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AULA 01: TEORIA GERAL DO DELITO (PARTE II): CULPABILIDADE (IMPUTABILIDADE). ERRO. SUMARIO 1 CULPABILIDADE 1.1 Conceito. 12 12.4 1.2.2 Teoria normativa ou psicolégico-normativa .. 3 1.2.3 Teoria extremada da culpabilidade (normativa pura) a4 1.24 Teoria limitada da culpabilidade ... 1.3 Elementos. 13.1 Imputabilidade penal. 1.3.1.1 Menor de 18 anos.. 1.3.1.2 Doenca mental e Desenvolvimento mental incompleto ou retardado..... 1.3.1.3 Embriaguez. 1.3.2 Potencial consciéncia da ilicitude.. 1.3.3 Exigibilidade de conduta diversa .. 2 ERRO 2.1 Etro de tipo essencial. 2.2 Erro de tipo acidental. 221 Erro sobre a pessoa (error in persona). 2.2.2 Erro sobre 0 nexo causal. 2.2.2.1 Erro sobre 0 nexo causal em sentido estrito.. 2.2.2.2 Dolo geral ou aberratio causae 2.2.3 Erro na execugdo (aberratio ictus). 2.2.3.1 Erro sobre a execucao com unidade simples (Aberratio ictus de resultado Unico) 16 2.2.3.2 Erro sobre a execucdo com unidade complexa (Aberratio ictus de resultado dupio) 16 2.2.4 Erro sobre o crime ou resultado diverso do pretendido (aberratio delicti ou aberratio criminis) 16 2.2.4.1 Com unidade simples.. 16 2.2.4.2 Com unidade complexa 2.2.5 Erro sobre o objeto (error in abjecto) 2.3 Erro determinado por terceiro.. 2.4 Etro de proibicao. 2.5 Descriminante putativa x delito putativo . 20 3 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES 21 4 SUMULAS PERTINENTES 4a Simulas do STJ. 5 RESUMO. 6 EXERCICIOS DA AULA Diretto PENAL p/ PC-PI (2018) — AGENTE Teoria e questées 7 _EXERCICIOS COMENTADOS. 8 GABARITO Ola, meus amigos! Na ultima aula nés iniciamos © estudo do crime, seu conceito e elementos, estudando os dois primeiros deles: o fato tipico e a ilicitude. Hoje, a matéria é hard. Vamos finalizar 0 estudo dos elementos do Crime, analisando a culpabilidade e o fenémeno do Erro no Direito Penal. Diretto PENAL p/ PC-PI (2018) — AGENTE Teoria e questées 1 CULPABILIDADE 1.1 Conceito A culpabilidade nada mais é que o juizo de reprovabilidade acerca da conduta do agente, considerando-se suas circunstancias pessoais.' Diferentemente do que ocorre nos dois primeiros elementos (fato ti ilicitude), onde se analisa o fato, na culpabilidade o objeto de estudo nao é © fato, mas o agente. Daj alguns doutrinadores entenderem que a culpabilidade nao integra o crime (por ndo estar relacionada ao fato criminoso, mas ao agente). Entretanto, vamos trabalha-la como elemento do crime. 1.2 Teorias Trés teorias existem acerca da culpabilidade: 1.2.1 Teoria psicolégica Para essa teoria a culpabilidade era analisada sob o prisma da imputabilidade e da vontade (dolo e culpa). Esta teoria entende que o agente seria culpavel se era imputavel no momento do crime e se havia agido com dolo ou culpa. Vejam que essa teoria sé pode ser utilizada por quem adota a teoria causalista (naturalistica) da conduta (pois o dolo e culpa esto na culpabilidade). Para os que adotam a teoria finalista (nosso Cédigo penal), essa teoria acerca da culpabilidade € impossivel, pois a teoria finalista aloca o dolo e a culpa na conduta, e, portanto, no fato tipico. 1.2.2 Teoria normativa ou psicolégico-normativa Possui os mesmos elementos da primeira, mas agrega a eles a exigibilidade de conduta diversa, que é a “possibilidade de agir conforme o Direito” e a consciéncia da ilicitude (que nao esta inserida dentro do dolo, na qualidade de elemento normativo). Para essa teoria, mais evoluida, ainda que o agente fosse imputdvel e tivesse agido com dolo ou culpa, s6 seria culpdvel se no caso concreto lhe pudesse ser exigido um outro comportamento que n&éo o comportamento criminoso. Trata-se, portanto, da incluso de elementos normativos a culpabilidade, que deixa de ser a mera relacdo subjetiva do agente com © fato (dolo ou culpa). A culpabilidade seria, portanto, a conjugag3o do elemento subjetivo (dolo ou culpa) e do juizo de reprovagao sobre o agente.2 } BITENCOURT, Op. cit ? BITENCOURT, Op. cit p. 451/452 4a7 Dinero Pewat e/ PC-PI (2018) — Acenre Teoria e questées Teoria extremada da culpabilidade (normativa pura Essa ja muda de ares. Ja nao mais considera o dolo e culpa como elementos da culpabilidade, mas do fato tipico (seguindo a teoria finalista da conduta). Para esta teoria, os elementos da culpabilidade so: a) imputabilidade; b) potencial consciéncia da ilicitude; c) exigibilidade de conduta diversa. A potencial consciéncia da ilicitude seria a andlise concreta acerca das possibilidades que o agente tinha de conhecer o cardter ilicito de sua conduta. Vamos estudar cada um desses elementos mais 4 frente. Além disso, 0 dolo e a culpa passam a integrar o fato tipico, como dito anteriormente. Porém, o dolo que vai para o fato tipico é€ o chamado “dolo natural”, ou seja, a mera vontade e consciéncia de praticar a conduta. O dolo “normativo” (consciéncia POTENCIAL da ilicitude) permanece na culpabilidade. 1.2.4 Teoria limitada da culpabilidade Para a maior parte da Doutrina, a teoria normativa pura se divide em: + Teoria extremada + Teoria limitada Mas 0 que dizem estas teorias? Basicamente, a mesma coisa. A grande diferenca entre elas reside no tratamento dispensado ao erro sobre as causas de justificacéio (ou de excluséo da antijuridicidade), também conhecidas como descriminantes putativas. A teoria extremada defende que todo erro que recaia sobrea uma causa de justificagdo seria equiparado ao erro de proibig&o. A teoria limitada, por sua vez, divide 0 erro sobre as causas de justificagao (descriminantes putativas) em: « Erro sobre pressuposto fatico da causa de justificagao (ou erro de fato) - Neste caso, aplicam-se as mesmas regras previstas para o erro de tipo (tem-se aqui 0 que se chama de ERRO DE TIPO PERMISSIVO).? + Erro sobre a existéncia ou limites juridicos de uma causa de justificacdo (erro sobre a ilicitude da conduta) - Neste caso, tal teoria defende que devam ser aplicadas as mesmas regras previstas para o erro de PROIBICAO, por se assemelhar a conduta daquele que age consciéncia da ilicitude. Em linhas gerais, portanto, a teoria extremada e a teoria limitada dizem a mesma coisa, divergindo apenas no que toca ao tratamento que deve ser dispensado as descriminantes putativas. 508 Diretto PENAL p/ PC-PI (2018) — AGENTE Teoria e questées Vamos estudar cada um dos elementos da culpabilidade e, ao final, estudaremos com mais detalhes o tratamento conferido ao ERRO. 1.3 Elementos 1.3.1 Imputabilidade penal Cédigo Penal no define o que seria imputabilidade penal, apenas descreve as hipdteses em que ela ndo esté presente. A imputabilidade penal pode ser conceituada como a capacidade mental de entender o carater ilicito da conduta e de comportar-se conforme o Direito. Existem trés sistemas acerca da imputabilidade: ISqico - Basta a existéncia de uma doenca mental ou determinada idade para que o agente seja inimputavel. E adotado no Brasil com relacgéo aos menores de 18 anos. Trata-se de critério meramente biolégico: Se o agente tem menos de 18 anos, é inimputdvel. Psicolégico ~ S6 se pode aferir a imputabilidade (ou ndo), na andlise do caso concreto. Biopsicolégico - Deve haver uma doenga mental (critério biolégico, legal, objetivo), mas o Juiz deve analisar no caso concreto se o agente era ou nao capaz de ent i da_conduta e de se comportar conforme o Dire v v CUIDADO! A imputabilidade penal deve ser aferida quando do momento em que ocorreu o fato criminoso. Assim, se A (menor com 17 anos e 11 + BITENCOUR’ DirerTo Penat P/ PC-PI (2018) — AGENTE Teoria e questées meses de idade) atira contra B, que fica em coma e sé vem a falecer quando A jé tinha mais de 18 anos, A seré considerado INIMPUTAVEL, pois no momento do crime (momento da aco ou omissao, art. 4° do CP), era menor de 18 anos (critério puramente biolégico, adotado como EXCECAO no CP). Imaginem, agora, que Marcelo, com 17 anos, sequestra Juliana. O sequestro dura 06 meses e, ao final, Marcelo jé contava com 18 anos. Neste caso, Marcelo sera considerado IMPUTAVEL, pois no momento do crime Marcelo era imputavel (ainda que no fosse imputdvel no comego, a partir de um dado momento passou a ser imputdvel, respondendo pelo delito). As causas de inimputabilidade esto previstas nos arts. 26, 27 e 28 do CP: Art. 26 - E isento de pena o agente que, por doenca mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, a0 tempo da ago ou da omissao, inteiramente incapaz de entender 0 caréter ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7,1984) Reducdo de pena Pardgrafo Unico - A pena pode ser reduzida de um a dois tercos, se o agente, em virtude de perturbacao de satide mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado nao era inteiramente capaz de entender 0 carater ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redagao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Menores de dezoito anos Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos séo penalmente inimputaveis, ficando sujeitos 4s normas estabelecidas na legislac3o especial. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Emosao e paixéo Art, 28 - No excluem a imputabilidade penal: (RedacSo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) I- a emoco ou a paixdo; (Redacdo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Embriaguez II - a embriaguez, voluntaria ou culposa, pelo dlcool ou substancia de efeitos anélogos.(Redacéo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) § 10 - Eisento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou forca maior, era, a0 tempo da aco ou da omisséo, inteiramente incapaz de entender o carater ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) § 20 - A pena pode ser reduzida de um a dois tercos, se o agente, por embriaguez, Proveniente de caso fortuito ou forca maior, no possula, ao tempo da aco ou da omissao, a plena capacidade de entender o carter ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Os arts. 26 a 28 do CP trazem hipéteses em que a imputabilidade ficaré afastada (inimputabilidade penal), bem como hipéteses nas quais ela ficara apenas diminuida, mas ndo seré afastada (semi-imputabilidade). Além disso, DirerTo Penat P/ PC-PI (2018) — AGENTE Teoria e questées trata de casos em que néo sera possivel atastar a imputabilidade ou reconhecer semi-imputabilidade (emocio e paixdo, por exemplo). Vamos ver, agora, este tema com mais detalhes. 1.3.1.1 Menor de 18 anos Esse é um critério meramente biolégico e taxativo: Se o agente é menor de 18 anos, responde perante o ECA nao se aplicando a ele o CP, nos termos do art. 27 do CP. 1.3.1.2 Doenga mental e Desenvolvimento mental incompleto ou retardado No caso dos doentes mentais, deve-se analisar se o agente era inteiramente incapaz de entender o carater ilicito da conduta ou se era parcialmente incapaz disso. No primeiro caso, sera inimputavel, ou seja, isento de pena. No segundo caso, sera semi-imputdvel, e seré aplicada pena, porém, reduzida de um a dois tercos. Lembrando que o art. 26 do CP exige, para fins de inimputabilidade por este motivo: * Que o agente possua a doenca (critério biolégico) * Que o agente seja inteiramente incapaz de entender o carater ilicito do fato QU inteiramente incapaz de determinar-se conforme este entendimento (critério psicolégico) Por isso se diz que este é um critério BIOPSICOLOGICO (pois mescla os dois critérios). Nos dois casos acima, se 0 agente for inimputavel, exclui-se a culpabilidade e ele é isento de pena. Se for semi-imputavel, sera considerado culpavel (nao se exclui a culpabilidade), mas sua pena serd reduzida de um a dois tercgos. No caso de o agente ser inimputavel, por ser menor de 18 anos, n&o ha processo penal, respondendo perante o ECA. No caso de ser inimputavel em raz3o de doenga mental ou desenvolvimento incompleto, seré isento de pena (absolvido), mas o Juiz aplicaré uma medida de seguranga (internagéo ou tratamento ambulatorial). Isso € o que se chama de sentenca absolutéria imprépria (Pois, apesar de conter uma absolvicéo, contém uma espécie de sancéo penal). Seré condenado a uma pena, que sera reduzida. Entretanto, a lei permite que o Juiz, diante do caso, substitua a pena privativa de liberdade por uma medida de seguranga (internacao ou tratamento ambulatorial). + Sondmbulo pode ser considerado doente mental? Embora nao seja undnime, prevalece o entendimento de que a conduta praticada pelo sonambulo, durante 0 estado de sonambulismo, no configura crime por auséncia de Direrto Penat P/ PC-PI (2018) — AGENTE Teoria e questées conduta, jé que néo ha dolo ou culpa. Afasta-se, portanto, o fato tipico, e ndo a culpabilidade. 