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Comprada Pelo CEO
Comprada Pelo CEO
Sinopse:
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Epílogo
COMPRADA PELO CEO
COMPRADA PELO CEO
A PROSTITUTA VIRGEM
JOSIANE VEIGA
1ª Edição
2022
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra
pode ser reproduzida ou transmitida por quaisquer meios
(eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou
arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem
autorização escrita da autora.
Título:
COMPRADA PELO CEO
Romance
ISBN – 9798773746393
Texto Copyright © 2022 por Josiane Biancon da Veiga
Sinopse:
"Para salvar sua mãe, você terá que ser uma prostituta..."
Foi assim que tudo começou. Quando meu pai apareceu no hospital
que eu trabalhava e me informou que Gael Mello queria me comprar,
eu fiquei enojada. Contudo, só havia um jeito de minha mãe receber
seu tratamento de saúde num hospital particular: aceitar a proposta
de Gael.
“Prostituta...”
Uma mancha escura cercou meu olhar, a concentração dificultando
minha mente. Palavras confusas bailavam pelo meu cérebro com
uma força que quase me tirava o equilíbrio.
“Eu acabei caindo em tentação...”
— O senhor... o senhor deu um golpe nos seus clientes? —
indaguei, pasma com a facilidade de sua confissão.
— Era muito tentador, Celina... Eles... eles não olhavam os
balanços das finanças... Era tão fácil criar impostos e despesas a
serem pagas. De todos eu tirei um pouco, o suficiente para que não
percebessem a diferença da conta bancária. Mas, com o maldito
Gael Mello... Ele é tão rico, bilionário... são milhões e milhões de
dólares, como eu iria saber que ele iria perceber um desvio
pequeno...
— Pequeno quanto?
— Três milhões...
Meu Deus!
— Como assim, pai? É claro que uma pessoa perceberia um
desvio desses...
— Celina, isso não é nem dez por cento dos impostos que ele
paga — meu pai se defendeu. — Mas, o desgraçado descobriu. E
agora... Ele pode me colocar na cadeia.
— O senhor devolveu o valor?
Meu pai me encarou. Nós estávamos sentados frente a frente,
e isso pareceu intimidá-lo. Perto de nós, médicos conversavam
animadamente, e uma familiar de paciente bebia café com o olhar
perdido.
Meu pai olhou para a xícara em suas mãos. O café barato não
parecia agradável ao seu paladar, mas ele não reclamou.
— Celina, eu não tenho mais o dinheiro.
— Como não tem? Onde o senhor enfiou milhões...
— É uma longa história.
— Longa história? O senhor me pede para ser uma prostituta e
não quer explicar.
— Precisa fazer isso, Celina. Ou Gael vai me colocar na
cadeia. Ele tem provas.
Era justo que Gael Mello o denunciasse. Meu pai roubou. Ainda
assim, eu senti um peso caindo em mim.
— Sua mãe... eu gastei quase tudo com o tratamento dela.
Você sabe que Cláudia jamais aceitaria se tratar com saúde pública.
Então, eu usei o dinheiro...
— Se tratar? O que está acontecendo?
— Sua mãe está com falência renal.
Oh Deus...
Eu lembro de minha mãe reclamar da pressão alta, do
inchaço... das dores nas costas. Ela costumava se queixar, mas
nunca ia ao médico, porque estava sempre ocupada com outra
coisa.
— E o plano de saúde?
— O cancelei a anos, porque nunca usavámos. E agora... Sua
mãe está fazendo hemodiálise enquanto aguarda um transplante...
Enfim, Celina... Celina... Filha... — Acredito que fosse a primeira vez
que ele me chamou assim. — Só você pode salvá-la.
Lágrimas encheram meus olhos. Eu sempre fui a filha inútil e
estúpida, que tentei de todas as maneiras receber um pingo de amor
de minha mãe... Será que agora, nessa situação, ela me daria seu
amor?
— Meu Deus — eu murmurei.
— Gael disse que ele perdoaria a dívida e custearia o restante
do tratamento, se eu a desse para ele... — Meu pai contou, de
súbito, me fazendo arquear as sobrancelhas.
Busquei em minha mente a imagem do cliente de meu pai.
Gael Mello costumava visitar minha casa quando eu tinha parca
idade. Ele sempre estava impecavelmente vestido com terno escuro
e seus cabelos negros como a noite eram costumeiramente
penteados para trás.
Fiquei em silêncio enquanto minhas lembranças me tomavam.
Gael falou comigo uma vez, não? Ele tinha em torno de
quarenta anos, na época. Seus olhos eram tão negros e misteriosos,
pareciam ler cada detalhe em mim. Recordo-me de ter me afundado
no sofá quando minha mãe chegou até nós e cravou o olhar no prato
que eu segurava.
“Você nem devia estar comendo”, ela apontou. Depois, volveu
para Gael. “É tão triste ter uma filha que não sabe se controlar. Está
enorme, mas ainda assim, só come e come”, ela sorriu, sedutora, e
Gael pareceu surpreso.
Eu não lembro o que aconteceu depois disso, mas Gael não
voltou novamente para minha casa.
— Esse homem... Gael... Quando ele me conheceu, eu era
uma adolescente gorda e... — A palavra “desleixada” dançou em
minha língua, mas eu não disse. — Por que ele iria me querer? E,
como pode garantir que depois de dormir comigo, ele não iria
denunciar o senhor?
— Gael me deu um contrato. Um contrato com prazo. Por dois
anos, você deve morar na casa dele, e estar sempre a sua
disposição. Depois disso, será recompensada com dinheiro. Oh
Deus — ele afundou o rosto entre as mãos. — Estou tão
envergonhado por lhe dizer isso... Mas, que escolha eu tenho? Além
disso, Celina... Seria sua chance de conseguir um dinheiro... Você
não tem futuro, sabe disso... Nunca serviu para os estudos, e apesar
de ter emagrecido, não é bonita.
Tudo isso era tão repugnante.
Eu tentei esconder as lágrimas, enquanto pensava nessa
proposta ridícula, contrastando o desespero nítido nos olhos de meu
pai.
— Celina, se você não aceitar... Eu serei preso e sua mãe irá
morrer. Tem ideia do que é isso...? Você pode viver com isso?
3
Levei cinco dias para decidir. Minha primeira escolha era um sonoro
não. Foi imediato, e nos três dias que se seguiram, eu tentei conviver
com ela. A ideia de meu pai preso e de minha mãe morta pela falta
de tratamento adequado inundou minha mente e eu me vi em
completo surto, que nenhum dos antidepressivos que eu usava,
conseguia acalmar.
No quarto dia, busquei por Gael Mello no Google. Com meu
celular de segunda-mão que costumava travar o tempo todo, eu vi
sua imagem resplandecer num site de notícias.
Ele era tão rico... E só andava com mulheres famosas e
perfeitas...
Sua última namorada foi protagonista da novela das oito. Havia
muitas fotos deles em paraísos caros e privilegiados. O que um
homem desses iria querer com alguém como eu?
No quinto dia eu me convenci que meu pai havia entendido
tudo errado e decidi ir até o escritório da Mello Empreendimentos
para ouvir da própria boca de Gael sobre seus planos comigo.
Eu peguei duas conduções até chegar à avenida em que seu
arranha-céu se sobressaia.
Entrei no prédio e informei meu nome na portaria. Eu não sabia
se me deixariam entrar, mas fui imediatamente conduzida até um
elevador privativo.
Deus... Todo esse lugar era incrível. Quase inacreditável. O
interior era extremamente moderno com máquinas e computadores
tomando tudo, ângulos projetados para que cada canto fosse bem
iluminado. Os móveis caros de linhas finas destacavam-se com
paredes de designer rústico. Era um mundo de contrastes, e o maior
deles estaria me esperando no último andar.
Eu me lembro de Gael...
Vagamente...
Ele era um homem bonito. Pelas fotos que vi agora, ele
permanecia um homem bonito, apenas um rastro de fios prateados
havia adornado a lateral da sua cabeça. Seu queixo era quadrado, e
seus olhos eram profundos. O tempo costumava ser bondoso com os
homens...
Bom, nem com todos...
A porta do elevador se abriu e eu entrei numa enorme sala. A
lateral dessa sala era de um vidro escuro que iluminava o suficiente
para eu perceber os detalhes em ouro e mármore das esculturas
gregas que pareciam recepcionar a quem saia do elevador.
