TEXTO 14 - FARA, P. Breve História Da Ciência. São Paulo Fundamento, 2014. (Capítulo 23 - Revolução)

You might also like

You are on page 1of 12

 

CAPÍTULO 26 - REVOLUÇÕES
 
O revolucionário mais radical torna-se um conservador no
dia seguinte à revolução.
- Hannah Arendt, The New Yorker (1970)
 
A Revolução Francesa transformou o rumo da História - e
também mudou a maneira de como se entender a História.
No terceiro ano da República Francesa Revolucionária
(1794), um espião industrial retornou a Paris, depois de
uma missão secreta de reconhecimento das fábricas
britânicas, e relatou que: “uma revolução nas artes
mecânicas, a real precursora, a verdadeira e principal
causa das revoluções políticas, está se desenvolvendo de
modo que ameaça toda a Europa.” Ao transmitir essa
mensagem alarmante sobre a transformação industrial, o
espião conferia à palavra “revolução” seu mais novo
sentido; em vez do movimento cíclico dos planetas ao redor
da Terra, ele se referia a uma mudança abrupta e
irreversível de qualquer tipo. A partir da Revolução
Francesa, muitos historiadores - políticos, econômicos,
científicos - adotaram essa metáfora, pensando no passado
como uma série de rupturas dramáticas.
Quando se analisa o passado da ciência, a Revolução
Química muitas vezes parece encaixar-se nessas mudanças
repentinas. A impressão é duplamente especial pela
relativa coincidência das Revoluções Francesa e Norte-
americana com o fato de o mais importante personagem da
Revolução Química, Antoine Lavoisier, ter-se declarado um
revolucionário. Tal como um agitador político, Lavoisier
planejou cuidadosamente sua tática, mantendo, porém, em
segredo a maneira como pretendia revolucionar a ciência.
Finalmente, em 1789, o ano em que a Revolução Francesa
eclodiu, ele publicou um livro anunciando que havia
derrubado as ultrapassadas teorias químicas de Joseph
Priestley e seus colegas ingleses. A Figura 28 ilustra essa
versão heroica de Lavoisier, que olha para Marie Paulze,
sua mulher, como se ela fosse a própria musa científica,
enquanto faz a revisão de seu livro, o manifesto no qual
introduz nomes e símbolos químicos similares aos que são
adotados atualmente. Os instrumentos em destaque sobre a
mesa servem para produzir oxigênio, e os que aparecem
aos seus pés enfatizam a importância de 'medições
precisas. Pintados em detalhes, os instrumentos simbolizam
a vitória de Lavoisier sobre o rival inglês.
A imagem enternecedora pode ser traduzida em
palavras igualmente tocantes, já que Priestley é reduzido a
um indivíduo ingênuo que acreditava em uma substância
mágica chamada flogisto, enquanto Lavoisier é elevado a
um gênio incisivo e metódico que descobriu o Oxigênio (O)
e erradicou conceitos ridículos e antiquados. Originalmente
apresentado em teorias químicas alemãs (não é
coincidência que os nazistas, tenham destruído a estátua de
Lavoisier), o flogisto era amplamente usado para explicar a
combustão e o refino de metais. Apesar das críticas, em
algumas circunstâncias essa teoria realmente funcionava
muito bem. Quando os minérios (óxidos, na terminologia
moderna) são aquecidos com carvão vegetal, absorvem o
flogisto e transformam-se em metais; quando os metais são
aquecidos, liberam flogisto (visível como um brilho azulado
na superfície) e voltam ao estado de minério. Os problemas
começaram com o surgimento das balanças de precisão.
Como explicar por que metais ganham peso quando são
aquecidos e liberam o flogisto? Eles não deveriam pesar
menos?
 

