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PROJETO Os Puritanis Sola scriptura, sola gratia, sola fide, soli Deo gloria, solus Christus #L criacaa. da Mulher Igualmente vés, maridos, vivei com elas com entendimento, dando honra & mulher, como vaso mais Frégil, @ como sendo elas herdeiras convesco da graca da vida, para que nao sejam impedidas as vossas oragdes (1 Pe.3:7) ANO XII: N® 02 : 2008 : RS 8,00 Sombras Sobre a Igreja..2 ~ A Criagdo da Mulher...3 ~ Catecismo Maior de Westminster...8 Com Quem Me Casarei?...9 ~ Catecismo de Heidetberg...I1 ~ Nosso Espirito na Ceia do Senhor...12 ~ A Mulher Puritana..13 Como Educar Os Filhos...23 ~ Confissdo de Fé de Westminster...26 ~ Que Voce Faz Quando Seu Casamento Azeda?...27 Figuras de um Vardo — Mas Pastor...31 ~ Segunda Confissdo Helvética...33 ~ Doenga...34 A Importancia da Instrucdo do Catecismo...37 ~ Trazendo 9 Evangetho aos Filhos da Alianca...38 0 Credo Niceno...40 ~ Para Nossas Criancas...41 ~ A Festa..41 Sombras Sobre a Igreja REVISTA gS Presb. Manoel Canuto oo Ke 22008 ate N a altura, largura e profundidade, do que se percebe na igreja do Brasil ela | Meee! cam esté secularizada. Secularizada em sua pratica eclesidstica, em sua éticaeno | famumedataal” seu ensino. Ensino secularizado (segundo a forma — schma’ — deste século | Waters come diz Paulo em Romanos 12) leva a igreja a ter uma prética mundana, | Mamas secularizada, O que é not6rio ndo requer prova, dizem os juristas. Wout Das igrejas ndo confessionais nao esperamas outra coisa, pois ndo tém referencial | TAM@i aig. teol6gico, A biblianestas denominagées 6 vista, interpretada e praticada como se “acha | texan -mais reta' (Jules 17:6). Estas ige|as nfo vivem uma unidade doutrindria e © que tm at em comum & algo estranho as Escrturas. So igreas que tém uma hermenéutica | fw alucindgena da Palavra de Deus. Sao igrejas antnorianas, que desorezam a Lei de | Fmranas ctw wa Deus, mas sao legalistas por criarem novas lise, por isso, fabricarem mais pecados, | trams ‘como se ndo bastasse 0 que jé existe de pecaminoso neste mundo. Sr ae See No entanto, o mais grave esté nas igrejas que se dizem confessionais (que tém | Scistartate suey Confssbes ou Simbolos de Fé), que tm referencial doutrindrio, uno, respaldadonas | fits” Escrituras; sAo Confissbes estribadas na Bibliae frato de anos de estudo, andlse e | sahtcsnae ci tam pesquisa da Palavra revelada — Igrejas que devem ser “coluna e balvarte da | “rer verdade". Mas infelizmente so igrejas que se alienaram da verdade (Ez 16:29); igrejas que desprezaram o seu juramento, “nvalidando a alianga” (Ez 16:59). Sdo igrejas cula lideranga asi mesma se apascenta "e néo apascentam as minhas ovelhas” (Ez 34:8); ministros que no ensinam ao povo a “distinguir entre 0 santo e o profano, entre o imundo eo limpo” (Ez 44:23). Uma lideranga desviada do Caminho e que pela sua injustiga faz tropecar a muitos (MI 2:8); que viola a “alianga de Levi" € por isso & despezivel e indigna diante do povo porque no guarda o caminho de Deus, € parcial no aplicar a Sua le (i 2:9); uma lideranca cega que desde os dias de seu pais se desvia dos estatutos de Deus e ndo es guardam {NL 3:7); quando Deus a chama, "tornai-vas para mim eeu me tornarei para vés outros", ela responde: "em que havernas de tomar” (Ml 3:7); uma igreja que mata seus prafetas e apedreja aqueles que Ihe séo enviados (iat 23:37); que acusa aqueles que tocam a trombeta advertindo a todos do erro e além disso condenando-os pela forma como sea forma sobrepusesse o conteido © ato de atribuir culpa aos que denunciam o erro evidente e notério, & expediente préprio dos politicos acostumados a tal pratica contra seus “adversérios” Uma igrela que persegue aqueles que denunciam seus errosé uma igeja que abandonou sua fdelidade. Uma ‘greja confessional que reinterpreta sua Confiss8o de Fé para jutifcar suas prticasndo biblicas é uma igreja com intengbes questiondveis, é Dizer sim a uma Confissio de Fé Reformada e subscrevé-la, mas negé-la na prética, € quebrar seus votos (astores e presbiteros), € mentir contra Espirito Santo; € praticar 0 romanismo jesuita ao fazer votos & juramentos com os dedos cruzados; trabalhar deliberada e enganosamente, para solapar aspectos essencials da f6 Reformada, As igrejas que se dizem confessionais e Reformadas, mas que defendem a re-interpretagao de suas Confissées; que na prética defender os dons extraordinérios para hoje; que defendem a participacao ativa da mulher na lturgia; que defendem o culto celebrativo, 0 entretenirnento no Dia do Senor, que toleram prAticas do pentecostalisme, exercitam a politicagem hierérquica no governo, as “acordos” na prética da disciolina eclesiastica, a negligéncia com o rebanho (visitagéo, pregagio, exortacéo, encorajamento,conforto, amon, sio igrejas que estdo invalidando as Confssbes Refarmadas (Belga, Catecisma de Hidelberg, CAnanes de Dort, 08 padres de Westminster), quebrando o nono mandamento, camintando pela vereda da injustiga e sem temor a Deus. Se uma igreja dita Reformada rejeita 0 aspecto confessional esd sob SOMBRAS e terd de apresentar uma slida comprovagdo exegética para suas préticas e nfo usar uma hermenéutica estranha como a que tem sido apresentaga para justificar seus erres. Enquanto isso, fcamos com a velha exegese biblica e continuamos a espera de algo melhor (se é que existe. “Eu sou 0 Senhor, teu Deus, que te tire da terra do Esto. Abre bem a tua boca, ¢ ta encherel, Mas meu ovo ndo me quis escutar a voz, ¢ Israel ndo me atendeu. Assim, deixe-os andar na teimosia do seu coragdo: sigam os seus préprias conselhas" (SI 81:10-12) 2 Revista Os Puritanos A Criagao da Mulher (6n.2:18-25 e e¢.5:20-33) Dr. Joel Beeke realizada por Deus. Comega com uma declarago marcante do Criadar: "Nao é bom que © homem esteja 36". A negativa “nao & bom” & enfética. Até entdo Deus fizera tudo bom; Ele pronunciou Sua béngéo sobre toda Sua criacdo. Aqui, pela primeira vez, encontramos que algo esté faltando, Sem compannia ferinina uma parceira para a reprodugdo, o homem nao podia realizar totalmente sua humanidade, Dessa necessidade surge a criagdo da mulher que seré companheira e esposa de Adao, Q:: congregagto, Génesis 2:18-25 descreve de uma forma grafica a criagio da primeira mulher A criagéo da mulher em Génesis 2 tem conseqiéncias de longo alcance. Ela estabelece a fundamentagio para trés dreas importantes no relacionamento de um esposo e uma esposa dentro do casamento: 1) A mulher como uma auxiliadora idénea para o homem, 2) A mulher feita por Deus como Seu trabalho manual especial. 3) A mulher feita para ser uma com o homem. Nosso texto é Génesis 2:18-24: ™Disse mais 0 Senhor Deus: N&o & bom que homem esteja s6; far-the-ei uma auxiliadora que Ihe seja idénea. Havendo, pois, o Senhor Deus formado da terra todos es animais do campo e todas as aves dos cus, trouxe-os 2a homem, para ver como este Ihes chamaria; e 0 nome que a homem desse a todos os seres viventes, esse seria o name deles. Deu nome o hhomem a todos os animiais domésticos; para o homem, todavia, ndo se achava uma auxiliadora que Ihe fosse idénea, Entao, o Senhor Deus fez cair pesado sono sabre o homem, e este adormeceu; tamou uma das suas costelas e fechou o lugar com carne. E a costela que 0 Senhor Deus tomara ao homem, transformou-a numa mulher e tha trouxe. E disse o homem; Esta, afinal, 6 0ss0 dos meus oss0s e carne da minha carne; chamar-se-d varoa. Porquanto do varao foi tomada, Por isso, deixa o homem pai e mae e se une a sua mulher, tornando-se os dois uma s6 carne" Com a ajuda de Deus, desejamos considerar os temas acima referidas 1) A mulher feita como uma auxiliadora idénea para o homem. ‘A criagdo de Eva por Deus esta colocada dentro do contexto da iist6ria da criagdo. A primeira parte desta histéria é preparacéo do homem para a chegada da mulher. Addo foi feito A imagem de Deus. Ele foi preenchi- do com a gléria dada inicialmente por Deus. E, contudo, Deus mostrou para Addo que, em toda a ordem criada, ‘com toda sua variedade, nenhuma criatura adequada havia para ser sua companhelra, Deus escotheu um modo fascinante para ensinar esta ligdo a Adac. Deus ficou lado a lado com Adio fenguanto uma grande variedade de animais passava diante de Ado. Enquanto eles passavam — da anta & zebra — Adéo estudava cada animal e depois Ihes dava nomes. Nao foi uma nomeagao arbitréria. Addo obser- vou a natureza e 0 relacionamento de cada animal, No fundo da sua mente ele deve ter imaginado se algum poderia ser apropriado para ser sua companheira, Contudo, nenhum havia. Como diz Génesis 2.20: “Para 0 homem todavia, nao se achava uma auxiliadora idénea”. Depots que 93s riomes em todos os animais, Addo verificou que nenhium havia sido criado a imagem de Deus. ‘Todos tinham um corpo e mesmo, em certo sentido, uma personalidade, Nenhum, porém, tinha uma alma, Addo nao poderia ter qualquer comunhdo com qualquer um deles a nivel espiritual. Nao importa quo bom fosse 0 relacionamento de Adao com um animal, algo ficava faltando. Deixe-me ilustrar. Talvez vocé tenha um excelente relacionamento com o seu cAo. Tem com o animal um grande companheiris ‘mo. Vacé campartilha com ele, mostra-Ihe afeigdo, Mas, tado seu companhelrismo tem que ser a nivel de um co porque um cdo pade comunicar-se apenas nesse nivel. Sem divida Addo imaginava que se fosse para ter uma companhia, 0 companheiro deveria ser especialmente criado por Deus a Sua imagem, exatamente coma ele préprio, Addo, havia sido. Assim, Addo estava preparado para uma mulher e a mulher devia agora ser preparada para ele, Ela deveria ser criada como sua réplica perfeita no mundo. Homem e mulher foram feltos de mode diferente e, contudo, Revista Os Puritanos 3 pelo ato criativo de Deus, eles deve- riam ser mais semelhantes do que ‘qualquer outra coisa na criagdo. Eva foi criada como uma mulher perfeita. Que mulher admirével ela deve ter sido! Ao comentar sobre a criago do hamem, Lutero disse que ‘Adio deve ter sido um espécime ex- traordindrlo. Pensava ele que Adio deve ter superado os animais até mesmo nos detalhes fem que eles eram insuperdveis; ele devia ter uma forga maior que a de um ledo, uma visdo mats aguga- dda que a da guia, Se isso era verdade para Addo, que podemes dizer de Eva? Lutero pensava aue Eva teria sido 140 forte, gil, perspicaz e brilhante quanto Adio. E mais, disse Lutero, ela deve t2-Io superado em bele- za e graca. Isto podemos afirmar com certeza: Eva também foi criada com a gléria primeira de Deus. A despelto da exceléncia fisica, mental e moral de Eva, 0 verso 18 diz que ela foi feita “para” o homem, “uma auxiliadora idOnea Cou adequadal para ele” Nesta condicSo perfeita pré-queda, toda mulher tem um indicio para sua posicdo Gnica, dada por Deus, no casamento. Ela deve ser uma “ajudadora idénea’ para seu marido. Génesis 2:18 enfurece grandemente as feministas radicais como também, algumas vezes, é motivo de preocupagao, sendo de ansiedade, para outras mu- theres. Falar de mulher sendo feita para o homem, ou dda sua necessidade de ser obediente ao homem no casamento, é andtema. Muitas mulheres — e mesmo homens — acham tais idéias ultrapassadas, injustas e preconceituosas contra as mulheres. Nossa natureza humana decaida nunca se agrada de renunciar a sua desejada independéncia. 0 homem ‘do quer ser sujelto a Deus € a mulher no quer ser sujelta ao homem. O Rev. J. Fraanje escreveu uma vez que “Independéncia — hoje talvez devéssemos dizer ‘autonomia’ — é a palavra escrita do lado de dentro do portao que leva para fora do Paraiso”. Necessitamos de um pensamento claro nesta dis- cussdo hoje. Nés precisamos compreender, primeiro que tudo, que a palavea ajudadora nao ¢ um termo depreciativo. Deus nos criou para servi-IO e para ajudar 0 nosso préximo. & uma honra para uma mu- Iher ajudar seu esposo, pois ajuda é uma palavra usada freqientemente, com referéncia ao préprio Deus nos Saimos (10:14; 22:12; 28:7; 46:1; 54:4; 72:12; 86:17; 119:173, 175; 121:1-2 NIV). Se Deus ndo est envergonhado de ser uma ajuda para peca- ores decaldos, porque deveriamos nés olhar com desdém para Eva por ser a “ajudadora"” do seu néo- decaido esposo? Ser uma ajudadora idénea nao é uma posigdo degradante. A forma verbal desta palavra significa basicamente auxiliar ou suprir aquilo de que um individuo ndo pode prover-se por si s6. A Septua- 4 A gloria do homem & que ele & 0 cabeca; sua humitdade & que ele no esta completo sem a mulher. A gléria da mulher @ que s6 ela pode completar 'ohomem; sua humildade € que ela € feita do homem. ginta a traduz com uma palavra que (© Novo Testamento usa com o sen tido de “médico” (Mit 15:25). Ela transmite a idéia de socorrer alguém aflito. Certamente uma espasa pie- dosa se deleita em satisfazer as ne- cessidades do seu esposo. Idénea ver da palavra que em hebraico significa “oposto”. Literal mente & “de acordo com o oposto dele”, significando que uma mulher complementara e corresgonderé 20 seu marido. Ela deve ser igual 20 homem e ser ade- (quada para ele De que maneira ela deve ser igual? Devermos pegar esta palaura igualdade que tanto ouvimos hoje em dia, Homens mulheres sao realmente iquais? Sim e nao. HA pontos importantes nos quais homens e mulheres sfo iguais. (1) Ambos foram criados igualmente & Imagem de Devs, Isto € que 05 fez companheiros id0- rneos um para o outro, Isto explica porque os animais née so companheiros adequados para nds. (2) Eles foram ambos, colocados sob 0 comando moral de Deus e, dessa maneira, Ines foram dadas responsa: bilidades morats. (3) Ambos foram culpados de deso- bedecer ao comanda de Deus e foram, por isso, julga- ‘dos por Deus por sua desabediéncia. (4) Paulo nos diz em Gi 3:28 que ambos, homens e mulheres, s&o igual- mente objeto da redengéo graciosa de Deus em Cristo Jesus. (5) Como esposo e esposa, um homem e uma mulher so igualmente conclamados a deixar pai € me para unir-se um ao outro e para amar um ao outro como uma sé carne. Contuda, em outro sentido, homem e mulher nda foram criados iguais. Porque a mulher foi criada para «@ homem, eles ndo faram criados iguais em autorids- de, Deus tragou uma estrutura de autoridade para os homens, diferente das mulheres. No entanto, a desi qualdade desta estrutura de autoridade ndo quer dizer ‘que um marido tem vantagem sobre sua esposa ou que ‘uma posigao é melhor que outra. Nem significa que uma posigdo é mais alta do que a outra. Nés temos (que expurgar nossas mentes desse mado de pensar que € muito comum no mundo dos negécies dos nossos dias. Quanto mais alto estivermos na escada dos ne- gocios da coletividade, muitos pensam, em meihores condicées estaremes. Nao é iste que Deus tem em mente para 0 homem ea mulher. Na estrutura de autoridade dada por Deus, © marido € sva esposa submetem-se mutuamente a Crista (EF 5:21), entdo, sob Cristo, um ao outro, pre- enchendo as necessidades um do outro, J& no parafso ha Gl6ria e humildade tanto no homem quanto na mulher. A gléria do homem é que ele é 0 cabega; sua humildade é que ele néo esta completo sem a muiher, A gléria da mulher & que s6 ela pode completar 0 homem; sua humildade é que ela é feita do homer. Revista Os Puritanos Ap6sa queda estes papéis complementares surgem até mais fortes, especialmente para esposos @ esposas que desejam modelar seu casamento em Cristo de acordo com as diretrizes de Deus. Paulo nos elucida sobre estes papéis em Efésios 5. 