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todo o contexto de relagdes de hegemonia no inte- rior da sociedade. FUTURAS FORMAS DOS ESTUDOS CULTURAIS: DIREGOES ‘Meu argumento tem sido o de que existem trés ‘modelos principais de pesquisas em Estudos Culta- ras: estudos baseaclos na protlugio, estudos baseados no texto e estudos bascados nas culturas vividas. Essa divisio conforma-se as manifestagies principais dos Greuitos culturais, mas inibe — de formas importan- tes — 0 desenvolvimento de nossas compreensdes. Cada abordagem tem uma racionalidade propria re- lativamente aguele momento que ela tem mais estt- tamente em vista, mas cla é, muito evidentemente, inadequada ou até mesmo “ideol6gica”, como uma descrigio do todo. Entetanto, cada abordagem tam- ‘bém implica uma visio diferente da politica cultural. (s estacios bascados na produsio implicam tama uta para controlar ou transformar os mais poderosos ios de produsio cultural ou para desenvolver meios altematives pelos quais estratégias contra-hegem6ni- cas poderiam ser buscadas, Esses discursos so, em geral, dirigidos 2 reformadores institucionais ou a partidos politicos de esquerda, Os estudos baseados og no texto, 20 se foclizarem nas formas dos produtos ‘culturais, ttm, em geral, se preocupado com 38 possi- bilidades de uma pritca cultural ransformativa. Hles tm se ditigido, mais frequentemente, aos pratican- tes de vanguarda, aos criticos € aos professes. Essas abordagens tém atraido, especialmente, educadores profissionas em faculdades ou escola, porque 0s co- nnhecimentos apropriados & pritica critica tém sido adaptados (ndo sem problemas) a um conhecimento aproprindo a leitores exticos, Finalmente, a pesqui sa das cultura vividas tem estado estreitamente as- sociada com uma politica da “representagio”, apoiando as formas vividas dos grupos sociis su bordinados ¢ criticando as formas piblicas domi- nantes A luzde sabedorias ocultas, Este trabalho pode, inclusive, aspirar a contribuir para tomar hegemd- nicas culturas que Sio comumente privatizadas, es tigmatizadas ou silenciadas E importante enfatizar que o circuito nio foi apresentaco como uma descrigio adequada de pro: cess0s culturais ou mesmo de formas cultura ele- mentares, Nio se tata de um conjunto completo de abstrages em relagio 3s quais toda abordagem parcial possa ser julgada. Nio constitu, portanto, uma estratégia adequada para o futuro a operacio de simplesmente adicionar os trés conjuntos de abordagens, usando cada uma em seu respectivo momento. Isso no fincionaria sem que houvesse transformagées em cada abordagem ¢ talver. em nosso pensamento sobre os “momentos”. Por um lado, existem algumas incompatibilidades teéricas reais entre as abordagens; de outro, as ambigdes de muitos projetos jd sfo bastante grandes! & impor tante reconhecer que cada aspecto tem uma vida propria, a fim de evitar redugies, mas, depois dis- s0, pod ser mais transformativo repensar cada mo mento a luz dos outros, importando — para outro momento — objetos ¢ métodos de estudo comu- mente desenvolvidos em relagio a um determina- do momento. Embora separados, os momentos n80 slo, a verdade, autocontidos; precisamos, portan- to, analisar aquilo que Marx teria chamado de “co- nexGes internas” © “identidades reais” entre eles. Aqquelas pessoas preocupacias com estudos de pro- dugio precisam examinar mais de perto, por exem- plo, as condigdes especificamente culvurais de producao. Isto incluiria as quests semiologicas mais formais sobre os cbdigos ¢ as convengées nos quais se baseia, digamos, um programa de televisio © as formas pelas quais ele os retrabalha. Teria que in- cluir também uma gama mais ampla de materiais discursivos — problemiticas e temas ideologicos — 16 ~~ que pertencem a uma conjuntara social e politica ‘mais ampla, Mas jf no momento da produgio, nés