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f}7 PROPRIEDADES PERIODICAS DOS ELEMENTOS Por que alguns elementos reagem de forma mais intensa do que outros? Se deitarmos, cair um pedaco de ouro metalico na agua, nada acontece, Porém, derrubarlitio metalico nna agua da inicio a uma reacéo lenta, em que bolhas so formadas gradativamente na superficie do metal. Por outro lado, potéssio metalico teage instanténea e violentamente com a Agua, como mostrado na imagem ao lado. Contudo por que o Iti e o potéssio rea gem de maneira tao diferente com a agua, apesar de estarem no mesmo grupo da tabela periédica? Para compreender essas diferencas, examinaremos o modo como algumas pro priedades atémicas importantes variam sistematicamente 4 medida que percorremos a tabela periddica ‘Como vimos no Capitulo 6, a natureza periddica da tabela periddica resulta de padrées de repeti¢io nas configuragdes eletrOnicas dos elementos. Elementos joc zados na mesma coluna apresentam 0 mesmo nuimero de elétrons nos seus orbitais de valencia — os orbitais ocupados que weomodam os elétrons envolvidos nas ligagées, Por exemplo, 0 O ((He}2s*2p%) € S ([Ne]3s°3p*) pertencem ao grupo 6A. A semelhanga da distribuigio eletrénica em seus orbitais de valencia s e p implica semelhangas nas propriedades desses dois elementos. Configuragées eletrOnicas podem ser uilizadas para explicar as diferengas eas sim laridades entre as propriedades dos elementos. Apesar das semelhangas entre suas distri- buigdes eletrdnicas, 0 oxigénio eo enxofie, ambos em sua forma elementar, diferem em aspectos fundamentais. Por exemplo, & temperatura ambiente, o oxigénio é um gas incolor, jido enxofre é um solido amarelo, Diante disso, surge a pergunta: poderfamos explicar essas diferengas fisicas chamando a atengo para o fato de que os elétrons da camada externa do esto na segunda camada, enquanto os do § esto na terceira? Vamos ver que, embora os elementos apresentem algumas semelhangas por estarem no mesmo grupo da tabela periddica, é possivel que existam diferencas, uma vez.que os elementos estao em diferentes, periodos da tabela ‘Neste capitulo, vamos explorar como algumas das principais propriedades dos eteme tos mudam 2 medida que avangamos em um period ou em um grupo da tabela perddica Em muitos casos, as tendéneias em um perfodo ou grupo nos permitem prever as popri dads fisicas e quimicas dos elementos, comegaremos nossa discusséo apresentando um. breve histérico a respeito do desenvolvimento da tabela peri6dica, Iniciaremos a explora- a0 de muitas das propriedades at6micas, analisando a atracao liquida exercida pelo nucleo sobre os elétrons da camada mais externa. A carga liquida do nucleo que atua sobre os elétrons mais externos € chamada de carga nuclear efetiva Exploraremos 05 tamanhos relativos de atomos ¢ ions, que seguem tendéncias relacionadas com seu posicionamento ra tabela periddica e com as tendéncias na carga nuclear efetiva Em seguida, observare- mos as tendéncias da energia de ionizacéo, referente a energia necesséria para um atomo perder um ou mais elétrons. As tendéncias periddicas na energia de ioni- POTASSIO METALICO REAGINDO COM A AGUA. zacao dependem de variag6es da carga nuclear efetiva @ dos raios atémicos. Depois, anclisaremos tendéncias periddicas da afinidade eletrénica, a energia liberada quando um elétron é adicionado aoatomo. apren: deremos que as propriedades fisicas e qumicas de metais endo metais sao diferentes. Essas propriedades sao decorrentes das caracteristicas fundamentais dos tomos, particularmente da energia de ionizacao. Os metaloides exibem propriedades que séo intermedia rias entre as dos metais e as dos nao metais. Examinaremos algumas tendéncias peribdicas na quimica dos metais dos grupos 1 e 2A. Por fim, examinaremos algumas tendéncias peri6dicas na quimica do hidrogénio e dos elementos, dos grupos 6A, 7A e BA. 272 | QUIMICA: A CIENCIA CENTRAL 1.1 | DESENVOLVIMENTO DA ‘TABELA PERIODICA Elementos quimicos tém sido descobertos continu- amente desde a Antiguidade (Figura 7.1). Alguns ele- ‘mentos, como 0 ouro (Au), so encontrados na natureza sob a forma elementar e foram, assim, descobertos hi rilhares de anos, Por outro lado, outros elementos, come © tecnécio (Tc), so radioativos ¢ intrinsecamente veis. Temos conhecimento da existéncia deles somente devido a tecnologia desenvolvida durante o século XX. ‘A maioria dos elementos forma compostos Facilmente ¢. portanto, nfo sio encontrados na natureza na sua forma elementar. Consequentemente, por séculos, os cientistas no sabiam de sua existéncia, No inicio do século XIX, (8 avangos na quimica fizeram com que fosse mais ficil isolar os elementos de seus compostos. Como resultado, ‘© miimero de elementos conhecidos duplicou, passando de 31, em 1800, a 63, em 1865. A medida que © niimero de elementos conhecidos umentava, os cientistas comegaram a classificé-los. Em 1869, Dmitri Mendeleev, na Riissia, e Lothar Meyer, na ‘Alemanha, publicaram esquemas de classificaglo quase {dénticos. Ambos notaram que propriedades fisicas € qui- ‘micas semelhantes se repetiam periodicamente quando os elementos eram dispostos em ordem crescente de massa at6- ica. O conceito de mimero atémico ainda nio era conhe- cido pelos cientistas daquela época. As massas atSmieas, no eentanto, geralmente aumentam com 0 aumento do stimero atémico, entao tanto Mendeleev quanto Meyer dispiseram, por aeaso, 0s elementos quase na sequéncia correta Embora Mendeleev e Meyer tivessem chegado essen- cialmente & mesma concluso sobre a periodicidade cas pro- priedades dos elementos, o crédito da descobertafoidado a Mendeleev, pois ele aprofundou mais suas ideias e estimu- lov a realizagio de novos trabalhos, Sua insisténcia em listar elementos com caracteristicas semelhantes no mesmo grupo © obrigou a deixar espagos em branco em sua tabla, Por exemplo, 0 gilio (Ga) e 0 germanio (Ge) eram descanheci- dos para Mendeleev, mas 0 cientista corajosamente previ a existéncia eas propriedades desses elementos, referindo-se a eles como eka-aluminio eeke-silicio, ermo criado per Men- deleev para indicar abaixo de quais elementos eles apitecem em sua tabela. Quando esses elementos foram desecbertos, suas propriedades quase coincidiram com as previsas por Mendeleev, como mostra a Tabela 7.1 Em 1913, dois anos depois que Rutherford propés 0 modelo nuclear do dtomo == (Segaio 2,2), 0 fisica ingles Henry Moseley (1887-1915) desenvolveu 0 cone:ito de rimeros atomicos. Ao bombardear diferentes elementos, RESOLVA COM AJUDA DA FIGURA © cobre, a prata e 0 ouro foram descobertos na Antiguidade, enquanto a maioria dos outras metas, ndo. Voc® poderia sugert uma explicagao? * fm ti | Be »pe| solr |x Na Mx a si car K [eu] se[mi | v [ce [Mn] re co] si se | Br | Kr Sr | Y | Zr | Nb |Mo| Te Rh| Pa ca Te| 1 | Xe ia [uw | ar | ta [ w | Re [Os | tr Po | at| Rn Fr | Ra [ir Rr is | ate ds [Rg [en [aa] wt lis ty farm Ac|Th| Pa} U | Np| PulAm|Cm) Bk| Cf} Es | Fm] Md} No: ae Ge) Pe) (ee) [OR] [Sco 15 Figura 7-1 Descaberta dos elementos. CAPITULO 7 PROPRIEDADES PERIODICAS DOS ELEMENTOS | 273 ‘Tabela 1.1 Comparagéo das propriedades do oka-silco previstas por Mendeleev com as propriedades observadas do german. Previsbes de Mendeleev para 0 Propriedades observadas do Propriedade eka-silicio(feitas em 1871) __germanio (descoberto em 1886) Massa atémica n 7258 Densidade (afen?) 55 535 Calor especto (Wok) 0,305 0,309 Temperatura de fsio (°C) Alto oa Cor Cinzaescuro Branco-aincentado Formula do oxiso x0) G00 Densidad do éxido (fom?) ar 470 Fema do coreto XC Geel, “Temperatura de ebulicéo do coreto (°C) Pouco abaixo de 100 a4 ‘com elétrons de alta energia, Moseley descobriu que cada elemento produzia raios X de frequéncia tnica, sendo que essa frequéncia geralmente sumentava & medida que aumentava a massa atmica. Ele organizou as frequéncias dos raios X atribuindo um tinico ndmero inteiro a cada ele- ‘mento, chamado de niimero ardmico. Moseley identificou, corretamente o nGmero atGmico como sendo o néimero de prétons no niicleo do tomo. > (Segio 2.3) conceito de niimero at6mico esclareceu alguns pro- blemas na tabela periddica vigente na época de Mosele} bhaseacla em massas atOmicas, Por exemplo, amassaatomica do Ar (niimero atOmico 18) € maior do que a do K (némero atémico 19), embora as propriedades quimicas e fisicas do Ar sejam mais semelhantes as do Ne e do Kr, do que as do Nace do Rb, Quando os elementos estio dispostos em ordem crescente de mimero atomico, 0 Are K aparecem em seus, lugares corretos na tabela. Os estudos de Moseley também, tomaram possivel identificar os “buracos” na tabela peri6- dica, 0 que levou a descaberta de novos elementos. Reflita Consultando a tabela periédica na contracapa inical do tiv voc® pode encontrar um exemplo diferente do Ar e do K, em que a ordem dos elementos seria diferent se os elementos fossem alspostos em oidem crescente de massa atémica? 