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A chantagem não é a forma mais romântica de pedir alguém em

casamento, mas com a história entre nós... não tive escolha.

Para encurtar a história - eu parti o coração dela e a afastei. Anos


depois nos reencontramos, e dessa vez ela foi embora.

Nenhum de nós sabia que ela estava grávida.

Então, quando tivemos uma segunda chance de ser uma família de


verdade, eu a levei a acreditar que nosso casamento era falso - que
uma temporada de futebol ao meu lado era a única maneira de
evitar outro escândalo para minha carreira.

Nós éramos o sonho para um publicitário. Eu era um deus do


futebol e ela uma autora de romances mundialmente famosa.

O mundo se apaixonaria pela nossa história…

Mas a verdade era que…

Eu nunca os deixaria ir.


TRADUÇÃO: Hígia
REVISÃO INICIAL: Taci
LEITURA FINAL: Mitra
FORMATAÇÃO: Hígia
GRUPO RHEALEZA TRADUÇÕES
04/2023
PRÓLOGO

Jax
Sete Anos Atrás

—Como é ser conhecido como o “maior de todos os tempos”?

Sorri com a pergunta do repórter. —É ótimo.

Passei a última hora nessa maldita coletiva de imprensa, e tudo


o que eu pensava era em dar o fora daqui. Eu precisava relaxar e tomar
uma maldita bebida.

Durante os vinte minutos seguintes, pergunta após pergunta


foi jogada na minha cara. Quanto mais pessoal, melhores eram os
índices de audiência. Eu sabia como esse jogo funcionava, tendo uma
relação de amor e ódio com a imprensa desde que comecei a jogar
pelo Miami, cinco anos atrás.

—Jax. —O mesmo repórter chamou. —Você acha que algum


dia vai assumir um relacionamento?

Eu sorri. —Não tão cedo.

O mesmo jornalista acrescentou: —Você se vê se casando,


talvez? Começando uma família? Tendo um filho que poderia
continuar seu legado?

Eu resisti à vontade de dizer a ele para ir se foder.

—Algumas das modelos com quem você foi visto no mês


passado finalmente chamou sua atenção o suficiente para
possivelmente se tornar uma namorada? —Outra repórter perguntou,
trazendo minha atenção para ela.

—Eu não tenho tempo para distrações que incluam qualquer


tipo de compromisso.

Minha resposta pareceu apaziguá-los. Eles não perguntaram


sobre minha vida pessoal durante o resto da entrevista. Em vez disso,
falamos de estatísticas, o que sempre era meu assunto favorito.

Uma vez que a entrevista acabou, eu pulei na minha


caminhonete e saí correndo de lá. Eu estava pronto para começar
minha noite com um pouco de bebida e mulheres. Eu não era de
beber muito, mas pela maneira como eu me sentia, eu precisava. Eu
queria me sentir leve para a noite, desejando álcool e bocetas.

Não era difícil para mim pegar as fãs – elas jogavam suas
calcinhas em mim. Especialmente quando me viam na cidade.
Quando cheguei ao bar, estava lotado de pessoas, algumas eu
reconheci e outras não. Pedi um Jack com Coca-Cola antes de me
encontrar com alguns companheiros de equipe. Nós curtimos,
bebemos e jogamos conversa fora sobre nada em particular, antes que
eu precisasse de uma pausa na atmosfera sufocante.

Pedindo licença, saí para a varanda vazia, querendo uma


mudança de cenário por alguns minutos. Estava mais quente que o
inferno lá dentro, e eu não era fã de grandes multidões além do
estádio. Inclinei-me contra a grade e descansei meus cotovelos sobre
ela, observando as pessoas dançando lá dentro, quando de repente a
música mudou para uma batida muito mais lenta. Estreitei meus
olhos, tentando dar uma olhada melhor na garota no centro da pista
de dança de costas para mim.

Seus longos cabelos caíam em cascata pelas costas enquanto


seus quadris balançavam sedutoramente ao ritmo da música. Ela
estava usando um vestido branco justo com decote nas costas que
acentuava todas as curvas de seu corpo, deixando muito pouco para
a imaginação. Fiquei ali maravilhado e admirado com a mulher
dançando, com todos os olhares sobre ela enquanto ela lentamente
levava as mãos até a cabeça para enfiar os dedos pelos cabelos,
segurando-os para cima nas costas.

Mordendo meu lábio inferior, eu a imaginei fazendo


exatamente isso enquanto ela montava meu pau e gritava meu nome.
A maneira como ela dançava era incrivelmente sexy, mas não era
como todas as outras garotas que eu estava acostumado a ver. Ela não
estava dançando para ninguém além de si mesma. Ela balançou os
quadris e se girou, finalmente se virando de frente para mim.

Descrever essa mulher não faria justiça a ela. A iluminação na


sala era fraca, e eu não conseguia vê-la tanto quanto eu queria. Seus
olhos estavam fechados, enquanto ela estava alheia a todos os olhares
que estavam fixos apenas nela. Ela não dava a mínima para quem
estava por perto, quem estava falando, quem estava dançando, o que
só aumentou mais minha atração por ela.

Engoli em seco, minha boca de repente ficando seca com a


visão diante dos meus olhos. Meu olhar percorreu seu corpo. Ela não
estava usando sutiã, e eu podia ver seus mamilos espreitando através
de seu vestido justo. Ela tinha a cintura fina e quadris curvilíneos. Um
corpo em forma de ampulheta, exatamente como eu gostava. A frente
de seu vestido tinha um decote em V profundo em seu peito. Meus
olhos vagaram até o rosto dela no exato momento em que cruzamos
os olhares através da sala.

Era como se ela pudesse sentir meu olhar intenso focado nela.
Na verdade, eu visivelmente suguei uma respiração ao ver seus olhos
pela primeira vez. Ela parecia angelical, embora eu pudesse dizer que
ela era tudo, menos pura, simplesmente com base pela maneira como
ela estava me fodendo com os olhos naquele momento.
Ela inclinou a cabeça para o lado e estreitou o olhar, me
observando tanto quanto eu havia olhado para ela segundos atrás. A
música mudou para uma batida muito mais rápida, e a pista de dança
rapidamente começou a se encher novamente. Um grande número de
corpos começou a cercá-la, mas ela não deixou que isso a impedisse
de continuar a olhar para mim.

Uma sensação de familiaridade me tomou.

Eu a conheço?

Lentamente, ela caminhou em minha direção, abrindo


caminho entre os homens e mulheres. Ela nunca quebrou nossa
conexão profunda. Eu ainda estava encostado na grade, uma perna
cruzada sobre a outra enquanto levava meu copo aos lábios,
imaginando a sensação da pele dela sob minha boca.

Ela era tão inebriante quanto o licor na minha mão.

Eu observei a forma como seus quadris balançavam, a forma


como seus seios saltavam, a forma como ela lambia os lábios, fazendo
meu pau se contorcer com a mera visão dela caminhando em minha
direção com uma sutileza que eu nunca tinha visto em outra mulher.

Ela saiu para a varanda e fechou a porta de correr atrás dela,


inclinando seu corpo de uma forma que só me fez querer devorar
cada centímetro dela.

De seus lábios.

Até seus mamilos.

Ao seu clitóris, porra.

O cheiro do ar noturno, o aroma dela misturado com um


cheiro que eu não conseguia identificar – algo tentador, pecaminoso,
que devorava todos os meus sentidos, e a única coisa em que eu
conseguia pensar era no quanto eu queria beijar sua boca.
Sem dizer uma palavra, ela gradualmente olhou para mim de
cima a baixo com uma expressão fascinada até que me encarou
novamente. Sorrindo como um maldito idiota, eu esperei. Tentando
fingir que ela não estava tendo efeito sobre mim quando, na verdade,
ela estava consumindo cada fibra do meu ser.

Eu tinha bebido muito, minha cabeça estava turva, e agora


com a luz mais forte comecei a reconhecê-la.

Com os olhos arregalados, fiquei ali congelado.

Até que ela declarou: —O gato comeu sua língua, quarterback?

Foi então que eu soube que estava certo, e tudo fez sentido.

—Sophie?

—Você está dizendo que não me reconhece?

Eu não a via desde a noite em que parti seu coração. Ela


sempre foi uma garota bonita, mas agora ela era uma mulher
deslumbrante.

—A fila no bar tem pelo menos vinte pessoas. Que tal você
ser um cavalheiro e compartilhar sua bebida?

Eu não pensei duas vezes. Acenei para que ela viesse até mim,
e ela não vacilou. Em quatro passos ela estava na minha frente, e eu
soube ali mesmo...

Eu. Estava. Fodido.


CAPÍTULO 01

Jax
Presente

—Como diabos isso saiu, Caleb? —Joguei a revista Sports


Illustrated na mesa. Lá, na frente de nossos olhos, estava uma matéria
de dez páginas sobre meu futuro com a NFL.

Todo o inferno começou com a notícia da minha negociação


do Miami para Fort Worth, se espalhando como um incêndio em uma
maldita floresta. Não havia mais como esconder. Estava em todas as
redes sociais, e a imprensa estava me comendo vivo.

Meu agente, Caleb, ergueu as mãos em um gesto de rendição.


—Eu estou lidando com isso, Jax.

—Você está lidando com isso? —Eu zombei com uma


respiração sarcástica. —Se você estivesse lidando com isso, eu não
estaria na capa de todas as revistas com a manchete 'TRAIDOR' em
letras grandes e em negrito!

—Eu não vazei a história, Jax.

—Bem, alguém com certeza vazou isso, e é seu trabalho


descobrir – então por que você está na minha frente com seu pau
enfiado entre as pernas? Você deveria estar por aí consertando as
coisas! Como você pôde deixar isso acontecer? Eu te pago para
garantir que merdas como essa não aconteçam pelas minhas costas.
Que parte disso você não entendeu?
Ele suspirou profundamente, beliscando a ponte de seu nariz.
—Você sabia as consequências de sua decisão de negociar, Jax.

—Sim, Caleb! Nos meus termos, porra! Em vez disso, fui pego
de surpresa esta manhã com merdas que não deveriam ter chegado à
imprensa por mais duas semanas.

Caleb inalou outra respiração profunda antes de deixar cair a


mão para olhar para mim.

—Se fosse hoje ou daqui a duas semanas, as manchetes não


teriam mudado. Discutimos isso várias vezes no ano passado, então
essas manchetes não deveriam ser uma surpresa para você. Você joga
pelo Miami desde o início de sua carreira, há quase treze anos. Seus
fãs obstinados vão ficar chateados, independentemente de quando a
notícia for compartilhada, e você sabe disso.

Com raiva, me joguei de volta na cadeira do escritório, sabendo


que ele estava certo. Nada suavizaria o golpe da minha escolha de
deixar um time que era como minha família.

O único que eu já tinha conhecido.

—Você precisa relaxar, está bem? Eu estou lidando com isso.


Esta não é a primeira vez que você se mete em um escândalo, Jax, e
nós dois sabemos muito bem que não será a última.

Eu balancei minha cabeça, estreitando meus olhos para ele. —


Não posso evitar o fato de que as mulheres adoram inventar histórias
sobre mim para a mídia, Caleb.

—Bem... —Ele acenou com firmeza. —Talvez se você parasse


de fodê-las, eles não teriam uma razão para inventar histórias sobre
você. Eu sei, conceito maluco e tudo mais.

—Ou talvez. —Acenei com a cabeça para ele, totalmente


ciente de onde ele estava indo com isso. —Se elas parassem de pensar
que poderiam me mudar, isso não lhes pareceria assim. Não escondo
quem sou, Caleb. Se elas querem me colocar em um pedestal e
pensam que sou seu felizes para sempre, então isso é com elas, não
comigo.

—Só estou dizendo que seria ótimo se você mantivesse seu


pau dentro das calças pelo menos por uma vez.

Dei de ombros. —Eu não te pago para você ter uma opinião
sobre onde eu enfio meu pau, Caleb.

—Vamos deixar algo perfeitamente claro, Jax. Eu não dou a


mínima para onde você enfia seu pau desde que você não cague onde
come. Entendido?

—Quantas vezes eu tenho que te dizer que não tenho interesse


em foder a filha de nenhum treinador?

—Quantas vezes forem necessárias para que isso entre na sua


cabeça dura.

Eu zombei com outro suspiro sarcástico. —Ainda não fiz isso


e, acredite, a oportunidade definitivamente se apresentou em mais de
uma ocasião. Além disso, não faço promessas para as mulheres com
quem me relaciono casualmente, e é besteira você estar comparando
as duas. As mulheres são escândalos mesquinhos. Se a imprensa
quiser falar sobre minhas maneiras de vender revistas, então que
assim seja. Isso. —Eu levantei a capa da Sports Illustrated entre nós —
Está atacando meu caráter. Eu não troquei pelo dinheiro, Caleb! Eu
não dou a mínima para o dinheiro, e essa é a narrativa em todas as
histórias de capa.

—Eles vão escrever o que vende mais, Jax. No final das contas,
o drama faz dinheiro. Eu sei disso, e você também. Eu resolvo isso,
ok? Não resolvo sempre?
Eu acenei, porque ele resolve. De qualquer forma, condição
ou modo, Caleb sempre conseguiu os melhores contratos, os
melhores contatos, o melhor de tudo e qualquer coisa. Ele lutou por
mim e comigo, sendo meu maior aliado e melhor amigo desde que se
tornou meu agente, no início da minha carreira na NFL.

Conhecemo-nos na faculdade através da nossa fraternidade.


Ele era alguns anos mais velho que eu. Um veterano quando me
tornei seu irmão mais novo no meu primeiro ano. Essa sempre foi
nossa dinâmica. Brigávamos como irmãos.

É o que acontece quando você coloca dois alfas juntos em uma


gaiola.

Não importava a situação, eu sabia que ele sempre queria o


melhor para mim. Assim como ele sabia que eu sempre estaria lá para
ele num piscar de olhos, se necessário. Nós éramos uma família, mas
isso não me impedia de querer torcer o pescoço dele por permitir que
isso acontecesse debaixo de nossos narizes.

A imprensa não se importava com seus próprios assuntos em


um dia normal, muito menos em uma ocasião como hoje, quando
todos os olhos estavam em mim. No ano passado, rumores sobre a
minha negociação correram soltos na mídia. Era o assunto do
momento —Onde quer que eu fosse, a imprensa me perseguia
querendo saber sobre meu futuro no Miami.

Confie em mim, a decisão de sair não foi algo que eu fiz sem
pensar. Eu estava considerando isso há anos, e quando surgiu a
oportunidade de finalmente assumir um time que eu poderia não
apenas liderar, mas também treinar, não era algo que eu estava
disposto a ignorar ou deixar passar.

