You are on page 1of 16
wh 8 MOCIDADE PORTUGUESA FEMININA: a ea GM ese xersuen acm aaa) Se A mocarocs ee ee oe ary Sree ate au AQUELE. SANGUE, BARCOS NA AREIA E BARCOS NO MAR CURSO DE DIRIGENTES DA M. P. F. UMA. PORTUGUBZINHA NO SUSSEX CARMEN SYLVA TRABALHOS DE MAOS— Pontos abertos HISTORIAS DA MINHA AVO PARA LER AO SERAO — Maria Rita Solteira ¢ A NOSSA CASA Chit da Costura TENHO EU DIREITO A SER FELIZ? COLABORAGAO DAS FILIADAS SETEMBRO 1944 Nes os wae caso jf se passou h& tempos—e mais longe parece que vai, neste correr vertiginoso dos acontecimentos da hora presente. Mas vale a pena nao o esquecer nunca... As sercias tinham anunciado 0 final do bombardeamento—o primeiro aos subérbios de Roma —a Cidade Eterna. ‘A yoz correw logo: com destruigées de t0da a order Por ierasea ieee uere ir abengoar e consolai E Pai. Aquilo tudo, aquela dor de todos étambém sua—qui E 0 comunicado dessa saida histérica do Vaticano de Pio XII resa assim a certa altura: ..-e ume maca em que jazia um jévem gravemente ferido, parou diante do Santo Padre. iSut Sentidade inclinowse sdbre 0 ferido © quando se ergueu «pus betine estara manchada de vangue> Laconismo comovente ¢ quadro para a Eternidade. O mundo de hoje esté materializado de tal forma que n&o acaba de saborear, nem pode reflectir suficientemente sdbre estes , ett que h volta trariam os ovos que ontrassem, ¢ 1a foram pela planicie fore, quo altaegramiineasfaziamcom qu ‘uma Floresta para os ‘uy cig anon incompleton ‘pequenave rapaziton, owt andarem ploncatipo, Eros, que naquelas regioes de Poucts drvores oa farem 30 Eto: Ea eeguin pola mao de Conchita que afastavan vege" fagho pasa que a nto ta: Bouse, enguanto os seus ‘companhelros corriam a mostrar-Ihe 08 oves verdes com pin- rogue we ouvia’ AO ‘que muitas vexes, quando: ‘a quatistava coin 0 seu grito ebeu-te-béon, eg ihe parectaa’elatuma emenga, como a eativentefazends ‘De reponte ouviram geitos ¢ viram chegar um dos rapae 20s tapaniio cara e chofando. Tiaha visto um egonudetn Sorrora sdbes Sle, at ‘numa toca, deltousse 6 fo pudo bicho enguichou a nua fetida dof sa, delxando-o com os Bitton a andere tim shelro tal que ## ovtrus crlangas nfo’ ‘querlom aproximar. Finalmente numa clareira encontraram 0 nlnho de avee- rep. que estara_ausente © onde quatro oven grandes forlnm'na aua grosaa eaaca. (Oe rapaziton acenderam a foguelra e deixaram ardor até flcarci ae clnaae e all puseram Ov ovos de avestsun © depot os outrce que tinham colhido. Conchita abris om ceston'e trou 0 elunchs que além de bites tisha ns empads tho dellclosas com o wou rechelo dy carne e pagan doces, © an célebren self jorees que se. com oom delvolashan de manus tenra frira, com reciiio de doce Se farina de pas, ombruihadas om farioha Ge pau tortads, ‘lnturada com agGeun e acharam ‘content othandosompre eam por Btelvinia, Teas Peduetion eapalharamse de novo A procura de ma ‘A corta altura Conchita reparou que gross niven acaitelavam e corsian s0bre bles © comegou chamando os Pequenon.Axtrovoadas slomedonbes naqucla regio, Patio Rovbrago on seston, dea & pequenita a mhe.e comeyou a volta para cana, Algumse dae poquense acudu Biv ar que ee finham afaetido inale “Oe selimpagos comegavam a fusilar o maneina que parocia vir'a noite; os filhos dos sgucchoe> sbltvaton o terreno corriam quando as primeltas gota 4s chuva caleanm jatam Longe quentna chelae dds medo teopegavam nas raizee e viam-ee envoltas pelo ‘titan grasuinoss, que an agoitavam como vento {gue as dobrava’ A certa altura havia dole fiihos ne campos tomaram por aquele gue mio d.via ner, Batidee “plu: chuva e pel end chron Eomo padiam,tremen- do, retando ¢ cho fando,Emdado (Continua Sra pa 13)" . 