7.2 | CARGA NUCLEAR EFETIVA, “Muitas propriedades dos dtomos dependem da confi- guragio eletrdnica e de quao fortemente os seus elétrons mais externos sio atrafdos pelo nicleo. A lei de Coulomb determina que a forga de interagio entre duas cargas eléri- cas depende das magnitudes das cargas e da distancia entre elas. = (Segdo 2.3) Assim, a forga de atragio entre um elétron e o micleo depende da magnitude da carga nuclear e da distincia média entre o miicleo e 0 elétron. A forga aumenta & medida que a carga nuclear aumenta, ¢ diminui {medida que o elétron se move para mais Longe do micleo. Compreender como ocorre a atragdo entre o eléiron © 0 miicleo em um étomo de hidrogénio é sinples, por- {que temos apenas um elétron e um préton, Emum tomo polieletrdnico, no entanto, a situagio é mais cemplicada, Além da atragio de cada elétron pelo nticlea, todos os elétrons sao repelidos uns pelos outros. A repulsio intere~ Jetrdnica anula um pouco da atragao que 0 niideo exerce sobre 0 elétron, de modo que o elétron & menos atraido pelo nticleo do que se os outros elétrons nao estivessem presentes, Em suma, cada elétron em um tomo polictetr- nico & blindado do nicleo pelos demais elétrons,sofrendo, Pportanto, uma atragio liquida menor do que sotreia se 05 ‘outros elétrons nio estivessem presentes. Entio, como podemos explicar a combinacio de atra- ‘cdo nuclear ¢ a repulsio entre elétrons para o elétron que ‘estamos estudando? A maneira mais simples ¢ imaginar ‘que © elétron experimenta uma atragio liquica que & 0 resultado da atragio nuclear enfraquecida pelas repulsdes| intereletrdnicas. Chamamos essa carga nucleer parcial- ‘mente blindada de earga nuclear efetiva, Z,:.Una vez que 4 forga atrativa total do nicleo diminui devido asrepulsdes| centre os elétrons, concluimos que a carga nuclecrefetiva & sempre menor que a carga nuclear real (Z Jes com valores ainda menores que contribuem con 1,00, Por ‘exemplo, considere o fior, que tem configuragio eFtrnica no ‘estado fundamental 1s*2s°2p", Para um elétron de valencia do Aline a regens de Sister determinam que S= (0.356) + (0.85 X2)=38. Vale Jembrar que as regras de Slater igncram a con twibuigio do elétron de interesse para sua prépria blindagem Portanto, consideramos apenas seis elsrons = 2, ¢ nso todos 0s sete, Assim, Zp = Z~S= 938 tum pouey abaixo da cestimativa simples: 9~ 2 Valores de Z,stimados pelo método simples descrio no texto, bem como os estimados com as regras de Slater, estie no grafico dda Figura 7.5. Apesar de nenhurn desses médos replicar com ‘exatid20 0s valores de Ze obtidos com base em célculos mais, sofisticados, ambos captam de maneira eficaz a vaiagio peri ‘dica da Z Embora a abordagem de Slater seja mis precisa, ‘6 método deserito no texto € razoavelmente bem-sicedido no processo de estimar o valor de Zy, apesar de sua sinplicidade. Para nossos propésitos, portanto, podemos assumir que a cons: tante de blindagem $ na Equagio 7.1 é aproximadanente igual 20 mimero de eléirons de earogo, Exercicios relacionados: 7.13, 7.14, 715, 7.16, 731,7.32, 7.80, 781, 7.110 276 | QUIMICA: A CIENCIA CENTRAL Carga do nvcleo Iseak cconsiderando $= 2 7,em relagio aos elétrons de earogo ida com métodos avangados A-7Z,,.0m relagio wos elétrons de vale calculada a partir da Equagao 7.1, eléirons de carogo 7.0m relagio aos elétrons de vale 20 cealculada com métodos avangados 1s |] ~?-Zerem telagdo aos eletrons de vale ‘calculada com as regras de Slater 16 “ R Ra 8 6 4 0. 4 6 8 0 2 i 16 18 20 ‘Figura 7.8 Vatiagdes da carga nuclear eftiva para os elementos do segundo e do ‘terceiro period. Ido de um elemento para outro natabela pric, o aumeio da Zy, que atua sobre os eltrons maisinteos (1s) (culos vemethos)acompanka de petoo aumento da ‘aga neat Z linha peta), porque ees eran no so mula Bndados. Os resiados de vtos todos para alata Z, em aco as eles de valencia so mastados em cuts cores Reflita Entre um elétion 2p de um dtomo de Ne e um elétron 35 de um {tomo de Na, qual voc® acha que sera atraido pela maior carga rruclear efetiva? 7.3 | TAMANHOS DE ATOMOS EIONS E tentador pensarmos nos ditomos como objetos esféricos es6lidos, No entanto, de acordo com o modelo da mecinica quantica, mesmo quando a distribuigio eletrOnica & igual a zero, os stomos no apresentam limites pontuais bem definidos. = (Segio 6.5) Deste modo, podemos definir 0 tamanho atOmico de varias maneiras, baseadas nas distincias entre os tomos em diferentes situagoes, Imagine um conjunto de stomos de arg6nio na fase zasosa, Quando dois desses ditomos colidem, eles rico- ehetetam como bolas de bithar. 1s80 acontece porque as nuvens eletrdnicas dos étomos que colidem nao se inter- penetram de modo significativo, A menor distancia que separa estes dois miicleos durantes as colisbes ecuivale a duas vezes 0 raio dos étomos, Chamamos esse raio de raio atdmico nao ligante ou raio de van der Waals (Figura 7.6) Em moléculas, a atragdo entre quaisquer dois stomos adjacentes € reconhecida como ligagao quimica, Discuti- remos esse tema nos Capftulos 8 ¢ 9. Por enquanto, preci- ssamos entender que dois tomos ligados esto mass pré- ximos do que estariam em uma colisio que no resiltasse tem ligagio, aps a qual os stomos se afastariam um do outro, Portanto, podemos defini o raio atémico con base na distincia d entre os ntcleos de dois tomos cuando eles se encontram ligados um ao outro, como mostra a Figura 7.6. O raio atomico ligante para qualquer stomo em uma molécula ¢ igual & metade da distancia de liga- gio d, Observe na Figura 76 que o raio atOmico ligante (também conhecido como raio covalente) & menor que © raio at6mico nao ligante. A nao ser que seja inlicado Disteibuigio cletrinica na molécula Raio atdmico \ ni ligante Raio atémico Distancia ligante, Ld igamte, 4 cenire os iiicleos ‘Os nicleos do podem se aproximar mais Um do outro ‘evido & repusdo entre os eétrons Figura 7.6 DistingSo entre 05 raios atémicos ‘no ligante eligante em uma molécul, © contritio, quando mencionarmos 0 ‘itomo sempre nos referiremos 20 raio 8 s cientistas desenvolveram uma variedade de téeni- ‘cas para medir as distincias que separam os niicleos dos CAPITULO 7 PROPRIEDADES PERIODICAS DOS ELEMENTOS | 277 ftomos nas moléculas. Com base em observagies dessas distncias em muitas moléculas, podemos atrituir a cada ‘elemento um raio atdmico ligante. Por exemplc, na molé- ccula do 13, nota-se que a distincia que separa o: micleos & gual a2,66 A. isso significa que o raio atomicoligante de tum atomo de iodo no Ty é (2,66 Ay2 = 1,33 A." De modo semelhante, a distancia que separa miicleos adjicentes de ‘carbono no diamante (uma rede tridimensiona. sida de dtomos de carbooo) € igual a 1,54 A; assim, »caio atd- mico ligante do carbooo no diamanteé 0,77 A. Ao utilizar informacSes estruturais a respeito de mais de 36.000 subs- tncias, um conjunto consistente de raios atémcos ligan- tes dos elementos péde ser definido (Figura 1.7). Note ‘que, para 0 helio e 0 nednio, os raios atOmicos igantes ‘dover ser estimados, pois nao hé compostos conhecidos esses elementos. O raio atdmico na Figura 7.7 permite estimar os eom- primentos de ligagio em moléculas. Por exempio, os raios atmicos de ligagio do C e do Cl siio 1,02 Ae 076 A, res- pectivamente, No CC,, 0 comprimento medidoda ligagio C-C1¢ igual a 1,77 A, valor muito proximo de resultado, da soma (1,02 + 0,76 A) dos raios atémicos ligantes de Clee. RESOLVA COM AJUDA DA FIGURA Qual parte da tabela periddica (superior ou inferior, esquerda ou direta) tem os elementos com os maiores Stomos? Raio (Ay Figura 7.1. Tendéncias do raio atbmicoligante para os periodos de 1 3 5. * Lembre-se:O angstrom (1 A= 10 ‘Ania 81 gue mais costuma se 'm) € uma unidade meétrica convenente para medidas atmieas de comprimento, eno & uma uidade SI iada para medidas atbmicas é 0 piedmeto (1 pm= 10"? m; ‘A= 100 pm, 278 | QUIMICA: A CIENCIA CENTRAL EXERCICIO RESOLVIDO 7.1 Comprimentos de ligacdo em uma molécula pis natural uilizad no aquecimento doméstico © na cotinha 6 inodoro, Como vazanenios de pis nteral apreentam yerigo de explosio ou asfxia,vris substincias malcheiross so adicionadas para pemitr que estes vazamentos seam detedados ‘Uma dessas substiincias ¢ o metilmercaptana, CH;SH. Com base na Figura 7.7, faga uma previsito dos comprimentos das ligagbes cs , C“H ¢ S-H nessa moléeuls. SOLUGAO Analise e planeje Temos trés ligagdes e devemos usar a Figura, 1.7 para ober os raios alomicos ligantes. Vamos considear ‘que cada comprimento de ligagdo representa a soma dos raios ttbmicos lignes dos dois tomosenvalvios. Resolva CComprimento ds igasfo CS = io ami igante de C-+ ‘aio atémico ligante de S=0,76A + 1,05A=1,81A ‘Comprimento da ligagio C-H=0,76A + 0,31 A= 1,07. ‘Comprimento da ligagdo S-H = 1,05 A-+0,31A=1,36A Confira Os comprimentos de lgasio determinados expe rimentalmente so: C-S = 1,82, C-H = 110A ¢ S- 1,33 A. (Em gerl, os comprimentos das lgagdes que envol ‘em hidrogénioapresentam desvios maiores em rela aos valores previstos com base nos raios atdmicos ligantes do ue 05 comprimentos das ligagdes que envolvem stomos maiores.) ‘Comentério Observe que os valores estinados dos com mentos de ligacio so aproximadamente iguais aos valores rmedidos dos comprimentos de liga, mas nio so idnticos. (sraiosatmicos ligantes devem sr uilizados com ceta ca tela na estimativa dos compriments de igi, eo H Metilmereaptana Para praticar: exercicio 1 lementos hipotieos X e Y formam uma moléeula XY, wa qual ambos os stomos de Y esto ligados ao étomo de X ¢ io tum 20 oueo) A disténcia XX na forma elementar do X c gual 2,04 A, ea distancia Y-Y na forma elementar do Y, 168 A. Qual voed acha que sera a distincia entre X e Y na moléula XY2? (a) 084A, (b) LO2A,() 1.864, (@) 2.70, (@) 372A. Para praticar: exercicio 2 (Com base na Figura 7.7, determine qual tem o maior ccmpr ‘mento: a ligago P-Br no PBr; ov a ligag30 As-Cl no ASCh. TENDENCIAS PERIODICAS DOS RAIOS ATOMICOS A Figura 7,7 mostra duas tendéncias interessante 1. Emeada grupo, 0 raio atdmico ligante tende a aumen- tar de cima para baivo. Essa tendéncia resulta princi- palmente do stumento do ntimero quintico principal (n) dos elétrons mais extemnos. A medida que descemos «em um grupo, os elétrons da camada mais externa t&m maior probabilidade de estar mais afastados do nicleo,, fazendo com que 0 raio at6mico aumente. 