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” fo | 10 | | aaa) Processo de avaliag¢o @ processo de| aprendizagem O tieto deste capitulo jd € uma mensagem. Dizemos que von vrata da wvaliagio e de imediato nfo apaece referencia prove 0” as edenicas aaitivas em seu hgar surge a questo do proce de avaliagdo aiado a0 processo de aprendizagem- Como jd percebemos, todo este livro ‘estd voltado para 0 proces so de aprendzager de nos aunes do esino superon «<8 no podera ear ausente quando vamos dgcui 2 questio da avalaglo. ‘Com efito, os profesiors do ensino suptior © dspussso® * faaer todas a alteragées que vimos deendendo 20 longo estas pégi- vas mdificando suzs aula, clizando de novas tecnologia selecio- sa Jo contedossigificatves, desenvolrendo wm reacionaneh® adulto com a turma, pondo ém p ica uma mediacio pedagégica € ‘ao final ndo alterasse a avaliagio, ou seja continuassem fmendo wma avaliagio como em geral se fazer nas instituig6es, eu diria que em ed ea adiancado todas as mucangas, pois para.o alun0 tudo conti- sia sendo decidido nas proves ¢ todo 0 tabalho inovador © parti- cipante durante 0 ano nfo teria tdo nenhum outro valor, Esse com- poramento sia 0 mesmo que colocar uma Pé de cal sobre as inova- oes pedagéics € mais wma vex perder 2 confians2 dos alunos. 145 i Esta reflexio inicial nio é exagerada, nem descabida, uma vex que o risco & muito grande. Jé examinei uma'pesquisa de mestrado que procurava demonstra a validade do uso dé tecnologia de infor- magio e comunicagao para aprendizagem dos alunos em curso de rmatemética, porém, em determinados resultados, nesperadamente a hipétesendo se confirmava. Discutindo com a mestrands ficou claro que o problema viera da nio-adequacio do processo de avaiagéo @ todas as inovagGes que haviam sido realizadas. ‘Vamos desenvolver este capitulo em duas partes: — Processo de avaliagior conceito e printipios norteadores = Técnicas avaliativas ! |. Processo de avaliagéo: conceito principios norteadores \ [esse itern vamos procurar refletirsobre o conceit de avaiagio aque temos, Em gerd, ee oi formado com bage em nossas xperién- Gas escolares, que nem sempre foram gratifigantes; mediante 2 ob- servagio de como faziam nossos profesorese através da imitagio da aueles que, em nosso modo de entender, melhor avaliavam. E como E esse conceito? i AV «PsN AIR JA: Avaliagio 4 prova + nota, que le ‘vam o aluno a uma Aprovasio ou a uma Reprovacio. Em qualquer siruagdo 0 aun se sente Julgudo (A) pelo profesor, de cxjos cx- cérios depende para “passat”. t Se pergundasemos 20s alunos © que € avaliso para eles ex aque obteriamos uma respost muito diferente da que apresntel act mma? Acredito que néo. Ese insistlssemos perguntando qual dos ele~ mentos consantes da expresso acima é6’mais importante, terfamos divide de que a respost sera: a nota? Basta nos lembrarmos das ati tudes dos alunos quando nfo obtém a nota para passa: “Professor, 146 que posso fazer para arredondar minha nota e passar de ano? Um trabalhinho? Outra prova? Uma nova série de exercicios?”. Fazse qualquer coisa para se trar a nota necessria para passar de ano, Se finéssemos agora a mesma pergunta aos professores: 0 que voct entende por avaliagio? A resposta seria diferente daquela dada pelos alunos? Alguns acham que sim, Eu preiro vera prtica, Um professor que, considerando-se 5,0 a nota minima para aprovagio, aprova alunos com nota 5.2 ou 5.4, ¢ reprova com 4,8 ou 4,6, € se dispbe a discutr com 0 aluno porque foi 5,2 € ndo 5,5, 4,8 ¢ mio 5,0, 4,6 € n&o 5,0 est4 demonstrando a0 aluno que ele também se orienta pela nota. E 0 que representa a nota para o professor? Mesmo que provenha das mais aperfeigoadas formulas para se calcu lar, a nota nfo representa sendo 0 