 
A inovação de Lavoisier foi inverter esse processo,
sugerindo que os metais absorvem oxigênio, enquanto os
minérios o liberam. Depois de aquecer minério de mercúrio
em pó, direcionando sobre o material a luz do Sol por meio
de uma lente, Lavoisier coletou o gás liberado, testou-o
para eliminar outras possibilidades e inventou um novo
nome para a substância: oxigênio. Existem, porém, várias
objeções a esse relato dramático de sua vitória sobre
Priestley. Na verdade, os dois químicos isolaram o mesmo
gás, mas - tal como historiadores analisando o passado -
deram interpretações diferentes. E Priestley foi o primeiro
a chegar lá; o que Lavoisier batizou de oxigênio, Priestley
já havia chamado de “ar deflogisticado”. A maior fonte de
flogisto era o sujo carvão mineral, e Priestley o associou a
impurezas, orgulhando-se de haver produzido ar refinado,
com maravilhosas propriedades curativas (ele não hesitara
em medir em quanto tempo os ratos sufocavam, quando
submetidos a diferentes tipos de gases).
O próprio Lavoisier acreditava que sua revolução ia
muito além da identificação do oxigênio. Ele queria
reformar toda a Química. Consciencioso coletor de
impostos e advogado, Lavoisier insistia na razão e na
ordem, equilibrando os dois lados de uma equação como se
cuidasse das próprias contas e enfatizando a importância
de medições precisas. Para acompanhar a nova linguagem
matemática da França - a Álgebra - ele introduziu um
vocabulário químico lógico. Tradicionalmente, as
substâncias eram chamadas por nomes baseados em suas
propriedades, na língua nativa do descobridor, mas
Lavoisier substituiu essas denominações por palavras
latinas que poderiam (dizia ele) ser entendidas por todo
mundo. Sais de Epsom, por exemplo, ficaram
internacionalizados como sulfato de magnésio.
Os experimentadores britânicos resistiam às
recomendações de Lavoisier não por serem reacionários, e,
sim, porque preferiam um estilo diferente de pesquisa.
Priestley apreciava o valor das observações imprevisíveis, e
criticou Lavoisier por planejar cada passo
sistematicamente, tornando impossível aprender com os
resultados que viessem a surgir. Na França, assim como na
Grã-Bretanha, os opositores acusavam Lavoisier de
caminhar depressa demais, chegando dedutivamente a
conclusões gerais a partir de poucos fatos, e confiando em
instrumentos muito complicados que poderiam induzir ao
erro. Pelo ponto de vista dos opositores, Lavoisier colocava-
se como um especialista privilegiado que dependia de
aparelhos caros e usava palavras sofisticadas, pouco
familiares às pessoas que trabalhavam com Química no dia
a dia - os práticos, que prescreviam sais de Epsom como
laxante ou os artesãos, que faziam sabão e vidro a partir da
soda (carbonato de sódio, de acordo com a nova
nomenclatura).
Na França, Lavoisier tornou-se um ícone da Química
revolucionária. Isso não quer dizer que estivesse
absolutamente certo, mas ele convenceu pessoas influentes
de que estava. Com a colaboração da mulher, empreendeu
uma intensa campanha publicitária por meio de livros,
palestras, peças e ilustrações, para derrotar a oposição e
promover suas ideias. Depois de Lavoisier ter sido
guilhotinado pelos jacobinos, por questões financeiras, seus
seguidores, que não puderam (ou não quiseram) salvá-lo,
passaram a sustentar que a nova Química era vital para
que a França liderasse o mundo; assim, garantiram o
próprio futuro. Para marcar Lavoisier como um herói
revolucionário, eles promoveram um funeral simbólico que
atraiu 3 mil participantes. Tal como Galileu, Lavoisier se
tornou um mártir mitológico da ciência, a figura icônica
retratada na Figura 28, um químico dedicado cuja ciência
revolucionária tinha pouca relação com as questões
práticas.
Mas essa não é a única maneira de descrever Lavoisier.
Por exemplo: a pasta na parte de trás, à esquerda da cena,
esconde os desenhos da mulher de Lavoisier. Assim,
percebe-se que ele não foi um gênio solitário, mas o chefe
de uma equipe que trabalhava em um laboratório, no qual
Paulze também exercia papel importante. Segundo os
jacobinos, Lavoisier foi um rico proprietário de terras que
explorava os pobres - motivo pelo qual acabou preso e
executado. Por outro lado, os amigos admiravam Lavoisier
como um reformador radical tão comprometido com a
melhoria das condições de trabalho dos empregados nas
fazendas e fábricas, que usava o próprio dinheiro para
desenvolver métodos agrícolas e de produção. Entre os
historiadores, alguns descrevem Lavoisier como um
inovador prático que melhorou a iluminação pública e o
fornecimento de água de Paris, enquanto outros o acusam
de ser um teórico dogmático que, pelos padrões modernos,
cometeu erros estranhos - chamando de elementos
químicos a luz e o calor, ou declarando que o oxigênio é um
componente essencial de todos os ácidos (uma exceção
comum é o ácido clorídrico).
 