0 esposo deve amar sua espesa como Cristo ama a igreja — de modo absoluto (Ele deu-se a Si mesmo, v. 25b), de moda real (Cristo concebeu que a igreja em si mesma, neces- sitava de purificagdo, v. 26), de modo intencional (i.e, para fazer a loreja santa e sem macula (v. 27) e de modo sacrificial (i.e., para cuidar da noiva coma quem cuida do seu préprio corpo, vs. 28-29). Por seu lado, a espusa deve mostrar ao seu esposo reveréncia e submissdo, Paulo diz (vs. 22, 33). Em outro lugar Paulo aos dé quatro razdes por que: orque a mulher é feit 3.8 Jner é feita para o homer 19: ‘D)porque o homem fol criato primeivo ({ Tm 2: ae 4) trou no mundo pela mu: her (1 Tm 2: 14) ‘Assim como o homem deve mostrar fideranga amo- rosa, também a mulher deve mostrar suomissAo amo- rosa. ‘A submissio ndo 6 deoradacéo. Ela é encontrada mesmo entre pessoas da Divindade; de fato, 0 casa- mento € um paralelo da Trindade divina, a este res- peito. Os te6logos falam da Trindade essencial, a qual a Confisséo de Westminster define como "trés pessoas na Divindade, 0 mesmo em substéncia, iguais em po der e gléria”. Eles também falam dz Trindade eco- ndmica, na qual 0s varios membros da Divindade deliberada e voluntariamente submetem-se um ao ‘outro na obra da redengéa. O Filho se submete ao Pai como Mediador e Servo. 0 Espirito Santo se submete a0 Pai ¢ ao Filho em Sua obra salvfica. Paulo aponta ‘para 0 paralelismo entre tais submissbes e a submis- so marital quando diz: “O cabeca de todo homer & Cristo, eo cabeca da mulher é 0 homer e o cabeca de Cristo 6 Deus! (1 Co 11:3; ver também EF 5:22-24), Algumas feministas respordem a tais textos arg mentando que a submissdo faz parte da maldicao agora anulada pela expiacdo de Cristo. Seus arcu- mentos contudo, ndo consideram a submissdo entre as pessoas divinas nem o fato de que a relagao subor- dinada da esposa para 0 esposo & baseada primeira em Génesis 2, antes da queda e da maldigdo. ‘A submisséo dentro do casamenta tem paralelo também com a igrela que 6 a familia de Deus. Embora as mulheres possam e devam exercer Revista 0s Puritanos ‘Assim como o homem deve mostrar lideranga amo- rosa, também a mulher deve mostrar submissao umerosos papéis nos ministérios da igreja, Paula deixa claro que 0 principio da autoridade impede-as de serem oficials na igreja, Além disso, esta submis- so na casamento ena iareja deve ser voluntatia, Resumindo, se uma mulher nao pode ser uma ajuda- dora submissa, amorosa para o homem que a pede ern casamento, nao deveria desposd-lo e muito menos um homem deveria propor casamento a uma mulher a quem ele no pretende mostrar uma autoridade sa- crifcial, amorosa, 2) A mulher feita por Deus como Seu especial trabalho manual ‘Acmulher no ¢ somente fe'ta para o homem; ela é ‘também feita por Deus como um ato especial da cria- (Gao. Tanto 0 homem como a mulher foram criagdes especiais de Deus. Eles foram criados em igual dig dade. Génesis 2:21-22 diz: “E 0 Senhor Deus fez cair pesado sono sobre o homem @ este adormeceu: tomou uma das suas costelas e fechow o lugar com carne". Deus causou um grofundo sone em Adao como urn asso inicial na criagdo da mulher, Este “sono pro: fund” deve ter sido algo como uma anestesia hoje, € 2 operagdo que Deus realizau, semelhante a cirurgia médica, Deus extralu uma das costelas do homem e ppreencheu 0 lugar vazio com carne, fechando a ferida, Da costela, Deus entdo "fez" — literalmente, em hebraico, “edificou” ou “construiu” uma mulher, Deus miraculosamente, meticulosamente, belamente, laboriosamente, formou a mulher com Suas préprias ‘ios, fazendo-a cada pedacinho, to especial quanto ‘© homem que Ete havia criado antes. Existe algo particularmente belo, até mesmo poé- tico, sobre esta criacdo. A mulher 6 feta para © ho- ‘mem e, por isso, poder-se-ia pensar nela como uma serva do homem. Génesis porém, nao diz isto. Ao con- trdrio, como coloca Matthew Henry: “A mulher no fo feita da cabega do homem para governar sobre ele nem dos seus pés para ser oprimida por ele, mas do seu lado para ser igual a ele, sob o seu braco para ser protegida e perto do seu coragéo para ser amada”. Entéo, 0 Pai amoroso apresentou ao homem a noiva que Suas préprias méos tinham cuidadosamen: te formado. Ele “a trouxe para o homem” (v. 226), 0 ‘que é uma frase especial em Hebraico que significa apresentou-a ou conduziu-a ao homem’. palavea também implica na entrega solene, formal da mulher dentro dos vinculos do pacto matrimonial, que Pro: vérbios 2:17 chama “o pacto de Deus”. Deus, como Criador e Pai da mulher, trouxe-a ao horiem, como 05 puritanos costumavam dizer: “como 0 seu segundo eu, para the ser uma auxiliadora idénea” ‘Ao trazer a mulher para o homem, Deus estabeleceu 0 casamen- to como a orimeira, a mais funda- amorosa. 5 ‘mental das intituigdes humanas. An tes que houvessem governos ou igre- jas ou escolas ou quaisquer outras estruturas soclals, Deus estabeleceu uma familia baseada no respeito © no ‘amor mituos de um esposo e uma esposa, Todas as outras instituigdes humanas derivam-se desta. Da autoridade do pai vie- ram 0s sistemas patriarcais de governo humano os quais eventuaimente dariam origem as monarquias democracias. Da responsabilidade dos pais para edu- car seus fills vieram os sistemas de educagao mais formais que chamamos escolas e colégios. Da neces sidade de cuidar da saide da familia vieram os mé- dicos e os hospitais. Da obrigagdo dos pais de treina- rem seus filhos no conhecimento de Deus vieram ter plos, sinagogas e igrejas. Todas as organizagbes hu- ‘manas podem ser acompanhadas retraspectivamente até lar, a familia e, fnalmente, até o casamento. ‘Ad&o, a quem Deus despertou, reconheceu Eva imediatamente como sua companheira — 0 comple- mento perfeito para a necessidade que havia sido despertada nele, Em resposta ele explodiu numa espé- cie de cangao rupcial,celebranco sua similaricade uunigo com a muther, ao dar-the um nome, ‘Addo diz: “Esta, afinal’ (v. 23a) — ive, “desta vez!" — agora, finalmente, Addo encontra aquela que Ihe corresponde. A intima associacdo ¢ enfatiza¢a pelos seus nomes, desde que ela é chamada “varoa’ Cishah} poraue foi tirada do vardo Lish. A palavra hebraica para “varoa’ é formada pelo acréscimo da terminacdo feminina “— af" & palavea “vardo"’ Uma diferenga paralela seria entre edo e leva, ou tigre e tigreza. Assim Adao, por revelagao divina, percebeu que a mulher havia sido tirada dele. Seu ato ‘de dar o nome & sua esposa reforgou sua lideranca e autoridade sobre ela, mas seu nome indicou também que ele compreendeu a igualdade dela com ele, como sua parceira. 0 milagre divino testemunhado por Adgo encheu-o de alegria inexprimivel, insoirando-the o findo brado poético: * Esta, afinal, & 0550 dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-& varoa, porquanto do vari foi tomad"(v. 23) ‘Ado e Eva entraram, ent&o, num casamento sem pecado. °O matriménio é honroso", escreveu Mathew Henry, "mas este foi certamente o mais honeoso ma- trimbnio que jamais houve, no qual 0 préprio Deus teve desde 0 comeco urna participagdo direta’’. ‘A cango nupeial de Ado, Deus acrescenta no verso 24 um projeto sagrado para o casamento que envolve um deixar, um juntar, e uma unidade: “Por isso, deixa o homem pai e mde e se une a sua mutter, tomando-se os dois uma $6 carne”. Estas so pro. vavelmente as palavras de Moisés, 0 inspirado autor do Génesis, que nos prové com este preceito sagrado outro. 6 Unidade é o grande objetivo do casamento — ser um ‘com Deus através de Cristo, depois, por causa desta unidade, ser um, um com 0 que Jesus repete em Mateus 18 € Paulo repete em Efésios §:31-32, di- zendo: “ Eis porque deixaré o homem a seu pai ea sua mde e se uniré d sua mulher, ¢ se tarnardo 0s dis uma 56 carne, Grande € este mistério, mas eu me refiro a Cristo e a lgreja’’ Estes trés tragos essenciais — deixar, unir fou juntar] e unidade — ainda existem depois da queda, num bom ‘casamento, em Cristo 3) A mulher feita para ser uma com o homem. AAs trés partes do projeto de Deus para o casamen to s80 marcas importantes de um bom casamento: Deixar, Deixar pa e mae & um tremendo rea- justamento. A intimidade da unidade familiar deve ceder lugar para uma nova unidade familiar com uma nova cabeca. Esta nova unidade tem prioridade sobre a relacao pai-flho, HA uma corrente de persamento racional aqui: Um deve deixar a fim de juntar e dois ever juntar para se tornarem um so Cuma s6 car. ne", 2Lsduntat. Um par recém-casado deve unie-se con- comitantemente. palavra grega original pode ser traduzida como “cimentado ao mesmo tempo". O recém-casado e a recém-casada formam um novo relacionamento inseparével, um do outro. A mulher torna-se parte do homem e vice-versa. Eles se tornam mais do que companneiro intimo, melhor amigo € parceiro fil, um do outro. 22 Uni (unidade). A expresso “uma s6 carne” & 1 construgdo hebraica mais forte para indicar uma mudanca de estado. Isto j esté suentendido no fato de ter Eva sido formada de Addo. O objetivo do casa- mento, contudo, nao é apenas tornar-se um fisica- mente, ndo importando o quanta isso seja importante € realizador, mas em cada aspecto do relacionamento: um s6 no coragéo, um sé no amor, um s6 em confian A, um 36 em propésito, em pensamento e, acima ce tudo, um s6 em Cristo. Uma unidade que nao seja mais profunda do que fisica, ced dissipar-se-4 e mais provavelmente terminard em um casamento infeliz ou rum processo de divércio. Parém um casamento que tenha uma unidade global de coracéo, de mente € atitude teré igualmente uma unidade fisica especial! ‘A unidade fisica nao produz um grande casamento, mas um grande casamento, em Cristo, produz grande Unidade fisica tanto quanto grande unidade intelec- tual, emocional eespiritual Unidade & 0 grande objetivo do casamento — ser um com Deus através de Cristo, depois, por causa desta unidade, ser um, um com 0 outro. Mas, como pode um pecador que se separou de Deus tornar-se um com Deus? Unicamente através do Salvador, Jesus Cristo, que se comprometeu no deixar, no juntar e na uidade em atrair e ganhar Sua noiva. Paulo coloca Revista Os Puritanos isto dessa maneiva: “Grande é 9 mistério, mas eu me refiro a Cristo e a Igreja" (Ef 5:32), Aqui est como Ele fez isto: (2) Cristo deixou Seu Pai voluntariamente, Ele deixou a coroa, 0 trono, a corte de gléria para vir a este mundo buscar Sua noiva. Ele supartou uma dila- cerante separagao do Seu Pai, na cruz. Ele pagou assim o prego do dote por Sua noiva a fim de que ela se tornasse parte do Seu corpo, Sua carne e Seus 08508. (2) Na cruz do Calvario, Cristo juntou-se a Sua noiva. Enquanto Ele estava marrendo, ela fol mist camente farmada dE le, como 0 Segundo Adao, exata- mente como Eva foi formada do primeiro Addo, en- ‘quanto esteve em profunda sono. Assim como a mu- ther veio do lado de Addo para simbolizar o seu estar unide concomitantemente, assim também do lado ferido, sangrando, agonizante do nosso Salvador, fot tirada a Igreja, por assim dizer, para nascer, viver € ser unida com seu Salvador. Este 6, realmente, um grande mister (3) A maior parte deste mistério, no entanto, & Se tornardo os dois uma sé carne’. A igreja de Deus, diz Paulo, constitul a plenitude total de Cristo como Mediador. Ele é a cabeca; a igreja é o corpo. “E, para ser 0 cabeca sobre todas as coisas, 0 deu a lgreja, 2 qual & 0 seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas” (Ef 1:22-23). Esta unido rmistica sera aperfelgoada um dia no céu, numa uniao Ideal, indestrutivel.. ‘Quando nascemos de novo através do poder regene- radar do Espirito Santo, nés nos tornamos pessoal- ‘mente unidos com Jesus Cristo. Nos tornamas um "em Cristo”. Por isso € que Paulo jamais se cansou de descrever um cristo desse moda. Em suas epistolas Paulo usa esta frase ov uma similar — em Cristo, em Cristo Jesus ou nEle — pelo menos 164 vezes. Estaé a maneira favorita de Paulo para descrever um cristao. Por exemplo, Paulo escreve: "Se alguém est em Cristo, é nova criatura’’, ou coma esta no original “uma nova criagao” (2 Ca 5:17). Por estar unida com Cristo, uma pessoa se torna uma nova