Dei dois passos para frente e travei. Minha garganta apertou
como se duas mãos estivessem prestes a me asfixiar. Não era o
momento... Não devia estar aqui... Mas, estava. Parada na sala,
encarando aquele ambiente enorme como se ele fosse a boca de um
monstro prestes a me engolir.
Ouvi passos. Temerosamente, me virei na direção de um
homem que estava sentado num sofá de couro preto. Ele se
levantou, e estendeu a mão para mim. Não era Gael, ou se fosse,
havia mudado muito.
— Bom dia. Então você é Celina?
— Sim...
— Ouvi falar muito de você — seu sorriso era muito acolhedor.
— Eu me chamo Ivan e sou o assistente pessoal do presidente da
Mello. Vou deixá-los a sós, mas você pode me chamar sempre que
necessitar.
Ele pousou um cartão na minha mão. Ivan Bastos. E seu
número de celular estava abaixo. O que eu devia fazer com isso?
Simplesmente guardei o cartão na minha bolsa enquanto ele se
afastava e descia por outro elevador que ficava do outro lado
daquele que eu havia usado.
Respirei fundo, meus olhos observando a sala, buscando por
aquele a quem vim conversar. Subitamente, a cadeira presidenciável
se mexeu e ele a girou, ficando de frente para mim.
Ali estava.
Gael Mello.
Ele parecia ainda mais imponente com a cidade às suas
costas, outros prédios abaixo dele, como se ele estivesse acima de
tudo e todos.
— Celina — ele me cumprimentou com saudosismo, como se
fôssemos amigos e simplesmente havia anos que nós não tínhamos
nos vistos. — Seu pai havia me dito que você estava na Europa,
fazendo intercambio. Depois me disse que você havia conhecido um
executivo importante, estava namorando, e que não tinha pretensão
de voltar.
O quê?
Eu não sabia exatamente o que responder. Pensamentos
girando rápido na minha mente. Europa? Namorando? Ele havia
perguntado de mim? Por quê?
Ele se ergueu. Era alto. Eu quase não me lembrava disso. Pior,
ele parecia maior que seu próprio tamanho. Era mais que seus
músculos rigidamente forçando o terno caro. Era sua imponência que
me causava temor.
— Eu... Eu nunca estive na Europa...
— Eu sei... Eu descobri isso...
Ele se afastou da sua mesa. Por instinto, eu recuei, o que o fez
travar.
— Senhor Mello...
— Pode me chamar de Gael...
Eu não iria chamá-lo de Gael! Era íntimo demais, e eu estava
apavorada com qualquer menção de intimidade.
— Meu pai... Ele me procurou para falar sobre... Eu acho que
não entendi muito bem...
— Você entendeu bem, sim.
Eu estava quase desmaiando. Era gelo e fogo invadindo minha
garganta. Mal conseguia manter meus olhos nele, mas seu olhar me
queimava, sem desviar um único segundo. Era assustador.
Magnético. Primitivo.
Como se fosse...
Sexual...
Vagamente, desejei estar sentada. Sua voz era como ... algo
realmente pecaminoso. Profundo.
Eu senti minhas vistas escurecerem, não sabia se era pela falta
de comida – eu não havia conseguido tomar café da manhã por puro
nervosismo. Eu também não havia jantado por puro nervosismo – ou
se era o olhar profundo que parecia me fazer afundar em mar ou
lama.
— Meu pai deu a entender que o senhor iria querer... Que eu
fosse... Uma prostituta. Eu realmente... eu realmente não sei o que
dizer...
Eu devia gritar com ele. Dizer que vadia era a mãe dele! Mas,
tudo que eu conseguia pensar era na minha própria mãe fazendo
hemodiálise.
— Eu sei. Fui rude. Mas, conversei com meu advogado, e
podemos fazer um contrato de união estável. Não é preciso que
pense que estará se vendendo...
— Eu estarei me vendendo... — prevaleci
— Bom, Celina... Posso garantir que será a mais cara das
mulheres, porque seu pai já me tirou milhões e ainda assim eu irei
lhe providenciar mais dinheiro para o tratamento de sua mãe... Além
de uma garantia polpuda para você depois de dois anos.
Gael se aproximou. Eu quis recuar, mas estava quase me
encostando na porta do elevador. Então apenas permiti que ele
pairasse sobre mim como uma águia observando seu alimento.
— Por quê? — indaguei.
— Por que o quê?
— Por que eu?
— Por que não você?
Meu coração acelerou. Meu sangue queimou e eu senti meu
rosto enrubescendo. O cheiro desse homem era uma mistura de
madeira e canela. Era tão masculino. Pensei nos romances de P.C.L
Vasconcellos, e Brayan me veio à mente. Quando eu lia ebooks no
celular, e imaginava os mocinhos apaixonantes das minhas autoras
favoritas, era assim que eu os via em minha mente.
Subitamente, ele ergueu a mão. Seu polegar tocou meu lábio
inferior, num carinho gentil. Minha respiração acelerou, e eu quase
desmaiei com aquele simples toque.
O que seria de mim... Se eu dormisse com esse homem?
— Você parece prestes a ter um colapso nervoso, Celina... Por
favor, sente-se...
Mas, eu não me mexi. Então sua mão deixou minha boca e
segurou meu braço. Ele me guiou até um sofá escuro, e depois me
ajudou a sentar-me lá. Só então percebi o quanto eu tremia. Com
certeza eu teria desmaiado aos seus pés segundos atrás.
— Quer um copo d´água?
— Por que está fazendo isso? — exigi.
Não queria água. Queria respostas.
— Eu quero cuidar de você, Celina. Não precisa se preocupar
com nada além disso...
— Me forçando a ser sua prostituta?
— Ou minha esposa, se isso ajuda mais. Não me importo com
o nome que dê.
Meus olhos cravaram nele.
— Como assim não se importa?
— Não vejo diferença. Prostituta ou esposa, tudo que me
importa é tê-la na minha cama.
Foi o suficiente para que enfim minhas vistas escurecessem e
tudo se perdesse na escuridão.
Oh, Deus... Não permita que eu acorde.
4
Ele havia ficado irritado porque eu fui fácil. Era isso. Ele queria me
ver como noiva, mas eu fui indigna disso, quando me curvei a ele
sem uma aliança no dedo.
Talvez Ivan me dissesse, durante à tarde, que ele não mais me
daria o título de esposa. Se Gael não se casasse comigo, minha mãe
nunca me aceitaria, porque ela jamais teria amor por uma reles
prostituta.
Curvei minha fronte, escondendo as lágrimas, enquanto
aguardava ser chamada na sala da moça do RH.
Mas no que eu estava pensando? O que importava o título?
Minha mãe provavelmente sabia que esposa ou não, eu estava
sendo uma prostituta.
E ainda havia o fato de que eu me ajoelhei diante dele, tomada
de desejo e paixão.
O que havia sido aquilo?
Eu só havia lido em livros sobre esse desejo incontrolável, essa
vontade que fazia todo o corpo latejar. Nunca pensei que um homem
me despertaria assim, mas Gael tinha esse poder. Ele conseguia me
fazer fraquejar num único olhar.
Ouvi som de passos ao meu lado e fiquei surpresa ao erguer a
face e ver Ivan.
— Já terminou?
— Ainda não fui chamada.
— Certo. Deixe isso comigo, eu enviarei uma carta informando
seu pedido de demissão. Temos hora a cumprir.
— Temos?
— O padre e o juiz de paz já estão nos esperando.
Uma parte de mim ficou apavorada. Era muito rápido, eu mal
conseguia acompanhar o ritmo. De manhã eu estava mamando o
cacete de Gael, agora à tarde eu já estaria me casando com ele?
Ivan me estendeu a mão para me ajudar a levantar-me. Ele me
levou até um enorme carro da empresa e eu mal consigo me lembrar
o trajeto do hospital até uma pequena igreja num dos bairros da
capital.
— Como Gael conseguiu tudo tão rápido?
— Dinheiro consegue qualquer coisa, Senhora Mello.
Senhora Mello...
O local parecia vazio quando eu entrei e fui encaminhada a
uma pequena sala. Entrei e observei um vestido de tom marfim claro,
extremamente elegante. Havia também calcinhas brancas de seda e
um espartilho para me ajudar a esconder a barriga um pouco
saliente.
Eu mal consegui colocar aquela roupa. A calcinha era fácil,
seda e renda pareciam combinar comigo, mas o espartilho era cheio
de laços e botões. Foi confuso e desesperador. Eu gostaria de pedir
ajuda, mas não havia ninguém por perto, e mesmo que houvesse, eu
sei que Gael jamais aceitaria que alguém me visse em roupa de
baixo.