Miami não estava ouvindo minhas exigências e, depois de


quase treze anos, era hora de nos separarmos. Eu não era apenas um
quarterback – eu era o melhor quarterback da liga desde o início da
minha carreira. Eu sabia o meu valor, e não estava sendo arrogante,
estava sendo honesto.

Os repórteres já estavam falando merda e criando boatos,


dizendo que eu estava trocando pelo dinheiro, mas isso não poderia
estar mais longe da verdade. Eu tinha mais dinheiro do que conseguia
gastar. Isso não tinha nada a ver com meu salário, e tudo a ver com a
emoção de tudo isso. O desafio e a vitória de tirar algo do nada e
torná-lo o melhor possível.

O futebol não era apenas meu trabalho, era minha vida. Eu


jogava desde os cinco anos de idade, e o Miami não estava me
permitindo as liberdades que eu sentia que precisava, então encontrei
um time que permitiria. Então, ser minha cidade natal era apenas um
bônus para assinar na linha pontilhada.

Caleb trouxe minha atenção de volta para ele, acrescentando:


—Então, que tal em vez de pular na minha garganta, você dizer olá
para a mulher que vai salvar nossas peles.

Antes que eu pudesse pedir a ele para explicar, o som familiar


dos saltos de uma mulher batendo no meu piso de madeira fez com
que eu desviasse meu olhar para a porta do meu escritório. Assim que
vi seu cabelo vermelho brilhante entrando no meu espaço, não pude
deixar de arquear uma sobrancelha.

—Autumn. —Eu anunciei, surpreso com o rumo dos


acontecimentos. —O que você está fazendo aqui?

Ela sorriu, acenando para mim. —Para ser franca, como seu
agente disse, estou aqui para salvar a pele de vocês.

Eu sorri. —Sério isso?

Autumn era conhecida como a melhor publicitária do setor.


Ela já era há mais de dez anos. A última vez que a vi foi quando estava
visitando minha melhor amiga Kinley em nossa cidade natal de Fort
Worth, Texas. Kinley ainda morava lá com seu marido, Christian, que
era o irmão mais velho de Autumn. Autumn era casada com Julian,
mais conhecido como Alpha CEO por causa de seus negócios, e ele
era por acaso o melhor amigo de Christian.

Todos nós crescemos juntos, embora Autumn fosse alguns


anos mais jovem que nós. O irmão dela e eu não éramos exatamente
o que você chamaria de amigos.

No entanto, ao longo dos anos, nos odiávamos cada vez


menos. Quando estávamos no ensino médio e na faculdade, ele
odiava o fato de que Kinley e eu costumávamos ter festas do pijama,
muitas vezes brigando pela atenção de sua então namorada.

Depois que eles se casaram, quando nos formamos na


faculdade, ainda não nos gostávamos muito. Um ano atrás, eles
estavam se divorciando, mas a vida tinha outros planos reservados
para eles.

Fiz uma anotação mental para que minha assistente reservasse


um voo para conhecer o filho recém-nascido deles em breve. Kinley
foi a única mulher na minha vida com quem eu nunca flertei ou fodi.
Ela era como minha irmã, e eu, seu irmão. Cuidávamos um do outro,
ambos vindos de lares desfeitos.

Ela entrava e saía de lares adotivos, e eu não sentia como se


tivesse tido um lar. Meu pai nunca estava por perto, viajava
constantemente a trabalho, e trair minha mãe era o que ele fazia de
melhor.

Na verdade, na noite anterior à minha mudança para Miami


para começar o football camp1 para a nova temporada, meu mundo
inteiro virou de cabeça para baixo.

1 É um evento focado em elevar o nível técnico dos atletas de Futebol Americano. Visa

proporcionar dias de completa imersão técnica no esporte, treinos teóricos, palestras técnicas e
motivacionais, treinos físicos e treinos específicos de cada posição.
Devido ao trabalho bem remunerado dele, minha mãe era uma
profissional em fazer vistas grossas às suas indiscrições. Como
resultado, vivíamos em uma casa enorme em um bairro rico, onde
nunca nos faltou nada. Comprar nosso afeto ajudava a aliviar sua
culpa de ser um péssimo pai e marido.

Na maioria das vezes éramos apenas minha mãe, eu e os


funcionários que ajudavam na administração diária da nossa casa.
Minha mãe afogava suas mágoas com vinho e seus amigos do clube
de campo enquanto eu era criado por meus treinadores de futebol.
Eu era filho único e via nossa governanta, a Srta. Carlisee, mais do
que via meus pais desde que ela começou a trabalhar para nós, quando
eu tinha nove anos.

Sempre que eu pensava sobre aquela casa, porém, não


conseguia deixar de lembrar de sua filha Sophie, e de como ela não
foi a primeira ou a última mulher com quem eu fodi. No entanto, às
vezes eu sentia que Sophie me deu o troco anos depois. Tentei não
pensar em como ela poderia ser aquela que fugiu.

O que quer que isso significasse.

—Sim, isso mesmo. —Autumn declarou, arrancando-me dos


meus pensamentos imprudentes enquanto sentava-se em uma das
cadeiras na frente da minha mesa. —Mas eu não vou mentir para
você, eu definitivamente tenho um trabalhão pela frente quando se
trata de você, Jax Colton.

—Por que você está falando comigo como se não me


conhecesse?

—Porque nesse sentido eu não conheço. Eu conheço você


como o cara que irrita meu irmão a cada chance que ele tem.

—O sentimento é muito mútuo, querida.


—Oh, eu sei. Vocês dois agem como crianças quando se trata
de Kinley.

Eu ri, apesar de sentir que as paredes estavam desmoronando


sobre mim. Eu odiava não estar no controle, especialmente quando
se tratava do que estava sendo impresso sobre mim para o mundo
inteiro ler.

—Mas não estou aqui para falar sobre você e a amizade com
meu irmão.

—Ou a falta de.

Ela sorriu. —Estou aqui para garantir que o Sr. “Maior de


Todos os Tempos” continue assim.

—Você não precisa me bajular, Autumn, então não vamos


perder mais tempo e vamos direto ao assunto. O que você vai fazer
por mim, Ruiva?

Ela se inclinou para frente sobre a minha mesa, apoiando os


cotovelos na borda antes de dizer: —Agora você está falando a minha
língua. Estou aqui para fazer o que faço de melhor, e isso vai fazer o
mundo se apaixonar por você novamente.

—Como você fez pelo seu marido?

—Se eu pude mudar a imagem pública de Julian para a de um


homem de família, confie em mim, você é uma brincadeira de criança.

Ela foi a mulher capaz de realizar o que muitos tentaram e


falharam, mudando completamente a imagem de Julian para o
mundo. Em um mês, ele deixou de ser um empresário cruel e
melancólico para um homem de família. A mulher podia mover
montanhas, apenas com base no trabalho que fez com ele.

—Estou ouvindo muita conversa e nenhuma ação. —


Argumentei. —O que você vai lançar?
—Tudo bem. —Ela abriu um sorriso maior. —Eu vou bater.

Eu nunca esperei o que sairia da boca dela em seguida. Nunca


em um milhão de anos eu previ as palavras...

—Precisamos encontrar uma esposa para você.

Para sempre ser controlado por mim.


CAPÍTULO 02

Jax

—Sua solução para o meu escândalo é me colocar em uma bola


e uma corrente? —Eu perguntei, completamente desconcertado com
o rumo que essa conversa de repente tinha tomado. Olhando para
Caleb, questionei: —Essa é a que você chama de melhor?

—Não fale sobre mim como se eu não estivesse na sala, Jax.

Com meus olhos mais uma vez focados nela, eu respondi: —


Não me trate como se você soubesse o que é melhor para mim,
Autumn.

—Na verdade, eu sei o que é melhor para você em termos de


sua carreira e personalidade pública, ou eu não estaria aqui. Seu agente
me ligou, não o contrário, Jax, então vamos deixar isso bem claro.

—Tudo o que você conseguiu foi me irritar ainda mais. Se esse


era o seu plano de jogo, então você conseguiu.

—Então que tal eu falar com você em termos que você


entende?

—Claro. —Eu gesticulei para ela. —Continue com sua teoria


delirante sobre o que uma esposa pode fazer por mim.

—Você sabe como fazer um touchdown2. Bem, eu sei jogar na


defesa, e neste momento você precisa mostrar ao mundo que está

2 Touchdown (TD) é uma pontuação do futebol americano e do futebol canadense. Vale 6

pontos e é conseguido com a bola cruzando a linha de gol (entrando na end zone) estando em
posse de um jogador do time do ataque.
indo para um time que não apenas é na sua cidade natal, mas também
é onde mora sua noiva.

—Então agora essa mulher misteriosa é minha noiva?

—Sim, podemos seguir dois caminhos. O primeiro, você se


casa em uma grande cerimônia onde seus fãs sentem que fazem parte
do seu dia especial ou o segundo, em que você foge, e nós vazamos
fotos de suas núpcias junto com sua história de amor que vai fazer
seus fãs se apaixonarem por cada detalhe e esquecerem do seu status
de, entre aspas, traidor.

—Minha base de fãs são os homens, Ruiva. Eles não dão a


mínima para contos de fadas. O único felizes para sempre que eles
querem de mim é ganhar o Superbowl para eles.

Ela sorriu enquanto tirava o que parecia ser uma planilha com
gráficos de sua bolsa.

—Muito pelo contrário, Jax. Sim, sua base principal de fãs são
os homens, como você vê aqui nesta barra. —Ela apontou para o
gráfico. —Mas olhe para a barra ao lado.

Eu olhei, chocado com o que estava vendo. —Isso não pode


ser real.

—Ah, vamos lá, Jax. Você não pode se surpreender que as


mulheres amem você tanto quanto seus maridos ou namorados. Você
é agradável aos olhos, e sua notória reputação de playboy tem bad boy
escrita por toda parte. Você é literalmente um namorado literário para
mulheres que passam a maior parte de seus domingos lendo enquanto
seus respectivos assistem a você fazer o que faz de melhor em suas
telas. Você está na televisão delas uma vez por semana durante cinco
meses do ano, isso se você não estiver nos playoffs, e sejamos
realistas, você é Jax Colton – você está sempre nos playoffs.
Balancei minha cabeça, incapaz de processar o que estava
acontecendo rápido o suficiente para acreditar que de repente essa era
minha realidade.

—Isso não pode estar certo.

—Está. —Caleb interveio. —Puxei essas estatísticas para ela


esta manhã depois que a notícia estourou, e a chamei para fazer o
controle de danos. Ela pegou um voo imediatamente.

—Os números não mentem. —Autumn se gabou. —Eu sei


que o futebol é o amor da sua vida. Tem sido assim desde que te
conheci quando eu era criança. Não estou pedindo para você ficar
casado para sempre. Divórcios acontecem todos os dias, e eu já tenho
um plano de ação para quando esse momento chegar.

—Então você está dizendo que eu preciso de uma noiva falsa,


que se tornará minha esposa falsa, para o nosso casamento falso?

—Só será falso para você, não para o público. Sua certidão de
casamento será real, para o caso de os repórteres a conseguirem para
suas matérias de dez páginas sobre suas núpcias. Tenho uma lista dos
melhores jornalistas com quem vou entrar em contato, para que eles
possam divulgar as notícias internacionalmente. Este é um plano
infalível, Jax. Sua história de amor irá se sobrepor à sua negociação.
Se sua base de fãs masculina está relutante em perdoá-lo, sua base de
fãs feminina irá convencê-los a isso. Eles vão recebê-lo de braços
abertos para o futebol de domingo à noite. Depois que a temporada
terminar e você vencer o Super Bowl, podemos divulgar seu divórcio.

—A temporada? Eu só tenho que ficar casado por meio ano?

—É pegar ou largar.

Arqueei uma sobrancelha. Eu não sabia o que era mais louco:


o que ela estava planejando, ou o fato de eu estar considerando isso.
—Depois que você vencer o Super Bowl com o time que
ninguém esperava, podemos começar a divulgar seu divórcio. Onde,
claro, vamos jogar a carta do coração partido. Vamos trabalhar o
ângulo de você ser um viciado em trabalho e o futebol sempre ser sua
prioridade número um. Você sacrificou seu casamento e o amor de
sua vida por sua devoção ao jogo. Mais uma vez, Jax Colton sairá por
cima e, pelo que ouvi dizer, é sua posição favorita. —Ela sorriu
espirituosamente, permitindo que suas palavras fossem absorvidas.
—Agora, que tal começarmos a trabalhar nisso?

Inclinei a cabeça para o lado, pensando.

—Você precisa de algo mais? —Ela completou. —E quanto a


todo apoio que você receberá por seu casamento e divórcio? Já que
não estou apenas consertando sua narrativa de traidor, mas também
estou fazendo de você um homem muito mais rico. Para mim. —Ela
apontou para si mesma. —Isso soa como um plano de jogo muito
bom.

—Parece muito improvável para mim.

—Por quê? As pessoas querem ver o amor florescer. Elas


querem acreditar que existe. Que se é possível domar você, o eterno
solteirão, então é possível domar qualquer homem. As mulheres
querem a esperança, desculpas para continuar fodendo o cara que
nunca vai se estabelecer com elas. Aquele que joga o jogo, o homem
que as fode uma e outra vez. Elas querem acreditar que o amor pode
conquistar tudo. É realmente muito simples.

—Simples não é a palavra que eu usaria para descrever o que


você quer que eu faça.

—Eu sei. Eu não disse que seria fácil para você, mas pense
nisso como um papel que você está interpretando para um filme ou
comercial.
—Sou um atleta, não um ator.

—Bem, o mundo inteiro é um palco, Jax.

—Eu não tenho interesse em representar para o público,


Ruiva. Isso é uma mentira descarada. Eles verão através dela. Eles
saberão que é uma manobra publicitária para tirar o foco da minha
negociação.

—Alguns vão pensar isso – eu não vou fingir que não. Você
sempre foi uma pessoa muito reservada, apesar de ser quem é. Seus
fãs, mesmo os mais obstinados, não sabem realmente quem você é.
Pelo menos não o homem por trás do futebol. Acho que é hora de
você deixá-los entrar em sua vida.

—Essa não é a minha vida – é uma mentira.

—Você está me dizendo que nunca mentiu para seguir em


frente?

—Estou lhe dizendo que não quero mentir agora.

—Por que não? Estamos deixando-os entrar em seus termos.