criagao. Ela é uma em Cristo; ela esta unida com Cristo. Igualmente, Paula diz em Efésios 1:3 “Bendito o Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo que nes tem abengoado com toda sorte de béngao espiritual nas regides celes- tiats em Cristo’. ‘A unido do crente com Cristo profundamente {ntima, Quando Paulo fala de unio com Cristo, ele sa um prefixo especial, em Grego, melhor traduzido como “co-”, significande que o laco 6 indissolével. Literalmente, ele diz em Gélatas 2:19: “Estou co- crucificado com Cristo”. Isto 6, quando Ele morreu, num sentido eu também morri, Em Romanos 6:4, quando Paulo fala de ser glorificado juntamente com, Cristo, ele esté dizendo que a intimidade da unido do Revista Os Puritanos crente com Cristo ¢ to grande que ha um sentido no qual, quando Ele foi crucificado, o crente foi também crucificado; quando Ele morreu, 0 crente também ‘morrey; quando Ele foi sepultado, o crente também foi sepultado; quando Ele fol levantado de entre os mortos, 0 crente também foi levantado; quando Ele ascendeu, 0 crente também ascendeu. Quem pode compreeniler esta unio mistica? Um poeta disse: ‘Um na tumba, um quando Ele se levantou, ‘Um quando Ele triunfou sobre Seus inimigos, Um quando no céu Ele se sentou Enquanto serafins cantavam que o inferno der- rotou. Com Ele, 0 nosso cabeca, prevalecemos ou cai mos Nossa vida, certeza, nasso tudo, (h, que dignidade existe em tudo isto — dignidade na criagéo de Eva, como uma mulher, uma com seu ‘marido, partthando esta dignidade com ele! E agora, através da (8, dignidade na recriagdo da noiva de Cristo, para ser feita uma com 0 esposo — para par- tilhar Sua dignidade e gléria, ser amada por Deus com uma parte daquele mesma amor com que Deus ama Seu préprio Filho! Verdadeiramente, nio ha dignidade como a dignidade da recriagdo — de ser feito a verdadeira noiva de Jesus Cristo. Aplicagées Conclusivas E 0 seu casamento — ele reflete unidade em Cris to? Quando ele no esta como vac® esperava que esti- vesse, voc® pergunta: Como posso eu (nao meu cén- juge) fazer uma unidade mais profunda? Voc8 traba- tha na sentido de cultivar uma intimidade maior no seu casamento? Nos dias de hoje, 0 casamento esté sob ataque. 0 Hedonismo esté exuberante. 0 adultério esta ganhan- do uma aceitagio que se espalha. Divércios antibibl cos se concretizam via internet. Acestrutura basica da sociedade est se rompendo, Com certa freqiéncia os crentes esto em situagao pouce melhor. Necessitamos desesperadamente com- reender 0 valor do casamento e fazer um grande esforgo para atingir a exceléncia no casamento atra- vés do Senhor Jesus. Devems nos empentiar por uni dade de moda que nossos casamentos possam ser epistolas abertas da graga de Deus em um mundo impiedoso, ‘Nao deveros nos render ao amor a nés mesmos, ainda que seja isto fomentade pela nossa cultura. 0 nico caminho para ter ui casamento realmente bem sucedido ¢ colocar Cristo como primeira, seu cénjuge ‘como segundo e vocé como terceiro. 0 amor de si préprio deve ser quebrado ao pé da cruz de Cristo. ‘Apenas quando nas vemos como pecadares em rebe- 7 lido contra Deus e nos prostramos diante dEle por perddo e ajuda para buscar a santidade, 0 amor encheré nossos casamentos € transbordaré sobre todos 05 noss0s outros relacionamentos. Entda nés entenderemos que um casamento nao existe para 0 eu mas para 0 nds — para os filhos e a sociedade e, finalmente, para a gllria de Deus. Estamos buscando diariamente a gléria de Deus fem nosso casamento? Esposos, estdo se empenhando para ser o cabeca que ama, em seu casamento? Espo- 585, esto se empenhando para mostrar submissao amorosa a0 seu e59050? Num casamento bibiico aio ha lugar para patrées — apenas para lideranga amo- rosa e submissao amorosa quando um homem e uma mulher buscam vivenciar, pela graca de Deus, 0 rela- cionamento Cristo-Lgreja na terra, Finalizando, uma palavra para os jovens: A unl dade que Deus tenciona que o casamento seja, em Crista, significa que voce ndo pode casar com um descrente, Se vocé casa com alguém que tem uma agenda pessoal para o casamento diferente da agenda de Deus, voc# estard certamente preparando para si ‘mesmo anos de dor e coracdo partido. Em 2 Co 6:14 lemos: “40 vos ponhais em jugo desigual com os ‘incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justica e a inigitidade? Ou que conmunhéo, da luz com as trevas?". Procure um cOnjuge que Ihe seja dado pelo favor de Deus e das Suas méos, E se voce deseja ser vocé mesmo um bom cOnjuge, escreveu ‘Thomas Manton, “Tiguide seu direito e seu titulo por meio de Cristo” (Works 2:164). Esteja convicto do seu chamado ¢ eleigao. Se voc8 ¢ seu cBnjuge sao tementes a Deus, seu casamento se beneficiard grandemente porque voce terd alguém para ajudé-lo a se esforcar por viver para a gléria de Deus, para viver uma vida santa, a supor- tar as cruzes que Deus enviaré ao seu caminho e a se aproximar de Deus confiantemente, pela intermedi- ago de Cristo, em oracdo e adoracao. Ore por direcao, conselho e béngao de Deus en- ‘quanto vocé espera nEle para levé-lo a um cOnjuge temente a Deus, apropriado para voc8. Pega a Ele um ‘que seja ajudador idéneo para voce. Carros amigos, vocés esto casados com Jesus Cris to? Adao e Eva ndo se envergonharam porque esta- vam vestidos com a retidéo original, dada por Deus. \Vocts também néo estéo envergonhados por estarem vestidos com a retiddo de Jesus Cristo, dada por Deus? Lembrem-se, este Salvador bendito requer sua fidelidade. Ele tem cidmes do seu amor de casado. Voces no devern extraviar-se dle O que acha deste Noivo perfeito? Voce esta casado ‘com um outro senhior -— com o principe deste mundo? As promessas de Satands sdo mentiras. Seu dote & anoiistia. Seu abrago é morte. Seu quarto é escurido, ‘Sua cama esté nas chamas do fogo, Qualquer que possa ser 0 seu caso, vamos aban- donar todas as nossas negligéncias em nossa vida matrimonial natural e em nosso casamento espiritual com o Noivo perfeito, Jesus Cristo. Vamos deixar a impiedade deste munda e ns juntar com Cristo para sermos um com Ele — agora e para semore. Amém. Sermae de Dr Joe R, Beek presidente professor de Teoosla Ss tendtica € Homies a0 SemindrioTealégce Reformado Pura no, pastor da Heritage Hetherlands Reformed Congregation of Grand Rapids, Michigan, Catecismo Maior de Westminster Pergunta 138. Quais sao os deveres exigidos no sétimo mandamento? R. Os deveres exigidos no sétimo mandamento sao: castidade no corpo, mente, afeigdes, palavras e comportamento; e a preservacdo dela em nés mesmos @ nos outros; a vigilancia sobre os olhos e todos os sentidos, a temperanga, a conservacao da sociedade de pessoas castas, a modéstia no vestudrio, 0 casamento daqueles que ndo tém o dom da continéncia, o amor conjugal e a coabitacdo, o trabalho diligente em nossas vocagées, 0 evitar todas as ocasides de impurezas e resistir as suas tentagdes. Rete Ts 445; EF 4.29; C161 Pe 32, Co 7.2 M528; PV 23.31,33; In 5.7; PV216,20; 105.9; TM 2.9; 1Co7.9; Pv 5.18,19; 1 Pe 3.7; 1Co 7.5; 1 Tm 5.13,24; Pv 31.27; Pv 5. 8 Revista 0s Puritanos Com Quem Me Casarei? Q. Palmer Robertson r 1m alguras culturas atuais, o casamente é visto como algo de geragdes passadas. Pais ¢ avés podem ter se casado, mas as pessoas nao querem mais se preocupar com 0 casamento. Se os costumes atvais da sociedade néo fazem mais tal exigéncia, entéo, para que se incomodar com isto? Jé outras culturas véem 0 casamento como algo quase que necessério para a vida, particularmente para as mulheres. A propria Sobrevivencia delas esta atrelada ao fato de serem casadas. Em quaisquer dos casos, muitas questées tém sido feitas pelo mundo moderno a respeito do casamento. Considere, pois, algumas perguntas sobre o assunto e o posicionamento das Escrituras sobre este tema, 1) 0 que é 0 casamento? ‘Se uma pessoa esta pensando em se casar, ela precisa ter algumas idéias sobre aquifo com que ela esté se envalvenda. Entéo, 0 que € mesmo o casamento? ‘Algumas pessoas considerariam o casamento como um contrato de conveniéncia pessoal. Se este contrato se adequa ao gosto do casal ou faz com que as aspiragées do mesmo progridam, entéo é bom que haja 0 casamento. Mas se esta for a visdo adotada, o resultado ser desapontamento ou desastre. No momento em que © casamento se tornar um empecilho para uma das partes ou para casal, existirA razao suficiente para que este laca sagrado seja desfeito, Em algumas culturas, se a esposa no cozinha bem, o maride se acha no direito de pedir 0 div6rcio e tudo est assim acabado, Em outras culturas, se uma mulher encontra um outro homem. ‘mais atencioso, ela pode facilmente terminar o seu casamento, Mas as pessoas ficam profundamente magoadas quando um relacionamento se desfaz, mesmo que seja um “casamento de conveniéncia’. Ha algo sobre a unido de duas pessoas que gera, cria interconexdes de corpos € alas, e sociedades que ndo podem ser facilmente dissolvidas. AS criangas nascidas de um casamento raturalmente se identificam com o “pai” ea "mae", de forma que ninguém mais pode acupar estes lugares. Ha ainda outra resposta para a pergunta inicial, “O que € 0 Casamento?”. 0 casamento é um laco entre dduas pessoas, misterioso e ordenado por Deus, que ndo deveria jamais ser quebrado enquanto as duas pessoas viverem, Ha algo sobre a unio fisica, os compromissos socials e a vinculagdo dessas duas almas que desafia uma simples separagio. 0 casamento ¢ uma maravilha, um mistério, uma beleza que apenas 0 Deus Criacor poderia ter desenhado, ¢ ninguém deveria separar aguilo que Deus uniu (Mateus 19:6). ‘Mas, e se um casamento vier a se dissolver? Se voce tem alguma culpa, confesse isto para Deus com espirito de verdadeiro arrependimento. Suplique © perdio com base na morte sacrificial do Filho de Deus pelos pecadores, Se voo8 é a parte inocente, olhe para Deus como 0 seu Pai celestial que providencia o confarto € 0 ‘uldado para todos agueles que sao os seus filos. Uma segunda questao naturalmente surge. 2) Por que eu deveria casar? Se uma pessoa nunca pode sair de um casamento que contraiu, por que correr o risco de entrar no ‘casamenta? Néo seria mais seguro permanecer solteira, descomprametido, livre das lagos inquebraveis do ‘casamento? Por que néo apenas desfrutar de relacionamentos que naturalmente chegardo ao fim algum dia e manter-se descomprometido das intengées de longo prazo? Desta forma a separa¢do nao machucara tanto, princigalmente quando ela vem eventualmente. 0 raciocinio da falta de f€ ou incredulidade segue exatamente a mesma linha. Mesmo os discipulos de Jesus ‘expressaram sérias reservas quanto ao casamento (Nlateus 19:10). Se vocé nao tem fé nas boas novas de que Jesus pode redimir, reconciliar reformar pecadores egofstas como vocé e seu possivel cénjuge, entéo pode muito bem concluir que vocé nunca deveria se casar. 0 risco é grande demais. E a allernativa de liberdade pessoal é bastante atraente. ‘Mas nao se engane em pensar que qualquer coisa pode substituir os duradouros compromissos inerentes a0 ccasamento, Nao se entregue a intimidade sexual fora de tais compromissos, pois eles so necessarios para um apropriado vinculo de corpo e alma. A ordem do dia & a de que pessoas tm direito de "viver juntas’ e depois. Ir embora ao bel-prazer, sem que obrigacbes duradouras existam. Entretanto, aos olhos de Deus, a uniao de ‘duas pessoas 6 sagrada e requer a permanéncia ou estabilidade de compromissos. Revista 0s Puritanas 9 ‘A despeito do escarnio da era pés- _ Reflita cuidadk moderna, 0 soberano Deus Criador ainda considera que pessoas que es- to engajadas em praticas sexuais ilicitas esto vivendo em fornicagdo. E tanto os individues como as nagbes devem se arrepender desta pratica, Uma resposta mais positiva a esta segunda ques 10, "Por que eu deveria casar?” merece a sua consi- deracio. Esta outra resposta remonta as raizes da existéncia humana. Deus, de forma intencional, fez 0 homem de maneira que no seria born que ele estives se sozinho (Génesis 2:18). Deus criou o hamem com- pleto, mas viu que ele precisaria de uma companheira, uma ajudadora, uma esposa com quem pudesse com- partilhar toda a sua vida. 0 Criador desenhou o ho: mem € a mulher para o casamento. Por esta razao voce pode sim “correr 0 risco"”. Va em frente e se case! E claro que ha legitimas excecdes para o celibato dentro deste principio basico. A primeira que 0 homem foi originalmente formado sem que ele tivesse uma esposa. Quanto tempo ele passou na condicao de solteiro nao nos ¢ dita. Mas um ser humano pode viver muito bem sem estar casado. Homem e mulher slo capazes de ter vidas profundamente realizadas ainda {que na condigdo de solteiros. Na verdade, praticamen. te quase todo mundo passa anos significativos de suas vidas adultas sem estar casados. ‘Mas Deus fez hiomem e mulher para que, na mat: ria dos casos, eles se casassem. Nao hé melhor expli cagho a ser oferecida para este fendmeno universal que 4 0 casamento. Tanto pata o bem estar das pes: 0s, quanto para os propésites do Criador, as pesso: as deveriam se casar. 0 instinto natural dos seres humanos os conduz nesta direcao. Desta forma, a préxima pergunta ébvia é a seguinte efetivamente. 