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Capitulo 6 Turbina a Ga Marco Antinio Rosa do Nasclmento Eli Eber Batista Gon Osvaldo José Venturini 6.1 INTRODUCAO Historicamente, muitas foram as tentativas frustradas de se obter win funcionamento satisfatorio da turbina.a gas, O cicloa vapore as mAquinas a pistio cram muito ftceis de se projetar, construire funcionar, uma Vez que o trabalho ea sofisticagio da compressio silo muito menores, comparados com o trabalho ea sofistica ‘Glo da compressio da turbina a gas. As perdas na compressio da turbina a gas eram muito maiores, impedindo de se conseguir um trabalho aitil. Por muitas décadas, varias foram as tentativas de se obter trabalho til a uma temperatura que o material da turbina a gas pudesse suportar ‘A primeira patente de uma turbina a gés foi obtida por John Barberem 1791, mas nada resultou disso. Em 1892, Dr. J. F. Stolze projetou uma turbina de ar quente, que foi construfda de 1900 a 1904, mas ela nio iu produzir poténcia itil. A primeira tentativa bem-sucedida a produzir trabalho foi obtida em 1903, por conseg s produziu um trabalho de eixo de 11 hp, com camara de combustio a pressiio Aegidius Elling, Sua turbin: constante, Em 1904, Elli ‘a uma temperatura maxima de 500°C, eis com cdmara de combustio a volume constante foi proposta por Hains Holzawarth entre 1906 « sendo construfda pela Brown Boveri entre 1908 ¢ 1913, 2 constrait: tuma turbina a gés regenerativa que produziu uma poténcia de eixo de 44 hp endo a cimara de combustio, também, a pressiio constante. A primeira arias foram as tentativas de se obter trabalho itil com a turbinas a gas nas primeitas duas décadas do, éculo 20, incluindo Adolph Vogt (1904 a 1905), Barbezat e Karavodine, ¢ outros. A primeira turbina a gas istrial comercializada com sucesso foi vendida pela Brown Boveri em 1939, que foi colocada em uma locomotiva. Muitos dos trabalhos em turbinas a gas para poténcia de eixo foram iniciados na Suiga, Em 1936, ‘Sulzer estudou trés tipos alternativos de turbinas a gas e continuow a produzi-las com maquinas axiais, trabalhan: do.com cimara de combustao a pressio constante. A Escher Wyss continua sendo a Lider em turbi ciclo fechado, usando, principalmente, hélio como fluido de trabalho. gis de io virios os Fabricantes de trbinas a gés pa intes de turbinas industrials nual a aplicagaio industrial, além das industrias citadas acima, Uma das grandes fabri eroncitienr aerial alesis: ‘As turbinas de aplicagfo aerondutica também tiveram o seu desenvolvimento independente © com sucesso, na mesma década das turbina industrias (poténcia de exo), por quatro pessoas, White (Inglaterra) ¢ Von Ohain, Wagnere Schelp (Alemanha) RARRAMAAAAKRAAAAAARAARA RAK KT raceRAns Em 40 anos, desde o final da 1 Guerra Mundial, a rapidez, Os grandes desenvolyimentos foram, basicament temperatura mdxima do ciclo, obtidos gracas ao desenvolvimer associados a novas tecnold resfriamen 6.1.1 Circuito Aberto O princfpio biisico de funcionamento de uma t i Gircuito aberto € fechado, assim como o diagram: igura 6 Combustio ¢ exaustio, ea irreversibilidade da compressio c exp: comprimido pelo compressor, passando para a cimara de comb: aumentando sua temperatura. Saindo da cimara de combustiio, 0 Ir onde é expandido, fornecendo poténcia para o compressor e potér P na turbina aumentam a poténcia absorvida pelo compressor e di resultando numa reducao da poténeia titil do cic combs! Compressor i) Tina s TWocadee de cor combust ans ee oe -a 6.1 ~ Circuito: a) aberto; b) Fechado;c) dia cia itil Fornecida pela turbina a da turbina, associada as tecnologias de resfriamento, py fatores que afetam o desempenho das turbinas a gs sao: is estélimitada pela te sup tar pela v + eficiéncia dos componentes; + temperatura de entrada na turbina Um outro fator que pode alterar o desempenho da turbina a gas é 0 tipo de cdmara de combusti Existem dois tipos de cimaras de combustio: a pressio constante ou a volume constante. © prime’ cdmara denomina ociclo da turbina a gas de ciclo a pressio constante, ¢ 0 segundo, de ciclo a volum: Teoricamente, as dificuldades mecinicas so muito maiores, sendo necessério valvulas para isolar a cdmara de combu ‘compressor e da turbina. A combustao ¢ intermitente, o que impede um funcionamento suave da turbie eficiéncia térmica do ciclo a volume constante é maior que a press con: Cavinsin 6 Vurbinas a Gide IAS 6.1.2 Circuito Fechado No circuito fechado, que pode ser visto na figura 6.1b, 0 proceso de funciomamento € 0 mesmo do circuito aberto, a diferenga 6 que 0 fluide de trabalho pen ntso do sistema eo combustivel équeimado fora do sistema, Este ciclo tem sido desenvolvido, principalmente, pelas empresas Pscher- Wyss e GHM, com plantas ja em operagiio, A maior vantagem do circuito fechado é a possibilidade de usar alta pressio através de todo o circwito, © que resultant na redugao do tamanho das turbomdquinas para uma dada poténcia Gti, © possibiita a variagso da poténcia dtil pela variagio do nfvel de pressfio no circuito, Festa forma de controle permite que uma grande ae de poténeia pode ser obtida sem alterar a méxisna temperatura do ciclo © com uma pequena variagiio na eficiéneia, A principal desvantagem é que o circuito fechado necessita de um sistemaexterno de aquecimento,o que envolve o uso de um ciclo auxitiar, com uma diferenga de temperatura entre os gases ds combustao ¢ fluido de trabalho, como mostra a figura 6.1b. Outras vantagens so: evita a erosiio das palhetas da turbina; + climina o uso de filtro dear; ‘+ aumenta a transferencia de calor devido i alta densidade do fluido de trabalho; * usa gases com propricdades térmicas desejaveis’, 0 que implica em componentes menores, tais como argdnio e hétio, 6.1.3 Configuracées A turbina a gas pode variar sua configuragiio de varias maneiras: adicionando-se compressotes, twrbi- nas, intercoolers entre os compressores, cfmaras adicionais de combustin, trocadores de calor, que podem ser tusados no sistema de exaustiio para aquecer o ar na entrada da cisnara de combusto, etc. Estes refinamentos podem ser utilizados para aumentar a poténcia itil e a eficiéncia térmica a custa do aumento da complexidade, custo ¢ peso. # , Vamos discutir as configuragdes que 0 ciclo simples pode ter, considerando-se apenas a adigo de turbinas e compressores, visando solucionar problemas aerodin’imicos de compressao ¢ desempenho de opera- ‘do requeridos pela aplicagao e deixando a adigao dos demais componentes para capitulos posteriores. A figura 6.2 mostra as configuragdes sem e com turbina livre de um, dois e trés cixos do ciclo simples, que apresentaraa maioria das turbinas a g4s industriais. As configuragiies sem turbina livre sio mostradas pelas figuras 6.2a, 6.2b ¢ 6.2c. No caso da configuragio de um cixo, figura 6.2a, paste da poténcia produzida pela turbina é fornecida ao compressor ¢ 0 restante se destina & poténcia dtil de eixo. Esta configuracio é muito utilizada em operagio que exige velocidade ¢ carregamento constante, como é 0 caso de geracio elétrica, onde as turbinas a gés empregadas sio denominadas de Heavy Duty Gas Turbine. ‘As configurag6es com turbina livre ou de poténcia e gerador de g4s, 0 gerador de gas pode ser de um, dois e trés eixos, como mostram as figuras 6.24, 6.2c e 6.2f. Para os casos de mais de um eixo, a finalidade é de aumentar eficiéncia térmica, aumentando a razo de