You are on page 1of 18
infragdo de lei, contrato social ou estatutos, conforme teor da Stimula 430 do Superior Tribunal de Justiga. Por fim, seria necessario demonstrar que a CDA é nula, uma vez que o art. 22, § 5°, VI, da Lei n. 6.830/80 e o art. 202, V, do CTN, determinam que a CDA indique o numero do auto de infragéo ou processo administrativo no qual foi originado o débito. Tal dispositivo assegura ao devedor e/ou responsavel tributario o devido processo legal. 9.3. Agravo de instrumento 9.3.1. Consideragées iniciais: conceito e cabimento O agravo de instrumento sera o recurso utilizado para impugnacgao de decisdes interlocutérias tomadas pelo Magistrado ao longo do processo, decidindo situagdes incidentalmente, mas sem colocar fim ao procedimento (arts. 203, § 2°, e 1.015 do CPC). Aplicando o disciplinamento do Cédigo de Processo Civil, encontraremos rol taxativo?® de cabimento dessa espécie recursal, nos seguintes casos: ¢ tutelas provisdrias (urgéncia ou evidéncia); * mérito do processo (aplicavel em casos de julgamento antecipado parcial — art. 356, § 5°, do CPC); * rejeigéo da alegacao de convencéo de arbitragem; ¢ incidente de desconsideragao da personalidade juridica; * rejeigéo do pedido de gratuidade da justiga ou acolhimento do pedido de sua revogacao; « exibicdo ou posse de documento ou coisa; * exclusdo de litisconsorte ou rejeigéo do pedido de limitagdo do litisconsdrcio; « admissdo ou inadmissdo de intervencao de terceiros; * concessdéo, modificagéo ou revogacéo do efeito suspensivo aos embargos a execucao; * redistribuiggéo do énus da prova nos termos do art. 373, § 19, do Cédigo de Processo Civil. Além desses casos elencados expressamente, a lei podera contemplar outras situagdes. Ressalte-se, ainda, que essa espécie recursal cabera também contra decisées interlocutérias proferidas na fase de liquidacgéo e cumprimento de sentenga, bem como nos processos de execugio e inventario (art. 1.015, XIII e paragrafo Unico, do CPC). Com o advento da Lei n. 13.105/2015 (Codigo de Processo Civil), fora abolida a espécie recursal denominada de agravo retido. As decisdes interlocutérias que nao estiverem elencadas no rol abordado, serao recorridas mediante preliminar no recurso de apelacéo/contrarrazées (art. 1.009, § 1°, do CPC). 9.3.2. Caracteristicas 9.3.2.1, Prazo e formalidades O prazo para apresentacao desse recurso sera de 15 dias Uteis, contados da intimacao da sentenga (art. 1.003, § 5%, do CPC). Se a legislagao local exigir, 0 recorrente também deverad comprovar o recolhimento das custas e porte de remessa e de retorno (art. 1.017, § 12, do CPC)?”. Quanto as formalidades, as exigéncias seréo semelhantes aquelas ja listadas nas ag6es iniciais, determinando: nomes das partes, exposicdo do fato e do direito, razées do pedido de reforma ou de invalidacgaéo da decisdo e o prdprio pedido, acrescentando o nome e o enderego completo dos advogados constantes do processo (art. 1.016 do CPC). A apresentacgaéo desse recurso sera realizada diretamente ao tribunal (juizo ad quem), sendo facultada sua interposig&o por protocolo (no préprio tribunal ou comarca, segéo ou subsegdo judicidrias), postagem (sob registro, com aviso de recebimento), transmiss&o de dados (tipo fac-simile) ou em forma prevista em lei (art. 1.017, § 2°, do CPC). Tratando-se de processo em meio fisico (néo eletrénico), também sera necessario preenchimento de outras formalidades, uma vez que sera dirigido a julgador diferente (o respectivo desembargador relator néo teve contato prévio com a acao). Desse modo, 0 agravo contera, obrigatoriamente, cdpias da peticéo inicial, da contestagéo, da petigdo que ensejou a deciséo agravada, da prépria decisdéo agravada, da certidao da respectiva intimagado ou outro documento oficial que comprove a