csperarfamos encontrar relagdes mais ow menos in- ‘timas com a cultura vivida de grupos socias parti calares, nem que seja apenas a dos produtores. Os elementos discursives ideolégicos seriam usados ¢ ‘wansformados também a partir dal. Digo “je”, uma vez que no estucdo do momento da produgio pode ‘mos antecipar os outros aspectos do processo mais amplo ¢ preparar o terreno para uma anilise mais adequads. De forma similar, precisamos desenvol- ver, alm disso, modos de estudos textuais que se articulem com as perspectivas da produgio ¢ da lei- tura, Pode muito bem ocorrer, no contexto italiano, ‘onde tradigdes semiol6gicas ¢ literiras so tho for- tes, que essas sejam as transformagdes mais impor. antes. § posstvel procurar por sinais do processo de pproducio cm um texto: esta é apenas uma das ma- rciras iteis de transformar a preocupagio bastante improdutiva com o “viés” que ainda dominava a Adiscussio sobre os meios “fetuais”. E também pos svel ler 0s textos como formas de representagio desde que se compreenda que estamos sempre analisando a representagio de uma representacdo. O primeiro objeto, aquele que € representado no texto, nio & lum evento ou um fato objetivo: ele vem com signi o-10 ficados que the foram atribuidos @ partir de alguma outra prética social. Desta forma, € possivel co detar a relagio, se € que existe alguma, entre os c6- digos ¢ as convengdes caracteristicas de um grupo social e as formas pelas quais eles sio representados em uma telenovela ou em uma comédia. Isto nio constitu um exercicio apenas académico, uma vez que ¢ essencial se ter uma andlise desse tipo para ajudar a estabelecer a importincia do texto para este gmupo ou para outros grupos. Nio hé por que aban- cdonar formas existentes de andlise textual, mas estas tém que ser adaptadas a0 estttdo das priticas reais de leitara dos diferentes pablicos, em vez. de subst- tuidos, Parece haver, aqui, duas principais exigénci as, Em primeito lugar, a leitura formal de um texto ‘tem que ser tio aberta ou tio multestratiicada quan- to possivel, identificando, certamente, posigoes pre- feridas ou quadros de referéncia preferencizis, mas também leituras altenativas e quadros de referén- cia subordinados, mesmo que esses possam ser dis: cemnidos apenas como fragmentos ou como contradigées nas formas dominantes. Em segundo lugar, 08 analistas precisam abandonar, de wma vez ppor todas, 05 dois modelos principais de leitor criti co: a leitura primariamente avaliativa (trata-se de tum bom texto ou de um man texto?) ¢ a aspiracio 108— da andlise textual a ser uma “ciéncia objetiva”. O problema com ambos os modelos é que, a0 des-rela- tivizar nossos atos de leitura, eles afistam de nossa consideracio autoconsciente (mas no como uma presenga ativa) nosso conhecimento de senso comum de contextos culturais e de possives leituras mais amplas. Jé observei as dificuldades agui existentes, mas quero enfitizar a indispensabilidade desse re- ‘aurso, As dificuldades sio mais bem enfrentadas, mas ni totalmente superadas, quando “o analista” € um grupo. Muitos de meus momentos mais ec- «ativos nos Estudos Culturais tém vindo desses dis- Jogos intemos em grupo, sobre as leturas de textos 20 longo, por exemplo, de experiéncias de géncro, sso niio significa negar a disciplina real de uma lei ‘tura detalhada, no sentido de cuidadosa, mas 80 ro sentido de confinada, Finalmente, aquelas pessoas preocupadas com a descrigio caltural concreta no podem se permitic ignorar a presenca de estruturas textuais ¢ de for- ‘mas particulares de organizagdo dliscursiva. Em par ticular, precisamos saber © que distingue as formas ‘eulturais privadas — em seus modos bisicos de or ‘ganizagdo — das formas piblicas. Nés poderfamos, desta forma, ser capazes de especificar linguistica- mente, por exemplo, a relagio diferencial de grupos 