pressio do ciclo. Para alta razio de pressio do ciclo, implica em dividir a compressiio em varios estagios (varios cixos), visando aumentar a eficiéneia aerodinamica do processo de compress. A compressio em um tinico estigio diminuiria a faixa de operagao da turbina a gs 6.1.4 Tipos de Turbinas Industriais As turbinas a gas industriais se dividem em dois tipos: gumas modifi- projetar nto so proveniente binas so constituidas de um ;onforme mostrado nas fig ar combustiveis industriais. As turbinas a gas confiabilidadk s, possuirem al scupar pouco espa. oderivativas podem usadas principalmente em plataformas .e propulsio naval. nos as turbinas fabricadas pela General Electric p, fornecendo poténcias de 13,2 MW a 40,7MW. Carrrono 6 ~ Durbinas a Gas 425 tee ‘A figura 6.3 mostra a turbina a gas da GE, 1LM6000, que possui una pot@nela elitrica de bave de 40,7 MW 42,3% de eficigncia térmica, ¢ a da Rolls-Royce, RB211, que possi urna potdnela ebstriea de base de 24, 9NW eeficiéncia térmica de 35,6% nas condigdes ISO (International ‘Standard Organization), Fabricante’Caracteristicas Varinina gs General Electric L000 Poténcia etétrica (base) 40,7 MW Eficiéncia térmica 42.3% ‘Relt-Royce -RB2I1 (Gerador de gis) Poténcia elétrica (hase) 24.9 MW Eficitncia térmica 35,6% Reproduride de Rolls-Royce Catalogue Industrial Gas “Turbines - IGT S464C, com autorizacio da Rolly Royce. Figura 6.3 —Turbinas a gis aeroderivativas (cortesia da GH/Copyright General Electric Co, e Rolls-Royce), ‘As turbinas industriais heavy duty so turbinas projetadas para a apticagio industrial seguindo wma filosofia propria e so conhecidas pela sua robustez,flexibitidade no uso de combusttvel, alta confiabilidante ¢ baixo custo, e podem atingir uma poténcia em carregamento de base de cerca de S4OMW. Eas sto tarbinas a gas de ciclo simples de um eixo, um compressor (a maioria axial), uma cdmara de combustio (ustualmente exterma ao corpo da maquina — figura 6.4) ¢ uma turbina (a maioria axial), que fornece energia mecfinica para ocompressor ¢ para outras aplicagdes. Possui uma larga rea frontal que reduz a velocidace do ar na entrada. A razdio de pressio total destas nidades pode variar de Sa 15. A temperatura maxima poxte chegar até 1290 °C em algummas tunidades. A grande aplicagiio das turbinas a gas industriais tem sido a geragio de cletricidade operanddo na base, 'As turbinas heavy duty da GE sio MS5001, MS6001, MS7001 © MS9001, fornecendo poténeia elétrica de base de 26 MW a 255,6 MW. Elas podem ter injego de vapor ou nao, ¢ estar integradas num ciclo combinado. Outro fabricante de turbinas a gis industriais, também muito conhecido, é a ABB (Asea Brown, Boveri). Suas linhas de fabricagio sio as heavy duty, como por exemplo a GT13E de baixa emissio de NOy. A. 4a elétrica gerada na base por esta turbina a gis, nas condigGes ISO, ¢ da ontem de 148 MW eacticidneia térmica € de 34,6%. A figura 6.4 mostra as turbinas a gis da ABB, modelo GE13E, GE, modelo MS9001BA, ¢ en Z 2 Berit Be heavy duty da ABB & mais robusta do que a um eixo, figura 6,2a, que possul umarcdimar 326 ¢) 255,6 MW Eficiéncia térmica 38,9% Siemens F V84.3A Poténcia elétrica (base) 170 MW Eficiéncia térmica 38% gis industriais heavy duty (cortesia da Alstom Power, GE/copyright General Electric Co. ¢ Siemens), Figura 6.4—Turbinas 6.1.5 Classificagio das Turbinas Industriais As turbinas a gis indust (Boyce 1982): + Pequeno porte: até 1 MW Turbinas a gis de pequeno porte siio aquelas que tém poténcia nominal menor que 1 MW. projeto € similar ao projeto das turbinas maiores, entretanto, existem algumas unidades que tém um compressor centrifugo ou uma combinagao de compressor centrifugo ¢ axial, bem como turbina de fluxo radial. Uma turbina a gis deste tipo geralmente é formada por um compressor centrifugo de simples estgio com uma raziio de pressio de cerea de 4:1, uma cdimara de combustio simples com cerca de 870°C de temperatura maxima e uma turbina de fluxo radial, A eficiéncia das turbinas a ais de pequeno porte & geralmente muito menor que a eficigncia das unidades de maior porte, devido a limitagao da temperatura de entrada da turbina e da baixa eficiéncia de seus componentes. Estas unidades sio robustas e sua simplicidade de projeto garante muitas horas de operagiio sem problemas, ¢ algumas possuem regenerador para aumentara eficiéncia térmica. Dentro dessa faixa de poténcia estio as microturbinas que podem atingir pot@ncias de até 300 kW. Podem se classificar, segundo a sua faixa de poténcia, como segue + Médio porte: entre 1 MW a 1s MW ‘Turbinas a gis de médio porte sto aquelas com poténcia entre 1 MW e 15 MW. Estas unidades tém projeto similar ds turbinas a gas heavy duty ou aeroderivativas. Geralmente, so turbinas com dois ceixos, as quais so mais eficieates em operagdes com carregamento parcial, pois nesta configura- 6.2 CALCULO TERMICO DA TURBINA A GAS © cAlculo térmico do ciclo da tur seguintes fatores: o capitulo ‘+ acompressio e a expansio so processos irreversiveis e, portanto, hd um aumento na entropia do processo adiabsitico; ‘+ a5 velocidades do fluido sio ada e ouso das + para um trocador de calor econo calor devem ser evitadas; jcamente vidvel, pequenas diferencas de temperatura na troca de + perdas mecinicas, para compensar o atrito dos rolamentos ¢ windage na transmissio ecomponentes auxiliares como bombas de combustivel e 6leo, el compressor eh ido de interna + 05 valores do calor especifico a pressio constante, C,, do expoente da isentrépica, k, edo sés de todo 0 ciclo devido & vari 30 quimica); trabalho variam a (variag3o da compos través da + a vazilo em massa, turbina, € maior do que aquela através do compressor, devido A adigao de combustivel. Na pritica, cerca de 1 2% de ar comprimido é sangrado para refrigerar os discos das turbinas e os pés das palhetas. A raz3o combustivel/ar usada esti na faixa de 0,01 a 0,02 de alto poder calorifico, Assim, para 0 calculo térmico do ciclo suficientemente itdvel assumir que combustivel adicionado compensa a sangria de ar do compressor ¢, portan- to, pode-se assumir que as vazSes em massa no compressor € na turbina so iguais. 6.2.1 Propriedades de Estagnagio a) Entalpia de estagnacio Fisicamente, a entalpia de estagnagio ho € a eatalpia que a corrente de gas, de entalpia he velocidade C. teria quando trazida 20 repouso adiabaticamente ¢ sem transferir trabalho. Aplicando a equagiio de ener para escoamento permanente unidimensional, temos: Carireto 6 ~ Turbinas a Gai y A modelagem matemética do fluido de trabalh comportamento ¢ suas propriedades. As propriedades dos g, ir especifico a volume constante, Cy, ek =C,/C um important Porque elas variam coma temperatura ¢ esto relaciona epi k-I_R BS Cy onde R a constante do gas, no caso do ar Ryy= 287 Jk ropriedades 4 0u 0 produtos da combustio, podem ser representadas p n de algumas propriedades representadas por seus respe i a) Calor especifico a pressiio constante ¢ entalpia especifica do ar seco na temperatura T(k Os dados ¢ 0s polindmios que representam o calor especffico a p te cca em fungo da temperatura, dados aqui modo que io bascados considerar ¢ as fungdes calor especifico e entalpia especif independentes da pressio. A tabela 6,1 fornece os valores dos co onal (Chappell and Cockshutt, 1974), O calor especifico a pressiio constante, em kJ/ abase absoluta zero, so dados por b) Calor es tempe 0 & pressiio constante