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4 MARIA SEMPRE BENDITA: textos e imagindrios de uma histéria que se faz, desfaz e refaz Ivoni Richter Reimer’ “Nao dés as costas a possiveis futuros antes de ter certeza de que nao tens nada aaprender com eles.” (R. Bach) MARIA: SEUS ATRIBUTOS E O PODER DO IMAGINARIO Maria 6 mescla de coisas simples e complexas, é magia e compromisso que se desdobram em toda e qualquer trincheira da vida. Maria pode ser ~ e foi ~ interpretada como santa, vir- gem, humilde, obediente, etc., figurando como o arquétipo da mulher ideal, casada, mae, fiel, submissa... Ela também é repre- sentante para a mulher revolucionaria, combatente, transgresso- ra, auténoma, etc., que foi usada para encorajar e sustentar mu- Iheres em suas lutas politico-sociais no decorrer da histéria. Ah, mas e a Maria no horizonte da(s) divindade(s)? Que espiri- tualidade é esta que a trata como divindade, mas nao ousa dar- Ihe este nome? Onde Maria entra no jogo dos poderes divinos ¢ eclesidsticos? Maria-Mae-de-Deus? Que poder é esse? De Deusa, semi-Deusa, Deusa destronada, substituida? E possivel ~ ou melhor, permitido — pensar algo assim a esse respeito? Ou o veto a repulsa sao imediatos? Como é bom ¢ libertador saber que nao vivemos em tempos de fogueiras, mesmo que outros poderes continuem operantes... * Pastora luterana, doutora em Teologia pela Universidade Kassel; professora na Universi~ dade Catotica de Gots, em Goidnia; assessora do Centro de Estudos Biblicos (CEBI) membroda Associagio Brasileira de Pesquisa Biblica (ABIB);email:ivonirr@terra.com be. 101 REIMER, Richter lon’ «Mara sernpre bendita Sera que falar sobre Asherah ou Maria Madalena é tao com- plexo e complicado como falar sobre Maria de Nazaré? Sem ditwvi- da, todas éstas pessoas e representagdes mexem com a dogmatica eclesidstica, No entanto, sera que aquelas mexem tanto como esta? Até onde vao os estudos sobre Maria? E normal que, tanto do lado académico quanto pastoral, se faa andlise mais ou menos apro- fundada de textos biblicos ¢ também apécrifos — as vezes $6 por curiosidade! - para perceber a histéria de Maria e a sua contribui- cdo na historia da salvagao judaico-crista’. No entanto, em quais estudos biblicos e em quais espacos so dados alguns passos de conhecimento e questionamento dos dogmas marianos? Ou como, no estudo sistematico destes dogmas, faz-se a andlise biblica para o embasamento desses dogmas, ¢ nao 0 contrario? © que faco é aventurar-me uma vez mais ~ e nao a tiltima — por picadas e pistas tantas vezes revisitadas por turistas e estudiosos(as), na tentaliva de compreender um pouco mais acer- ca de experiéncias contidas nas e transmitidas pelas fontes que nos estdo disponiveis. Também nelas, nas fontes, mesclam-se ja as experiéncias das quais se fala (de Maria) com as proprias expe- riéncias de quem fala (redagao e revisées). A propria Maria nao fala, ela nao escreveu, nada registrou como documento para nés. ‘Temos apenas fragmentos e selecao da memoria dela. E esta 6 con- tada a partir de um determinado lugar, tempo e espaco histéricos distintos c interesses teoldgicos especificos para dentro de uma 6poca e situagio religiosas especificas. E dai vém inimeras e dis- tintas interpretagées que foram fazendo histéria... Até hoje. Neste estudo, quero apresentar, num primeiro momento, uma visdo panoramica de textos candnicos e apécrifos cristéos que men- cionam