109 sociais com 0s diferentes meios e 0s processos reais de leitura que estio envolvidos. ‘Naturalmente, a transformacio de determina- das abordagens teré efttos sobre outras. Se a ané- lise lingufstica levar em conta as determinacoes hist6ricas, por exemplo, ou os fornecer formas de analisar as operacoes de poder, a divisto entre os estudos da linguagem ¢ os relatos coneretos seri rompida, Isso vale também para a politica que Ihe std associada. Existem, no momento, poucas dreas io blogucadas pelo desacordo e pela incompreen- so quanto a relaco entre, de um lado, 08 teéricos © 05 praticantes de vanguarda das artes e, de outro, aquelas pessoas interessadas em uma iniciagio. mais de base através das artes comunitirias, da escrita ‘operitia, da escrita feminina e assim por diante. De forma similar, € dificil dar uma ideia de quiio mecinica, qudo inconsciente das dimensdes cultu- tis continua a ser a politica da maior parte das fra- sOes de esquerda, Se estou correto no meu argumento de que as teorias esto relacionadas 2 pontos de vista, estamos filando nao apenas de de- senvolvimentos tedricos, mas também de algumas das condigdes para aliangas politicas eficazes, NoTAS 2 Bae ensio € uma versio revista © amplida de palestrss dadas no Departamento de Lingua Ingesa do Instituto Universitario Orientale de Napoles e na Universidade de Palermo, em abril de 1983. Sou grato aos colegas ‘em Népoles, Pescara e Bai pelas produtivas dscussdes ‘em tomo dos temas aqui levantados. Ao revisar 0 cn: saio, tents! responder a algans dos comentirios, spec almente aqueles sobre consciéneia ¢ inconsciéncia. Sou sgrito a Lidia Curt, Laura di Michele e Marina Vitale pelo estimulo & produczo deste ensaio € pels suges: ‘6es5 a0 Consetho Britinico por financar mina vista; € a0s amigos ¢ eatudantes (categorias no moruamente cexclusivas) de Birmingham por terem suportado as ries diferentes verses do “circuito”, * Os textos importantes sto HOGGART, 1958; WILLIA- ‘MS, 1958; WILLIAMS, 1961 * Para um sumério ainda sil das respostas do Centre for Contemporary Caltural Seadies (CCCS) 2 Althus- set, veja McLENNAN, MOLINA and PETERS,1978. « Veja, por exemplo, HALL, LUMLEY e McLEN. NAN, 1978. Mas as teorizacdes de Gramsci sto uma presenga importante em grande parte do trabalho cempltico do Centro a partir da metade dos anos 70. * Veja McLENNAN, 1982; JOHNSON, 1982. S REE SS * E dificil de representar isto bibliograficamente, mas os pontos principais esto assinalados em CCCS Women’s Study Group, 1978; CCCS, 1982. Veja também as séries sobre mulheres ¢ raga nos ensaios mimeografados do CCCS. 7 Esta no € uma ceitica nova, mas ela ganhou forca renovada por causa da importincia da raga nos anos 70. Veja Gilroy, 1982, * Alguns deles, em um estigio inicial, sio discutides em CCCS Women's Study Group, 1978, mas hi a necessidade de uma discussio realmente plena € consolidade das transformagdes nos Estudos Cultu- ras advindas do trabalho ¢ da critica feministas. Veja também McRobbie, 1980 € os artigos de Hazel Car by ¢ Pratiblia Parmar em CCCS, 1982. ° Veja, por exemplo, HALL, 1978; HALL, 1980; HALL, HOBSON, LOWE e WILLIS, 1980. Estes ensaios so versbes bastante abreviadas do curso so- bre Teoria dado por Stuart Hall no CCCS, centrado ‘num mapeamento te6rico abrangente do campo. Veja, também minhas préprias tentativas de clarificagio tedrica, bastante influenciadas pelas de Stuart, espe- cialmente em Clark, Critcher ¢ Johnson, 1979, 8 WILLIAMS, 1958; 1976. 12 % Para uma discussio da abstrasio “histérico-geral” ‘em Marx, veja JOHNSON, 1982. 