Você vai controlar essa narrativa. Pode ser falsa, mas você ainda terá
a palavra final sobre até onde a levamos. É por uma temporada, Jax,
não pelo resto de sua vida. Quero dizer, a menos que vocês se
apaixonem, o que sempre pode acontecer.

Eu retruquei: —Sua teoria é mais ilusória do que eu pensava.

—Ei! Coisas loucas acontecem. Basta olhar para Julian e para


mim.

—Você e Julian se conhecem há muito tempo, há uma grande


diferença.

—Então peça a alguém com quem você tem histórico.


—A única mulher com quem tenho história que ainda está na
minha vida é sua cunhada, e ela já é casada com seu irmão.

—Tem que haver uma mulher em sua vida que foi importante
para você em algum momento.

—Ninguém.

—Mentira.

Ambos os nossos olhares se voltaram para a explosão de


Caleb, e pela segunda vez em questão de minutos eu queria torcer o
maldito pescoço dele novamente.

Ignorando sua observação, ela continuou: —Seus fãs vão


adorar sentir como se fizessem parte de sua vida fora do futebol. Eles
não apenas estão com você desde o início de sua carreira no futebol,
mas agora também farão parte de sua vida amorosa. As pessoas
adoram sentir que fazem parte de algo. Ela será a primeira mulher que
terá o poder de domar sua necessidade de pular de cama em cama, e
isso por si só deixará as pessoas curiosas.

Minha mente estava girando. Era um maldito turbilhão de


emoções. Eu não queria me casar. O amor não existia. Era uma
mentira comprada pela empresa de cartões Hallmark3, construído
sobre propaganda e ilusões.

Mas e se ela estivesse certa? Eu poderia fazer isso?

Como se estivesse lendo minha mente, ela perguntou: —Sua


agenda deve estar cheia de infinitos nomes de mulheres que pelo
menos fariam isso por dinheiro?

3 Empresa criada em 1910 que ajudou a popularizar cartões com frases românticas,

principalmente voltados para o dia dos namorados e que acabou de expandindo de forma a virar
um conglomerado de diversos produtos por serem conhecidos por cartões românticos e muitas
pessoas ligarem a marca a produtos voltados a namorados ou casais, chegando a se tornar um
canal de tv.
—Dinheiro? Isso não é suborno?

—Ela estará fazendo um trabalho, representando um papel


para você. Não é diferente de pagar a um funcionário.

—Eu não pago mulheres para dormir comigo, Autumn.

—Eu não disse nada sobre ela dormir com você, Jax. Na
verdade, acho melhor você deixar seu pau fora da equação. Manter
isso estritamente comercial. Você está fingindo ser casado. Está
fingindo estar apaixonado. Por sua vez, ela é paga para fingir ser o
amor da sua vida.

Suspirei profundamente.

—Eu sei que é muito para absorver.

—Não, Ruiva. Esta manhã foi muito para absorver. Sua


proposta está apenas piorando as coisas.

—Estou tentando descomplicar sua vida.

—Adicionando casamento, que é a minha definição de


complicado?

Ela deu de ombros. —Você quer que o escândalo acabe? Esta


é a melhor maneira de fazer isso. A menos que você queira as pessoas
vaiando você nas arquibancadas quando a temporada começar. Sua
decisão, Quarterback.

Caleb entrou na conversa: —Eu faria o que ela diz.

—Você, de todas as pessoas, quer que eu me case, quando o


seu falhou?

Ele fez uma careta, instantaneamente fazendo com que eu me


sentisse péssimo.

—Eu me excedi. —Expressei, olhando apenas para ele.


O divórcio de Caleb só tinha sido finalizado há algumas
semanas. Ele pegou sua esposa fodendo o cara da piscina enquanto
ele estava em um jogo fora de casa comigo.

A parte triste é que eu nunca pensei que ele estivesse realmente


apaixonado por ela. Ela era uma interesseira que engravidou e o
prendeu. Ele disse que a coisa certa a fazer era casar com ela. Isso era
algo a destacar sobre meu melhor amigo, ele sempre tentava fazer a
coisa certa.

Maldito idiota.

Eles tinham um menino de sete anos e uma menina de cinco


anos que eram seu mundo inteiro. Eram crianças fofas, e eu era
padrinho de ambos.

—Você sabe a quem você poderia pedir, Jax. A única mulher


sobre a qual você já falou comigo.

—Caleb, não...

—Oh... —Autumn interveio, interessada nessa merda. —A


trama ganha enredo. Eu tinha razão? Havia uma mulher?

—Por que eu não saio da sala, para que vocês possam


continuar fofocando como garotas colegiais em uma maldita festa do
pijama?

—E ele está ficando na defensiva? Agora estou realmente


intrigada. —Ela exclamou. —Quem é ela?

—Não é da sua conta. Eu não vou pedir a ela. Eu nem sei onde
ela mora. Não falo com ela há quem sabe quanto tempo.

—Eu sei há quanto tempo. —Caleb revelou, incessantemente


me irritando. —Foi logo após a coletiva de imprensa quando você
deu um soco na cara do repórter, e eu tive que suborná-lo com o
pagamento da faculdade da filha pelo ano seguinte.
—Em minha defesa...

—Não há defesa, Jax. Você tem um pavio curto e muitas vezes


deixa seu temperamento levar a melhor sobre você.

—Eu o avisei para tirar a porra da câmera da minha cara, não


avisei?

—É o trabalho dele ter a câmera dele na sua cara. No dia em


que os repórteres não assediarem você com suas câmeras na sua cara,
teremos um problema maior do que você e sua raiva.

—Ele me pegou na hora errada. Eu estava tendo um dia ruim.

—Você se atrapalhou com a bola. Foi mais do que um dia


ruim.

—Você é meu amigo ou inimigo, Caleb? Porque,


honestamente, desde que Autumn entrou pela porta, não consigo
descobrir de que lado você está.

—Jax, eu estou sempre do seu lado, e você está mudando de


assunto de propósito e brigando comigo para que não tenhamos que
falar sobre Sophie.

—Sophie? —Autumn repetiu. Eu podia ver em seu olhar que


ela estava tentando descobrir onde tinha ouvido esse nome antes. —
Ah, merda! Espere um segundo! Sophie? A baby Sophie? A filha da
sua governanta?

—Ela não é mais um bebê e não é há muito tempo. Ela era


mais velha que você.

—Apenas quatro anos, e todos a chamavam de bebê naquela


época. Ela sempre aparentou ser mais jovem do que era. Oh meu
Deus! —Seus olhos se arregalaram. —Ela sempre foi apaixonada por
você!
—Mmmm hmm...

—Isso é tudo que você tem a dizer em sua defesa?

—Não há mais nada a dizer.

—Jax só não quer admitir que ela o deixou louco depois de


fodê-lo selvagemente na noite anterior.

Eu olhei para Caleb, mas isso não o impediu.

—Passei mais de um mês tentando encontrá-la, apenas para


sair de mãos vazias. Foi como se ela tivesse desaparecido no ar.

—Por mais que eu esteja gostando dessa conversa... —


Levantei-me abruptamente. Eu já estava farto dessa merda. —Eu vou
ter que negar sua oferta, Ruiva.

—Jax...

—Eu disse. —Repeti com firmeza. —Vou ter que negar sua
oferta, Autumn.

Com isso, eu me virei e saí do meu escritório.

Irritado pra caralho era um eufemismo.


CAPÍTULO 03

Jax

Dois dias depois, eu estava entrando na casa de Kinley em Fort


Worth. Não pensei que conseguiria vir na primeira reunião deles com
a família e amigos desde o nascimento do filho dela, mas arrumei
tempo na minha agenda para vê-la e conhecer o bebê.

Depois do golpe que Caleb fez ao trazer Autumn para o pior


plano de jogo já conhecido, eu precisava me distrair do que só poderia
ser descrito como um desastre após o outro.

Ela estava no quintal com Christian e, enquanto eu caminhava


em direção a ela, encontrei sua mãe que estava segurando o filho
deles.

—Olá, senhorita McKenzie. —Eu a beijei na bochecha.

—Jax, quantas vezes eu já disse para você me chamar de


Linda?

Depois do relacionamento tóxico que Kinley teve com sua


mãe enquanto crescia, ela havia mudado e finalmente era a mãe que
precisava que ela fosse.

—É este o homem do momento? —Eu questionei, pegando-


o dos braços dela.

Eu sempre fui bom com crianças e, para ser completamente


honesto, conseguia mais me ver sendo um pai do que um marido.

—Ei, homenzinho. Você tem alguma ideia de há quanto


tempo seus pais querem você?
Em resposta à minha pergunta, ele vomitou por toda a frente
da minha camisa enquanto seu rosto ficava vermelho brilhante.

—Oh meu Deus! —A senhorita McKenzie disse, tirando-o


dos meus braços. —Você está fazendo cocô?

—Acho que tal pai tal filho.

—Não se ofenda. Ele fez isso comigo esta manhã também. —


Ela sorriu carinhosamente para ele. —Vamos te limpar.

Eu a observei sair antes seguir para o quintal deles. Pelo canto


dos olhos, vi Autumn na sala conversando com o marido. Eu sabia
que ela estaria aqui, e por mais que eu quisesse fingir que seu discurso
nunca aconteceu, estaria mentindo se dissesse que não tinha
consumido minha mente nas últimas quarenta e oito horas.

E era por isso que eu estava lá em primeiro lugar, eu precisava


falar com minha melhor amiga. Kinley sempre foi minha voz da
razão, e sua opinião era importante para mim. Eu queria ver o que ela
pensava sobre a situação.

Abri a porta deslizante, ouvindo a conversa deles.

—Talvez da próxima vez possamos ter uma menina. —


Sugeriu Christian.

—Uma garotinha, hein?

—Sim. —Ele sorriu contra a boca dela. —Alguém que se


parece exatamente com você.

—Mas e quando ela ficar mais velha e os meninos começarem


a ligar para casa?

—Só por cima do meu cadáver.


Ele abriu a boca para responder, mas eu intervim. —Você sabe
o quanto eu odeio concordar com Christian, mas eles terão que
enfrentar o tio Jax para chegar até ela.

Christian gemeu em seu pescoço, ouvir eu me chamar de tio


Jax foi um chute em suas bolas. Exatamente como eu queria que
fosse.

—Você acabou de chegar aqui? —Perguntou Kinley.

—Sim. —Eu disse. —Sua mãe me deu seu filho, e ele cagou e
vomitou em mim.

Os olhos dela se arregalaram, e Christian não perdeu tempo.


Trancando os olhos comigo, ele simplesmente declarou: —Esse é o
meu menino.

Kinley riu, jogando a cabeça para trás.

—Kinley, eu pensei que você estava do meu lado. —Olhei


para minha camisa. —Você tem uma camisa que eu possa trocar? Esta
está coberta de Deus sabe o quê! O que diabos você está dando a essa
criança para comer? Como algo tão grande sai de alguém tão
pequeno?

—Vou ver o que posso encontrar. —Respondeu Christian,


beijando-a uma última vez antes de nos deixar.

—Sua mãe parece bem, Kinley.

—Eu sei. Asher é obcecado por ela. Ela é a única que consegue
fazê-lo parar de chorar. Ela é como a encantadora de bebês.

—A maternidade combina com você. Você nunca esteve


melhor.

—Eu gostaria de poder dizer o mesmo a você.

Suspirei. —Eu sou assim tão óbvio?


—Eu te conheço desde que eu tinha doze anos, você está com
um olhar estranho. Algo está errado?

Encostado no balcão da cozinha externa, agarrei a borda, e a


expressão no meu rosto rapidamente se transformou em uma que ela
não tinha visto antes. Instantaneamente fazendo-a se preocupar
comigo.

—O que há, Jax? Você está me assustando.

—Eu sei. Não sei como dizer isso, a não ser... —Hesitei antes
de confessar. —Eu realmente fodi tudo, Kinley. E agora preciso da
sua ajuda.

—Isso é em referência à sua negociação?

—Então você soube?

—Acho que o mundo inteiro soube. Você é Jax Colton, tem


sido notícia de primeira página e em todas as mídias sociais desde que
a notícia foi divulgada. Eu ia ligar para você, mas sei como você fica,
e dar-lhe espaço era a melhor coisa que eu poderia fazer por você.

Acenei com a cabeça. Ela me conhecia muito bem.

—Eu sei que você provavelmente está querendo bater sua


cabeça neste momento, mas egoisticamente não posso te dizer o quão
animada estou por você voltar para casa.

—Você falou com Autumn?

Ela recuou. —Sobre o quê?

—Sobre mim.

—Por que eu falaria com Autumn sobre você?

—Porque Caleb a chamou para trabalhar nisso.


Seus olhos se arregalaram. —Mas isso é uma coisa boa, certo?
Autumn é a melhor no que ela faz.

—Isso ainda deve ser verificado.

—Você parece bravo.

—Estou furioso.

—Por quê? O que ela sugeriu?

—Você vai precisar se sentar.

—Tão ruim assim?

—É uma grande merda. Você está preparada?

—Tão pronta como eu nunca estarei.

Eu não vacilei. —Ela quer que eu me case.

Kinley hesitou, cambaleando para trás. —O quê?

—Exatamente o que eu pensei

—Casar-se? Com quem?

—Foda-se se eu sei.

—Uau.

—Tirou as palavras da minha boca.

—Por que ela acha que você precisa se casar?

—Para tirar o foco da minha negociação.

—Através do seu casamento?

—Sim. Ela tem uma teoria delirante de que o amor pode


melhorar tudo ou algo assim. Incluindo meu escândalo atual.
—Eu nem sei o que dizer.

—Excelente. Considerando que essa é a única razão pela qual


estou aqui.

Ela abriu a boca para responder, mas rapidamente a fechou.


Era óbvio que ela estava tão atordoada quanto eu com a notícia que
de repente joguei sobre ela. Não que eu pudesse culpá-la. Isso seria
uma mudança de vida. Especialmente para um homem como eu. Eu
nunca tive uma namorada antes, e agora Autumn queria que eu tivesse
uma esposa.

—Vou precisar de um minuto para processar isso.

—Você pode se divorciar do seu marido e ser minha esposa


falsa?

Ela riu, totalmente ciente de que eu estava brincando. —Acho


que seria um escândalo ainda maior, e então eles o rotulariam de
destruidor de lares.

Eu ri. Não pude evitar.

—Além disso, Christian provavelmente mataria você, e isso


causaria um efeito dominó. Ele iria para a prisão e eu teria que criar
nosso filho sozinha. Além disso, eu o amo loucamente.

—Eu não vou tentar fingir que entendo isso.

—O quê? Amor?

Eu assenti.

—Você acha que não é capaz de se apaixonar por alguém?