cmputo ou indice de acertos¢ er- ros que o aluno teve em uma, duas, trés ou mais provas. Nada mais do que isso. E € 0 que o professor valotiza. Caso contritio, professores que aprovam alunos com nota 5,3 € reprovam com 4,5 teriam dificuldades para responder 2 seguinte questio: qual a diferenga de aprendizagem © competéncia part 0 exercicio da profisso, para a qual a disciptina ministrada colabora, centre um aluno que tirou nota 4,5 ¢ outro que tirou 5,3, 2 tal ponto que um possa continuar seus estudos e outro deva repeti-los? “Afinal,o que estéfaltando no conceito de avaliagSo expresso nas atitudes tanto de alunos como de professores? Esté faltando o ele- ‘mento fundante da avaliaggo que ¢ a aprendizagem. Nem mesmo os alunos esto preocupados com aprender, pois 0 que thes interesa €a nota. Quanto aos professores, acredito que estejam inceressadas em {que 0 aluno aprenda sua matéria, mas os instrumentos que utllza para avaliar nfo leram em conta 0 proceso de aprendizagem. Por exemplo: sfo provas ou trabalhos, em geral, voltados pare medir in- formagées que os alunos disponham em determinado momento, em ‘Greunstincias de tenséo, nervosismo, por vezes provocadas pelo mesmo “7 BaQcQr--- §»}.- } professor, em alguns momentos, durante 0 ane, Nem os demais as- pectos importantes da aprendizagem como competéncias, habilida- vrs atitudessio avaliados, assim como 0 procesto de desenvolvi- mento do aluno também nao € acompanhado. Na verdade, a5 atividades na escola acdntecem em dois movie rmentos paralelos e nao integrados. Um ¢ 0 das atividades desenvol- vas durante a maior parte do tempo nas aulas ou em atividades fora delas este tem pouco ou nenhum valor quando se wats de ava- Taedo, pois para nada & considerado, Outro o movimento dis Pro vas, que acontece no menor espago de tempo <= considerarmos 0 ano leivo, mas que tem todo valor porque decide a aprovagio ou re- provagio. E agora pergunto: em qual dos dois momentos corre 0 proces so de aprendizagem? $6 no primeiro? 86 no segundo? Certamente whos dois momentos juntos, desde que extejainintegrados, isto & que a avaliagio acompanhe 0 processo de aprendizagem, valorizando todas as atividades que se realiam durante 9 pertodo letiv, ¢ a5 r€¢- micas avaliativas sejam usadas para ajudar 0 aluno 2 aprender € 140 apenas para clastifcé-lo em stuagio de aprovacio ¢ reprovacéo. Por iso, a seguir, vamos refletr sobre a proceso de avaligao de aprendizagem e de téenicas avaliativas, | lla. O que se entende por processd de avaliacdo de aprendizagem num Curso superior? ‘Na pric dcene ja pla cla escola ja plas experincias pases, ja pela wadigio dee cuncs univesirce « anliegie ne onsigo aida de nota, de poder, de aprovasio ou eprovaio, de au toridade, de dlassificacio de alunos para os mais diversos fins. “Todos of professores querem que seus alunos aprendam, mas am todos esto atentos 2 algumas caacteristicas do proceso de aprendizagem. Embora na teoria slbam que as pessoas #80 diferen- v8 tex, nfo sio homoggneas, que os ritms de aprendizagem van de individuo para individuo e até mesmo no proprio individuo, depen- dendo de uma strie de circunstincias, no entanto agem de forma conwadit6ria ao elaborar um plano para rodo o grupo, Sem flexbili- dade para riemos diferentes ence os alunos, para siuasoes de exo, par difculdades matores na conseeusio dos objetivos. Quando se vie conta dessas questbes,cratam-nas como problemas que aPsis- em quando nfo deviam e sorgem pare complica 38 atividades do- centes ou atrasar 0 prograrma. ‘A imagem que se tem de um proceso de aprendizagem éseme- thante a uma lina diagonal, em continua ascensio, com OW mento uniforme, sem obsticulos ou dificuldades ¢ que s¢ destina 20 vnfinito. Questionados,percebemos que ese