1.3.1.3 Embriaguez Segundo o CP, como regra, a embriaguez ndo € uma hipétese de inimputabilidade, de forma que o agente responderé pelo crime, ou seja, sera considerado IMPUTAVEL. Vejamos: Art. 28 - Nao excluem a imputabilidade penal: (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) I - a emocao ou a paixéo; (Redacéo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Embriaguez II - a embriaguez, voluntéria ou culposa, pelo lcoo! ou substancia de efeitos andlogos.(Redacéo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Assim, no importa se a embriaguez foi dolosa (o agente queria ficar embriagado) ou culposa (no queria ficar embriagado, mas bebeu demais e ficou embriagado). 0 agente, nestes casos, sera considerado imputavel. = Mas, por qual raz&o o agente é considerado imputavel (na hipétese de embriaguez nao acidental), se no momento do fato ele nao tinha discernimento? Trata-se da adocéo da chamada “Teoria da actio Libera in causa" (agéo livre na causa), que pode aparecer em formato de sigla (ALIC). Segundo esta Teoria, o agente deve ser considerado imputaével mesmo nao tendo discernimento no momento do fato, pois tinha discernimento quando decidiu ingerir a substancia. Ou seja, apesar de nao ter discernimento agora (no momento do crime), tinha discernimento quando se embriagou, ou seja, sua aco era livre na causa (tinha liberdade para decidir ingerir, ou nao, a substancia). Todavia, a embriaguez pode afastar a imputabilidade quando for acidental, ou seja, decorrente de caso fortuito ou forca maior (E mesmo assim, deve ser completa e retirar totalmente a capacidade de discernimento do agente). EXEMPLO: Imaginem que Luciana é embriagada por Carlos (que coloca alcool em seus drinks). Sem saber, Luciana ingere as bebidas alcodlicas e comete crime. Nesse caso, Poliana poderé ser inimputavel ou imputavel, a depender de seu nivel de discernimento quando da pratica da conduta. + Ea embriaguez preordenada? A embriaguez preordenada é aquela na qual o agente se embriaga PARA tomar coragem e praticar o crime. Ou seja, 0 agente ndo sé quer ficar embriagado, ele quer ficar embriagado para praticar 0 crime. Tal embriaguez nao afeta a imputabilidade do agente, ou seja, 0 agente é considerado imputével. Trata-se, ainda, de circunstancia agravante da pena (a pena, portanto, seré aumentada em razao de tal fato). Direrto Penat P/ PC-PI (2018) — AGENTE Teoria e questées Vejamos 0 seguinte esquema: siITUACAO CAUSA RESULTADO VOLUNTARIA (oo.osacy 1 imeurAver ‘CULPOSA) | oe — = computa. | nimpurAvet ‘ACIDENTAL (CASO Sr ————| IMPUTAVEL Con FORGA MAIOR) IMPUTAVEL COM Ea ‘causa De POROAL, DIMINUICAO DE Pena, Importante destacar que o CP exige que EM RAZAO da embriaguez decorrente de caso fortuito ou forca maior o agente esteja INTEIRAMENTE INCAPAZ de entender o carater ilicito do fato ou de determinar-se conforme este entendimento. Em qualquer dos dois casos de embriaguez acidental, nado sera possivel aplicaco de medida de seguranca, pois essa visa ao tratamento do agente considerado doente, e que oferece risco 4 sociedade. No caso da embriaguez acidental, o agente é sadio, tendo ingerido dlcool por caso fortuito ‘ou forga maior. + Ea embriaguez patolégica? A embriaguez patolégica pode excluir a imputabilidade, desde que se configure como embriaguez verdadeiramente doentia (nao apenas embriaguez habitual). Nesse caso, o agente sera tratado como doente mental. 1.3.2 Potencial consciéncia da ilicitude A potencial consciéncia da ilicitude é a possibilidade (dai o termo “potencial”) de o agente, de acordo com suas caracteristicas, conhecer o cardter ilicito do fato”. Nao se trata do parametro do homem médio, mas de uma anélise da pessoa do agente. Assim, aquele que é formado em Direito, em tese, ® BACIGALUPO, Enrique. Manual de Derecho penal. Ed. Temis S.A., tercera reimpressién. Bogot, 1996, p. 153 Teoria e questées tem maior potencial consciéncia da ilicitude que aquele que nunca saiu de uma aldeia de pescadores e tem pouca instrucao. E claro que isso varia de pessoa para pessoa e, principalmente, de crime para crime, pois alguns sao do conhecimento geral (homicidio, roubo), e outros nem todos conhecem (bigamia, por exemplo). Quando o agente age acreditando que sua conduta nfo é penalmente ilicita, comete effelde proibigde (art. 21 do CP), que veremos mais a frente. 1.3.3 Exigibilidade de conduta diversa Nao basta que o agente seja imputdvel, que tenha potencial conhecimento da ilicitude do fato, é necessdrio, ainda, que o agente pudesse agir de outro modo. Esse elemento da culpabilidade fundamenta duas causas de excluséo da culpabilidade: > Coacgdo MORAL irresistivel - Ocorre quando uma pessoa coage outra a praticar determinado crime, sob a ameaca de Ihe fazer algum mal grave. Ex.: Alberto coloca uma arma na cabeca de Poliana e diz que se ela nao atirar em Romeu, matard seu filho, que esta sequestrado por seus comparsas. Nesse caso, nao se pode exigir de Poliana que deixe de atirar em Romeu, pois esta sob ameaca de um mal gravissimo (morte do filho). Obediéncia hierarquica E 0 ato cometido por alguém em v cumprimento a uma ordem legal proferida por um superior hierarquico. Cuidado! A ordem n&o pode ser MANIFESTAMENTE ILEGAL. Se aquele que cumpre a ordem sabe que esta cometendo uma ordem ilegal, responde pelo crime juntamente com aquele que deu a ordem. Se a ordem nao é manifestamente ilegal aquele que apenas a cumpriu estard acobertado pela excludente de culpabilidade da inexigibilidade de conduta diversa: Nesse caso (obediéncia hierérquica), sé se aplica aos funciondrios pablicos, nao aos particulares! Com relaco a coacdo mora irresistivel, vocés podem perceber que eu coloquei a expresséo “MORAL” em caixa alta. Foi para deixar BEM CLARO que somente a coacdo MORAL irresistivel € que exclui a culpabilidade (por inexigibilidade de conduta diversa). __Acoacéo ESICA irresistivel NAO EXCLUI A CULPABILIDADE. A coacado FISICA irresistivel EXCLUI 0 FATO TIPICO, pois 0 fato no sera tipico por auséncia de CONDUTA, ja que nao ha vontade. DirerTo Penat P/ PC-PI (2018) — AGENTE Teoria e questées 2.1 Erro de tipo essencial Sabemos que o crime, em seu conceito analitico, é formado basicamente por trés elementos: fato tipico (para alguns, tipicidade, mas a nomenclatura aqui é irrelevante), ilicitude e culpabilidade. Quando o agente comete um fato que se amolda perfeitamente a conduta descrita no tipo penal (direta ou indiretamente), temos um fato tipico e, como disse, estar presente, portanto, a tipicidade. Pode ocorrer, entretanto, que o agente pratique um fato tipico por equivoco! Isso mesmo! O agente pratica um fato considerado tipico, mas o faz por ter incidido em erro sobre algum de seus elementos. © Sfroldeltipe|< a Fepresentacdo\errénea/dalrealidade, na qual o agente acredita ndo se verificar a presenga de um dos elementos essenciais que compéem 0 tipo penal. EXEMPLO: Imaginemos o crime de desacato: Art, 331 - Desacatar funciondrio pubblico no exercicio da funcéo ou em razio dela: Pena - detencdo, de seis meses a dois anos, ou multa. Imaginemos que 0 agente desconhecesse a condigSo de funcionério puiblico da vitima. Nesse caso, houve erro de tipo, pois o agente incidiu em erro sobre elemento essencial do tipo penal. , pois 0 agente pode desconhecer sua condigéo de garantidor no caso concreto” (aquele que tem o dever de impedir 0 resultado). EXEMPLO: Imagine que uma mée presencie o estupro da prépria filha, mas nada faca, por néo verificar tratar-se de sua filha. Nesse caso, a mae incidiu em erro de tipo, pois errou na representacéo da realidade fatica acerca de elemento que constituia o tipo penal. Ou seja, ndo identificou que a vitima era sua filha, elemento este que faria surgir seu dever de intervir. ATENCAO! Quando o erro incidir sobre elemento normativo do tipo’, ha divergéncia na Doutrina! Parte entende que continua se tratando © BITENCOURT, Op. cit., p. 512 ? Com relago a estes termos, CEZAR ROBERTO BITENCOURT os considera como “elementos normativos especiais da ilicitude”. Para o autor, elementos normativos seriam aqueles que demandam mero juizo de valor acerca de um objeto (saber que o documento falsificado é puiblico, por exemplo, no crime de falsificagao de documento piiblico). Termos como “indevidamente”, DirerTo Penat P/ PC-PI (2018) — AGENTE Teoria e questées de erro de tipo. Outra parte da Doutrina entende que nao se trata de erro de tipo, mas de erro de proibic&o, pois o agente estaria errando acerca da licitude do fato®, Exemplo: O art. 154 do CP diz o seguinte: Art. 154 - Revelar alguém, Sem segredo, de que tem ciéncia em razao de fungao, ministério, oficio ou profisséo, cuja revelacao possa produzir dano a outrem: Pena - detencao, de trés meses a um ano, ou multa, Nesse caso, o elemento “sem justa causa” é elemento normativo do tipo. Se 0 médico revela um segredo do paciente para um parente, acreditando que este poderd ajuda-lo, e faz isso apenas para o bem do paciente, acreditando haver justa causa, quando na verdade o parente é um tremendo fofoqueiro que s6 quer difamar o paciente, 0 médico incorreu em erro de tipo, pois acreditava estar agindo com justa causa, que nao havia. Porém, como disse a vocés, parte da doutrina entende que aqui se trata de erro de proibicdo. Mas a teoria que prevalece é a de que se trata mesmo de erro de tipo. O erro de tipo pode se * Escusdvel - Quando o agente nao poderia conhecer, de fato, a presenca do elemento do tipo. Exemplo: “A” entra numa loja e ao sair, verifica que esqueceu sua bolsa. Ao voltar, A encontra uma bolsa idéntica 4 sua, e a leva embora. Entretanto, “A” nao sabia que essa bolsa era de “B”, que estava olhando revistas distraida, tendo sua bolsa sido levada por outra pessoa no momento em que saiu da loja pela primeira vez. Nesse caso, “A” nao tinha como imaginar que alguém, em t&o pouco tempo, haveria furtado sua bolsa e que outra pessoa deixaria no mesmo lugar uma bolsa idéntica. Nesse caso, “A” incorreu em erro de tipo escusavel, pois néo poderia, com um exercicio mental razoavel, saber que aquela néo era sua bolsa. + Inescus4vel - Ocorre quando o agente incorre em erro sobre elemento essencial do tipo, mas poderia, mediante um esforco mental razoavel, néo ter agido desta forma. Exemplo: Imaginemos que Marcelo esteja numa reparticao publica e acabe por desacatar funcionério ptblico que ld estava. Marcelo nao sabia que se tratava de funcionério publico, mas mediante esforgo mental minimo poderia ter chegado a esta conclusao, analisando a postura da pessoa com quem falava e o que a pessoa fazia no local. Assim, Marcelo incorreu em erro de tipo inescusdvel, e responderia por crime culposo, caso houvesse previsao de desacato culposo (nao ha). Assim, lembrem-se: “sem justa causa", etc., seriam antecipaggo da ilicitude do fato inseridas dentro do tipo penal. (BITENCOURT, Op. cit., p. 350). Fica apenas 0 registro, ja que a Doutrina majoritaria entende que tais expressdes sao elementos normativos do tipo penal. Ver, por todos: GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 211. ° BITENCOURT, Op. cit., p. 514/515 DirerTo Penat P/ PC-PI (2018) — AGENTE Teoria e questées Pode ser que se utilize 0 termo “Erro sobre elemento constitutivo do tipo penal”. Eu prefiro essa nomenclatura, mas ela néo é utilizada sempre. ATENCAO! Existe, ainda, 0 que se convencionou chamar de “erro de tipo permissivo”, O que € isso? O erro de “tipo permissivo” é o erro sobre os pressupostos objetivos de uma causa de justificagdo (excludente de ilicitude). Assim, 0 erro de “tipo permissivo” seria, basicamente, uma descriminante putativa. Fala-se em “tipo permissivo” em razéo da teoria dos elementos negativos do tipo, surgida na Alemanha no comeso do século passado. Para esta teoria, as causas de exclusdo da ilicitude seriam elementos NEGATIVOS do tipo. Ou seja, enquanto o “tipo incriminador” propriamente dito seria a descrigéo da conduta proibida, as excludentes de ilicitude corresponderiam a “ressalvas” a ilicitude da conduta. Desta forma, o que a Doutrina quis dizer foi que, basicamente, quando o art. 121 do CP diz que “matar alguém” é crime, ele na verdade quer dizer que “matar alguém é crime, exceto se houver alguma causa de justificagao”. Esta é uma teoria que conta com alguns adeptos e, independentemente disso, © fato é que o termo “erro de tipo permissivo” é largamente utilizado e, portanto, digno de nota! 2.2 Erro de tipo acidental © erro de tipo acidental nada mais é que um erro na execucéo do fato criminoso ou um desvio no nexo causal da conduta com o resultado. Pode se apresentar de diversas formas: 2.2.1 Erro sobre a pessoa (error in persona) Aqui 0 agente pratica o ato contra pessoa diversa da pessoa visada, por confundi-la com a pessoa que deveria ser 0 alvo do delito, Neste caso, o erro é irrelevante, pois 0 agente responde como se tivesse praticado o crime CONTRA A PESSOA VISADA. Essa previsdo esta no art. 20, §3° do CP. ° GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. 