e a entalpia especifica dos produtos da combustio na ura T (K) ! Ocalor especifico a pressio con: Le © a entalpia espe rados da mesma maneira que o ar Os produtos da combustio siio referemte a um combustivel (CyH y,) p 13,92% de hidr nio em massa, o qual resulta uma massa molar dos produtos da Ruy. A tabela 6.1 for ar seco. Isso signifiea que a constante do gas R, 9s val polinémios no sistema internacional, Ocalor especifico a presstio constante, em kifkgK, ¢ aentalpia especific em ki/kg, na for polinomial so dados por 330 Geragdo Termelétrica: Planejamento, Projeto ¢ Operagaio onde: =Cpy+Cp,T+Cp 124Cp p+ Depr=CP ot CP T+Cp 1 24+Cp yr O,7=HotH T+H,; HyTt+ f = raziio combustivel/ar dada no item 6.2.7. Fazendo uso das equag s 6.8 € 6.10 pode-se tracar 0 grifico da fi constante © k sio fungdes da temperatura e da razio combustivel/ar (P) 15; a pressiio k f=0,0135 f=0 1,4] eau Cp e k [ki/kg K] 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 Temperatura em K Figura 4.5—C)ek em fungoda temperatura raziio combustivel/ar (Cobem et al., 1985). Reproduzida ‘com autorizagiio de Pearson Education Ltda, , na figura 6.5, que, com o aumento da temperatura, 0s valores de Cy aumentam e os valores de k diminuem e, para uma dada temperatura, aumentando os valores de f, os valores de C, aumentam © 08 valores de k diminuem. A figura 6.5 € valida para a pressdo de 1 bar. Para os calculos dos produtos da combustdo, que levam em conta a dissociacio, Cp ¢ k variam com a pressio e a temperatura acima de 1500K Para célculo preliminar e comparativo € suficientemente preciso assumir os seguintes valores médios aseguir de Cy ¢ de k para 0 ar e 0s produtos da combustio, respectivamente. ace Char = 1,005 kikeK, Kky=14 ou |x bell (6.14) ae k 148 ki/kg K, 1,333 ow aa a pd & (6.15) Cwrtrmo 6 Turbinas a Gas 331 TABELA 6.1 — Coeficientes polinomiais em unidades SI, J/kg Simbolo “Temperatura 200-800K “Temperatura 800-2200K c +1,0189134 E+03 4+7,9865509 E+02 C 13783636 E-01 45,3392159 E-01 a +1,9843397 E-04 =2,2881694 E-04 & 44,2399242 6.07 43,7420857 E-08, co -3,7632489 E10 ©,0000000 Po -3,5949415 E402 +1,0887572 E+03 or 44,5163996 E+00 =1,4158834 E-01 cP, 428116360 E-03 +1,9160159 E-03 CPs -2,1708731 E-05 =1,2400934 -06 cP ++2,8688783 E-08 +43,0660459 E-10 " ssi AR. 12226836 E-11 26117109 E-14 Hy 462637416 E404 =1,7683851 E405 at ~5,2903044 E+02 +8,3690644 E+02 1h +3,2226232 E-00 +43,6476206 E01 4; -2,1670252 E03 425195448 E-04 Hy 42.4991703 E-07 =1,2541337 E-07 : £3.4891819 E-10 +1,6406268 E-L1 Fonte: Chappell e Cockshutt 1974. 6.2.3 Perda de Pressio 'A perda de pressio, que pode ser também chamada de perda de carga, ocorre: * no filtro de entrada (App); + no sistema de exaustor (Ape); + na cimara de combustio (Ap.); + nos trocadores de calor (Apy, lado ar € Appg lado gis). A figura 6.6 mostra as perdas de carga ¢ a diminuiglo da razio de press na turbina, reduzindo assim o trabalho til espectfico. ee am OS a Ba 332 Gerago Termelétriea: Planejamento, Projeto ¢ Operacdo ciclo da turbina a gas muito sensivel ds irreversibilidades, e as perd efeito no desempenho do ciclo. Com base na nomenclatura da figura 6.6, no ciclo simples com trocador de Calor, filtro, exaustio e cdmara de combustio, as press6es py, ¢ Pyy Podem ser determinadas como segue Pai=Panp — 4P¢ 6.16) OP i _ APy ) Peet to —-—* | (OD) Po Po } Bo Pee AE, Op, (6.18) 6.2.3.1 Filtros de ar Os filtros de F slo essenciais para turbinas a gis que trabalham em atmosferas contaminadas. Os compressores siio muito sensiveis a depésitos em suas palhetas e bocais, logo, pocira, vapores, insetos, entre outros, devem serremovidlos para manter a maxima efici¢ncia. Os filtros causam uma pequena perda de pressio (Ap) na admissao do ar, porém uma perda que pode ser significante para um filtro sujo. Lavadores podem ser usados no lugar de filtros; estes oferecem a vantagem de resfriamento por evaporagaio do ar quando houver valores elevados de temperatura ambiente, ¢ posstiem altos valores de eficiéncia ¢ capacidade. 6.2.3.2 Silenciadores Os silenciadores, geralmente defletores absorvedores de som usados na entrada do compressor ¢ no escape da turbina, ajudam a reduzir o nivel de ruido da planta. A instalagdo geralmente controla a diregao do ruido da maquina. Os silenciadores devem ser projetados dle tal forma que nao tenham uma queda de pressio (Ape) muito grande, para manter a efic’ ipacidade da planta. A figura 6.7 mostra um sister envolve filtros ¢ silenciadores. Figura 6.7 ~ Sistema de iltros e exaustio, 6.2.4 Trabalho Especifico de Compressio Na turbina a gés, a compressio do ar antes da expansio através da turbina é efetuada em um ou dois tipos bisicos de compressores, um de fluxo centrifugo ¢ outro de fluxo axial. Ambos os tipos so acionados pela turbina e so acoplados diretamente no eixo da mesma. Fazendo uso da nomenclatura da figura 6.6, 0 trabalho especifico de compressiio do compressor & obtido com base na eficiéncia isentrépica de compressio c usando-se a equagiio da energia para volume de controle em regime permanente, como segue: > 6.24) compressio politrépico T = 6.2.5 Trocador de Calor ividade ¢ definida como: (625) 222ALOA0AO08 2028202024200 OADAADBDADDRAL LGA @ @ = = Mina eae eee eee eT TT 334 Geragdo Termelétrica: Planejamento, Projeto e Operagio como as vazdes em ssa So iguais eos G,, a. tém valores prdximos, uma vez. que as diferengas de tempe par ura também siio bastante proximas, a equagio 6.25 resulta em: ) (Tos ~To: (TM =Tp) (6.26) Com 0 valor da efetividade, as temperaturas podem ser calculadas. Trocadores de calor modernos podem ter € préximo de 0,90 e temperatura dos gases provenientes da combustiio de até 900K (Cohen ef al 1987), 6.2.6 Perda Mec a a) Gerador de gas ¢ turbina a giis de um eixo A poténcia n te da turbina sem caixa de in 1% da poténcia essiria para acionar 0 compressor & transmitida di engrenagens. As tinicas perdas sto devidas aos mancais e windage, que, no tc necessiria, Para turbinas a gis menores, de peque poténcia, esse valor pode ser bem maior. O rendimento meciinico é denotado pelo simbolo jy, ¢ @ poténcia da turbina necessaria para acionar o compressor é dada por wae (627) onde w, € 0 trabalho especifico necessario & compressio € Wie € 0 trabalho especifico retirado da turbina para a compressiio. b) Turbina livre O rendimento mecinico na turbina livre 6 dado por: (6.28) ‘onde Weixo € © trabalho especifico do eixo da turbina livre € wy é o trabalho especifico entregue pelo fluido de trabalho a turbina livre. 