proceso de aprendiza- gem & ascensional e continuo, mas sabemos também, até por expe- iéncia pr6pria, que nfo se fez tal caminho sem dificuldades, sem das e vindas,e im com muitos eros €cOreRbeS, As ves COM FSH Tentidéo, outras, de forma muito répida, © movimento ascensional rao é uniforme e sem obstéculos. E 0 que nos mantém nesse Poo so? © que nos incentiva para nfo desanimarmos nesist aprendiza- gens? O que nos acompara neste caminhar Pars & frente? Bo pro- cesso de avaliagio. “Eta com efit, a primeira grande caraceritce dem proven de analiage: estar iserado ao proceso de aprendizager cme 27 lee «ca de incentivo e motivago para a aprendizager Feta 2 pri vrs diferenga em nossa prtic: nfo estamos aostumados 2 ¥ ¢ avaliagfo como incentivo 3 aprendizagem ¢ sim como identificadora de resultados obtidos. Ua segunda caracertica decome da primeira: om feito, como o process de avaligio poderd incenivare mosivar 0 Psses® de aprendizagem’ Delo acompanhamento do apres om todos 05 mo- smentos de seu proceso de aprendizager, sea quando ee s desenvolve 69 EsS—— “‘_ muito bem e alcanga os objetivos esperadas pare aquela atividade proposta,seja quando no conseguit realizar a tarefa, realizou-a in- completamente, ou até a cumprt mas 10 conseguiu atingir 0 sbjetivo propoxo € necesita de informagies ¢ otientagBes que © sjudem maquele momento 2 comigit 38 fallias, completar 0 que fal- vou ou mesmo refer a atividade soiciada, ou ainda fazer oura veividade que o aude melhor a aprender o ae precisa sa informage no poderd vir depois e pen 0% forma de nota, pois esta nao oferece as informagbes que citei cima. E preciso que venha rnediasamene e como informatio decriting, crits OM oval, que per- snita o dilogoensre profesor ealunc. Ao abun, para iperceber 0 inte- vase do profesor pela sua aprendizagen © nao Pens Py smelhorar sua vata; ao profesor, para ecoler mel rensapdo para aguele alo ou para aquele gripe “Trata-se do feedback continuo, presente em rodas a ocasises do proceso de aprendizagem,¢ndo apenas os mom, esporddicos dde uma prova, sea cla mensal bimestral ou semestral, pois, tomas outras, muita coisa se aprende qutra nos ¢ smuitas destas vedo foram ¢ no serdo jamais recuperadas, Néo preciso dar exemplo disso, nds mesmas professores somos exsimplos ¥iv0S do que estou falando. ‘Coan esa craceitica, 0 proceso aaliatvo ganha wma dimen- do diagnédstica porque permite veificar 6 aprendizagem esté sendo alcangada ou nfo, €0 porqué; uma dimensso prospectiva quando ofe- vncrinformagbes sobre © que se fet dal por diante ara OA conti- seni do proceso de aprendizagem até singir 0° objerivos finals uma dimensio de avaliacio formativa enquanto acompanha © aprendiz durante todo o processo,€ em todos os momentos. “Temos inssido em que 0 proceso de avaliagdo cre incegrado ao processo de aprendizager. Este resulta da inter-relacio de, pelo + eg, us elementos: o ano que procura aqui aptendizagenss 150 « profesor, cujo papel 60 de colaborat para que o aluno consiga seu intento; € umm plano de atividades de apresente condigées bisicas © afientes que sendo sedis, permit 29 aprendiz atingir eu objetivo. ‘Assim sendo, 0 proven de aualasde 9¥# procura afeecerelemen- tos para verifcar sea aprendzagen ‘ard se veaizando ow no deve cm ver em see bojo wma andlve nao 3 do desempenho do aluno, mas vr aim do desempenbo do profesor «dt cadequaao do plano aos obje- tives proposto Hi que se avaliar 0 desempenbo 40 alana; isto 6 se 0 auno realic gaa nfo 0 que foi plancjado © s€ 9 realiza adequada ou inadequa- damente. "Tal afirmagio questiona o modo de s* de muitos professores que, por sua experiencia, © dem capazes de identificar logo 29 vila do curso, decorridas as primeias semanas, 08 que “no que- vem nada com