376 DirerTo Penat P/ PC-PI (2018) — AGENTE Teoria e questées Aqui o sujeito executa perteitamente a conduta, ou seja, nao existe falha na ‘execugSo do delito, O erro esté em momento anterior (na representacéio mental da vitima). Ex.: Joo quer matar seu pai, pois est4 com raiva em razSo da partilha dos bens de sua mae. Joo fica na espreita e, quando vé uma pessoa chegar, acreditando ser seu pai, mira bem no cranio e lasca um balaco certeiro, fazendo com que a vitima caia desfalecida. Apés, verifica que a pessoa no era seu pai, mas seu irmao. Neste caso 0 agente respondera como se tivesse praticado o delito contra seu pai (pessoa visada) e nao pelo homicidio contra seu irm&o. Trata-se da teoria da equivaléncia. 2.2.2 Erro sobre o nexo causal No erro sobre o nexo causal o agente alcanca o resultado efetivamente pretendido, mas em razao de um nexo causal diferente daquele que o agente planejou. Pode ser de duas espécies: 2.2.2.1 Erro sobre o nexo causal em sentido estrito Aqui o agente, com um sé ato, provoca o resultado pretendido (mas com nexo causal diferente). Ex.: José dispara dois tiros contra Maria, visando sua morte. Maria, em razéo dos disparos, cai na piscina, e morre por afogamento. © agente responde pelo que efetivamente ocorreu (morte por afogamento).!? 2.2.2.2 Dolo geral ou aberratio causae Aqui temos 0 que se chama de DOLO GERAL OU SUCESSIVO. E 0 engano no que se refere ao meio de execuc&o do delito. Ocorre quando o agente, acreditando ja ter ocorrido o resultado pretendido, pratica outro ato, mas ao final verifica que este ultimo foi o que provocou o resultado. Ex.: O agente atira contra a vitima, visando sua morte. Acreditando que a vitima ja morreu, atira o corpo num rio, visando sua ocultagao. Mais tarde, descobre-se que esta ultima conduta foi a que causou a morte da vitima, por afogamento, pois ainda estava viva. Embora, tenhamos dois crimes (um homicidio doloso tentado na primeira conduta e um homicidio culposo consumado na segunda conduta), a Doutrina majoritaria entende que o agente responde por apenas um crime, pelo * Por todos, GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Curso de Direito Penal. JusPodivm. Salvador, 2015, p. 380 DirerTo Penat P/ PC-PI (2018) — AGENTE Teoria e questées crime originalmente previsto (homicidio doloso consumado"'), tendo sido adotada a TEORIA UNITARIA (ou principio unitario).” Mas qual 0 nexo causal que se deve considerar? O pretendido ou o efetivamente ocorrido? Embora nao haja unanimidade, prevalece o entendimento de que deve o agente responder pelo nexo causal efetivamente ocorrido (e nao pelo pretendido).! 2.2.3 Erro na execucdo (aberratio ictus’ Aqui o agente atinge pessoa diversa daquela que fora visada, nao por confundi-la, mas por ERRAR NA HORA DE EXECUTAR O DELITO. Imagine que © agente, tentando acertar “A”, erre o tiro e acaba acertando “B”. No erro sobre essoa 0 agente ndo “erra o alvo", ele “acerta 0 alvo”, mas 0 alvo foi confundido. 0 COISAS DIFERENTES! A aberratio ictus pode decorrer de mero acidente durante a execugdo do delito (ndo houve ma execugdo pelo infrator, mas mero acidente). Ex.: José deseja matar Maria. Sabendo que Maria usa seu carro todas as manhas para ir ao trabalho, coloca uma bomba no veiculo, que sera acionada assim que for dada a partida no carro. Maria, contudo, nao usa o carro naquele dia, e quem acaba ligando o veiculo é seu marido, que vem a falecer em razéo da bomba. Vejam que, aqui, 0 agente nao errou na hora de executar o ato criminoso, mas acabou atingindo pessoa diversa em razo de acidente no curso da empreitada criminosa. Nesse caso, assim como no erro sobre a pessoa, o agente responde pelo crime originalmente pretendido. Esta é a previsdo do art. 73 do CP". No que tange as consequéncias, o erro na execugo pode ser de duas ordens: + GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal. Volume 1. Ed. Impetus. Niterdi-RJ, 2015, p. 360 * Doutrina minoritdria (mas muito importante) sustenta que o agente deva responder por dois crimes em concurso: homicidio doloso tentado (primeira conduta) + homicidio culposo consumado (segunda conduta). Trata-se da adoco da teoria do desdobramento. 19 GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Curso de Direito Penal. JusPodivm. Salvador, 2015, p. 380/381 “art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execucso, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado 2 crime contra aquela, atendendo-se 2o disposto no § 3° do art. 20 deste Cédigo. No caso de ser também atingida 2 pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Cédigo.(Redacdo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Direrto Penat P/ PC-PI (2018) — AGENTE Teoria e questées i Erro sobre a execugaéo com unidade simples (Aberratio ictus de resultado Unico) O agente atinge somente a pessoa diversa daquela visada. Neste caso, responde como se tivesse atingido a pessoa visada (e néo aquela efetivamente atingida), da mesma forma como ocorre no erro sobre a pessoa. EXEMPLO: José quer lesionar Maria, e atira contra ela uma pedra. Todavia, erra © alvo e acaba acertando Paulo. Neste caso, José responde pela leséo corporal praticada. Todavia, devemos levar em consideracdo as condigdes pessoais de Maria, nao as de Paulo, na hora de aplicar a pena. Assim, se Maria era a mae de José, José tera sua pena agravada (crime praticado contra ascendente, art. 61, II, “e” do CP), mesmo néo tendo atingido Maria. 2.2.3.2 Etro sobre a execucéo com unidade complexa (Aberratio ictus de resultado duplo) © agente atinge a vitima nao visada, mas atinge também a vitima originalmente pretendida. Nesse caso, responde pelos dois crimes, em CONCURSO FORMAL. EXEMPLO: José quer lesionar Maria, e atira contra ela uma pedra. Todavia, além de acertar Maria, a pedra acaba acertando também Paulo, que passava na hora. Neste caso, José responde pelos dois crimes. 2.2.4 Erro sobre o crime ou resultado diverso do pretendido (aberratio delicti ou aberratio criminis’ Aqui 0 agente pretendia cometer um crime, mas, por acidente ou erro na execucdo, acaba cometendo outro. Aqui ha uma relagio de pessoa x coisa (ou coisa x pessoa). Na aberratio ictus ha uma relacdo de pessoa x pessoa. Pode ser de duas espécies: 2.2.4.1 Com unidade simples agente atinge apenas o resultado NAO PRETENDIDO. O agente responde apenas por um delito, da seguinte forma: * Pessoa visada, coisa atingida - Responde pelo dolo em relagdo a pessoa (tentativa de homicidio ou lesdes corporais). Ex.: José atira contra Maria, querendo sua morte. Contudo, erra na execugao e acaba por atingir uma planta. Neste caso, José responde apenas pela tentativa de homicidio. * Coisa visada, pessoa atingida - Responde apenas pelo resultado ocorrido em relagdo a pessoa. DirerTo Penat P/ PC-PI (2018) — AGENTE Teoria e questées Ex.: Imagine que alguém atire uma pedra num veiculo parado, com o dolo de danificd-lo (art. 163 do CP). Entretanto, o agente erra 0 alvo e atinge o dono, que estava perto, causando-Ihe a morte (art. 121, §3° do CP). Nesse caso, 0 agente acaba por cometer CRIME DIVERSO DO PRETENDIDO. Respondera apenas pelo crime praticado efetivamente (homicidio culposo). 2.2.4.2 Com unidade complexa O agente atinge tanto o alvo (coisa ou pessoa) quanto a coisa (ou pessoa) nao pretendida. Aplica-se, neste caso, a mesma regra do erro na execugao: atingindo ambos os bens juridicos (0 pretendido e 0 nao pretendido) respondera por AMBOS OS CRIMES, em CONCURSO FORMAL (art. 70 do CP).° CUIDADO! Se o agente visa atingir uma pessoa (lesées corporais, por exemplo) e, além de atingir a pessoa visada, acaba também quebrando uma NKON ele NAO aSpaNG in lesdes corporais dolosas + dano culposo, pois 2.2.5 Erro sobre o objeto (error in objecto’ Aqui o agente incide em erro sobre a COISA visada, sobre o objeto material do delito. Ex.: O agente pretende subtrair uma valiosa obra de arte. Entra a noite na residéncia mas acaba furtando um quadro de pequeno valor, por confundir com a obra pretendida. OCP nao previu esta hipdtese de erro, mas diante de sua possibilidade fatica, a Doutrina se debrugou sobre o tema. Uma vez ocorrendo erro sobre o objeto, nao ha qualquer relevancia para fins de afastamento do do dolo ou da culpa, bem como nao se afasta a culpabilidade. O agente respondera pelo delito. Mas qual delito? Neste caso, ha divergéncia doutrinaria. A doutrina majoritaria, porém, sustenta que o agente deve responder pela conduta efetivamente praticada (independentemente da coisa visada). Assim, no exemplo anterior, o agente responderia pelo furto do quadro de pequeno valor (e nao pelo furto da obra de arte valiosa). 2.3 Erro determinado por terceiro No erro de tipo o agente comete o erro “sozinho”, ou seja, no é induzido a erro por ninguém. No erro determinado (ou provocado) por terceiro o agente erra porque alguém o induz a isso. *5 GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 379 Direrto Penat P/ PC-PI (2018) — AGENTE Teoria e questées Neste caso, sé responde pelo delito aquele que provoca o erro. Entende-se que ha, aqui, uma modalidade de autoria mediata, na qual o autor mediato (agente provocador) utiliza o autor imediato (agente provocado, aquele que comete 0 erro) como mero instrumento para seu intento criminoso. Ex.: Determinado médico, querendo a morte do paciente, entrega enfermeira (dolosamente) uma dose de veneno, e a induz a ministra-lo ao paciente, alegando tratar-se de um sedativo. A enfermeira, sem saber do que se trata, confiando no médico, ministra o veneno. O paciente morre. Neste caso, somente o médico (aquele que provocou 0 erro) responde pelo homicidio (neste caso, doloso). A enfermeira, em regra, n&o responde por crime algum, salvo se ficar demonstrado que agiu de forma negligente (por exemplo, se tinha plenas condigées de saber que se tratava de veneno, ou se podia desconfiar das intengdes do médico, etc.). 2.4 Erro de proibicao A culpabilidade (terceiro elemento do conceito analitico de crime) é formada por alguns elementos, dentre eles, a POTENCIAL CONSCIENCIA DA ILICITUDE. A POTENCIAL CONSCIENCIA DA ILICITUDE é¢ a possibilidade de o agente, de acordo com suas caracteristicas, conhecer o carater ilicito do fato. No se trata do parametro do homem médio, MAS DE UMA ANALISE DA PESSOA DO AGENTE. uando o agente age acreditando que sua conduta nao é ilicita, comete (art. 21 do CP). 0 erro de proibigao pode ser: > Escusavel - Nesse caso, era impossivel aquele agente, naquele caso concreto, saber que sua conduta era contréria ao Direito. Nesse caso, exclui-se a culpabilidade e 0 agente é isento de pena. > Inescusavel - Nesse caso, 0 erro do agente quanto a proibigéo da conduta nao € tao perdodvel, pois era possivel, mediante algum esforco, entender que se tratava de conduta ilicita. Assim, permanece a culpabilidade, respondendo pelo crime, com pena diminuida de um sexto a um terco (conforme o grau de possibilidade de conhecimento da ilicitude). EXEMPLO: Um cidadao, ld do interior, encontra um bem (relégio de ouro, por exemplo) e fica com ele para si. Entretanto, mal sabe ele que essa conduta é crime, previsto no CP (apropriacao de coisa achada). Vejamos: Art, 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou forca da natureza: Pena - detenc4o, de um més a um ano, ou multa. Paragrafo Unico - Na mesma pena incorre: (...) Direrto Penat P/ PC-PI (2018) — AGENTE Teoria e questées ‘Apropriacao de coisa achada II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de restitui-la 20 dono ou legitimo possuidor ou de entrega-la 4 autoridade competente, dentro no prazo de 15 (quinze) dias. Percebam que até mesmo uma pessoa de razoavel intelecto é capaz de nao conhecer a ilicitude desta conduta’®. Assim, o agente, diferentemente do que ocorre no erro de tipo, REPRESENTA PERFEITAMENTE A REALIDADE (Sabe que a coisa no é sua, é uma coisa que foi perdida por alguém), mas ACREDITA QUE A CONDUTA E LicITA. Imaginem, no mesmo exemplo, que o camarada que achou o relégio, na verdade, soubesse que nao podia ficar com as coisas dos outros, mas acreditasse que © relégio era um relégio que ele tinha perdido horas antes (quando, na verdade, era o relégio de outra pessoa). Nesse caso, 0 agente sabia que néo podia praticar a conduta de “se apropriar de coisa alheia perdida” (Nao ha, portanto, erro de proibicéo), mas acreditou que a coisa nao era “alheia", achando que fosse sua (erro de tipo). Ficou clara a diferenca? O erro de proibico pode ser direto (que é a hipétese mencionada) ou indireto. O erro de proibicdo indireto ocorre quando o agente atua acreditando que existe uma causa de justificacao que o ampare. Contudo, no confundam o erro de proibicao indireto com o erro de tipo permissivo. Ambos se referem a existéncia de uma causa de justificago (excludente de ilicitude), mas ha uma diferenca fundamental entre eles: + Erro de tipo permissivo - O agente atua acreditando que, no caso concreto, esto presentes os requisitos faticos que caracterizam a causa de justificacéo e, portanto, sua conduta seria justa. Ex.: José atira contra seu filho, de madrugada, pois acreditava tratar-se de um ladr&o (acreditava que as circunstancias faticas autorizariam agir em legitima defesa). 