2. Em cada pertodo, o raio atdmico ligante tende a diminuir da esquerda para a direita (embora haja algumas pequenas excegdes, como do Cl ao Ar, ou do As ao Se). O principal fator que influencia essa tendéncia ¢ 6 aumento da carga nuclear efetive Zee 30 longo do perfodo. A carga nuclear efetiva cala vez maior atrai os eléirons de valencia para mais perto do nticleo, fazendo com que o raio atomico ligante diminua. Reflita Na Secdo 7.2, dissemos que a Zo geralmente aumente quan- do descemas em um grupo da tabela periédica, enquento, no Capitulo 6, vimos que o “tamanho" de um orbital aunenta & medida que 0 nimero quantico principal n aumenta, Com re- lagao aos rai atémicos,essas tendéncias s8o conjuntas ou se ‘opsem uma & outia? Qual efeito maior? EXERCICIO RESOLVIDO Previsdo dos tamanhos relativos de raios atémicos ‘Consultando a tabela periica, cologue (na medida do possivel) os étomos de B, C, Ale Si em ordem crescente de tamanho, CAPITULO 7 PROPRIEDADES PERIODICAS DOS ELEMENTOS | 279 SOLUGAO_ Analise e planeje Com base nos simbolos quimicas de quatro clementos, devemos utilizar as suas posigbesrelativas na tabela periddica para prever o tamanho relativo de seus raios atOmi- «0s, Podemos usar as duas tend2neias periddicas que acabamos de descrever para resolver esse problema. Resolva C ¢ B estdo no mesmo periodo: ¢ C esté a direita de B, Portanto,esperamos que oraio de C seja menor que ode B, porque raios geralmente diminuem a medida que avanga- ‘mos em um periodo. Da mesma maneira, espera-se que 0 raio de Si seja menor que o de Al. O Al esti diretamente abaixo de Bc Siesti diretamente abaixo de C. Sendo assim, espera-se ue o aio de B seja menor que o de Al, e que oraio de C seja ‘menor que 0 de Si, Podemos dizer, entio, que C Ca”* > Mg, Para praticar: exercicio 1 Para praticar: exercicio 2 Coloque os seguintes étomos e fons em ondem erescente de raio idnico: F, S*. Cle Se*, (a) F< $"< Cl < Se (by F Sh Observe as posigdes e os numeros atémices des- ses elementos na tabela periddica. Os finions ée nao metais precedem o gas nobre Ne na tabela. Os citions, de metais sucedem 0 Ne, O oxigénio, o maior for nessa série isoeletrOnica, tem o menor nimero atOmice, 8. 0 ‘luminio, o menor desses fons, tem 0 maior niimero atd- mico, 13. [ eae TAMANHO IONICO E BATERIAS DE [ONS DE LITIO © tamanhoinico desempenha um papel importante na determi taco das propridades de dispositves que dependem da mabi tidade dos fons. Baterias de ons de Ii, ques tornara foes comuns de energia par disposiivoseetcnicos, como telefones celulares, ables e computador prttes, dependem em part dotamanbo redo do fon de tio pare o 04 Funcionament, ‘Uma hatera totalmente carezada prov, expontaneamen uma —¢, portana, energia— quando seus eletrodos posiivos © negativos so ligados a um earegador eltrico, como tm dispositive ao qual se forneceraenegia, O cletrodo postive ¢ chamado de fnodo lerodonegativ, de esto, Os mteriss uilizados para faero eltdos das tterias de ons de In etio passando por ma grande evlugdo.Atualmene,o material do {nodo ¢ o graft, uma forma de carbono eo cto costa ser de LiCoO>, éxido de cobaltoe Ii (Figura 7.8). Ene o inode € wtado hi um separador un material slide porso que pe inte a passage de fons de ito, mas no de {Quando a batri ¢caregada por uma fonte extern, os fons de tito migram do cétodo para 0 inodo, por meio do separador, onde so inscrdos enre as camadas de étomos de erbono. A eapacidade do fon de atravessar um sido aumenta medida Que o tamanho e a carga do fon diminuem. fons de Ito sho tmenores que « maoria dos outoscétons © apresenam carga de apenas Hs permitindo migrar mas facilmente do que outros fons, Quando a bateria descarga, os fons de Iii se movem do {nodo para 0 cétodo. Para mantero equlfvio de carga, os el trons migram simutaneamente doinodo para o étodo por meio dem creito extern, produzind, assim enrgi elérca. Cétodo de Li,CoO. 'Na desearga fons de Lit migram, por ms do separador.do Snodo para o citodo, (O carregamento reverte a migracio. Figura 1.9 Esquoma de uma bateria de ions de lito. { N,do R.T se enconea em desenvolvimento também ni eras que usu fons poivalentes de magnéso (Mg) em ver de fons d recarreiveis.O objetivo desse desenvolvimento & a produgdo de a bateria qu ¢ das veves mais eficiente ao liberr poten il de fabricar tendo em vista que © Mg ¢ muito mais abundante na natureza que © Li CAPITULO 7 PROPRIEDADES PERIODICAS DOS ELEMENTOS | 281 No efétod, os fons de lito so inseridos no mates feito de ‘xido. Mais uma vez, 0 tamanho reduzide dos fons de iio € uma, vantagem, Para todos 0s fons de Iitio que se inserens no eétode de 6xido de cobalto€ Ito, um fon Co** € reduzidoa Co™ por um elétron que atravessa 0 A migragao do fon e as alteragOes na estrutura quando os de lito entram e saem dos materiais que compderr 0 eletrodo so complicadas. Além disso, o funcionamento de tolasas bate: as gera ealor, porque elas ndo so perfeitamenteeficientes, No caso das baterias de fons de Iitio, © aquecimento do mate- al que consttui o separador, que costuma ser un poll tornou-se um problema a media que o tamanho dasbaterias foi umentando para expandir acapacidade de energia, Em 2013, 0s problemas gerados pelo superaquecimento de grandes baterias de fons de Itio levaram & interrupgo das operagies do novo Boeing 787 Dreamliner, Em todo 0 mundo, hd equipes tentando descobrir mpvos mate- riais para fabricar edtodos e Snodos que reecban ¢ liberem ‘com mais facilidade os fons de Iitio sem sofrer danos apés ‘muitos ciclos, Novos materiais para separadores que perm tam a passagem mais ripida dos fons de Ktio com nenor pro: ‘dugdo de calor também estio em desenvolvimerto, Alguns, grupos de pesquisa estio tentando utilizar fons d> s6dio em verde fons de lito, porque o primeito é muito maisabundante {que © segundo, embora o tamanho maior dos {ors de sédio, gere outros desafios. Na préxima década, esperamos que haja grandes avangos na tecnologia das baterias baseacas em fons ‘de metais alealinos.* suite externo, Anodo de Li,Cy (© separador sepira o inodo do citodo, mas permite a passagem de fons de Li, 0 (Liden baterias mmasbarata © 282 | QUIMICA: A CIENCIA CENTRAL Raios iénicos em uma série isoeletrénica ERCICIO RESOLVIDO 7. Disponka os fons K*, CI, Ca** e S? em ordem decrescente de tamanho. SOLUGAO [Essa € uma série isoeletrOnica na qual todos os fons tém 18 cléirons. Em uma série como ess, o tamanho diminui a medida {que carga nuclear (asimero at6mico) aumenta (Os niimeros atémicos ds fons s4o $ 16, C117, K 19, Ca 20 Assim, os fons diminuem de tamanho na seguinte ordem: $2 > cr>K Sc", Para praticar: exercicio 1 Disponha os stomos eos fons a seguir em ordem erescente de rraio ibnico: Br, Rb", Se®, Sr", Te. (a) SP < Rb < Br Natt(g) +e 3) VARIAGOES NAS ENERGIAS DE IONIZAGAO SUCESSIVAS ‘A magnitude da energia de ionizagao determinaquanta energia é necesséria para remover um elétron: quante maior for a energia de ionizagio, mais dificil seré a sua remogio. Observe na Tabela 7.2 que as energias de ionizagac de um dado elemento aumentann 2 medida que ocorrem reriogdes stcessivas de elétrons: fy Br“(g) + (©) Brig) —> Brig) + 26 Resolva O quadrado vermelho na figura representa © Na, que tem um elétron de valéacia, A segunda energia de ionizagio (@) Brg) —> Br"(g) + 3e° (€) BE*(g) —> Be“) +e Para praticar: exercicio 2 ‘Qual elemento tem a terceira maior energia de ioxizag Caou oS? Uma segunda caracteristica importante mostrada na Tubela 7.2 € 0 grande aumento da energia de ioni- zagio que ocorre quando um elétron da camada mais interna é removido. Por exemplo, considere 0 silicio, 1572s?2p*3073p2, As energias de ionizagao aumentam de maneira constante de 786 para 4.356 ki/mol, para 5 quatro elétrons presentes nas subcamadas 3s € 3p. A remogio do quinto elétron, presente na subcamada 2p, requer uma grande quantidade de energia: 16.091 kJ/mol. Esse aumento ocorre porque & muito mais pro- sével que 0 elétron 2p aaja encontrado porto do niicleo do que os quatro elétrons n= 3. Portanto, 0 elétron 2p € atraido por uma carga nuclear efetiva maior que os celétrons 3s. 3p, Reflita Qual voc® espera que seja maior, a, de um dtomo de boro ou a fy de um atomo de carbono? Cada elemento exibe um grande aumento de ener- gia de ionizagao quando o primeiro elétron da camada mais interna é removido, Essa observagio sustenta a ideia de que apenas 0s elétrons da camada mais externa estio envolvidos no compartilhamento e na transferéncia de celétrons que dio origem a ligagdes © reagdes quimicas Como veremos quando tratarmos das ligagdes quimicas 1nos Capitulos 8 ¢ 9, 0s elétrons das camadas mais inter- nas estio fortemente ligados ao niicleo, dificultando sua remogao do étomo ou até mesmo seu compartithamento ‘com outro tomo, TENDENCIAS PERIODICAS DAS PRIMEIRAS ENERGIAS DE IONIZACAO A Figura 7-10 mostra, para os primeiros S4zlementos, as tendéncias observadas das primeiras energias deionizaao, {A medida que passamos de um clemento para outro na tabela periddica. As principais tendéncias sio as seguints: 1. AL geratmente aumenta a medida que cvancamos em um periodo. Os metais alcalinos tém a energia de ionizagao mais baixa em cada perfodo,¢ 0s gases nobres, a mais alta, Hs pequenas irregularidides nessa tendéncia que iremos discutir em breve. 2. AN geralmente diminui d medida que descemos em qualquer grupo da tabela periddica. Por exemplo, as energias de ionizagio dos gases nobres seguem a cordem He > Ne > Ar > Kr > Xe. Os elementos dos blocos s € p apresentam uma faivea ‘maior de valores de I, que os elementos éos metais de transigdo. De maneira geral, as energias de ioniza io dos metais de transigio aumentam lentamente da esquerda para a direita em um periodo. 