6.2.7 Caleulo da Razio Combustivel/Ar A cfimara de combustio tem a dificil tarefa de queimar grandes csantidades de combustivel fornecido diretamente pelos bicos vaporizadores, com grandes volumes de ar provenicntes do compressor, aumentandoa sua energia, de tal maneira que ele possa ser expandido e acelerado para dar um fluxo suave e uniforme para todas as condigdes requeridas pela turbina, Esta tarefa deve ser realizada com a minima perda de pre: améxima liberagio de calor, dentro de um espaco limitado, © desempenho dos ciclos de turbinas a gas pode ser expresso em termos de consumo especifico de ‘combustivel (SFC), que € 0 consumo de combustivel pela poténcia dil. Logo é importante se conhecer a razio centre a massa de combustivel e a massa de ar que entram na cfmara de combustio (1). Para se conhecer a raziio combustivel/ar é necessério conhecer a temperatura de entrada ¢ de saida na Amara de combustdo. A temperatura de entrada ¢ calculada pela raziio de compressio, e a temperatura de saida, na maioria das vezes, é especificada. Para simplificar 0 processo do célculo da combustio’ o uso de tabelasé suficientemente preciso para ocdlculo da razio combustivel/ar. A figura 6.8 mostra a raziio combustivel/ ar (f) teGrica em fungao das temperaturas de saida e entrada da cAmara de combustiio (Bathie, 1984). Noeixo da abscissa da figura 6.8, tem-se os valores da temperatura de entrada na cfimara de combustio, e cada reta representa ‘uma temperatura de safda da cdmara de combustio. Os valores da razo combustivel/ar estao na ordenada, ecom Corinna 6~ Turbinas a Gés 335 Conus Colt 28 vf Gime de] fr ocd | combust [Saeed AE Nel T°] al 40——«S00S«S«SCSCOS «COD Temperatura de entrada na chmora de combusido, Ta(K) Figura 6.8 — Razio combustivel/ar tedrica em fungiio da temperatura de entrada ¢ saida da cdmara de combustio pars combustvel Cala, considera combusto completa sem pert de calor da ciara de combustio. indamentals of Gas Turbine, Bathie, W.; Copyright © 1986 John Wiley & Sons, Inc. erica canines dalan Yin & Sone As curvas so validas para Bree eedaacietartciteNidoteat bc oc seccs em pera de calor da cimara de combustio, e poder ealorfico inferior de 43124 ki/kg, representando assim uma Bae win d,s ou eg cm cere ee ou mt ef a)n.C.Tex| 1-—___— de combust fluido de trabi so e parao processo de compressio politrépico 6.2.10 Sangrias para Resfriamento das Palhetas da Turbina A temperatura maxima de entrada na turbina, em turbinas a gis modemas, esti entre 1200 K ¢ 1800 muito mais alta do que a temperatura que o material pode suportar. Esta diferenca de temperatui el com a utilizacao do resfriamento das palhetas do primeiro, . do terceiro turbina, com ar sangrado na saida do compressor. O ar sangrado do compressor ¢ injetado dentro e ao redor das palhetas, misturando-se com a corrente principal do gés (proveniente da cimara de combustio), mantendc assim, a temperatura do material das palhetas na temperatura desejével. Os limites da tecnologia de resfriamento sio um compromisso entre 0 material que pode suportar altas temperaturas e 0 desenvolvimento de técnicas de resfriamento para minimizar a quantidade de ar necesséio para o resfriamento, indo ou, as v tigioda A figura 6.9 mostra a fragdo da vazio em massa de ar do compressor que & usada para resiiar os estigios da turbina, dg, como uma funco do nivel de tecnologia e do parimetro adimensional chamado efetividade de resfriamento, ©, também chamado de razio de diferenca de temperatura, dado por: Tos = Toe Q= oe Tos - To (6.39) onde: Tos. = temperatura do gas na entrada da turbina temperatura do ar sangrado (fluido de arrefecimento) temperatura maxima do material da palheta Figura 6.9 ~ Massa de ar para resfriamento, Ri Me Journal of s for Predicting the Performance of Brayton-Cycle Engine wincering for Gas Turbine and Power, 1994, com autorizagio da ASME Entre os trés niveis de tecnologia de resfriamento da figura 6.9, pode ser es} ngimero real para simular uma curva de tecnolc 8 tecnologia de resfriamento superior a 3, inferior a 1, ou entre | € 3, sao obtidos por interpolac: ia de resfriamento. A fragio ent arvas da figura 6.9 (Korakianitis ¢ Wilson, 1994). Como exemplo dos niveis de tecnola apresentado na figura 6.9, tem-se a figura 6.10 com as tecnologias de pelicula convectiv: ic im), que podem ocorrer pelicula de choque (film impingement) ¢ pelic em uma dnica palheta (Bathie, 1984). er acai ldoa lo Figura 6.10 - Tipos de tecnologia de resfriamento, Fundamentals of Gas Turbine, Bathie, W.; Copyright © 1986 John Wiley & Sons, In. Reproduzido com autorizagio de John Wiley & Sons Inc 6.2.11 Adigio de Vapor A injeedo de vapor no ciclo a gas tem sido usada hd varios anos. O ciclo da turbina a gifs, que tem a injecio de vapor, é chamado de STIG (Steam Injected Gas Turbine), que, atualmente, tem sido a resposta para ‘os problemas de poluigdo, aumento de poténcia e eficiéncia. O mecanismo de injegio de vapor ¢ simples ¢ a Cavirvxo 6~ Turbinas a Gas 339 mara de combustao e na turbina direto: vapor pode ser injetado na corrente de ar na safda do compressor, 1 de poténcia, como mostra a figura 6.11, aumentando, assim, a vazio através da turbina e o trabalho por ela gerado (Horner, 1994), O vapor produzido para este processo € gerado pelos gases de saida da trbina a gas na caldeira de recuperagio (HRS amente, a agua entra a 1 bar e 266°C na bomba e, na caldeira de reeuperagio, ela é trazida A pressio de 4 bar acima do local de injegdo e 2 temperatura do mesmo. Exoustdo Processo Combustivel 4 Vopor HRSG Aguo 2 Comb. Py - Carregamento 1 Entrada de ar Figura 6.11 -Ciclo com injeco de vapor. vapor pode ser injetado depois do compressor, mas bem antes da c@mara de combustio (Figura 6.11), para criar uma mistura apropriada que ajudard a reduzir a temperatura da zona priméria na camara de combust e a emissio de NO,. A figura 6.12 mostra um desenho esquemético das turbinas aeroderivativas da GE (LMS000), onde o vapor pode ser injetado em varios lugares estratégicos: na safda do compressor, na Amara de combustio e na turbina de poténcia (Horner, 1994), Bocal de Descarga de Diuintiog Vaper de Alta Pressto. Vapor de Alta Presstona (fH 4) Vapor de Baixa Presto nia Entrada do Bio de SaldadoCompressor 7 boriwel para Turhina de Pe ‘Combustivel dee Figura 6.12 ~Locais de inj ‘de vapor da LMS000 (Homer, 1994). Copyright by General Electric Co. O ciclo STIG é um ciclo mais aprimorado que pode ter capacidade de injecdo de vapor até 4,5kg/s paraa LM 1600, até 7kg/s para a LM2500 e até 22,3 kg/s para a LMS5000 da GE (Homer, 1994). O resultado disso um aumento na poténcia ¢ na eficiéncia térmica do ciclo. A tabela 6.2 mostra a comparagiio de desempe- ho entre o ciclo simples sem injegiio de vapor e o ciclo STIG, para as condigdes ISO das turbinas a gas jé citadas.. Osistema STIG oferece uma completa flexibilidade de operacdo do ciclo, uma vez que a quantidade de vapor injetado pode variar com o carregamento e disponibilidade de vapor. TABELA 6.2 ~ Comparagio de desempenho «1 Giclo simples (Seeo) PoienciaiW) LM1600 Bo u 7 wo 12500 na 3 6,5 9 LM5000 33.1 | 19 Condigdes ISO. Fonte (Tomer, 1994) Ee ee As equagdes abaixo calculam a entalpia do fluido de trabalho em cada ponto, conform [lings aMar.3 tthy shy, ie ah (640) Mars tity 3 tiga Py, ie frig sltg.s tiny shy.s] tpbent eee (6.42) Tig 5 tiny 5 onde thy € tity so as vazdes em massa de vapor € gases, respectivamente. 6.2.12 Consumo Especifico de Combustivel O desempenho térmico do ciclo da turbina a gas pode ser dado em relago ao consumo especifico de combustivel (SFC), que € definilo por: (6.43) m massa de combustivel, w,, 60 trabalho especifico itil em kW/kg/s ou ki/kg ar seco e onde tig 6 a razio entre as massas de combustivel e a de ar. © consumo especifico de combustivel em kg/kWh ¢ dado por: «oc: = 3600 Fret ew, (6.44) 6.2.13 Eficiéncia Térmica Aceficiéneia térmica para turbina a g (6.45) as a Gas 34] Curireno 6 ~ Turbi onde PCL¢ poder catorifico inferior. Substituindo a equagio 6.44 em 6.45, tem-se 3600 (6.46) SEC. PCI g/kWh e PCI em ki/kg. Normalmente o fabricante esti Jo Heat Rate, dado em (kS/kWh). onde S combustivel por (kWh). Neste caso, usa-se o produto SFC x PCI, denomins Embora o valor do PCI deva ser na temperatura da safda da cmara de combustao, é usual 0 valor referente a 288 K °C 6 dado em temperatura d ES DA TURBINA A GAS 6.3 CARACTERISTICAS DOS PRINCIPAIS COMPONE 6. 