16 Nao se exige que 0 agente conheca EXATAMENTE a tipificagao penal de sua conduta, bastando que ele saiba que sua conduta é ilicita. Assim, se o agente pratica uma determinada conduta que sabe ser ilicita (embora nao saiba a qual crime se refere), NAO HA ERRO DE PROIBICAO. Haveria, aqui, 0 que se chama de “erro de subsuncao”, que ¢ irrelevante para fins de determinacao da responsabilidade penal do agente. Isso ocorre porque nao se exige do agente que saiba EXATAMENTE a que tipo penal corresponde sua conduta. Basta que se verifique ser possivel ao agente, de acordo com suas caracteristicas pessoas e sociais, saber que sua conduta é ilicita (Isso 0 que se chama de VALORAGAO PARALELA NA ESFERA DO PROFANO, OU DO LEIGO). DirerTo Penat P/ PC-PI (2018) — AGENTE Teoria e questées + Erro de proibicdo indireto - 0 agente atua acreditando que existe, EM ABSTRATO, alguma descriminante (causa de justificacgéo) que autorize sua conduta. Trata-se de erro sobre a existéncia e/ou limites de uma causa de justificagéo em abstrato. Erro, portanto, sobre o ordenamento juridico’’. Ex.: José encontra-se num barco que esta a naufragar. Como possui muitos pertences, precisa de dois botes, um para se salvar e outro para salvar seus bens. Contudo, Marcelo também esté no barco e precisa salvar sua vida. José, no entanto, agride Marcelo, impedindo-o de entrar no segundo bote, ja que tinha a intencdo de utilizé-lo para proteger seus bens. Neste caso, José nao representou erroneamente a realidade fatica (sabia exatamente o que estava se passando). José, conduta, errou quanto aos limites da causa de justificag3o (estado de necessidade), que nao autoriza o sacrificio de um bem maior (vida de Marcelo) para proteger um bem menor (pertences de José). 2.5 Descriminante putativa x delito putativo N&o se deve confundir descriminante putativa com delito putativo. As descriminantes putativas sao quaisquer situagées nas quais o agente incida em erro por acreditar que esté presente uma situacdo que, se de fato existisse, tornaria sua ago legitima (a doutrina majoritéria limita estes casos as excludentes de ilicitude). EXEMPLO: Imagine que o agente esta numa casa de festas e ouca gritos de “fogo"! Supondo haver um incéndio, corre atropelando pessoas, agredindo quem estd na frente, para poder se salvar. Na verdade, tudo nao passava de um trote. Nesse caso, o agente agrediu pessoas (moderadamente, é claro), para se salvar, supondo haver uma situacao que, se existisse (inc8ndio) justificaria a sua conduta (estado de necessidade). Dessa forma, ha uma descriminante putativa por estado de necessidade putativo (descriminante putativa). No delito putativo acontece exatamente 0 oposto do que ocorre no erro de tipo, no erro de proibig&o e nas descriminantes putativas (seja de que natureza forem). O agente acredita que esta cometendo o crime, quando, na verdade, esta cometendo um INDIFERENTE PENAL. EXEMPLO: Um cidadao, sem querer, esbarra no carro de um terceiro, causando danos no veiculo. Com medo de ser preso, foge. Na verdade, ele acredita que esta cometendo crime de DANO CULPOSO, mas no sabe que o CRIME DE DANO CULPOSO NAO EXISTE. Portanto, hd, aqui, DELITO PUTATIVO. *7 BITENCOURT, Op. cit., p. 524/525 Diretto PENAL p/ PC-PI (2018) — AGENTE Teoria e questées DESCRIMINANTES Agente acredita n&o estar cometendo crime PUTATIVAS algum, por incidir em erro. Contudo, esta praticando uma conduta tipica e ilicita. DELITO PUTATIVO Agente comete um INDIFERENTE PENAL, mas acredita estar praticando crime. 3 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES CODIGO PENAL ‘S Arts. 26 a 28 do CP - Tratam da inimputabilidade penal: Inimputéveis Art. 26 - Eisento de pena o agente que, por doenca mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da acao ou da omissao, inteiramente incapaz de entender 0 cardter ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Reducao de pena Pardgrafo Unico - A pena pode ser reduzida de um a dois tercos, se 0 agente, em virtude de perturbacao de satide mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado nao era inteiramente capaz de entender o carater ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redacao dada pela Lei n® 7.209, de 11.7.1984) Menores de dezoito anos Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos séo penalmente inimputaveis, ficando sujeitos as normas estabelecidas na legislac3o especial. (Redacao dada pela Lei n® 7.209, de 11.7.1984) Emogao e paixdo Art. 28 - No excluem a imputabilidade penal: 117.1984) I= 2 emoco ou a paixao; (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Embriaguez (Redagao dada pela Lei n° 7.209, de II - a embriaguez, voluntdria ou culposa, pelo alcool ou substancia de efeitos anélogos.(Redacao dada pela Lei n® 7.209, de 11.7.1984) § 1° - E isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou forca maior, era, ao tempo da aco ou da omissao, inteiramente incapaz de entender 0 caréter ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento,(Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) § 20 - A pena pode ser reduzida de um a dois tercos, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou forca maior, no possuia, ao tempo da aco ou da omissao, a plena capacidade de entender o carter ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984); ‘ Arts. 20 e 21 do CP - Tratam do erro (em suas mais variadas formas): Diretto PENAL p/ PC-PI (2018) — AGENTE Teoria e questées Erro sobre elementos do tipo(Kedacao dada pela Lei n¥ /.209, de 11.7,1984) Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punicao por crime culposo, se previsto em lei, (Redaco dada pela Lei n® 7.209, de 11.7.1984) Descriminantes putativas(Incluido pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) § 10 - E isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstancias, supée situacdo de fato que, se existisse, tornaria a acdo legitima. Nao hd isencdo de pena quando 0 erro deriva de culpa e o fato & punivel como crime culposo.(Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Erro determinado por terceiro (Incluido pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) § 20 - Responde pelo crime o terceiro que determina 0 erro. (Redacdo dada pela Lei n° 7,209, de 11.7,1984) Erro sobre a pessoa(Incluido pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) § 3° - O erro quanto 4 pessoa contra a qual o crime é praticado no isenta de pena. Nao se consideram, neste caso, as condig6es ou qualidades da vitima, sendo as da pessoa contra quem o agente quer a praticar o crime. (Incluido pela Lei n® 7.209, de 11.7.1984) Erro sobre a ilicitude do fato(Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Art, 21 - O desconhecimento da lei é inescusdvel. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitavel, isenta de pena; se evitdvel, poderé diminui-la de um sexto a um terco. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Pardgrafo Unico - Considera-se evitdvel 0 erro se 0 agente atua ou se omite sem a consciéncia da ilicitude do fato, quando lhe era possivel, nas circunsténcias, ter ou atingir essa consciéncia. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7,1984) 4 SUMULAS PERTINENTES 4.1 Simulas do STJ % Samula 74 do STJ - O ST) sumulou entendimento no sentido de que o reconhecimento da menoridade penal depende de prova por documento habil (certidéo de nascimento, carteira de identidade, etc.). Uma vez reconhecida a menoridade penal, o processo deve ser anulado e o agente submetido ao regramento especial do ECA. ‘Stimula 74 do STJ - PARA EFEITOS PENAIS, 0 RECONHECIMENTO DA MENORIDADE DO REU REQUER PROVA POR DOCUMENTO HABIL. CULPABILIDADE CONCEITO - Juizo de reprovabilidade acerca da conduta do agente, considerando-se suas circunstancias pessoais. Teoria e questées TEORIAS PSICOLOGICA Imputabilidade (pressuposto) + dolo ou culpa PSICOLOGICO- Imputabilidade + exigibilidade de conduta diversa + culpa + NORMATIVA dolo natural (consciéncia e vontade) + dolo normativo (consciéncia da ilicitude) EXTREMADA = Imputabilidade + exigibilidade de conduta diversa + dolo normative (POTENCIAL consciéncia da ilicitude)'® LIMITADA Mesmos elementos da teoria ADOTADA PELO CP extremada + divergéncia quanto ao tratamento das descriminantes putativas decorrentes de erro sobre pressupostos fatics (entende que. devem ser tratadas como erro de tipo, e nao erro de proibiggo). ELEMENTOS IMPUTABILIDADE - Capacidade mental de entender o caréter ilicito da conduta e de comportar-se conforme o Direito. Critérios para afericéo da imputabilidade: BIOLOGIO Basta a existéncia de uma caracteristica biolégica (doenga mental ou determinada idade) para que o agente seja inimputavel. (OBS: Adotado pelo CP em relacdo a inimputabilidade por menoridade penal. PSICOLOGICO _Sé se pode aferir a imputabilidade (ou no), na andlise do caso concreto (se o agente tinha discernimento). BIOPSICOLOGICO Conjuga a presenca de um elemento bioldgico (doenca mental ou idade) com a necessidade de se avaliar se 0 agente, no caso concreto, tinha discernimento. (OBS: Adotado pelo CP em relacdo a inimputabilidade por doenca mental e embriaguez decorrente de caso fortuito ou forga maior. 8 0 dolo natural (a mera vontade e consciéncia de praticar a conduta definida como crime) migra, portanto, para o fato tipico, como elemento integrante da conduta. Teoria e questées OBS.: Em qualquer caso, a inimputabilidade ¢ aferida no momento do fato criminoso. Causas de inimputabilidade penal (exclusao da imputabilidade) Menoridade penal - Sdo inimputdveis os menores de 18 anos (critério biolégico) Doenga mental e Desenvolvimento mental incompleto ou retardado - Requisitos: * Que o agente possua a doenca (critério biolégico) * Que o agente seja inteiramente incapaz de entender o carater ilicito do fato OU inteiramente incapaz de determinar-se conforme este entendimento (critério psicolégico) BSE Se, em decorréncia da doenca, o agente tinha discernimento PARCIAL (semi-imputabilidade), NAO E ISENTO DE PENA (ndo afasta a imputabilidade). Neste caso, hd redugao de pena (um a dois tercos). Embriaguez - Requisitos: * Que o agente esteja completamente embriagado (critério 1égico) * Que se trate de embriagues decorrente de caso fortuito ou forca maior * Que o agente seja inteiramente incapaz de entender o carater ilicito do fato QU inteiramente incapaz de determinar-se conforme este entendimento (critério psicolégico) (OBS Se, em decorréncia da embriaguez, o agente tinha discernimento PARCIAL (semi-imputabilidade), NAO E ISENTO DE PENA (no afasta a imputabilidade). Neste caso, ha reduc&o de pena (um a dois tercos). Esquema: Teoria e questées snonionoe ___|MENORESDE coaal __| — inimpurAvers 48 ANOS INIMPUTAVEL DISCERNIMENTO REDUCAO DE PENA (UMA PARCIAL Dols TERCOS) ‘VOLUNTARIA psa ea) IMPUTABILIDADE DISCERNIMENTO (voL0sa ou ‘SEM. "ACIDENTAL DISCERNIMENTO 4 INIMPUTAVEL (caso FORTUITO OUFORCA REDUCAODE PENA) DISCERNIMENTO SERNIMENTO. |_"" (UMADOIS POTENCIAL CONSCIENCIA DA ILICITUDE - Possibilidade de o agente, de acordo com suas caracteristicas, conhecer o caréter ilicito do fato. Quando o agente atua acreditando que sua conduta néo é penalmente ilicita, comete erro de proibicao. EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA - Nao basta que o agente seja imputavel e que tenha potencial conhecimento da ilicitude do fato, é necessario, ainda, que o agente pudesse agir de outro modo. Nao havendo tal elemento, afastada esté a culpabilidade. Exemplos: + Coag&o MORAL irresistivel - Ocorre quando uma pessoa coage outra a praticar_determinado crime, sob a ameaca de Ihe fazer algum mal grave A coacao FISICA irresistivel NAO EXCLUI A CULPABILIDADE. A coacdo FISICA irresistivel EXCLUI O FATO TIPICO, por auséncia de vontade (auséncia de conduta). * Obediéncia hierdrquica - E 0 ato cometido por alguém em cumprimento a uma ordem n&o manifestamente ilegal proferida por um superior hierérquico. OBSs5 prevalece que sé se aplica aos funcionarios publicos. ERRO ERRO DE TIPO ESSENCIAL - 0 agente pratica um fato considerado tipico, mas 0 faz por ter incidido em erro sobre algum de seus elementos. E a representacdo errénea da realidade. O erro de tipo pode ser: + Escusavel - Quando o agente nao poderia conhecer, de fato, a presenca do elemento do tipo. Qualquer pessoa, nas mesmas condigdes, cometeria 0 mesmo erro. Teoria e questées * Inescusavel ~ Ocorre quando 0 agente incorre em erro sobre elemento essencial do tipo, mas poderia, mediante um esforgo mental razodvel, ndo ter agido desta forma. (OBSE Erro de tipo permissivo - 0 erro de “tipo permissivo” é 0 erro sobre os pressupostos objetivos de uma causa de justificagao (excludente de ilicitude). ERRO DE TIPO ACIDENTAL - 0 erro de tipo acidental nada mais é que um erro na execugao do fato criminoso ou um desvio no nexo causal da conduta com o resultado. Pode ser: Erro sobre a pessoa (error in persona) - Aqui 0 agente pratica o ato contra pessoa diversa da pessoa visada, por ‘Ranraanng com a pessoa que deveria ser 0 alvo do delito. Nao existe falha na execugao, mas na escolha da vitima. CONSEQUENCIA - 0 agente responde como se tivesse praticado o crime CONTRA A PESSOA VISADA (teoria da equivaléncia). Erro sobre 0 nexo causal - O agente alcanca o resultado efetivamente pretendido, mas em raz&o de um nexo causal diferente daquele que o agente planejou. Pode ser de duas espécies: + Erro sobre o nexo causal em sentido estrito - Com um sé ato, provoca 0 resultado pretendido (mas com nexo causal diferente). * Dolo geral ou aberratio causae — Também chamado de DOLO GERAL OU SUCESSIVO. Ocorre quando o agente, acreditando ja ter ocorrido o resultado pretendido, pratica outro ato, mas ao final verifica que este ultimo foi o que provocou o resultado. CONSEQUENCIA: Responde por apenas um crime (ha posigdes em contrario), pelo crime originalmente previsto (TEORIA UNITARIA ou principio unitario). Responde, ainda, de acordo com 0 nexo causal efetivamente ocorrido. Erro na execugdo (aberratio ictus) - Aqui o agente atinge pessoa diversa daquela que fora visada, ndo por confundi-la, mas por ERRAR NA HORA DE EXECUTAR O DELITO. Pode ser de duas espécies: * Erro sobre a execugado com unidade simples (Aberratio ictus de resultado Unico ou em sentido estrito) - O agente atinge somente a pessoa diversa daquela visada. * Erro sobre a execucdo com unidade complexa (Aberratio ictus de resultado duplo ou em sentido amplo) - O agente atinge a vitima nao visada, mas atinge também a vi ma originalmente pretendida. Nesse caso, responde pelos dois crimes, em CONCURSO FORMAL. Erro sobre o crime ou resultado diverso do pretendido (aberratio delicti ou aberratio criminis) - Aqui o agente pretendia cometer um crime, mas, por Direrto Penat P/ PC-PI (2018) — AGENTE Teoria e questées acidente ou erro na execugéo, acaba cometendo outro. Aqui ha uma relag3o de pessoa x coisa (ou coisa x pessoa). Pode ser de duas espécies: = Com unidade simples - O agente atinge apenas o resultado NAO PRETENDIDO. O agente responde apenas por um delito, da sequinte forma: > Pessoa visada, coisa atingida - Responde pelo dolo em relacao & pessoa (tentativa de homicidio ou lesées corporais). > Coisa visada, pessoa atingida - Responde apenas pelo resultado ocorrido em relagéo a pessoa. * Com unidade complexa - 0 agente atinge tanto 0 alvo (coisa ou pessoa) quanto a coisa (ou pessoa) nao pretendida. Responderd por AMBOS OS CRIMES, em CONCURSO FORMAL. Erro sobre o objeto (error in objecto) - Aqui o agente incide em erro sobre a COISA visada, sobre o objeto material do delito. Prevalece que nao hd qualquer relevancia para fins de afastamento do do dolo ou da culpa, bem como néio se afasta a culpabilidade. CONSEQUENCIA: A doutrina majoritéria (ha divergéncia) sustenta que o agente deve responder pela conduta efetivamente praticada (independentemente da coisa visada). ERRO DETERMINADO POR TERCEIRO - No erro determinado (ou provocado) por terceiro o agente erra porque alguém o induz a isso. S6é responde pelo delito aquele que provoca o erro (modalidade de autoria mediata). ERRO DE PROIBICAO - Quando o agente age acreditando que sua conduta nao é ilicita, comete ERRO DE PROIBICAO (art. 21 do CP). O erro de proibicao pode ser: + Escusdvel - Qualquer pessoa, nas mesmas condicdes, cometeria o mesmo erro. Afasta a culpabilidade (agente fica isento de pena) * Inescusavel - O erro n&o é t&o perdodvel, pois era possivel, mediante algum esforco, entender que se tratava de conduta penalmente ilicita. Nao afasta a culpabilidade. Halditinuiese) Ge penal deli sexto luni terco. BSE Erro de proibicao indireto - ocorre quando o agente atua acreditando que existe uma causa de justificacéo que o ampare. Diferenga entre erro de proibic&o indireto e erro de tipo permissivo: = Erro de tipo permissivo - O agente atua acreditando que, no caso concreto, est&o presentes os requisitos faticos que caracterizam a causa de justificacdo e, portanto, sua conduta seria justa. = Erro de proibicdo indireto - O agente atua acreditando que existe, EM ABSTRATO, alguma descriminante (causa de justificagéo) que autorize sua conduta. Trata-se de erro sobre a existéncia e/ou limites de uma Teoria e questées causa de justificacao em abstrato. Erro, portanto, sobre o ordenamento juridico (erro normativo). Bons estudos! SS SCE. 01. (FCC - 2018 - DPE-AM - ANALISTA) O erro de tipo, no Direito Penal, a) exclui a culpabilidade subjetiva, impedindo a punic&o do agente. b) quando escusdvel, permite a puni¢&o por crime culposo. c) € incabivel em crimes hediondos e equiparados. d) é inescusdvel nos crimes da Lei de Drogas, no desconhecimento da lei penal. e) incide sobre 0 elemento constitutivo do tipo e exclui o dolo. 02. (FCC - 2017 - TRF5 - OFICIAL DE JUSTICA) A coagio moral irresistivel a) torna 0 fato atipico. b) é causa excludente de ilicitude. c) € circunstancia que sempre atenua a pena. d) tem o mesmo tratamento legal da coagao fisica irresistivel. e) & causa de isenc&o da pena. 03. (FCC - 2017 - POLITEC-AP - PERITO MEDICO LEGISTA) Apés uma discuss&o em um bar, Pedro decide matar Roberto. Para tanto, dirige- se até sua residéncia onde arma-se de um revdlver. Ato continuo, retorna ao estabelecimento e efetua um disparo em direcao a Roberto. Contudo, erra o alvo, atingindo Anténio, balconista que ali trabalhava, ferindo-o levemente no ombro. Diante do caso hipotético, Pedro praticou, em tese, o(s) crime(s) de a) lesdo corporal leve. b) les&o corporal culposa. c) homicidio tentado e les&o corporal leve. d) les&o corporal culposa e tentativa de homicidio. e) homicidio na forma tentada. 04. (FCC - 2015 - TCM-GO - PROCURADOR) A respeito das causas excludentes da culpabilidade, é correto afirmar que Direrto Penat P/ PC-PI (2018) — AGENTE Teoria e questées a) o desconhecimento da lei nos crimes culposos isenta o agente de pena. b) 0 erro invencivel sobre a ilicitude do fato nao isenta o réu de pena. c) na coac&o moral irresistivel coator responde por dolo e 0 coacto por culpa. d) as descriminantes putativas excluem a culpabilidade. e) na obediéncia hierérquica é dispensdvel a existéncia de relagéo de direito publico entre superior e subordinado. 05. (FCC - 2015 - TRE-RR - ANALISTA JUDICIARIO) Paulo é estudante de uma determinada faculdade do Estado de Roraima, cursando 0 primeiro semestre. No inicio deste ano de 2015 Paulo é submetido a um trote académico violento e, amarrado, é obrigado a consumir a forca bebida alcodlica e substancia entorpecente. Apés o trote, Paulo, completamente embriagado e incapacitado de entender o cardter ilicito do fato ou de determinar- se de acordo com esse entendimento por conta desta embriaguez e do uso de droga, desloca-se até uma Delegacia de Policia da cidade de Boa Vista, onde tramita um inquérito contra ele por crime de lesdo corporal dolosa decorrente de uma briga em uma casa noturna, e oferece R$ 10.000,00 em dinheiro ao Delegado de Policia para que este nao dé prosseguimento as investigagdes. Paulo acaba preso em flagrante pela Autoridade Policial. No caso hipotético exposto, Paulo a) praticou crime de corrupcio ativa e teré a pena reduzida de um a dois tercos no caso de condenaggo. b) é isento de pena pelo crime cometido nas dependéncias da Delegacia de Policia. c) praticou crime de corrupgo ativa e nao teré a pena reduzida no caso de condenag&o pela embriaguez. d) praticou crime de concusséo e nao teré a pena reduzida no caso de condenaggo. e) praticou crime de concussdo e tera a pena reduzida de um a dois tercos no caso de condenagao. 06. (FCC - 2015 - DPE-MA - DEFENSOR PUBLICO) Se o agente oferece propina a um empregado de uma sociedade de economia mista, supondo ser funciondrio de empresa privada com interesse exclusivamente particular, incide em a) erro sobre a pessoa. b) descriminante putativa. c) erro de tipo. d) erro sobre a ilicitude do fato inevitavel. e) erro sobre a ilicitude do fato evitavel. DirerTo Penat P/ PC-PI (2018) — AGENTE Teoria e questées 07. (FCC - 2015 - TCE-CE - PROCURADOR DE CONTAS) A diferenca entre erro sobre elementos do tipo e erro sobre a ilicitude do fato reside na circunstancia de que a) 0 erro de tipo exclui a culpabilidade, o de fato a imputabilidade. b) 0 erro de tipo exclui o dolo, o de fato a culpabilidade. c) 0 erro de tipo exclui a reprovabilidade da conduta, o de fato o elemento do injusto. d) 0 erro de tipo exclui o dolo, o de fato a invencibilidade do erro. e) a discriminante putativa € 0 que distingue o erro de tipo do erro de fato. 08. (FCC - 2015 - TJ-PE - JUIZ SUBSTITUTO) Em matéria de erro, correto afirmar que a) 0 erro sobre a ilicitude do fato exclui a culpabilidade, por nao exigibilidade de conduta diversa b) 0 erro sobre elemento constitutivo do tipo penal no exclui a possibilidade de punic&o por crime culposo. c) 0 erro sobre a ilicitude do fato, se evitdvel, isenta de pena. d) 0 erro sobre elemento constitutivo do tipo penal exclui a culpabilidade. e) 0 erro quanto & pessoa contra a qual o crime é praticado nao isenta de pena, considerando-se as condicdes ou qualidades da vitima, e ndo as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. 09. (FCC - 2015 - TJ-SE - JUIZ) A, cidadaio americano, vem para o Brasil em férias, trazendo alguns cigarros de maconha. Esta ciente que mesmo em seu pais o consumo da substancia nao é amplamente permitido, mas, como possui cancer em fase avangada, possui receita médica emitida por especialista americano para utilizar substdncias que possuam THC. Ao passar pelo controle policial do aeroporto, é detido pelo crime de tréfico de drogas. Nesta situacdo, é possivel alegar que A encontrava-se em situagao de erro de: a) tipo. b) tipo permissivo. c) proibigao direto. d) proibic&o indireto. e) tipo indireto. 10. (FCC - 2015 - TRT9 - TECNICO JUDICIARIO) Maria, a fim de cuidar do machucado de seu filho que acabou de cair da bicicleta, aplica sobre o ferimento da crianga dcido corrosivo, pensando tratar-se de uma pomada cicatrizante, vindo a agravar o ferimento. A situacdo descrita retrata hipétese tratada no Cédigo Penal como: Direrto Penat P/ PC-PI (2018) — AGENTE Teoria e questées a) erro de proibig&o. b) erro na execugao. c) estado de necessidade. d) exercicio regular de direito. e) erro de tipo. 11. (FCC - 2015 - TRT9 - TECNICO JUDICIARIO) S80 causas de inimputabilidade previstas no Cédigo Penal, além de doenca mental e desenvolvimento mental incompleto ou retardado: a) emogio e paixdio; embriaguez completa, decorrente de caso fortuito ou forca maior; idade inferior a 18 anos. b) idade inferior a 16 anos; embriaguez voluntaria; coacéo irresistivel. c) idade inferior a 18 anos; embriaguez completa, decorrente de caso fortuito ou forga maior. d) idade inferior a 21 anos; embriaguez completa, decorrente de caso fortuito ou forca maior; legitima defesa. ) emogao e paixdo; idade inferior a 18 anos; embriaguez preordenada. 12. (FCC - 2015 - TCE-AM - AUDITOR) O erro sobre a pessoa contra a qual o crime é praticado a) no isenta de pena o agente. b) exclui o dolo. c) exclui o dolo, mas prevalece a culpa. d) no isenta de pena o agente, porém deve sempre ser considerado na sentenga. e) 6 um crime impossivel 13. (FCC - 2015 - TJ-AL - JUIZ SUBSTITUTO) O erro inescusavel sobre a) a ilicitude do fato constitui causa de diminuicéo da pena. b) elementos do tipo permite a punigao a titulo de culpa, se acidental. c) elementos do tipo isenta de pena. d) elementos do tipo exclui o dolo e a culpa, se essencial. e) a ilicitude do fato exclui a antijuridicidade da conduta. 