Além dele...
Por fim, com muita dificuldade, eu consegui vestir aquilo. O
vestido caiu sobre mim, moldurando meus quadris. Era tudo muito
bonito, mas eu me sentia sufocada.
Me afastei do espelho e caminhei até a porta. Ivan estava
parado ali, aguardando pacientemente.
— Tudo ok?
— Tudo.
— Está muito bonita — ele tentou ser simpático, talvez porque
tenha notado meu desespero no semblante.
O segui até a nave da igreja. Entrei e percebi o ambiente vazio,
não fosse pelo padre, outro homem usando terno, Ivan, eu e...
Gael...
Minha respiração ficou presa.
Gael estava incrível, seu cabelo escuro penteado para trás,
seus olhos negros fixados em mim, usando um terno preto, com
colete cinza.
Por um breve momento eu senti meu coração transbordar de
algo que não consegui identificar.
Eu iria me casar com esse homem lindo, nem nos meus mais
loucos sonhos românticos imaginava isso.
Porém, esse mesmo homem era arrogante, presunçoso e havia
me forçado a isso. Não fui algo a ser conquistado, fui comprada.
Mais que isso.
Eu me vendi para ele.
Gael sorriu para mim, quase orgulhoso. Ele parecia ter gostado
do objeto que comprou.
Aceitei sua mão quando ele a estendeu, e fiquei diante do
padre e de um juiz de paz. Tudo adiante foi nublado pela minha
mente confusa. Então, veio a pergunta se eu o aceitava como
esposo.
Eu disse sim. Sem vacilar.
Foi surpreendente porque eu pensava que haveria uma parte
de mim que teria dúvidas. As últimas dúvidas antes de ser
oficialmente sua.
Por dois anos...
Dois anos...
— Pode beijar a noiva — o padre disse.
Gael volveu para mim e me puxou enquanto sua língua invadia
meu espaço, possessiva, fazendo meu corpo estremecer e derreter
contra ele.
Meu coração acelerou.
Minha respiração travou.
Não...
Não!
Eu não podia...
Eu não podia me apaixonar por ele...
Ele seria meu dono, mas eu precisava manter minha alma e
minha essência protegida. Apenas por dois anos.
Apenas por dois anos...
Depois disso, eu seria livre novamente.
Ou... eu o perderia para sempre.
Minhas unhas cravaram em seu casaco e ele passou sua
língua contra a minha, nossos dentes bateram um no outro. Por fim,
ele se afastou com o olhar satisfeito.
— Agora você é minha, oficialmente.
Era um aviso. Um comunicado.
Uma ameaça.
A cerimônia civil veio em seguida. Eu assinei o certificado,
enquanto lágrimas me torturavam.
Eu não conseguiria sobreviver dois anos com ele. Eu mal
consegui passar aqueles poucos dias perto dele sem ter me curvado
completamente.
Quando tudo terminou, senti sua mão no meu braço. Ele não se
despediu de ninguém, apenas me puxou com rispidez.
— Gael? — fiquei apavorada.
Era uma faceta dele que eu não conhecia.
— Você me forçou a apressar as coisas, menina — ele disse.
— E eu não gosto de fazer nada sem planejamento. Mesmo assim,
esse seu corpo implorando para ser fodido me fez adiantar a
cerimônia, me fez correr para achar um vestido, me fez gastar uma
fortuna para conseguir o padre e o juiz... E tudo porque quero te
satisfazer.
Ele abriu a porta do carro e me forçou para dentro. Logo em
seguida, entrou no lado do motorista, e saiu em disparada.
— Você não quer tanto ser fodida? Agora vai ser!
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Minha mão deslizou sobre seu peito másculo, meus dedos ansiosos
para traçar o caminho de seus músculos, adorando a sensação
desse homem sobre minha pele.
Eu podia sentir o coração de Gael contra minha mão. Ele tinha
um coração. Será que era de gelo?
Sua boca se moveu no meu ouvido. Seu hálito quente causou
um frenesi de sensações. Eu me contorci em seus braços, sem
saber direito como reagir aos estremecimentos que ele provocava.
O quarto estava escuro. O ambiente era tão silencioso que eu
quase podia ouvir as batidas frenéticas do meu coração. Lá fora, não
havia o som costumeiro do trânsito que sempre me acordava no meu
antigo apartamento.
Era noite e havia silêncio.
Gael estendeu a mão e acendeu o abajur de cabeceira. A
luminosidade me deixou um pouco avergonhada. Agora ele era
capaz de ver as expressões de meu rosto.
— Por que você quer saber mais sobre mim? — ele indagou,
nitidamente curioso, seu corpo elevado acima do meu, suas mãos
não deixando minha pele, mas sua boca não voltando para lamber e
traçar caminhos.
— Não sei nada sobre você.
— Sabe o suficiente. Eu quero você.
Ele abriu o caminho dos meus botões, minha blusa espichando-
se enquanto ele me deixava apenas de sutiã.
Depois, foi a vez dos meus seios serem libertados. Eu podia
sentir o ar quente de sua boca contra meus mamilos enrijados. Então
suas mãos começaram a puxar minha calça. Ele ainda estava
vestido, mas claramente me queria nua. Eu não conseguia pensar
direito no quanto estava exposta, tudo que importava era deixar que
ele me colocasse a seu bel prazer.
— Você está usando as calcinhas de cetim que eu te comprei
— ele parecia orgulhoso do fato. — Gosto como seus pelos marcam
ela...
Seu dedo deslizou pela polpa volumosa do meu centro,
molhando o tecido. Eu gemi enquanto ele sorria satisfeito pelas
reações que provocava.
— Celina... Vou te falar um pouco sobre mim. Preste atenção.
Eu o senti inteiro sob mim. Todos os pelos do meu corpo se
arrepiaram.
— Eu cresci sem pai, e com uma mãe como a sua: que me
culpava pela vida de merda que ela escolheu.
Seus polegares fincaram no cós da minha calcinha e ele a
desceu, me deixando completamente nua.
— Mas, ao contrário de você, eu tive alguém que me ajudou.
Uma tia solitária e que criava gatos, chamada pela minha mãe de
solteirona, foi a pessoa mais feliz e alegre que eu conheci. Ela me
deu um quarto na sua casa, para que eu fugisse do meu lar horrível,
me ajudou a pagar uma faculdade, e me deixou sua propriedade
como herança quando faleceu. Eu vendi a propriedade e investi no
meu primeiro negócio imobiliário, que deu certo. Foi assim que eu
comecei.
Ele me girou na cama. Eu senti o travesseiro contra meu rosto,
sua mão deslizando pela minha espinha.
— Fique de joelhos.
Ele gostava de me foder por trás. Eu não sabia se era porque
meu rosto não era muito agradável, ou porque minha bunda o
excitava.
Eu o ouvi se mover atrás de mim. Ele tirou a roupa rapidamente
e então voltou, seus dedos quentes abrindo caminho os lábios da
minha boceta, acariciando com o dedo. Eu gemi alto, e ele riu
baixinho.
— Mãos para trás — ele disse.
Eu obedeci, mas me arrependi quando senti algemas
apertando meus pulsos. Levei um susto, e tentei me levantar, me
afastar, mas ele não permitiu. Gael ergueu minha bunda para cima,
me deixando sem defesas, completamente ao seu dispor e sua
vontade.
Então ele se afastou. Foi até seu closet. Eu o observei com o
canto dos olhos, quando o vi retirando um chicote de couro de lá.
Ok. Isso estava estranho. Muito estranho.
— Eu... eu não quero fazer isso — disse, mas ele nem se
importou.
Quando ele voltou para cama, senti o material acariciando
minhas costas, enquanto a ponta do seu pau tocava minha entrada
de uma forma quase espontânea.
— Você não leu o contrato, Celina? Você é minha para o que
eu quiser, durante dois anos. E eu a quero submissa, e é assim que
será.
Minha boceta esquentou e estremeceu diante de suas palavras.
Não devia excitar, mas excitou. Era vergonhoso demais que eu
sentisse desejo enquanto ele me deixava naquela posição, e tocava
um chicote nas minhas costas.
Um estalo ecoou nas minhas costas. Eu choraminguei, mas
não era de dor. Minha boceta apertou, e eu só queria que ele
metesse logo e acabasse com aquela tortura.
E ergueu a mão e bateu de novo. Mais uma vez. Eu mal
conseguia respirar, tesão e vergonha eram tão poderosos que
dominavam tudo.