tempestividade e das procuracdes outorgadas aos advogados do agravante e do agravado (art. 1.017, I, do CPC). Facultativamente outras pegas podem também serem apresentadas, ou declaradas como inexistentes pelo advogado (art. 1.017, II e III, do cPC)?8. Ademais, 0 recorrente deve realizar a comunicacao da interposigéo do recurso ao juizoa quo (prolator da decisdo), sob pena inadmissibilidade recursal (art. 1.018, § 3°, do CPC). Tratando-se de 24 fase da OAB, sua interposicéo podera ser feita em pega Unica (nos mesmos moldes ja abordados nas acées iniciais) ou utilizagéo em separado (folha de rosto e razes recursais). 9.3.2.2. Efeitos Em regra, o efeito sera meramente devolutivo concedendo ao tribunal a reapreciagdo da matéria decida. No entanto, o desembargador relator podera atribuir efeito suspensivo ou conceder tutela antecipada recursal ao agravo (arts. 932, II, 995, paragrafo Unico, e 1.019, I, do CPC). 9.3.3. Como identificar a pega no exame A identificagéo desse recurso no Exame de Ordem dependeré da existéncia de deciséo combatida. Assim, podemos localizar: ¢ Durante o tramite processual, o juiz prolatou decis&o interlocutéria de fis. ... [...] « Nao concordando com a deciséo exarada pelo Magistrado de piso, Ihe contrata para apresentar pega processual especifica para impugnacao [...] * Considerando que na deciséo nado existe qualquer omissdo, contradigéo ou obscuridade, apresente defesa processual nessa fase [1 * Mesmo tendo requerido e comprovando, o juizo de primeiro grau indeferiu a tutela proviséria/liminar requerida [...] « Tendo em vista o decurso de apenas dez dias, apresente recurso contra a decisdo proferida [...] Todas essas especificidades estudadas para o recurso de agravo de instrumento também poderdo ser aplicadas ao agravo interno (art. 1.021 do CPC) e ao agravo em recurso especial e extraordinario (art. 1.042 do CPC). Apenas atente-se para a modificagéo do enderecamento ao relator (art. 1.021, § 2°, do CPC) e presidente ou vice-presidente do tribunal de origem (art. 1.042, § 29, do CPC), respectivamente. 9.3.4. Modelo estruturado Excelentissimo Senhor Doutor Desembargador Federal Presidente do Egrégio Tribunal Regional Federal da ... Regio (Espago de trés a quatro linhas) NOME DA PARTE, pessoa jurdica de direto privado, inscrita no CNPJ sob o n® ..., com enderego na..., inscrta no CNPJ/MF sob 0 n° ..., vem, por seu advogado, nos autos da Aco... em trémite na..., processo N. ... que move em face da... pessoa juridica de direto pliblco, inscrta na CNPJ/MF sob 0 n®...., com endereco..., vem respetosamente perante Vossa Exceléncia, no se conformando com a r. decisao de fis. e com fundamento nos arts. 1.015 e seguintes do Cédigo de Processo Civi de 2015, interpor o presente Agravo de Instrumento com pedido de tutela recursal, pelas razées de fato e de direto a seguir expostas. I- Do Preparo A Agravante informa que o preparo do recurso estaé anexado a presente, atendido o art. 1.007, caput c/c art. 1.017, § 1°, do CPC. Il - Da Tempestividade © recurso deve ser considerado como tempestivo, na forma dos arts. 231, VII c/c 1.003, § 29, do CPC. Iguaimente, o prazo do recurso em espécie é quinzenal (CPC, art. 1.003, § 5%) e, por isso, © prazo processual fora devidamente obedecido. III — Do Nome e Enderego Completo do Advogado advogado que funciona no processo é apenas o advogado da Agravante, ja que o Agravado no possui advogados constituidos nos autos até o presente momento. ‘Advogado do Agravante: Nome, inscrito na OAB/... sob 0 n® ..., com escritério profissional estabelecido no endereso... IV - Da Juntada das Pegas Obrigatorias e Facutativas A agravante junta ao recurso as pecas obrigatérias e facultativas na forma do art. 1.017, Ie III, do CPC, quais sejam: * procuragées outorgadas aos advogados