14, (FCC - 2015 - TRE-AP - ANALISTA JUDICIARIO) Maria é aprovada no vestibular para uma determinada Universidade Federal. No dia da matricula, Maria, caloura, é recebida pelos alunos veteranos da universidade e submetida a um trote académico violento. Além de outras coisas que foi obrigada a fazer, Maria foi amarrada em uma cadeira de bar e obrigada a Teoria e questées ingerir bebida alcodlica até ficar completamente embriagada e sem qualquer possibilidade de entender o cardter ilicito de um fato ou de determinar-se de acordo com este entendimento. Maria é liberada do trote e sai do bar, dirigindo- se até o seu veiculo que estava estacionado em via publica, sem conseguir movimenté-lo. Abordada por policiais, desacatou-os. Neste caso, no que concerne ao crime de desacato, (A) teré a pena reduzida de um a dois tercos. (8) estard isenta de pena. (C) teré a pena reduzida de metade. (D) tera a pena reduzida em 1/6. (E) teré a pena aumentada de 1/3. 15. (FCC - 2014 - TRF4 - OFICIAL DE JUSTICA) No direito brasileiro legislado, desde que subtraia por completo o entendimento da ilicitude ou a determinacao por ela, a embriaguez terd, genericamente, o condo de excluir total ou parcialmente a imputabilidade penal quando for (A) n&o preordenada. (B) oriunda de culpa consciente. (C) oriunda de culpa inconsciente. (D) oriunda de caso fortuito. (E) ndo premeditada. 16. (FCC - 2014 - TJ-CE - JUIZ) Na coac&o moral irresistivel, hd exclusdo da a) antijuridicidade. b) culpabilidade, por inimputabilidade. c) culpabilidade, por n&o exigibilidade de conduta diversa. d) tipicidade. e) culpabilidade, por impossibilidade de conhecimento da ilicitude. 17. (FCC - 2014 - CAMARA MUNICIPAL-SP - PROCURADOR LEGISLATIVO) Ha uma critica doutrindria bastante conhecida e frequente ao fundamento tedrico da punigdo, no direito brasileiro, dos crimes cometidos em estado de embriaguez. Pode-se sintetizé-la afirmando que essa punic&o, ao fundar-se na teoria a) da equivaléncia dos antecedentes causais, simplesmente equaliza as diversas modalidades de embriaguez, néo permitindo uma justa diferenciagdo de seus variados graus de reprovabilidade. Direrto Penat P/ PC-PI (2018) — AGENTE Teoria e questées b) objetiva pura alema, néo considera as diversas situagées subjetivas desencadeantes da embriaguez, e, por consequéncia, nao propicia a devida diferenciagdo entre seus variados graus de reprovabilidade. c) da actio libera in causa, no é facilmente extensivel aos casos de embriaguez nao preordenada ou mesmo meramente culposa, propiciando-se, eventualmente, situagées de responsabilizacdo penal estritamente objetiva. d) puramente normativa da culpabilidade (Welzel), esvazia o juizo da consciéncia da ilicitude que, de efetivo e concreto, se torna puramente exigivel e potencial, respondendo o agente indistintamente pelo crime, ainda que compreensivelmente nao tivesse condigdes ou razdes reais para nao se embriagar nas circunstancias em que o fato se deu. ) monista temperada, acaba comportando situacées graves de impunidade, notadamente nos crimes cometidos com culpa consciente e limitrofes ao dolo eventual. 18. (FCC - 2013 - TJ-PE - TITULAR NOTARIAL) A inimputabilidade por peculiaridade mental ou etaria exclui da conduta a a) tipicidade. b) tipicidade e a antijuridicidade, respectivamente. c) antijuridicidade. d) antijuridicidade e a culpabilidade, respectivamente. e) culpabilidade. 19. (FCC - 2012 - TRF5 - ANALISTA JUDICIARIO) Em matéria penal, a embriaguez incompleta, resultante de caso fortuito ou de forca maior, a) n&o suprime a imputabilidade penal, mas diminui a capacidade de entendimento gerando uma causa geral de diminuic&o de pena. b) no exclui, nem diminui, a imputabilidade penal, ndo operando qualquer efeito na aplicagao da pena. c) € hipétese de elisio da imputabilidade penal porque afeta a capacidade de compreensdo, tornando o agente isento de pena d) no exclui, nem diminui, a imputabilidade penal, servindo como circunstancia agravante. e) embora no suprima a imputabilidade penal, é censurdvel, e serve como circunstancia agravante. 20. (FCC - 2011 - TCE-SP - PROCURADOR) Constitui causa de exclus&o da culpabilidade A) a embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou forga maior, em virtude da impossibilidade de o agente conhecer a ilicitude do fato. Teoria e questées B) 0 erro sobre a ilicitude do tato, em decorréncia da nao imputabilidade do agente. C) a doenca mental ou o desenvolvimento mental incompleto ou retardado, em func&o de ndo se poder exigir conduta diversa do agente D) a menoridade, em virtude da impossibilidade de o agente conhecer a ilicitude do fato. E) a coagdo moral irresistivel, em func&o de no se poder exigir conduta diversa do agente. 21. (FCC - 2008 - TCE/AL - PROCURADOR) O erro sobre a ilicitude do fato A) exclui o dolo, mas permite a punicao por crime culposo, se previsto em lei. B) reflete na culpabilidade, sempre isentando de pena. C) exclui 0 dolo e a culpa. D) reflete na culpabilidade, de modo a exclui-la ou atenué-la. E) extingue a punibilidade 22. (FCC - 2008 - TCE/AL - PROCURADOR) A coagao moral irresistivel e a obediéncia hierarquica so causas de exclusdo da A) culpabilidade. B) antijuridicidade. C) ilicitude. D) tipicidade. E) punibilidade. 23. (FCC - 2010 - MPE-SE - ANALISTA - DIREITO) Desenvolvimento mental incompleto ou retardado, embriaguez decorrente de caso fortuito e menoridade constituem, dentre outras, excludentes de A) tipicidade B) ilicitude C) punibilidade D) antijuridicidade E) culpabilidade 24. (FCC - 2011 - TER/AP - ANALISTA JUDICIARIO - AREA JUDICIARIA) Exclui a imputabilidade penal, nos termos preconizados pelo Cédigo Penal, A) a embriaguez voluntéria pelo alcool ou substéncia de efeitos andlogos. B) a emocao e a paixdo. Teoria e questées C) a embriaguez culposa pelo alcool ou substancia de efeitos andlogos. D) se o agente, em virtude de perturbacéo de satide mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado, no era inteiramente capaz de entender 0 caréter ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. E) a embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou forca maior, se o agente era, ao tempo da aco ou da omissao, inteiramente incapaz de entender 0 carater ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 25. (FCC - 2011 - TRT 1°RG - TECNICO JUDICIARIO - SEGURANCA) O erro inevitavel sobre a ilicitude do fato A) isenta o réu de pena B) néo isenta o réu de pena, mas implica na reduc&o de um sexto a um terco. C) no isenta o réu de pena, mas constitui circunstancia atenuante. D) nao isenta o réu de pena, nem possibilita a atenuacéo da pena. E) exclui a ilicitude do fato. 26. (FCC - 2011 - TRT - 12 REGIAO (RJ) - TECNICO JUDICIARIO - SEGURANCA) O erro inevitavel sobre a ilicitude do fato A) isenta o réu de pena. B) néo isenta o réu de pena, mas implica na redug&o de um sexto a um terco. C) nao isenta o réu de pena, mas constitui circunstancia atenuante. D) no isenta o réu de pena, nem possibilita a atenuacéo da pena. E) exclui a ilicitude do fato. 27. (FCC - 2010 - TRE-AL - ANALISTA JUDICIARIO - AREA ADMINISTRATIVA) A dispara seu revélver e mata B, acreditando tratar-se de um animal. A respeito dessa hipstese é correto afirmar que se trata de A) fato tipico, pois o dolo abrangeu todos os elementos objetivos do tipo. B) erro de proibic&io, que exclui a culpabilidade. C) erro de proibic&o, que gera apenas a diminuic&o da pena, posto que inescusavel. D) erro de tipo, que exclui o dolo e a culpa, se escusdvel. E) erro quanto a existéncia de excludente de ilicitude (descriminante putativa). 28. (FCC - 2007 - TRE-MS - ANALISTA JUDICIARIO - AREA ADMINISTRATIVA) Teoria e questées Considere os exemplos abaixo: I. Casar-se com pessoa cujo cénjuge foi declarado morto para os efeitos civis, mas estava vivo. IL. Aplicar no ferimento do filho acido corrosive, supondo que esté utilizado uma pomada. III. Matar pessoa gravemente enferma, a seu pedido, para livré-la de mal incurdvel, supondo que a eutandsia é permitida. IV. Ingerir a gestante substancia abortiva, supondo que estava tomando um calmante. Ha erro de tipo nas situagdes indicadas APENAS em A) I, Me III. B) Ie lll. c)1, Mev. D) Well. E) Tel. 29. (FCC - 2009 - TJ/PA - OFICIAL DE JUSTIGA) O erro de proibiciio quando escusavel exclui a A) imputabilidade. B) culpabilidade. C) punibilidade. D) antijuridicidade. E) conduta. 30. (FCC - 2012 - DPE-SP - DEFENSOR PUBLICO) Em Direito Penal, o erro a) de tipo, se for invencivel, exclui a tipicidade dolosa e a culposa. b) que recai sobre a existéncia de situagdo de fato que justificaria a acdo, tornando-a legitima, é tratado pelo Cédigo Penal como erro de proibicao, excluindo-se, pois, a tipicidade da conduta. c) de tipo exclu o dolo e a culpa grave, mas nao a culpa leve. d) de proibicéo é irrelevante para o Direito Penal, pois, nos termos do caput do art. 21 do Cédigo Penal, “o desconhecimento da lei é inescusavel". e) de proibic&o exclui a consciéncia da ilicitude, que, desde o advento da teoria finalista, integra o dolo e a culpa. 31. (FCC - 2006 - BCB - PROCURADOR) O erro sobre a ilicitude do fato Teoria e questées a) reflete na culpabilidade, de modo a excluir a pena ou diminui-la. b) exclui o dolo ea culpa. c) reflete na culpabilidade, sempre isentando de pena. d) extingue a punibilidade. e) exclui o dolo, mas permite a puncdo por crime culposo, se previsto em lei. 32. (FCC - 2006 - BCB - PROCURADOR) Excluem a ilicitude e a imputabilidade, respectivamente, a) @ obediéncia hierérquica e a embriaguez acidental completa. b) a coac&o moral irresistivel e a doenca mental. c) a desisténcia voluntaria e o desenvolvimento mental incompleto. d) 0 exercicio regular de direito e a menoridade. 33. (FCC - 2007 - ISS/SP - AUDITOR-FISCAL TRIBUTARIO MUNICIPAL) So pressupostos da culpabilidade a) a falta de cuidado, a previsibilidade do resultado e a ex diversa. b) a imputabilidade, a possibilidade de conhecimento da ilicitude e a falta de cuidado. c) a previsibilidade do resultado, a imputabilidade e a falta de cuidado. d) a possibilidade de conhecer a ilicitude, a exigibilidade de conduta diversa e a falta de cuidado. e) a imputabilidade, a possibilidade de conhecer a ilicitude e a exigibilidade de conduta diversa. lade de conduta 34. (FCC - 2007 - ISS/SP - AUDITOR-FISCAL TRIBUTARIO MUNICIPAL) A doenca mental, a perturbag&o de satide mental e o desenvolvimento mental incompleto ou retardado a) refletem na culpabilidade, de modo a exclui-la ou a atenué-la. b) excluem a ilicitude da conduta. c) isentam sempre de pena. d) extinguem a punibilidade. e) excluem a tipicidade. 35. (FCC - 2008 - PGE/SP - PROCURADOR) Exclui a culpabilidade, em decorréncia da n&o-imputabilidade, a) a emocao. Teoria e questées b) a embriaguez nao-acidental. c) a coagéo moral irresistivel. d) a menoridade. e) 0 erro sobre a ilicitude do fato. 36. (FCC - 2007 - MPU - ANALISTA) Considere: I. Estado de necessidade. IL. Estrito cumprimento de dever legal. III. Obediéncia hierrquica. IV, Exercicio regular de um direito. V. Legitima defesa putativa. Sdo excludentes da culpabilidade SOMENTE 0 que se considera em a)IeV b) Ie Ill. c) Hlev. d)1, Helv. e) II, IWelv. 37. (FCC - 2013 - TJ-PE - JUIZ) A coaco moral irresistivel e a obediéncia hierarquica excluem a a) tipicidade e a culpabilidade, respectivamente. b) tipicidade. c) culpabilidade. d) culpabilidade e a tipicidade, respectivamente. e) punibilidade e a ilicitude, respectivamente. 38. (FGV - 2018 - TJ-AL - TECNICO JUDICIARIO) Gabriel, 25 anos, desferiu, de maneira imotivada, diversos golpes de madeira na cabega de Fabio, seu irm&o mais novo. Apés ser denunciado pelo crime de lesdo corporal gravissima, foi realizado exame de insanidade mental, constatando-se que, no momento da agress&o, Gabriel, em razio de desenvolvimento mental incompleto, nao era inteiramente capaz de entender o caréter ilicito do fato. Diante da conclusao do laudo pericial, deverd ser reconhecida a: (A) inimputabilidade do agente, afastando-se a culpabilidade; (B) semi-imputabilidade do agente, afastando-se a culpabilidade; (C) inimputabilidade do agente, afastando-se a tipicidade; (D) semi-imputabilidade do agente, que poderd funcionar como causa de reducao Direrto Penat P/ PC-PI (2018) — AGENTE Teoria e questées de pena; (E) semi-imputabilidade do agente, afastando-se a tipicidade. 39. (FGV - 2017 - OAB - XXIII EXAME DE ORDEM) Pedro, jovem rebelde, sai @ procura de Henrique, 24 anos, seu inimigo, com a inteng&o de maté-lo, vindo a encontré-lo conversando com uma senhora de 68 anos de idade. Pedro saca sua arma, regularizada e cujo porte era autorizado, e dispara em direg&o ao rival. Ao mesmo tempo, a senhora dava um abraco de despedida em Henrique e acaba sendo atingida pelo disparo. Henrique, que nao sofreu qualquer lesao, tenta salvar a senhora, mas ela falece. Diante da situagdo narrada, em consulta técnica solicitada pela familia, deverd ser esclarecido pelo advogado que a conduta de Pedro, de acordo com 0 Cédigo Penal, configura A) crime de homicidio doloso consumado, apenas, com causa de aumento em razéo da idade da vitima. B) crime de homicidio doloso consumado, apenas, sem causa de aumento em razéo da idade da vitima. C) crimes de homicidio culposo consumado e de tentativa de homicidio doloso em relago a Henrique. D) crime de homicidio culposo consumado, sem causa de aumento pela idade da vitima. 