3) Com quem eu deveria casar? ‘A resposta inicial para esta questio é: case com quem voc8 quer casar! Se as circunstancias sao fa vordveis, case com a pessoa de sua escolha. Por que alguém se casaria com uma pessoa com a qual ela nao quer casat? Obviamente muitos fatores contribuem para que um casamento se tore possivel. A pratica cultural exerce um papel vital no casamento. Algumas, familias, tribos, ou grupos sociais achariam dificil ou impossivel 0 casamento com pessoas de certas comu- nidades. Questies tals como escolaridade, riqueza, ida de, satide, vocagao, temperamento e contatos sociais, exercerdo papel na escolha da pessoa com a qual voc vai casar. Mas 0 principio bAsico permanece: case com ‘a pessoa que voce quer casar, supondo que todas as circunstdncias sejam favordveis Em situacées dificeis, uma pessoa pode se encon trar casada com alguém com a qual nao desejaria 10 em como 0 casamento contribuira para que vocés sirvam a Deus mais losamente estar casada, Em algumas culturas, casamentos sao encomendados, de forma que os desejos da pessoa néo séo adequadamente consultados. Em outras situacées, pressbes diver- sas podem induzir duas pessoas a se casarem, Quando estas circunstancias nao podem ser evitadas, as pessoas envolvidas devem depositar com pleta f€ em Deus, acreditando que Ele tem a saida para a mais dificil das situagbes. Deve-se salientar também que pelos designios de Deus todas as pessoas podem estar legitimamente casadas e receberem assim as Suas bEncles. Por ou: tro lado, pela determinacao do soberano e gracioso Deus, alaumas pessoas que desejam muito se casar podem jamais vir a encontrar a pessoa certa para elas, Um principio, entretanto, deve sempre reger 0 matriménio de um cristo. Ele ou ela deve sempre se casar com outro cristo. Um crente ndo deve jamais se pOr em jugo desigual com um incrédulo. Se as circunstancias favorecem, case-se com quem voce quer casar. Mas se vocé é nova criatura em Cristo, certifique-se de que estd casando com um outro cris- 10, Ha ainda situacdes em que um cristdo esta casado com um incrédulo (1 Corintios 7:14). Vocé pode se encontrar nesta situagao por ter se convertido a Cristo depois do casamento, Ou talvez seu cénjuge tenha “enganado” voc’, pois ele pavecia ser um vercadetro cristo quando vocés se casaram, O que fazer agora? Continue acreditando nas escolhas Ge Deus para a sua vida. Lembre-se que um cOnjuge incrédulo pode Vir a se converter por causa do procedimento cristéo do outro cénjuge (1 Pedro 3:1). Isto ja aconteceu algumas vezes e poder acontecer novamente, Mas se isso ndo ocorrer, vocé ainda pode glorificar a Deus grandemente através de uma vida de fé, dentro deste relacionamento conjugal ordenado por Deus. Muitos fatores contam na hora da escolha de um cBnjuge. Buscue © conselho de familiares ou amigos cristaos que lhe conhecem bem. Reflita cuidadosamen te em como o casamento contribuiré para que vocés sirvam a Deus mais efetivamente. Faca uma avaliaco realistica de sua situagao financeira e académica, Certamente que o misterioso fator amor’ no deve ser desprezado. Mas lembre-se: 0 amor pode comecar antes do casamento, mas hé casos em que ele comeca depois do casamento. Qualquer que seja 0 caso, 0 cultivo do amar fara com que seu fervor se intensif que ao longo da vida. E agora, a pergunta final pode ser feita, 4) E se eu casar? Primgiro, se voc® se casar, reconheca que a comu nidade em geral tem um legitimo interesse na sua Revista Os Puritanos Unido, De fato, praticamente todas as sociedades reco- rnhecem a existéncia da coabitagio marital. Nestes casos, casais que vivem juntos ha certo periodo de ‘tempo sao considerados “casados' pelas autoridades locals, Em nenhum trecho da Biblia Deus requer uma “ceriménia de casamento”, Ainda assim, 0 ndcleo fundamental da sociedade 6 encontrado nas unidades familiares. Por esta razdo, 0 casamento ndo deveria ser visto como algo privado, E 0 reconhecimento do casamento pelo Estado ¢ algo totalmente apropriado, E perfeitamente legitimo que pessoas simplesmen: te se casem na presenga de uma autoridade repre- sentativa do governo local. Nada na lei de Deus proibe tal formalidade. Mas na maioria dos casos, o melhor lugar para um cristo se casar é na presenca de fami- lia e amigos, diante da igreja que € 0 corpo de Cris- to. ‘Sequndo, entrando agora num nivel mais pessoal, espere algumas surpresas ap6s 0 casamento. A pessoa com quem vocé se casou pode nao corresponder as suas expectativas. Mas a béncdo de Deus ¢ assegura: daa todos aqueles que fielmente seguem as ordenan: gas de Sua lei, Sua graga e providéncia. Tempos de provagao virdo. Desafios surgiréo, Mas fique certo de {que a pessoa com quem vocd esta casada é a pessoa que Deus planejou que vocé casasse, apesar das cir- cunstancias diffceis vivenciadas. ‘Taecairo, antecipe um enriquecimento ilimitado ‘em sua vida ao se casar. A unido de duas pessoas em uma s6 pode duplicar ov até mesmo tripticar o poten- ial de realizacao pessoal dos cOnjuges durante 0 tempo em que, juntos, eles “exploram” o vaste mundo que Deus criou. Interesses diferentes, talentos, dons e diferentes perspectivas sobre a vida s6 tém a ampliar 05 horizontes de ambos 0s cBnjuges no casamento. O potencial humano para dar e receber amor possui uma profundidade tal que no pode ser compreendida nesta nossa curta existéncia. E.mais, ¢ dificil calcularmos a totalidade de bén- 0s que um casal pode experimentar em termos do Crescimento no conhecimento de Deus o Pai, Deus 0 Filho e Deus Espirito Santo. Nao foi por acidente que Jesus realizou 0 seu primeiro milagre, a transforma- go de gua em vinho, durante um casamento em Cana da Galiléia (Jodo 2: 1-11). Com este milagre, 0 Filho de Deus mostrou seu intento de enriquecer 0 vinculo matrimonial através da béngdo impar de Sua presenca e poder, 0 casamento terreno revela novas, medidas da graga e gloria de Deus para aqueles que sto feitos um nEle, na medida em que espelha a mais perfeita unigo de Deus com 0 seu pov. Em conclusio, 0 grande desafio de nossos dias & 0 de irmas contra a correnteza, ‘Muito do que as sociedades modernas estabelecem hoje vai de encontro ao casamento, nas termos em cue ele & ordenado pelo Sentior. Mas pela fé em Deus 0 Criador e em Cristo 0 Redentor, as alegrias e béngaos do casamento podem ser vivenciadas mesmo num ‘mundo que tem se tornado mederno demais. Dr. 0. Palmer Robertsen &Profestor de Tealogia no Arian Bible Colles, caixa postal 1028, Lilongwe, Malawi. Profesor de Velho Theological Seminary, 9558 Highway, Fort Lauderdale, Fila 33308, EUR Testamento no Ke. Federal CATECISMO DE HEIDELBERG DOMINGO 41 P. 108. 0 que 0 sétimo mandamento nos ensina? R. Toda impureza sexual ¢ amaldigoada por Deus’. Por isso, devemos detest4-la pro- fundamente e viver de maneira pura e disciplinada’, sejamos casados ou solteiros?. Ly 16:27:20,075 43-5. 5'M 216; ME 109; 160 71011; HO 3:4 P. 109. Mas Deus, neste mandamento, proibe somente adultério e outros pecados ver- gonhosos? R. N4o, pois como nosso corpo e nossa alma séo 0 templo do Espirito Santo, Deus quer que os conservemos puros e santos?. Po! isso, Ele proibe todos os atos, gestos, palavras?, pensamentos e desejos* impuros e tudo 0 que possa atrair 0 homem para tais pecados*. 1Co 6:18-20. Dt 22:20-29; Ef 5:3,4.° Mt 5:27,28."1Co 15:33; Ef 5:18. Revista Os Puritanos Nosso Espirito na Ceia do Senhor J. M. Brentnall cela do Senhor & uma preciosa ordenanga do Evangelho. Neta nés podemos ter 0 sinal mais claro, pela fé, da morte do nosso Salvador, do seu amor, do nosso pacto com Deus, € da nossa unidade uns com os outros. Como “aponta”” para Cristo crucificado ante’ nossos olhos através de sinais visiveis, ela nos convida a nos alimentarmos pela 18 no Seu “corpo imolado” e sangue vertido. Como a Ceia revela Seu amor para conosco, ela nos chama a crer no amor que Ele tem para conosco e a amd-lo em resposta. Como a Ceia sela em nds as béncaos do pacto da graca, ela nos convida a confirmar nossa fé no Deus do Pacto através do Seu mediador. Como ela expressa nossa unidade uns com outros, também nos convida a provar que temos aquela f€ que opera pelo amor. Como a Ceia do Senhor € a comunhao do corpo e do sangue do nosso Salvador, ela nos mostra nosso inexpeimivel débito para com Ele, e o que mais poderia Ele ter dado para nés e nossa salvagdo do que a Si préprio? Portanto, quando nés participamos dos simbolos materials que representam para nés Seu corpo “imolado” e “sangue vertido”, nés 0 recebemos espiritualmente como realmente sendo Ele entregue para nés. Esvaziamos-nos de nés mesmos e 0 recebemos em nossos coragdes como uma noiva recém-casada receben- do seu noivo. Devemos nos exercitar neste sacramento como desejarfamas ser achados quando Cristo vier nos encontrar na morte. Meditando nEle e em Seu sofrimento por nds, nosso desejo por Sua presenca nos elevaria para uma tal comunhdo com Ele que ficarlamos felizes por morrer na Sua mesa. Alguns dentre Seu povo conhecem isso experimentalmente. Certamente nao participamos dignamente a menos que realmente saudemos e recebamos Cristo dentro do “mais” intimo de nossos coragoes. Este é 0 ato de f8 de recebé-Lo. A Ceia do Senhior também serve para nos mostrar 0 Seu amor (em morrer) até que Ele volte. Isto, portanto, nos chama a crer nisso € a amé-lo como resposta. Assim como ele se entregou e continua a Si entregar por nés, entdo devemos nos entregar por e para Ele. Nosso ato de recebé-Lo implica em entregarmos-nos a Ele. Preocupados com Seu ma- ravilhoso amor para conosco, simbolizado nos elementos materiais perante nés, nos rendemos novamente a Ele e nos submetemos mais uma vez para sermos dEle e nao de outro. Recebemos infinitamente mais do que nés podemos sempre dar. Colacamos-nos a Seus cuidados como 0 Unico que esta perfeitamente habilitado para preparar-nos para a morada de Seu Pai. Isto ¢ f&: darmos-nos a Ele. Selando para nds as béngéos do Pacto da Graga, a Ceia do Senhor relembra-nos que Deus fez um pacto conosco, € que dentro deste pacto Ele colocou Cristo, e que em Cristo Ele colocou todas as béngaos da Salvacdo. 0 sacramento da Cela é 0 selo de Deus para as promessas do Seu gracioso pacto, e a nossa fé em receber este sacramento, & 0 nosso selo para aquelas mesmas promessas. Participando da Ceia do Senor, entretanto, nés ra- tificamas 0 Pacto da Graca, confiando que todos seus termos devem ser confirmados para 1nés ¢ realizados em nés. 0 que é primeiro um compromisso da parte de Deus e depois um compromisso da nossa parte, agora se torna um contrato miituo. As promessas de Deus e a nossa fé se encontram na Ceia, e 0 selo de Deus e o nosso selo combinam-se. Quando nés participamos pela fé, 0 selo do pacto tornar-se um, significando que Cristo é nosso e nés somos Seus para sempre. CONTINUA NA PAGINA 22 12 Revista Os Puritanos A Mulher Puritana David Lipsyi Jovem Filha Puritana ‘A Jovem Mulher Puritana Educacéo Os puritanos eram conhecidos por sua devogao & educagae em todos os niveis, Jeremiah Burroughs! uma vez escreveu: "4 pouca esperanca em criancas que so educadas de forma impia. Se a cor esta na Ia, & dificil tird-ta da roupa”. Os estatutos do Emmanuel College, a faculdade mais puritana no antigo Cambridge, afirmam: “HA trés coisas que desejamos acima de tudo que todas os membros desta faculdade possuam, a saber, a adoracéo a Deus, 0 crescimento na fé e integridade (honestidade, sinceridade) moral”. Em certa ocasiao, quando o reformador John Knox se dirigia ao Conselho da Escécia, ele disse ser “muito cuidadoso para com a educacao virtuosa piedosa dos jovens deste reino" para “o avanco da gléria de Cristom Entre 0s primeiros documentos pertencentes A fundagdo da Faculdade de Harvard encontramos: “Que 0 estudante seja sempre plenamente instruido e seriamente levado a considerar bem que o principal fim de sua vida e de seus estudos é conhecer a Deus e Jesus Cristo, que é a vida eterna (Jodo 17:3) par isso colocar Cristo na base, como 0 Unica alicerce de todo conhecimento e aprendizado saudavel”” Um modo de frustrar Satands, pensavam os puritanos, era educar as pessoas na leitura e estudo da Biblia ‘Anos antes, Lutero havia escrito: “Eu nao aconselharia ninguém enviar seu filho aonde as Sagradas Escrituras ‘no sao supremas”. Hole, nés também educamos nossos filhos a lerem, Alguma vez ja Ines falamos que o uso primério de suas habilidades para a leitura deve ser para pesquisar as Escrituras? Ainda nos primérdios da Universidade de Harvard, 05 estudantes eram obrigados a ler as Escrituras em privado (de forma nao péblica — NE) duas vezes ao dia examinando-a dentro do possivel. Nés temos essa pratica em nossos lares? Conversa: mos com nossos filhas acerca de seu dia na escola, particularmente sobre o que eles aprenderam das Escrituras Revista Os Puritanos 13 nesse dia? Nés procuramos verificar | Na visio puritana, a edueagéo crista comeca fem casa e é, em diltima | instancia,responsabili pessoalmente que, se nossos filhos fre- Genta uma escola, essa escola é verdadeiramente centrada na Biblia? A educagéo puritana era de forma ampla uma responsabilidade dos pais. 0 pregador puritano inglés Thomas Gataker escreveu. uma vez: “Que 0s pais possam aprender... 0 que al mejar na educagao de seus filhos... ndo estudar ape- ‘nas a maneira como providenciar-thes um dote... mas labutar por treind-tos na verdadeira sabedoria e dis- crigdo". Leland Ryken, um notdvel historiador pu- ritano, escreveu: “E importante notar que os escr tores puritanos, no assunto [da educagao] dirigem a maior parte de suas observagbes acerca do objetivo da educacao crista aos pais e no aos educadores. Na visdo puritana, a educacdo cristé comeca em casa e é, em altima instancia, responsabilidade dos pais. As escolas so uma extenséo da instrugao e valores dos pais, nao um substituto para eles”. Que nés nunca ppossamos achar que outra pessoa agora tenha a res ponsabilidade pela educagao de nossos filhos, res- ponsabilidade tal que nés prometemos assumir no batismo. 0 objetivo da educacao puritana nao era, em pri- meiro lugar, inteligéncia. Milton, em seu tratado Classico sobre educagdo, poe muito menos importn- cla em quanto uma pessoa sabe do que no tipo de pessoa que ele ou ela é no processo de se transformar = especialmente no relacionamento dele ou dela com deus. E esta a nossa verdadeira principal preocu- pacao? E isto 0 que nds estamos procurando na educa- G20 de nossos filhos, sela em casa ou na escola? 