1 Camara de Combustio O objetivo desta segao é discutir os principais requerimentos da cémara de combustao ¢ descrever em ios tipose config 3 de cfimaras de combustdo émpregadas em turbinas a g4s indu: eacronduticas. Algumas das principais caracteristicas e problemas de projeto serio consideradas, termos gerais 0s vi 1 Fin dade da cimara de combustiio A ciimara de combustio tem a finalidade de queimar uma quantidade de combustivel fornecida pelo grande quantidade de ar proveniente do compressor, ¢ liberar 0 calor de tal ma dria 4 turbina. Isso deve ser njetor, com uma expandido e acelerado para dar uma corrente suave e uniforme do gis quente, nec: inima perda de pressao e a maxima eficiéneia aleangado coma A quantidade de combustivel adicionada 4 corrente de ar dependeré do requerida, Entretanto, a temperatura méxima € limitada pela temperatura do n Uma vez que a temperatura requerida do fluido de trabalho na entrada da turbina varia com 0 empuxo ou 0 trabalho a de combustio deve também ser capaz de realizar uma combustdo estivel e eficiente em toda faixa de operacio da turbina a gas, umento de temperatura aterial das palhetas da turbina. 2 Caracteristicas basicas A figura 6.13 ilustra 0 desenvolvimento l6gico de uma camara de combustio convencional na sua forma mais geral. Como era de se esperar, existem muitas variagGes do modelo bisico (figura 6.13d), mas, em _geral, todas as cdmaras incorporam os seguintes componentes: + careaga; + difusor; * tubo de chama; + ico injetorde combustivel. A figura 6.13a mostra a cdmara de combustio mais simples possivel. O combustivel é pulverizado ‘com um tubo no centro do duto. A velocidade da corrente onde se localiza a combustio ¢ igual A velocidade do ar na saida do compressor, ¢ ela € da ordem de 150 a 200 m/s. Logo, o maior problema deste perda da pressdo fundamental (perda quente) é excessivamente grande e seria impossivel qu esta velocidade, Esta perda de pressio seria da ordem de 25% da press’ sistema é que a mar combustivel a de safda do compressor. A figura 6.13 mostra como a velocidade pode ser reduzida na regitio de queima para valores toler veis da perda de pressiio fundamental, simplesmente adicionando um difusor. Por exemplo, a velocidade reduzida de 1/5 do valor original e a perda de pressio reduz para cerca de 1%, o qual é um valor aceitivel, 342 Geragiio Termelétrica: Planejamento, Projeto e Operagdo Figura 6.13 ~ Evolugio bisica do combustor. a velocidade na regido de queima continua ainda muito elevada solver este problema, foi colocada uma placa plana o de baixa velocidade de re- | arranjo é necessdrio para Mesmo apés adicionar um difusor para estabilizar a combust e sustenti-la. Assim, para atras do injetor de combustivel para criar um escoamento reverso que cria uma regi circulagii, visando a estabilizagao da chama, conforme mostra a figura 6.13c. T prevenir a extingdo da chama e facilitar a reignigao em altitudes clevadas. sistema mostrado na figura 6.13c ainda nao é suficiente para manter a combustio. Para uma cAmara de combustio tfpica produzir o aumento de temperatura desejado, 0 valor global da raziio ar/combusti vel na camara deve ser por volta de 50, 0 que esta bem acima dos limites da chamabilidade da mistura ar/ hidrocarboneto. Idealmente, a razao de equivaléncia na zona primaria de combustio deve ser por volta de 0,6 a 0,8. Assim, énecessério admitir somente parte do ar na zona primaria de combustio, de maneira que a razio ar/ combustivel fique préxima do étimo. A figura 6.13d mostra um. tubo de chama acoplado a placa plana, admitin- do ar através de orificios com tamanho e ntimero suficientes para atingir a razio ar/combustivel necessaria. ‘A maior parte do ar 6 adicionado na zona de diluiga0, com o objetivo de abaixar a temperatura dos ‘gases quentes que vém da zona priméria, Nenhuma combustio é realizada na zona de diluig Em algumas cdmaras de combustdo, a zona intermedidria ¢ incluida entre a zona primaria ¢ a de diluigao. A zona intermediairia serve para completar a combustio que comega na zona priméria ¢ resfria um pouco os gases quentes, visando permiti que 0s produtos dissociados se recombinem e liberem energia (Lefebvre, 1983). 6.3.1.3. Processo basico da combustio Oardo compressor entra na ciimara de combustao a uma velocidade de até 200 m/s ¢ deve inici te passar por um difusor para desacelerar a corrente e, conseqiientemente, aumentar a pressio. Isto porque a velocidade da chama nao deve ultrapassar 26 m/s no caso do querosene. Caso a chama tenha velocidade superior cla ser apagads A regio de bisa velocidade tem de ser eriada na cimara, para que chara perm nega acesa durante toda a operagaio da turbina a gis (Rolls-Royce, 1986) Em operagio normal, a relagio ar/combustfvel de uma cdmara de combustio pode variar de 45 até 130. Entretanto, o querosene queima eficientemente perto de 15, de maneira que o combustivel seri queimado: com uma parcela de ar que entra na cimara de combustio, a qual é chamada de zona primaria. Isto é alcangado: com 0 tubo de chama que tem varios dispositivos para dosar a distribuigio do ar ao longo da camara de combustio (Rolls-Royce, 1986). Imen- conan Turbinas a Cbs — AB a A figura 6.14 mostra que, aproximadamente, 20% da vazio de ar passa pela entrada do spray. Um pouico abiixo do spray existe uma seglio que sia redemoinhos ¢ pequenos orificios por onde o ar passa e entra fa zona primiria de combustio, O redemoinho provoca uma circulagiio no tubo de chama. O restante do ar passat entre o tubo de chama e a careaga da efimara de combustio, Dentro da zona priméria também existern orificios secundariox que permitem passar 20% do restante do ar ¢, na zona de diluigio, passa o restante do ar. ‘Tudo isso 6 para garantir uma chama estével durante toda a operagio da turbina a gas (Rolls-Royce, 1986). Wh Om | i 12% Figura 6.14 ~ Distribuigiio do escoamento, Reproduzido de The Jet Engine, 4th edition, 1986, ‘com autorizagio da Rolls-Royce, 1986. A temperatura dos gases liberados pela combustio esta entre 1800 ¢ 2000 °C. Esta faixa de tempe- ratura € muito elevada para a turbina, O ar que nio é usado na combustio é entdo misturado progressivamente com estes gases para abaixar a temperatura dos gases antes de entrar na turbina. Isso acontece na zona de dilvigiio onde 20% do ar é usado. O restante do ar é usado para resfriar as paredes do tubo de chama (Rolls- Royce, 1986). A combustio deve ser completa antes de atingir a zona de diluico, do contrario o ar de diluigdo resfriard a chama ea combusto incompleta ocorrerd. Uma vela elétrica é necesséria para iniciar a combustio e achama ¢ entio auto-sustentada, 6.2.14 Tipos de cémaras mostra a figura 6.15a. A cimara de combustio uma composigdo de varias cimaras, dispostas 3u4 Geragdo Termetéirica: Planejamento, Projeto ¢ Operagio + didmetros menores permitem um rigoroso controle do fluxo de ar, projetado para reduzir Fumagae ‘emissiio de NOx; + didmetro e comprimento da cdmara de combustio pod ‘mente para acomodar gases de baixo poder calorifico e combustiveis residuals; carfiter ambiental, tais como injegao de 1 ser aumentados individualmente ¢ pronta +o projeto pode ser facilmente adaptado a modificagbes de vapor. ‘onurcos b9 At cacaca sient eats te Figura 6,16 ~ Camara tuboanular, Reproduzido de The Jet Engine, ath edition, 1986, ‘com autorizago da Rolls-Royce, 1986. Cartrann 6 Turbinasa Gés 345 ©) Anular Este tipo de cfimara tem um tubo de chama anular montado concentricamente dentro de uma carca- {ga também anular, como mostra a figura 6.15d ¢ 6.17. Um dos problemas indesejados deste tipo de camara ¢ ‘que uma pequena yariagio no perfil de velocidade do ar que entra pode produzir uma mudanga significativa na distribuigio de temperatura dos gases de safda da cdmara. 