 
Histórias heroicas dizem que Lavoisier criou sozinho a
Química moderna. Versões mais realistas, porém, o
descrevem como um entre os muitos que, aos poucos,
transformaram a Alquimia e outras artes na disciplina
científica da Química, aproveitando e modificando as
técnicas de seus antecessores. Essas transições são
simbolizadas na Figura 29, que mostra um laboratório em
Kingston (perto de Londres), projetado especificamente
para pesquisas químicas, por volta da metade do século 18.
Os desenhos nas paredes - água encanada à esquerda, uma
estufa à direita - enfatizam que a importância da Química
estava em sua utilidade. O lado esquerdo é dominado por
fornos desenvolvidos por alquimistas e usados para refinar
metal - o contexto da mineração no qual o flogisto se
originou. Espalhados pela prateleira superior e na mesa
central com gavetas estão instrumentos usados em
Alquimia, a origem experimental da Química. Do outro lado
da imagem, na direção da janela, o pesquisador arrumou os
equipamentos mecânicos, inclusive balanças delicadas para
testar a pureza dos produtos. Isso indica que, tanto na
Inglaterra quanto no continente, as medidas precisas havia
muito tempo eram essenciais para o teste de teor do ouro,
o aviamento de receitas e outras tarefas anteriores à
Química científica.
Durante todo o século 18, a Química foi matéria mais
prática do que teórica. Os químicos aos poucos se
diferenciaram dos alquimistas, rejeitando especulações
inúteis e enfatizando a utilidade de sua arte (arte, sim, e
não ciência, o que implicava conhecimento técnico e não
aprendizagem formal). Beneficiando-se de técnicas de
Alquimia e de instrumentos desenvolvidos ao longo de
séculos, eles se concentravam em chegar a produtos
funcionais - tinturas, remédios, fertilizantes, alvejantes,
cimento, iluminação a gás. Na Inglaterra, Keir, Wedgwood e
outros produtores usavam as pesquisas químicas para
desenvolver novos processos industriais e administrar
negócios rentáveis. Do outro lado do Canal da Mancha
havia mais patrocínio estatal, que, durante o período
revolucionário, foi direcionado para necessidades militares.
Lavoisier ficou responsável pela fábrica de pólvora
parisiense, a qual produzia artificialmente os componentes
básicos cuja importação se tornara impossível em
decorrência da situação política.
Os químicos introduziram novas teorias depois, e não
antes, de sua procura por aplicações práticas. O ácido
sulfúrico, por exemplo, havia muito tempo era conhecido
dos alquimistas, mas passou a ser produzido em grande
quantidade para uso industrial, embora ninguém soubesse
explicar como era feito ou qual a razão de sua eficiência. A
descoberta do oxigênio / ar deflogisticado não foi
imediatamente considerada revolucionária, porque fazia
parte de uma pesquisa coletiva de gases, desde a metade
do século 18. Mesmo a ideia de que o ar podia ser a
mistura de várias substâncias, e não um elemento puro,
surgiu como um subproduto da pesquisa de uma droga
para dissolver pedra no rim. A descoberta aconteceu
inesperadamente por meio de uma pesquisa feita à moda
de Priestley, quando um estudante escocês chamado Joseph
Black ignorou as instruções do professor, e decidiu
investigar algumas discrepâncias estranhas reveladas por
pesagens precisas. Sem um resultado final em mente, Black
seguiu a direção apontada pelos resultados de suas
experiências e concluiu que o ar fixo (dióxido de carbono)
fica dentro de alguns sais, mas pode ser liberado por ácidos
ou pelo calor.
Ao final do século 18, a Química se tornava uma ciência
independente. Embora ainda empregassem técnicas
tradicionais desenvolvidas por alquimistas, artesãos e
práticos, os químicos começaram a ganhar prestígio e ser
reconhecidos por organizações oficiais, como a Royal
Society. Mas seu novo status não surgiu facilmente; eles
tiveram de trabalhar para isso. A caricatura de Gillray
(Figura 26) não ironizava apenas o próprio Davy, mas
também a arrogância dos experimentadores químicos. As
origens na Alquimia, a utilização prática na indústria e as
ligações com a Revolução Francesa faziam com que a
Química fosse considerada inferior à Filosofia Natural. Para
torná-la respeitável e alçá-la ao nível das outras ciências,
Davy teve de distanciar a Química dessas associações e
assumir uma posição de autoridade.
Para isso, Davy descartou a abordagem democrática em
relação à ciência, defendida por Priestley e pelos químicos
da Lunar Society, convertendo-se em uma figura ao estilo
de Lavoisier, um especialista que controlava equipamentos
poderosos. Ele se fez indispensável à Royal Society e à
Royal Institution. Adotou também um novo instrumento
inventado na Itália por Alessandro Volta (cujo nome