Maria, para, em seguida, pontuar alguns elementos da com- preensao de Maria em textos sagrados do Islamismo. Depois disto, destaco alguns momentos da politica interpretativa sobre Maria na » Ovolume 46 da Revisia de Inlerpretacao Biblica Latino-Americana (2003) dedica todos ‘osartigos aoestiido de Maria. Perspectivas biblico-Leoldgicas, pastorais e historicas estao presentes. Falta, porém, uma mais acurada historia interpretative de Maria, com seus, efeitos historicos na espiritualidade do povo. Também o presente capitulo ndo consegt a esyolay o assunto, vislo quea pesquisa ainda esté em andamento. 102 Historia da Igreja e do movimento ecuménico. Por fim, busco abrir um pouco a cortina para reflexdes criticas e (re}construtivas sobre Maria no horizonte da religiosidade e espiritualidade da nossa his- toria que sejam significativas para nossa vida. MARIA NOS EVANGELHOS CANONICOS CRISTAOS Marcos é 0 evangelho mais antigo, escrito um pouco antes do ano 70. Ele nada menciona sobre anunciagao, nascimento e infancia de Jesus e, portanto, Maria nao tem destaque nestas oca- sides. Ela 6 mencionada apenas duas vezes, quando aparece jun- to com seus outros filhos e outras filbas (Mc 3,31-35; 6,3-4). O nascimento virginal de Jesus e a virgindade de Maria nao pare- cem ter sido importantes para a(s) comunidade(s) de Marcos, ou ainda néo estavam sendo questionados. Interessante observar, neste contexto, que este tema igualmente nao despertou interes- se nem polémica nos escritos mais antigos do Novo Testamento, p. ex., as cartas paulinas. O Evangelho de Mateus, escrito nos anos 80, menciona Maria logo no inicio, na genealogia de Jesus (MI 1,16)°, na narra- tiva do nascimento, na visita dos reis magos, na fuga ao Egito @ em seu retorno a Israel (Mt 1,16-25; 2,11; 2,13-15; 2,20-21}. Ma- ria também aparece junto aos irmaos de Jesus (12,46-50; 13,55). Portanto, Mateus trabalhava com a tradigao da concepgao virgi- nal de Jesus, sem, no entanto, dar-lhe muita énfase: Maria estava prometida em casamento, noiva de José, e, sem terem coabitado, engravidou, Pela lei judaica, isto seria prova de adultério, pelo qual a noiva poderia ser julgada e condenada. José, porém, nao acusa e é ele que recebe a revelagao do anjo que afirma ser a crian- ca fruto do Espirito Santo. A narragéo em Mateus se baseia na tradigao profética de Isafas 7,14, sendo que 0 Messias esperado, Imanuel/Deus Conosco deverd nascer de uma “virgen”. © Evangelho de Lucas, escrito nos anos 80-90, talvez em Efeso, 6 o que mais enfatiza a narrativa sobre 0 nascimento virgi- Sobre o destaque de mulheres na genealogia de Mateus. veja meu artigo em Revista de Interpretagio Biblica Latino-Americana 27 (1997. p. 149-166}. 103 REIMER, Richter oni» Maria sempre bendita nal de Jesus ¢ o significado de Maria na vida de Jesus: Maria é mencionada na anunciacio, na visita a Isabel, ela entoa o Magnifi- cat, esté junto com José no recenseamento e na dificil viagem até Belém, na visita dos pastores, no templo e diante de Simedo (Lc 1,26-38; 1,39-45; 1,46.56; 2,4-7; 2,16.19; 2,27.33-34); ela esté junto com sua familia e vizinhanga na peregrinagao a Jerusalém, no tem- plo (2,41.48.51); aparece junto com seus outros filhos (819-21); ela e seus seios sao benditos por uma mulher andnima (11,27). Aiém disto, também é mencionada como discipula de Jesus, apés sua Tessurreicao (At 1,14}. Como Mateus, também Lucas destaca a congppgao virginal de Jesus: Maria estava noiva de José e era vir- gem. Aqui, o anjo fala diretamente com Maria, e ela dialoga com ele. Diante do aniincio do anjo de que ela conceberia e daria a luz ao Filho do Altissimo, Maria intervém, dizendo: “Como seré isto, visto que eu no conheco homem?’