nada”. E mediante ess primmeiras impresses fot" Jam seus alunos € 0s dlassificam idefinitivamente numa ou noutrl categoria, permitindo que es ‘dassificagéo condicione dal para * frenve sew reacionamenro com cS as conseqiéncias dessesjulgamentos 4 7797 séo bem conheci- dus: ox alunos julgados bons u srios te pravcamente garantda sua aprovacio, porque até mesmo seus erros ou suas faltas serd0 relevados, aos julgados malandros ou que “no ques nada com nada” terio Me lurar e muito contra ma eprovasso quae carta ‘A afirmagéo questions também outa atitude de professores que afr set capazes de jugar 20 final do seme ‘ou ano quais alu- vse devem ser aprovados ou reprovados ‘analisando “no conjunto” (entendase: de modo geal) seu aproveitamento ou no do curso sinistrado. Quando falamas qe 0 proceso de avaliagio deverd ester voltado para o dexmpenko do alan, eres: dizer que importante acompa- 1st harmos tu desenvolvimento, pelo desempenbo concreto em cada wma das atvidades,e procurarmas 0 miximo de objeividade para colaborar- ‘mos com a evoluséo do priprie aluno em directo aos objetivos. ‘Mais uma vez: no se trata de ter uma para lhe dar uma nota, entio, aproviclo ou nio. Trata-se de sabe- rem, 0 professor ¢ 0 aluno, se as atividades propostas foram bem executadas pelo aluno e se isso o ajudou ou nfo a crescer e aprender. ia geral sobre o aluno Na segunda hipdtese, 0 que este aluno, considerado bom ou nio, deveré fazer para aprender o que the foi proposto. Héé que se avaliar 0 desempenho do professor. Nao me refiro aqui a certos tipos de avaliacio de professores que so realizados em final de semestre ou de ano, quando instituigbes ouvem os alunos com 0 objetivo de decidir sobre continuidade ou nio de contrato do professor. Também néo me refiro aquelas avaliagbes dos professores por ocasio do final da matéria, mas antes de dar as notas, querendo ouvir os alunos sobre sua disciplina e sua atuagio como professor. Essa sitagdo € por demais constrangedora para os alunos. Refiro-me a uma situagio de avaliagio do desempenho do pro- fessor dentro do processo de aprendizagem: Isso quer dizer que 0 professor deve buscar informagies com seus alunos sobre as agées, atitudes eos comportamentos que ele vern fendo perante os alunos individualmente ou em grupos ¢ que estio colaborando ou néo para © processo de aprendizagem. A avaliacio nfb é para saber se © pro- fessor é “bonzinho”, se ¢ “legal”, se “bate papo na hora do interva- lo”, se € simpético, se “topa brincadeiras” ett. A avaliagao deve inci- dir sobre 2s agGes que 0 professor vem realizando em classe ou fora dela, as quais ajudam ou nao os alunos em seu processo de aprendi- zagem. Essa & a informagio de que o professor precisa para refletit sobre como melhorar sua colaboragao como docente. 152 Com efeito, muitos casos de néo-aprendizagem se explicam do por um desempenho inadequado do aluno, mas por uma falta de preparacio do. professor, sua improvisagao, falta de planeja- ‘mento, falta de flexibilidade na aplicagéo de um plano, textos mui- to Tongos ¢ em grande quantidade, ou textos muiro complexes, desconhecimento ou ndo-aplicagio de técnicas pedagégicas ade- quadas 20s objetivos propostos, por comportamentos preconcei- tuosos do professor. Por isso ha necessidade de se avaliarem as agbes do professor. Su- iro que se fagam avaliages duas vezes em cada semestre, com um in- tervalo de mais ou menos dois meses entre elas, de tal forma que as sugestBes de mudanga possam ser vibilzadas ainda naquelesemestre, ode-se organizar uma técnica de grupos que se misturem duas ‘vezes, na auséncia do professor, para que tenham maior liberdade de cexpresséo ese sintam mais 8 vontade. Nao interessa a0 professor saber quem disse 0 qué” sobre suas ages, mas