0 diagrama baseia‘se, em sua forma geral, em uma Teirara da descrigfo que Marx faz do circuito do capi- ‘al e suas metamorfoses, Para uma importante ¢ ot: ginal discussto desta ¢ de questics relacionadas, veja ‘MOLINA, 1982. Também importante € HALL, 1980. © TTemo que este caso ilstativo sea, em ger, hiporédco, Juma vez que niio renkio quaisquer contatos dentro da administracio da British Leyland. Qualquer semelhan- com pestoas vivas ow mortas € simplesmente uma ccoincidéncia ¢ um exemplo puro do poder da teorat ™ Trata-se da divsdo entre as abordagens “struturlis- ta” ¢ “culturalista” que Stuart Hall e ex, entre ou ros, remos discutido, mas agora na forma de “objetos” ¢ mnécodos e mio de “paradigmas”, Veja as fontes listadas na nota 9, akém de JOHNSON, 1979. Meu pensamento sobre “o puiblico ¢ © privado” é bastante influenciado por certas tradigdes germé- nicas, especialmente as discusses em tomo do tr balho de Jangen Habermas sobre a “esfera prtblica”. Este tema esti agora, de forma interessante, sendo utilizado em alguns dos trabalhados feitos nos Estados Unidos. Veja HABERMAS, 1962; NEGT ¢ KLUGE, 1972. Para um extrato do trabalho de Nege ¢ Kluge, veja MATTERLART ¢ SIEGELAUB. © WILLIS, 1979. Existe uma literatura sociolégica baseante ampla so- bore estas formas de estigmatizacio, especialmente dos desviantes jovens. Para uma extensio cultural deste trabalho, veja HALL et al, 1978, Para formas mais sutis de marginalizagio, veja CCCS Media Group, Ensiio Mimeografido n° 72. Para uma anélise atual do tratamento da esquerda ¢ dos sindicatos na miia ‘ritinica, veja a sequéncia de eseudos feitos pelo Glas: gow Media Group, 1976. O liv de Cohen e Young, 1973, € uma coletinca pioneira. 4 Entre os melhores e detalhados estdos deste tipo esto BLLIOTT, 1972; SCHLESINGER,1978; TUNSTALL, 1971; HOBSON, 1982. » As formas de “organizasio politica” no estavam, com frequéncia, especificadas em Marx ow nos te6- ricos que 0 seguiram, até Lénin, este incluido. Pa rece-me que, para Lénin, a politica cultural continuava uma questo de organizagio ¢ “propa- ganda”, num sentido bastante estrcto, % Os exemplos de “ute” que, segundo Althusser, estariam, limes da ideologia, io uma demonsiragso da pensiséncia, Md desta visio no marssmo. & interesante também aqui ‘comparar as vsoes de Althusser © de Gramsci relativa- ‘mente a “Filosofia” Althusser tende a uma definigSo que a coloca do lado da “alta cultura” ou a vé como ‘uma atividade académica especisizada; Gramsci, a uma definigio que a coloca do lado do “popular” ® Penso que a recepeto predominant de Gramsci na Gri-Bretanha é “antileninista”, especialmente entre aquelas pessoas interessadas na teoria do discurso. ‘Mas pode ser que a apropriagio feita pelo CCCS subestime também o leainismo de Gramsci. Sou grato 4 Victor Molina pelas discusses sobre essa questio. # Veja, por exemplo, os trabathos de Graham Murdo- ck ¢ Peter Golding sobre a economia politica dos ‘meios de commnicagio de massa: por exemplo MUR- DOCK e GOLDING, 1977; MURDOCK, 1982. Para uma discussIo mais explicitamente polémica do tra- batho do CCS, veja Golding e Murdock, in Barratt et al. Para uma réplica, veja Connell, 1978. ® TBsis argumentos tém sua origem préxima na afirmacio de Althusser de que as ideologias tém uma existencia ‘matesal. Para um argumento céssico sobre este tipo de “materalsmo”, veja COWARD ¢ ELLIS, 1977. Isto € bastante diferente do argumento de Marx de que, so ‘condigies particulars, as ideologas adguirem uma *fonga — --- — 15 material”, ow da elaboracio que Gramsci fiz isso em, termos das condisies de popularidade, > Toto se aplica a uma gama ampla de torn estrus Tistas ¢ pés-estraturalistas, desde os argumentos de Poulantzas contra nosoes reducionists de dealogia 1e- Tagrameme case até 3s posighes mas racais de Bar- ry Hindes ¢ Paul Hist e outros recs do “dscuso”. ® A este espeito, encontro-me em desacordo com mus ccorentes dos Estudos Cultura, inchindo algamas bas tante infuentes, que optam por um uso ampliado do conecito de idcologia, mais no sentido boleherique ou no sentido mais leninista dos (vitios} usos feitos