0s puritanos, como nés, enfatizavam uma bem modelada educagao nas artes liberais. Mas eles sem: pre enfatizavam que 0s varios assuntos devem sempre ter um objetivo religioso, Eles nao queriam uma dis tingdo entre assuntos religiosos e os assim chamados assuntos naturals (seculares). Todos deviam estar a servigo da gléria de Deus e todos deviam ser para o aprimoramento de nosso semelhante, As mocas purl- tanas, seja em casa ou na escola, e como meios per: mitidos, estudavam uma variedade de assuntos, Além de religido, muitas foram escolarizadas em leltura, caligrafia, musica (escrita), matematica (da simples aritmética a geometria ou Algebra), geografia, his- téria, filosofia e linguas, William Sprague, em sew Letters on Practical Subjects to a Daughter (Cartas a uma Filha sobre Assuntos Praticos), escreveu, entre- tanto, esta adverténcia: “Embora voct possa se distin- guir muito no cultivo intelectual... voc® nao pode proclamar ter uma educagdo completa, a menos que esteja bem familiarizada com a economia doméstica’. Como nota & parte — observe como o terma “economia doméstica”” ndo é um termo cunhado por educadores modernos. “Eu estou consciente', ele continua, “de dos pais. 14 ‘que este é um assunto que, de uma forma ou outra, muitas jovens consi- deram com forte aversdo; e hd razdes para se temer que, em muitos casos, esta averséo & aumentada ao recebe- rem em algum grau a sangdo dos pais... Mas nada que esteja relacionado com a supe- rintendéncia e diregéo imediata dos cuidados do lar vocé pode nealigenciar sem expor a si mesma as incon- veniéncias que nenhum futuro empentio noderd ser capaz de remediar completamente”. No fim, a énfase dos puritanos na educagao sem pre retornava ao lar. John James escreveu: “0 mo- mento decisive na educagéo 6 0 ponto de partida”. Benjamim Palmer, comentando 0 texto “Pais, ndo provoqueis vossos filhos 4 ira, mas criaivos na disci plina e admoestagéo do Senkor escreve: "A referén: cia é claramente & familia como uma escola de treina- mento. Os filhos ndo nos so dados simplesmente para. 0s desfrutarmos e cuidarmos, mas para serem educa dos ~ para serem educados para esta vida e para a vida por vir ‘A moga puritana, a despeito de qualquer outra coisa que ela pudesse aprender, podia esperar muito de sua educacéo para se preparar para seus deveres, futuros no lar. A tipica moga puritana nunca freqien- tava a universidade.* Seria vista com horror e até mesmo reprovada publicamente se ousasse publicar alguma coisa que ela mesma tivesse escrito. No século vinte, nossas idgias tém de certo modo ‘se modificado. Todavia, eu poderia imaginar os puri- tans, s¢ eles vivessem hoje, nos fazendo urna pergun- ta importante: “Por que,", eles ficariam a imaginar, “se a vasta maioria de suas mogas terminam casando € criando filhos, voces frequentemente gastam esse tempo e inhelro considerdvel treinando-as para aqui- lo que elas nao usardo? E por aue gastam compa rativamente tdo pouco na preparacdo para aquilo que las, sendo vontade de Deus, muito provavelmente farao?". Em outras palavras, por que encorajar 0 estudo de quimica, cAlculo, lingua avangada, etc, etc., @ ndo treind-1as mais extensivamente em como ser ‘uma esposa biblica ou uma mae biblica? “Por que", perguntariam, “elas aprendem mais sobre notebook do que aguiha e linha? Por que mais sobre formula quadratica do que as formulas que so calculadas para melhorar a satide de seu esposo ou filhos?”. Eu 1ndo tenho certeza se poderia responder-ines adequa- damente. Talvez alguém possa responder que algumas espo- ‘a8 € mes sdo também, 20 mesmo tempo, mulheres com profiss8o de tempo integral. A puritana tipica, com uma mistura de grave preocupacdo e suave es- panto, perguntaria em resposta: como seria possivel que cristdos, de todos 03 povos, ousassem revirar a ordenanga da prépria criagao de Deus e Seus planos fade Revista Os Puritanos para as mulheres, de cabeca para ba x0 pedindo-Ihes que sacrifiquem um tempo preciso e energia de seus cha- ‘mados primévias dados por Deus € ‘esvi-las para fazer aquilo que Deus 68 normaimente para os homens. Depois de ensinar coma mulheres no casadas deviam trabalhar para seu prOprio sustento, John James comenta que "no casamento..o marido deve ganhar com o suor de seu tosto, nao apenas seu préprio po, mas 0 de sua fam Jia. Na sociedade puritana era bem-estabelecido que ‘um dos deveres fundamentais do homem ro casamen to era prover sua esposa e familia com roupas e al rmeatos adequados. Para ele, pedir que sua esposa faca isso, exceto em circunstancias que 0 privem de assim 0 fazer, era considerado paganisma. A justica até mesmo reconhecia este sustento como parte essen Cial de civida & mulher como virtude do casamento, E possivel, amigos, que n6s realmente precisemos considerar se de fato estamos prestando atencao sufi- ciente, tanto em casa coma na escola en0s circulos da igreja comio um todo, ao tipo e quantidade de prepa ragdo que nossas mocas recebem para aquele chama- do que a maloria delas um dia ocuparao: aquele de esposa e mae? Nossas escolas estdo fazendo isso? Elas fazem isso 0 bastante? Como pais, nés estamos impingindo em nossas macas e senhoras uma alta consideragdo para com 0 abengoado lugar que Deus designou para a maioria das mulheres: 0 de esposa & mae? Sela Uti 0s puritanos sabiam como medir a utilidade das insttuigbes de educagdo. Certo puritano escreveu este sintetizado padrdo para avaliar a escolaridade de uma jovem: “Quando uma jovern volta para casa, se ela néo 6 tao boa filha quanto era antes, qualquer que tenham sido as aquisigdes que ela possa ter adquirido 1a escola, teria sido melhor ela nda ter ido para Is Se a escola € a igreja de fato tiverem enfatizado esses valores louvaveis, os puritanos preveniriam aos ais a que ndo anulassem 0 que essas instituigées tinham feito por suas filhas. 0 puritano Richard Gre- enham avaliou essa advert&ncia, dizendo: "Se os pais tm seus flhos abengoados na igreja ena escola, que eles tomem cuidado para que ndo déem a seus flhos nenhum exemplo corrupto em casa... De outra forma, 05 pais Ihes causaréo mais danos em casa do que o bem que pastores e professores possam lhes fazer fora”. George Swinnock vai ainda mais ao ponte: “alguns pais", ele escreveu, “como Eli, criam seus files para a ruina de sua casa” Nos dias do puritano John Angell James, havia também e da mesma forma, tendéncias educacionais para a distorgéo, de um tipo no desconhecido entre 1s hoje, que estavam eno tentando interromper 0 treinamento das mogas puritanas. Ele escreve: "Na Revista Os Puritanos As escolas séo uma extensdo da instrugao valores dos pais, ndo um substituto para eles. educagée moderna, quanto nao € programado, se nao intencionade, mais para preparar nossas mulheres de modo que se fascinem nos cir- culos da mada e nas festa, do que para brithar no retiro de sua cass. Polio exterior com aquilo que & chamado realizagées, parece mais ser a fnalidade do que dar um sélido Substrat (i.e, fundamento) de piedade, inteligéncia, bom senso, € virtude social. Nunca heuve um assunto menos bem compreendido que educagio. Armazenar a meméria com fatos, ou cultivar um gosto musical, canto, de- Senho, linguas, e corte-costura, s40 0 ultimato para muitos. 0 uso do intelecto no sentido de reflexde profunda, juizo sBo, discriminaggo acurada néo é ensinada como deveria ser”. “O que James almela para a educacio das mosas?", voct poderia pergun- tar. & resposta seria: “Eu quero que elas sejam ade- quads [de mado que possam) treinar homens e mu theres que sero o suporte da forca e gléria da na- ace ‘A moga puritana era educada, néo apenas em casa € na escola, mas também na igreja. Em uma série de sermées sobre educaceo religiosa de criangas, Phillip Doddridge, dirigindo-se @ jovens, disse: “Pri mei, sejam dispostos a aprender as coisas de Deus. Seounde, orem por aqueles que lhes ensinam. Ter- Ceiro, atentem para que nao aprendam em vio". No mesmo sermao ele continua, a certa altura, dirigind- se 208 desatentos e também aos jovens piedos0:, to- dos que estavam chegando & maturidade. Gomo mais « mais das nossas congregagoes recebem pastores de si mesmas, pela graca de Deus, eu penso que pres- biteros, e especialmente os pastores, precisam mais e mais dar assistencia aos pais diigindo pelo menos parte de suas mensagens a nossas criangas sentadas na igreja ‘A esse respeito, ev tenho citado hoje largamente o extenso liv escrito pelo puritano John Angell ames sobre Piedade Feminina. A moca purtana a quem ele se refere, embora possa no ter tido uma educagao universtara, deve ter sido pelo mencs téo inteligente quanto muitas de nossos dias atuais gra- duadas no ensino médio. Uma mente precariamente educada teria tio considervel diftculdade em acom- panhar sev raciocinio agudo e, as vezes, elevado vocabulério. 0 mesmo poderia ser dito do puritano A Guide for Young Disciples (Um guia para Jovens Discipuos) de J. G. Pike, Talvez nds devamos pensar dduas vezes antes de sentizmos pena da assim cha- mada escassa educagao formal das mocas puritanas. Depois de ter me preparada para este tépico eu re- ceio que muitas maces aprenderam mais da real substineia nos pouces anos de estudo que elas ti veram do que muites de nés em talver duas vezes os smesmos anos 15 A educagéo puritana era sempre considerada um meio para um fim Util, Utlidade quase nunca era medi- dda em termos de riqueza ou realiza- co pessoal, mas em termos de servigo para a familia € para outros. Tanto antes como depois do casarnento, a jovem moca puritana era freqientemente encoraja- dda a, na linguagem puritana clara, “ser util”. Dit gindo-se a mulheres, baseado em Filipenses 4:3, onde se Ié sobre aquelas mulheres que “juntas se esforca- ram comigo no evangelho”, o puritano John James escreve pagina apés pagina despertando as mulheres, ‘no “a fazerem prosélites de uma denominacao para utra”, mas aa “trabalho mais nobre e santo de sal- var as almas de criaturas, suas semelhantes, espe- cialmente aquelas de seu proprio sexo...”. Ele acres: conta uma adverténcia, contudo. “0 camino do zelo religioso € frequentemente sobre uma vastidso, sobre pedras pontiagudas e rochas descobertas... Voces terdo que fazer sacrificios de temps, conforto, diver- sto, sentimentos, talvez de amizades; vacés terdo que suportar dfculdades, e deparar-se com muitas coisas esagradévels; vocés terdo que estar preparadas para abandonar a vontade-prépria... reivindicagBes por proeminéncia. Vocés podem ser zelosas de boas obras em tals termos? Se sim, vamos; se no, volte”. Flel & forma puritana, o escrito prossegue descrevendo ‘quais caracteristicas espirituais eram pertinentes para esse trabalho € depots continua a destacar “os meios nos quais seu zelo pode ser empregado apro- priadamente a0 seu sexo, idade e circunstancias” Qualauer moca podia ser ati. 0 mesmo autor ilus- trou este ponto contando uma histéria sobre uma ‘menina que ficou ofendida com o fato de varias lojas, fem sua vizinhanga estarem abertas no domingo. Ela foi até seu ministro e pedi por falhetos sobre a abser- vancia do Dia do Senhor, colocou-os em envelones € deixou-os nas casas da vizinhanca. Sete lojas aca- ‘baram por fechar aos domingos. 0s puritanos, fossern ‘meninas ou homens maduras, néo eram pessoas do tipo “ndo-fazemos-nada”. Mas, muito do que eles fizeram, fizeram com séria preparagdo, consulta 54: bia e ago em oracéo. Uma pergunta para nés é& “lossas filhas so tteis no sentido bom e correto da palavra?”. E quanto a isso, nbs somos? Cortejando ‘Ao preparar-se para pensar em casamento, era tipico ser dito jovern puritana aue afeigdo estével de ambos 0s lados em um relacionamento era geralmen: te um sinal de apoio divina ao casamento. Todavia, ela ndo devia necessariamente procurar por alguém a quem ela amasse naquele exato mamerto, mas por alguém a quem ela poderia amar de forma permanen- te. Esta € uma importante distinggo (expandir-emo- fo vs. critério). 16 ‘A educagao puritana era sempre considerada um meio para um fim itil. ‘A moga puritana era ensinada que o amor pelo Senhor devia vir pprimeiro e o amor humano devia ali- mentar esse amor e nda desvid-la dele. Contudo, o amor marital, uma vez que o homer a mulher estivessem unidos, devia ser igual ao da igreja por Cristo, embora subserviente ao amor dela pelo Senhor. Packer nos fala que @ homem puritano tipico ora- ria muito e pensaria bastante sobre uma companheira em potencial. Que ela fosse uma crist& séria era uma condigéo. (Faca uma pausa e considere isto.) Beleza de mente e cardter era enfatizado bem mais que be- leza externa, Uma avaliago completa do cardter da moga precederia a corte. Como isso era feito? Ele tentaria descobrir sua reputac3o, observar como ela costumava agir na convivéncia com outras pessoas, ‘como se vestia e conversava, ¢ 2 quem ela selecionava para seus amigos. 