das partes (CPC, art. 1.017, inc. I); ‘+ peticdo exordial (CPC, art. 1.017, inc. I); + decisdo interlocutéria recorrida (CPC, art. 1.017, inc. 1); + certiddo de intimago do patrono do Recorrente (CPC, art, 1.017, inc. I); Nesses termos, pede deferimento. Local.., Data... Advogado... OAB.../n. ... (Pular para préxima pagina ou Espaco de uma Inha) Razées do Agravo... Agravante: Nome... Agravado: ... Referente: Processo n, ... (nome da ago e comarca) Egrégio Tribunal... Colenda Turma... incitos Julgadores (Espago de uma inha) — Dos Fatos Narrago semehante ao préprio questo proposto, apenas atentando para a nao repetigio de alguns pontos desnecessdrios, como os nomes das Partes (evitar repeticdo de expressdes). (Espago de uma inha) II - Do Direito Nessa oportunidade, 0 examinando deveré expor todos os fundamentos juridios na defesa do recorrente contra a deciso interlocutéria. Realze a subsunciio de normas juridicas ao caso concreto, amoldando-as naquilo que o quesito determinou. Realze a subdivisdo em tépicos para facitar a ktura do tem. Ex.: ILI — Da probigdo de interdigio de estabelecimento / II.1I - Do direito & emisso de certidéo. (Espaco de uma linha) III - Da Antecipagéo da Tutela Recursal (ou Concesso de Efeito Suspensivo) Argumentar utilzando-se dos arts. 932, II, 995, pardgrafo Unico, e 1.019, I, do CPC, determinando como presentes os requistos da lesio e necessidade de reparacio. (Espago de uma inha) IV - Dos Pedidos Diante do exposto, requer: a) 0 deferimento da antecipacao da tutela recursal, com base no art. 1.019, I, do CPC, para que... (expedir certidéo, iberar estabelecimento, suspender a exigbiidade do crédito tributario etc.); b) pltteia, igualmente, a intimagdo da Agravada, por seu patrono regularmente constituido nos autos, para, querendo, responder em 15 (quinze) dias (CPC, art. 1.019, inc. I); ©) © provimento do presente agravo..., para que a respetavel decisdo recorrida seja totamente reformada, uma vez que... Nesses termos, pede deferimento. Local..., Data... Advogado... OAB. 9.3.5. Gabaritando 0 exame Felipe das Neves, 20 anos, portador de grave deficiéncia mental, vem procurd-lo, juntamente com seu pai e responsavel, eis que pretendeu adquirir um carro, para ser dirigido por terceiro, a fim de facilitar sua locomogéo, inclusive para tratamentos a que se submete semanalmente. Entretanto, 0 Delegado da Delegacia Regional Tributaria negou-lhe o beneficio que buscava usufruir, para néo pagar ICMS e IPVA. Este beneficio esta previsto na Lei WWW/00, a qual dispde: “os portadores de deficiéncia poderao adquirir veiculo automotivo com isengao integral de ICMS e IPVA, sendo os carros de producaéo nacional, com adaptacdo e caracteristicas especiais indispensdveis ao uso exclusivo do adquirente portador de paraplegia, impossibilitado de usar os modelos comuns”. Foi impetrado Mandado de Segurancga, com pedido de liminar, para que Felipe obtivesse o beneficio pretendido. Entretanto, o Juizo negou a liminar, referindo que nao se vislumbra a presenca de fumaca do bom direito em que se arrime o pleito liminar referido pelo Impetrante. O fundamento foi o de que a norma isentiva tem carater excepcional e se aplica apenas aos portadores de deficiéncia fisica e néo aos portadores de deficiéncia mental. Além disso, segundo a decisdéo, a norma pressupde que o beneficidrio da isengao esteja apto a dirigir, tanto que é concedido para contrabalancar as despesas na adaptacdo do carro. Trata-se, primeiramente, de opcao legislativa que nao cabe ao intérprete superar. Igualmente, néo demonstrado qualquer perigo na demora da solugao do caso — afirmou a decisdo. Na qualidade de advogado de Felipe, e ciente de que ja vencido o prazo para a interposigéo de eventuais Embargos de Declaracgéo, mas nao superado dez dias