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21. 6. 90 ‘Jornal Oficial das Comunidades Europ No L 156/9 DIRECTIVA DO CONSELHO de 29 de Maio de 1990 relativa&s preserigBes minimas de seguranca e de saide respeitantes & movimentagio manual de cargas que comportem riscos, nomeadamente dorso-lombares, para os trabalhadores (quarta directiva especial na acepglo do n° 1 do artigo 162 da Diectiva 89/391 /CEE) (90/269/CEE) (© CONSELHO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS, Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade Econémica Europeia e, nomeadamente, 0 seu artigo 118°A, ‘Tendo em conta a proposta da Comissio ("), laborada apés consulta ao Comité Consultivo para a Seguranga, a Higiene e 4 Protecgio da Satide no Local de Trabalho, Em cooperagio com o Parlamento Europeu (2), Tendo em conta 0 parecer do Comité Econémico © Social (°), ‘Considerando que o artigo 1182A do Tratado prevé que 0 Consetho adopte, por meio de directiva, prescrigdes minimas destinadas a promover a melhoria, nomeadamente, das ‘condigSes de trabalho, a fim de garantir um melhor nivel de protecgdo da seguranca e da saide dos trabalhadores;, Considerando que, nos termos do referido artigo, essas directivas devem evitar impor disciplinas administrativas, financeiras e juridicastais que sejam contrarias & eria desenvolvimento de pequenas e médias empresas; Considerando que a comunicagio da Comissio sobre o seu programa no dominio da seguranga, da higiene e da sade no local de trabalho (*) prevé a adopgio de directivas destinadas a garantir a seguranga e a sade dos trabalhadoress Considerando que, na resolusio, de 21 de Dezembro de 1987, relativa & seguranga, higiene ¢ satide no local de tabalho (°), 0 Conselho tomou nota da intengao da Comis- so de lhe apresentar a curto prazo uma directiva relativa & pprotec¢io contra 08 riscos resultantes da movimentagio, ‘manual de cargas pesadas; Considerando que a observincia das prescrisBes minimas destinadas a garantir um melhor nivel de seguranga e de satide nos locais de trabalho € um imperativo para assegurar a seguranca e a saiide dos trabalhadores;, Considerando que a presente directiva & uma directiva especial, na acepgio do n° 1 do artigo 162 da Directiva ( JOne C117 dea. 5. 1988, p. 8. (0) JO ne C326 de 19. 12. 1988, p.137,€ 36 de 17. 4, 1990, p82. 318 de 12, 12-1988, p. 37. (4) JO n2 C28 de 3. 2, 1988, p. 3. (0) JO n® C28 de 3.2. 1988, p. 1. 89/391 /CEE do Conselho, de 12 de Junho de 1989, relativa A aplicagao de medidas destinadas a promover a melhoria dda seguranca e da saide dos trabalhadores no trabalho (*); que, por esse facto, as disposigdes da referida directiva se aplicam plenamente 20 dominio da movimentagio manual de cargas que comportem riscos, nomeadamente dorso-lor bares, para os trabalhadores, sem prejuizo de disposigies mais restritivas e/ ou especificas contidas na presente direc- Considerando que a presente directiva consttui um elemento concreto no ambito da realizagio da dimensio social do ‘mercado interno; Considerando que, por forga da Decisio 74/325/CEE (’),0 ‘Comité Consultivo para a Seguranga, a Higiene ea Protecga0, da Saide no Local de Trabalho deve ser consultado pela Comissio, tendo em vista a elaboracio de propostas neste dominio, ADOPTOU A PRESENTE DIRECTIVA: SEOGAOT DISPOSIGOES GERAIS Artigo 12 Objecto 1. Apresente directiva, que é 2 quarta directiva especial, rnaacepgio don® 1 doartigo 16° da Directiva 89/391/CEE, estabelece as prescrigdes minimas de seguranga e de sade relativas & movimentacio manual de cargas que comportem riscos, nomeadamente dorso-lombares, para os trabalhs- dores. 2. 0 disposto na Directiva 89/391/CEE aplica-se ple- rnamente & globalidade da matéria referida no n® 1, sem prejuico de disposigbes mais restritivas e/ou especificas contidas na presente ditectiva. Artigo 2° Definigao Na acepgio da presente directiva, entende-se por movimen- ‘agio manual de cargas qualquer operagao de transporte ou TY JOR T 183 de 29. 