0 puritano Robert Cleaver escre- veu: “Escolhe uma companheira para tua vida como antes escolhestes companhias iguais a ti”. Os puri- tanos Dod e Cleaver em seu A Godly Form of Hou- sehold Government (Uma Forma Piedosa de Governar a Familia) afirmam: "Vejam um ao autro comendo acordando, trabalhando e brincando, conversando, rindo e desaprovando também; ou, caso contrério, pode ser que se tenha um para com 9 outro menos do (que se procurava, ou mais do que desejassem". Os puritanos usavam 0 modelo biblico de cortejar, ‘experimentado e verdadelro, em lugar do modelo mo- derno, em lugar das praticas mundanas do namora de hoje. Eles tinham pouca esperanca para com aqueles casais cujas afeigdes se sobrepunham a razao. De forma tipica, a razdo era empregada em primeiro lugar na procura de um parceiro e as afeicbes deve- rlam segui-la obedientemente, Talvez seja uma surpre- sa para nds, mas eles freqientemente conseguiam, Quando um certo Michael Wigglesworth desejou persuadir uma mulher piedosa a casar-se com ele, ele escrevevslhe, ndo proclamando um amor violento por ela, mas, em vez disso, fez cuidadosamente unna lista de dez razbes pelas quais ela deveria casar com ele € depois respondeu a duas objegies & uniao deles levan- tadas por ela. Embora a primeira das razées dele se assemelhe ao amor romantico com que todas nés estamos muito familiarizados — “meus pensamentos € coragio t8m sido somente por voce desde’” nosso pri- meiro encantro - as outras razées née foram produtes de paixdo, mas de piedade. Na razdo dais nés lemos que “mesmo buscando a Deus de forma séria, fervorosa e freqdente por orienta- Go e diregao em uma questao tdo séria, meus pensa- mentes ainda t8m sido determinados e fixos em voce ‘como a pessoa mais adequada para mim’’ Razio trés: “A isso eu ndo tenho sido levado por fantasias (como muitos so em casos assim), mas por Revista Os Puritanos tum raciocinio ¢ julgamento saudével, principalmente mando e desejando vocé por aqueles dons e gracas (que Deus Ihe deu, e visando a gléria de Deus, a beleza © promagao do evangelho. 0 bem espiritual, bem co- mo o bem exterior de mim mesmo e de minha familia, juntamente com o seu bem e de seus filhos, como meus ‘bjetivos, induzem-me a isso” Para encurtar a histéria: a senhora casou com Wigglesworth, Que pai hoje nao invejaria tal pretendente para sua filha? Nossa forma de aproximarmos uma relagao fem nossos dias atuais ndo est talver nos afastando desta preparagdo séria para o casamento? Uma con: clusdo errada a qual nao queremos que se cheque ¢ dizer que os sentimentos do amor nao sao importan. tes. 05 puritanos apenas néo os consideravam de todo: importante. 0 amor tinha que ser precedido e tem- pperado com consideracbes sérias, espirituais. L.A Esposa Puritana Para 0s puritanos, a uniao matrimonial era consi- derada “a fonte e raiz principal e original de todas as ultras sociedades”. Em outras palavras, se 0s casa- ‘mentos nao eram bons, como poderia a loreja ou a sociedade ser? Nés vamos considerar a esposa puri- tana em varios de seus papeis. mt anheirs John Angell James escreve cue no estado do casa: mento a esfera de trabaina da mulher é sua familia. Em muitas tritos ndo-civilizadas onde o cristianismo € desconhecido, ele observa, a esposa “é quem traba- Ia duro, enquanto © marido vive em insolente pre- ‘quica”. O cristianismo verdadeiro, diz James, libera a ‘mulher disso. Os deveres da mulher crista comegam em casa, estando ela no centro, em primeiro lugar depois de seu marido, Numa segdo comovente em seu livro Fe- male Piety (Piedade Femininal, James escreve: “Na vida de casada, ela deve ser sua companheira cons: tante, em cuja sociedade ele deve actar alguém que se una a ele mao com mao, othe com othe, labio com labio e coracéo com coragdo: a quem ele pode desa- bafar os segredos de um coracao pressionado pelos cuidados, ou oprimido por angistias; cuja presenca ela tem como prioridade perante toda a sociedade; cuja voz seré para ele sua misica mais doce; cujo sorriso, sua luz do sol mais brilhante, de quem ele se afastard com pesar, € a cuja conversa ele retornara com pés ansiosns, quando o lator do dia tiver terminado; quem camintaré proximo de seu coragae amoroso, € palpitara 0 pulso de suas afeicies quando 0s bragos dela se apoiarem do. Nos momentos de conversa a s6s ele Ihe falard de todos 0s segredos de Revista Os Puritanos Os puritanos usavam ‘o modelo biblico de cortejar, experimentado ¢ verdadeiro, em lugar do rele € forem pressianados em seu la- modelo moderno, em lugar ddas praticas mundanas do ‘namoro de hoje. seu coracdo; encontrar nela todas as capacitagées, todos os estimutos, da mais terna e encarecida socie- dade; € em seu gentil sorriso e loquacidade, gozaré de ‘tudo que possa ser esperado em quem foi dado por Deus para ser sua companheira e amiga” Em suma, a esposa puritana fol dirigida para con- solar e animar seu marido, aliviar seu fardo compar- tihando-o. Ela também deve ser sua confidente conseineira. James continua: "Nem ela deve ser ne- ligente er oferecer, nem ele negligente em receber 0 conselhos de sabedoria que ela possa sugerir com prudéncia, muito embora ela possa nao ter intima familiaridade com todas as complicagées dos negé- ios deste mundo”. Alguém pode pensar que os puritanos eram con- traditérios em alguns aspectos com relagao & influén- cia que a esposa puritana deveria exercer. Por um Jado, John James admiravelmente cita Adolpe Monod, ue escreveu: “A maior influéncia na terra, seja para ‘bem ou para mal, € possuida pela mulher”. Todavia, qualquer pessoa que pegue qualquer escrito puritaro fa questéo do casamento encontrar duas palavras, submissao e subordinagao, literalmente pontuando as paginas. Como & possivel ela ser submissa e, todavia, tao influente? Este é um segredo que nossa triste geracdo precisa extremamente redescobrir. Sudmissao, subordinagao: estas s4o, para a maio- ria das mulheres hoje, palavras que seam como da- rnosas, quando usadas no contexto do casamento. Mui- tas mulheres ocidenta’s modernas preferem pensar acerca do casamento em termos de igualdade, coope- ‘ago, como um time, e expresses como essas, Para 08 puritanos, e, de fato, de acordo com Ef 5:22ss, quando uma mulher, uma esposa, perde de vista os conceitos fundamentais da submissao e subordinagao com respeito a seu marido, isso no é menos herético ‘que se 2 igreja perdesse de vista sua submissao a Cristo. Apesar da frequente mencao dessas palavras, contudo, os puritanes néo equacionavam subordina- a0 a serventia. Uma mulher, agindo como Deus a designou para agit, era considerada um bem poderoso para qualquer marido, familia e nagdo, e uma mulher (que conhecia a alegria de fazer a vontade de Deus. Nao cometa erro, 0s puritanos nao eram insenst veis as freqientes circunstancias dificels da mulher. Nem eram eles, mesmo em sua época, privados de criticas pela sua insisténcia no papel submisso da ‘mulher. Jahn Angell James escre- veu: "Mas talvez se faga a pergunta se eu trancaria toda mulher casada dentro do circulo doméstico, e, com © clime ¢ autoridade de um déspota oriental, a confinaria em sua pré- pra casa; ou se eu a condenariae a degradaria ao mero trabalho penoso 17 do lar”. Veja vocé, a mentalidade feminista ndo esta limitada a0 século XX, mas tem um pé em todas as gera- es desde a queda. James continua a Gizer: “Ela, com meu consentimento, nunca afundaré saindo do lado de seu marido para ser pisada sob seus pés. Ela nao terd um raio de sua gloria extinguida, nem sera desprovida de uma dnica Ihonra que pertenga a seu sexo; mas ser ainstrutora de seus filhos, a companheira de seu mavido, ea rainha consorte do estado doméstico nao ¢ nenhuma degra- dacao; ¢ ela é degradada apenas para quem pensa assim”, Embora ele conceda a infuéncia dela tanto na esfera social e entre seus amigos como em sua propria casa, ele adverte que estas incessantes do prazer e circulos constantes de entretenimento nao sfo a sua miso, mas, sim, contrapor-se e impedir essas coisas”. N&o se ceve esquecer que a porgao do homem puritano na vida era freqdentemente de mono- toni eificuldade e saccificio. A vida era simplesmen: te cific, para toda a familia, Eu gostaria de encon- trar novamente a brilhante citagdo de J.I, Packer a este respeito, mas 0 amago ca questao era que os puritanos néo faziam sempre coisas extraordinarias Ge forma excelente, mas a forga deles era que, pela raga oe Deus, eles Rizeram colsas ordindrias de um ‘modo excelente. Benjamim Morgan Palmer escreve: “Ao assumir a relagao de esposa, uma mulher se rerde muito; ainda € uma rendigéo”. Ele continua dizendo que ela era certamente mais independente antes do casamento, ‘mas voluntariamente aore mao dessa independéncia em favor das vantagens do casamento, mais do que era compensedor por sua perda. Ele escreve: “Com- parando os dois, ela deliberadamente escalne ser me- nos livre a fim de ser mais feliz, e, por isso, ela se submete... Longe de ser desonrada em sua suborai- nado, essa por toda a vida uma consagragdo cons cienciosa de si a condicao de sua escolha’. Em adicso a isso, Palmer escreve: "A submissio dela é, portanto, uma fonte de honra. Ela nio é humi- thada com isso, mas exaltada... NAo € um secrficio sem compensagao. Ela abre mao da independéncia, ‘mas adquire contole... Ela acha uma satisfacde cheia de descanso em aderir sua confianga, apoianda-a em uma estrutura mais forte que a sua prépria’. Palmer continua a dizer que, embora ela ganhe responsa- bilidade e autoridade 20 guiar seu lar, ela nao é sobre carregada normalmente a carregar o peso sozinna. Se seus filhos forem educados de forma apropriada, a sua subordinagdo como esposa seré mais do que com- pensada quando ela for elevada a “supremacia de vainha como... mae” Lonsoladora e Companheira fatima ‘A esposa puritana ideal nfo era nenhum sargento treinado ou estica. Ela também nao era nenuma 18 Os deveres da mulher crista comecam em casa, estando ela no centro, em primeiro lugar depois de seu marido. serva ou alguém condenado a levar sempre cha de cadeira. Esses sao todos esteredtipos impingidos aos puritanos por historiadores ignoran- tes. Considere estas citagoes dos préprios puritanos: A esposa é uma ordem para © homem: como luma pequena Zoar, uma cidade de refiigia aon- de fugir em todos 0s seus problemas: nao ha rnenhuma paz comparével a ela, a néo ser a paz de consciéncia” ‘Uma boa esposa sendo... a melhor companhei- +a na fortuna; a mais adequada e pronta assis- tente no trabalho; 0 malor conforto nas tri- boulagdes e pesares; ea maior graga e lionra ‘que pode haver a quem a possui”. ™E receber misericérdia ter uma amiga fiel que © ama inteiramente... a quem vocé pode abrir sua mente e comunicar seus assuntos... € é receber misericérdia ter tdo perto uma amiga que seja auxiliar a sua alma... a incitar em voct a graca de Deus”. “Deus, 0 primeira Instituidor do casamento dew @ esposa ao marido para ser, no uma serva, ‘mas sua auxiliadora, conselheira e consola- dora” Richard Baxter, escrevendo sobre os deveres do ‘marido e da esposa, nos d& uma olhada de primeira: ‘mao dentro do coragao do relacionamento marital puritano: 1, Amar inteiramente um ao outro € por isso es- colfer uma que seja verdadetramente amével.. € evitar todas as coisas que tendem a sufocar seu a- mor. 2, Morar juntos, desfrutar um do outro, e fielmen- te se unirem como auxilfares na educagdo de seus filhas, no governo da familia e na administragao dos negocios seculares. 3, Especialmente serem auxiliares na salvagao um do outro: estimular um a0 outro a fé, a0 amor, & ‘obediéncia e boas obras: advertir e ajudar um a0 ‘outro contra o pecado e todas as tentacdes; unirert-se no culto a Deus em familia e em privado: preparar um 0 outro para a proximidade da morte e confortae um 20 outro com a esperanca da vida eterna, 4, Evitar todas as dissensbes, suportar unidos aquelas enfermidades que ndo podem ter cura em um (ou no outro: acalmar, endo provocar, paixées incon- troldveis; ¢, em coisas legitimas, agradar, satistazer ‘um a0 outro. 5. Preservar a castidade e fidelidade conjugal, evitar toda conduta inadequada e imodesta em rela Ho a outro que possa incitar cies; ¢, ainda, evitar todo citime que seja injusto, Revista Os Puritanos 6. Ajudar um a0 outro a suportar seus fardos (e ‘do torné-los maiares com a impaciéncia). Na po- breza, tribulagées, doenga, periges, confortar e apci- ar um ao outro, E serem companheiros deleitaveis no amor santo, na esperanga e deveres celestiais, quando todos 0s outros confortos externas falharem. Seus Deveres ‘Job Cotton, em sew A Meet Help (Uma Ajuda Adequada) escreve que o dever da esposa era “ficar ‘em casa, educando seus filhos, preservando e metho rando 0 que é conseguido pela indéstria do homer’. O historiador Edmund Morgan acrescenta que “o que © marido provia, ela distribuia e transformava a fim de supriras necessidades diarias da familia, Ela trans formava farinha em pao, 18 em roupas e esticava os ‘centavos para comprar 0 que ela no podia fazer". Em algumas casas, a esposa culdava das finangas da familia, Numa breve descrigao puritana do trabalho pode-se ler: “Guiar a casa e no o marido". "E bem claro que, para os puritanes, ser uma esposa e mae ro era um trabalho: era um chamado". Com relagéo a seu Mari Da atitude da esposa puritana com relagdo a seu ‘marido Morgan nos diz que “Ela deveria, portanto, velo com reveréncia, uma mistura de amor e temor, no, contudo, um °temar’ de escravo, que & nutrido com égio ou aversao; mas um temor nabre e generos0, que procede do amo". Ela ndo era serva ou escrava dele. As vezes 0s homens eram multados até mesma nor sugerir tal coisa, especialmente se algum vizinho cwniss isso sem querer eo reportasse as autoridades. © marido podia e com frequeéncia era punido pelas autoridades se ele batesse em sua esposa ou tentasse ‘mandé-ta fazer algo contra a lel de Deus Samuel Willard escreveu que o marido devia go- vernar sua esposa de tal maneira que “sua esposa pudesse se deleitar nisso, e ndo tomasse isso como uma escravicao, mas Iiberdade eprivilégio; e & esposa devia transmit isso a seu maride de modo que ele ficasse contente com ela: € qualauer coisa que sela contraria a isso e seja doloroso para aleuma das par- tes, deriva no do preceito, mas da corrupgao que ha nos coragées dos homens”. © amor nao era considerado algo extra, mas um ever, uma obrigagao solene rendida alegremente. Na ‘obea Well-Ordered Family (Familia Bem-Ordenada) e Benjamim Wadsworth’, nbs lemos:®... Se ela [a ‘esposal bate em seu marido (como algumas desca~ vadas, impudentes desaragadas fardo), se ela & cruel fem sua conduta, usa linguagem ruim, é mal-tumorada, de cara azeda, tao inrtada que raramente come ou fala pouco; além disso, se ela nealigencia rmanifestar amor real e amabilidade ‘em suas palavras e em sua conduta, la entéo cissimula sua profissio de Revista 0s Puritanos 0 marido podia e com fregiiéncia era punido pelas autoridades se ele batesse em sua esposa ou tentasse mandé-ta fazer algo contra a lei de Deus. cristianismo, ela desonra e provoca 0 Deus glorioso, pisa em sua autoridade; ela no apenas afronta seu marido, mas também a Deus, seu Autor, Lesislador, € Juiz com esse seu comportamente impio”. A Estabilidade do Casamento 5 puritanos tomavam cuidados para preservar os ‘asamentos e manter as pessoas casadas juntas. Fre- ‘qdentemente, até mesmo as cortes judicials sentiam ser este seu dever paternal. A una mulher, por exem- pio; foi dito pela carte que ela teria ave permanecer fem Boston e deveria retornar & sua casa e ao seu marie. Se uma esposa abandonava seu marido (ov vice-versa), ela deveria esperar uma multa, € 0 ho- mem, multas e talvez agoites severos. Se um homem ‘ou mulher viesse a Massachusetts sem seu marido ou espasa, eles podiam logo descobrir que sua perma- néncia seria encurtada pela corte, a menos que eles pudessem provar que estavam em negécio temporario ou preparando um lugar para seu cénjuge antecipa- amente. Se um cOnjuge viesse sozinho da Inglaterra, ele ou ela seria embarcado de volta no barco seguinte Cénjuges que fusissem, se encontrados, eram frequen temente forgades a retornar para casa € o casal seria mantido junto trancado até as dificuldades serem admitidamente resolvidas. A leis ndo apenas forgavam que continuassem a coabitar, mas procurava que isso fosse feito de forma pactfica. Cada um era proibido pela fei de bater no ‘outro ou usar inguagem abusiva. A le se envolveria e até emitiria multas se eles encontrassem um homem ‘ou senhora mantendo o que os magistrados pensavam ser uma companiia muito freqiente com outra pessoa que nao fosse o cénjuge. Na Nova Inglaterra o adul- trio era levado muito a sério e punido severamente, ‘As punigdes variavam de multas a agoites, estigma- tizar, 0 uso de uma grande letra "A", execucées sim- bblicas, e até mesmo, embora raramente, execugées NNosso governo hoje nao tem um papel de forma to tipica em preservar casamentos (emibora isto pa- reca estar mudando ~ casamentos do pacto no sul. Quéo mais, entdo, os membros individuais na congre- gage deveriam estar tomando este papel em pro "mover casamentos fortes e estdvels. Nds nao estamos defendendo que as pessoas sejam bisbilhotelras, mas sim que ajam com um senso de dever € amor cristdo. Amor Embora howvesse énfase na necessidade do amor em um casamento (também em nossa forma de casa mento), 05 casais eram advertidos contra 0 amor imoderado. € triste ‘que em nossos dias muitos cénjuges anseiesm por mais amor de seus par- ctiros, Para 0s puritanos, alguém apreciar seu marido ou esposa de forma muito elevada era desarrumar 19 a ordem da criagdo e descer & idala- 0 amor nao era “ ‘a consciéncia dos puritanos ‘ria. John Cotton escreveu: “Quando considerado algo extra, de que no meio da vida nds estamos ids nos deleitamos excessivamente mas um dever, uma ra morte, a apenas um passo da eter- ‘em nossos maridos, ou esposas, ou | Obrigagao solene rendida nidade, deu-Ihes uma profunda se- filhos” isso “embrutece turva a luz legremente, riedade, calma embora apaixonada, do Espirito”. Homens e mulheres es- queceram seu Autor quando foram “to transporta- ios em sua afeigio” que eles ndo objetivavam *ne- nium fim mais elevado que o casamento em si mes- imo" 0 verdadeiro amor marital trina em vista que os homens casados deveriam “vé-las [.e, suas esposas} rio para seus pr6pros firs, mas para serem mais bem preparados para 0 servico de Deus, ¢ para trazé-los para mais perto de Deus" Nao era Incomum para os minisiros lembrar ca- sals recém-casados a “amar um a0 outro acima de tudo e de todos no mundo”, embora eles freaiien- temente acrescentassem a adverténcia: "Que se tenha cautela para que ngo amem desordenadamente, por- que a morte logo 0s i separar' Cartas entre maridos e esposas piedosos com fre- qiéncia mostravam evidéncia deste balanco. Uma carta de um Rey. Edward Taylor de Connecticut co- rmeca: “Minha Dove, envio-Ihe nio meu coragéo, pois isso eu confio fol enviado aos Céus hi muito tempo alrds... todavia, 0 mais daquilo que é permitido ser estendido sobre qualquer criatura seguramente e uni camente cai como sua porcio”. Cotton Mather es- creveu sobre o leito de morte do Rev. Jonathan Burr, que disse a sua esposa: "No gaste muito tempo c rmiigo, mas v4, siga seu caminho e gaste algum tempo em oragdo: vocé nao sabe o que pode obter de Deus; eu teme que voct olhe muito para esta afigao”. J. 1. Packer nos lembra em sua obra sobre os puritanos, Entre 0s Gigantes de Deus (editora FIEL), que nés podemos aprender uma importante ligdo dos puritanos a este respeito: ver e sentir mals a natureza transitéria desta vida, e em particular, de nossos casamentos, ‘A ida puritana era dificil, e com frequéncia muito passageira. Ouca esta extensa descrigao de Packer: 0s puritanos experimentaram perseguigao siste- mética por sua fe; a idéia que temos hoje dos confor- tos de uma casa eram desconhecidas a eles; sua me- icin e cirurgia eram rudimentares; eles ndo tinham aspirinas, tranquilizantes, sonfferos ou pilulas anti- epressivas, assim como ndo tinham nenfuma segu- +anca social ou Seguro; num mundo em que mais éa metade da populagdo adulta morria jovem e mais da metade das criangas nascidas morria na inféncia, {uma média de expectativa de vida inferior @ apenas trinta anos, doengas, perigos, afighes, desconforto, dor e morte eram seus constantes companheiros. Eles estariam perdidos se ndo mantivessem seus olhos n0 clu e no conhecessem a si mesmos coma peregrinos rumo ao lar na Cidade Celestial.” 20 com respeito aos negécios da vida que os cristos no mundo ocidental de hoje opulento, mimado, materialista, raramente conseguem se igua lat. Eu penso que poucos de ngs vivem diariamente & margem da eternidade da forma consciente que os puritanos viveram, ¢ 0 resultado é que nés ficamos na desvantagem’. “Eles tinham um ‘realism matéria de-fato’ com o qual eles se preparavam para a morte, como se sempre se encontrassem, como por dizer, de ‘mala arrumada, prontos para ir. Calculando assim, a morte trouxe apreclagao por cada dia de vida con. inva; e 0 conhecimento de que Deus decidivia afinal, sem consulté-los, quando seu trabalho na terra es- sse terminado, trouxe energia para 0 préprio tra- balho enquanto ainda thes era dado tempo para pros- seguir nele”, TI. A Mae Puritana Emibora 0 marido fosse sempre considerado a au- toridade final em casa, com relagao aos filhos e/ou servos, ele devia permitir & esposa 0 lugar apropriado de autoridade sobre eles. 0 marido € 0s filhos deviam respeitd-la dessa forma. De fato, uma comissao teo- légica publicou nessa época: “... pais, embora o mari- do seja cabeca da esposa, todavia ela é cabeca da familia” 0 lugar da mae puritana certamente era em casa, Um puritano ‘tardio’, Benjamim Morgan Palmer, es creveu: “A esposa encontra seu mundo no lar, Cujo culdado pertence profissionalmente a ela. € sua fun Gao presidi-lo, assim como é a do juiz sentar na tri buna... ou a do mercador se mover nos circulos do comércio”. A seguir, Palmer descreve as diferentes esferas de influéncia designadas por Deus ao marido e esposa, concluindo: “Tao logo os limites entre eles sejam bem definidos, e nenhuma parte seja disposta a invadir a provincia designada por natureza ao outro, sérias colisies serao evitadas” Palmer ressalta que se a esposa vive com vespeito apropriado por seu marido, ela pode se dar como exemplo para seus filhos do por que a obediéncia deles a seu pai pode ser perfeitamente consistente com seu respeito préprio e felicidade. Ele escreve: "A esposa nao impde nada que ela mesma, hora ap6s hora, ndo pratique. No momento em que ela ordena, ela lidera no modo de obedecer"”. As criancas néo precisam aprender essa lig0 com palavras: tudo pode ser compreendido num relance de olhos, Isto é, ele ressalta, de fato nada diferente daquito que o préprio Senhor Jesus fez. Jesus voluntariamente colocou-Se sob 0 doce jugo de Seu Pai, mesmo até & morte, e foi altamente exaltado por ter feito assim. A mae puri- tana devia fazer 0 mesmo. Educacdo das Criangas Dames a volta completa ao considerarmos agora a ‘mae puritana treinando a prdxima geragao de mocas puritanas. Benjamim Palmer nos fornece uma adver- Xéncia na hora certa, mesmo quando ele exorta 0s pais pouritanos quanto a0 método de treino que eles péem em prética com seus filhos. Ele ressalta, eriando suspense nos detalhes, que método provavelmente terminara em tristeza, Ele chama a atencdo, em pri- meiro lugar, contra o lar 2. Onde ha severidade, rigor habitual, mantendo 2 erianga angustiada, e nunca penetrando com simpatia vivaz nas alegrias e tristezas dele ou dela, Ele a- cautela sobre ser multo reservado, muito absorvido nas preocupagées dos negécios, muito temeroso de adentrar no simples mundo de nosios filo. Ele con- clui este panto dizendo que um pai que evita esta cilada “governa fécil e bem, e governa quase sem freio ou récea"” '. 0 perigo aa extorsto constante e dura do sever requerido. Wo deixe que a cnica voz paternal ouvida seja a que manda, ele adverte. Um pai, ele continua, & mais 60 que um supervisor. Um filho, ele conclu, deve ser capaz de sentar & luz do sorriso de seus pais e regoziar-se em seu amor. €, Hd 0 perigo da critica supérfua e sarcastica NNinguém deve estar sob alerta para achar fatas. Ele escreve: “€ melhor deixar a manga da jaqueta dila- cerada do que, piar, dilacerar 0 coraga0 do menino, ‘que € repelido por um pai a quem ele deve prestar contas de todo contratempo...”. Ao contrério, onde houver um desejo evidente por parte da crianga para agradar, reconhega e encoraje o mesma, ainda que a maneira de expressar ndo seia no geralsatisfatéria €, Evite favoritisma e comparagées depreciativas entre uma crianga ¢ outra. 0 cidme surgido dessa forma “quelma camo carvao de zimbro no coragéo aque se sent reeitado”” f. Acautele-se do castigo severo infligido pela ralva ou em grau excessive. Ele escreve que a crianca pode rapidamente discernir entre punigéo que € merecida daquela que é produto da raiva excessiva, Nunca humilhe ou degrade, mas antes corrija para coreego. g. Finalmente, conforme nossas criancgas forem fieando mais velhas, tenha culdado para ndo eter autoridade quando deveria gradvalmente ser dado camino & persuasdo. Ele escreve: “S€ uma parte do proprio treinamento langar a jovem Aguia sob suas pré- de dezesseis nao pode ser governado como 0 menino de seis anos; e perde sua chance 0 pai que nao for capaz Revista Os Puritanos Se uma esposa | abandonava seu marido prias asas a balancar no ar. O jovem (ou vice-versa), ela deveria esperar uma multa, €0 homem, multas e talvez ‘agoites severos. de, quieta e gradativamente, substituir sua influéncia no lugar de autoridade... Sabedoria e tato s8o reque- ridos para se efetivar a mudanga. Mas, como o tempo ‘em que o exercicio da autoridade deverd cessar deve chegar, a maneira como se dar essa gentil abdicagao deveria ser objeto de estudo dos pais" Quem de nds nao recua com culpa ao ouvirmos ‘essas adverténcias? Possa Deus nao apenas perdoar rnossos pecados, mas nos dar graca para andar no caminho bom e correto no que se refere a nossos filhos. IIL, Conclusées 1. Primeiro, n6s ndo devemos esquecer que os puritanas eram pessoas como nés. Eles tinham seus temperamentos, seus fracassos, seus necados, exa- tamente como nés temos, Mas eles exibiam, sim, no todo, uma seria determinagéo, pela graca de Deus, de viver t&o pr6ximo do padrao biblico quanto eles po- iam discernir que devia ser, Eles levavam a Palavra e Deus mais a sério do que qualauer ovtra coisa na. vida, Nés precisamos disso também. 2, 05 puritanos eram sujeitos a muitas provagées « dificuldades. Isso foi usado por Deus para moldé-los fem um povo cujo foco da vida nao estava nesta vida Deus usava seus freatientes encontros com a morte para dar-lhes uma “outra-mundanidade” ~ Eles ver- adelramenie viviam como peregrinos e estrangeiros na terra. Esta visdo penetrou na educagdo das suas criangas e penetrou no ainda mais privado recesso da vida humana, a ligagdo marital. Nés precisamos da dgraca de Deus para viver em todos os tempos a vista, da eternidade e das coisas eternas. 3. A mulher puritana era uma mulher que no apenas estava contente em viver conforme o padréo biblico de Deus, mas era entusiasta em fazer isso, anerfeigoando quase como uma ciéncia como ela po- deria viver esse padrao em toda a sua plenitude e complexidade. Nés costuramos vestidos usando mo- delos, Ela costurava sua vida pelo modelo da Escri- ura 4. A visio puritana afinal cedeu lugar & invasao do rmundanismo de nossa ép0ca. Creio que nés também estamos perdendo rapidamente 0s distintivos deixan- o-0s para um mundo rapidamente invasor. Eu temo que nés todos temos captado muito mais do esairito deste século do que nds percebemnos, Precisamos da ‘graga de Deus para nos arrepender e procurar reto- rar, por Sua forga, o terreno perdi. 