da data da publicacéo da decisdo, elabore o recurso cabivel da deciséo que negou a liminar, apresentando todos os fundamentos necessarios a melhor defesa do interesse de Felipe, tanto no que pertine ao direito a ser aplicado, quanto a sua interpretacao. GABARITO: Excelentissimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Tribunal de Justiga do Estado de... Felipe das Neves, nacionalidade, estado civil, portador do Registro Geral n. ..., inscrito no Cadastro de Pessoas Fisicas sob 0 n. ..., representado por..., nacionalidade, estado civil, profissao, portador do Registro Geral n. «+, inscrito no Cadastro de Pessoas Fisicas sob 0 n. ..., residentes e domiciliados..., por meio de seu Advogado abaixo assinado..., procuracéo anexa, com endereco profissional para receber todas as informacées processuais..., vem, respeitosamente, perante Vossa Exceléncia, com fundamento no art. 1.015 e seguintes do Cédigo de Processo Civil, interpor Agravo de Instrumento com pedido de antecipacgado de tutela recursal, em face da decisdo interlocutéria prolatada pelo juizo a quo nos autos do Mandado de Seguranca n. ..., impetrado em face do Delegado Regional Tributario, segundo raz6es inclusas. I—Do Preparo A Agravante informa que o preparo do recurso esta anexado a presente, atendidos o art. 1.007, caput ¢/c art. 1.017, § 19, do CPC. II - Da Tempestividade O recurso deve ser considerado como tempestivo, na forma dos arts. 231, VII c/c 1.003, § 28, do CPC. Igualmente, 0 prazo do recurso em espécie é quinzenal (CPC, art. 1.003, § 5°) e, por isso, o prazo processual fora devidamente obedecido. III - Do Nome e Endereco Completo do Advogado O advogado que funciona no processo é apenas o advogado da Agravante, ja que o Agravado nao possui advogados constituidos nos autos até o presente momento. Advogado do Agravante: Nome, inscrito na OAB/... sob 0 n® ..., com escritério profissional estabelecido no enderego... IV - Da Juntada das Pecas Obrigatérias e Facultativas A agravante junta ao recurso as pecas obrigatérias e facultativas na forma do art. 1.017, I e III, do CPC, quais sejam: + procuragées outorgadas aos advogados das partes (CPC, art. 1.017, inc. I); + petig&io exordial (CPC, art. 1.017, inc. 1); + decisio interfocutéria recorrida (CPC, art. 1.017, inc. 1); * certidao de intimacao do patrono do Recorrente (CPC, art. 1.017, inc. I). Nesses termos, pede deferimento. Local..., Data... Advogado,.. OAB.../N. (Pular para a proxima pagina ou Espaco de uma linha) Razées do Agravo de Instrumento Agravante: Felipe das Neves Agravado: Referente: Processo n. ... (Mandado de Seguranga) Egrégio Tribunal... Colenda Camara... Inclitos Julgadores I- Da Tempestividade Considerando que a efetivacao da intimagao da deciséo agravada ocorreu em..., bem como o prazo de 15 dias estabelecido nos arts. 1.003, § 5°,e 212 do CPC, tem-se como tempestivo o agravo protocolado na presente data. II - Dos Fatos O autor, ora agravante, ingressou com o remédio constitucional do Mandado de Seguranca com pedido liminar, face negativa de beneficio tributario para néo pagamento de Imposto sobre a Circulagéo de Mercadorias e Servicos (ICMS) e Imposto sobre a Propriedade de Veiculos Automotores (IPVA) sobre veiculo que pretende adquirir. Tal requerimento ocorreu em virtude de o recorrente ser portador de grave deficiéncia mental, necessitando do veiculo como forma de facilitar sua locomogdo, inclusive para tratamentos que se submete semanalmente, tendo respaldo na Lei WWW/00. Apés a negativa do beneficio pelo Delegado Regional Tributdrio, ensejando a proposicéo do Mandado de Seguranca, o recorrente novamente fora surpreendido com a negativa da liminar pleiteada, tendo alegado o juizo de piso nado vislumbrar a presenga de fumacga do bom direito para concessao da