—Eu não sei se fui feito para isso, Kinley.

—Claro que sim. Você só não conheceu a mulher certa ainda.


Por alguma razão que eu não conseguia explicar, vi o rosto de
Sophie e tão rápido quanto ele apareceu, eu o afastei.

—Eu disse não a Autumn.

—Tenho certeza que ela adorou isso.

—Provavelmente tanto quanto eu adorei ouvir o discurso dela.

—Entendo.

—Isso é tudo que você tem a dizer?

—Não. Sim. Não sei. Quero dizer, você se casaria? —Ela


inclinou a cabeça para o lado. —Eu nunca considerei isso antes.

—Você acabou de dizer que eu ainda não conheci a mulher


certa, então isso claramente passou pela sua cabeça.

—Sim, no sentido de eu esperar que você se acomode com


alguém. Eu não quero ver você acabar sozinho.

—Eu não tenho nenhum problema em manter minha cama


quente, Kinley.

—Sim. —Ela sorriu. —Estou ciente de o quanto sua cama se


mantém quente, mas estou falando de intimidade real. Alguém com
quem compartilhar sua vida. Os altos, os baixos, os bons e os maus
momentos. Sua própria família, talvez? Você sempre foi ótimo com
crianças. Você faz aquele acampamento de verão de futebol com
todas aquelas crianças todos os anos desde que começou sua carreira,
e eles adoram você.

—Não tenho tempo para uma esposa ou uma família. —


Cruzei os braços sobre o peito, encostado na coluna entre a varanda
e a piscina. —O futebol é a minha vida.

—Certo... —Ela hesitou por um segundo. Por enquanto. Mas


você vai fazer trinta e cinco este ano. O que significa, o quê? Você
tem uns quatro a cinco anos? Talvez mais seis anos antes de se
aposentar? O que você vai fazer na próxima metade de sua vida
quando o futebol não for...

Eu subconscientemente rosnei, me empurrando da coluna.

—Eu sei que esta é a última coisa de que você quer falar.

—Eu não conheço uma vida sem futebol, então não vamos
colocar o dedo na ferida, está bem?

—Seu corpo não pode aguentar esses golpes para sempre, Jax.
Quantas concussões você teve na última temporada?

—Não estou aqui para falar sobre minha saúde, Kinley.

—Eu sei. Só estou tentando ajudar.

—Discutindo meus piores medos? Não me parece muito útil.

—Jax, você sabe que a aposentadoria mais cedo ou mais tarde


vai chegar?

—Você está propositalmente tentando me irritar?

—Estou tentando expor fatos para lhe dar alguma clareza


sobre seu futuro. Talvez uma esposa falsa o ajude a decidir de uma
forma ou de outra sobre onde está seu futuro.

—Você quer dizer antes ou depois de nos divorciarmos no


final da temporada?

—Você só tem que ficar casado por uma temporada?

—De acordo com a linha do tempo de Autumn. Eu só estou


me casando para tirar o foco da minha negociação.

—Então qual é o problema? Todo mundo adora casamentos,


e acho que fazer parte de sua história de amor definitivamente
ajudaria a aliviar o sentimento de traição que as pessoas podem estar
sentindo.

—Então você acha que eu deveria fazer isso?

—Eu acho que você deve fazer o que parece certo para você.

—Esse é o problema, Kinley. Eu não sei o que diabos é certo.


Este não é um escândalo que envolve uma mulher alegando que eu a
engravidei ou a traí, ou qualquer mentira que a imprensa esteja
publicando esta semana. Eles estão alegando que sou um traidor
mesmo que eu viva e respire o campo.

—Eu sei. Não posso imaginar como você deve se sentir agora.

—Honestamente, estou a ponto de perder a cabeça.

—Bem, não seria a primeira vez que você perde a paciência


com um repórter. Basta levar isso para o campo, como você sempre
faz.

—Isso não ajuda a corrigir minha situação.

—Se Autumn acha que se casar vai acabar com isso, então não
acho que seja a pior ideia. Pode até ser bom para você. Pelo menos
você teria uma mulher por perto por mais de uma noite ou duas, e
quem sabe, talvez uma faísca se acenda entre vocês dois. Você sabe
quem poderia ser?

Antes que eu pudesse responder, Autumn nos interrompeu


saindo pela porta deslizante e mais uma vez sugerindo: —Sophie Hayes.

Nossos olhares se voltaram para ela.

—Christian disse que você precisava disso. —Ela me entregou


uma camisa, e eu a vesti antes que ela declarasse: —Eu a encontrei
para você, Jax.
Essas seis palavras quase me derrubaram, e imediatamente nos
olhamos fixamente.

—Desculpe... o quê?

—Você me ouviu, mas vou dizer de novo. Eu a encontrei para


você.

—Você encontrou Sophie?

—Encontrei.

—Onde?

—Em Seattle.

—Ela mora em Seattle?

—Ela tem algumas casas, mas uma delas é em Seattle, e ela está
por lá agora. Ela costuma ficar mais no Texas, mais perto de Dallas,
no entanto.

—Como você...

—Eu pedi um favor.

Segundos, minutos, horas poderiam ter voado, e não formei


sequer um pensamento coerente até que meu telefone tocou. O nome
de Caleb iluminou minha tela, e eu apertei ignorar. Incapaz de falar
com ele também. Eu estava muito nervoso com o fato de Autumn ter
encontrado Sophie.

Depois de todo esse tempo.

Todos esses anos.

Ela. A. Encontrou.

—Eu não pedi para você procurar por ela, Ruiva.


—Eu sei, mas às vezes meu trabalho é apenas saber o que é
melhor para você, e, neste momento, você precisa dela.

Eu tinha trancado minhas emoções há muito tempo no que


dizia a respeito de Sophie. Eu não esperava que nos cruzássemos
novamente. No dia em que me mudei para Miami, deixei tudo e nunca
olhei para trás. Eu sabia que ela me amava, me dizia o tempo todo,
mas não era difícil notar. Sua capacidade de corar com os gestos mais
simples era uma das minhas coisas favoritas sobre ela.

Sua inocência era outra.

Ela era diferente das garotas com as quais eu estava


acostumado, e sempre foi o que mais me atraiu nela, desde o início.
Ela não se mudou para a casa de hóspedes onde sua mãe morava em
nossa propriedade até que ela tinha dezessete anos e eu dezoito. Ela
estava morando com o pai antes de se mudar para Fort Worth e
frequentar a minha escola.

Ela era tímida.

Doce.

Delicada.

No entanto, a mulher que encontrei ao acaso cinco anos


depois não era nada parecida com a garota que eu lembrava lá de casa.
Ela era completamente diferente, desde sua aparência até sua
personalidade – era como noite e dia.

A garota inocente tinha ido embora e em seu lugar estava uma


raposa. O efeito que ela teve em mim foi instantâneo. Em questão de
segundos, ela prendeu toda a minha atenção de uma forma que só ela
poderia. Não apenas fui cativado por ela, mas também fiquei
apaixonado desde o momento em que coloquei meus olhos nela.

Ela era linda.


De tirar o fôlego.

Roubando todo o ar dos meus pulmões como se pertencesse


a ela.

—Então, Jax Colton, você normalmente fica do lado de fora na varanda


em festas e olha para as mulheres dançando?

—Jax, você ouviu o que eu disse? —Kinley perguntou,


interrompendo minha memória da noite em que ela entrou na minha
vida novamente.

Instantaneamente, eu afastei as emoções que a mera memória


despertou dentro de mim como se elas nunca tivessem existido.
Minha mente estava uma bagunça dos diabos. Espiralando com mais
pensamentos e perguntas a cada segundo que passava.

—Autumn está falando sobre a filha da sua governanta?

—Sim. —Foi tudo que eu consegui dizer.

—Por que ela estaria falando sobre Sophie? Achei que não
tinha acontecido nada entre vocês dois?

Abri minha boca para responder, mas Caleb ligou novamente.

—Jax. —Autumn exclamou. —Eu tenho...

—Por que Caleb está me ligando? —Atendi a sua chamada. —


Estou no meio de um...

—Autumn te disse?

Apertei o viva-voz no meu telefone, olhando para ela. —


Autumn me disse o quê?

A mandíbula dela apertou.

—O que está acontecendo?


—Eu normalmente não investigaria tanto, mas dado o fato de
que Caleb disse que vocês se encontraram em setembro de 2015...

Olhei para o meu telefone. —Pelo amor de Deus, Caleb. O


que mais você disse a ela pelas minhas costas?

—Autumn, você mostrou a ele?

Ela deu um passo em minha direção. —Eu estava prestes a


mostrar, mas você ligou.

—Que porra está acontecendo?

Autumn não vacilou, me entregando seu telefone. —Você


precisa ver isso.

Olhei para o celular dela como se fosse uma bomba atômica


prestes a explodir na minha cara. Relutantemente, coloquei meu
telefone no balcão enquanto pegava o dela.

Olhando para a tela, eu não poderia ter sido mais preciso. Ali
na frente dos meus olhos estava a mulher que havia deixado minha
cama sete anos atrás. Ela ainda era capaz de tirar meu fôlego.

Porra, ela era linda.

Seus longos cabelos castanhos caíam em cascata ao redor de


seu rosto, acentuando seus olhos castanhos e boca carnuda que dizia
foda-me. E confie em mim, ela definitivamente enterrou meu pau em
sua garganta.

Meu pau se contraiu com a memória de seus lábios ao redor


dele. Eu não pude deixar de pensar na sensação de ter seu corpo sob
o meu.

O cheiro de seu cabelo.

A sensação de sua pele.


O gosto de sua boceta.

Ela era viciante, e como um viciado, eu queria outra dose.


Outro gosto. Outro momento para me perder dentro dela. Onde nada
mais importava além de fazê-la gozar e gritar meu nome.

—Jax... mais forte... por favor...

Autumn revelou: —Meu contato acabou de me enviar essas


fotos, para que eu pudesse confirmar que ele realmente encontrou a
Sophie Hayes certa.

Suas palavras me arrancaram do passado e me levaram ao


presente, onde ela realmente a havia encontrado.

—Por que você queria saber a data de quando nos vimos pela
última vez?

Dizem que tudo acontece por uma razão. Que sua vida já
estava predeterminada, e todos serviram a um propósito. Sempre
imaginei que o propósito de Sophie na minha vida era me mostrar
que você pode compartilhar uma conexão profunda com alguém.
Que talvez o amor pudesse existir se eu lhe desse meia chance.

Quando Autumn não respondeu minha pergunta,


instintivamente passei a tela para a próxima foto. Pela segunda vez na
minha vida, parecia que eu estava tendo uma experiência fora do
corpo.

Eu estava lá, mas não estava.

—Jax, você está vendo o que fizemos? —Caleb perguntou,


ainda no viva-voz.

Meu coração estava batendo.

Batendo contra meu peito.

Eu não conseguia respirar.


Eu não conseguia respirar, porra.

Não era apenas Sophie que eu estava vendo pela primeira vez
depois de todos esses anos.

Era o filho dela também.

O filho dela.

Ele se parecia com ela.

Mas ele também tinha meus olhos.

Eu nunca pensei que o propósito de Sophie na minha vida


fosse fazer de mim...

Um pai.
CAPÍTULO 04

Sophie
Passado

Quando conheci Jax Colton eu tinha dezessete anos e ele


dezoito.

Desde o momento em que o vi, acho que me apaixonei


perdidamente por ele. Foi um daqueles momentos significativos que
você tem em sua vida. Um que você lembrará para sempre.

Depois de anos morando com meu pai na Louisiana, após o


divórcio dos meus pais quando eu tinha dois anos, decidi que queria
morar com minha mãe em vez de vê-la de vez em quando como eu
tinha feito ao longo dos anos.

Meu pai tinha a minha guarda exclusiva – na época do divórcio,


minha mãe não tinha um emprego estável ou os meios para me
sustentar da maneira que ela queria.

Era melhor para mim morar com meu pai, já que ele tinha uma
carreira consolidada. Ele ajudou minha mãe com o que ela precisava,
mas ela estava determinada a fazer tudo sozinha e não ser um fardo
para ele. Apesar de não vê-la no dia a dia, como a maioria das crianças,
eu ainda tinha um ótimo relacionamento com ela e com meu pai.

Naquele ano eu estava entrando na décima primeira série4,


fazendo-nos reavaliar quem teria a minha guarda exclusiva. Eu estava
ficando mais velha, precisava da minha mãe e ambos concordaram

4 O equivalente ao 3º ano do ensino médio no Brasil. Cursado normalmente entre 16-17 anos
de idade.
que era hora, então me mudei para Forth Worth, Texas, para ficar
com ela.

Ela era a governanta de uma enorme propriedade e tinha sua


própria moradia. Ela vivia na casa de hóspedes que ficava atrás da
casa principal. Eu tinha meu próprio quarto, junto com nossa própria
cozinha, sala de estar e local para comer. Era perfeito para apenas nós
duas.

Eu amei viver na propriedade desde o momento em que pisei


no terreno. Era incrível, desde o paisagismo do jardim de rosas, até o
enorme lago que cercava a casa. O interior da propriedade era tão
impressionante quanto o exterior.

Meu local favorito era a biblioteca que abrigava todos os


maiores clássicos literários de todos os tempos. Sempre fui uma nerd
literária e ver dois andares cheios de romances de alguns dos melhores
escritores da história era outra lembrança que nunca esqueceria. A
biblioteca deles era a única sala deles que eu frequentava, e eu estava
perdida no mundo de O Grande Gatsby.

Quando, do nada, uma voz rouca familiar perguntou: —Quer


assistir a um filme comigo?

Meus olhos encontraram os dele, e por alguns segundos eu


pensei que o estava imaginando encostado no batente da porta com
os braços cruzados sobre o peito.

Jax Colton.

Seu cabelo estava molhado. Ou era do chuveiro ou da piscina.


Ele nadava quase todas as noites. Às vezes eu o observava da
biblioteca ou da casa de hóspedes. Seu corpo simplesmente deslizava
através da água como se fossem um só. Eu nunca tinha visto um atleta
como ele. Tudo o que ele fazia parecia sem esforço, como se seu
corpo fosse feito para se mover.
Agora ele estava, de repente, diante de mim.

Sem camisa.

Molhado.

Olhando para mim como se eu não fosse apenas a filha da


governanta.

Nós nunca tínhamos dito mais do que algumas palavras um


para o outro. Fiquei ali sentada, estupefata com o que estava
acontecendo.

Isso era real?

Perdi a conta de quantas vezes havia sonhado com esse exato


momento.

Eu estava tendo alucinações?