40. (FGV - 2017 - OAB - XXII EXAME DE ORDEM) Tony, a pedido de um colega, esta transportando uma caixa com capsulas que acredita ser de remédios, sem ter conhecimento que estas, na verdade, continham Cloridrato de Cocaina em seu interior. Por outro lado, José transporta em seu veiculo 50g de Cannabis Sativa L. (maconha), pois acreditava que poderia ter pequena quantidade do material em sua posse para fins medicinais. Ambos foram abordados por policiais e, diante da apreenséo das drogas, denunciados pela pratica do crime de tréfico de entorpecentes Considerando apenas as informagées narradas, 0 advogado de Tony e José deveré alegar em favor dos clientes, respectivamente, a ocorréncia de A) erro de tipo, nos dois casos. B) erro de proibic&io, nos dois casos. C) erro de tipo e erro de proibicao. D) erro de proibig&o e erro de tipo. 41. (FGV - 2016 - OAB - XX EXAME DE ORDEM) Wellington pretendia matar Ronaldo, camisa 10 e melhor jogador de futebol do time Bola Cheia, seu adversério no campeonato do bairro. No dia de um jogo do Bola Cheia, Wellington vé, de costas, um jogador com a camisa 10 do time rival. Acreditando ser Ronaldo, efetua diversos disparos de arma de fogo, mas, na Direrto Penat P/ PC-PI (2018) — AGENTE Teoria e questées verdade, aquele que vestia a camisa 10 era Rodrigo, adolescente que substituiria Ronaldo naquele jogo. Em virtude dos disparos, Rodrigo faleceu. Considerando a situagdo narrada, assinale a opg&o que indica o crime cometido por Wellington. A) Homicfdio consumado, considerando-se as caracteristicas de Ronaldo, pois houve erro na execugao. B) Homicidio consumado, considerando-se as caracteristicas de Rodrigo. C) Homicidio consumado, considerando-se as caracteristicas de Ronaldo, pois houve erro sobre a pessoa. D) Tentativa de homicidio contra Ronaldo e homicidio culposo contra Rodrigo. 42. (FGV - 2016 - OAB - XIX EXAME DE ORDEM) Pedro e Paulo bebiam em um bar da cidade quando teve inicio uma discusséo sobre futebol. Pedro, objetivando atingir Paulo, desfere contra ele um disparo que atingiu o alvo desejado e também terceira pessoa que se encontrava no local, certo que ambas as vitimas faleceram, inclusive aquela cuja morte nao era querida pelo agente. Para resolver a questo no campo juridico, deve ser aplicada a seguinte modalidade de erro: A) erro sobre a pessoa. B) aberratio ictus. C) aberratio criminis. D) erro determinado por terceiro. 43. (FGV - 2015 - TCM-SP - AGENTE DE FISCALIZACAO - CIENCIAS JURIDICAS) Dois prefeitos de cidades vizinhas, Ricardo e Bruno, encontram-se em um bar, apés uma reunio cansativa de negécios. Ricardo bebia doses de whisky e, mesmo néo sendo essa sua intencéio, acabou ficando embriagado. Enquanto isso, Bruno bebia apenas refrigerante, mas foi colocado em seu copo um comprimido de substancia psicotrépica por um eleitor de sua cidade, que também o deixou completamente embriagado. Apés, ainda alterados, cada um volta para a sede de sua prefeitura e apropriam-se de bens publicos para proveito préprio. Considerando o fato narrado, é correto afirmar que: (A) Ricardo e Bruno so isentos de pena, pois a embriaguez de ambos decorreu de forca maior; (8) Ricardo deverd responder pelo crime praticado, enquanto Bruno ¢ isento de pena; (C) Ricardo e Bruno devero responder pelos crimes praticados, pois a embriaguez nunca exclui a imputabilidade penal; (D) Ricardo e Bruno, caso sejam denunciados, responderao criminalmente perante a Camara de Vereadores; Direrto Penat P/ PC-PI (2018) — AGENTE Teoria e questées (E) Ricardo e Bruno sao isentos de pena, pois a embriaguez do primeiro foi culposa e do segundo decorreu de forca maior. 44. (FGV - 2015 - TCE-RJ - AUDITOR) A embriaguez provocada pelo uso do alcool pode excluir a culpabilidade quando: a) for preordenada; b) decorrer de forga maior e diminuir a capacidade de entender a ilicitude do fato; c) for culposa; d) for patolégica; e) for habitual. 45. (FGV - 2015 —- ASSEMBLEIA LEGISLATIVA-AL - PROCURADOR) A doutrina majoritaria brasileira entende que haverd crime diante de uma conduta tipica, ilicita e culpavel. Sobre a culpabilidade, assinale a afirmativa correta. a) O erro de tipo € causa de excluso da culpabilidade em seu elemento potencial da ilicitude. b) A conduta em coagio fisica irresistivel, apesar de tipica e ilicita, néo enseja punic&o do agente por auséncia de culpabilidade. c) O estrito cumprimento do dever legal é tratado pelo Cédigo Penal como causa excludente de culpabilidade. d) A embriaguez culposa completa nao exclui a imputabilidade penal. e) 0 exercicio regular do direito é causa legal de exclusdo da culpabilidade. 46. (FGV - 2015 - OAB - XVI EXAME DE ORDEM) Patricio e Luiz estavam em um bar, quando o primeiro, mediante ameaca de arma de fogo, obriga o ultimo a beber dois copos de tequila. Luiz ficou inteiramente embriagado. A dupla, ento, deixou 0 local, sendo que Patricio conduzia Luiz, que caminhava com muitas dificuldades. Ao encontrarem Juliana, que caminhava sozinha pela calcada, Patricio e Luiz, se utilizando da arma que era portada pelo primeiro, constrangeram-na a com eles praticar sexo oral, sendo flagrados por populares que passavam ocasionalmente pelo local, ocorrendo a priséo em flagrante. Denunciados pelo crime de estupro, no curso da instrugéo, mediante pericia, restou constatado que Patricio era possuidor de doenca mental grave e que, quando da pratica do fato, era inteiramente incapaz de entender o carater ilicito do seu comportamento, situacéio, alids, que permaneceu até o momento do julgamento. Também ficou demonstrado que, no momento do crime, Luiz estava ‘completamente embriagado. O Ministério Publico requereu a condenagao dos acusados. Nao havendo duvida com relacao ao injusto, tecnicamente, a defesa técnica dos acusados deverd requerer, nas alegacées finais, A) a absolvigao dos acusados por forca da inimputabilidade, aplicando, porém, medida de seguranga para ambo: DirerTo Penat P/ PC-PI (2018) — AGENTE Teoria e questées B) a absolvic&o de Luiz por auséncia de culpabilidade em razéo da embriaguez culposa e a absolvicéo Patricio, com aplicacéo, para este, de medida de seguranga. C) a absolvic&o de Luiz por auséncia de culpabili completa decorrente de forca maior e a absolvi aplicagao, para este, de medida de seguranca. D) a absolvigdo imprépria de Patricio, com a aplicagéo de medida de seguranca, e a condenagao de Luiz na pena minima, porque a embriaguez nunca exclui a culpabilidade. jade em raz&o da embriaguez &o imprépria de Patricio, com 47. (FGV - 2015 - OAB - XVII EXAME DE ORDEM) Durante um assalto a uma instituigéo bancria, Anténio e Francisco, gerentes do estabelecimento, sao feitos reféns. Tendo ciéncia da condicéo deles de gerentes e da necessidade de que suas digitais fossem inseridas em determinado sistema para abertura do cofre, os criminosos colocam, a forca, 0 dedo de Anténio no local necessario, abrindo, com isso, 0 cofre e subtraindo determinada quantia em dinheiro. Além disso, sob a ameaca de morte da esposa de Francisco, exigem que este saia do banco, levando a sacola de dinheiro juntamente com eles, enquanto apontam uma arma de fogo para os policiais que tentavam efetuar a prisdo dos agentes. Analisando as condutas de Anténio e Francisco, com base no conceito tripartido de crime, é correto afirmar que A) Anténio _n&o responderé pelo crime por auséncia de tipicidade, enquanto Francisco néo responderé por auséncia de ilicitude em sua conduta. B) Anténio n&o responderé pelo crime por auséncia de ilicitude, enquanto Francisco ndo responderé por auséncia de culpabilidade em sua conduta C) Anténio no responderé pelo crime por auséncia de tipicidade, enquanto Francisco no responderé por auséncia de culpabilidade em sua conduta D) Ambos nao responderdo pelo crime por auséncia de culpabilidade em suas condutas. 48. (FGV - 2014 - OAB - XIV EXAME DE ORDEM) Eslow, holandés e usudrio de maconha, que nunca antes havia feito uma viagem internacional, veio ao Brasil para a Copa do Mundo. Assistindo ao jogo Holanda x Brasil decidiu, diante da tensdo, fumar um cigarro de maconha nas arquibancadas do estadio. Imediatamente, os policiais militares de plantéo 0 prenderam e 0 conduziram a Delegacia de Policia. Diante do Delegado de Policia, Eslow, completamente assustado, afirma que nao sabia que no Brasil a utilizagéo de pequena quantidade de maconha era proibida, pois, no seu pais, é um habito assistir a jogos de futebol fumando maconha. Sobre a hipétese apresentada, assinale a opgdo que apresenta a principal tese defensiva. Direrto Penat P/ PC-PI (2018) — AGENTE Teoria e questées a) Eslow esté em erro de tipo essencial escusavel, razdo pela qual deve ser absolvido. b) Eslow esta em erro de proibigdo direto inevitavel, razdo pela qual deve ser isento de pena. c) Eslow esta em erro de tipo permissivo escusavel, razéo pela qual deve ser punido pelo crime culposo. d) Eslow estd em erro de proibic&o, que importa em crime impossivel, razo pela qual deve ser absolvido. 49. (FGV - 2012 - PC-MA - DELEGADO DE POL{CIA) Acerca da culpabilidade no estudo da teoria do crime, assinale a afirmativa incorreta. a) Para a teoria normativa que surgiu com o finalismo, houve a migracéio do dolo e da culpa para a tipicidade, passando a culpabilidade a ser um juizo de valor que se faz sobre a conduta tipica e ilicita. b) No tocante a imputabilidade, 0 Codigo Penal adotou o critério biopsicolégico, sendo indispensavel que a causa geradora da inimputabilidade esteja presente no momento da conduta. c) No erro de proibic&o o erro recai sobre a ilicitude do fato, imaginando o agente ser licito o que é ilicito, podendo atenuar a culpabilidade, nunca, porém, a excluindo. d) Para a teoria limitada da culpabilidade, o erro de tipo permissivo exclui o dolo; se 0 erro for vencivel ha crime culposo se previsto em lei. e) A coagéio moral irresistivel pode ser exercida diretamente sobre o agente ou sobre um terceiro, somente respondendo o autor da coacao. 50. (FGV - 2013 - OAB - XI EXAME DE ORDEM) Para aferic&o da inimputabilidade por doenca mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, assinale a alternativa que indica o critério adotado pelo Cédigo Penal vigente. a) Biolégico. b) Psicolégico. c) Psiquidtrico. 4) Biopsicolégico. 51. (FGV - 2012 - OAB - VIII EXAME DE ORDEM) Analise as hipéteses abaixo relacionadas e assinale a alternativa que apresenta somente causas excludentes de culpabilidade. a) Erro de proibic&o; embriaquez completa proveniente de caso fortuito ou forca maior; coac&o moral irresistivel Direrto Penat P/ PC-PI (2018) — AGENTE Teoria e questées b) Embriaguez culposa; erro de tipo permissivo; inimputabilidade por doenga mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado. c) Inimputabilidade por menoridade; estrito cumprimento do dever legal; embriaguez incompleta. d) Embriaquez incompleta proveniente de caso fortuito ou forga maior; erro de proibicao; obediéncia hierérquica. 52. (FGV - IX EXAME UNIFICADO DA OAB) Acerca das causas excludentes de ilicitude e extintivas de punibilidade, assinale a afirmativa incorreta. A) A coagao moral irresistivel exclui a culpabilidade, enquanto que a coacio fisica irresistivel exclui a propria conduta, de modo que, nesta segunda hipétese, sequer chegamos a analisar a tipicidade, pois néo ha conduta penalmente relevante. B) Em um bar, Caio, por notar que Ticio olhava maliciosamente para sua namorada, desfere contra este um soco no rosto. Aturdido, Ticio vai ao chao, levantando-se em seguida, e vai atrés de Caio ¢ o interpela quando este ja estava saindo do bar. Ao voltar-se para tras, atendendo ao chamado, Caio é surpreendido com um soco no ventre. Ticio praticou conduta tipica, mas amparada por uma causa excludente de ilicitude C) Mévio, atendendo a ordem dada por seu lider religioso e, com o intuito de converter Rufus, permanece na residéncia deste a sua revelia, ou seja, sem o seu consentimento. Neste caso, Mévio, mesmo cumprindo ordem de seu superior e mesmo sendo tal ordem nao manifestamente ilegal, pratica crime de violacio de domicilio (Art. 150 do Cédigo Penal), ndo estando amparado pela obediéncia hierarquica. D) © consentimento do ofendido nao foi previsto pelo nosso ordenamento juridico-penal como uma causa de exclusdo da ilicitude. Todavia, sua natureza justificante é pacificamente aceita, desde que, entre outros requisitos, 0 ofendido seja capaz de consentir e que tal consentimento recaia sobre bem disponivel. 