permanece no termo “voltagem”): uma forma primitiva de
bateria elétrica que lhe permitiu analisar a água e isolar
dois novos elementos - sódio e potássio. Para Davy, a
bateria de Volta não era apenas uma milagrosa fonte de
energia, mas também “uma chave que promete revelar
alguns dos mais misteriosos segredos da natureza”. Ao
controlar esse grande e impressionante mecanismo para
produzir efeitos dramáticos, ele convenceu seus seguidores
de que era a pessoa ideal para manejar aquela chave. Na
Química científica do século 19, enquanto os espectadores
assistiam, os especialistas agiam; somente eles tinham
autoridade para criar e transmitir o conhecimento
científico.
Então, para resumir a Revolução Química, vemos que
ela aconteceu... Bem, quando foi que ela aconteceu? Foi em
1789, quando Lavoisier publicou seu novo manual químico?
Mas muitos anos se passaram antes que ele fosse aceito, e,
de qualquer forma, boa parte do conteúdo hoje parece
errado. O evento mais importante foi... Bem, qual foi
mesmo? A identificação do oxigênio por Lavoisier, o
isolamento do mesmo gás por Priestley, a descoberta do ar
fixo por Black, a análise da água por Davy? Essas perguntas
têm respostas mais realistas, embora muito menos
empolgantes. Não houve um único responsável nem
momento crucial; a mudança ocorreu gradualmente.
Quanto mais se estuda a Revolução Química, mas difícil de
entender ela se torna. Quanto mais informações são
consideradas, menos importante cada episódio parece.
Quanto mais a fundo se analisa o herói, menos
extraordinário se mostra seu comportamento.
Com o avanço das revoluções científicas, a revolução
química parece menos significativa do que três outras
revoluções - a científica, a industrial e a darwiniana. Elas
agora nos são tão familiares, que se assemelham a
episódios reais com começo e fim bem definidos, mas -
como nos mostra a Química - as revoluções científicas têm
definições tão nebulosas, que os historiadores às vezes as
deixam de fora. Uma dificuldade é sua duração. A mais
famosa delas, a Revolução Científica, geralmente é datada
por volta de 1550 (assim que Copérnico colocou o Sol no
centro do universo) a 1700 (uma boa data redonda, logo
depois da publicação do Principia de Newton). De maneira
semelhante, apesar de Charles Darwin ter dado nome a
uma revolução, as ideias evolucionárias já eram conhecidas
mesmo no tempo de seu avô, e somente na década de 1930
uma teoria darwiniana definitiva e diferente foi formulada.
Outro problema é que nem tudo muda de repente.
Relatos da Revolução Científica (que não aparece neste
livro) focam a Cosmologia, ignorando a continuidade em
outras áreas, como a Química, e imaginando a ciência - o
que quer que isso seja - operando em um vácuo cultural,
sem ser afetada pelo comércio, pela política ou pelas
transformações sociais. De qualquer forma, qual deve ser a
intensidade de uma mudança, para ser considerada uma
revolução? Dizem que Albert Einstein revolucionou a Física
com sua Teoria da Relatividade, mas muitas disciplinas
científicas (para não falar da vida comum) continuam a
operar com a Mecânica de Newton. Harvey revolucionou a
Fisiologia, ao demonstrar que o sangue circula, mas seguia
as ideias de Aristóteles e teve pouco impacto imediato
sobre as práticas médicas - as sangrias tradicionais
continuaram a ser uma prática comum.
A divisão do passado em revoluções tem suas vantagens,
pois dramatiza a História e fornece indicações convenientes
das principais tendências do passado. Às vezes, no entanto,
a intenção é estabelecer a diferença entre o período atual e
um período anterior e supostamente inferior. Economistas
vitorianos enfatizavam a Revolução Industrial porque
queriam estabelecer uma ruptura definitiva entre a era
progressista em que viviam e a origem feudal do país. A
Revolução Científica só começou a ser citada nos relatos do
passado depois da Segunda Guerra Mundial, quando
historiadores otimistas (e pouco realistas) previram que a
ciência representaria uma fé universal e secular a unir o
mundo.
O conceito de mudança revolucionária tem implicações
filosóficas e históricas. Muita gente equipara o
conhecimento científico à Verdade Absoluta, considerando
a ciência cumulativa e progressiva como uma corrida ou
uma expedição de escalada na qual os cientistas herdam as
conquistas de seus antecessores, para seguir em frente. Em
modelos revolucionários, porém, a ciência muda
eventualmente, em guinadas repentinas, e o conhecimento
prévio é ignorado, em vez de servir de estrada para o
presente. Uma boa analogia são os ramos da árvore da
evolução, um processo sem final predeterminado, no qual
escolas antigas de pensamento são abandonadas sempre
que pesquisadores mais jovens tomam novas direções.
 