Estreitei meus olhos, virando-me para olhar atrás de mim, para


o caso de haver mais alguém lá.

—Isso é um sim, ou Jay Gatsby tem toda a sua atenção nesta


noite?

Olhei para ele, confusa. —Você está falando comigo, certo?

Ele riu. Uma risada profunda e gutural. —Com quem mais eu


estaria falando? Você é a única na sala.

Eu ri nervosamente, tentando desesperadamente me orientar.

—Alguém já disse que você é adorável quando está


envergonhada?

—Umm... —Sem saber como responder, eu divaguei. —O


Grande Gatsby é meu livro favorito. Eu provavelmente já o li uma
centena de vezes. É também a minha era favorita. Eu amo tudo sobre
essa época, especialmente as joias de Daisy.

Ele sorriu.

—E eu não sei por que eu acabei de te dizer tudo isso.

—Mais uma vez, você é adorável quando está envergonhada.

Eu fingi que meu coração não pulou uma batida ao ouvi-lo


dizer isso de novo. —Tem certeza de que ainda quer assistir a um
filme comigo?

—Agora eu quero assistir a um filme com você mais do que


antes.

—OK.

—Isso é um sim, ok, ou vá se foder, ok?

Arregalei meus olhos. Eu não tinha o costume de falar


palavrões. —O primeiro.

—Por um segundo, pensei que Jay Gatsby de repente fosse


meu concorrente.

—Você conhece Jay Gatsby?

—Li quase todos os livros desta biblioteca.

Arqueei uma sobrancelha. Eu não esperava que ele revelasse


isso. —Você leu?

—De que outra forma você acha que esses livros chegaram
aqui?

—Oh.

—Oh? —Ele arqueou uma sobrancelha. —Você acha que eu


não sei ler?
—Bem. —Eu provoquei. —Você é um atleta.

Ele riu, uma risada profunda e gutural novamente. —Fofa.

Como uma palavra poderia fazer meu estômago revirar, eu não


conseguia entender.

—Eu realmente gosto de ler.

—Eu também. É praticamente meu hobby.

—Eu posso ver isso. Você está sempre aqui.

—Oh. —Eu respirei enquanto a ansiedade subia do meu peito


para a minha garganta. —Desculpe-me por invadir seu espaço.
Perguntei à sua mãe e ela disse que eu...

—Você falou com minha mãe?

—Sim. Eu nunca entraria em seu lar, muito menos em um dos


quartos sem pedir permissão primeiro.

—Esta casa parece um lar para você, Sophie?

Não fiquei chocada com seu tom abrupto. Eu não tinha


conhecido seu pai, então era fácil supor que tinha algo a ver com o
fato de ele não estar por perto.

Quando perguntei a minha mãe sobre ele, ela disse que ele
trabalhava muito. Então ela me lembrou de ficar fora da casa deles, a
menos que eu estivesse lendo na biblioteca, e mesmo assim ela
preferia que eu lesse na casa de hóspedes.

Ela constantemente me dizia para ficar fora do caminho deles


e para ficar longe de Jax. Ela disse que ele era um problema.

Eu não consegui me impedir, queria conhecê-lo de uma


maneira que eu não achava que ninguém conseguiria. Sentindo-me
ousada, joguei sua pergunta de volta para ele: —Esta casa não parece
um lar para você?

Se ele ficou surpreso com a minha pergunta, não demonstrou.


—É apenas uma casa, Sophie.

—Isso é um sim?

—Não é um não.

—É porque seu pai não está por perto? —Eu me arrependi da


pergunta assim que ela saiu da minha boca. —Desculpe. —
Balançando a cabeça, acrescentei: —Você não precisa responder isso.
Não é da minha conta.

—Então me diga, Soph? Você tem o hábito de pedir desculpas


por coisas que não precisa?

Dei de ombros. —Eu só não quero te chatear. Estou na sua


casa e você é tecnicamente o chefe da minha mãe.

—Se eu sou o chefe da sua mãe, então o que sou para você?

—Umm... —Inclinei minha cabeça. —Não tenho certeza. O


que você quer ser? —Esperei impacientemente por sua resposta.

Nunca esperando que ele admitisse: —Eu preciso ser o cara


de quem você fica longe.

—Ah... —Sentindo-me corajosa, desafiei: —E se eu não


quiser?

Seus olhos dilataram, e ele não tentou esconder isso de mim.


Ele queria que eu soubesse que estava afetando-o e, por um breve
momento, me senti poderosa.

Tão rápido quanto isso ocorreu, ele afastou. Empurrando-se


do batente da porta e agindo de maneira despretensiosa antes de
perguntar: —Você gosta de pipoca, Soph?
Apesar de me sentir desapontada, ouvi-lo me chamar de Soph
estava fazendo todo tipo de coisa no meu estômago. Fiquei com as
pernas trêmulas, esperando que ele não notasse o efeito que tinha
sobre mim também.

Tentando agir calmamente, acenei. —Eu gosto de pipoca.

Eu só estava morando lá há um mês, mas já sentia que sabia


muito sobre ele. Especialmente quando se tratava de garotas, elas
estavam constantemente entrando e saindo de sua casa. Às vezes
eram as mesmas garotas, na maioria das vezes não.

Jax era um dos caras mais populares da nossa escola. Todos


sabiam quem ele era, e rumores sobre ele corriam soltos nos
corredores. A cada dia era algo diferente. O mais recente era que ele
tinha perdido uma aposta com seu companheiro de equipe Ryan, e
tinha que fazer um furo em seu pau.

Meu estômago vibrou só de pensar nisso. Eu podia ser


inexperiente, mas não era estúpida.

—Vamos fazer pipoca para Baby Soph, hein?

—Baby Sophie?

Ele ficou mudo até chegarmos na cozinha. —Todo mundo te


chama de baby, certo?

Ligando o fogão, eu simplesmente acenei. Lá estava eu


pensando que ele estava me chamando de baby como se estivesse
dando em cima de mim.

Eu sou muito burra.

—Você não tem que me chamar de baby como todo mundo


faz. É apenas um apelido bobo que começou na primeira série. Eu
sempre pareci inocente, e você sabe, mais jovem, e como sou uma
garota pequena, isso meio que pegou.
O que aconteceu a seguir saiu direto de um dos meus muitos
sonhos com ele. Ele agarrou minha cintura e me levantou no balcão
para ficar entre minhas pernas. Suas mãos não deixaram meus lados,
e eu pensei que tinha parado de respirar.

—Eu gosto que você seja pequena, Baby Soph. Veja. —Ele
olhou para baixo, para suas mãos. —Minhas mãos podem segurar
toda sua cintura.

Eu engoli em seco.

—Então me diga, Sophie? Quão inocente você é?

Lambi meus lábios, minha boca de repente seca.

O que eu poderia dizer? A verdade?

Ele riria de mim.

Eu podia sentir minhas bochechas queimando, e quando ele


afundou os dedos na minha cintura um pouco mais forte, parecia que
ele estava se contendo de algo também.

Ele queria me beijar? Não. Por que ele iria querer me beijar?

Limpei a garganta, querendo quebrar essa intensidade entre


nós. Era uma conexão que eu nunca tinha experimentado com
ninguém antes, e a maneira como ele estava mexendo comigo era
demais. Olhando de volta para o fogão, mudei de assunto.

—Você vai pegar os grãos?

Ele sorriu, e isso iluminou todo o seu rosto. Eu poderia dizer


que ele sabia que eu estava evitando a pergunta.

Por um momento, me perdi em seus olhos. Eu nunca tinha


visto um cara que se parecesse com Jax. Ele era lindo. Tinha a vibe
de garoto americano completada com olhos azuis brilhantes que
quase pareciam azul-petróleo contra sua pele. Sua mandíbula
esculpida, cabelos loiros e dentes brancos perfeitos completavam sua
beleza.

Seu corpo era magro e musculoso. Ele era alto, provavelmente


cerca de 1,90, talvez 1,95 para meus 1,65.

Eu parecia muito pequena contra ele.

Quando ele se afastou de mim, eu resisti ao impulso de gemer


antes que nós dois esticássemos as mãos para pegar os grãos no pote
ao meu lado ao mesmo tempo. Nossos dedos roçaram um no outro,
provocando uma faísca de eletricidade ao longo da minha pele.

Ignorando isso também, eu desci do balcão e rapidamente


puxei minha mão para longe da dele, levando o pote comigo.
Coloquei alguns grãos na panela, tentando, de forma lamentável, me
distrair de todas as emoções conhecidas pelo homem. Sentindo-as
uma após a outra com a força de um furacão arrasando tudo em seu
caminho.

—Você está fazendo isso errado. —Foi a última coisa que eu


o ouvi dizer antes de sentir seu peito pressionar contra minhas costas.

Em um movimento rápido, seus braços me enjaularam


enquanto ele pegava o pote da minha mão. O calor de seu peito
deixando meus joelhos fracos e minha cabeça tonta.

—Você tem que separar os grãos, ou eles vão queimar. A


menos que você queira comer pipoca queimada, Baby Soph.

Tentei prestar atenção no que ele estava dizendo, mas pela


minha vida eu não conseguia prestar atenção em nada além de seu
corpo contra o meu. Estava muito mais perto do que suas mãos em
volta da minha cintura. Meu coração estava mais uma vez batendo
contra o meu peito. Eu podia senti-lo em meus ouvidos.

Eu estava tendo um ataque cardíaco?


Seu peito parecia firme contra minhas costas. Apesar de seus
músculos serem duros, sua pele ainda era quente.

Aconchegante.

Atraente.

Eu queria dizer muito, mas não conseguia fazer as palavras


saírem. Silenciosamente desejei que ele pudesse ler meus
pensamentos, mas então percebi que ele apenas pensaria que eu era
um bebê, como todo mundo.

Eu queria que ele me visse de forma diferente, eu me sentia


diferente perto dele. No segundo em que o senti se afastar
abruptamente, senti falta do calor de seu toque e das emoções que
causou por todo o meu corpo.

Exceto que foi interrompido quando a voz da minha mãe


explodiu: —Sophie, o que você está fazendo?

Meus olhos se encontraram com os dela. Ela deveria estar


jantando com amigos. Eu sabia que isso não ia acabar bem. Ela tinha
me avisado para ficar longe de Jax.

Graças a Deus ele interveio. —Eu estava apenas mostrando a


sua filha como fazer pipoca, senhorita Carlisee.

O olhar dela mudou dele de volta para mim. —Temos pipoca


de pacote na casa de hóspedes, Sophie. Você não deveria estar
incomodando o Jax.

—Ela não estava me incomodando. Ela estava me fazendo


companhia.

—Ela também não tem que fazer isso.

Isso poderia ficar mais embaraçoso?

—Mamãe...
—Vamos, Sophie. Agora.

Olhei para Jax, querendo que o chão me engolisse. —Obrigada


pela aula de culinária.

Ele sorriu, mas eu poderia dizer que sua guarda estava erguida
de volta.

—Boa noite, Jax.

—Boa noite, baby Soph.

Abaixando a cabeça, segui minha mãe até a casa de hóspedes.


Assim que entramos, ela fechou a porta e não vacilou. —Quantas
vezes eu já disse para você ficar longe dele?

—Eu sei, mas não é nada de mais. Ele estava apenas me


mostrando como fazer pipoca.

Não havia sentido em dizer a ela que íamos sair. Ela já estava
decepcionada por nos encontrar juntos. Só pioraria as coisas se eu lhe
contasse a verdade, e eu odiava esconder isso dela.

Eu nunca escondi nada dela.

—É por isso que eu estava hesitante que você viesse morar


comigo, Sophie. Jax é um conquistador. Ele gosta de paquerar. Você
vê todas as garotas aleatórias que entram e saem da casa.

—Eu sei.

—Você sabe?

—Eu sei.

—Então eu não preciso me preocupar que você fique longe


dele?

Balancei minha cabeça.


—Prometa-me que você vai ficar longe dele, baby.

Eu acenei com a cabeça.

—Preciso ouvir você dizer as palavras. Prometa-me, Sophie.

—Eu prometo.

Esta foi a primeira vez que menti para minha mãe, e quando
eu saí do chuveiro na manhã seguinte, sabia que não seria a última.

O Grande Gatsby que eu estava lendo em sua biblioteca na noite


passada estava sobre a minha cama.

E eu sabia com tudo em meu coração...

Jax tinha deixado lá para mim.


CAPÍTULO 05

Sophie

Presente

Eu estava exausta.

Benjamin tinha apenas seis anos e já estava provando ser um


rebelde sem causa. A cada semana parecia que havia algo diferente
com ele, se metendo em problemas por um motivo ou outro.

Eu não conseguia descobrir o que estava acontecendo com ele,


mas fazer travessuras parecia ser seu padrão atual. Tirar seus
videogames e colocá-lo de castigo não estava funcionando, e eu não
sabia como consertar o que o estava incomodando.

Meu filho era um garoto como os outros e odiava falar sobre


seus sentimentos. Ele era tão teimoso quanto amoroso, e ele me tinha
em volta de seu dedo mindinho. Corri 11 quilômetros na esteira, na
esperança de fugir do estresse e da preocupação que sentia por Ben,
sem sucesso.

Depois que terminei meu treino na academia do nosso


condomínio, voltei para nossa casa. Estávamos de férias em Seattle
por algumas semanas, e eu era dona da suíte da cobertura do prédio
mais alto do centro de Seattle. Todo o último andar nos pertencia.

Destranquei a porta de nossa casa, entrei e rapidamente


preparei um smoothie5. Eu era incapaz de afastar a intuição de que

5Feito a partir de uma mistura de frutas, legumes ou vegetais, o smoothie é uma bebida
saudável, refrescante e muito nutritiva.
algo mais estava acontecendo com ele. Assim que terminei de tomar
meu shake, coloquei o copo sujo na pia e inalei o que parecia ser meu
centésimo suspiro profundo da manhã.

Enquanto caminhava em direção ao meu quarto, olhei para as


portas deslizantes de vidro que ladeavam toda a nossa casa. Apreciei
a vista do centro de Seattle como fazia todos os dias. Foi uma das
razões pelas quais eu comprei este apartamento. Eu adorava que era
possível ver o lado de fora em todos os lugares em que estivesse.

Embora eu tivesse várias propriedades, esta era uma das


minhas favoritas. Eu era autora de romances best-seller do New York
Times, escrevendo sob um pseudônimo. Ninguém além de meus
amigos mais próximos e familiares sabiam o que eu fazia para viver,
e eu preferia assim.