5. Nés apenas poderemos fazer isso quando novamente e seriamente considerarmos nosso papel ordena- do por Deus na educacao de nossos files. Sejam eles ensinados em casa ou educados em uma escola cristd, nds nunca podemos “abandonar“” a 21 respansabilidade do teeino de nossas criangas pas- sando-a para outros. Nds temos que ser diligentes € Vigilantes para ficarmos seguros de que nao apenas 0 nome da educagao de nossos filhos seja “cristo”, mas que a substéncia dela 0 seja. Nenhuma escola ou igreja pode se responsabilizar pelos votos que voce fez quando sev filho foi batizado, Vocé tera que respon: der por esse filha no Ultimo dia, 7. Estudar, buscar, orar, aplicar as Escrituras — este era 0 coracdc da vida puritana. Nés podemos aprender com eles. Nés no apenas devemos buscar ddiregio da Palavea de Deus, mas nés pademos, com a béngéo de Deus, também aprender muito de n0ss0s, antepassades através de seus escritos. Nunca deixe os escritos dos homens suplantarem a Palavra de Deus, Mas, sim, permita esses escritos complementarem sua leitura das Escrituras. 0 que John Geree escreveu sobre 0 Carater de um Velho Puritano Inglés poderia ser corretamente apli- caco a mulher puritana que nds temos tentado expor para vocé hoje. Ela era... (ura mulher franca), firme fem todo @ temipo, de modo que aqueles que, no meio de muitas opinides, tinham perdido a visdo da ver- daseira religio pudessem retornar a ela e encontra laalt Rev. David Linsy @ pastor da Heritage Reformed Congresaton Of Franklin Lakes, New Jersey (Ceoferécia da Mulher, HNRC, 1958) NoTAS 1 Um dos delegados excocess da Assembiia de Westminster 2 Devens lear ot corsderacso que no sdculo XVIL as mulheres io fregdentavam as Universdades (ME, CONTINUAGAO DA PAGINA 12 Deus. quando sentéssemos na Sua mesa! Por ser 0 pacto da graca um pacto eterno, ordenada em todas as coisas e seguro, nenhum dos seus sels pode ser quebrado. A este resneito, nossos renovados atos de f€ no sacramento tornam-se meios de confirmagdo, fortalecimento e nos assegura a fidelidade do pacto do nosso Por ultimo, como um alimenta comwunitério, a Ceia do Senhor expressa tanto a unidade interior e exterior do povo de Deus. Eles revinem-se perante a mesa do seu Eterno Pai como Seus filhos em relagdo para com Ele, e como irmaos e irmas em relagdo uns com 0s outros. Esta é a razdo porque eles foram chamados, nos termos mais solenes, para sepultar qualquer tipo de rancor e serem reconciliados uns com 0s outros antes de parti Eu conheco duas mulheres cuja inimizade fot levada & mesa com elas durante 10 anos, e esta Inimizade no fol quebrada até este aspecto ser-Ihes ressaltado. Como paderiamos amar uns 408 outros com um coragao fervorosamente puro enquanto praticamos tal hipocrisia? Como poderemos obedecer o mandamento: “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos ¢ amados, de ternos afetos de misericérdia, de bondade, de humildade, de mansidao, de longanimidade. Suportai-vos uns aos outros, perdo: motivo de queixa contra outrem” (CI 3:12-13) se ignoramos a mensagem gritante dos elementos que estéo diante de nés ~ “assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vés"”? Somente através do auto-exame e da adequada reparagio quando descobrimos que somos culpados da falta de amor para com os irmaos em Cristo, assim paderemos ser conduzidos a participar da Ceia como deveriamos. Queridos amigos, somos participantes indignos da Ceia do Senhor? N6s convidamos C a0s nossos coragdes todas as vezes que participamos? Novamente nos redemos e nos com prometemos cam Ele quando comemoramos Sua morte por ns? Colocamos nosso selo no selo de Deus e confirmamos novamente que por Sua graca Ele serd nosso Deus e nés seremos Seu ovo? Reunimos-nos ao redor da Sua mesa como filhos amados da mesma familia? Quéo abencoada seria nossa comunhdo se isso fosse assim! Que preniincio do céu seria para nés yarem do sacramento. -vos mutuamente, caso alguém tenha 10 we ev. J. M, Brentall & editor da Paz & Verda, (Extralo da The Ganner of Sovereign Grace Truth Oetober/2003, vl. 13, 22 Revista Os Puri Como Educar Os Filhos? W. S. Plumer. Algumas coisas ditas foram to profundas ou retéricas que eu as esqueci. Meu hospedeiro era um homem sincero que preferia o pratico 20 poético. Ele disse: “Uma boa educacao religiosa é rara. Todo 0 assunto 4 dificil, Contudo, o nosso dever neste caso pode ser formulado em poucas palavras: ensine bent, governe bem, viva bem, ore bent’, No principio siléncio, depois sequiram-se umas poucas palavras de assentimento. As visitas se separaram para jamais se encontrarem na terra. Algumas podem ter esquecida a ocasiao e tudo o que {ol dito. Eu, porém, tenho pensado muito sobre estes monossilabos. Penso que o meu amigo estava certo. Tomo suas palavras como um quia: E: ‘estava jantando na casa de um amigo. A conversa girava em torno da educagio religiosa das crlangas. 1. Ensine Bem. No ensino, 6 assunto e a maneira, ambos pedem atengéo. Aquele que tem cuidado no que mas néo na como le ensina, ou como mas nao o que ele ensina, nfo faz mais que a metade do seu dever. Ensinar a verdade e no sua imitagdo € ficgdo. Ensinar a verdade endo seu oposto é erro. Ensine as verdades que Deus ter Ihe ensinado. Ensine toda a Palavra de Deus. A Lei é santa, usta e boa, As promessas so muitas, doces € fidedignas. As ‘outrinas s80 verdadeiras, sublimes e purifcadoras. As ameagas so sdbias, retas e terrivels, Os exemplos so admires, variados e instrutivos. Os encorajamentos sdo grandes, necessérios e oportunos. Os convites so bondosos, sinceros e persuasives. Nada omita, nada diminua, Nada acrescente. A Palavra de Deus é perfeita, Aquele que fez a Biblia, fez a mente das suas criangas e sabia perfeitamente 0 que seria melhor para elas Ensine as criangas na proporcao em que Deus as ensina. Se Deus é justo © santo Ele & também justo e misericordioso, Se Ele perdoa a iniquidade, a transgressdo e 0 pecado, Ele também de modo algum inocenta 0 culpado, Se a Sua ira 6 temivel, seu amor é Infinit, Se Ele é um Salvador, Ele também € Juiz. Se Ele é um Soberano, Ele também é um Pai, Se Ceus perdoa nda 6 porgue o pecado nao seja infnitamente odiaso para Ele. 8 idéias claras sobre a allanga das obras ea alianga da craca. Mostre como elas diferem. Nunca confunda obras e graca. Deixe 0 Monte Sinai e 0 Monte Calvario serem ¢efrontados. 0 Sinai sem a Calvdvio encherd a mente de terrores. 0 Calvario sem Sinai provocard o descaso pela misericérdia, Os anjos, que nunca pecaram, sBo aceitos por suas obras. “Facam e vivam” é uma lei que se thes ajusta bem. Porém, a justica eterna castigaré & morte 0 pecador que buscar aceitacdo por seus préprios méritos. Ele é um fadrdo, um gatuno. “Palos feites da lei nenhuma carne seré justificada”, DBA pessoa, ensino, milagres, sofrimentos, morte, ressurreigdo,oficos e gléria de Cristo, o lugar designado a eles na Escritura. Ele € nossa sabedoria, retiddo, santificagdo, redengao, luz, vids, profeta, sacerdate, rei, pastor, sequranga, sacrificio, advogado. Ele ¢ o Alfa e o Omega, o primeira € o dltimo. Tire da Biblia os deveres que voce incute e 0s mativos que voc® solicita. Se voc® reprime teimosia, obstinagéo, insoléncia, impaciéncia, preguica, orgulho, fraude, egoisma, fanatismo, crueldade, irreveréncia ou ‘qualquer vicio, mostre que Deus profte estas coisas. Fique semore do lado de Deus contra os pecados e viclos, ‘mesmo de seus préprios filhos. Explique a natureza e insista na necessidade de submissée, paciéncia, trabalho, ‘umildade, sobriedade, moderacéo, verdade, pureza, honesticade, justiga, bondade, caridade,fé, esperanca, arrependimento, fidelidade, benevolencia, respeito pelos superiores e reverEncia ao nome de Deus, Sua Palavra, © dia do descanso do Senhor, Sev culto, Suas ardenancas. Nao tire as deveres da Biblia e os motives de Chesterfield, Rochefoucaut, Séneca ou Platdo. Apresente os motives biblicos para uma vida integra e Virtuosa. Nao pense em ser sabio acima do que esté escrito, mas tente ser sabio e fazer sébias as suas criangas até 0 que esté escrito, "Toda a Escritura é inspirada por Deus e itil”, No a misture com sonhos, fantasias e opini6es frouxas. “0 que €a palna para o trigo”. Grande diligancia &essencial na ensino, Assim diz Deus: “Estas palavras que hoje te ordeno estarao no teu coragéa; tu as inculcards a teus filhos e delas falarés assentaco em tua casa, e andando pelo caminho, e a0 deitar-te, ¢ aa levantar-te. Também as atarés como sinal na tua mao, ete serdo por frontal entre os olhos. E as esereverds nos umbrais de tua casa e nas 1uas portas” (Dt 6:6-9). “Insta a tempo e fora de tempo”. 0 Sabade Cristio, deena ou morte em sua familia ou vizinkanca, um liveamento de algum periga, um tempo de Revista Os Purtanos 23 escassez ou de fartura, qualquer 3- contecimento que suscite noticias, ‘mesma os incidentes comuns da vida, fornecem ocasides apropriadas para deixar cair a preciosa semente da verdade no coragao, Observagées o- casionais nao so menos marcantes do que instrugdes oficiais. Quase sempre elas so mais eficazes e mais facilmente rememoradas. Nao tome muita coisa como garantido. As crian- 8 sto débeis e distrafdas. Um pauco de cada vez € repetido com freqiitncia é 0 grande segredo do ensino bem sucedido. “Linha por linha, linha por linha, pre ceito por preceito, preceito por preceita” & o método biblico. Embora vocé possa ter ensinado uma ligéo vinte vezes, nao é certo que ela tenha sido perfei- tamente aprendida Tire proveito do amor pelas histbrias, to comum nas criangas. Deus revelou muito da sua vontade dessa maneira. As hist6rias e pardbolas das Escrituras nao so admiraveis apenas por sua clareza e simplicidade, mas elas reforgam verdades com poder insuperdvel Quase todos os principios de religiae e moral estéo ilustrados e reforcados assim na Palavra de Deus. Um bom professor deve ser gentil e paciente, Difi- cilmente € pior nao falar de modo algum a verdade de Deus, do que nao conté-la em amor. Ensine a mesma ligdo cem vezes. Nao censure uma crianga por sua lentidao [no aprender]. Seja como Jesus que disse: ‘Aprendei de mim que sou manso ¢ humilde”. 0 ter- ror produz agitagao e assim obstrui a capacidade de aprender. Nem pode outra coisa ser mais indesejdvel {do que ter a instrugao religiosa associada na mente de uma crianga com mau humor e aspereza. 0 coracao ‘humano j4 é suficientemente contravio & verdade de Deus sem nossa colaboracao de aspereza ou gros- seria Nao seja facilmente desencorajado. Persevere. Pouco viu da espécie humana aquele que nao teste- munhou 0s tristes fracassos dos precoces @ 0 sucesso final dos vagarosos. “Paciéneia longa” é até mesmo ‘mais essencial ao professor do que ao esposo. Entre na obea de instruir com espirito e zelo. Po- nha de lado todo o torpor e preguiga. “Tudo que te vier as maos para fazer, faze-o conforme as tuas forgas”. Um formalismo sem vida € tio maléfico ao 1 da lareira, quanto no pilpito. ‘Aos seus préprios esforcos acrescente os de pro- fessores piedosos e bem selecionados, tanto durante a semana quanto no Dia de Sentor. Toda escola, até ‘mesmo as escolas do Dia do senior, nao ensinam bem, Exerga seu melhor julgamento na escolha dos pro- fessores. Tome conhecimento dos livros que seus filhos 18- ‘em, 0 munco esta inundado de livros que contém erros em abundancia. Proteja as mentes dos seus filhos 24 Ensine as criangas na proporgao em que Deus as ensina. Se Deus é justo e santo Ele é também justo e misericordioso... ‘contra uma inclinagao por leitura de novelas. Isto tem arruinado centenas de criangas CDeveriamos dizer tam- bém, nos dias atuais: Verifique mui- to culdadosamente quais os progra- ‘mas de TV que seus filhos assistem. Nao permita as criangas terem aparelho de televiséo ‘ou video em seus dormit6rios, onde nao € facil su- pervisionar ~ NEI, 2.Governe Bem 0s elementos de um bom governo familiar sao: energia, justica, discernimento, uniformidade e amor. Nao aja como um tirano mas, seja o dono ou dona da sua casa. Com a sua idade, posi¢ao experiéncia e vigor, Deus Ihe deu todo o necessario para que tenha ‘um governo forte, Que seja um governo e nao um mero conselho. Que suas medidas e administragao sejam justas, Uma crianga pode sentir a injustiga tao rapida agudamente quanto um adulto. Nao impenha impos- sivels. Leve em consideracao toda a fragilidade in- fantil. Governando seus filhos faga diferenca, nao por parcialidade, mas por avaliar suas diferentes capa- Cidades, idades, disposigao e tentagbes. As variagdes de carater, mesmo na mesma familia s4o, com fre- ‘déncia, surpreendentes. Todavia, seja uniforme. Nao use de frouxidao hoje ede rigidez amanha. Estabeleca principios e faga-os conhect-los. Contudo, tome cul- dado para nao criar muitas normas, Elas nao somente ‘confundirao seus filhos mas também destruiréo 0 seu govern, As criangas podem muito bem ser gover- nnadas, Nao espere perfeigdo. Em tudo que fizer, seja ‘guiado por afeicdo pura e esclarecida, Nao repreenda nem corrija quando irado. Se vocé nao pode governiar seu préprio génio, voce podera quebrar 0 génio do seu filho, mas nao podera estabelecer um governo sau- vel sobre ele, Que estamos obrigados a usar autoridade, esté manifestado em muitas partes da Escritura, De A- brado, Deus diz: “Eu sei que ele comandaré seus filhos € sua casa € eles se manterdo no caminho do Senhor, para fazer justica e julgamento”. Veja 0 pa- vv0r0s0 fim dos filhos de Eli e acautele-se. Ele era um bom homem, odiava 0 pecado, mesmo o dos seus oré- pias filhos 0 reprovava dizendo: “Nao sao coisas bboas o que eu ougo de voces, meus filhos”. Mas, no usava autoridade como pai e como sumo-sacerdote, para exigir correcio. Nao siga um exemplo tio peri- g0so. A repreensao Deus juntow a vara. Quando for necessario, use-a. Geralmente ela é necessaria_ em casos de desobediéncia teimosa e deliberada. "A toli- ce esté ligada ao coracdo da crianga, mas a vara da corregao levé-la-A para longe dela”. Nunca use a vara para gratificar ui sentimento de célera, nem sem estar certo de que é merecida. 0 governo familiar & sempre um fracasso quando nao consegue uma obe- Revista Os Puritanos

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