por Althusser. Por exemplo, a ideologia € aplicada — n0 importante curso sobre eultura popular da Universida- de de Oxford — 4 formagio das subjedividades como, ts. Quando assim amplado, argumento que © termo perde sum utldade — “discuso”, “forma cultural” ete também servsiam, Globalmente, quero reter as cono- tagdes “negativas” ou “eiticas” do termo “ideologin” no discurso manssta elfssco, embora no, como é 0 ‘280, 0 seu acompanhamento asa — uma concepgio “dura” do marsismo como citncia. Pode muito bem ser 0 aso de que todo noso eoaheximento do mando «todas as nossas concepsdes do cu sejam “ideol6gi- 33”, ou mais ou menos ideolopicas, na medida em que s toram parcais pela aso dos inceresses © do n6e——--_ —— Poder. Mas isto parece-me ser uma propasiglo que tem que ser plausivelmente argumentada em casos partica lares em vez de ser simplesmente pressupesta no inicio de toda anise. O sentido ampliado, “neutro”, do ter- ‘mo néo pode deisar totalmente de lado as conotagies rcgativas mais antigas. Estas questies sio discutidas de forma interessante no trabalho de Jorge Larrain ‘Veja LARRAIN, 1983; 1979, * Veja, especialmente, ADORNO, 1978; ADORNO. ¢ HORKHEIMER, 1973; BENJAIM, 1973, ” Adomo, 1978. Mais tarde, ele fornece quadros leve ‘mente mais suaves de tipos de consumo de miisica popular, mas mesmo sua dangs de fis assemelha-se 0s “reflexos de animais mutiladas” (p, 292). * Para criticas mais elaboradas, veja BRADLEY, CCCS Steacilled Paper 61; MIDDLETON, 1981. * CCCS Education Group, 1981 ® A andlbe do thatchesieno continuo a ser uma dis prin ips preccupoes de Stare Fall. Veja os importantes casos republcados em HALL e JACQUES, 1983. 0 sxstio “The Great Moving Right Show", escrito anes da dlegso de 1979, mosrou-se especialmente perspicaz 9 Inmodustes panicubemente des em ings, a esses com: binados impactos io HARVEY, 1980; BENNETY, 1979. = 7 ® Veja, por cxemplo, o trabalho de um grupo de “tin: suistas criticos” inicialmente baseados na Universida de de East Anglia, especialmente FOWLER, 1979. Sou especialmente grato a Gunther Kress, gue passou alguns meses no Centro, e 2 Utz Maas, da Univers: dade Osnabmck, por discussdes muito produtivas so- bre as relagbes entre Estados da Lingagem ¢ Esmdos Culturais. Veja também MAAS, 1982, » Grande pure deste railho contina inédio, Teno gran- des esperangas de que um dos prinimos lees do COCS schu uma coktinea sobre romance. Neste meio tempo, veh Engl Studies Group, 1980; HARRISON, 1978; ‘McROBBIE, 1978; CONNELL, 1981; Grifin, CCCS Stencilled Paper 69; Winship, CCCS Stenclled Paper 65; MICHELE, CCCS Stenciled Piper, no prelo, ™ Grande parte deste trabalho esté conectado com 0 trabalho do Grupo de Meméria Popular, do CCCS, sobre a popularidade do nacionalismo conservader. Sou especialmente grato a Laura di Michele por levantar estas questoes relativamente 20 “Epica” e a Gralam Dawson por discussoes sobre masculini- dade, guerra ¢ cultura masculina adolescente. * Bspecialmente aqueles que desivam do trabalko de M.A. K. Halliday, que inchui o grupo de “Linguis- tica critica”. Para Hallyday, veja KRESS, 1976, ag—$_£§_—---.—__ * Vela, epecment, 2 Jooga — e que toment nin — «aa roi Screen fea pelo Grupo de Miia do OOCS, 1977-78, Panes desta cca eso em Hall et al, 1980, Presuponho que esta & 2 mensigem comum de um am- pla gama de tabllos, alguns dos quais bastante exticos do formalismo estruuralisa, sobre 0 tema da narativa a literature, no fle, na televisio, na naratva fl, no ‘mito, na bistéria © na tcora politica, Estow no meio de sinha prépea a de Ito, merauhando neste mate alla parts de uma formasio bem pouco ltrs, Meus pontos de partida sio as teoras da narrativa em geral compare BARTHES, 1977 e JAMESON, 1981, mas es ‘ou mais intersscdo nos taba qos, em um nel menor de gencrlidade, especiia os géneras de natrativa, Fai eimalado, aqui, pelo