14 osmetais do bloco f (no mostrados na Figura 7.10) tanbém apre- sentam apenas uma pequena variagao dos valores de f, % Em geral, étomos menores tm energias deionizagio, mais elevadas, Os mesmos fatores influenciam » tamanho atOmico e as energias de ionizagio. A energia necessiria para remover um elétron da camada mais exter ocupada ‘depende tanto da carga nuclear efetiva quanto de distincia média entre o eléiron ¢ 0 nicleo. Aumentar a carga nuclear cefetiva ou diminuir essa distincia aumenta a atraglo entre ‘0 elétron ¢ 0 micleo. A medida que essa atracie aumenta, tomna-se mais diffeil remover o elétron; assim, a energia de ionizagio aumenta, 284 | QUIMICA: A CIENCIA CENTRAL RESOLVA COM AJUDA DA FIGURA 0 valor para o astato, At, ndo aparece na Figura 7.10, Com uma aproximagio de 100 ki/mol, que estimativa voce faria parao valor da primeira energia de ionizagio do At? Figura 7-10 Tendéncias das primeiras ‘energias de ionizacao dos elementos. "Energia de ionizagao (knob) Ao longo de um periodo, ocorre tanto © aumento da carga nuclear efetiva quanto a diminuigio do raio atd- ico, fazendo com que a energia de ionizagio aumente. Por outro lado, a medida que descemos em um grupo, © aig aiOmniy auments, enquamey a carga mucteas etetiva umenta muito pouco. O aumento do raio prevalece, por- tanto a atragio entre 0 nicleo eo elétron diminui,fazendo com que a energia de ionizagao também diminua. AAs irregularidades em um determinado periodo sto satis, mas podem ser facilmente explicadas. Por exemplo, a diminuigio na energia de ionizagio do berilio ((He|2s°) ao boro ({He}2s?2p!), mostrada na Figura 7.10, ocorre por- ue o terceiro elétron de valéncia do B ocupa a subeamada 2p, a qual est vazia no Be. Lembre-se de que a subea- ‘mada 2p est em um nivel de energia mais alto que a sub- camada 2s (Figura 6.25). A ligeira diminuigdo na energia de ionizagio quando passamos do nitrogénio ({He}2s°2p") EXERC! op aen geet para 0 oxigénio (He|2s22p resulta da repulso ene elé- trons emparelhados na configuragao 2p* (Figura 7.11). RESOLVA COM AJUDA DA FIGURA Por que é mais fécil remover um elétron 2p de um dtemo de coxigénio do que de um étomo de ritrogénio? wifi Oxigénio wl i fifi Niwogtnio Figuya 7.11 Preenchimento do orbital 2p do nitrogenio e do oxigenio. Tendéncias periédicas da energia de ionizacaio CConsultando a abel peridice, disponha os somos de Ne, Na, Pre K em ordem crescent de primeira energia de ionizagio. SOLUGAO Analisee planeje Com base nos simbalos quimicos de einco elementos, devemosdispd-losem ordem ereseente de primeira enerpia de ionizagao, Para isso, precisamos localiza cada ele- ‘mento na tabela periéica, Podemos, entio, usar suas posigdes relativas eas tendéneias da primeira energia de ionizagao para prever a ordem, [Resolva A energia de ionizaco aumenta a medida que vamos da cesquerda para a direita em um period e diminui a medida que {descemos em um grupo. Como o Na, 0 Pe o Arestao no mesmo perfodo, esperamos que a f, varie na ordem Na P LNA?) +e ‘Da mesma forma, quando dois eletrons sto removidos do Fe ({Ar}4s73d), estes serio removidos do orbital 4s formando 0 fon Fe™* Fe({Ar}4s73d9) 1 Fe? + ((Ar]3d°) + 2¢ Se um terceiro elétron for removido, formando Fe, cle vind do orbital 3d, porque todos os orbitais com estario vazios: Fe? + ([Ar]3d%) => Fe? + ((Ar}3d°) + Pode parecer estranho que os elétrons 4s sejam remo- vidos antes dos elétrons 3¢ na formagio de cétions de metas de transigdo, Afinal de contas, ao escrever confi guragdes eletrOnicas, adicionamos os elétrons 4s antes dos, OE: Configuragées eletrénicas de ions 3d. No entanto, ao escrever as configuracdes eetrOnicas {dos dtomos, passamos por um processo imaginario no {qual percorremos toda a tabela periddica de um elemento para outro. Ao fazer isso, adicionamos um eleron a um “orbital e um proton ao nucleo, alterando a ideatidade do clemento. Na ionizagio, nio invertemos esse processo, porque ni hi prétons sendo removidos. ‘Se houver mais de uma subcamada ocupaca para um Sn? ((Ke]5s74d!®) +207 => Sa ([Kr]4d") + 4e7 Os elétrons adicionados a um tomo para formar um Anion sio inseridos no orbital vazio ou semipieenchido, {que tem (orbital) © menor valor de. Por exemplo, um celétron adicionado a um étomo de flor para formar o fon, F- ocupa o espago vazio da subeamada 2p: FAS 2922p'} +e =9 FU 2872p5) Reflita 0 .G* e 0 V% tem a mesma configuagéo eletorica ou sio diferentes? sereva as confguragdeseltrnicas de (a) Ca, (b) Co e (@) S™ 286 | QUIMICA: A CIENCIA CENTRAL SOLUGAO ‘Anals plane Devemosescreve ax configures eerSa- cas de wt ors. Para ss, primo eerevemos a configurapio eletrnics de ada stom qe 0 forma em sends, remove: tos ov adicionamoseléons para origina fons. Primeir, os eléronss80 removidos dos oriais com o valor mas alto de , para serem adilonaos 205 orbitals vazios ou semipreeachides com o menor valor den. Resolva (a) O cdlio(aimero stomico 20) tem a contiguagio cle trénica [Ar]4s*. Para formar um fon 2+, os dois elétrons exteros 4s devem ser removidos, resulando em umn fon Aue isceetbnico com or cat [Ard (b) Ocobalto(ndimero atomico 27) tem a configuragio letrni- ca [Ar}4s?3d?, Para formar um fon 3+, tréselétrons devem ser removides. Como diseutido no anteriormente, 0s els tons 4s sto removidos antes dos elétrons 3, Consequente- ‘mente, removers os dois elérons 4s e um dos elétrons 3d, a configuragio elettinica do Co™ passa a ser: Co: [Arad (©) O enxofte (aimero atOmico 16) tem a configura ele {uOnica [Ne}3s°3p*, Para formar um fon 2~, dois eltrons deve ser adicionadlos. Hé espago para dois elétors adi- nos orbitais 3p. Assim, a configuracio eletnica do S passa a ser S?—: [Ne]3s3p" An) Comentirio Lembre-se de que muitos dos fons comurs dos elementos dos blocos s ep, como 0 Ca** 0 $*, apresentam ‘ndmero igual de elétrons que o gas nobre mais préxinx. com (Segio 27) Para praticar: exercicio 1 ‘A configuragio eletnica de um dtomo de Te no estado fundamental ¢ (Ke}Se244*. Qual é a configuragio elewinica de um fon Te?*? (a) (Kr}4d, (b) [Kr]5s?4d?, (e) [Kr]Si'4a, (d) [Kr]5s°4d8, (e) [Kr]! Para praticar: exercicio 2 Fsereva as configuragdeseleOnicas de (a) Ga", (b) C= € Br, 7.5 | AFINIDADE ELETRONICA A primeira enengia de ionizagio de um tomo € uma medida da variagio de energia associada d remogao de um elétron do tomo para formar um cétion. Por exemplo, a primeira energia de ionizagao do Ci(g), 1.251 ki/mol, € a variagio de energia associada ao processo: Energia de ionizagdo: Clig) Clg) +e" AE: [Ne}323p5 (Ne]3s23p" 251 ki/mol 04) 0 valor positivo da energia de ionizagao significa que a energia deve ser aerescentada ao tomo para a remogio de um elétron. Todas as energias de ionizagdo para os dtomos sao positivas: a energia deve ser absorvida para que ocorra a remogio de um eléiron. ‘A maioria dos dtomos também pode ganhar elétrons para formar anions, A variagdo de energia que acontece quando um elétron é adicionado a um stomo gasoso écha- mada de afinidade eletroniea, uma vez que ela mede & traci, ou a afinidade, do étomo pelo elétron adicionado. ara a maioria dos étomos, energia € liberada quando um elétron ¢ adicionado, Por exemplo, a adigo de um eétron um tomo de cloro ¢ acompanhada de uma variagio de energia de ~349 kJ/mol — o sinal negativo indica que cenergia ¢ liberada durante o processo. Portanto, palemos dizer que a afinidade eletrOnica do Cl é -349 kJ/mol.” Afinidadte eletrinica’ Clig) +e — Cl (g) AE = INeI3s*3p*_[Ne}3s°3p 349 ki/mol [7.5] ‘Também ¢ importante compreender a diferenga entre cuergia Ue ivuizayau © afiuidale elewduica. « cneigia de ionizagdo mede a variagao de energia quando um étomo pperde um elétron, enquanto a afinidade eletrOnica ede a variagdo de energia quando um stomo ganha um elgtron. Quanto maior for a atragio entre um dtomo e um elé- tron adicionado, mais negativa sera a afinidade eletrOnica do tomo. Para alguns elementos, como os gases robres, ‘aafinidade eletrOnica tem um valor positivo, isso sign que o finion tem energia mais alta que 0 tomo e o elétron separados: An(g)-+e° —Ar(g) AE>0 [Ne]3s*3p° __[Ne]3s*3p%4s! (76) 0 fato de que a afinidade eletrdnica é positiva si nifica que um elétron nio vai se ligar a um étomo de Aro fon Ar € instavel e nio se forma, A Figura 7.12 * as convenes de sina so usadas par a afnidadeeltrnica, Na maioia dos txts intrdutros, ncuindo ese, a convengo de sings ermexi- ‘micos ¢ulizada: um sna negatvo indica que a adigio de um elétron& um processoexotérmico, como aafindade eltrnica do clro, M8 Knol Histricamenme, no entant, a ainda eltnic fi de ia como a energiaWberada quando um léro €adicionado a um stomo ox um fn gason. Como 349 klimol so ierades quando um eletron ¢aicionado an CK), afinidade eletrOnica por essa convengo seria +349 kifmol, © RESOLVA COM AJUDA DA FIGURA Por que as afinidades eletrnicas dos elementos do grupo 44 ‘io mais negativas que as dos elementos do grupo SA? 1a 8A Figura 7.12 Afinidade eletronica em kufmol de elementos selecionados dos blocos sep. presenta as afinidades eletrdnicas dos elementos dos blo- cos s € p dos primeiros cinco periodos. Observe que as tendéncias nao sio tao evidentes quanto as tendéncias da energia de j0. Os halogénios, que apresentam uma subeamada p com um eléiron a menos que uma subca- mada preenchida, tém afinidades eletrOnicas mais negati- vas. Ao ganhar um elétron, um étomo de halogénio forma tum nion estivel com uma configuragio