No entanto, estava ficando cada vez mais difícil esconder


minha identidade dos meus leitores. Eles queriam saber quem eu era,
e eu não podia culpá-los. Com as redes sociais ao nosso alcance, eu
constantemente me preocupava que alguém descobrisse quem estava
escrevendo essas histórias de amor por trás de seus e-readers.

Eles ainda não tinham descoberto, no entanto. Minha equipe


passava muito tempo certificando-se disso, mas eu sabia que era
apenas uma questão de tempo até que a verdade da minha identidade
fosse revelada. Tudo o que eu podia esperar era que fosse sob meus
termos, e eu não fosse forçada a me revelar por uma razão ou outra.

Eu não podia imaginar não escrever livros. Era a minha vida,


sempre tinha sido a minha vida. Meu amor pela leitura se transformou
em minha paixão pela escrita. Eu havia publicado quarenta livros nos
últimos dez anos, e viver indiretamente através de meus personagens
era o que eu fazia de melhor. Era por isso que eu possuía várias
propriedades ao redor do mundo. Eu precisava da inspiração que eles
evocavam, e essa visão nunca me falhou.
Decidi tomar um banho para tentar aliviar a tensão que crescia
continuamente na minha mente. No meu banheiro da suíte, liguei o
chuveiro antes de tirar minha legging e o sutiã esportivo. Peguei meu
roupão de seda creme do armário, pendurei-o no gancho ao lado do
chuveiro e entrei.

Acolhendo o calor contra meu corpo tenso, pressionei minhas


mãos contra a parede do chuveiro e encostei minha testa contra o
azulejo de pedra fria. Por mais que eu tentasse, não conseguia me
livrar da ansiedade que estava sentindo.

Era mais do que pelo Benjamin. Eu apenas me senti desligar.


Minha mente correu loucamente enquanto eu estava sob o chuveiro,
até que a água fria correu sobre minha pele. Minha campainha tocou
assim que desliguei a água.

Eu sorri, sabendo que era Bradley.

Ele estava na cidade a negócios, e como Ben estava passando


o dia com seu amigo que morava em Seattle, eu disse a ele para passar.
Meu filho nunca conheceu nenhum cara com quem eu namorei ao
longo dos anos. Simplesmente não parecia certo com nenhum deles,
e eu me recusei a empurrar a ele algo que não parecia perfeito. Eu era
uma mãe superprotetora, uma característica que recebi de minha
própria mãe. Minha vida consistia em escrever e Ben. Eu desejava que
fosse assim.

Colocando meu roupão, enrolei a faixa em volta da minha


cintura e amarrei em um laço. Sorrindo de orelha a orelha, caminhei
até a porta e a abri. Revelando um Bradley muito bonito vestindo um
terno de três peças e um sorriso viciante.

—Ei.

—Olá, linda.
Ele não hesitou em agarrar minha bunda e me carregar para
cima de seu corpo, envolvendo minhas pernas ao redor de sua cintura.

Beijando meus lábios, ele murmurou. —Senti sua falta.

Bradley trabalhava no mercado de ações e morava em New


York. Tínhamos nos conhecido há alguns meses enquanto eu estava
lá para uma reunião com minha editora para discutir meu próximo
livro. Ele era apenas um caso. Mesmo que estivéssemos longe,
funcionava para nós.

Ben era minha prioridade, e Bradley ser um viciado em


trabalho funcionava a meu favor.

—Você está toda molhada. —Ele murmurou entre os beijos.


—Pensei que seria eu a fazer isso.

Eu ri, deslizando minha língua em sua boca.

Minha cozinha ficava ao lado da porta da frente, e em dois


passos ele estava me sentando na beirada da ilha. Indo direto à ação,
ele começou a desatar a faixa do meu roupão.

Fazendo-me praticamente gemer em sua boca. —Acho que


não fechei a porta.

—Você não fechou.

Em menos de um segundo, meu mundo de repente desabou


sobre mim. Fazendo com que todo o sangue escorresse do meu rosto
enquanto eu estava sentada ali congelada.

Imóvel.

Chocada e nervosa.

Seu familiar tom gutural, uma vez reconfortante, encheu a sala


como se ele estivesse falando em um microfone. Juro que ecoou pelas
paredes e vibrou intensamente pelos meus ossos. Meu olhar
atordoado imediatamente voou na direção de sua voz, e nossos olhos
se encontraram pela primeira vez em sete anos.

Ali, na porta da minha casa, estava o único homem que já me


machucou de mais de uma maneira.

O maldito Jax Colton.

Estava inesperadamente de volta à minha vida.

Jax

Eu. Estava. Furioso.

—Oh meu Deus! —Sophie exclamou, afastando o filho da


puta que tinha acabado de colocar as mãos sobre ela. —O que você
está fazendo aqui?

Não apenas o roupão dela era um pouco transparente, mas


também estava um pouco aberto, e eu basicamente podia ver tudo.
Incapaz de resistir à beleza eterna que era Sophie Hayes, olhei para
ela com um olhar predatório. Eu não dei a mínima que o namorado
dela estivesse ali ao lado.

Não havia nenhum anel em seu dedo, mas isso não teria me
impedido. Não importava quem a teve depois de mim.

Eu seria para sempre o primeiro.

Ninguém poderia tirar isso de mim, nem mesmo ela.

As fotos que foram enviadas para Autumn não fizeram justiça


a ela. Sophie parecia melhor pessoalmente, se é que isso era possível,
e me peguei ficando duro com a mera visão dela parada na minha
frente.

Parecendo desarrumada.

Ansiosa.

Sua inquietude sempre me excitou, então perceber que eu


ainda a deixava nervosa não era um sentimento que eu estava disposto
a ignorar.

Continuando minha busca, eu sorri para ela, ainda sem dizer


uma palavra enquanto permitia que meus olhos fizessem todo o
trabalho por mim. Meu olhar ganancioso viajou de seus olhos
castanhos que pareciam quase verdes nesta iluminação, para seus
lábios carnudos que estavam inchados de beijar o filho da puta que
não se moveu um centímetro em minha direção.

Se eu tivesse visto qualquer homem olhando para minha garota


do jeito que eu olhava para ela, eu já teria começado a socá-lo.

Ela estreitou os olhos, seguindo o rastro do meu olhar


implacável sobre cada centímetro de seu corpo. Era óbvio que eu a
estava deixando desconfortável.

Seu corpo estava instável, e a pulsação em seu pescoço latejava


enquanto suas coxas se apertavam.

Depois de todos esses anos, eu vi o que eu desejava.

Procurava.

Precisava.

Meu efeito sobre ela estava vivo e próspero, simplesmente me


lembrando de todas as vezes que cativei sua atenção quando não
deveria. Seus lábios franziram, observando cada movimento meu.
Disparando memórias de quantas vezes ela me viu ser consumido por
ela.

Meu olhar lascivo permaneceu em sua boca e seguiu em


direção a seus seios, o que fez seus mamilos endurecerem até que meu
olhar encontrou sua boceta. Estreitando meu olhar, prolonguei meu
ataque visual às suas coxas exuberantes, imaginando-as em volta do
meu rosto enquanto ela me implorava por misericórdia.

—Por favor, Jax... não consigo gozar mais.

—Você pode, Sophie. Acabei de começar.

Lambi meus lábios, saboreando-a na minha língua, e foi


quando ela teve o suficiente. Ela apertou o roupão com força,
mantendo-o fechado contra o peito.

—Seu roupão é transparente, Soph. Não que isso importe, eu


já te fodi loucamente.

Sua boca caiu aberta. —Depois de todos esses anos, essa é a


primeira coisa que você me diz! Seu bastardo sem vergonha!

O namorado dela estava na minha cara antes que ela dissesse


a última palavra. —O que você acabou de dizer a ela?

—Oh. —Eu sorri coniventemente, olhando-o de cima a baixo.


—Agora você quer ser homem? Não quando eu estava apenas a
fodendo com os olhos?

—Quem diabos você pensa que é?

Não houve hesitação da minha parte quando declarei: —Sou


o pai do filho dela! Quem diabos é você?

Sophie ofegou alto, seus olhos arregalados e atordoados.


—Sim, querida. —Eu fiz um aceno reverente. —Eu sei. Então,
a não ser que você queira que eu meta o pé na bunda desse cara, sugiro
que você diga a ele que vá embora. Agora!

Seu peito subia e descia enquanto seus olhos se enchiam de


lágrimas frescas. Ela queria desabar, e por um segundo eu me senti
mal. Então me lembrei que ela havia escondido meu filho de mim nos
últimos sete anos, e tudo que eu sentia era raiva.

Brilhante.

Ardente.

Fúria.

Ela recuou cautelosamente, olhando para Bradley. —Você


precisa ir.

—Eu preciso ir? —Ele argumentou, apenas olhando para ela.


É verdade? Ele é o pai do seu filho? Porque você me disse que ele
não estava por perto e não tinha interesse em...

—Vamos esclarecer uma coisa, Bradley. Estou aqui para pedi-


la em casamento. Isso soa como se eu não estivesse interessado,
idiota?

—Casar com você? —Ela ofegou. —Você perdeu a cabeça?

—Não, mas tenho certeza de que vou perder a paciência se ele


não for embora. Qual você gostaria de ver primeiro, Soph?

—Pare de me chamar assim!

—Você adorava quando eu te chamava assim. Especialmente


quando meu pau estava em sua...

—Oh meu Deus! Você não tem filtro?


—Você, mais do que ninguém, sabe que eu não tenho. Não
vou repetir, Sophie. Você sabe o que... —Eu já estava cansado de
jogar. Em um movimento rápido, agarrei o braço dele com força. —
Já que você não vai sair, eu não tenho nenhum problema em te jogar
para fora.

Ela foi em direção às minhas mãos. —Pare com isso!

Não dei ouvidos a ela. Eu estava acostumado com homens de


cento e quarenta quilos tentando me derrubar no chão. Isso não era
nada comparado ao que meu corpo passava diariamente.

Em três passos, joguei-o para fora da porta e bati a porta em


sua cara antes de me virar para enfrentá-la.

—Você precisa ir se trocar porque eu não posso falar com


você quando seus peitos estão na minha cara!

Em questão de segundos, sua mão estava voando em direção


ao meu rosto, mas eu a peguei no ar.

—Sophie. —Eu rosnei, segurando-me por um fio muito fino.


—Não tenho mais paciência. Cheguei ao meu limite. Agora vá se
trocar!

Ela puxou seu pulso para fora do meu alcance. —Acho que
nada mudou, hein? Você ainda acha que pode mandar em mim?

—Quando você age como uma criança, não me deixa escolha


a não ser tratá-la como uma.

—Criança? —Ela explodiu, rugindo loucamente.

Eu estaria mentindo se dissesse que não estava gostando. A


Sophie irritada sempre foi minha favorita.

—Sou uma mulher crescida! Eu não sou aquela garota ingênua


que você fodeu, Jax!
—Isso é rico vindo de você, considerando que foi você que
deixou minha cama e desapareceu no ar sete anos atrás. Então me
diga, Soph, de todas as vezes em que estive dentro de você naquela
noite, a que horas fizemos um bebê?

Sua mandíbula apertou, e suas mãos se fecharam em seus


lados. —Eu já te disse. Ele. Não. É. Seu.

Eu ia fazê-la se arrepender dessa mentira.


CAPÍTULO 06

Sophie

Afastei-me dele e fui me trocar, precisando de um minuto para


organizar meus pensamentos. A ansiedade que senti o dia todo não
era por causa de Ben, era por causa dele.

Jax.

Mesmo depois de todos esses anos, eu ainda o sentia.

Como?

Não fazia nenhum sentido, mas nada fazia quando se tratava


dele. O atrevimento daquele homem de simplesmente aparecer e latir
ordens como se tivesse o direito. A audácia dele nunca deixou de me
surpreender. Eu não podia acreditar que ele tinha expulsado Bradley
da minha casa, e o pior foi que Bradley foi embora.

Ele não sabia se Jax poderia ser um serial killer, e ele me deixou
para morrer.

Bela maneira de escolhê-los, Sophie.

Eu tinha o pior gosto para homens.

Minhas emoções misturadas estavam ensandecidas. Eu não


conseguia acompanhar o furacão que Jax estava agitando na minha
vida, e eu odiava que ele tivesse tanto controle sobre mim como se eu
ainda fosse aquela garotinha completamente dedicada a ele.

Como ele descobriu? Depois de todo esse tempo? Todos esses anos? Quem
disse a ele?
Vesti um jeans e camisa branca enquanto contava até dez,
tentando acalmar meus nervos excessivamente ansiosos.

—Estou aqui para pedi-la em casamento.

Essas palavras se repetiam sem parar em minha mente. Ele não


podia estar falando sério. Inalando outra respiração profunda, abri a
porta do meu quarto e voltei para a cozinha. Só que Jax não estava
onde eu o havia deixado. Em vez disso, ele estava de pé em frente à
lareira, segurando a foto de Ben recém-nascido em meus braços.

Eu tinha acabado de tê-lo, e minha mãe tirou essa foto. Ela era
que estava na sala de parto comigo.

Ele não se virou quando me ouviu entrar na sala, tudo o que


ele disse foi: —Por quê?

—Por que o quê, Jax?

—Não brinque comigo, Sophie.

—Não brincar? —Eu zombei com desgosto. —Pelo que me


lembro, tudo que você fez foi brincar, Jax. Qual é a sensação?

Ele se virou para me encarar. —Por que você não me disse


que estava grávida?

—Por que eu diria a você se ele não é seu?

—Você realmente vai ficar aí e continuar mentindo na minha


cara?

Eu não queria brigar com ele. Eu mal queria falar com ele. —
Você precisa sair da minha casa.

—Eu não vou embora até que você me diga a verdade.

—Não te devo nada. Depois da cena que você acabou de fazer,


você tem sorte de eu não chamar a segurança para escoltá-lo para fora.
—Querida, você deveria estar me agradecendo. Você quer
estar com um homem que é um completo maricas?

—Você não tinha o direito.

—Tenho todo o direito do mundo de proteger o que é meu.

Balancei a cabeça com firmeza. —Eu não sou sua, Jax.

—Isso está em debate, mas eu não estou falando de você. —


Ele levantou o porta-retratos. —Estou falando dele.

—Não tenho nada a dizer a você.

—Bem, eu tenho muito a dizer a você.

—Excelente. Só que eu não me importo de ouvir.

—Ou você ouve de mim, ou vai ouvir do meu advogado.

—Seu advogado? —Eu questionei, oprimida pela virada dos


acontecimentos. —O que seu advogado tem a ver com isso?

—Por lei, Sophie, ele é meu.

—Você nem entende o significado dessa palavra.