tabulho sobve as naracias fm case televiiis, Veja especialmente, os textos rcuidos em Bennett et aly1981, mas tambien nas formas “arque tipicas” de gincro — a épica, 0 romance, a tragédia ete, — tal como em FRYE, 1957, Minka peeocapaso particular com a8 exéris que muttamente nos conta, in doalments ¢ coltvamente. A ese respcto, a lteraara é, sé agora, desaponiadora ™ BARTHES, 1973, p. 112. * Com isto quero significar “pés-estruturalismo” em sua designagio usual. Esse parece ser um rérulo a bastante enganador, uma vez: que € dill pensar na tikima fase da semiologia sem a primeira ou mes- mo Foucault sem Althusser * Bennett, “James Bond as popular Hero”, Oxford Popular Culeure Course Unit, Unit 21, Block 5; “Text and social process: the case of James Bond”, Sereen Education, 1982 “ “Bighting over peace: representations of CND in the media”. CCCS Stencilled Paper, 72. © Este projeto ainda nio foi completado; vtulo provi sério: “Jingo Bells: the public and the private in Christmas media 1982”, “Modo de enderesamento” ¢ a tradugio de “mode of address”, expressio utilizda sobretudo na anilise es ‘rumuralise e pés-estruturlsta do cinema para se refe- sr 3s formas pelas quais © “texto” imterpela 0 “liter”, posicionando-o ideolégica ou sabjeivamente, Est ve facionado com o conceito de “interpelayio” (qualquer imerpelagio € fea a pani de um determinado modo de enderesumento) € com 0 conceito de “posigio de saeco” (aos diferentes modos de enderecamento cor: respondem posigdes expectcas de sujeto). (N. do T)) Este termo tem sido usado para distinguir entre semiologias “estruturalistas” ¢ “pés-estruturalis 120————~ = a8”, com a incorporasio de énfases da psicanklise Jacaniana como um importante divisor de dguas, A telagio da teoria da revista Screen com Brecht © Bisenstein é bastante estranha. Caracteristicamente, as citagdes de Brecht eram tomadas como pontos de artida para aventuras que levavam a destinos bas- tante diferentes do pensamento do pr6prio Brecht: ‘Veja, por exemplo, Colin MacCabe, “Realism and the cinema: notes on some Brechtian theses” in Ben- nett et al. (orgs). In: Popular television and fila % A insttigio do cinema nio é apenas a indetia do cdneima (que funciona para encher os cinemas, no paca cewazié-los); € ambém a maquinaria mental — uma ‘utr indkstia — que os espectadores ‘scestumaclos 20 cinema’ internalizaram historicamente e que adapta tam para o consumo de filmes” (METZ, 1975, p. 18). 0 que segue deve muito a critica da revista Sereen 80 COCS feita acima (nota 36). * Parece haver duas abordagens bem distintas relativa- mente & leicura ou recepy30; uma detas & uma extensio de preocupasdes literévias, a outra € mals socioldgica € com frequéncia advinda dos estudos da midia. Penso que 0 trabalho de Morley nesa érea & consistenremente interessante como uma tentativa de combinar alguns elementos de ambos os conjantes de preocupaciies, —— embora eu eancorde com sua avalagio de que os pontas de panida inicisis do Cento, eqpecialmente as nogtis de Ieituras “hegemsnicas”, “negociadas” ¢ “alternativas” ‘cram excessvamente eas. Vga MORLEY, 1980; 1981. © Veja a famosa and em MULVEY, 1975, se em termos de “escopotilia”, " E signifeatvo, por exemplo, que Barthes isto men: clone a parrativa “interna” em sua andlise da ot preseaga da forma narratva (BARTHES, 1977), Esta suustucia sugeriria uma diffculdade estruturalita aais empla com a fala interior? As ideias dos itimos pardgrafos esto ainda em vias de set trabalhadas no Grupo de Memérla Popular do CCCS. Para algumas consideraedes preiminares sobre © cariter dos textos oral histéricos, veja Popular Me- snory Group, “Popular memory: theory, polities, me- thod”, In: CCCS, Making histories. Considero alguns dos ensaios em BERTAUX, 1981, iteis para serem

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