimento de um sentimento bisico de que o homem, como ente humano, é um ser espiritual. Este 6 um sentimen- to que surge aos poucos 4 medida que o homem se ocupa com o ser humano de um modo cientifico-espiritual. Nao se trata de sabermos tudo que é ensi- nado pela Antroposofia, mas sim do sentimento basico que através dela sur- ge no ser humano. Este sentimento bdsico é: sou um ser espiritual e vivo aqui na Terra em invélucros, que sdo instrumentos Para este ser espiritual; meu corpo, com todos os seus drgdos sensoriais, os processos vitais e de cres- cimento que vivencio em mim mesmo, e tudo o que tenho como possibilida- de de Consciéncia e de movimento, no sou eu proprio, mas so meus involu- Cros, pois eu sou uma enti to bésico em rel ” mo um ocasional produto do nosso meio Ume|série evolutiva mecanicista, Quando tal inegers ooentaiwe da tain i crencon ee rr aerials doiseohe Saree er heetres ce sara e co oe macnn corner Barer ale bene evertc ivenciar el como uma deciséo livre. Talvez a vida em terior, poderemos vive! fade, mas isto nunca nos impede de introduzirmog tomo de nés sea atriDUlie eg tornar-se algo forgado, pois no momen. um ritmo sadio. 1st Dies estariamos fora do ambito do vivo. Podemos, to em que isto acontecssse FOr das as noites, uma retrospectiva do dis, nos a fazer, e por exempl0, a ec agitado, mas justamente por isso é importan. Talvez o dia ten! ‘ " vivancias perante nossos olhos animicos. O signiticativo, te deixar passar 3: dessas, € que ela permaneca nas imagens, que no ve. numa See os sentimentos, mas que se contemple tudo, inciy. nham pacers Esta retrospectiva tem maior efeito se feita de trds para sive a si mes ee m podemos agir em nossa oficina interna cultivando determina. dos sentimentos. Muitas vezes sentimentos surgem espontaneamente, para desaparecer em seguida; mas assim t8m pouca substancia interna. No ano passado falei-Ihes de que no caminho do autoconhecimento interno tam- bém o sentimento pode tornar-se um 6rg3o de reconhecimento, mas para isso os sentimentos tém de ser cultivados. Assim, por exemplo, podemos propor-nos, por certo tempo — durante determinado momento do dia ou talvez s6 aos domingos, quando dispomos de mais tempo, ou mesmo sem muito planejar, mas quando a possibilidade se nos apresenta —, aprofundar- mo-nos na contemplagéo de uma pintura, uma escultura ou uma Poesia, enfim em alguma coisa que seja expresso de sentimentos humanos, Procu- ra-se entéo conservar os sentimentos que surgem. Podemos pegar, por exemplo, aquela famosa gravura de Rembrandt que representa Abrado no memento, em que vai sacrificar Isaac e o anjo o contém por trés. Devemos rena algum tempo, os sentientos que surgem quando ees es ro desses, tentar Compreender internamente o artista or ae No quadro, permitir que a sensacdo permaneca por oemee alma, princi nas f ou, t perié Surg brar dep tee par ret len nece o sentimento de que ainds te i MOS Muito a digeri nas féres, quando fazemos ume viagem e tomer oer 2 BON8 Ocorer ou, rambém, auando participamos de um seminar ve eres NOMS ah , onde temos muitas ex- Me arnt Talve2 respistromos ium digrio o, muitas vvéncies depois vai buscar de novo o alim te exempta nfo sea muito epettos, mos aque go cor Tae par do sito nema fase eS ana Peete lal dastéries Guide um semindrio, tracendore de neg semorenee Ele tembém pode vivencier mals uma vez, internamente, o csr tetido de uma palestra. Esta é uma espécie de digestdo ritmics, O ‘egredo dessa atividade ritmica é trazer algo 4 consciéncia, a luz do dia, para depois deixé-lo cair novamente na inconsciéneia, na esfera noturna, Na oficina interna ainda se podem fazer muitas outras coisas, Pode