quais informagées podem set trazidas para ajudéclo a melhorar seu desempenho perante aquele grupo especifcamente. Com essas informag6es dialoga-e com os alu- nos para se verificar 0 que & possvele necessirio ser alveado, HA que se avalar a adequagio do plano estabeleide, Mesmo quando fazemos 0 plano do curso juntamente com os duno, sa m= plementagio pode trazerdificaldades, por exemplo, com a téenicas escolhidas, com os textos selecionados, com a organizagio das ativi- dades, com o contetido que se propée, com o processo de avaliagéo que 3 institu de far, com 0 cronograma etabelecdo, Quando fatos como estes ¢ outros semelhantes se sucedem, 0 néo-aproveitamento no proceso de aprendizagem por parte dos alunos acontect«,entéo, rio por responsibilidade ou alguma deficéncia do aluno, mas por quesises do préprio programa, que necesita de urgente modificado. 153 Sugere-se, assim como se fez com a avaliagio de desempenho do professor, que durante o semestre se proceda a uma avaliagto do pro- grama a cada dois meses, ouvindo os alunos ¢ com eles debarendo so- bre como © programa esti favorecendo a aprendizagem, ov que difi- culdades ele ver apresentando, para se verificar as posstveis mudancas -hecessérias ainda para aquela turma. asa observagio & cabtvel porque conheco muitos professores aque faxem tal avaliagio 20 final do semestre ou do ano, cohendo in- formagbes para planejat a disciplina para 0 préximo ano. A atitude € louvavel. O isco que se corre é que as observagées feitas por uma ‘ura podem no ser interessantes para ogtra turma, una vez que (s grupos so muito diferentes entte si, Daf a necessidade de usar mos as informacBes para alteragbes possiveis mas atividades com @ ‘mesma turma que as apresentou | processo continuo de avaliagio deverd contar com @ hetero € ‘auto-avaliagdo, Heceroavaliagio quando se|recebem informagdes de utras pessoas que colaboram para o desenvolvimento do processo de aprendizagem. Podem sero proprio professor, os colegas de cur sma em atividades coletivas, profissionais ou especialistas quando em visitas técnicas, sites programados etc. Entende-se por auto-avaliagio a capacidade das pessoas de se aperceberem de seu processo de aprendizagem ¢ serem capa7es de ‘oferecer a si mesmas as informagées necessdrias para desenvolver suas aprendizagens. Capacidade esta que exige © desenvolvimento de habilidades como a de observar-se a si mesmo, comparare relacionar seu desempenho com os objetivos propostos; aitudes como honesti- dade pessoal para reconhecer tanto seus sucessos como stas falhas, cevitando as tradicionais desculpas que todos conhecemos. Isso estd muito Tonge do que, em gera, se pensa ou a: vezes até farcom o nome de auto-avaliago: entegar uma folha de papel em bran- 154 co para que o aluno se aribua uma nota em tal discipina, now esta que ser Jevada em conta quando o profesor for dar a now definitva, Mais uma vez: nfo estamos falando de nota. Estamos flando de informag6es para aprendizagem. Trata-se de uma atividade que para ser realizada com eficécia supée a existéncia de um clima de coope- racGo € confianga entre professor ¢ aluno; mas que, ocorrendo, se constitui num dos instrumentos mais preciosos para que 0 aprendiz rome consciéncia do processo de aprendizagem e asuma sua partici- pacio nele. Em geral, 0s alunos nio sabem fazer uma auto-avaliagio. E ne- cessirio aprender. Para isso, ¢ necesséria orientagSo para as primeiras ‘yezes. Aprendem na tercera ou quarta auto-avaliagio. Sugere-se que se fagam de duas a és auto-avaliagbes por semestre. ‘Como orientat a8 primeiras auto-avaliagSes? Deixar bastante aro para os alunos os pasos que deverio seguir na redagio da auto-vaiagio: + Colocar claramente os abjetivos que deveriam ter