. A resposta do anjo quer escla- recer: “O Espirito Santo vird sobre ti; e um poder do Altissimo te cobriré; por isto, o gerado seré santo e seré chamado Filho de Deus” (1,34-35). As imagens utilizadas evocam a concepgao de uma nova criagao, sem intervengao de homem algum: assim como 0 Espirito de Deus soprou e pairou sobre 0 caos nos princfpios e revelou seu poder criador (Gn 1,2), assim repousaré sobre Maria; seu poder a envolverd como uma sombra/nuvem, assim como outrora cobriu a tenda de Moisés (Ex 40,34-35). Portanto, a narrativa esté permea- da de elementos numinosos. Em Lucas, Maria praticamente é au- ténoma em relacao a José e é protagonista da agao hierofanica: é com ela que 0 anjo comunica vida e teologia; ela vai sozinha até as montanhas visitar sua prima Isabel; em seu encontro acontece mais uma experiéncia reveladora: é no abrago das duas que a idosa e ex- estéril Isabel reconhece e bendiz Maria pelo fruto de seu ventre. Depois deste encontro hierofanico, Maria promuncia as palavras do Magnificat, grévidas de esperanga para o sofrido povo de Deus! As duas mulheres, a jovem ¢ a idosa, ficam juntas durante trés meses, alé que nasce Joo. Entao Maria retorna para Nazaré, e se desencadeia a cena do nascimento de Jesus. Dentro do sistema patriarcal da época, é bom observar a dinamica do movimento e da aco das mulheres: elas rompem barreiras ¢ atuam indepen- 104 Imaginsos da Divindade textos cinterprotaydes dentemente de (seus) homens. José e Zacarias desaparecem por detras do protagonismo de Maria e Isabel... Evangelho de Joao, com tendéncias gnésticas, ndo narra 0 nascimento de Jesus. No entanto, Maria protagoniza nele logo no inicio, por ocasiao de um casamento em Cana da Galiléia (Jo 2,1- 12). Neste contexto, também aparecem os irmaos de Jesus. Além disso, Maria reaparece apenas mais uma vez, ao lado de sua irma andnima, junto a cruz de Jesus (19,25-27) Resumindo: Os evangelhos candnicos apresentam Maria como mie de Jesus, nao acentuando tanto a concepgao virginal. Destaca-se Maria como modelo de fé, protagonizando no evento salvifico desde a anunciagao até a cruz, e atuando como discfpu- Ja de Jesus na lideranga e construgao de comunidades originarias. Entre todos, quem mais enfatiza a condigao da virgem, na anun- ciagao, é Lucas. Esta percepgao é relevante quando conectada com © contexto no qual este evangelho foi escrito: Efeso foi palco de marcantes disputas religiosas com divindades femininas, como veremos abaixo. MARIA EM TEXTOS CRISTAOS APOCRIFOS E importante observar que algumas questées centrais, pre- sentes na espiritualidade mariana e em alguns dogmas, provém de tradig6es apécrifas, interpelando o fato de serem os textos candnicos que servem de base e fundamento para a dogmética eclesiastica... Quero, aqui, destacar dois textos apécrifos: O Proto-evangetho de Tiago foi escrito na segunda metade do século If, Ele fala do nascimento de Maria, de sua infancia e de seu casamento com José. Ele também relata sobre a anuncia- a0 do anjo e 0 nascimento de seu filho Jesus. O texto conta 0 0s fragmentos que dele aqui sio citados foram traduzidos por mim da obra de W. ‘Schneemelcher (1987, p.38-349).A discussdo sobre. datagao e autoria consta nesta ‘mesma obra (p. 336-7} 105 *, REIMER, Richter lvonie Maria sempre bendita seguinte: O pai de Maria, chamado Joaquim, era um judeu fiel e era estéril. Quando soube, através de uma palavra de Deus, que nao teria descendéncia, afastou-se de sua mulher e foi para o deserto, onde jejuou durante quarenta dias e quarenta noites. Sua mulher, Ana, entoava um hino de lamentagao dupla: “Quero cho- rar minha viuvez/meu abandono; chorar quero o fato de nao ter crianga’. Na celebragéio do Dia do Senhor, a pedido de sua escra- va doméstica Euthina, Ana tirou a veste de luto, banhou-se, ves- tiu sua roupa de casamento e foi passear em seu jardim. Assen- tou-se sob uma drvore de louro e orou a Deus, recordando-se da matriarca Sara. Atendida em sua oragdo, relata-se a volta de seu marido Joaquim: E eis que Joaquim se aproximou com seu rebanho, ¢ Ana estava parada sob 0 portao e viu Joaquim chegando, aproximou-se dele, langou-se ao seu pescoco e disse: “Agora eu sei que Deus, o Senhor, me abencoou ricamente; pois veja a vitiva que ja ndo é mais vitiva, eeu que nao tinha crianga, conceberei em meu ventre”. E Joaquim descansou em sua casa... E no sétimo més, Ana deu a luz. E ela disse para a parteira: “O que foi que eu pari?”. E a parteira disse: “Uma menina”. E Ana disse: “Abencoada foi minha alma neste dia!”, Ela recebeu a crianga. Quando completaram-se os dias, Ana purifi- cou-se de seu resguardo e amamentou a crianga que chamou Maria. Depois disto, o Proto-evangelho de Tiago comentaré a infan- cia de Maria: sua mae, Ana, seu pai, Joaquim, a dedicaram ao servigo do templo, onde viveu desde pequena, sendo ali educada. Quando Maria completou 12 anos — idade em que as meninas ju- dias aleangavam a “maioridade” e podiam casar, porque estavam em idade reprodutiva -, os sacerdotes reunidos em conselho per- guntaram-se o que deveria acontecer com a menina que se tornava moga, “a fim de que 0 templo nao seja manchado” (referindo-se A menstruagao e a idade fértil). Os sacerdotes incumbiram o sumo sacerdote Zacarias de buscar orientagao divina. Um anjo lhe dis- se: “Zacarias, vai e retine os vitivos do povo, ¢ aquele que receber um sinal milagroso de Deus, a este ser dada a menina como espo- sal”, Quando José saiu de seu trabalho para dirigir-se ao templo, recebeu a sinal da pomba que pousou em seu cajado. Assim, ele 106 magindros da Divindade: textos ¢interpretagdes foi escolhido para receber a “virgem do Senhor”. Ele quis recusar: “Eu jé tenho filhos ¢ sou velho, mas ela é uma menina, Temo tor nar-me motivo de riso para os filhos de Israel!”, Ele, porém, foi convencido a accité-la como esposa, e ele disse para Maria: “Ma- ria, eu te recebi do templo do Senhor e deixo-te agora em minha casa e vou embora para realizar minhas construgées; depois volta- rei para ti; o Senhor te protegerd!”. O texto continua, falando de Maria como a escolhida para realizar trabalhos manuais para 0 templo. Quando ela sai para buscar égua na fonte, aparece-The um anjo que Ihe anuncia que ela sera a mae do Altissimo, que sera chamado Jesus. Segue-se o relato detalhado das varias reagoes (de Maria, do templo, de José, do povo) a gravidez de Maria, que foi objeto de muitas difamagoes e gozagoes. Através de um ritual reli- gioso, 0 sumo sacerdote viu confirmado que José ¢ Maria nao ba- viam cometido pecado, isto ¢, que José nao havia