medida. Em sua deciséo, determinou que tal beneficio, por opc&o do legislador, apenas estaria alcangando os portadores de deficiéncia fisica e nao mental, bem como a necessaria aptiddo para dirigir o préprio veiculo, barreira esta intransponivel para o intérprete. Por fim, ainda alegou a auséncia de qualquer perigo na demora da solug&o do caso. Entendendo nao precisar de corregéo, a decisdo interlocutoria apresentada pelo juizo de primeiro grau, negando a liminar pleiteada, utiliza-se desse importante mecanismo recursal. III - Do Direito da Violacgao ao Principio da Isonomia O sistema juridico nacional determina uma série de direitos e deveres sociais que devem ser respeitados, garantindo-se a coletividade uma conivéncia harménica que vise ao combate entre as desigualdades existentes. A Constituigao Federal de 1988 consagra ao longo de seu texto principios que consagram ideais de isonomia, embasados em um estado democratico e republicano, como a previsdo da igualdade entabulada no caput do art. 5°. No art. 227, § 1°, da CF/88 também podemos observar a preocupacéo do constituinte originario em consagrar a necessidade de protecdo especial ao deficiente fisico, sem realizar distingées entre as espécies de limitagdes (se fisicas ou mentais), como forma de lhe integrar ao seio social e tentar minorar as naturais diferengas existentes. Assim, essas aludidas previsées demonstram como dever do Estado iniciativas para conceder tratamento favorecido aos portadores de deficiéncia, ao lado de outros importantes grupos como criangas, adolescentes e idosos, que necessitam de especial protecao. No direito tributario, o principio da isonomia também se retrata como base dessa seara, na medida em que, de maneira expressa, a secao II do sistema tributdrio nacional consagra entre os principios, 0 denominado principio da isonomia no art. 150, II, da CF, in verbis: Art. 150. Sem prejuizo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado a Uniao, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municipios: [.] Il — instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situagdo equivalente, proibida qualquer distingéo em razio de ocupacdéo profissional ou funcgéo por eles exercida, independentemente da denominacdo juridica dos rendimentos, titulos ou direitos; Considerando os argumentos acima explanados, observamos claramente que no caso em aprego a distingao realizada quanto ao tipo de deficiéncia nao se mostra de acordo com o ordenamento juridico nacional, uma vez que a intencdo do constituinte seria a de protecdo e integracdo de todos, sem excegao. Devemos atentar, ainda, que a previsdo contida no art. 111, II, do Cédigo Tributario Nacional no teria forca suficiente para contrariar os citados dispositivos constitucionais, necessitando do operador do direito, que no caso em comento deveria ter sido o juizo de piso, a integragéo do sistema juridico nacional. Ademais, considerar tal distingdo estaria desprestigiando a prdépria nogao de isonomia tributaria, pois na pratica sujeitos com iguais limitagées (fisicas ou mentais) estariam sofrendo tratamento tributario diferenciado. Dessa forma, considerando que nao deveriam ter sido realizadas distingdes entre as deficiéncias existentes, bem como o preenchimento dos requisitos fundamentais para a concesséo da liminar, faz-se necessaria a reforma da decisdo interlocutéria denegatéria. IV - Da Antecipacdo da Tutela Recursal Apés toda a analise demonstrada acima, percebe-se que os requisitos necessarios 4 concessdo da antecipacdo da pretensdo recursal, segundo determina os arts. 932, II, 995, paragrafo nico, e 1.019, I, do CPC. Considerando que o direito Ihe assiste (fumaca do bom direito), aliado a necessidade eminente (perigo da demora), a ndo concessdo da liminar no mandado de