Eu queria me esconder, afundar num canto e nunca mais surgir.
Porque isso não era normal. Não era normal ser subjugada assim e
ainda sentir a boceta implorando por satisfação.
De repente sua pica afundou em mim. Meu corpo sacudiu sem
controle, enquanto uma dor latejando pela intensidade que ele meteu
dominou tudo.
Eu mal conseguia respirar, a cabeça forçada contra o
travesseiro, sem minhas mãos para me apoiar, sua carne afundando
em mim.
Ele acelerou o ritmo. Minhas paredes internas apertaram seu
pau. Gemidos de êxtase escapavam de minha garganta, enquanto
eu sentia meu corpo sendo levado a um local mais e mais alto.
Outra chicotada. Dor e prazer, completamente ao seu controle.
— Implore para que eu a deixe gozar, Celina. Eu quero ouvi-la
falar.
Gemi. Minha dignidade perdeu-se na certeza do quanto eu
precisava ser dele.
— Gael...
— Implore...
— Por favor, mete... mete forte... Gael...
Ele começou a bater seu quadril na minha bunda. Seu pau
inchado cada vez mais e mais fundo dentro de mim. Eu estava tão
sensível que os espasmos de prazer que sentia não me permitia
controlar-me.
Então explodi em mil pedaços, mesmo que ele ainda não
tivesse gozado. Minha boceta e meu clitóris se contraiam com força,
meu corpo se contorcia contra sua carne dura, minha boca gritava
seu nome enquanto me afundava em prazer.
Minha boceta ainda tremia e apertava, enquanto ele metia sem
parar, até despejar jatos dentro de mim. Meu corpo estava caído na
cama, sem forças, mas ele ainda mantinha minha bunda ereta,
metendo e metendo, o som das suas estocadas preenchendo o
ambiente.
— Eu tô gozando na sua boceta — ele disse.
Gael me soltou momentos depois, eu não tinha forças para me
levantar da cama, minhas costas doíam, minha bunda latejava e,
ainda assim, meu corpo estava afundado em satisfação.
17
— Não devia ter emagrecido. Seu nariz ficou maior — minha mãe
comentou, me fazendo sentir um vômito inesperado surgir na minha
garganta.
Nunca era suficiente para ela.
Estávamos sentados à mesa. Meus pais haviam comparecido
aquela noite a um jantar do qual não havia sido avisada, e no qual
não estava preparada para ter.
Eu sempre precisava erguer minhas defesas com minha mãe.
Precisava preparar meu escudo para que não doesse. É incrível
como a gente pode amar alguém que nos magoa tanto.
— Mas, enfim, Celina... Percebeu que eu estava certa o tempo
todo? Foi só você emagrecer que arrumou um marido rico e bonito.
Seu apontamento me fez erguer os olhos para meu pai, que
tomava uma taça de vinho. Ele me devolveu o olhar de um jeito
estranho, e então eu soube que minha mãe não fazia ideia de que eu
havia sido oferecida em sacrifício para seu tratamento.
— Ah, eu fiquei tão magoada, Celina, por não ter sido
convidada para o casamento.
Eu mexi o garfo na massa, sem fome. Depois, olhei para Gael,
que estava estranhamente quieto e observador. Então, ele pigarreou
e explicou:
— Foi um casamento apressado. Nós iríamos ter uma grande
festa, mas quando começamos a planejar, vimos que era complicado
e desgastante.
— Ainda assim, os pais da noiva deviam ter sido convidados —
ela disse, sem o menor tato.
— Sinto muito, foi por impulso — eu disse, cortando o diálogo
entre minha mãe e Gael. Ele tinha um temperamento forte e eles
acabariam brigando.
— Sempre egoísta — ela disse. — Nunca pensa nos outros. Só
em si mesma. É por isso que eu digo que a maternidade é muito
romantizada. Filhos não nos dão toda a alegria que imaginamos. Eu
amo meus filhos, mas odeio ser mãe. Você vai entender quando for
mãe, todos os sacrifícios que precisamos fazer, e ainda assim sequer
nos consulta para seu próprio casamento.
Minhas vistas nublaram. Eu sempre me sentia muito mal
quando conversava com ela. Eu sentia culpa por ter nascido. Pelo
trabalho que dei. Por nada em sua filha ser como em seus sonhos.
Oh Deus... Precisava tomar meu remédio, para não ter um
ataque em pleno jantar.
Quando a imagem começou a ficar nítida novamente, a percebi
bebendo um copo de suco natural. Estava bem, aparentemente,
apesar de sua doença.
— Sinto muito...
Por tudo. Eu queria ter sido uma filha melhor. Eu queria que
tivesse orgulho de mim. Eu queria... que me amasse como eu a amo.
— Mas, ainda temos tempo para um casamento adequado,
uma festa. Por que não?
Eu olhei para Gael, e ele era uma incógnita. Eu não sabia como
recusar aquilo, e buscava sua ajuda. Porém, ele desviou o olhar de
mim, e eu me senti confusa e abandonada.
— Mãe, seria estranho... Nós já somos casados...
— Minha única filha se casa com Gael Mello e eu não posso
expor isso a todos os nossos amigos? Não vou ter essa conversa!
Teremos uma cerimônia de confirmação de votos, e uma festa de
parar a cidade! Seu pai pagará por tudo, vocês dois só precisam
comparecer.
Meu Deus, ela não sabia que meu pai estava falido? Ela não
sabia que ele só não estava preso porque eu havia me vendido para
Gael?
Busquei mais uma vez pelo olhar de Gael. Porém, ele estava
distante e frio. Isso só me deixou mais abatida, mais exausta. Era
como se eu estivesse lutando aquela batalha sozinha.
E, no fundo, estava... Não sei porque queria que Gael agisse
como um marido protetor, quando, na verdade, ele era apenas um
comprador.
Quando finalmente terminamos a refeição, fomos todos para a
sala de estar. Minha mãe começou uma cansativa conversa sobre a
reforma de um dos quartos para uma sala de cinema em casa, e
meu pai permanecia em silêncio, absorvido por algo que parecia
culpa e vergonha.
Depois, ela começou a falar de como planejava o casamento.
Nós três em silêncio, ouvindo seus planos estravagantes – e caros –
como se dinheiro fosse algo que se encontrasse em árvore.
— Gostariam de pernoitar? — Gael indagou, depois de um
tempo.
Não parecia um convite, mas um lembrete de que estava tarde,
e que eles deviam ir embora.
— Será um prazer — minha mãe respondeu.
Ok. Foi inesperado.
Enquanto Gael chamava uma das empregadas da mansão –
que eu sequer tive o prazer de conhecer – e encaminhava meus pais
a um dos quartos, eu permaneci em seu aguardo, tentando ter uma
conversa difícil.
— Gael —murmurei quando ele voltou. — Eu sinto muito.
Seu olhar me queimou. Ele não estava feliz. Nem um pouco
feliz.
— Eu não sei como dissuadi-la de uma festa de casamento,
mas eu...
Ele ergueu a mão.
— Pare. Eu não me importo com a droga de um casamento. O
que me importa é que agora sua mãe vai se enfiar na nossa vida
com a desculpa da cerimônia.
Eu sabia. Era verdade.
— Por favor, eu falarei com ela. Ela está com problemas de
saúde, e com certeza não poderá...
— Preste atenção, Celina — ele me cortou. — Eu quero você.
Só você. Não quero a porra dos seus pais, nem seus primos, tios,
ninguém da sua família. Não quero mais ninguém enfiado na nossa
vida.
— Por favor, tente entender, quando nos casamentos, a família
vem no pacote. E depois vem filhos...
Não sei porque disse isso. Foi automático.
— Filhos? — repetiu, amargamente.
— Não estou dizendo que ficarei grávida — disse, rapidamente.
— Apenas, que um casamento inclui isso.
— Que bom! Porque eu não quero um fedelho chorando a noite
toda na minha casa!
Lá vem... Vômito e vistas nubladas. Porque não tomei a
duloxetina hoje? Teria me ajudado a passar esse dia.
— Você é um desgraçado — eu disse.
Não sei como. Nunca consegui responder alguém assim. Mas,
algo avançou em meu âmago ao ouvir Gael falando isso de um bebê.
Um bebê que ele sequer tinha. Porém, uma possibilidade, já que
fazíamos sexo.
Mas, enfim... era algo que eu teria que saber: Gael pagou por
mim, e no pacote um bebê não estava incluso. Se os
anticoncepcionais falhassem, eu estava sozinha.