2D acne ces Noam, SOA Taste “TABELA 6.3 — Vantagens e desvantagens dos varios tipos de cdmaras (Lefebvre, 1983) Desvantagens 1 Volumosae pesada, 1 Problema sério no tamanho da saida do tubo de chama. 2 A bancada de teste necesita da vaso em massa total 3. Dificuldade de combinar 0 padrao do escoamento 4 4 4 4 q « q 4 < < « « « 4 4 4 A Gos quente B= _— — fe 2 VISTA A-A VISTA B-B- (0) () rete if pat do ear de alimentocdo Nai seks fe resfriomento a Gos quente Cro at. de or de lime ) a) G6 Gente Figura 6.29 — Dispositivos pura pelicula de resfriamento. Copyright © 1983 de Lefebvre, A. H. Reproduzido com autorizagio de Routledge/Taylor & Francis Book, Ine. Cartnno 6 ~Turbinas a Gas 357 fa de resfriamento a qual tem um controle avanga~ de resfriamento a0 ‘Técnicas modernas de resfriamento incluem pelicul: do da convecgao por paredes dsperas, enquanto proporciona uma camada protetora de Tongo da parede do lado quente do tubo de chama, Resfriamento por choque é 0 mais adequado para combustores de alta temperatura, Sua complexidade construtiva impée dificuldades na fabrica ora sendo desenvolvida, é 0 sistema gio e reparos. A mais avangada forma de resfriamento dla parede, que es iGo, © qual tem potencial de reduzir a quantidade de ar de resfriamento necessaria em cer 50%. Com este esquema, a vau és das paredes porosas do tubo de chama, primeiro remove o calor da propria parede e, entdo, proporciona a barreira térmica entre a parede e os gases quentes da combustio. A figura 6.30 ilustra as a construgao de dupla parede onde as téenicas de resfriamento por choque e/ou convecgdo aumentam a transfe réncia de calor no lado frio, melhorada por uma efusio da pelicula de ar de resfriamento, e, finalmente, a transpiragdo a qual é considerada como a melhor. a de Zio de ar de resfriamento, atray rendéncias no resfiamento das paredes do combustor (Nealy, 1980). Primeiro, Pelicula de resfriamento tae simples Pelicula de impacto Tronspiragdo Ar de resfriomento da porede Figura 6.30 ~ Tendéncias tecnolégicas to resfri mento da parede do combustor. Uma alternativa para aumentar a eficiéncia do resfriamento é 0 uso de revestimentos ou materiais do tubo de chama que permitam operar a altas temperaturas. Os materiais para o tubo de chama incluem carbono, compostos de carbono, cermicas ¢ ligas de materiais de alta temperatura, 6.31.12 Condigdes requeridas {As cfimaras de combust das turbinas a gis devem atender a uma larga faixa de variagio da quantida- de de oxigénio, que varia com o tipo de turbina a gis. As exigéncias bisicas para a cimara de combus as seguintes: do s + alta eficiéncia da combustio -o combustivel deve ser queimado completamente, de maneira que toda energia quimica seja liberada na forma de calor; + ignictio confisivel e suave ~ no chiio (especialmente a baixas temperaturas ambientes) e depois de urna extingdio da chama a altas altitudes; . il limites de estabilidade —achama deve permanecer acesa durante toda a operagao da turbina a gis; nae eae en ea enema mre cea 2A AHABBAAAAALHAAA**AAAAL SHA ser 0s menores po combustfvel/are velocidade + durabil + capa Para as t de operag’ Varidveis de operagio As variiveis que a! + eficiéncia de combustiio ~ um eficiéncia da combustio. 0 até um certo valor constante. Se a mistura c aeficiGncia diminui; + faixa de estabilidade de operag to. A diminuigio da pressio dit de aum reduzindo os lim ta, a faixa de operagiio din mento da velocid ae po estabilidade d rer. O da mistura ri curva tipica da + distribuigdio de temperatura ~ se ar aumentadas, a temperatura d que mais calor é liberado ¢ existe menos tempo par + partida —a partida é usualmente facil se a temper ‘um valor 6timo da razo combust Alémdisso, ex! oma dificil; partida se ear existe uma te depésito de carbono — aumentando a razio combust epésito de carbono, por causa da proporgo de oxigénio na zona de combust muito baixa para queimar o combustivel totalmente; temperatura e resfriamento — se a temperatura ¢ a pressio do ar de entrada da ¢ combustio sio aumentadas, mais calor é transferido dos gases que sua temperatura aumenta. Se a razio combustiveVar aumenta, a t torna mais elevada e, novamente, a temperatura do tubo de chama aumen aumento da velocidade do escoamento do lado de fora do tubo de chama aumenta a conversa reduzindo a sua temperatura. Carino 6~TurbinasaGas 359 Limite da mistura pobre Sm ignigéo 7 - | Regio do Vordo méssica de or Figura 6.31 —Limites de estabilidade da combustio, Reproduzido de The Jet Engine, Ath edition, 1986, ‘com autorizagao da Rolls-Royce. 6.31.14 Perda de pressio nara de combustdo é dada pela seguinte equagio (Lefebvre, 1983): i A perda de pressio na c ' Ap, _ 4p, R (iy, = —t- | (647) e q2 ax Py onde dp : Ob = a perda total de pressio que depende das condigdes de operagao; APb = 9 fator de queda de pressio, Propriedade fixa da cimara de combustZo, e representa a a soma das perdas de pressio do difusor e do tubo de chama; R= aconstante do gas, tn = a-vazJo em massa de ar que entra no combustor; = a temperatura total na entrada da camara de combustio; = a direa maxima da seco transversal eaca da cimara de combustio sem o tubo de cham; P, = Apressio total na entrada do combustor, - U2, 4 = apressio dinamica =PUmx ¢ y= _™ Z PA max p massa especifica, Como foi dito, o fator de queda de pressio é uma composigao de perdas de pressio e, matematica- mente, pode ser representado como segue: Apy _ Apg , Ap q q (6.48) Curtrana 6 Turbinas a Gas 361 1 de combustio (Lefebyre, 198. TABELA 6.4 ~ Perdas de pre: rin a belts Vipo de Cn " | 4 Amax P3 ale i Tubular 001 | a7 0,0036, 6.31.15 Eficiéncia da combustio ‘0 modelo da velocidade de queima. la cm correlages exper © modelo usado aqui para se prever a eficiéncia da combu imen- Este modelo foi u tais obtidas para uma alo por Lefebyre para prever a efici¢ncia da combustao baseat grande faixa de pressiio, temperatura e vaziio por diferentes projetos de combustores. A eficiéncia da combustio é definida como: calor liberado na combustio 2 Mb (51) oe disponivel no combust da combustao pode alterar o seu valor, que depende fio da turbina a is como: pressiio de entrada, ps, area maxima da segao tr mara de combustiio, T3, € a vazio e a, m, todos no sistema internacional . aeficiéne Durante a opt de pardmetros de entrad temperatura total de entrada Portanto, a eficiéneia da combustiio pode ser expressa por (Lefebvre ¢ Halls, 1959); Ps. Angee Ey is woot (the eas la expressiio, para a eficiéncia da combustdo, 6 dada em te ecessfirio recorrer a resultados experimentais empfricos, no sentido de determinar a r sultado de um niimero expressivo de experimentos para se determinara eficigncia da versal da carcaga, Amaxs b nos de quantidades mensuraveis, mas, infclizmente, precisa da fungiio, Como combustio, achou-se uma correlagiio dada por tureza np =!) (6.53) onde Pi”? Asx DER exPCTs (300) panel ak Ges (6.54) mm O comprimento 0 ¢ chamado carregamento da camara de combustio. Ajay € Dinax Sao, respectivae ‘mente, a Grea © 0 didmetro maximo da segiio transversal da carcaga, sem o tubo de chama. Para qualquer efimara de combustio especifica, algumas medidas de Nyy para varias vazes de ar ou presstio de entrada, siio suficientes para definir a forma da curva ny x8. A figura 6.33 resume medidas feitas para um grande nimero de cimaras de combustio de turbinas a gis modernas, do tipo tubular, tuboanular & ‘anular, € mostra os limites, dentro dos quais a curva nj x @ esté localizada, para os tr2s ti s I tipos de combustores (Lefebvre, 1966). prawee PRARRALLLKKAAAARAP KLE RRR eR Reeereene Geragdo Termelétrica: Planejamento, Projeto ¢ Operagao usito (7) Bad —— tobuior ov toontor = hrulor 3 / 3 0 ! = 1 50 G ! eee eee et eminem Sy 6. 