seguranc¢a continua ocasionando uma série de embaracgos ao recorrente. De fato, a nao concessdo da antecipacdo podera causar dano irreparavel ou de dificil reparagéo, uma vez que, conforme ja fora explanado, a utilizagdo do veiculo guarda relagdo com o tratamento de sua deficiéncia. V — Dos Pedidos Diante do exposto, requer seja concedida a tutela antecipada recursal, na forma do art. 1.019, I, do CPC, para fins de antecipar a pretensdo recursal e conceder a liminar para nao submissdo ao ICMS e IPVA. Pleiteia, igualmente, a intimagdo da Agravada, por seu patrono regularmente constituido nos autos, para, querendo, responder em 15 (quinze) dias (CPC, art. 1.019, inc. II). Requer o conhecimento e o consequente provimento do presente recurso para reformar a decisdo atacada e determinar o afastamento do tributo conforme exigido. Nesses termos, pede deferimento. Local..., Data... Advogado... OAB.../n. ... 9.3.6. Enunciados de pecas profissionais A Construtora Segura Ltda. esta sendo executada pela Fazenda Publica Municipal. Entretanto, a empresa havia proposto uma acéo de consignagéo em pagamento, com relagéo ao mesmo débito apontado na CDA que da fundamento a execucao fiscal, tendo obtido ganho de causa, sendo certo que a sentenca transitou em julgado. Ocorre que a Fazenda Municipal, ao invés de levantar os valores consignados, permitindo a baixa do feito, propds a execucdo, mesmo ja tendo ocorrido a baixa da inscrigéo do débito na Divida Ativa Municipal, determinada pela sentenga na consignatoria, que deu por cumprida a obrigacao fiscal da empresa. A Construtora Segura Ltda., expert na matéria, ingressou com excecdo de pré-executividade, que foi liminarmente rejeitada, entendendo o Juiz que o tema deveria ser tratado em sede de embargos, apdés a seguran¢a do Juizo. Prepare o recurso cabivel da decisdo que rejeitou a excecdo de pré- executividade, fundamentando-o de forma completa, registrando toda a matéria de direito processual e material pertinente. GABARITO: A peca exigida no exame foi um recurso de agravo de instrumento com pedido de antecipacao de tutela recursal, nos moldes do art. 1.015 do CPC. Considerando que a excegdo de pré-executividade foi rejeitada liminarmente, a agéo de execucdo fiscal continuou. Se houve continuidade do feito ndo seria cabivel o recurso de apelacdo e sim agravo. Na narrativa do enunciado da questao, a excecao de pré-executividade fora corretamente proposta, eis que houve o pagamento por consignacéo, reconhecido por sentenga, transitada em julgado, desnecessaria a dilacdéo probatéria, conforme referido na SUmula 393 do STJ. Tendo havido o pagamento, a execucao fiscal nao poderia prosseguir, devendo ser extinta. A sociedade empresaria XYZ Ltda., citada em execucéo fiscal promovida pelo municipio para a cobranga de crédito tributario de ISSQN, realizou depdsito integral e opds embargos a execucao. Apés a instrugéo probatéria, sobreveio sentenca de improcedéncia dos embargos, contra a qual foi interposto recurso de apelacdo recebido em seu regular efeito devolutivo (art. 520, V, do CPC). A Fazenda Municipal, apds contrarrazoar o recurso, requer o desapensamento dos autos dos embargos. O Juizo determina o desapensamento e remete os autos dos embargos para o Tribunal. Um més apds, é aberta vista na execuc&o fiscal 4 Fazenda Municipal, que requer a conversdo em renda do depésito judicial, nos termos do art. 156, VI, do CTN, alegando que a execucao fiscal é definitiva e nao provisdria (art. 587 do CPC e Stmula 317 do STJ). O Juizo defere o pedido da Fazenda proferindo decisao interlocutéria na qual determina a conversdo em renda do depédsito e determina a intimacéo das partes para requererem o que entenderem de direito. Nao ha, na deciséo proferida, qualquer omissdo, obscuridade ou