A imagem de um bebê no meu colo me trouxe conforto, apesar
das dificuldades que consequentemente ocorreriam. Porque seria um
corte definitivo na solidão.
Não... não... Não podia me ater a isso. Não podia pensar nisso.
Minhas vistas voltaram a clarear, e eu ergui minha face para
meu marido. Percebi um certo olhar divertido nele.
— Desgraçado, Celina? Eu sou a salvação de sua mãe.
Não respondi porque era verdade, e porque aquele jantar me
fez ficar mais e mais ciente de que eu era uma mercadoria
comprada.
Talvez os momentos bons que vivemos me levaram para um
mar de paz, onde eu quase acreditei nesse casamento. Agora, a
enxurrada de palavras me trouxeram a realidade. Assenti. Eu era um
objeto para seu uso. E como tal devia permanecer em silêncio.
— Me peça perdão Celina.
Havia algo no tom da voz dele. Algo inexplicável. Era como se
estivesse absurdamente excitado.
— Me desculpe, Gael.
Ele riu. Talvez pelo meu tom indiferente.
— Não aqui, esposa. No quarto.
18
Eu fiquei sabendo que Gael havia comprado a casa dos meus pais
por minha mãe, que veio me ver no Studio na noite de quinta com
ares de revolta.
— Como ele pôde fazer algo assim?
Então, soube os detalhes. Ele a adquiriu pouco antes de meu
pai me procurar. Não sabia se ele realmente a comprou ou se meu
pai lhe deu como compensação pelo que roubou, mas soube que na
noite que fui levava a assinar o contrato, a casa já era dele.
E ele me fez assinar o contrato ali, talvez como punição. Uma
estranha vingança. Adquirir a casa e a filha de Edgar Becker parecia
uma brincadeira de mal gosto.
— Seu pai me disse que iria fazer uma reforma e por isso
estávamos ficando em uma outra casa, mais modesta... Então,
quando eu lhe perguntei sobre nosso retorno, ele me confessou que
a casa não mais nos pertencia! — ela choramingou. — Agora estou
numa casa minúscula, tem no máximo uns cinco quartos, e nem tem
banheiro separado para os criados. Eu vou ter que dividir o vaso
sanitário com Augusta.
Ela tinha lágrimas nos olhos, muito chocada para indagar onde
supostamente estava o dinheiro da venda e os motivos que levaram
meu pai a vender a casa.
— Papai fez alguns maus investimentos — contei.
O pior deles foi roubar Gael Mello.
— Ele me disse...
— E a senhora está tendo gastos com sua saúde...
— Preferia morrer que perder a casa. São tantas lembranças
boas, lá. Você se lembra da sua infância feliz?
Vanessa apareceu na recepção trazendo café. Minha mãe
ergueu a sobrancelha, olhando com desprezo para a xícara, mas
aceitou. Ela só gostava de café da Colômbia, mas eu comprei o
comum, no supermercado.
— Celina, e você? Como está? Soube que seu marido anda
com uma modelo...
— Bem, ele nega...
— Ah, ele nega — ela repetiu, rindo. — Homens traem,
querida. Eu fiz muita vista grossa com seu pai. Mas, não importa as
estepes, são as principais que precisam se manter altivas. Apenas,
exija discrição. É falta de respeito deixar que as pessoas saibam.
Seu pai sempre foi discreto.
Meu pai a traia? Eu nunca fiz ideia disso.
— Ai, Celina... meu coração de mãe às vezes acha que Gael
Mello não é o ideal para você. É rico e te assumiu apesar de você
não ser uma beldade, mas um homem que só transa com mulher
perfeitas da televisão... Querida, os comentários sempre serão
depreciativos contra você... As pessoas vão compará-la àquelas
mulheres. Talvez deva desistir do casamento.
Suspirei.
Ela mal sabia, mas o casamento iria durar só mais um ano e
alguns meses. Depois, fim.
E passaria o resto dos meus dias a ouvindo dizer: “eu avisei”.
— Gael nega. E eu confio nele.
Sim, eu confiava. Ele não mentia. Era absurdamente bruto com
sua verdade.
— Quão tola você é?
— Mãe, gosto de Gael. Ele é um bom marido, faz tudo para me
deixar confortável.
— Um bom marido te expondo em rede nacional?
— Ele só a encontrou no escritório...
— Garota! Você acha que eles não estavam transando lá? Não
seja cega!
Aquela conversa estava me machucando. Eu tentava sair pela
tangente, mas ela insistia em me trazer de volta. Eu sabia que Gael
podia dormir com outras mulheres e o faria se sentisse vontade, mas
não queria que isso fosse jogado na minha cara o tempo todo.
Não bastava eu ter me apaixonado? Eu já sofria bastante pela
culpa em ter me permitido sentimentos. Queria ter me guardado,
protegido minha alma. Agora, estaria apenas à espera da finalização
de um prazo, quando meu coração ansiava pela eternidade.
Por que me permiti ir por esse caminho perigoso? Garotas
como eu não deviam se apaixonar. Exalei profundamente, pensando
que esconder esse sentimento por tantos meses ainda seria por
demais complicado.
E quando acabasse? Como eu iria conseguir recolher meus
restos?
— Eu confio nele — disse. — É um homem muito sincero. Se
estivesse traindo teria dito na minha cara, não importava o quanto
magoasse.
Minha mãe pareceu um pouco apaziguada, mas aparentemente
ver a filha feliz não era algo que ela esperava ou desejava.
28
A casa estava vazia. Era estranho vê-la assim, sem as meninas que
cuidavam de tudo. Mas, o silêncio sepulcral parecia proposital. Gael
estava disposto a falar e não queria ninguém além de mim a ouvir,
mesmo os empregados não fossem de ficar atrás da porta,
escutando.
Eu sentei-me no sofá. Minhas mãos automaticamente
pousaram no meu ventre, protetoras. Eu sabia que precisávamos
conversar, colocar tudo a limpo, encerrar o contrato e seguirmos com
nossa vida, mas seja qual for a decisão de Gael, o bebê ficaria bem.
Porque mesmo que ele não o quisesse... eu o queria.
Mais do que quis tudo nessa vida.
Gael tirou o casaco e o jogou no sofá diante de mim. Eu
observei seus movimentos, e o percebi mais nervoso que nunca.
Aliás, antes disso, nunca o percebi sequer inseguro. Ele sempre
pareceu uma rocha, mas agora era humano. Nervoso, cansado,
rugas leves embaixo dos olhos, olheiras que denotavam o quanto
andava dormindo pouco.
— Eu pedi para Ivan providenciar os pagamentos de Maria...
Ele te contou?
— Sim, agradeço sua generosidade.
Não foi irônico. Realmente eu era grata.
— E pedi para ele te avisar do plano de saúde, você está
inclusa e pode conseguir todas as consultas por lá.
— Sim. Ele disse.
— Hum — ele murmurou. — E como se sente?
— Eu estou bem.
Ele sorriu, embora parecesse dolorido.
— O bebê?
— Está bem.
— É menino ou menina?
— Ainda é cedo para saber.
— Certo.
Ele cruzou os dedos entre os cabelos, suspirando.
— Celina...
Eu esperei, mas ele parecia não saber o que dizer a seguir.
— É uma situação difícil, eu sei — disse, apenas para ajudá-lo
a falar algo.
— Não foi planejado — ele concordou.
— Eu sei.
Silêncio.
Eu aguardei pelos próximos dois minutos que houvesse
qualquer som, mas ele parecia não saber o que dizer, então me
preparei para ir embora. Uma parte do meu coração estava tão
machucado e doloroso que eu precisei segurar para não desmanchar
diante dele.
O que diabos eu esperava que ele falasse? Que ele me
amava? Que ele queria construir uma vida comigo?
Então me levantei do sofá, pegando a bolsa.
— Celina — disse, por fim. — Você pode me perdoar?
Eu senti que não conseguiria segurar as lágrimas, então desviei
meus olhos da sua figura derrotada.
— Está tudo bem — disse.
— Não está nada bem, Celina. Eu quero... eu quero te explicar
algumas coisas.
Aguardei. Abruptamente, ele se levantou, e estendeu a mão na
minha direção.
— Venha.
— Para onde?
— Eu não vou conseguir te explicar tudo sem te mostrar
algumas coisas.
Ele já havia me tirado do ponto de ônibus, me trazia a sua
casa, e agora queria me levar a outro lugar.
— Eu sou uma mulher grávida, Gael. Não um objeto para ser
levado de um lugar a outro.