—Entendo o que vai acontecer se eu for perante o juiz e


solicitar um teste de paternidade.

—Seu idiota de merda!

—Aí está ela. Aí está minha garota mal-humorada saindo para


brincar.

—É tudo isso para você, não é? Apenas mais um jogo! Você


não pode invadir minha casa e começar a fazer exigências, Jax! Não
me importa quem você pensa que é! Esta é a minha casa. Agora dê o
fora daqui!
—Vou embora assim que você me disser que ele é meu. Não
meça forças comigo, Sophie. Você não vai gostar das consequências.

Minha raiva explodiu.

Grande.

Alta.

Estrondosa.

Peguei a primeira coisa que vi, que por acaso eram as rosas que
Bradley me deu, e as joguei na cabeça dele.

Claro, ele se abaixou e estava na minha cara em três passos.


Pressionando-me contra a parede, ele me enjaulou com os braços ao
lado da minha cabeça.

Eu não recuei, mantendo meu queixo mais alto em desafio. —


Eu não tenho medo de você.

—Isso é interessante porque eu tenho pavor de você. Como


você pôde mantê-lo longe de mim?

—Eu não fiz isso. Ele não é seu.

—Você está mentindo. Quer saber como eu sei?

—Não quero saber de nada. Tudo que eu quero é que você vá


embora. Agora!

—Você pisca quando mente.

—Eu não pisco.

—Você pisca.

Eu gemi de frustração, empurrando-o para longe, mas ele não


se moveu um centímetro.
Maldito quarterback

Apesar da minha recusa, ele continuou falando. —A primeira


vez que percebi isso foi quando você me disse que não queria que eu
te beijasse. Você estava mentindo na época e está mentindo agora.

Balancei minha cabeça, perplexa com sua declaração. —Como


você se lembra disso?

Ele afastou o cabelo do meu rosto, colocando-o atrás da minha


orelha. —Lembro-me de tudo sobre você. A maneira como você não
conseguia me olhar nos olhos quando outras pessoas estavam por
perto, mas eu tinha sua total devoção quando estávamos sozinhos.
Ou como eu não podia tocar sua pele sem que seu rosto ficasse
corado, exatamente do jeito que está agora.

—Se meu rosto está corado, é só porque você está me


irritando!

—Você quer saber o que eu mais lembro?

—Não.

Ele ignorou minha resposta, afirmando: —O seu gosto na


minha boca. Quão molhada você ficava quando eu mal te tocava.

—Pare com isso.

—Parar o quê? De dizer a verdade?

Eu não conseguia processar tudo o que ele estava confessando


rápido o suficiente. Era como uma afirmação atrás da outra. Ele
estava explodindo minha mente, e eu o odiava por isso. Tudo o que
eu queria era fazer parte de sua vida, e ele era inflexível em garantir
que eu não fizesse.

Durante anos, ele me tocou como um violino, e eu


estupidamente deixei. Se ele pensou que poderia simplesmente
aparecer do nada e ser tudo que eu sempre quis, então ele tinha outra
situação pela frente.

Eu não era mais aquela garota.

Ele se certificou disso.

—Minha lembrança favorita de você é...

—Já chega dis...

—De como você iluminava meu mundo com apenas um


maldito sorriso.

Jax

Os olhos dela se arregalaram, absorvendo cada palavra que eu


estava dizendo. Por um minuto, esqueci o quão furioso eu estava com
ela. Perdendo-me nessa conexão consumidora que sempre tivemos
desde a primeira vez que coloquei os olhos nela enquanto a observava
sair do carro de sua mãe pela janela do meu quarto.

Ela era angelical.

Cativante.

Perfeita pra caralho.

—O que você quer de mim, Jax?

—Você sabe o que eu quero, Soph. É o que eu sempre quis.

—Eu nem sei o que isso significa.

—Pare de fingir que não me conhece.


—Eu não estou fingindo. Eu não te conheço, e nunca conheci.

—Isso é mentira, e você sabe disso.

—Eu quero que você vá embora.

—Não vou embora até que você me diga a verdade.

—Eu já disse. Ele. Não. É. Seu.

Ouvi-la mentir para mim tão facilmente não era algo para o
qual eu estava preparado. Em vez de continuar essa discussão sem
fim, decidi que era melhor eu ir.

Eu a avisei.

O que acontecesse a seguir seria apenas culpa dela. Seus olhos


nunca deixaram os meus, esperando pelo meu próximo movimento.
Ela não tinha ideia do que estava fazendo. Isso era apenas o começo.

Passo a passo, eu me afastei em direção à sua porta até que não


houvesse mais passos a dar. Em vez de deixar minhas palavras falarem
por si mesmas, permiti que minhas ações assumissem o controle.
Tirando o que estava no meu bolso, mostrei a ela a escova de cabelo
que peguei de seu banheiro quando ela estava se trocando.

Eu não queria fazer isso, mas que outra escolha eu tinha?

Sua boca se abriu, vendo a verdade gritante na frente de seus


olhos. —Por favor, não faça isso.

—Diga-me a verdade e eu não vou.

Ela fechou os olhos e desviou o olhar, sabendo que eu a tinha


colocado contra a parede.

—Seu silêncio fala muito.

—Sim, bem, sua audácia me deixa doente.


—Querida, você ainda não viu nada. Estarei de volta amanhã
de manhã. E só para deixar claro... —Abri a porta, falando com
convicção...

—Com o teste de DNA provando que sou o pai dele.

Querendo dizer cada palavra.


CAPÍTULO 07

Jax

Passado

Já era tarde quando entrei na festa de Halloween vestido com


minha camisa e um jeans. Esta era a minha fantasia. A casa estava
lotada de gente da nossa escola, bebendo e agindo como idiotas. A
festa era exatamente como eu esperava.

O lugar estava lotado, o álcool fluindo livremente, e a música


estava alta. Eu não era muito de bebidas alcoólicas. Minha vida girava
em torno do futebol, e a última coisa que eu precisava era acordar de
ressaca para dar voltas ao redor do campo às cinco da manhã.

Eu estava constantemente treinando e me mantendo em


forma. Era assim que eu continuava sendo o melhor quarterback do
nosso estado. Na semana passada, finalmente fiz minha escolha de
jogar futebol universitário pelo Texas. Eu não estava pronto para
deixar minha cidade natal, sabendo que eventualmente teria que me
mudar para qualquer time que me convocasse para a NFL.

Kinley ficou em êxtase com minha decisão de ficar por um


tempo, pelo menos nos próximos quatro anos. Estaríamos nos
formando no ensino médio na primavera, e eu mal podia esperar.
Tudo o que eu sempre quis foi jogar profissionalmente. Era para isso
que eu trabalhava tão duro, determinado a fazer as coisas acontecerem
por mim mesmo, não importava o que acontecesse. Não parecia um
sacrifício perder coisas normais que caras da minha idade estavam
fazendo.
Eu jogava futebol e fodia.

Para mim, isso era o suficiente.

—Ei! —Kinley cumprimentou, caminhando até mim. —Você


conseguiu. —Ela estava vestida de Chapeuzinho Vermelho.

—Christian é o Lobo Mau? —Eu provoquei.

—E nunca se esqueça disso. —Ele respondeu, entregando


uma bebida a Kinley.

Eu ri, pegando a cerveja gelada da mão dele. —Obrigado.

—Você está bebendo? —Kinley perguntou, esfregando as


costas de Christian. Plenamente consciente de que eu o estava
provocando.

—Uma cerveja não vai me fazer mal.

Ela sorriu. —Talvez não você, mas definitivamente está


afetando a filha da sua governanta.

Eu arqueei uma sobrancelha.

—O quê?

Kinley acenou com a cabeça para atrás de mim, e eu nunca


esperava ver o que vi quando me virei. Sophie estava dançando sobre
uma mesa, vestida com um maldito uniforme de líder de torcida. Foi
a primeira vez que percebi que ela sabia dançar.

—E você mora com ela? —Christian provocou, fazendo com


que Kinley lhe desse um tapa no peito.

Tudo o que eu podia fazer era balançar a cabeça em descrença,


hipnotizado pela forma como ela balançava os quadris ao ritmo da
música.
—Porra! —Eu expirei, congelado no lugar onde eu estava.

No meio do meu próprio inferno pessoal, eu assisti quando


um dos meus companheiros de equipe, Derrick, puxou a prega de sua
saia. Em um piscar de olhos, ela começou a balançar a bunda em cima
dele. Suas nádegas estavam completamente à mostra para todos
verem.

Em um segundo, eu fui de chocado a lívido.

Eu não falava com ela desde a semana passada, quando lhe


pedi para assistir a um filme comigo. Eu estava ocupado com o
futebol e não tinha tempo para mais nada. Apenas quando ela se
agachou na frente dele, chegando perto de seu rosto, que eu realmente
perdi a cabeça.

Eles pareciam estar prestes a se beijar, e eu entrei em ação, indo


em direção a eles.

—Jax! —Uma garota jogou os braços em volta do meu


pescoço. —Aí está você! Eu estava te procurando!

Sophie deve ter ouvido meu nome porque sua cabeça virou na
minha direção, recuando quando me viu chegando...

Diretamente. Até. Eles.

—Jax. —Ela persuadiu em um tom cauteloso. Apenas


acionando a fúria dentro de mim, de uma forma que eu nunca tinha
experimentado antes.

—Ja...

Minhas mãos estavam ao redor de suas coxas, puxando-a para


fora da mesa e jogando-a sobre meu ombro.

—O que você está fazendo? —Ela gritou, tentando lutar


comigo.
—Chega!

Ela estremeceu, surpreendida pelo meu tom severo. Eu nunca


havia gritado com ela antes, mas eu estava além do ponto da razão.
Ela estava despertando um tipo de ciúme em mim que eu nem sabia
que existia.

—Não! Coloque-me no chão! Você está me envergonhando!

—Você está se envergonhando!

Ela chutou as pernas, se debatendo. Eu fiz a única coisa que


pude, bati na bunda dela.

Com força.

Ela gritou, e eu não perdi tempo. Eu a carreguei para fora de


casa e em direção à minha caminhonete, inflexível à decisão de levá-
la para casa. Qualquer bom senso que eu tinha parecia voar pela
maldita janela com a bunda dela na porra da minha cara.

—Jax, você está sendo ridículo! O que você pensa que está
fazendo?

—Eu vou te levar para casa.

—Eu disse à minha mãe que estava na casa de uma amiga. Se


você me levar para casa, tudo o que você está fazendo é me colocar
em apuros.

—Não mais do que você estava se metendo.

—Eu não estava fazendo nada de errado! Estava apenas


dançando!

—Não me tente, Soph. Eu sei exatamente o que você estava


fazendo, e Derrick estava a segundos de enfiar a língua na sua
garganta e os dedos na sua boceta.
Ela engasgou. —Você não pode falar comigo desse jeito!

Pressionando o botão na caçamba da minha caminhonete,


esperei até que a tampa traseira estivesse abaixada antes de bater a
bunda dela nela e ficar entre suas pernas.

Meus lábios estavam agora a centímetros de sua boca. —Quem


vai me impedir, Baby Soph?

—Você está agindo como se estivesse com ciúmes.

—Talvez eu esteja.

Seu olhar se arregalou, surpreso com a minha resposta.

—Sim, você e eu, Soph.

Nenhum de nós disse nada, e o silêncio era ensurdecedor entre


nós. No entanto, foi a turbulência que senti ao vê-la vestida com esse
maldito uniforme, dançando como se ela fosse apenas mais uma líder
de torcida vadia que estava causando estragos em minha mente.

O que quer que estivesse acontecendo entre nós era quase


demais para eu entender. Eu mal conhecia essa garota, mas isso não
me impediu de querer protegê-la dos meus companheiros de equipe
que só iriam fodê-la e deixá-la. Não que eu fosse melhor... eu era
exatamente como eles. Ela precisava ficar longe de mim também.

Embora estivesse se tornando óbvio que eu não podia ficar


longe dela.

O delineador preto espesso em seus sedutores olhos castanhos


estava mexendo com a minha cabeça. Junto com o brilho em seus
lábios carnudos, fazendo-os parecer maiores do que eram. Ela
cheirava a algodão doce, e eu queria provar.

Seu cabelo estava preso em tranças, e eu não pude deixar de


imaginar agarrando-as enquanto ela chupava meu pau.
Não havia como resistir à atração gravitacional que ela tinha
sobre mim.

Eu estava à mercê dela, perguntando novamente: —Quão


inocente você é, Sophie?

—Por que isso importa?

—Porque importa... a mim.

Ela lambeu os lábios, me provocando.

Minhas mãos não se moveram de sua cintura fina, e só para


ouvi-la choramingar, apertei com um pouco mais de força. Ela me
deu o que eu desejava, embora não tivesse respondido minha
pergunta.

—O que você está fazendo aqui?

—Estou em uma festa, Jax. Você sabe, é o que as pessoas da


nossa idade fazem.

—Por que você está vestida com esse maldito uniforme?

Ela olhou para si mesma. —Você não gosta?

—Eu odeio.

—Mas você está sempre com líderes de torcida.

—Essa é a sua maneira de admitir que você usou isso para me


atingir?

Ela deu de ombros.

Concentrando-me nela, tentei manter meu temperamento sob


controle. Chateado que ela pensasse que eu queria que ela se parecesse
com as garotas com quem eu me envolvia.
—É porque eu não o preencho como as garotas que você está
acostumado?

—Você não me entende, não é? Eu gosto que você seja


pequena. Significa que posso colocá-la onde eu quiser.

—Como na caçamba da sua caminhonete?

—Você prefere a cama no meu quarto?

—É para onde isso está indo?

—Não.

—Por que não?

—Você precisa ficar longe de mim, Sophie.

—Não fui eu quem jogou você por cima do ombro, foi? Estou
apenas tentando me encaixar, e você acabou de me humilhar na frente
de quase todos da nossa escola. Você tem ideia de como é difícil ter
dezessete anos e nunca ter feito...

—Nunca ter feito o quê, Baby Soph?

—Odeio quando você me chama assim. Eu não sou um bebê,


e é uma droga que você me veja como um.

—Confie em mim, se eu pensasse que você é um bebê, você


não estaria contra o meu peito agora.

—Prove.

—Não posso.

Ela revirou os olhos. —Então você está mentindo! Você me


vê como um bebê!

—Pelo amor de Deus.


Nunca esperei o que aconteceu a seguir. Com toda a sua força,
ela me empurrou e eu deixei. Uma vez que ela estava fora do meu
alcance, ela pulou da carroceria da minha caminhonete e começou a
marchar de volta para a festa.