9M. P_F. deseja inculear nas =. uma luz que brilha... umas flores que alegram. . pressiona, w8 abertas sobre 0 campo ou sébre o mar... uma escada com um corrimio ‘uma sala de jantar risonha... um quarto tranqiillo— tudo quanto 6 capaz do dar apégo A casa e criar amor da Porisso a Delegacia da Estremadura nfo descansou enquanto nio teve uma eata—a Nossa Casa. Casa da Mocidade, casa para raparigas, foi escolhida a mais alegre que se eneontrou. ‘Muitas janelas. Pinturas claras, moveis sélidos e simples, eretones garridos, enfeites de bom gosto. ‘Nenhum omamento « sobrecarregar exeessivamente, mas nada que faca falta para a higieno, a orem e a comodidade, por toda parte aquela nota de beleza, quo nto chegn a serum supésflo, porque as conse belan também possuem ‘uma fungio educativa Nao desarrumar Ajeitar Alindar Tocar tudo de graca Sto regras da Nossa Casa. E como 4 casa ndo é apenas a habitagio material mas o lugar om que se concontram os mais clevados seutimentos Ihumanos, na Nossa Casa pensa-se também na alegria dos coragies e na santifieagio das alas, Poderiam ser de oieo aa portas da Nossa Casa; se | {0 nio houvesse amor nem ideal, quando se abrissem as portas de oiro encontrar-se.ia s6 “siléncio, escuridao © nada mai : A Nossa Casa & modesta, mas esta cheia de simpatia e boa vontade, poriaso ela niio desengana os que vio bater & sua porta Sempre um sorriso Sempre wma palayra boa Sempre a generosidade das pequenas coisas que a Nossa Casa seja quente como um eoragio © aconchegada como um ninho. © nosso sonho é que a Mocidae seja uma dessas “belas familias em que se anda em grupos © como que em ebro pelo caminho do eéu, 4 mancica das estrélas que gravitam em constelagio no firma mento”. Estrélas de grandozas diferentes, mas todas juntinhas © 1é pelas alturast que se ina nstalagéo da Coldnia de Féri Delegacia de Estromadura, que ali fun cionow durante os méses de Agosto e Setembro, ficard aberta todo 0 ano com destinos diferente Ficaréo alia residir as alunas dos Cursos de Instrutoras da M. P. Fc as filiadas —uma de eada provincia e dis. ‘tritos auténomos das Ihas Adjacentes quem o Comissariado Naci ciona gratuitamente a freqtiéne Ins Superiores. Realizar-tedo ainda ali cursos de aserfeigoamento para dirigentes © gra~ duadas © de preparagio para noivas Nas férias de Natal ¢ de Pascoa © nos “fins de semana” a Nossa Casa ‘acolheré também, como prémio, as filiax das que por qualquer motivo se to- ham distinguido © morecam essa rocom- ponsa. 6¢7J° ENHO EU DIREITO A SER FELIZ?" Interrogava-me uma bela rapariga dos seus 17 anos, jun- tando as mdos adbre o peito nam gesto suplicante de prescrutadora ansiedade, em que 08 seus olhos —negros ¢ profundos, bem portugueses —me fixavam, mal contendo no intimo a tuta amarga da razdo e da vontade diante da vida. Direito a ser felis? aSim». reapondi. E nesses meamos olhios, ha poueo angustiosos, raiou uma esperanga e ilumtnados por ela, sorriram. Lutar pela felicidade? Sim, é um direito, que impde deveres. Esta na tua mao 0 segrédo da felicidade: procura-o vom

You might also like