— Eu não conseguirei te explicar as coisas sem te mostrar,
Celina. Te peço que venha comigo. Prometo que será o último
passeio da noite. A não ser, é claro, que você, depois disso, queria
voltar para seu apartamento. Irei respeitar sua decisão.
Por fim, coloquei minha mão na dele. O calor do seu toque era
confortador. Senti algo vibrando no meu íntimo e sabia que o bebê
também estava feliz pela sensação do pai dele, tão perto.
— Celina... — ele me fez encará-lo. — Ajuda se eu disser que a
amo? Que estou apaixonado por você a muitos anos?
Minha boca abriu, espantada.
— Não importa o que você sente... O que importa é que você
não quer o bebê. E se você não quer o bebê, para mim, está
acabado.
Ele assentiu.
— Por favor, apenas venha comigo. Então falaremos disso.
38
✽✽✽
✽✽✽
— Olhe, ele é um idiota, ok? Qualquer homem iria querer ter
uma família com você. Parece ser uma garota muito boa. Padre
Caetano disse que seu padre da capital só lhe deu elogios.
— Ter uma família... É importante, não é? — sua questão
cortou minhas palavras.
— Claro, é tudo para um homem — respondo, rapidamente. —
Ao menos é tudo para mim. Uma esposa e filhos... é meu sonho...
Ah, que merda. Eu inventei isso. Nunca foi meu sonho. Na
verdade, antes de minha mãe me cobrar isso, eu nem queria ter
filhos. Eu pensava que não havia como eu educar um moleque
sendo que não tinha um exemplo de tal coisa.
— Sonho?
— Eu tenho muitas terras. E tenho dinheiro..., mas, não tenho
para quem deixar. Às vezes acho que todo meu esforço é em vão.
A preocupação surge em seus traços delicados.
— Matteo, você acredita em milagres?
— Milagres? Como assim?
— Por exemplo... Se você conhecesse uma mulher... Uma boa
mulher... Alguém que realmente quisesse ficar com você, mas ela...
sei lá... Ela tivesse uma doença terminal e apenas poucos meses de
vida, por exemplo...
Meus olhos se arregalam. Talvez... será que ela estava
tentando me passar a mensagem de que ela tinha prazo de vida?
Era por isso que ela havia aceitado se encontrar comigo tão
rapidamente? Era por isso que ela não parecia me temer? Era por
que ela estava com seus dias contados?
— Você acha que se Deus tivesse destinado o encontro entre
vocês... O sentimento que surgisse poderia curá-la?
Minha boca abriu, mas eu não sabia o que responder.
Eu realmente... Pela primeira vez... Eu estava querendo ficar
com uma mulher...
Eu estava me esforçando, e não era apenas porque minha mãe
pediu...
Eu gostei de Marcela.
Eu gostei de tudo nela.
Ela me atraia, na mesma medida que ela me fazia querer
protegê-la. Se vivêssemos há séculos, eu já a teria pedido em
casamento para seus pais. Naquela época não havia a necessidade
dos noivos se conhecerem melhor, não é?
Mas, agora eu estava indo devagar. Porque eu queria fazer
tudo certo. Eu queria mostrar a ela que eu era mais que um homem
caipira. Eu queria mostrar que era um cara honesto e bom, que
poderia dar uma vida confortável para ela...
— Marcela, eu não...
— Eu sei que é uma pergunta estranha. Somos basicamente
desconhecidos, mas... Quando eu o vi na igreja... — Ela parou na
minha frente, perto o suficiente para eu pegar seu perfume. — Por
favor, não pense mal de mim. Eu não sou uma mulher promiscua...
Apenas... Você acredita em milagres?
Deus meu, estou perdido.
LEIA AQUI
Era tão bom... tão bom...
De repente suas mãos agarraram minha cintura, me puxando
contra seus músculos tensos. Felipe era tão grande que me senti
uma coisinha minúscula contra seu corpo forte.
Suas mãos desceram. Aquela sensação deliciosa de que me
tocavam quando ele agarrava minha bunda voltou com intensidade.
Ele me puxou contra ele, e dessa vez fiquei mais consciente do que
ele queria, mais aberta a sensação de ondulação que meus quadris
faziam contra seu baixo ventre.
Uma das mãos abandonou o bumbum e subiu, capturando meu
seio, brincando contra o botão que despertava contra a camiseta.
— Você é tão quente, menina — ele disse. — E você gosta
tanto de um caralho, não é? Não consegue esconder a necessidade
enquanto eu aperto o meu contra sua boceta...
Felipe me devorou através dessas palavras. Um palavreado
que eu jamais admitiria ouvir num momento normal, agora só
intensificava a sensação de posse.
De repente ele segurou minhas duas coxas. Pôs as mãos
embaixo delas e me ergueu, fazendo com que minhas pernas
agarrassem sua cintura. Eu fiquei mais aberta, e agora estava
claramente rebolando sobre sua ponta grossa.
— Ah — suspirei, quando seu beijo quebrou, alguns instantes.
— Eu sei, eu sei — ele disse, beijando-me com força. — Vou te
dar tudo que você quer nessa boceta fogosa.
Subitamente, minhas costas bateram contra a parede. Ele me
apoiou lá, e tirou minha camiseta. Eu não havia colocado sutiã, e
meus peitos caíram sobre seu olhar. Logo seus polegares apertaram
meus botões, massageando, antes que sua boca tocasse meu peito.
Ele chupou, lambeu e mordiscou. Tudo isso fez com que eu
ardesse mais, e sentisse ainda mais meu centro pulsar e molhar. Era
tão bom, essa posição de completa submissão, presa nos braços
desse homem.
Ah, eu queria tanto que ele empurrasse aquela ponta grande
dentro de mim. Estava quase implorando.
Uma réstia de consciência me tomou, antes de se apagar
novamente. Brevemente eu me lembrei de minha mãe, e me lembrei
do que virou sua vida nas mãos de um homem, mas então ele bateu
forte o quadril no meu, me fazendo gritar de puro prazer, e tudo se
perdeu.
— Ah, Felipe...
— O quê? — ele questionou, seus olhos ardendo em chamas.
— Me fode — implorei, rebolando mais. — Por favor... por
favor...
Pouco depois eu senti a cama nas minhas costas. De joelhos
entre minhas pernas, Felipe pegou minha calça de moletom e a
arrancou, deixando visível minha calcinha encharcada.
— Sua bocetinha está latejando — ele disse, colocando um
dedo grosso na entrada dela, fazendo um círculo gentil, capturando
um pouco do meu suco, antes de levar o dedo a boca.
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Eu tenho tanta vergonha... tanta vergonha de mim mesma...
Mas, ele não parece sentir meu peso. Ele parece estar
carregando uma pena.
Meu corpo balança no dele. Sua ponta desponta contra minha
boceta. Estou em seus braços, e estou perdida neles.
— Posso te levar para o quarto? — ele pergunta.
Porque ele quer ter certeza de que eu também quero.
E, sim, eu quero esse homem gostoso demais dentro de mim.
Acontece que eu também temo que ele destrua minha sanidade. Eu
sobreviveria a Lucas?
— Por favor — a súplica é minha resposta.
E ele a entende.
Lucas adentra minha suíte, sem se preocupar em acender as
luzes. Ele me leva até minha cama, e me coloca nela, ficando parado
defronte a mim, seu corpo másculo quase como uma escultura
pecaminosa da cidade que queimou, Pompéia.
Um dos abajures do lado da cama está aceso. Pela rasa luz,
posso ver seu olhar quente me devorando antes mesmo de suas
mãos me tocarem. Meu olhar cai e posso visualizar seu pau quase
rasgando a calça.
Nunca me senti tão desejada. Mas... e quando eu tirasse a
roupa?
Quando ele visse minha barriga cheia de pneus? Quando ele
visse meus seios caídos? Minhas coxas cheias de celulite?
Eu quero apagar a luz, mas ele me para no caminho.
— Não... quero te olhar — ele murmura, percebendo
imediatamente minha intenção.
— Você não entende... eu sou... feia...
Ele nega com a face, enquanto seus dedos puxam sua
camiseta para cima, me mostrando seu peito cheio de pelos escuros
e algumas marcas de queimaduras.
Eu quero tocar em cada uma das suas marcas para ver se esse
homem é real mesmo, e quase me esqueço de minha condição até
ele falar:
— Você é a mulher mais linda que eu já vi.
Era mentira. E eu ficava me perguntando o quanto mais ele iria
mentir para mim.