1s 8 9 o=P3” a0" ex9( 3)/m Hficiéncia da combustio para nx (Lefebvre, 1966). 6.3.2 Compressores Axiais O compressor axial é constitufdlo de uma série de palhetas, com segao de perfil aerodinimico, coloca- das ao longo de um disco chamado de rotor, € um conjunto estaciondrio, de palhetas com seco de perfil aerodinamico, colocada seguido do estator é a0 longo da arcaga, chamado de estator, conforme mostra a figura 6.34. O rotor mado de estigio, sendo que o compressor todo € formado de uma série de estigios Figura 6.34 - Compressor modermo de alto desempenho. Reprocuzido de The Jet Engine, Ath edition, 1986, com autorizagio da Rolls-Royce. Da entrada para saida do compressor, existe uma redugao gradual da drea anular, conforme mostra a figura 6.35. Isto & necessario para manter a velocidade média axial do a medida em que a densidade aumenta através do comprimento do compressor. Alguns projetos de compressores tém dois ou mais compressores ou "carretéis", os quats so aciona- dos por diferentes turbinas e so, portanto, livres para girar com diferentes velocidades, como mostram as figuras 6.36 e 6.37. O compressor simples (figura 6.34) consiste em virios estigios, montados sobre um tinico eixo, para atingir a razdio de pressio ¢ a vaziio em massa desejada. aproximadamente constante na compressor de miltiplos eixos consiste de dois ou mais rotores com varios estigios, cada um acionado por turbinas diferentes, com rotagdes diferentes, para alcangar altas razSes de pressio e dar grande flexibilidade de operagao. Compressores axiais tém a vantagem de serem capazes de aleangar altas razdes de pressdo com eficiéncias relativamente altas, se comparados com os compressores radiais, como pode ser visto na figura 6.38 (Treager, 1970). Cartnuio 6 Turbinas a Gas 363 Figura 6.36 ~ Compressor tipico de dois eixos. Reproduzido de The Jer Engine, 4th edition, 1986, ‘com autorizagiio da Rolls-Royce, 1986. UDI ESSA contusion SALTAINTSSAD! Figura 6.37 Compressor tipico de trés eixos, Reproduzido de The Jer Engine, Ath edition, 1986, com autorizagiio da Rolls-Royce, 1986. 364 Geragiio Termelétrica: Planejamento, Projeto e Operacdo 109 = = = 60 § 340 3 peeeretet 1 3 TOSREGIS: «15 7 Road) de presbio Figura 6.38 —Comparacio das eficigncias entre os compressores centrifugo e axial. Reproduzida com autorizagio da ‘McGraw-Hill Companies. Treager, L. E., “Aircraft gas turbine engine technology”, copyright 1970, McGraw Hill 63.2.1 Operaciio basica ‘Como jd vimnos, o compressor axial & constitufdo de uma série de estgios e cada estagio é formado de um rotor e um estator. O fluido de trabalho é inicialmente acelerado pelo rotor e, entio, desacelerado no estator, onde a energia cinética transferida no rotor € convertida em pressio estitica. O processo é repetido em varios estgios, tantos quantos forem necessarios para atingir a razio de pressio desejada. A figura 6.39 mostra 0 diagrama dos vetores velocidade através do estigio (Treager, 1970). O escoamento est sempre sujeito a um gradiente adverso de pressio e, quanto maior for a razio de presso, maior serd a dificuldade do projeto do compressor. O proceso cor ie de difusses, no rotor e no estator, como mostra a figura 6.39. Embora a velocidade absoluta do fluido é aumentada no rotor, como pode ser visto na figura 6.39, a velocidade relativa do fluido no rotor é reduzida. Isto 6, existe difu rotor Limites de difusdio devem ser impostos para garantir uma compressio com alta eficignci difusao em cada estégio significa que um compressor simples, de um tinico estigio, pode produzir somente uma razdo de pressio relativamente pequena, e muito menor do que pode ser usada pela turbina que tem um gradiente de pressio favordvel, palhetas com passagens convergentes e escoamento acclerado. Por isso, uma turbina de um tnico estgio pode acionar um compressor de virios estagios. Cuidadoso projeto das palhetas do compressor, baseado na teoria aerodinimica ¢ experimental, 6 necessério para evitar perdas e minimizar problema de stall, especialmente se a razio de pressio for alta. O stall, no caso de um aerofétio isolado, surge do aumento excessivo do ngulo de incidéncia. Esta condigio ‘corre quando 0 compressor est operando numa condigao de vazio ¢ rotagio muito diferente daquela de projeto. Quando o compressor est operando a uma rotagio mais baixa do que a do projeto, a densidade do fluid de trabalho nos filtimos estigios estard bem longe do valor de projeto, resultando em uma velocidade axial incorreta a qual acarretara stall nas palhetas e 0 compressor atinge a surge line. Alguns métodos sio usados para solucionar este problema. Sio eles: + usode palhetas diretoras varisiveis (Inlet Guide Vane ~ IGV) e estatores varidveis; + compressores de dois ou mais eixos; + vdlvulade sangria. No comeso, 0 escoamento no interior dos compressores era totalmente subsnico, Com o aumento da cazio de pressio para ganhar mais eficiéncia térmica no ciclo, os compressores passaram a ter escoumento subsGnico e supers6nico, o que permitiu reduzir o tamanho do compressor. 366 W=tn[hyy — hyo] (6.56) ‘onde W ¢ o trabalho por unidade de tempo ¢ ho & a entalpia d Jefe atte [poss Ke Figura 6.41 —Triangulo de velocidades, Aplicando a equagiio da energia para o estator, temos que Q = Werth - baal (657) -se ho3 = hg, isto &, Tos como Q=0 ¢ W=0, ten trabalho necessério para compressiio no estgio & dado por: 2, como pode ser visto na figura 6.40, Portanto, o = tinfho; ~ hol (6.58) ' y b b , > > » > » > » >» ) >» » eS > » > > Carini 6 Turbinas a Gas 367 Podemos concluir, através da equaciio 6.58 ¢ figura 6.40, que: * toda poténcia entregue ao compressor ¢ absorvida pelo rotor; + © estator transforma a energia cinética em pressiio estitica, com temperatura de estagi constante; + todo aumento de pressio de estagnagao € alcangado no rotor; + as perdas de pressio ocorrem tanto no rotor como no estator. A obtengilo da poténcia necessiria para o estigio, a partir do calculo térmico, ndo 6 0 suficiente para se projetar as palhetas. Ha necessidade de se obter os Angulos de entrada ¢ saida do rotor ¢ do estator A andlise dos tridingulos de velocidade da figura 6.41 se dard na metade da altura da palheta, onde a velocidade tangencial é U. Esta aproximagio bidimensional significa que a velocidade do escoamento tera dus -componentes, uma axial (indice a) e uma tangencial ({ndice w), como mostra a figura 6.41, Na figura 6.41, 0s Angulos (4 € et S20 0s fingulos com que o fluido se aproxima e deixa o rotor, respectivamente, dy 6 0Angulo com | que o fluido deixa o estator. Os fngulos B; ¢ 2 so fingulos