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Psicologia Social

Comunitária como
politização da vida
cotidiana: Desafios á
prática em comunidade
O que é a Psicologia Social
comunitária?
⦁ A psicologia social comunitária trabalha para a
transformação social, privilegiando humanos e tenta
intervir em processos psicossociais para que se alterem
os comportamentos fatalista e conformistas encontrados
na população.
⦁ Falando um pouco sobre os estudos do Ignacio
Martín-Baró que foi um psicólogo social, filósofo
e padre jesuíta ele que criou a Psicologia da
Libertação baseada na Teologia da Libertação
são necessárias três metas para se fazer
fundamentadas em 3 instituições.
TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO
PRIMEIRA SEGUNDA
INSTITUIÇÃO: INSTITUIÇÃO:
A libertação à opressão social A teoria sobre a vida. (O fazer é mais
importante e decisivo do que o
dizer, em que a prática concreta
precede a concepção sobre ela
TERCEIRA mesma)

INSTITUIÇÃO:
Trata do caminho ideológico que se
refere à opção preferencial pelos
pobres.
PSICOLOGIA SOCIAL DA LIBERTAÇÃO

● 1° NOVO HORIZONTE: Trabalhar com problemas


reais, concretos, locais e nacionais
● 2° NOVA EPISTEMOLOGIA: Ótica dos oprimidos e
da sua realidade concreta de vida. Isto significa estar
construindo uma Psicologia do Oprimido e não para o
Oprimido.
● 3° NOVA PRAXIS: Construção de uma atividade
transformadora
PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITÁRIA
A ARMADILHA DOS PROJETOS SOCIAIS E COMUNITÁRIOS

● Hoje em dia percebe-se muito essa “obrigação” moral


de ser estar participando de um projeto comunitário,
incorporados como necessários e como sendo de
responsabilidade de cada cidadão no seu dia a dia,
muitas vezes visto como politicamente incorreto não
estar fazendo qualquer trabalho, social ou voluntário
de ajuda ao próximo, assim muitos se distanciam do
real intuito do porque se fazer algo em prol do outro
ALGUNS ASPECTOS QUE PODEM SER OBSERVADOS A RESPEITO DO TIPO DE
VISÃO QUE OS OUTROS TEM SOBRE AS PRÁTICAS COMUNITÁRIAS E
OS FENÔMENOS PSICOSSOCIAIS

⦁ PRESENTIFICAÇÃO DA VIDA
COTIDIANA:

Com o celular conseguimos ter acesso a acontecimentos


em tempo real mas adquirindo conhecimento superficial
sobre aquilo, assim crendo que não é mais necessário
submergir, diretamente, na realidade concreta para
conhecê-la, todos sentem-se participando daquilo de
algum modo, mesmo não estando. Assim gerando falta
de sensibilidade para com esta realidade, situação ou
pessoas, naturalização dos acontecimentos, das
opressões e das exclusões, cria uma idéia de que este
quadro é quase normal, imutável e pouco reversível.
ALGUNS ASPECTOS QUE PODEM SER OBSERVADOS A RESPEITO DO TIPO DE
VISÃO QUE OS OUTROS TEM SOBRE AS PRÁTICAS COMUNITÁRIAS E
OS FENÔMENOS PSICOSSOCIAIS

⦁ PARTICIPAÇÃO SEM
ENVOLVIMENTO:

Ter acesso ao “mundo dos acontecimentos” deixa a


possibilidade das pessoas escolherem se querem se
aproximar, ou se distanciar, daquela realidade na qual
poderiam atuar.
Sentir-se participante, como se tivesse uma atuação
importante mas só esta a comtemplar como é o caso dos
fervorosos debatedores das questões sociais, sem
praticamente irem ou conhecerem a realidade concreta.
⦁ FALSA MANUTENÇÃO DA REALIDADE ⦁ ACEITAÇÃO DA DIFERENÇA:

Ideia de que as necessidades estão Dentro do proprio trabalho comunitario


sendo atendidas pelo grande numero de existem certos tipos de exclusão e
ONGS, algo está sendo feito. Quando na discriminação velados. Temos, como
verdade o que temos presenciado é exemplo, os inúmeros projetos de
estagnação pois sem uma transformação inclusão, defendendo um nivelamento e
social as condições de vida permanecem pseudo igualdade de direitos, quando em
assentadas nas suas bases estruturais. essência resultam na precarização da
qualidade de ensino para todos e na
indiferença para com a miséria e a
exclusão dos incluídos.