53. (FGV - IX EXAME UNIFICADO DA OAB) Jaime, brasileiro, passou a morar em um pais estrangeiro no ano de 1999. Assim como seu falecido pai, Jaime tinha por habito sempre levar consigo acessérios de arma de fogo, o que nao era proibido, levando-se em conta a legislacdo vigente a época, a saber, a Lei n. 9.437/97. Tal habito foi mantido no pais estrangeiro que, em sua legislagao, n&o vedava a conduta. Todavia, em 2012, Jaime resolve vir de férias ao Brasil. Além de matar as saudades dos familiares, Jaime também queria apresentar o pais aos seus dois filhos, ambos nascidos no estrangeiro. Ocorre que, dois dias apés sua chegada, Jaime foi preso em flagrante por portar ilegalmente acessério de arma de fogo, conduta descrita no Art. 14 da Lei n. 10.826/2003, verbis : “Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depésito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessério ou municéo, de uso Direrto Penat P/ PC-PI (2018) — AGENTE Teoria e questées permitido, sem autorizagéo e em desacordo com determinagao legal ou regulamentar”, Nesse sentido, podemos afirmar que Jaime agiu em hipétese de A) erro de proibicgo direto. B) erro de tipo essencial. C) erro de tipo acidental. D) erro sobre as descriminantes putativas. 54. (FGV - 2010 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - 3 - PRIMEIRA FASE (FEV/2011) Joaquim, desejoso de tirar a vida da prépria mae, acaba causando a morte de uma tia (por confundi-la com aquela). Tendo como referéncia a situagao acima, é correto afirmar que Joaquim incorre em erro A) de tipo essencial escusavel ~ inevitavel - e deverd responder pelo crime de homicidio sem a incidéncia da agravante relativa ao crime praticado contra ascendente (haja vista que a vitima, de fato, no era a sua genitora). B) de tipo acidental na modalidade error in persona e devera responder pelo crime de homicidio com a incidéncia da agravante relativa ao crime praticado contra ascendente (mesmo que a vitima no seja, de fato, a sua genitora). C) de proibic&io e deverd responder pelo crime de homicidio qualificado pelo fato de ter objetivado atingir ascendente (preserva-se 0 dolo, independente da identidade da vitima). D) de tipo essencial inescusével ~ evitével -, mas ndo deveré responder pelo crime de homicidio qualificado, uma vez que a pessoa atingida nao era a sua ascendente. 55. (FGV - 2013 - OAB - XII EXAME DE ORDEM) Brdulio, rapaz de 18 anos, conhece Paula em um show de rock, em uma casa noturna. Os dois, apés conversarem um pouco, resolvem dirigir-se a um motel e ali, de forma consentida, o jovem mantém relagdes sexuais com Paula. Apés, Brdulio descobre que a moga, na verdade, tinha apenas 13 anos e que somente conseguira entrar no show mediante apresentacdo de carteira de identidade falsa. A partir da situac&o narrada, assinale a afirmativa correta. A) Bréulio deve responder por estupro de vulnerével doloso. B) Braulio deve responder por estupro de vulneravel culposo. C) Braulio nao praticou crime, pois agiu em hipotese de erro de tipo essencial. D) Braulio no praticou crime, pois agiu em hipétese de erro de proibic&o direto. 56. (FGV - 2010 - OAB - II EXAME DE ORDEM) Arlete, em estado puerperal, manifesta a inteng&o de matar o préprio filho recém- nascido. Apés receber a crianga no seu quarto para amamenté-la, a crianga é Direrto Penat P/ PC-PI (2018) — AGENTE Teoria e questées levada para o bercério. Durante a noite, Arlete vai até o bercario, e, apés conferir a identificacdo da crianga, a asfixia, causando a sua morte. Na manha seguinte, & constatada a morte por asfixia de um recém-nascido, que ndo era o filho de Arlete. Diante do caso concreto, assinale a alternativa que indique a responsabilidade penal da mae. (A) Crime de homicidio, pois, o erro acidental nao a isenta de reponsabilidade. (B) Crime de homicidio, pois, uma vez que o art. 123 do CP trata de matar o proprio filho sob influéncia do estado puerperal, néo houve preenchimento dos elementos do tipo. (C) Crime de infanticidio, pois houve erro quanto & pessoa. (D) Crime de infanticidio, pois houve erro essencial 57. (VUNESP - 2017 - DPE-RO - DEFENSOR PUBLICO) Sendo positivos os elementos que configuram o delito e constatada a semi- imputabilidade do acusado, o juiz pode, atendendo aos demais critérios legais, a) aplicar-Ihe pena reduzida de 1 a 2/3 ou absolvé-lo, pois ndo ha outra previséo legal. b) aplicar-Ihe pena reduzida de 1 a 2/3 ou determinar que se submeta a tratamento ambulatorial ou, ainda, determinar sua internagao. c) aplicar-Ihe pena reduzida de 1 a 2/3 ou determinar que se submeta a tratamento ambulatorial, pois néo hd outra previsdo legal. d) absolver 0 acusado, por auséncia de tipicidade, especialmente por falta de elemento subjetivo do tipo ou suspender o processo, pois nao ha outra previsio legal. e) declarar extinta a punibilidade do acusado ou absolvé-lo por auséncia de tipicidade, especialmente por falta de elemento subjetivo do tipo. 58. (VUNESP - 2016 - TJ-SP - TITULAR NOTARIAL) Assinale a alternativa correta. a) A embriaguez culposa, por alcool ou substancia de efeitos andlogos, exclui a imputabilidade penal. b) O agente que em virtude de perturbacado da satide mental nao era, ao tempo da acdo, inteiramente capaz de entender o caréter ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com este entendimento, é isento de pena. c) A paixdo ou a emocio nao excluem a imputabilidade penal. d) Os menores de dezoito anos sio semi-imputéveis, pois est&o sujeitos as normas do Estatuto da Crianga e do Adolescente. 59. (VUNESP - 2016 - IPSMI - PROCURADOR) DirerTo Penat P/ PC-PI (2018) — AGENTE Teoria e questées Ticio, maior de 18 anos, é portador de doenga mental, necessitando de medicagao didria. A doenga, por si s6, ndo prejudica a capacidade de compreensio. Todavia, a medicagao, ingerida em conjunto com bebida alcodlica em quantidade, provoca surtos psicoticos, com exclusdo da capacidade de entendimento. Ticio sabe dos efeitos do alcool, em excesso, em seu organismo, mas costuma beber, moderadamente, justamente para desfrutar dos efeitos que, segundo ele, “da barato”. Em uma festa, Ticio, sem saber que se tratava de uma garrafa de absinto (bebida de alto teor alcodlico), pensando ser gim, preparou um coquetel de frutas e ingeriu. Ao recobrar a consciéncia, soube que esfaqueou dois de seus melhores amigos, causando a morte de um e lesdo de natureza grave em outro. A respeito da situacéo, é correto afirmar que a) Ticio, devido 4 doenga mental, é inimputavel, sendo isento de pena. b) Ticio é inimputavel, sendo isento de pena, pois praticou o crime em estado de completa embriaguez, decorrente de caso fortuito. ¢) Ticio é imputavel, pois a embriaguez completa decorreu de culpa. Entretanto, faz jus & redug&o da pena. d) Ticio é imputdvel, sendo punido de forma agravada, em vista da embriaguez pré-ordenada. e) Ticio, por ser maior de 18 anos, é imputavel, sendo irrelevante a circunstancia de ter praticado o crime em estado de completa embriaguez. 60. (VUNESP - 2015 - MPE/SP - ANALISTA DE PROMOTORIA) Assinale a alternativa correta a respeito da imputabilidade penal. (A) Comprovada a doenga mental ou o desenvolvimento mental incompleto ou retardado, o agente seré considerado inimputavel para os efeitos legais. (B) Aos inimputéveis e aos semi-imputaveis, comprovada essa condic&o por pericia médica, seré substituida a pena por medida de seguranca consistente em internag&o em hospital de custédia e tratamento psiquidtrico (C) A imputabilidade é um dos elementos da culpabilidade, ao lado da potencial consciéncia sobre a ilicitude do fato e a exigibilidade de conduta diversa. (D) A imputabilidade, de acordo com o Cédigo Penal, pode se dar por doenca mental, imaturidade natural ou embriaguez do agente. (E) A emogao e a paixdo, além de ndo afastarem a imputabilidade penal do agente, podem ser consideradas como circunstancias agravantes no momento da fixagdo da pena. 61. (VUNESP - 2015 - PC/CE - ESCRIVAO) No tocante as disposigées do Cédigo Penal relativas a culpabilidade e imputabilidade, é correto afirmar que (A) a pena pode ser reduzida de um a dois tercos se o agente, por doenga mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado era, ao tempo da acdo ou da omiss&o, inteiramente incapaz de entender o cardter ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento Direrto Penat P/ PC-PI (2018) — AGENTE Teoria e questées (B) a embriaguez culposa pelo alcool ou substancia de efeitos andlogos exclu a imputabilidade penal. (C) se 0 fato é cometido sob coagao irresistivel ou em estrita obediéncia a ordem, manifestamente ilegal, de superior hierdrquico, sé é punivel o autor da coaco ou da ordem. (D) a pena pode ser reduzida de um a dois tercos se o agente, em virtude de perturbacéo de sauide mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado, nao era inteiramente capaz de entender o carater ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (E) a embriaguez voluntéria pelo alcool ou substdncia de efeitos anélogos exclui a imputabilidade penal. 62. (VUNESP - 2015 - PC/CE - INSPETOR) No tocante as disposigées previstas no Cédigo Penal relativas a culpabilidade, é correto afirmar que (A) se 0 fato é cometido sob coagao irresistivel ou em estrita obediéncia a ordem, néo manifestamente ilegal, de superior hierérquico, sé é punivel o autor da coag&o ou da ordem. (B) se 0 fato é cometido sob coagéo irresistivel ou em estrita obediéncia a ordem, nao manifestamente ilegal, de superior hierarquico, é punivel o autor da coacao ou da ordem tendo o autor do fato a pena diminuida de um a dois tercos. (C) 0 fato cometido sob coacao irresistivel ou em estrita obediéncia & ordem, nao manifestamente ilegal, de superior hierdrquico, n&o excluiu a culpabilidade do autor do fato. (D) se 0 fato é cometido sob coagao irresistivel ou em estrita obediéncia a ordem, mesmo que manifestamente ilegal, de superior hierarquico, sé € punivel o autor da coagao ou da ordem. (E) seo fato é cometido sob coagao irresistivel ou em estrita obediéncia a ordem, mesmo que manifestamente ilegal, de superior hierdrquico, é punivel 0 autor da coag&o ou da ordem tendo o autor do fato a pena diminuida de um a dois tercos. 63. (VUNESP - 2015 - PC/CE - INSPETOR) Nos termos do Cédigo Penal, a imputabilidade penal é excluida pela (A) emocao. (B) doenga mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, que torna o autor, ao tempo da aco ou da omissao, inteiramente incapaz de entender © cardter ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (C) embriaguez, proveniente de caso fortuito ou forga maior, que privou o autor, ao tempo da acao ou da omissao, da plena capacidade de entender o carater ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (D) embriaguez completa e culposa que torna o autor, ao tempo da ac&o ou da omiss&o, inteiramente incapaz de entender o caréter ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento Teoria e questées ~~) paixéo. 64. (VUNESP - 2014 - PC-SP - DELEGADO DE POLICIA) A tese supralegal de inexigibilidade de conduta diversa, se acolhida judicialmente, importa em exclusdo a) da imputabilidade. b) da pena. c) de punibilidade. d) do crime. e) de culpabilidade. 65. (VUNESP - 2014 - DPE-MS - DEFENSOR PUBLICO) Agente imputavel e menor de 21 anos a época do fato criminoso ocorrido em 10 de junho de 2006. Foi denunciado como incurso no art. 157, caput, do CP. A denincia foi recebida em 29 de junho de 2006 e até 01 de julho de 2014 nao havia sido prolatada sentenca. Diante disso, pode-se afirmar que a) ocorreu a pretens&o punitiva estatal, considerado o maximo da pena abstratamente cominada a infracdo. b) ocorreré a prescrigfo da pretensdo punitiva estatal somente depois de decorridos seis anos da data supra mencionada (01.07.2014). c) ocorreré a prescrigfo da pretensdo punitiva estatal somente depois de decorridos quatro anos da data supra mencionada (01.07.2014). d) antes da prolac&o da sentenca condenatéria nao se pode falar em ocorréncia da pretensdo punitiva estatal. 66. (VUNESP - 2014 - TJ-SP - JUIZ) Para o Cédigo Penal (art. 20, § 1.°), quando a descriminante putativa disser respeito aos pressupostos faticos da excludente, estamos diante de: a) Excludente de antijuridicidade. b) Erro de tipo. c) Erro de proibigao. d) Excludente de culpabilidade. 67. (VUNESP - 2015 - PC-CE - DELEGADO DE POL{CIA) Considere que determinado sujeito, portador de desenvolvimento mental incompleto, ao tempo da aco tinha plena capacidade de entender o caréter ilicito do fato, mas era inteiramente incapaz de determinar-se de acordo com esse entendimento - o que fora clinicamente atestado nos autos em pericia oficial. Em consonancia com o texto legal do art. 26 do CP, ao proferir sentenca deve o juiz reconhecer sua

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