de gas nobre (Equagio 7.5), A adigao de um elétron a um gs nobre, no entanto, requer que o elétron seja posicionado em uma subcamada de alta energia que esta vazia no étomo (Equa- ‘io 7.6). Como ocupar uma subcamada de maior energ energeticamente desfavordvel, a afinidade eletrOnica & altamente positiva. As afinidades eletrénicas de Be e Ma sao positivas pelo mesmo motivo, o elétron adicionado seria posicionado em uma subcamada p, antes vazia, que aptesenta maior energia, ‘As afinidades eletrdnicas dos elementos do grupo 5A também sao interessantes. Como esses elementos tém sub- camadas p semipreenchidas, o elétron adicionado deve ser colocado em um orbital ja ocupado, resultando em maio: res repulsdes entre os elétrons. Consequentemente, esses ‘Tabola 1.3 Propriedades caractersticas de metas ¢ no metais. APITULO 7 PROPRIEDADES PERIODICAS DOS ELEMENTOS ‘elementos tém afinidades eletronicas que sio pesitivas (N) ‘ou menos negativas que as de seus vizinhos i esquerda (P, As, Sb). Lembre-se de que, na Seco 74, vimos uma, descontinuidade nas tendéncias da primeira energia de ionizacdo pela mesma razao. Afinidades eletrOnicas nfo mudam muito & medida ‘que descemos em um grupo (Figura 7.12). Paia 0 F, por exemplo, 05 elétrons so adicionados a um ortital 27% jd pata 0 Cl, a um orbital 3p; para 0 Br, a um orbital 4p: © assim por diante, Portanto, quando vamos do F 0 I, a tncia média entre o eléiron adicionado e o niclen aumenta ‘de mancira continua, fazendo com que a atragio entre © eléiron ¢ o niicleo diminua, No entanto, 0 orbilsl que con- {ém 0 elgtron mais externo se espalha, de modo que, do F a0 I, as repulsdes entre os elétrons também diminuem. Como resultado, a redugio da atragio entre ¢ elétron © ‘0 micleo & contrabalanceada pela redugdo das repulsdes, Reflita Qual é a relagéo entre o valor da primeira energia d ionizacéo de um jon CI (g) a afinidade eletrénica do Clg)? 7.6 | METAIS, NAO METAIS EMETALOIDES Raios at6micos, energias de ionizagdo e wfinidades letrOnicas si propriedades de dtomos. Com excegio dos gases nobres, no entanto, nenfum elemento € encontrado nna natureza como dtomos isolados. Para conpreender melhor as propriedades dos elementos, também pre mos examinar as tendéncias periddicas das propriedades ‘que envolvem grandes conjuntos de étomos, Os elementos podem ser agrupados como metais, nio metais € metaloides (Figura 7.13). == (Segio 2.5) Algumas das propriedades distintivas de mesis e nio metais estdo resumidas na Tabela 7.3, Nas préximas segdes, vamos explorar algumas recor- réncias de padres de reatividade na tabela peribdica. 1a andlise da reatividade de nao metaise metais selecionados Metais So reluzents, tam vias cores, embora a maioia sea pateada S30 solidos maleaveseflexveis So bons condutores de calor e eletrcidade ‘Ammaioia dos Gxidas metlicos & dnica, sOidae bisica Tendem a formar citions em slucio aquosa Nao metais No sioreluzentes, tm vias cores Sao geralmente solids réges; alguns s30 duros¢ outos 0 macios ‘So maus condutores de calor eletcidade ‘A maiotia dos 6xidos no metilcossio substancias, rmolecuares que formam solucBes cides Tendem a formar anions ou oxirions em solucdo aqucsa | 287 288 | QUIMICA: A CIENCIA CENTRAL RESOLVA COM AJUDA DA FIGURA Como as tendéncias peiddicas do cardter metdlico se comparam &s da energia de ionizacdo? Aumente do carster metic Tes wo a ADD ufz|a 4 ss on mS _ np om Pf fisfis| a fw 3] Blele (ele iele feiss alates fetele ls ae] fe) eas [og [ise [se es [as [i Di vtenis 7[s]=]@ a] e]s)s]=]9]= pete eee eee as Pigura 7.18 Metals, metaoides e no metais. ovorreré de maneira mais aprofundada nos capitulos posteriores, ‘Quanto mais um elemento exibir as propriedades cas e quimicas dos metais, maior serd seu cardter met ico. Conforme a Figura 7.13, 0 carter metilico geral- ‘mente aumenta quando descemos em um grupo da tabela periddica, e diminui quando seguimos para a direita em lum perfodo, Agora, examinaremos as estreitas relagbes, existentes entre as configuragdes eletrOnicas e as proprie= dades de metais, no metais e metaloides, METAIS A maioria dos elementos metilicos exibe o brilho lus- {roso que associamos aos metais (Figura 7.14), que por sua vez. conduz calor e eletrividade, Em geral, os metais, ‘so maledveis (podem ser convertidos em folhas finas) e flexiveis (podem ser transformados em fios), Todos so s6lidos a temperatura ambiente, com excegio do meretirio, Figura 7.14 Metals sio emperatura de fusdo € igual a—39 °C), que € liewido & temperatura ambiente. Dois metais derretem a ura tem- peratura ligeiramente acima da temperatura ambiente: 0 césio a 28,4 °C € 0 gilio a 29,8 °C. Em outro extremo, ‘virios metais derretem a temperaturas muito clevadis. Por exemplo, o ungsténio uilizado nos filamentos de Ampa- das incandescentes, funde-se a 3.400 °C. Metais tendem a ter energias de ionizagao baixas (Figura 7.10) e, portanto, costumam formar eétims de maneira retativamente facil. Como resultado, os metais, sio oxidados (perdem elétrons) quando reagem. Entre as propriedades at6micas fundamentais, assim como raio, configuragio eletrOnica, afinidade eletrOnica, entre outros, a primeira energia de ionizagio € o methey ind cador de que um elemento se comporta como um metal ou um nao metal A Figura 7.15 mostra os estados de oxidagao te fons representativos de metas eno metais. Como observdo na antes, maledvese lexveis. CAPITULO 7 PROPRIEDADES PERIODICAS DOS ELEMENTOS | 289 RESOLVA COM AJUDA DA FIGURA A linha vermelha separa os metais dos ndo metais. Como os estados de oxidagéo comuns s80 divididos por essa linha? ” TAA HY 20 3A_4A_ SA 6A, S i nv lor| Rr] s t = Metis de wan —oo- 2+] godt] gat | V5" ] ae [Mn] Fe] Co™] 24] Cue ae cS N Kt | caP*] sem] mitt] VE Peet PM) Fe | Cos, NY | Ci | a sear) 9 + | seth + | agt [cat sa [sb |p R w|i ve] ager] [Sa / Se [ne] r | & + a | Aut [Hg Pb | Bi s ‘Figura 7.15 Estados de oxidagdo representativs dos elementos. Observe que ohicrgénioapesnta nimees de oneacdopestivae negato,sendo Ve Segio 2.7, carga de qualquer fon de metal alealino em um composto é sempre +1, ¢ a de qualquer metal alcalino-ter- roso € sempre 2+. Os elétrons externos s dos dtomos que Pertencem a um desses grupos si facilmente perdidos, resullando em uma configuragio eletrOnica de gis nobre. No caso de metais pertencentes a grupos com orbitais p semipreenchidos (grupos 347A), cétions so formados a partir da perda apenas dos elétrons externos p (como 0 Sn°*)ou dos elétronsextemos se p (como 0 Sn"). carga de fons de metais de transigao ndo segue um padrio dbvio, Uma caracterfstiea dos metais de transiglo € a capacidade de formar mais de um eétion, Por exemplo, 0s compostos ds Fett » Re elo nivito comune Reflita O atsénio forma compostosbindrios com o Cl e com o Mig, Ele terd o mesmo estado de oxidagdo nesses dois compostos? 0s composts formados por um metal eum ndo metal tendem a ser substiincias iénicas, Por exemplo, a maiori dos Sxidos metilicos e dos halogenetos so s6lidos iGni- cos, Para ilustrar, vejamos a reagao existente entre o nique! Imetilico e 0 oxigénio produzindo o éxido de niquel, um sélido idnico com fons Ni** € OF 2 Nils) +0x(¢) —>2 NiO) 771 Os 6xidos so particularmente importantes por causa da abundancia do oxigénio em nosso ambiente. ‘A maioria dos éxidas de metais é bésica. Aquel se dissolvem em sigua reagem para formar hidré metal, como nos exemplos a seguir: Oxido de metal + égua — hidr6xido de metal NayO(s) + H0() —> 2 NaOH (ag) Ca0(s) + HO) —> Ca(OH) (aq) (78) 791 A busicidade dos Gxidos de metais yem dofon éxido, ‘que reage com égua: OF (ag) + H20() —+ 2 OH aq) (7.10) A basicidade dos 6xidos de metais insoliveis em agua pode ser verificada mediante sua reago com éeidos pro: duzindo um sale gua, como mostra a Figura 7.16: Oxido de metal + écido —* sal + dgua Ni0(s) +2 HNOsaq) —* Ni(NOs)3(ag) + H;0¢) muy NAO METAIS Nao metais podem ser sélidos, liquidos or gasosos. Eles nfo sio brilhantes e, geralmente, sio maus condu- tores de calor e eletricidade. As suas temperaturas de fusdo so geralmente mais baixas que as dos metais (com cexcegio do diamante, uma forma do carbono, que funde 3.570 °C), Em condigdes normais, sete nio metais sio encontrados na natureza como moléculas datémicas. Cinco deles so gases (Ha, No, O>, F2 € Cla) tm deles & liquido (Br), € 6 outro, um sélido volatl (2). Com exee- ‘80 dos gases nobres, os niio metais restantes Sio s6lidos {que podem ser tanto duros, assim como o diamante, ou macios, a exemplo do enxofte (Figura 7.17), Por causa de suas afinidades eletronicas relativa- mente grandes e negativas, ndo metais tendema ganhar elétrons quando reagem com metais, Porexempl areagio 290 | QUIMICA: A CIENCIA CENTRAL RESOLVA COM AJUDA DA FIGURA Voc® acha que o NiO pode ser cissovido em uma soluczo aquosa de NaNO3? [Seis seine NO) Seorven (HNO,)e dean ONO dbeael er a masa samo NC, pared ura reo aaccosa ha U.N insokivel Figura 7.16 Oxidos meiiicos eagem com cides. 