sido apren- didos até aquele momento da auto-avaliacéo. + Identficar pelas atividades realizadas ¢ pelos feedbacks do profes- sor ou dos colegas quais dos objetivo foram alcancados. «+ Identificar 0 que em seu trabalho ¢ em seu envolvimento pessoal faciitou a consecucio dos objetives. + Tdentificar 0 que em seu trabalho e em seu envolvimento pessoal impediu ou dificulrou a consecucio dos demais objetvos. + Que outras aprendizagens adquiriu além daquelas previstas? + Quais as sugest6es para melhorar seu envolvimento e sua par- ticipagéo na préxima unidade? ‘Mesmo com essa orientagées ou com outras semelhantes, vamnos perceber que o aluno dificilmente conseguiré fizer uma auto-avaliagio na primeira oportunidade, Nesta, em geral, ainda vai prevalecer uma avaliagio das aulss, do curso, dos colegas, do grupo, do profesor, menos dele proprio. Sugestio:lé-se a auto-avaiacio e pede-se que seja refeita caso nfo se constitua como tal. S6 assim ele vai aprendendo. 155 ee proceso de avaliagio precua er planejado, Nao poderé acon cer seguindo a inércia da marcagio de provas pelo professor ou pela insttuigéo que obedecem apenas @ um cronograma, sem nenhuma telaggo com 0 processo de aprendizagem., Nao se pode continuar com dois processos seguindo paralelamente: um de aprendizagem © outro (independente) de avaliacéo. De que critésios vamos langar mo para planejar a avaliagio? Em- bora a resposta possa parecer Sbva, vale @ pena alguma consideragio. Com efeito, se trabalhamos para aprender e aprendizagem se cor orifca em objevoseducaconas a seem aléanades, precios saber se esses objetives foram alcangados ou no.) Conseqentemente, estes [eto os crtétios que nos orientarfo para planer a avalacio. Sio os objetivos que dizem “o que vals”, “de que forma avalias" “qual instrumento ou técnica utilizar para avalia’, “o que registrar ¢ de que forma’, “como discutir 0 aproveitamento da atvidade” ¢ “qual encaminhamento” a ser combinado com o aluno tendo em vista 0 reiniciar do processo de aprendizagem. ‘A dareza quanto aos objetivos a serem alcancados ¢ como serdo avaliados & de fundamental importincia para alunos ¢ professor, para Ihes ofetecer seguranga quanto 20 comportamento de ambos: 0 ‘aluno sabendo aonde deveré chegar ¢ que passos devert percorrer paraiso; 0 professor sabendo quas as apreidizagens a serem obtidas pelo alano por meio de que referenciais poderd pereeber se de faro foram ou nio atingidas. | Em todo proceso de avaliagio requerse uma capacidade de obser- ato e de regsto por parte do profes e, se pastueh por pare do aluro também. Como dissemos, 0 procssso de aprendizagem & dinémico ¢, em gerl, ascendente em diregio aos objetivos proposos. Néo se trata, porém, de um movimento ascendente linear. Ele se compoe também de desvios e retrocessos, Todavia, sempre exige, por parte do professor, uma cuidadosa abservasio(e sabemos que esta uma habi- Tidade que precisa ser aprendida), sobrerudo quanto a0 que se relacio- 156 sna com a aprendizagem, bem como uma troca de idéias ene profes- vor ealuno para encaminhamento posterior, que rato podetk servir para que o aluno se desenvolva mais ¢ com maior rapidez, como para que cle ou o professor cori determinada falhas em seus desempe- ‘nhos, ou o plano seja mais bem adaptado. seas observacées precisam ser transformadas em registtos que petmitam ao professor ter dados coneretos sobre 0 desenvolvimento wre cada aluno, e condigSes para encaminhar uma entrevista ow um camenniio por escip a ele procurindo oxenté-o individuslmens fou em grupo, de forma concreta, objetiva ¢ dire. Sem um registro que possa ser manuseado repidamente ¢ Com Gur noe peta, sem nenhuma comlexiade dar uma nom os Com efeito, a auséncia de registro: «fark com que 0s encaminhamentos ¢ 25 orientagéesrendam para generaldades, que tanto podem servr para todos os alu- ros como para ninguém; «+ nos impedird de, como profesores, darmos nossa orentasao precisa para que cada aluno poss cosigix sus flhas¢ obter sua aprendizager; «-diffeultrd a percepgfo da dindmica do proceso de aprendi- zagem dos alunos. Os dados registrados consttuirgo nosso banco de didos que dark o cardter de objetividade a nossa avaliagio. como fica a questi da nota nese proceso? notay 0 conc (4, 5,0), aprovado e nfo aprovado, sempre esto presemes nas ny tirigGes de educaglo. A exsténcia desessfmbolos nfo ¢ problema. [A questo ¢definir 0 que eles deft dever represenrar 157 PE —_[_~_ ©} © Se. significado for apenas o indice de aerts ¢ eros que aluno teve em uma ou diferentes provas ou trabalhos e sua média, da ndo se colocam de modo coerente com os prinfpios que vimos de- senvolvendo e defendendo a respeito do processo de avaliagae. ‘A nota ou 0 conceit deverd simbolizar 0 aproveitamento que © aluno teve em todo 0 seu processo de aprendizagem. Em realidade, significa valoriza todas as atvidadestealizadas durante 0 proceso» de tal forma que a prova mensal ou bimestral néo seja 2 nica ou @ riais importante para definir a nota, pois np momento em que iso ‘corer, automaticamente se desvalorzario as demais atividades que séo fundamentais para a aprendizagem. ‘As sugestBes que oferecemos para ao mésmo tempo atibuirmos sama nota ou outro simbolo a aprendizagem ¢ valorizarmos rodo © processo (nfo serio certamente as nica) sto dus. [A primeira é pontuatmos todas a atividades realizadasincluin- do-se as provas mensis ou bimestras, mas como uma das atvidades com valores semelhantes 20s de outras, ¢ mediante essa portuagio se chegar a uma nota ou um conceito. Essa sugestdo ja é usada por vé- tios professozes com resultados positives. Pesoalmente, nfo fai feliz trabalhando dessa forma. Meus alunos no se desprenderam do con- ore de nota e continuaram a calculsla ¢ estudar em fungéo dela Nao consegui que os alunos se interessassem por aprender, ‘A segunda &2 que melhor se adaprou ap meu trabalho, Organic ei dscplina em trés ou quatro unidades de trabalho por semestr Para cada uma definimos claramente os objecivos 2 serem alaanca- ddos, combinamos as atividades ¢ estratégis que irfamos realizar, se- lecionamos 08 conteddos € acertamos como seria 0 proceso de ava- Tilo, Cada atividade merecia um comentirio descritive por eserite ow oralmente, do professor ou dos colegas, acerca de os objetivos cetarem sendo alcangados ou nfo, € se 0 diagnéstico fosse negativo, smediatamente apresentavam-se sugetées de como corrgir ou nova oportunidade para refazer 0 que havia sido pedido. Os feedbacks | 158 sem diivi- seviam sempre vltados para o crescimento ou nfo do aluno ¢ Pars rnovas oporcunidades de aprender. Ao final de cada unidade, profes- a ireene atingidos ou nio. ‘No término do bimeste ou do semeste, conform exgéncia da Tnstugio,fecho a avliagio,juntamente com 2 auto-avaliagio dos varnae deade que els jé team aprendido a realit-la bem, Fane not cm eonjunzo uma descrigfo de como se desenvolveu 0 proceso de aprendizagem durante aquele perfodo, conforme jé comentado, € peseamos uma nota ou um conccito que represente aquilo que foi aprendido durante o perfodo, Em minha expetiencay Pouce foram tr casos em que este processo nfo deu certo. Na sua quase rotalida- de, of resultados foram satisfarérios. Il, Técnicas avaliativas ‘Apés as consderagbes sobre 0 concsito © proceso de avalagio, surge invaravelmente uma pergunta: como colocar as princlpios em privca? Um dos caminhos & 01 corre das ences cvaliasina. ‘Como vimos anteriormente, ‘técnica € um instrumento € como tal precisa estar adequada 2 um objetivo