Então quais e quantos de trabalhos comunitários de fato estão de


fato promovendo ou apontando para uma transformação social?
6 NECESSIDADES CONSIDERADAS IMPORTANTES PARA FORMAR A
PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITÁRIA
⦁ DIMENSÃO EPISTEMOLÓGICA: ⦁ ENQUADRE TEÓRICO CENTRAL:

É importante se ter Conhecimento Dentro do proprio trabalho


histórico-crítico sobre os comunitario existem certos tipos de
determinantes estruturais e exclusão e discriminação velados.
conjunturais (acontecimentos) Temos, como exemplo, os inúmeros
da dinâmica e contexto projetos de inclusão, defendendo um
comunitários a construção nivelamento e pseudo igualdade de
sócio-política da vida cotidiana direitos, quando em essência
dos diferentes grupos, resultam na precarização da
comunidades com os quais se qualidade de ensino para todos e na
pretende trabalhar, dimensões indiferença para com a miséria e a
de local, região. Assim exclusão dos incluídos.
construir uma análise
contextualizada.
6 NECESSIDADES CONSIDERADAS IMPORTANTES PARA FORMAR A
PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITÁRIA

⦁ ALIANÇAS E PROJETOS POLITICOS: ⦁ DESNATURALIZAÇÃO E “PSICOLOGICO”


NO COMUNITÁRIO
Interligação entre movimentos sociais,
grupos comunitários e as proposta É a concepção sobre o que é o fenômeno
psicológico nas comunidades, fazer com que as
coletiva e voltada a fins coletivos e
pessoas acreditem que vale a pena participar
solidários.
para assim fortalecimento das redes e projetos
comunitários. E, também a compreensão dos
agentes comunitários sobre o que é e não é um
fenômeno psicológico e como isso poderia
impactar os trabalhos realizados. Para entender
os diferentes caminhos que os trabalhos
comunitários têm, de avanço ou recuo, às
(in)coerências dos recursos metodológicos
empregados não deve ser um trabalho de
caracter assistencialista
5 PRINCÍPIOS NORTEADORES E RESPECTIVAS CATEGORIAS
CONCEITUAIS PARA FORMAR PARA A PRÁXIS EM PSICOLOGIA
SOCIAL COMUNITÁRIA

⦁ DINÂMICA DAS RELAÇÕES: ⦁ AVALIAÇÃO E IMPACTOS:

Refere-se às ferramentas
Das práticas em comunidade, refere-se a
utilizadas e ao “olhar” construído
construir recursos e ferramentas,
para compreender o que se passa
colaborativas e participativas, de
na vida cotidiana. razões para
avaliação. Eles devem ser específicos a
realização do trabalho (para
cada contexto e dinâmica, com a
comunidade, profissionais,
finalidade de saber se o trabalho é, de
agências governamentais)
fato, prioritário e imprescindível; se estaria
⦁ Relações entre agentes
atendendo a que necessidades e de
internos e tipo de participação
quem; se traria mudanças relevantes e,
construída entre eles;
se as produzisse seria na perspectiva de
⦁ Características da prática
quem.
desenvolvida e frutos obtidos
(resultados)
5 PRINCÍPIOS NORTEADORES E RESPECTIVAS CATEGORIAS
CONCEITUAIS PARA FORMAR PARA A PRÁXIS EM
PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITÁRIA
1) Compreendida necessariamente como uma
construção social da realidade e vida cotidianas, como
desenvolveram e aprofundaram Berger, Heller, Martín-
Baró, Marx. A leitura crítica e compreensão dos
princípios fundamentais da vida em sociedade e como
isso impacta na construção dos processos psicossociais,
no plano microssocial e macrossocial, são condições
determinantes para a constituição dos aportes
necessários à práxis em PSC.
2) Uma práxis baseada em conhecimentos ampliados,
provenientes também de outros campos disciplinares e
colaborando para que as produções, teóricas e práticas.
Para isso, alguns aportes são essenciais, como os da
educação popular de Paulo Freire os da investigação-
ação- -participante, apoiada na perspectiva de Orlando
Fals Borda. Necessariamente o trabalho deve ser
realizado em equipe e de maneira coletiva e comunitária.
Deriva, então, a necessidade de se saber trabalhar em
grupo e com os processos psicossociais em grupo como
agentes internos e externos nas práticas comunitárias
3) Compromisso com os segmentos populares explorados e
oprimidos, e a do fortalecimento dos processos de participação e
conscientização que se materializam na vida cotidiana, que deve
ser compreendida e vivida fora dos mecanismos e explicações
naturalizantes e fragmentadores. Isso significa contribuir para
análises que primem pelas categorias da totalidade e contradição
históricas, contribuindo para que se faça uma ‘despatologização’
da vida cotidiana e das relações sociais, e eliminando os
processos ligados ao fatalismo e à crença na imutabilidade e
irreversibilidade históricas
4) Esses objetivos, de fato, forem discutidos e construídos de
maneira participativa e colaborativa entre comunidade e
profissional, a sua configuração e o processo de construção
acontecerá de maneira a posteriori e participativa levando em
conta as necessidades básicas, sentidas e vividas, da população.
Isto se aproxima àquilo que Freire (1976) denominou de relação
dialógica em que ambos ocupam, ao mesmo tempo, o lugar de
sujeitos e objetos do conhecimento. comunidade e profissionais -,
tornam-se, a todo momento, sujeitos e objetos do próprio
processo de construção dos conhecimentos sobre a vida e
dinâmica comunitárias.
5 PRINCÍPIOS NORTEADORES E RESPECTIVAS CATEGORIAS
CONCEITUAIS PARA FORMAR PARA A PRÁXIS EM
PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITÁRIA

5) Aparecem, de maneira forte, as dimensões da temporalidade


do trabalho e sua continuidade que ficam na dependência direta
dos crivos e resultados da avaliação que a comunidade faz. Ou
seja, o trabalho poderá continuar ou não, dependendo do grau de
importância e impacto sentidos e valorizados pela população.
coerência horizontalidade na relação entre profissionais e
comunidade.
DIMENSÕES E PARCERIAS DA INTERVENÇÃO EM COMUNIDADE:
RELAÇÃO À ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO

De um lado, estaria a população que necessita de tratamento


e/ou orientação psicológica e, de outro, o psicólogo oferecendo
sua ajuda, preocupado em implantar serviços e estratégias
psicológicas, para que a população melhorasse e se adaptesse
às exigências societais ou que, pelo menos, minimizasse seus
problemas e sofrimentos.
INSERÇÃO DE OBJETIVOS DEFINIDOS A PRIORI

Isto revela uma relação de conhecimento em que o


papel do psicólogo não é questionado e, muito menos,
sua identidade como profissional e produtor de
conhecimento vê-se ameaçada.

Consequentemente a comunidade ela é vista e se assume como


inquestionável e imutável, tendo uma vida e uma dinâmica de re
lações já dadas e prontas, fortalecendo assim o conformismo e p
assividade em posição de mera receptora dos serviços e benefíc
ios fornecidos pelo psicólogo.
INSERÇÃO DE OBJETIVOS DEFINIDOS A POSTERIORI

Então a posteriori, define e estabelece relações horizontais de


discussão, análise e definição sobre as problemáticas a serem
consideradas e as possibilidades de resolução e/ou
enfrentamento para as mesmas. Neste processo, os dois -
psicólogo e comunidade - não estão definidos e muito menos têm
suas identidades e papéis fixos, imutáveis e preservados.

Compreende-se portanto que a melhor forma de inserção seria a


construída a posteriori após entendimento da necessidade da
população.
Referências
● Maria de Fatima Quintal de Freitas
● MARIA. Inserção na comunidade e análise de necessidades: reflexões sobre a prática do
psicólogo. 1 Jan 1998. Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/prc/a/WY8YPpmJKLcMYnhp6SBbkRp/?lang=pt>.
● MARIA. Práxis e formação em Psicologia Social Comunitária: exigências e desafios ético-
políticos. v. 32, n. 3, p. 521–532, 1 Set 2015. Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/estpsi/a/ZzJP9rXS9C4FDR34yY3kBcT/abstract/?lang=pt>.
● DE, María. (In)Coerências entre práticas psicossociasem comunidade e projetos de
transformação social: aproximações entre as Psicologias Sociais da Libertação e
Comunitária. Psico, v. 36, n. 1, p. 1, 2023. Disponível em:
<https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=5161546>.
● Livro: Psicologia Comunitária: Contribuições teóricas, encontros e experiências. Autora: Claudia
Stella
Matéria: Psicologia Instituicional Comunitária
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