0 0 no & Asolo en aqua mas rege com 0 did tr (HNO) para osu ‘uma sluco verde de BNO), OSS Propriedades de éxidos metalicos (a) A temperatura ambiente, em que estado estar 0 6xido de escindio:s6lido, liquide ou gasoso? (b)_Esereva a equagao qui lea balanceada da reagio ene 0 Gxido de escndioe 0 cide nto. SOLUGKO Anais eplaneje Devos determiner uma propiedade: do Gxido de estndio (seu estado & temperatura ambiente) ¢ ‘uma propredad quimica com cle reage com o eid io), Resolva (a) Como éxido de excino um éxido de met, podemos super gue ele é um sid iorico. De faa, cle ‘eapresen- ‘a uma temperatura de fusio muito elevada, sendo igual a 2.485 °C (b) Em composios, v escandlo teu umn carga 9°, Se, © 0 fon 6xido & 0 0*. Consequentemente,a férmula do 6xido de escandio & Se30,, Os éxidos metélicas tendem a ser biisios, reagindo com dcidos para formar um sal e é Nese caso, 0 sl 60 nitrato de escndio, Se(NO) RESOLVA COM AJUDA DA FIGURA Vocé acha que o enxofre é maleavel? ‘Figura 7.17, 0 encore, conhecido na ldade Media como “pedra de enxofre", € um no metal '8e04(s) + 6 HNOs(ag) —+2 Se(NOs)s(ag) +3 H;0(0, Suponha que um Sxido metilico de férmula M,O, seja soli vel em gua. Qual(is) seria(m) o(s) principal(is) prodato(s) formadlo(s) pela dissolugdo dessa substincia em égua? (a) MHy(ag) +039) (@) MOH)xXeq) (b) Mis) + Hx(g) + Ox(g)—_(€) MOH) (aq) (©) MP (ag) + H;0x(ag) sereva a equagio quimica de cobre(Mt) ¢ 0 dcido sulfrico enire 0 alum{nio e 0 bromo produz 0 composto idnivo bro- ‘meto de aluminio: 2AlGs) +3 Br) —2AIBr) 17.12 Um no metal costuma ganhar elétrons suficientes para preencher sua subcamada p mais externa, odtendo uma configuragdo eletrOnica de gis nobre, Por exemplo, 0 iitomo de bromo ganha um elétron para preencter sua subcamada 4p: Br({Ar|4s?3d!ap) + €° => Br ((Ar}4s*3d!°4yS) Os compostos formados inteiramente por nito metais geralmente sdo substancias moteculares que tendem a ser gases, iquidos ou sélidos com baixo ponto de fusto 3 temperatura ambiente. Exemplos deles sio os hidro- carhonetos comuns, usados como combustiveis (metano, CH¢: propano, C3Hy; octano, CyH.), c HCL, NHy ¢ HS 2800s, Muitos medicamentos so moléculas compostas deC,H.N, Ocoutros nfo metas, Por exemplo, a férmala molecular do medicamento Celebra® (ou Celecoxibe) & Citak Ni025. ‘A maioria dos éxidos nio metilicos € dcida, isso significa que aqueles que se dissolvem na dgua formam fcidos: Oxido de nto meta + égua —> écido CO3(g) + H,0() — HsCOx(ag)_—_[7.13] P,Oj9(s) +6 HO) —+4 H3PO,(ag) [7.14] A reagiio entre 0 di6xido de carbono ea gua (Figura 1.18) explica a acider da égua gaseificada e, até certo onto, a da dgua da chuva. Como o enxolre esta presente n0 leo e no carvio, a combustio desses combustiveis comuns, produz didxido e tridxido de enxofre, Essas substincias so dissolvidas em égua para produrir a chuva deida, um dos, principais poluentes em muitas regides do mundo. Como, (05 Acids, a maioria dos Gxidos ndo metilicos ¢ dissolvida em solugdes basicas para formar um sal ¢ égua ‘Oxido de ndo metal + base —> sal + Sgua COs) + 2 NaOH(ag) — Na,COs(aq) + H,0(), 17.15) CAPITULO 7 PROPRIEDADES PERIODICAS DOS ELEMENTOS | 291 => Figura 7.18 Reagho entre COp¢ agua com indicador ai! de bromatimol. ricsiment sco sal incea qu 4g igeranents bien ‘Quan um pedaco de ditid de carbo slid "geo seco") Sakcionado, 2 cor muda pa amare inicardo uma solu dia. 18 a nbc formada representa gots de dua doar cerdersads peo gis CO> Reflita Supondo que A & um elemento, € que o composts ACI; tem temperatura de fusdo—112 °C, voct acha que esse omposto & molecular ou iSnico? € mais provével que o elemerto A seja 0 escéndio ou 0 fésforo? METALOIDES AAs propriedades dos metaloides ficam entre as dos metais € as dos no metais, podendo ter algimas pro- priedades metilicas caracteristicas, mas niio ‘odas. Por ‘exemplo, o metaloide silicio tem a apareneia de um metal (Figura 7.19), mas ¢ fragil, em vez de maleivel, € no OBS: Reagdes de oxidos nao metalicos Esereva a equagdo quimica balanceada da reagio entre 0 dibxido de selénio slido, SeO,x(s), e: (a) a Sgua; (b) 0 hidséxido de s6dio aquoso, SOLUGAO, Analise e planeje Vernos que o selénio & um nito metal. Por. tanto, precisamos eserever as equagies quimicas da reagio centre um éxido ndo metilico e a égua, eum dxido no metélico ‘© uma base, NaOH. Oxidos niio metilicos sio dcidos, que rea- ‘gem com dua para formar um deido e com bases para formar tum sal e égua Resolva (a) A reago entre 0 didxido de selénio ea dgua ¢ semelhan- te Aquela entre o didxido de carbono e a égua (Equacao 7.13): SeOa{s) + H;0(l) —* H,SeO3(aq) (Nio importa que 0 SeO: seja um sélido e o CO> um gis sob condigbes pad; 0 importante é que ambos si0 éxidos nao ‘metilicos soldveis em gua.) (b) A reagdo com 0 hidrOxido de s6dio & como a ds Equagio 7s: '$00,(s) +2 NaOH(ag) —* NazSeOs(ag) + Hj0() Para praticar: exercicio 1 ‘Considere 0s seguintes 6xidos: S03, ¥20s, MgO, CLO, N20s, Quantos deles devem formar solugGes deidas em dgta? (a) 1b) 2(€) 3 (@)4(0)5 Esereva a equagio molecular balanceada da reagio entre 0 hhexadxido de tetraisforo ea dgua, 292 | QUIMICA: A CIENCIA CENTRAL Figura 7.19 Sill elementar cconduz.calor e eletricidade como os metais, Os compostos, de metaloides podem ter caracteristicas dos compostos de ‘metais ou de ndo metais. Virios metaloides, principalmente o silfcio, sa0 semi- condutores elétricos, representando os principais ele- ‘mentos utilizados em circuitos integrados ¢ em chips de computador. Uma das razdes pelas quais os metaloides podem ser usados em circuitos integrados € que sua con- dutividade elétrica fica entre a de metais a de niio metais. O silicio muito puro € um isolante elétrico, mas sua con- dutividade pode ser consideravelmente aumentada com a adiga0 de impurezas especificas chamadas de dopantes ‘a modificagiio propicia um mecanismo para controlar a condutividade elétrica mediante o controle da composigao quimica, Voltaremos a esse ponto no Capitulo 12, ‘1.1 | TENDENCIAS DOS METAIS DOS GRUPOS 1AE 2A Como vimos, elementos de um determinado grupo possuem semelhangas gerais. No entanto, também existem, tendéncias dentro de cada grupo. Nesta seg, utilizare= ‘mos a tabela periddica e o nosso conhecimento a respeito {das conriguragoes eletronicas para examinar a quimtea dos, metais alealinos e dos metais alcalino-terrosos. GRUPO 1A: METAIS ALCALINOS Os metais alcalinos so s6lidos metilicos macios (Figura 7.20). Todos tém propri teristicas, como a cor prateada, o brilho metilico e a alta, condutividade térmica ¢ elétrica. O nome alcatino vem, cde uma palavra drabe que significa “cinzas", Muitos com- postos de sédio e de potéssio, dois metais alcalinos, foram ‘Tabela 74 Algumas periedades dos meta allies ‘Figura 7.20 0 sé, assim como 0s outros metais a macioo sufciente para ser cortado com uma faca isolados a partir de cinzas de madeira pelos prineiros| quimicos. Como mostra a Tabela 7.4, os metais alealinos, apresentam baixas densidades temperaturas de fusdo, € essas propriedades variam de forma bastante regular com 0 aumento do mimero atOmico. Vemos as tendén- cias comuns & medida que descemos no grupo, como 0 aumento do raio atOmico e a diminuigdo da primeira ener- sia de ionizagio, O metal alealino de qualquer perfodo tem (o- menor valor de fy do perfodo (Figura 7.10), refetindo a relativa facilidade com que o seu elétron de valencia s pode ser removido. Como resultado, os metais alealinos, sido muito reativos; perdem um elétron com facilidade para formar fons com carga 1+, «== (Segio 2.7) Os metais alealinos sio encontrados na nstureza apenas na forma de compostos. O sédio e 0 potasiio so relativamente abundantes na crosta terrestre, na azua do mar ¢ em sistemas bioldgicos, sempre como cations de Compostos ionicos. Na maioria das Ve7es, todos os metais alcalinos se ligam diretamente a nd metais. Por exemplo, eles reagem com o hidrogénio para formar hidretose com o enxofre para formar sulfetos 2 M(s) + Ha(g) —>2 MH(s) (7.16) 2 M(s) + S(s) — M2Sis) 71 onde M representa qualquer metal alcalino. Em hdretos de metais alealinos (LiH, NaH etc.), 0 hidrogéno esté ‘Temperatura Densidade aio Elemento Configuracio eletronica_de fusio ("C) _(glcm*) __atdmico(A) fs (kmol) Litio [He)2s! 181 0,53 1,28 520 Sodio INe}3s! 98 0,97 1,66 496 Potdssio (ars! cr] 0,86 2,03 a9 Rubidio kr)5s' 39 1,53 2,20 403 Césio (xel6s! 8 1,88 244 376 presente como H™, ou seja, 0 fon hidreto. Um dtomo de hidrogenio que ganhow um elétron € diferente do fon de hidrogénio, H*, formado quando um tomo de hidrogénio erde seu eléiron Os metais alcalinos re: jem intensamente com a igua, cde um hidr6xido produzindo gas hidrogénio e uma solu de metal alealino: 2. M(s) +2 H,0() —>2 MOH(ag)+Hy(g) [7.18] Eysas reagdes slo exotérmicas (Figura 7.21), Em muitos casos, € gerado calor suficiente para inflamar o Hp, podendo produzir fogo ¢ até mesmo uma explosio, como 1a fotografia de abertura deste capitulo, em que o K reage com a dgua. A reagdo ¢ ainda mais violenta com 0 Rb e, especialmente, com 0 Cs, uma ver que as energias de ion zagio deles sio ainda mais baixas que a do K. Lembre- se de que o fon mais comum de oxigénio é 0 fon éxido, OF, Seria de se esperar, portanto, que a reagdo entre um metal alealino e 0 oxigénio produzisse 0 dxido metélico correspondente, De fato, a reagio entre © Li metilico e 0 oxigénio forma éxido de lito: 4 Li(s) + Ox(2) — 2 LizO(s) ‘ido de iio (7.19) Quando dissolvidos em gua, 0 LigO ¢ outros Gxidos metilicos soliveis formam fons hidréxido a partir da rea- fo entre fons O° e Hx0 (Equagio 7.10). As reagdes dos outros metais alealinos com © oxi- genio sio mais complexas do que se poderia prever. Por exemplo, quando o sédio reage com 0 oxigénio, o produto principal ¢ 0 perdido de s6dio, que contém o fon 2 Na(s) + Ox(g) —> NazOx6s) etGxido de sSdio (7.20) CAPITULO 7 PROPRIEDADES PERIODICAS DOS ELEMENTOS | 293 0 potissio, o rubidio e o oésio reagem com oxigénio para formar compostos que contém o fon O2-, gre cham. mos de fon superdxido. Por exemplo, 0 potisso forma 0 superdxido de potissio, Kt K(s) + Ox(g) —> KOxs) supendxido de possi 721) Lembre que as reagdes das Equagdes 7.20 7.21 sio tum tanto inesperadas. Na maioria dos casos, a reagdo entre © oxigenio € um metal forma o 