Lucas subiu na cama com os joelhos, ficando totalmente em
cima de mim. Eu me senti acalorada, desesperada, queria me
contorcer nele, na mesma medida que tentei impedi-lo de tirar minha
camiseta.
— Você não quer? — pela primeira vez vi preocupação nos
seus olhos.
Eu queria.
— Tenho tanta vergonha de mim. Eu sempre tentei perder
peso, já fiz tantas dietas, academia, mas eu sempre fui...
— Você entende que eu adoro as suas curvas? — ele
questiona. — Adoro o quão macia você parece. Me dá tanto tesão...
— Ele lentamente olha meu corpo de cima a baixo. Seus olhos ficam
mais e mais escuros.
A maneira como ele falou, me deu forças para tirar eu mesma
minha camiseta. Deixei que eu olhar pousasse nos meus seios
enormes que quase escapavam do sutiã branco.
— Você parece uma noiva... — ele murmurou.
— Branco é mais fácil de limpar. Só colocar minhas roupas na
água sanitária...
Sério que eu falei isso? Sério que eu trouxe esse assunto a
cama?
Ele riu baixinho.
— Por isso que, além do seu jaleco, você também adora vestir
branco. Eu reparei que todas as toalhas do seu banheiro são
brancas e — ele olhou a cama – seus lençóis também.
— Sim — aceno.
— Bom saber. Nunca pensei nisso. Mais fácil de limpar... — ele
repete minha frase. — Eu adorei. Você é absurdamente perfeita.
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No derradeiro instante em que nos beijamos naquela praça, eu
soube que iria acontecer.
E eu a temi pelo mesmo motivo que ela me fascinava. O que
uma garota linda daquelas iria querer com um cara mais velho e
derrotado como eu?
O dinheiro não importava. Juliana era do tipo que lutava para
ter o seu próprio dinheiro. O que existia entre nós sim, me agoniava.
Porque ela era interessante, jovial, linda e cheia de vida. E eu era um
derrotado, um homem que nunca soube manter o interesse de uma
mulher.
Assim como Luana, ela iria se cansar do que quer que fosse
que existia entre nós. E as coisas iriam se complicar ainda mais. A
minha vida tranquila iria girar em 180 graus por causa dela.
Eu devia parar. Pedir que ela voltasse ao próprio quarto.
Afastá-la do meu corpo e da minha alma.
Contudo, agora, tudo que eu conseguia pensar era em colocar
minhas mãos em sua cintura e a puxar contra mim.
E foi o que eu fiz.
Deus, como ela encaixava direitinho, parecia que havia sido
feita exatamente para mim, para meu corpo. Eu fiquei quente e
derretido quando ouvi seu delicado gemido contra minha boca, e
uma parte do meu cérebro gritou desesperado, mas meu pau já
havia tomado conta da minha mente.
Sem quebrar nosso beijo, eu a levei até meu quarto, empurrei-a
contra minha cama. Eu sabia que não havia mais volta, e ela não
tentou fugir.
Ela estava entregue. Quando nos olhamos, ela deitada, eu de
pé aos pés dela, vi pelo seu olhar entreaberto e seu rosto vermelho
de excitação o quanto não dava para resistir.
Eu nunca quis tanto uma mulher, e imaginava se ela já havia
experimentado tanto desejo por um homem.
Juliana mordeu o lábio inferior, suas ancas se movendo
lentamente, suas coxas bem apertadas, o bico dos seus seios
surgindo na camisa clara, provando que ela queimava.
Quando tomei a decisão de arriscar tudo, nesse momento, meu
corpo ganhou vida, cada terminação nervosa provocando sensações.
Cai em cima dela e voltei a beijá-la. Nunca parecia o bastante.
Minha língua dobrou-se em sua boca, tocando cada centímetro de
sua cavidade, eletrificando suas reações. Juliana gemeu e eu soube
mais que nunca que estava perdido pela paixão que queimava como
um incêndio em minhas veias.
A apertei. Minhas mãos deslizaram pelo seu tronco, fixando-se
nos seus seios. Os massageei, focando-me no bico inchado que
despontava. Ela ofegou, buscando minha boca mais e mais, sua
parte inferior esfregando-se contra meu pênis.
Fazia tanto tempo... Tanto tempo sem sexo, eu nem sabia que
senti tanta falta...
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Talvez fosse a cerveja, mas reparei imediatamente em como as
maçãs do seu rosto estavam coradas e a boca parecia
inesperadamente suculenta. E que coxas ela tinha! Aquilo era uma
perdição.
— Você acha que a gente....
— O quê? Não... não... É loucura — retorqui. Mas, bem que eu
queria. — No entanto, você já pensou na possibilidade?
O silêncio caiu e esperei pela resposta dela.
— Ah, sei lá. Você é meu melhor amigo.
— E você é minha melhor amiga.
— Então, tipo...É estranho.
— Muito estranho.
— E tipo...
— Tipo?
— Se rolasse algo, nossos pais teriam expectativas sobre nós...
casamento, filhos... E você sabe que eu não quero ser mãe.
Ela nunca quis. Dizia isso desde os 5 anos de idade. Acredito
que ser a filha mais velha de cinco irmãos e ter assumido muitas
responsabilidades na criação deles tenha contribuído para isso.
— A não ser...
— Sim?
— Que eles não saibam...
— Que ninguém saiba — eu concordei.
Um estrondo no som da televisão. Jake, o protagonista de Lost,
estava batendo num cara com o rosto marcado. Meus olhos
visualizaram a cena pelo canto dos olhos, porque minha face ainda
estava toda voltada para Layne.
Meu corpo se moveu primeiro. Aproximei-me ainda mais no
sofá, esperando que ela risse e me afastasse e eu voltasse ao
normal. Porque, ora, estávamos bêbados, mas não éramos tão
loucos, éramos?
Profundamente consciente de quão perto seus lábios estavam
dos meus, eu seguro minha respiração, e aguardo.
Layne não se afasta. Agora meu corpo já está inclinado sobre o
dela, seus seios roçando no meu peito, fazendo minha mandíbula
apertar e meu pau pulsar.
— É... já tem um tempo que eu não transo — admito quando
seus olhos baixam e percebem a protuberância na minha calça. —
Você sabe que meu namoro com Manuela deu errado ano passado e
não sai com outra garota desde então. E eu bebi muito... você sabe...
bebi o suficiente para ficar louco. Então você pode me chutar agora?
Pelo bem de nós dois?
Layne me encara. Aqueles lindos olhos brilhantes focados em
mim. De repente, ela se inclina para cima, resvalando seu corpo
delicioso no meu.
Deus, ela também bebeu muito. E agora, quem vai nos parar?
Seguro sua bunda, puxando-a para perto de onde eu sou tão
duro. Ela respira e os lábios se abrem.
— Você já fez? — indago, porque nunca a vejo com um cara
por mais de uma semana.
Ela nega. Eu sabia. Virgem. Vinte e cinco anos e virgem.
— Se você deixar, eu posso chupar sua boceta para ficar mais
fácil.
Layne inclina a cabeça para trás. Ela está analisando.
— Fica mais fácil?
— Sim, na primeira vez é um tanto... doloroso.
Layne passa a mão sobre minha ereção, e eu gemo como um
adolescente diante da primeira transa. Eu mal posso esperar para tê-
la envolta do meu pau, sua boceta, sua boca...
— E chupar facilita?
— Fica mais molhado...
Eu arrasto minha mão para frente e para trás sobre o mamilo
dela.
— Ah, eu lembro de ter lido sobre isso. — Ela moi contra mim,
deixando claro que ela fará o que quiser, e minhas sugestões não
importam. — Você está cheirando a álcool — ela sussurra. — Está
bêbado demais e eu também. A gente devia parar.
Ah, céus...
— Eu realmente quero te foder. — Admito, tentando convencê-
la.
Meus dentes cavam meu lábio inferior enquanto luto pelo
controle.
— Mas, se você não quer... eu juro que paro...
Ela encolhe os ombros, o movimento fazendo seus seios
saltarem levemente, fazendo minha boca secar mais uma vez.
— Olha, que tal um trato? A gente faz, eu perco a virgindade, e
depois a gente segue amigos, como se nada tivesse acontecido.
Nem precisamos falar do assunto. Estamos ambos bêbados, e
ninguém precisa culpar ninguém.
Que trato legal. Ótimo.
— Sem compromisso?
— Exato.
— Então vou deslizar meu pau dentro de você, sentindo pele
contra pele, e sem culpa?
— Combinado?
— Você vai me deixar desfrutar sua bocetinha?