6.1989, p. 1 (0) JO no L185 de 9. 7.1974, pe 15: Ne L 156/10 sustentagio de uma carga, por um ou mais trabalhadores, incluindo levantar, colocar, empurrar, puxar, transportar € deslocar, que, devido as suas caracteristicas ou a condigdes ergonémicas desfavordveis, comporteriscos, nomeadamente dorso-lombares, para os trabathadores. SECGAO I OBRIGAQOES DAS ENTIDADES PATRONAIS Artigo 3° Disposigao geral 1. Aentidade patronal tomars as medidas de organizagao adequadas ou utilizaré os meios apropriados, nomeadamen- ‘te equipamentos mecinicos, de modo a evitar a necessidade de movimentagio manual de cargas pelos trabalhadores.. 2. Quando nose possa evitaranecessidade de movimen- tagio manual de cargas pelos trabalhadores, a entidade patronal tomara as medidas de organizagio apropriadas, utilizard os meios adequados ou fornecerd esses meios 20s trabalhadores, a fim de reduzir 0 rsco incorrido durante a ‘movimentagio manual dessas cargas, tendo em conta 0 disposto no anexo I. Artigo 42 Onganizasdo dos postos de trabalho Sempre que no seja possivel evitar a movimentagdo manual de cargas pelo trabalhador, a entidade patronal organizaré ‘os locas de trabalho de modo a que essa movimentagio seja0 ‘mais segura e saudavel possive e: 1) Avaliard, se possivel previamente, as condigdes de ‘seguranga e de satide do tipo de trabalho em questo, considerando nomeadamente as caractersticas da carga, tendo em conta o disposto no anexo I; b) Velard por evitar ou reduzir os riscos, nomeadamente dorso-lombares, do trabalhador, tomando as medidas apropriadas e considerando, nomeadamente, as carac- teristcas do local de trabalho e as exigéncias da activi- dade, tendo em conta 0 disposto no anexo I. Artigo 5° Tomada em consideracdo do anexo I Para efeitos de aplicagio do n° 3, alinea b), do artigo 62, do artigo 14° e do artigo 152 da Directiva 89/391/CEE, € conveniente tomar em consideragio 0 disposto no anexo Il, : Jornal Oficial das Comunidades Europeias 21.6. 90 Artigo 6° Informasio ¢ formasio dos trabathadores 1, Sem prejuizo do artigo 10° da Directiva 89/391/CEE, 05 trabalhadores e/0u os seus representantes sero informa- dos de todas as medidas a aplicar, por forga da presente directiva, no que se refere & protecsio da seguranga e da saide. “Asentidades patronais devem velar por que os trabalhadores ‘e/ou os seus representantes recebam informagoes gerais e, sempre que possivel, informagoes precisas, relativamente — 20 peso da carga, — ao centro de gravidade ov a0 lado mais pesado, quando o conteiido de uma embalagem estiver colocado de forma excéntrica. 2, _ Sem prejuizo do disposto no artigo 12° da Directiva 89/391 /CEE, as entidades patronais devem providenciar no sentido de que os trabalhadores recebam, além disso, uma formagio adequada ¢ informagdes precisas sobre a mon ‘mentasao correcta de cargas eos rscos em que incorrem, em especial se essas actividades no forem executadas de smaneira tecnicamente correcta, tendo em conta 0 disposto nos anexos Ie Il. Artigo 79 Consulta e participasio dos trabathadores A consulta ea participasio dos trabalhadores e/ou dos seus representantes efectuar-se-io nos termos do artigo 11° da Directiva 89/391/CEE sobre as matérias abrangidas pela presente directiva, incluindo o$ seus anexos. SECGAO mn DISPOSIGOES VARIAS Artigo 8° Adaptagio dos anexos ‘As adaptagées de natureza estitamente técnica dos anexos | fell, em fungio do progresso téenico, da evolugio das regulamentagies ou especificagées internacionais ou dos ‘conhecimentos em matéria de movimentagio manual de ‘cargas serio adoptadas de acordo com 0 procedimento previsto no artigo 17° da Directiva 89/391 /CEE. 1. Os Estados-membros porio em vigor as disposigdes legislativas, regulamentares © administrativas necessirias para dar cumprimento & presente directiva, o mais ardar até 31 de Dezembro de 1992. 