contradigéo. Na qualidade de advogado(a) de XYZ Ltda., redija a peca recursal adequada a evitar que haja a imediata conversdo do depdsito em renda. Obs.: a peca deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo 4 pretensdo do cliente, sendo certo que a publicagdo da decisdo mencionada se deu nove dias atras. GABARITO: Tratando-se de decis&o interlocutéria proferida pelo juizo e que enseja prejuizo ao recorrente, a peca processual adequada seria o recurso do agravo de instrumento, nos moldes do art. 1.015 do CPC. Faz-se necessaria a concessdo de antecipacdo de tutela recursal para obstar o levantamento dos valores pela Fazenda. No mérito da acéo, o fundamento estaria no art. 32, § 29, da Lei n. 6.830/80 (Lei de Execugées Fiscais), ao condicionar o levantamento do depésito judicial ao transito em julgado da decisao. O Municipio Beta instituiu por meio de lei complementar, publicada em 28 de dezembro de 2012, Taxa de Iluminac&o Publica (TIP). A lei complementar previa que os proprietarios de iméveis em areas do Municipio Beta, que contassem com iluminacao publica, seriam os contribuintes do tributo. O novo tributo incidiria uma Unica vez ao ano, em janeiro, a aliquota de 0,5%, e a base de calculo seria o valor venal do imével, utilizado para o cdlculo do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) langado no exercicio anterior. Fulano de Tal, proprietario de imdvel servido por iluminagao ptblica no Municipio Beta, recebeu em sua residéncia, no inicio de janeiro de 2013, o boleto de cobranga da TIP relativo aquele exercicio (2013), no valor de 0,5% do valor venal do imével, utilizado como base de calculo do IPTU langado no exercicio de 2012 — tudo em conformidade com o previsto na lei complementar municipal instituidora da TIP. O tributo nao foi recolhido e Fulano de Tal contratou advogado para ajuizar acdéo anulatéria do débito fiscal. A despeito dos bons fundamentos em favor de Fulano de Tal, sua acdo anulatéria foi julgada improcedente. A apelagdo interposta foi admitida na primeira instancia e regularmente processada, sendo os autos encaminhados ao Tribunal de Justica apés a apresentacéo da resposta ao apelo por parte da Procuradoria Municipal. No Tribunal, os autos foram distribuidos ao Desembargador Relator, que negou seguimento a apelacdo sob o equivocado fundamento de que o recurso era manifestamente improcedente. Nao ha, na deciséo monocratica do Desembargador Relator, qualquer obscuridade, contradicéo ou omissdo que justifique a interposig&o de Embargos de Declarac&o. Elabore a peca processual adequada ao reexame da matéria no ambito do proprio Tribunal de Justiga, indicando o prazo legal para a interposicdo do recurso e os fundamentos que revelam a(s) inconstitucionalidade(s) da TIP. GABARITO: O examinando devera elaborar 0 Agravo a que se refere o art. 557, § 12, do Codigo de Processo Civil (CPC/73). Na atual sistematica processual, essa peca processual passou a ser denominada expressamente de Agravo Interno com previsdo do art. 1.021 do CPC. No mérito da questéo, a fundamentacdo seria quanto a inconstitucionalidade da taxa, em razdo da auséncia de especificidade e divisibilidade (art. 145, II, da CF). Nos servicos de iluminagdo pubica, nao existe atendimento aos requisitos necessdrios para instituigdo de taxas, ja estando pacificada sua inconstitucionalidade pelo STF (Sumula 670 e/ou Sumula Vinculante 41). Outro aspecto indevido seria a utilizagdo da base de calculo de impostos na taxa em questao, ferindo a previsdo contida no art. 145, § 29, da CF. Ademais, a exigéncia em janeiro de 2013 também acaba ferindo o principio da anterioridade nonagesimal (também chamada de anterioridade mitigada ou noventena), prevista no art. 150, III, c, da CF. 9.4. Embargos de declaracao

You might also like