— Vou — ela estava gostando das palavras sujas.
— Então, posso ver sua calcinha? Estou muito curioso em
saber a cor que usa. Acho que é vermelho.
— Não estou usando calcinha — As palavras são suficientes
para me fazer perder a cabeça.
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Seus dedos começam a traçar minha pele, subindo pelo meu
vestido. Estamos escondidos pela toalha da mesa, mas me sinto
pecaminosa com sua ação.
Seus dedos chegam na minha calcinha. Resvalam entre a
renda e a costura, adentrando minha intimidade.
Eu balanço, tesão e desespero, vergonha e adrenalina
correndo soltas pelas minhas veias.
Olho para os lados. Ninguém está prestando atenção em nós.
O dedo de Vitor entra entre meus lábios. Começo a balançar no
ritmo da música, tentando esconder o que está acontecendo.
Sem controle, minha mão desce até ele. Quero que ele sinta o
que eu estou sentindo. Por cima da calça eu posso experimentar a
sensação do toque na sua carne dura.
Vitor respira fundo. Eu o encaro. Nossos olhos estão escuros e
cheios de desejo.
Ele enrola meu clitóris e eu preciso morder a boca para não
gritar. O ritmo da música aumenta, e meu corpo sacode um pouco
mais forte. Meus dedos abrem o zíper da sua calça e seu pau salta
para fora, duro, e eu sei que ele está se segurando para não me
levar correndo para o quarto.
Eu perdi minha virgindade naquela manhã. Fiz sexo mais tarde.
E agora quero mais. Três vezes num mesmo dia, isso está saindo
totalmente do controle.
Arrasto meus dedos, pressionando. A ponta do meu polegar
aperta sua cabeça, e eu a sinto úmida. Reprimindo um suspiro, sinto
a pressão dura e inchada pedindo para que eu lhe bata punheta.
Então eu giro minha mão e começo a socar para cima e para baixo.
Ele tenta esconder o prazer fechando os olhos. Seus dedos
agora estão mais fundos dentro de mim, eu estou prestes a explodir.
— Você está me deixando louco, Núbia — ele murmura.
Sou eu que estou louca.
Desejo. Amor.
Amor mais que tudo.
Meu sentimento me guia, eu sinto meu coração aquecer
naquela farsa porque apesar de tudo ser fingimento, eu sei que o
tesão não é. O coração dele pode pertencer a Ester, mas o corpo é
meu, ao menos nessas 48 horas.
Vitor me encara e então me beija. Sua língua desliza sobre a
minha, enquanto sua boca me suga. Estou inebriada e quente, mal
consigo raciocinar.
De repente ele molha minha mão, esguichos fortes contra meus
dedos. Isso ativa meu desejo ainda mais e mal percebo quando
estou gozando nos seus dedos.
É liberdade. É tão precioso que mal consigo pensar.
Aos poucos meu corpo vai acalmando-se e nos afastamos os
dedos. Busco um guardanapo de papel e limpo seu sêmen, mas ele
não faz o mesmo. Minha umidade está entre seu indicador e dedo
médio, e ele a deixa lá.
A música cessa. Aplausos.
Inclino meu rosto por cima do ombro para ver se alguém
percebeu o que aconteceu. Mas, ninguém parece se importar com o
que rolou naquele canto do restaurante do hotel.
— Eu sou um marido incrível, não Núbia? Eu sempre te faço
gozar... — ele murmura nos meus ouvidos e eu preciso fechar os
olhos com força para aguentar o tesão.
— Sim, Vitor...
— Diga o quanto você precisa do meu pau essa noite?
— Eu preciso... Muito.
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Meu Deus, era meu melhor amigo. Eu tinha amor por ele. Mas,
temia magoá-lo porquê...
Suas mãos me exploraram, e seus lábios se moveram do meu
rosto para o meu pescoço, minhas orelhas e meu pensamento se
interrompeu.
Ele bombeou com tanta vontade, mergulhando cada vez mais
fundo até que comecei a tremer de prazer e tudo meu se perdeu a
certeza de que eu estava gostando – muito – de viver isso com
Vicente.
Em TharnType, um dos protagonistas começou a transar com o
parceiro de quarto por causa da atração e acabou se apaixonando.
E se isso acontecesse comigo?
Essa ideia me fez enrijecer de tal forma que me senti apertando
Vicente dentro de mim ao ponto de ordenhá-lo.
— O que foi? — ele perguntou.
— Nada... Não pare...
Meus pensamentos podiam estar me matando, mas eu tinha
certeza de que queria o que estava acontecendo.
Mais e mais.
Percebi que ele estava crescendo, e isso só aumentou meu
prazer. De repente, um calor me atingiu e me elevou a um nível
inigualável que era quase causou dor. Então explodi em pedaços
enquanto sentia Vicente chegando ao ápice.
Então, depois daquela conexão absurda, meu corpo sacudiu e
descansou. O corpo de Vicente ainda conectado ao meu, pesado
sobre meu peito, uma junção de almas que eu jamais havia pensado
existir.
— Talvez eu realmente esteja apaixonada por você — admiti, e
senti ele balançando num riso sincero.
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Pedro afastou minhas pernas com o joelho e se acomodou na
minha entrada. Ele estava pronto e eu também, mas me deixou guiar
conforme minha vontade.
Montei nele, minhas coxas espalhadas em volta do seu tórax.
Sentei-me devagar, deixando com que seu pau brincasse com o
tecido da minha calcinha.
Era incrível a sensação de beijar e se esfregar ao mesmo
tempo. De repente, os botões da minha blusa voaram em todas as
direções. Meu peito surgiu diante dele e fiquei um pouco
envergonhada.
Pedro se sentou, levando os mamilos até a boca. Sugou,
acariciando a pele mais escura em volta do mamilo.
Soltei um gemido suave. Ele rosnou em aprovação.
— Tire a calcinha — ele pediu e eu me retesei, lembrando-me
imediatamente da primeira vez.
Porém, estava quente demais, com tesão demais, para resistir.
Me levantei e removi a saia e a calcinha. Logo, retornei à
posição montada, seu pau ereto diante da minha boceta um tanto
temerosa.
Ele me puxou em sua direção até que estivéssemos cara a
cara, me deu um beijo rápido, depois me colocou de costas
novamente. Nossos olhos ficaram presos enquanto ele deslizou
entre minhas coxas. Pedro se colocou entre minhas dobras e brincou
com meu clitóris antes de entrar em mim.
Estranhamente, não doeu. Dessa vez, não precisei pedir para
ele parar, ele mesmo ficou imóvel alguns segundos, deixando meu
corpo se acostumar ao seu.
De repente, uma sensação cresceu dentro de mim novamente.
Era algo gostoso, bom, me fez contorcer-me... eu precisava...
— Deus, sua bocetinha me puxa tanto — ele gemeu no meu
ouvido e eu senti que a vontade ultrapassou meus limites.
O corpo perfeito de Pedro começou a empurrar seu pau. Saia e
voltava com um ritmo cadenciado, louco... Eu o empurrei de volta,
rolando meus quadris para sentir mais da sua carne, sua delícia.
Seu corpo bateu contra o meu, novamente e novamente. A
repetição aqueceu nossas mentes, o calor aumentou quando
colidimos juntos em estocadas desesperadas. Assim que eu alcancei
uma sensação tão poderosa, quase me fazendo gritar, ele se
manteve firme e me empurrou no ritmo perfeito. Nós explodimos
juntos, ele derramando-se em mim como se eu fosse parte dele.
Eu não conseguia parar de tremer, mesmo depois que ele caiu
em cima de mim. Minhas mãos o apertaram num abraço gentil e ele
sorriu.
Uma parte de mim ainda queria estar com raiva dele. E não
apenas porque ele foi um canalha comigo. Uma parte de mim ainda
queria se proteger de tudo que eu estava experimentando.
Fechei meus olhos.
— Eu estou tão cansada e preciso de um banho — murmurei.
Ele assentiu.
— Vamos tomar banho juntos? — pediu. — Depois eu te
empresto uma camiseta e você pode dormir o dia todo resto da
vida?
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Josiane Biancon da Veiga nasceu no Rio Grande do Sul. Desde
cedo, apaixonou-se por literatura, e teve em Alexandre Dumas e
Moacyr Scliar seus primeiros amores.
Aos doze anos, lançou o primeiro livro “A caminho do céu”, e até
então já escreveu mais de vinte livros, dos quais, vários se
destacaram em vendas na Amazon Brasileira.
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