6xido do metal Como fica evidente nas Equagdes 7.18 4 7.21, rmelais alealinos sio extremamente reativos com a gua € © oxigénio, Por causa dessa reatividade, os mdais geral mente si0 armazenados em um hidrocarbone liquid, assim como 6leo mineral ou querosene. Embora os fons de metais alcalinos sejam incolores, ‘cada um produ uma cor caracteristiea quando sibmetidos uma chama (Figura 7.22). Os fons sio reduzidos a dto- mos n na. A alta temperatura excita © elétron de valéncia do seu estado fundamental para um orbital de energia mais elevada, fazendo com que 0 stomo fique em um estado excitado. O tomo emite =nergia na forma de luz. visivel quando 0 elétron volta ao orbital de ‘menor energia, retornando ao seu estado fundemental. A Juz emitida tem um comprimento de onda espesifico para «cada elemento, como os espectros de linha de hidrogénio © sGdio visto anteriormente. «-- (Segio 6.3) A emissio amarela do s6dio a 589 nm ¢ caracteristica das Kimpadas de vapor de sédio (Figura 7.23). cos gasosos na c Reflita 0 césio tende a ser 0 mais reativo dos metaisalcalros estaveis (0 francio, Fr, € radioativo e ainda nao foi bem estudado). Qual propriedade atémica do Cs é a principal causa da sua alta reatividade? RESOLVA COM AJUDA DA FIGURA, Qual dos metaisalcalinos voc® espera que reagiré mais intensamente com a aqua: 0 rubidio metalico ou o potassio metaico? Figura 7.21 Metals alealinasreagem intensamente com a Agua, 294 | QUIMICA: A CIENCIA CENTRAL Li Na kK Figura 7.22 Submetidos a uma chama, os ions de cada metal alalino emitem luz de comprimento dde onda caracteristico, RESOLVA COM AJUDA DA FIGURA Se tivéssemos lampadas de vapor de potdssio, que cor elas teriam? Energia eltica uiizada para excita o elton do orbital 3s para o orbital 3p Féton emitido quando © eétron vai do orbital 3p (para. orbital 3c ‘Figura 7.28 A luz amarela caracteristica de uma lampada de s6dio ¢ produzida quando elétrons exctados que estio no orbital 3p de alta energia voltam ao orbital 3s de energia mais bala, Oe Oera Reagées que envolvem um metal alcalino Escreva a equagdo alanceada da aco entre 0 césio metlico e: (a) 0 Clg) (b) 0 H;0(: (€) 0 Ha), SOLUGAO Analise pi je Como 0 eésio é um m mos que ele oxide para formar fons Cs", Al que 0 Cs est localizado quase na base da tbe! significa que est alcalino, espera- A partir das Equagies 7.16 e 7.18, podemos prever que & rea n disso, vemos ges do césio com a dgua e com o hidrogénio ocorrerio da periddica isso seguinte maneira ‘entre 0s metais mais aivos e, provavelmente, veinainssldl 2 Cs(s) +2 HO) —> 2 CsOH(ag) + Hag) Resolva A reagio entre 0 Cs © 0 Cl, 6 uma reago de com: binagao simples entre um metal ¢ um no metal, formando 0 composto idnico CsCl 2C%s) +H 2) —>2 catty As trés reagies sio reagies redox em que o eésio forma un fon Cs". 0s fons C produtos tém estequiometria 1:1 em relagd0 a0 Cs OH” eI slo todos |=, representando que os 2C(s) + Cig) —> 2.C 1) Para praticar: exercicio 1 Considere as irs seguintes afirmagies sobre a reatividade de ‘um metal alcalino M com o gas oxigénio: (Com base em suas posigées na tabela peribdica,o produto espetado ¢ 0 éxido idnico M;0. i)_Alguas metaisalealinos produzem perdxidos de metal ou superdxidos de metal quando reagem com o oxigénio. (iii) Quando € dissolvido na égua, um metal alcalino produz uma solugio basic. CAPITULO 7 PROPRIEDADES PERIODICAS DOS ELEMENTOS | 295 ‘Qual das afirmagies € verdadeira? (a) Somente uma das afirmagdes ¢ verdadeira (b) As afirmagaes (i) e Gi) sao verdadeiras. (6) As afirmagoes (i e (i) so verdadeiras (€) As afirmagdes (i (i) so verdadeiras {) Todas as afirmagbes slo verdadeiras, Para praticar: exercicio 2 Excreva a equagio balanceada que determina os produtos da reagio entre 0 potissio metilico eo enxofte element, 5(s). END fons de metaisalcalinos tendem a desempenhar um papel desin- teressante na maioria das reagies na Seco 4.2, todos os sais dos fons de metas alcalinos so sold veis em dgua, e sio espectadores na maioria das reagies aquo- sas (exceto nas que envolvem os metas alealinos em sua forms ‘elementar, como as das Equagdes 7.16 a 7.21). No entanto, esses fons desempenham um papel importante na fsiologia humana Por exemplo, 0 fons sédio e potissio so 0s principais compo- rnentes do plasma sanguineo e do fluido intracelular, respectivas mente, com concentragies medias de 0,1 M, Esses eletritos ‘tuam como transportadores vitas de carga em eélulas normais, Em contaste,o fon iio nfo tem nenhuma fungio conhecida na fisiologia humana normal. No entanto, aps a descoberta do Iti ‘em 1817, as pessoas passaram a acreditar que 05 sais desse cle- ‘mento tinham poderes de cura quase misticos, Afirmava-se ind ‘que fons lito eram ingredientes de antigas férmulas de “fonte da juventude”. Em 1927, C. L. Grigg eomegou a comereializar um reftigerante que continha litio. O eomplicado nome original da bebida era Bib-Labet Lithiated Lemon Lime Soda, que foi logo mudado para 70P®, mais simples © mais familiar (Figura 7.24), Por causa de questdes levantadas pela Food and Drug Administration, 0 Iitio foi retirado do 7UP” no comego dda década de 1950. Quase ao mesmo tempo, os psiquiatras deseobriram que © fon Iti tem efeito terapéutico sure preendente sobre o distirbio mental ‘chamado de transtomno bipolar. Mais de 5 milhies de adultos norte-am ‘eanos softem todos os anos desse tipo de psicose, passando por mudangas bruscas de humor que vo de depressaio profunda & euforia, O fon lito suaviza ‘essas mudangas de humor, permnitindo ‘que o paciente bipolar tena uma vida mais proxima do normal jieas. Conforme observado ‘dels e alos bhantes! © DESENVOLVIMENTO IMPROVAVEL DE DROGAS DE LITIO. ‘Figura 7.24 Lilo nunca mais. frmule orginal do retigerane TUP® contnha um sl de tio que supestamenteotomaua save razendoberfios om “sbundincin de energa, entusiama, cts cia, on dos anos 1950, mais ou menos na éoca em que agi anpsictic do fi descobata A agio antipsistica do Li* foi descoberta acidenulmente na ‘década de 1940, pelo psiquiatra australiano John Cade durante sua pesquisa sobre o uso do sido ico — um componente da trina — para tratar a doenga maniaco-depressiva Ele admi nisirou 0 Geido na forma de seu sal mais sohivel,o urato de Tito, a animais de laboratério maniacos e verificouque muitos dos sintomas de mania pareciam desaparecer, Estados poste- riores mostraram que o cdo drico no produzia nenhum dos efeitos terapéuticos observados; em vee dele, os fons Li* eram ‘0s responsiveis pela mehora. Como a overdose de Iitio pode ‘causar efeitos colaterais graves em seres humanos, como insu~ ficiéncia renal e morte, o uso de sas de lito fi probide como ‘droga antipsiedtica até 1970, Hoje, o Li*costuma ser adminis trado por via oral sob a forma de LigCOs, que é o ngrediente tivo em medicamentos como o Eskalith®. Os medicamentos| de ito si eticazes para cerca de 70% dos pacientes bipolares ‘que os ingerem, Nesta época de desenvolvimento de drogas soistcaéas ede bi: teenologia, 0 fon lito simples ainda 0 tatamento mais efiea para essa Jovi paiguidsicadestotva, Sumpre fendentemente, apesat a intensa pes {quisa, os cientistas ainda ny entendem ‘completamente a ago bioqufmica do litio que leva a esses efeitos terapéuti 0s, Por causa da semelhenga com 0 Na’, 0 Li” € incorporado ao plasma sanguineo, podendo afetaro compor- tamento de eélulasnervosis e muscu- lares. Como o Li* tem umraio menor que 0 Na’ (Figura 7.8), © nodo como © Li interage com as melgculas em «élulashumanas € diferene do modo ‘como 0 Na* interage, Outos estudos também indicam que © Li* altera a fungio de certos neurotrasmissores, fator que pode explicar sia efieécia ‘como medicamento antipscético. ol Ot foi retrado da bebida 296 | QUIMICA: A CIENCIA CENTRAL GRUPO 2A: METAIS ALCALINO-TERROSOS Assim como os metais alcalinos, os metais alcalino- terrosos so fodos s6lidos & temperatura ambiente possuem propriedades metilicas tipicas (Tabela 7.5). Em comparagao aos metais alcalinos, os metais alcalino- -terrosos s30 mais duros, densos e fundem a temperaturas mais clevadas. ‘As primeiras energias de ionizagao dos metais alca- lino-terrosos sio baixas, mas ndo chegam a ser menores que as dos metas alcalinos, Consequentemente, os metaisalca- lino-terrosos so menos reativos que seus vizinhos metais alcalinos. Como observado na Sedo 7.4, a facilidade com que os elementos perdem elétrons diminui & medida que petcorremos um periodo e aumenta’ medida que descemos tem um grupo. Assim, o berilio © © magnésio, os met alcalino-terrosos mais leves, sto 0s menos reativos. ‘A tendéncia do aumento da reatividade em um grupo € evidenciada pela forma com que os metais alcalino- Tosos se comportam na presenga de gua. O berilio nio reage com gua ou vapor, mesmo quando aquecido. (© magnésio reage lentamente com gua liquida € mais facilmente com vapor: Mg(s) + H;0(¢) —> MgO(s) + Ha(@) [7.22], 0 calcio e os elementos abaixo dele reagem facil- ‘mente com a gua a temperatura ambiente, embora mais Tentamente que os metais alealinos adjacentes a eles na tabela periddica. Por exemplo, a reagio entre 0 cfleio e a gua (Figura 7.25) &: Cals) +2 HO) —> CalOH) (ag) + Ha(e) [7.23] As Equagdes 7.22 e 7.23 ilustram 0 padrio domi- nante de reatividade dos elementos alealino-terrosos: eles tendem a perder seus dois elétrons de valencia s € formam fons 2+. Por exemplo, o magnésio reage com 0 cloro a temperatura ambiente para formar MgCl e brilha de maneira ofuscante quando entra em combustio no ar, produzindo MgO: Mg(s} + Cl(2) — MgChis) 2 Mg(s) + Ox(@) —> 2 MeO) (7.24) (7.25) Na presenga de O3, 0 magnésio metélico é protegido por uma fina camada de MgO insoldivel em égua. Assim, ‘Tabela 7.5 Algumas propriedades do metais alcaino-terosos. RESOLVA COM AJUDA DA FIGURA Qual &a causa para a formagéo das bolhas? Como vocé estaria a sua resposta? ‘Figura 7.25 Cielo elementarreage com Agua, apesar de o Mg estar em uma posigdo elevada mt série de atividades ~~ (Segio 4.4), ele pode ser incorperado a ligas estruturais leves utilizadas em rodas de cartes, por cexemplo. Quanto mais pesado for o metal alcalino-terroso (Ca, St e Ba), mais reativo ele sera em relagdo ays no metais do que o magnésio. 