determinado ¢ ser eficiente na ealaboragio. Como a avalagfo é um proceso em funsio a aprendizagem, dedu-se que os objetvos da aprendizagem sio os que Pirntrao a véenicas avaliatvas. Como 0s objetivos educacionals so dveros,vdras e diferentes também serio as téenicas que neosssitare: ros usar para avaliar cea aprendizagem etd send obtida ov no» No quadiro a seguir organizamos dlgumas téenicas avalitivas re lacionando-as com diferentes objeiver. Néo bi a pretensio de que este quadroapresente um resumo de rodas as ténicas avaliativas. Para més ele epresenta apenas um ponco de partda para ina male Yate do no emprego de ténicas avaliativas um estimulo para adapté-las &s rossas sruacBes concretas € um incentivo para ciarmos nov. 359 “Técnicas de avaliagdo, relacionadas com objetivos ¢ com ‘0 que se avalia, ¢ indicagao de quem avalia ‘Artigéo | _Obivoe Tenis ‘Araliadores “Conbetimenes [Prova docu, diverge x [Profesor cio Y |aluno Prov oa caerita Prove objets: "guste de heumas guste owverdadece a T gues de suigh cota Desempenko ee a mene Tide [Rpts denen cps [Pfr ae Lita de veriarse Jalno Prova peice Thinker [Promo easevits | |Pofewor Didi de euro Jeo Prova daca, sera 92 Regi de incideses eon ‘Rance dos [Po | pete | een jane [idcadares do apevciancio | cla Debates Profesor | lune Contnn ov [Dea Tepes em | couistnda lees Plane ineerna | prrafessores Ralionamento [sesionsio Prfewoe com os ches Debus lane do aro elon S |etets de ea (| Deparameno Direrores Finnie de [Pangaea de icipiay —|Condemadr sine _[Enteevina | redasee Obserato | [chef de 1 Beperameso lcominses ex © | gids de curso Desempenho | __|alsee (do Profewor | Aavdade de [Relate [Deparameno| Tr |Pabaee Gos aig cc) | Combe cleade Teves defends reponsivd pelt |Concaros pecuis, Paricigato em congeso, seminks espénoe 160 tla. Aveliacdo do desempenho do aluno +1, Prova discursive, dissertagéo ou ensaio Conceitwasdo: © professor apresenta questes Ou pergunras Oo temas para serem respondidos ou discorrdos pelo aluno com grande Hierdade ou espontaneidade, O estudanteliremence formulard ganizar,abreviaré ou ampliard 25 respostas ou dissersagies A tinica vrergio A resposta est no verbo constante das restigdes: compare aon, identifque, apresente agumentos 2 favor efou cons dé cxemplos,relacione,sintetze, defina, critique, Sugita “Avalia: Cabedal de conhecimentos;lgica nos processos ments justficago de opinides organizasio de idéas capacidade de sintese; Capacidade de slecionar,relaionar, organiza ids caves de ex- prestio; slugées criativas;atudes, prefencias, Limitayde: Mediante vésias pesquisas realizadas, sabe-se que subjetividade influencia muito na avaliagio de provas desse tipo; seooy imitado de questbes abrangendo uma amostra limirada de tnatéia; pela sua aparentefacilidade de preparacao, favorecem improvisagio por parte do professors em geval s6 hd feedback para o algo se sua resposta etava certa ou ertada, perdendowse a rquezt de encaminhamentos sobre outros aspectos da aprendizagem que da poderia medit. 2. Prova oral, entrevista Conceituagdo: A prova oral constirui-se de perguntas ¢ respostas mis, As perguntas em geal sio previamente plancjadas © rigida- rene seguida, podend, no entanto,sofer vaiagbes de acordo com as respostas do aluno. Com base nessas respostas, © professor pode avalir 0 contesdo cognitivo em s, bem como infer respei- to de atitudes. 161 PI ; . § “Avalia: Profundidade ¢ extensio dos gonhecimentos; todos os jens indicados na prova discursivas opini6es, julgamentos, aprecia- bes, tendéncias; habilidade de se expressa|oralmente. Limitagéer Grande grau de subjetvidade ao se aibuir a nora as inoompatbilidadese a simpatas enre xaminador ¢ esiminando

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