coabitado com a Virgem do Senhor, mas que ela havia concebido a crianga a partir da poderosa palavra de Deus, como havia anunciado o anjo. Hé ainda uma detalhada descrigao do nascimento de Jesus, da visita dos magos e da perseguicao de Herodes. O Proto-evangelho de Tiago destaca que Maria nao ape- nas concebeu virgem, mas ela propria é filha de pai estéril e de mae virgem. Um de seus objetivos ¢ afirmar e fundamentar as incipientes celebracdes da Conceigao de Maria Maria nos Fragmentos Coptas Quero abordar um segundo evangelho apécrifo, chamado Fragmentos Coptas, porque foi escrito numa das linguas egipcias, © copta, nos séculos V-VI. Na segunda parte deste Fragmentos encontra-se a narrativa da traigao de Judas, morte e ressurreigao de Jesus. E no relato da ressurreicgdo que aparece a sua mae, Ma- ria, como protagonista, Transcrevo parte do capitulo 3, na versio editada por L. Ramos (1992, p. 199-200), porque o texto também nao 6 tao difundido: ‘As maes que neste mundo viram a morte de seus filhos sentem grande consolo quando vao ao tuimulo para ver o corpo daqueles 107 REIMER, Richter von « Maria sempre bendita que elas choram... Maria vé seu filho e diz-Ihe com alegria:) “Mestre, meu Senhor, meu Deus, meu filho, tu ressuscitaste em perfeita for- mal”. Bla queria tocé-lo para beijar-lhe a boca, mas ele a impediu, fazendo-lhe este pedido: "Minha me, nao me toques, espera um pouco, pois estou com a veste que meu Pai me deu, quando me Tessuscitou, Enquanto eu nao for para 0 céu, nao é possivel que eu. soja tocado por qualquer ser carnal. Este corpo 6, contudo, aquele ‘com o qual passei nove meses em teu seio... Dou-te certeza disto, minha mae. Esta é a carne que recebi de ti. Fixa teu olliar em minhas maos ¢ em meus pés. O, Maria, minha mae, fica certa de que tu me nutriste; nao duvides, 6 minha mde, que eu seja teu filho. Sou eu que, quando me encontrava pregado a cruz, te entre- guei as maos de Joao. Agora, portanto, minha mae, apressa-te em. avisar a meus irmaos ¢ dizer-lhes: “Ide a Galiléia! Conforme as pala- vras que vos disse, ali me vereis. Apressai-vos, pois nao é possivel ir para o céu de meu Pai sem vos encontrar!” Os Fragmentos Coptas destacam Maria, mae de Jesus, no- vamente por ocasiéo de um didlogo junto ao tamulo com o jardi neiro Filogénio, e é por este reconhecida como “Maria, a mae do Fillio de Deus”. Durante esle didlogy, Jesus ressurretu aparece, Maria se dirige a ele, dizendo: “Rabboni, Kathiath, Thamioth, que significa: Filho de Deus onipotente, meu Senhor e meu Fi- lho", Acontece ento um grande didlogo entre Maria e o ressur- reto, e Maria é louvada por ser Mae de Deus. Ela recebe de seu filho ressurreto novamente a incumbéncia de anunciar a Boa Nova da ressurrei¢ao aos outros discipulos. Aqui, Maria 6 apre- sentada como a virgem verdadeira que, abencoada por seu filho ressurreto, serd bendita por todos os tempos: “O Salvador e: tendeu sua mao direita e abengoou a virgem...: “Tu serds bendita no céu e na terra; pelos anjos serés chamada cidade do grande rei!". Aqui, diferente dos evangelhos candnicos, transparece a tematica da virgindade de Maria também apés 0 nascimento de Jesus. O texto continua, afirmando que depois Maria realizou aquilo que Jesus dissera: “Ela afastou-se dali e foi para junto dos apéstolos, a fim de comunicar-lhes que o Senhor tinha res- suscitado dos mortos”. 108

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