O principal proponente dessas teorias foi Thomas Kuhn,


um físico e filósofo norte-americano, cujo livro A Estrutura
das Revoluções Científicas afetou profundamente a ideia de
ciência. Quando Kuhn definiu as disciplinas acadêmicas, os
críticos não tiveram dificuldade de encontrar falhas em
suas sugestões. Filósofos gostaram da história, mas
encontraram lacunas na teoria, enquanto historiadores o
acusavam de simplificar os fatos. As ideias originais de
Kuhn foram tão drasticamente revisadas, que nada resta
delas, e o próprio Kuhn renunciou a algumas de suas
primeiras opiniões. Ainda assim, seu nome simboliza a
visão atual de que a ciência caminha de modo imprevisível,
uma atividade humana falível que, como qualquer outra, é
alterada por influências locais, interesses pessoais e
pressões políticas.
As revoluções na ciência podem ter acontecido ou não;
tudo depende do ponto de vista. Max Planck, importante
cientista alemão do início do século 20, afirmava que a
mudança acontece lentamente, não em surtos: “Uma
importante inovação científica raramente ganha espaço
vencendo e convencendo seus críticos; é muito raro que
Saulo se torne Paulo. A verdade é que os contrários à
inovação vão morrendo, e a nova geração está familiarizada
com a ideia.” Da mesma forma, verdades históricas vão e
vêm com as diferentes gerações. As revoluções atualmente
estão fora de moda no meio acadêmico, embora os
estudiosos considerem difícil abandonar uma forma tão
conveniente e familiar de estruturar o passado.

You might also like