0s fons de alealino-terrosos mais pesados projuzem. cores caracteristicas quando submetidos a uma chama, ‘Alguns exemplos sio os sais de estrdncio que prodyzem a cor vermetha brilhante em fogos de artificio, ¢ os biirio, que produzem a cor verde. Temperatura Elemento, Configuragao eletrénica de fusdo("C)___Densidade (gicm?) _Raio atémico (A) _ fs (ki/mol) Beailo (Helos? 1287 185 096 Ee Magnésio IneBs? 650 174 141 28 caleo lavas? 842 1,55 16 ‘90 Estrincio Uns m 2.68 195 a9 Brio eles? na 3.51 215 03 Como seus vizinhos sédio ¢ potissio, o magnésio e 0 calcio so relativamente abundantes na Terra e na égua do mar e, como cations em compostos iGnicos, S40 essen- ciais para os organismos vivos. 0 edlcio é particularmente importante para o erescimento ¢ a manutengio de ossos edentes, Reflita O carbonato de cco, CaCO, ¢frequentemente uilizado como suplemento alimentar de clio para manter os ossos em boas condigées, Embora 0 CaC0,() sea insolivel em aqua (Tabela 4.1), ele pode ser ingerido por via ora permitindo a liberacao de ions Ca’"(ag) no sistema musculoesquelético. Por que isso acontece? [Dica: lembre-se das reagies de carbonatos de me- tals discutidas na Seco 4.3.) 1.8 | TENDENCIAS DE GRUPO PARA. ALGUNS NAO METAIS HIDROGENIO Vimos que @ quimica dos metais alcalinos con: principalmente na perda dos elétrons de valencia ns! € nna formagio de cétions. A configuragio eletrénica Is! do hidrogénio sugere que sua quimica deve ter alguma semelhanga com a dos metais alcalinos. No entanto, quimica do hidrogénio € muito mais rica e complexa que dos metais alcalinos, principalmente porque o valor da energia de ionizagao desse elemento, 1.312 kI/mol, é mais que 0 dobro do valor da energia de ionizagio de qualquer outro metal alcalino. Assim, 6 hidrogénio é um nao metal encontrado, na maioria das vezes, como um gés incolor diatdmico, Hg). ‘A reatividade do hidrogénio em relagio aos nio metais reflete a maior tendéncia de manter seu elétron em comparagio com os metais alealinas. Ao contritio dos retais alealinos, © hidrogénio reage com a maioria dos nnio metais para formar compostos moleculares em que seu elétron € compartithado com outro nie metal, em vez de transferido completamente, Por exemplo, vimos que 0 sédio metélico reage intensamente com gas cloro para produzir 0 composto idnico cloreto de sédio, em que 0 elétron de valencia do sédio & completamente transferido para um étomo de cloro (Figura 2.21) Na(s) +4 Ch(g)—+ NaCl) AH? =—410.9KI [7.26] itnico Por outro lado, o hidrogénio molecular reage com o 24s cloro para formar o gas cloreto de hidrogénio, que consiste em moléculas de HCL Chg) — HClig) AH? =-92,3kF [7.27] CAPITULO 7 PROPRIEDADES PERIODICAS DOS ELEMENTOS | 297 Facilmente, 0 hidrogénio forma compostosmotecula- res com outros no metais, como a gua, HO()) amdnia, NH13(g); e 0 metano, CHy(g). A eapacidade do hidrogénio de formar ligagSes com 0 carbono é um dos aspecios mais importantes da quimica organica, como serd vis nos pro- ximos capftulos. Vimos que, especialmente na presenca ce gua, 0 hidrogénio perde um elétran e forma fons H*. =~ (Sedo 4.3) Por exemplo, © HCI(g) se dissolve em H,0 para for- mar uma solugio de dcido cloridrico, HCI(ag). na qual 0 elétron de un dtomo de hidrogénio € transferdo para 0 {tomo de cloro — uma solugdo de Acido eloritrico con: siste principalmente em ions H® e CI (ag) estbilizados pelo solvente HO. De fato, compostos molezulares de hidrogénio e nao metais tém a capacidade de formar dei ‘dos em gua, esse & um dos aspectos mais importantes da ‘quimica das solugdes aquosas. Vamos discutira quimica de dcidos ¢ bases com detalhes mais adiante reste livro, no Capitulo 16. Por fim, como € tipico para no metais, o bidrogénio também tem a capacidade de ganhar um elétion de um ‘metal com baixa energia de ionizagio. Por exemplo, vimos na Equagio 7.16 que o hidrogénio reage com metais ativos para formar hidretos metilicos sélidos que coxtém o fon hidreto, H-. O fato de que o hidrogénio pode ganhar um elétron é outro exemplo de que ele se comporta mito mais ‘como um no metal do que como um metal aleilino, GRUPO 6A: 0 GRUPO DO OXIGENIO. A medida que descemos no grupo 6A, ha uma mudanga do cariter no metalico para o caréter metalico (Figura 7.13). O oxigénio, o enxofre ¢ o seléno sao nao relais tipicos. O tehirio é um metaloide, ¢ 0 pclonio, que € radioativo e bastante raro, é um metal. O oxigénio é um gis incolor & tomporatura ambiente; sendo qut todos 0s ‘outros membros do grupo 6A sio sélidos. Algumas das propriedades fisicas dos elementos grupo 6A sio dadas na Tabela 7.6. Como vimos na Seg 2.6, 0 oxigénio é encontrado ‘em duas formas moleculares: 02 ¢ 03. Como o O3 € a forma mais comum, as pessoas geralmente se referem a cesta quando dizem “oxigénio”, embora o nome “dioxigé- nio” seja mais descritivo. A forma O; represents o az6nio. As duas formas de oxigénio so exemplos de alétropos, definidos como formas diferentes do mesmo elemento. Cerca de 21% do ar seco & constitufdo por maéculas de 0, 0 oz6nio esti presente em quantidades muito peque- nas na camada superior da atmosfera e no ar pelutdo. Ele também ¢ formado a partir do Op na presenga dedescargas| elétricas, como em tempestades violentas 304g) —>2.0xg) AH? =284,6 KI [7.28] Essa reagdo € fortemente endotérmica, poranto 0 Os & menos estavel que oO» 298 | QUIMICA: A CIENCIA CENTRAL ‘Tabola 7.6 Algumas propriedades dos elementos do grupo 6A. Temperatura de Elemento Configuracio eletronica__fusao (°C) Densidade __Raio atomico (A) _ 1, (kd/nol) Oxiaénio (Hel2s*ap* “28 143 gf 0,66 1318 Emote INe3s?304 15 1.96 ale? 1,05, 1.00 Selénio (a3d'4s%4p¢ 221 4,82 gl 1,20 oat Telrio tke 5s?5pq 450 6.24 gen? 1.38 86 Poldnio Belts stot 254 9,20 gm 140 Br Embora tanto 0 O; quanto 0 Oy sejam incolores e, portanto, nfo absorvam luz visivel, 0 Oy absorve certos Comprimentos de onda de luz ultravioleta. Por causa dessa diferenga, a presenga de ozOnio na atmosfera superior & benética, pois filtra a luz UV prejudicial. O ozénio © © oxigénio também tém propriedades quimicas diferentes, © oz6nio, que possui um odor pungente, & um poderoso agente oxidante. Por causa dessa propriedade, ele éadicio- nado a gua para matar bactérias ou utilizado em pequenas uantidades para ajudar na purificagiio do ar, No entanto, a reatividade do oz6nio também pode ser vista no ar polufco proximo a superficie da Terra, nesse caso, ele é prejudicial a satide humana oxigénio tem uma grande tendéncia de atrair elé- trons de outros elementos, oxidando-os. O oxigénio em \¢20 com um metal est quase sempre na forma Esse fon tem uma configuragao de xis nobre e ¢ particularmente estivel. Conforme a Figura 5.14, a formagdo de éxidos nao metilicos também é, com frequéncia, bastante exotérmica e, portanto, energetica- mente favordvel, Durante a diseussio a respeito dos mé nos, fizemos uma observ alles | existéncia © fon pordxido (,*) € 0 fon superéxido (O> ). Compostos desses fons frequentemente reagem, produzindo um éxido ¢ Oy 2.HyOs(ag) —> 2 H30()) + Og) AH? =~196,1 KI{7.29)] Por essa razio, garrafas com uma solugio aquosa de perdxido de hidrogénio sio fechadas com tampas eapazes de libertar 0 024g) produzido para evitar que a pressio no interior se tome muito lta (Figura 7.26) Reflita 0 peréxido de hidrogénio & sensivel 8 luz, por isso € armaze: nado em frascos escuros.A ligagao 0-0 presente no composto 6 relativamente fraca. Se assumirmos que o frasco marrom ab- sorve todas 0s comprimentos de onda de luz vsivel = (Segd0 6.1), coma vocé estimaria a eneraia da ligagio O-O do perdxi- do de hidrogénio? Depois do oxigénio, © membro mais importante do grupo 6A € 0 enxofte. Esse elemento é encontrado em, diversas formas alotr6picas; sendo a mais comume esté- vel delas 0 sélido amarelo de f6rmula molecular Ss. Essa molécula consiste em um anel de oito stomos de enxofre (Figura 7.27). Apesar de o enxofre s6lido ser fermado por angis de Ss, geralmente escrevemos sua férmula sim- plesmente como S(x) em equagdes quimicas para simpli- ficar 0s coeticientes estequiométricos. Assim como o oxigénio, o enxofre tem a tendércia de ¢ganhar elétrons dos outros elementos para formar sulfetos, que contém 0 jon $?. Na verdade, a maior parte de enxo- fre encontrado na natureza esté sob « forma de sulfstos de metal, O enxofre est abaixo do oxigénio na tabela peri dica, ¢ sua tendéncia de formar finions sulfeto nav € tao grande quanto a do oxigénio de formar fons Gxido. Como resultado, a quimica do enxofre é mais complexa que a do oxigénio, De fato, oenxofre eos seus compostos (insluindo aqueles presentes no carvao e no petréleo) podem sofret combustio. O produto principal ¢ 0 didxido de enxo'e, um dos principais poluentes atmostéticos S(s) + Ox) —* SOXg) (7.301 RESOLVA COM AJUDA DA FIGURA Por que & adequado armazenar gua em um frasco con uma tampa normal, no vedada? | oe ‘Figura 1.26 Solucdo de perdxido de hidrogénio em um fraxco ‘om tampa sem vedacio, USP 3% Solution 10-Volume ‘ical antiseptic

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