em que o Mluido entra e sai relativo as pas do rotor, eCaéavelocidade média. ‘ Assumindo que a velocidade axial & constante, isto &, Cay = Ca = Cy, duuas equagdes biisicas podem ‘ser obtidas da geometria dos triingulos: v = tan oy + tan} cy + tan B (6.59) uma 6a velocidade relativa de safda do rotor e V, 6a velocidade relativa de entrada do rotor, como mostra a figura 6.41, O ntimero de De Haller (DH) é dado por: (6.80) AP DHE ou (DH)* (681) (6.82) A difusdo nas palhetas 6 limitada no projeto do estgio paraevitar stalling. Os limites para o coeficien- te de raziio de pressaio estitica e para o mimero de De Haller sao: SP >0s DH>0,7 (683) ‘A figura 6.43 mostra 0 coeficiente de carregamento em funedo do coeficiente de vazdo para virios valores de coeficiente de raziio de pressio estitica e ntimero de De Haller (Williamson, 1988) . ‘Além disso, o aumento de temperatura por estigio esta relacionado ao coeficiente de carregamento do estiigio como segue: Ah _CpATos. Scares 3) © aumento de temperatura por estigio (ATy,) pode variar e depende da aplicagio. Por exemplo, ele pode variar de 10 K a 30 K para estagios subsOnicos pode ser de 45K ou mais em estagios trans6nicos de alto considerado constante em todos os estagios através nento de temperatura mais baixo do que os palheta do rotor, ¢ escoamento pode se o compressor. Logo, Carino 6~ Turbinas aGds 373 ‘A figora 645 mosira a variaglo das perdas por atrito com 0 fator de difusdo D obtido de um nmero de testes da série de perfil NACA (National Advisory Committee for Aeronautics) (Lieblcin, 1961). Os testes foram realizados com um grande niimero de perfis aerodindmicos, e podem ser aplicados genericamente, contanto (que 0s nGmeros de Mach mximos locais sejam subsOnicos ou levemente supersOnicos. Observa-se, na figura 6.45, que as perdas sio mais acentuadas na ponta da palheta para altos valores de difusso O grande mérto da utlizago do fator de difustio, como um sacrificio de limite permissivel na deflexo do gis, 6 sua simplicidade relativa eo fato de que ele pode ser estabelecido logo que o diagrama de velocidade tenha sido construido ¢ um valor de s/c tenha sido estabelecido.. 3 o s Prd por otito B 0.10) 0 02 Of 08 08 10 Figura 6.45 — Variagio das perdas de atrito com 0 fator de difusiio. Reproduzido de Lieblein, S.; Johnson, I, Resume of transonic-compressor research at NACA-Lewis Laboratory. Trans. ASME Journal of Engineering for ‘Power, 1961, com autorizagao da ASME. 6.3.2.6 Escoamento tridimensional ‘A metodologia apresentada na teoria elementar assume que o escoamento na regidio anular do com- pressor é bidimensional. Isto significa que 0 movimento radial do fluido é ignorado. Para estigios onde a altura da palheta € relativamente grande em relagio ao didmetro médio da regio anular, o escoamento deve ter uma componente de velocidade radial e a teoria bidimensional no pode ser aplicada. Isto ocorre nos primeiros estigios de compressvio que tém uma vaziio volumétrica muito grande, onde a raziio raiz/altura da palheta esta entre 0,4.0,8. A pressio ao longo da palheta varia, aumentando da raiz para a ponta da palheta, para fornecer forga associada com a aceleragao centripeta do fluido. Nos estigios de baixa raziio de raiz/altura da patheta, a variago da componente tangencial (U) da raiz para a ponta é grande ¢ isto modificaré a forma dos tridngulos de velocidade ¢ os seus angulos. Além disso, a variagdo da pressio ao longo da palheta afetaré a magnitude dos vetores velocidades. Assim, os dingulos do escoamento de ar na metade da palheta serio bem diferentes daqueles da raiz ¢ da ponta da palheta. Para uma ‘alta eficiéncia € essencial que os Angulos da palheta ¢ os dngulos do escoamento de ar sejam 0 mais préximo ‘possfvel em todos os raios e a palheta deve ser retorcida da raiz para a ponta, para se adequar & mudanca dos ia u di ra um elemento do fluido (onde a componente da 1987). A solugao do escoamento para Figura 6.46 ~ Variagio radial TABELA 6 Viitice Liv A figura 6.47 mostra a distribuigdlo do grau de reagiio para um projeto de vortice da raiz/ponta de 0,4, para trés valores de grau de reagiio na metade da altura da palheta. Fica evidente, na 6.47, que um estigio de baixo valor de raziio de raio da raiz/ponta deve ter um valor alto de grau ¢ metade da altura da palheta, para ter condigdes satisfat6rias do escoamento na raiz da palheta 6.3.2.7 Projeto da patheta Uma vez que 0s ingulos do escoamento sio determinados para fornecer o requerido trabatho do io, 0 préximo passo & converter estes ingulos em Angulos da palheta que dardo a forma correta da sua estigi geometria, Corirv 6~Turbinasa Gis 375 b Para se calcular a geometria da palheta, a qual dard os angulos do escoamento ¢ o processo de difus’ com a 6tima eficiéncia, isto €, com a menor perda possfvel de pressio de estagnagio, € necessario se obter resul- -tados de correlagées experimentais de tineis de teste de palhetas. Estes so chamados testes de grade. Os resultados de grade podem ser em dois itens de informagdes, que so: +o dingulo através do qual o ar é defletido para uma perda minima; * ocorrespondente do coeficiente de arrasto do perfil do qual a eficiéncia da grade pode ser estimada, ‘Uma melhor descrigio da teoria das grades pode ser vista em Todd, 1947 ¢ Gostelow, 1984. A segdo transversal de trés palhetas que formam uma parte de uma grade tipica é mostrada na figura 6.48, a qual inclui detalhes de virios Angulos, comprimentos ¢ velocidades associadas com 0s experimentos da grade. A simbologia da figura 6.48 serd usada doravante, e€ definida como: Angulo de entrada da palheta; 8 = ay-a’x Angulo de sa‘da da palheta; { = Angulo de posicionamento da palheta (stagger); - Angulo de ar na entrada da palheta; s = espaco; = Angulo de ar na safda da palheta; Vy=_velocidade do ar na entrada; i = Angulode incidéncia, V3= velocidade do ar na saida = o-a' 5 = Angulodedesvio, Angulo de deflexio; 3 = 0-0’; corda. 1 — a3 camber, Angulo da palheta; u Ponto de méximo camber 4 Neste Figura 6.48 ~ Notacio de grade. Pode ser demonstrado que a perda de pressio adimensional na grade é dada por: eae Pa Pe 376 Geragito Termelétrica: Planejamento, Projeto € Operagio Na pritica verificou-se que regiao mais baixa da curva do Angulo de incidéncia, para se obter a menor perda a deflexio nominal é dada por €* = 0,8¢,, onde & 6 a deflexiio de stall, que € a posi¢ao onde a perda atinge duas vezes 0 valor minimo, como pode ser visto na figura 6.49. O valor da deflexdio nominal é fungiio da razio espago/corda e do Angulo de saida do ar, como mostra figura 6.50. 0,090 0,085 to} = 0,080 8 F007 $So.0s0 0.025} ol 20 Incidéncio i, gous Figura 6.49 Perda de pressiio total e deflexio média para grade de geometria fixa (Howell, apud Cohen eral..1987) » al =10 0,10 20 30 40 50 60 70 Angulo de sofa do ora, grous Figura 6,50 — Curvas de deflexiio para condigdes de projeto (Howell, apud Cohen et al, 1987) + Razio de altura/corda (Ar) A razio de altura/corda é definida como: h aie (689) e onde h 6 a altura da palheta e c é a corda, A escotha da raza de altura/corda esté relacionada com o ntimero de palhetas, comprimento do estigio, efeito nas perdas secundérias e vibragao. O uso de valores baixos conduz ‘a. um aumento das_perdas secundirias e da folga da ponta da palheta. A escolha do valor adequado depende dla aplicagio.

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