21. 6.90, esse facto informario imediatamente a Comis 2. OsEstados-membros comunicario & Comiss40. texto das disposigbes de direito interno jé adoptadas ou que venham a adoptar na matéria regulada pela presente dicec- 3. De quatro em quatro anos, os Estados-membros apresentardo a Comissio um relatério sobre a aplicagio pritica das disposiqées da presente directiva, indicando os pontos de vista dos parceiros sociais. ‘A Comissio informard desse facto o Parlamento Europeu, 0 ‘Conselho, 0 Comité Econémico e Sociale o Comité Consul- tivo para a Seguranga, a Hisiene e a Satide no Local de Trabalho. Jornal Oficial das Comunidades Europeias NEL 156/11 4. A.Comissio apresentard periodicamente ao Parlamen- to Europeu, ao Conselho ea0 Comité Econdmico e Social um relatdrio sobre a aplicagdo da presente directiva, tendo em conta o disposto nos n’* 1, 2 € 3. Artigo 10° (Os Estados-membros sio destinatérios da presente direc- Feito em Bruxelas, em 29 de Maio de 1990. Pelo Conselho 0 Presidente B. AHERN NOL 156/12 Jornal Oficial das Comunidades Europeias 21. 6. 90 ANEXO 1(*) ELEMENTOS DE REFERENCIA (NE 2 do artigo 3°, alineas a) eb) do artigo 4° e n? 2 do artigo 62) 1, Caracteristcas da carga A movimentasio manual de uma carga pode spresentarum risco, nomeadamente dorsoombar, ns sepuintes = carga demasiado pesada ou demasiado grande, = carga muito volumots ou difcl de agarar, — carga em equilbrio instivel ou com conteido sujeto a deslocages, — carga colocada de tl modo que deva ser mantida ou manipula torgio do tonco, a distincin do tronco ou com flex — carga susceptvel, devido a0 seu aspocto exterior e/ou 4 sua consisténcia, de provocar lesOes 0 ‘abalhador, nonteadamente em caso de choque. 2. Esfogo fisco exigido Um esforo fisco pode apresentar um rsco, nomeadamente dorso-lombar, nos seguintes casos: — quando scja demasiado importante, = quando apenas possa ser realizado mediante um movimento de torso do tronco, = quando possaimplicar um movimento brusco da carga, = quando sj efectuado com 0 corpo em posigio instive. 3. CondigBes de trabalho [As condiges de trabalho podem aumentar 0 sco, nomeadamente dorso-lombar, nos seguintes casos: = espago live, nomeadamente vertical, insficiente p — pavimentoiregular e que, portant, impique iscos de ropecar ou escoreegadio para ocalgado tilizado pelo trabathador, ‘o exerci da actvidade em causa, — local ou condiges de trabalho que nio permitam 20 trabalhador movimentar manvalmente as cargas uma altura segura ou numa postura corsecta, — pavimento ou plano de trabalho com desniveis que impliquem a movimentacio manual da carga em ‘Siversos nies, = pavimento ou ponto de apoio instiveis, = temperatura, humidade ou circulagio do ar inadequadas. 4, Enigincias da actividade [A actividade pode apresentar um rsco, nomesdamente dorsoombar, quando implique uma ou mais das seguines exgéncia — esforgos fsicos que solicitem, nomeadamente, 4 coluna vertebral, demasiadamente frequentes ou ‘demasiadamente prolongados, = periodo insuficiente de descanso fisioldgico ou de recuperagfo, istncias de elevaso, absixamento ou transporte demasiadamente grandes, = cadénciaimposta por um processo susceptivl de ser controlado pelo tabalhador. ‘7Faa sie mlifaccoval, podem ers simulanenments em consierjto os dives elementos constates dos anexos el 21. 6.90 Jomal Oficial das Comunidades Europeias NOL 156/13 ANEXO I1(*) FACTORES INDIVIDUAIS DE RISCO (Antigo 52 e n2 2 do artigo 62) (© tabalhador pode corre ritcos nos catos sepuines: — inapridio fica para desempenhar a tarfa em questio, — inadequasio do vestuério,ealgado ou outro objecto pessoal usados pelo trabalhador, — insufcitncia ou inadequagio dos conhecimentos ou da formacio, ‘Fy Fars uma anilce maltcrova podem ers simultanesmenteem considerasso os divers lementos constants dos anexos ci

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