mos propor-nos a olhar diariamente para o céu pelo menos uma vez; tal wez 86 vejamos poluicZo ou nuvens, mas apesar disso as estrelas sempre estdo 1d. Muitas vezes também a Lua é visivel, e podemos propornos a conscientizar diariamente a posicSo da Lua — por exemplo, se ela esté na fase crescente ou minguante. Também as épocas do ano podem ser pon- tos de referéncia importantes para este trabalho interno. Podemos ritmar to- do 0 ano através de festas. Na convivéncia com criancas podemos vivenciar de maneira impressionante o que significa preparar uma festa anual — por exemplo, Natal ou Pascoa —, viver na expectativa dela, festejé-la e, depois, Por algum tempo deixé-la ressoar. Segue-se um tempo intermedidrio onde no hé festas especiais e depois vem uma época em que nos preparamos in- ternamente para a proxima festa. Da mesma forma podemos ritmar a sema- na, realmente antegozando o domingo, propondo-nos a fazer algo através do qual o domingo se diferencie dos outros dias. Termino aqui os exemplos referentes a oficina interna, para dar alguns exemplos da oficina externa, na qual nos relacionamos com outras pessoas e com grupos durante algum trabalho. O que se nos mostra em primeiro lugar é 0 cultivo de relagdes. Toda a vida social 6 constituida de relacdes humanas. Podemos realmente cultivar relagGes humanas? Cultivar relacdes significa néo termos a outra pessoa em mossa consciéncia somente enquanto ela esté perante nds, mas sim tela internamente na consciéncia de outra forma. Isto poderd levar-nos a deci- so de escrever-Ihe uma carta, ou de fazer-Ihe uma visita. Se realmente cul- tivarmos essas relagdes em nosso intimo, entao tais ritmos poderao levar ao ponto de sentirmos 0 momento exato quando essa pessoa esté necessitando ‘um pouco, vol : ! ‘ . Também se pode adotar o princi Pio de, no fim da reunizo desta segunda-feira, esbocar um problema, discut- -lo rapidamente para dar uma Orientacao e somente na proxima segunda-ei ra decidir sobre ele. E no fim da reunido desta proxima segundateira indie ~$@ outro problema que somente na reunido subseqiiente seré realmente dis cutido. Pode-se também organizar uma reunido de geréncia que se ae nalmente, de modo que em trés reunides sejam hepa eae a “4 prazo e a quarta fique reservada para uma discussdo mais pro funda blema a longo prazo. Outra questio problemas requerem um ritmo mensal e quais devem ser tratados em reu- nides anuais? Em todos esses casos permanece a pergunta indagando como estas reunides devem ser conduzidas de modo que, sejar elas semanais, men. sais ou anuais, realmente sejam “pré-paradas’ e “‘p6s-paradas’’ Nao quero ater-me mais a este assunto, pois o mesmo jé entra na préti- ‘ca diéria de um pedagogo social, de um consultor empresarial. Mas o mesmo. ‘também vale quando vooés tomam uma iniciativa, iniciando, por exemplo, um grupo de estudos. Também af a questo 6: como posso ritmar este tra: balho, como incluf-lo no ritmo semanal, mensal, anual? Este tema é to abrangente que vou encerrando esta palestra para prosseguir amanh. Ainda tenho indmeros exemplos préticos que talvez pos: sam ajudé-los a descobrir como podemos suprir este elemento vital nas duas oficinas. Na verdade, af estamos ingressando no ambito do artista. O artista 6 eminentemente aquele que lida com ritmos, seja como pintor, escultor ou arquiteto. No fundo, somos todos exortados a formar a nossa vida cotidiana externa e interna tal qual um artista da vida, pois o nascimento do eu na alma e na comunidade se fundamenta em um 4mbito de vida sadio, per- : Quais grupos dever reunir-se semanalmente, quais meado de ritmo.

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