—Tudo bem! Faça do seu jeito! Se você não vai me beijar,


tenho certeza de que alguém vai!

Eu gemi, agarrando meu rosto em frustração. —Você está


agindo como uma criança!

—E você está agindo como um idiota!

—Sophie, volte aqui!

—Pare de mandar em mim! Eu posso fazer o que eu quiser, e


neste momento eu quero que meu primeiro beijo seja com um cara
qualquer nessa festa!

—Primeiro beijo. —Eu disse para mim mesmo.

Era pior do que eu pensava. Ela era mais inocente do que eu


poderia ter imaginado.

—Talvez depois eu o deixe tirar minha virgindade também!


Mas não se preocupe! Vou me certificar de que ele use camisinha!

—Puta merda... —Antes mesmo que eu soubesse o que estava


fazendo, meus pés estavam se movendo por conta própria.

E o que a merdinha fez?

Ela começou a correr de mim.

Como eu não tinha escolha, joguei-a no chão e me certifiquei


de que ela caísse em meus braços antes de nos virar. Seu corpo estava
agora debaixo do meu, e eu a enjaulei com meus braços ao redor de
sua cabeça, sustentando meu corpo para que eu não esmagasse seu
corpo minúsculo.
Ela olhou para mim. —Isso era mesmo necessário?

—Você nunca deve fugir de um quarterback, a menos que


queira se machucar.

—Não pode ser pior do que você me rejeitando.

—Isso não poderia estar mais longe da verdade.

—Tanto faz. Eu nem quero que você me beije mais. Você


pode sair de cima de mim agora?

—Sophie...

—Estou falando sério. Eu não sei por que queria que você me
beijasse. Pelo que ouvi, você realmente não beija as garotas com quem
fica. Você provavelmente é horrível nisso.

—Agora você não quer que eu te beije?

Ela piscou, mentindo: —Não. De jeito nenhum.

Inclinei-me, fechando a pequena distância entre nós.


Lentamente, rocei meus lábios sobre os dela. Mal tocando sua boca,
apenas o suficiente para provar que ela queria meus lábios nos dela.

—Tem certeza que não me quer, Soph?

—Hum hum.

De um lado ao outro, minha boca roçou a dela enquanto eu


estendia a mão e segurava seu rosto. Com meus polegares acariciando
a pele macia de suas bochechas, cavei minha própria cova.

Rosnando: —Bem, já que você não vai me dar, eu vou ter que
roubar.

E então eu bati minha boca na dela.


Sophie

Dizem que quando você dá seu primeiro beijo, você vê


estrelas. Jax não apenas me fez ver estrelas, ele me fez ver toda a
galáxia.

Era brilhante.

Ousada.

Explodindo a Terra.

Palavras não poderiam descrever este momento no tempo. Por


um segundo, parecia que o mundo tinha parado de girar e éramos
apenas nós. Ali mesmo, na grama, com ele em cima de mim, eu senti
tudo. De seus lábios a seu peito e até seu pau, ele era meu.

Fechei meus olhos com força, minha respiração ficou presa, e


eu mergulhei no passeio que era Jax Colton.

Seus lábios eram ásperos, mas suaves contra os meus. Meu


coração batia tão rápido que eu podia senti-lo batendo no meu crânio,
nos meus ossos, na minha alma. Tentando seguir o movimento de sua
boca, eu lentamente separei meus lábios enquanto ele me puxava para
mais perto dele como se já não estivéssemos perto o suficiente.
Minhas mãos deslizaram por seus braços até seu peito, querendo
sentir se seu coração estava batendo tão rápido quanto o meu.

Estava, o que me fez sorrir contra sua boca.

Eu segui seu ritmo.

Seus movimentos.

Devagar.
Suavemente.

Apaixonadamente.

Ele estabeleceu o ritmo para nós.

Sua língua tocou meus lábios, fazendo com que esse


formigamento ganhasse vida no núcleo do meu corpo. Assim que sua
língua procurou a minha, eu estava acabada. Perdendo-me no feitiço
que era seu cheiro, seu gosto, ele estava consumindo tudo.

Um gemido suave escapou da minha boca, e ele me beijou com


mais força.

Mais rápido.

Deixando-me sem fôlego e querendo mais.

Pensamentos incoerentes corriam soltos em minha mente. Um


atrás do outro, era um furacão de confusão e, em seu rastro, estava
ele, de pé no olho da tempestade comigo em seus braços.

Eu nunca esqueceria o que ele sussurrou em seguida...

Seria para sempre uma parte de mim, como ele estava


lentamente se tornando. Algo me dizia que era exatamente o que ele
queria. O que ele afirmou a seguir só provaria meu ponto de vista.

—Pronto, Soph, eu apenas peguei o que me pertencia.

Daquele dia em diante, eu era dele.


CAPÍTULO 08

Sophie

Presente

Como eu estava esperando que Jax aparecesse bem cedo, eu


estava preparada desta vez.

Só... que ele também estava.

Estávamos sentados à mesa da minha sala de jantar. Eu estava


em uma ponta enquanto ele estava na outra com nossos advogados
ao nosso lado. Jax trouxe toda a sua equipe. Estavam presentes sua
agente e publicitária, Autumn, que eu reconheci, o que me deixou
nervosa. Eu sabia que ela era a melhor publicitária do mercado, e tê-
la ali parecia uma emboscada.

—É bom ver você novamente, Sophie.

—Eu gostaria de poder dizer o mesmo.

Ela acenou com a cabeça. —Entendo que você esteja farta de


mim, mas posso garantir que não quero te fazer mal.

—Então por que você está aqui?

—Jax não te contou?

Minha carranca encontrou a dele do outro lado da mesa. —


Não. Ele está cheio de surpresas ultimamente.
Seu advogado foi direto ao assunto, tirando um documento de
sua pasta. Ele declarou: —Temos os resultados do teste de
paternidade de seu filho.

Estreitando meus olhos, eu olhei para o documento que ele


colocou sobre a mesa.

—Como você pode ver, testamos vinte e um marcadores de


DNA entre seu filho e o Sr. Colton para ver se eles compartilham
uma composição genética.

Eu não estava prestando atenção em nada que ele estava


dizendo. Meus olhos estavam grudados no número preto em negrito
na parte inferior do relatório.

99,9%

Declarando que Jax era o pai do meu menino.

—Você ouviu o que eu disse, Srta. Hayes?

Meu olhar se dirigiu para seus advogados.

—Este teste de DNA prova que meu cliente é de fato o pai


biológico de seu filho.

Seu advogado anunciou com facilidade, como se não fosse


nada de mais quando era algo muito importante. Como se aquela
declaração não apenas arruinasse minha vida e virasse tudo pelo que
trabalhei tão duro de cabeça para baixo.

Minha carreira.

Minha identidade.

Meu menino...

Ele nunca perguntou sobre seu pai, mas eu sabia que era
apenas uma questão de tempo até que as perguntas batessem à minha
porta. Eu não estava preparada para enfrentar a verdade de Jax.
Quando descobri que estava grávida, não sabia o que fazer.

O que dizer.

Por onde começar.

Eu nunca pensei em ter filhos até que o teste de gravidez ficou


rosa com um sinal positivo. Eu tinha vinte e seis anos e naquele
momento da minha vida, pensei que já o tinha superado. Então eu fui
atingida com a realidade de um lembrete diário do homem que partiu
meu coração e não deu a mínima para isso.

Uma das características que eu mais gostava em Jax eram seus


olhos, e meu filho os herdou.

O que eu ia dizer a ele?

Ben adorava futebol e agora estava prestes a descobrir que seu


pai era o “maior de todos os tempos”.

Gemi com o pensamento até que meu advogado me arrancou


deles.

—Meu cliente quer que isso permaneça amigável entre vocês


dois.

—Quero a custódia total.

Meus olhos se arregalaram para Jax com sua declaração. —


Você só pode estar brincando comigo?

—Parece que estou brincando?

—Você não tem direito.

Ele pegou o teste de DNA. —Isso prova o contrário.


Olhei para o meu advogado. —Ele não pode fazer isso! Diga-
me que ele não pode fazer isso!

—Eu não vou precisar se você concordar em se casar comigo.

Meu olhar voou de volta para Jax. —O quê?

—Você me ouviu.

—Eu posso ter ouvido você, mas eu com certeza não entendi.
Casar com você? Você perdeu a cabeça?

—Muito pelo contrário, Sophie. Nunca tive tanta certeza de


nada em toda a minha vida.

—Do que se trata? O que você quer?

—Que você seja minha esposa.

Sacudi minha cabeça, totalmente confusa.

—O que Jax está tentando dizer. —Autumn entrou na


conversa, trazendo minha atenção para ela. —É que funcionaria
muito a seu favor se você concordasse em ser sua esposa temporária.

—Agora você me confundiu completamente.

—Certo. —Ela fez uma pausa, tirando mais documentos.


Exceto que este parecia ser um contrato. —Este acordo ajudará você
a entender. Você pode dar uma olhada e, se tiver alguma estipulação,
qualquer coisa que queira adicionar ou alterar, podemos resolver isso.

—Podemos resolver isso? Vou me casar com você ou com Jax?

Ela deu um sorriso tranquilizador. —Você vai se casar com


Jax, mas vamos trabalhar em conjunto para garantir que você esteja
confortável com tudo. Estou falando sério. Eu prometo. Você dita as
regras.
—Que regras? Eu nem sequer entendo por que temos que nos
casar! Não estamos apaixonados.

—Fale por você.

Meus olhos mais uma vez voaram para Jax. —Você nem sabe
o significado da palavra. Não sou mais criança. Você não pode me
manipular como costumava fazer.

—Eu não estava manipulando você naquela época, e não estou


agora.

—Mentira! Eu me caso com você ou então você vai brigar


comigo pela custódia total? Isso é muita manipulação, Jax!

—Sop...

Autumn levantou a mão, interrompendo-o. —Tenho certeza


que você ouviu as notícias da negociação dele?

—O que isso tem a ver com alguma coisa?

—Tem a ver com tudo. A mídia o rotulou de traidor, e você e


eu sabemos que isso não poderia estar mais longe da verdade. Jax vive
e respira futebol, ele sempre foi assim.

—O que isso tem a ver comigo?

—Estamos tentando aliviar sua situação atual fazendo com


que ele se case. Seu casamento será falso.

—Casamento falso? Então não temos que nos casar de


verdade?

—Não. —Jax retrucou. —Você vai se casar comigo, Soph.


Você levará meu nome, e nosso filho também.

—E se eu recusar? Você vai fazer o quê? Brigar na justiça por


Ben?
—Ben?

Limpei minha garganta, encontrando seus olhos. —É o nome


dele. Benjamim Hayes.

—Qual é o nome completo dele?

—Eu acabei de te dizer.

—Estou perguntando pelo nome do meio dele.

Desviei o olhar.

—Você pode me dizer o meio dele...

—É Jax! —Eu gritei para ele, e o filho da puta teve a coragem


de sorrir para mim. Olhei para o meu advogado. —Por que você está
aqui se não vai fazer nada? Você não pode se opor, negar ou dizer a
ele para ir à merda?

—Eu não me lembro de você ter uma boca tão suja, Sophie.

—O que posso dizer, idiota? Você desperta o que há de pior


em mim.

—Bem, você traz à tona o melhor em mim.

—Eu sou imune ao seu charme de quinta, Jax. Não vou cair
nessa de novo, e estou ofendida que você pense que eu cairia.

—Você não teve nenhum problema com isso na noite em que


fizemos Ben.

—Porque eu queria me vingar de você!

—Se vingar de mim? —Ele me prendeu com um olhar


confuso, e eu odiei ter falado demais.

—Eu não vou me casar com você. Não me importo se é falso,


eu não vou fazer isso.
—Então não terei escolha a não ser tirar Ben de você. Você
escondeu meu filho de mim... O juiz vai ficar do meu lado. Não vai
ser preciso muito para fazer sua caveira, Sophie. Não me faça fazer
isso. Por mais furioso que eu esteja com você, é a última coisa que
quero fazer.

Eu choraminguei, segurando minha cabeça em minhas mãos.


Parecia que meu mundo inteiro estava desmoronando sobre mim. —
Você não pode fazer isso.

—Seja minha esposa, e eu não farei.

Eu rosnei através de uma mandíbula apertada. —Por quanto


tempo?

Foi Autumn quem respondeu. —Até o final da temporada. Vai


ser cerca de meio ano.

—Oh meu Deus, eu não posso acreditar que isso está


acontecendo. Como isso está acontecendo?

—Eu não quero te machucar, Soph.

Eu olhei para ele. —Então por que você está? Ben nem te
conhece. Você pode pensar nele por um segundo?

—Agora você está preocupada com Ben? E quanto a ele estar


sendo criado sem pai? Isso não te preocupava?

—Que tipo de pai você teria sido, Jax? Veja seu estilo de vida!
Você está com uma mulher diferente a cada noite, e quantas delas
afirmaram que você as engravidou? Eu não queria que ele fosse
apenas mais um nome na sua lista, ok? Você vive e respira futebol.
Você não tem tempo para ele, e eu me recusei a deixar que você o
machucasse de alguma forma. Especialmente pelo seu tempo. Não
disse a você porque estava tentando protegê-lo. Tudo que você faz é
usar as pessoas, exatamente como você está tentando me usar agora,
e eu não vou tolerar isso! —Com isso, eu me levantei abruptamente
da mesa e derrubei minha cadeira no processo.

Eu precisava de um minuto para organizar meus pensamentos


e descobrir o que eu ia fazer. Em vez de continuar com essa discussão
inútil, saí para a minha varanda para respirar o ar fresco. Apoiando-
me no parapeito, deitei minha cabeça em minhas mãos.

Meu coração batia forte e minha cabeça doía.

Eu estava ferrada.

—Eu sei o quanto isso é difícil para você, Sophie. —Autumn


simpatizou quando de repente surgiu de pé ao meu lado, encostada
no parapeito, imitando minha posição.

—Você não tem ideia do que está pedindo.

—Na verdade, eu tenho. Eu sei exatamente o que você está


passando porque eu passei por algo parecido com Julian.

—Sim, eu soube.

—Eu imaginei que você soubesse. Éramos notícia de primeira


página, mas essa não era a história verdadeira. Julian, sendo Julian, a
virou em seu favor.

—O que você quer dizer?

—É uma longa história, mas para resumir ele não sabia que
tivemos uma filha depois que ele deixou a cidade.

Eu me ergui, não esperando que ela dissesse isso.

—Você tem suas razões para não ter dito a Jax, e eu respeito
isso. Ele não tem a melhor reputação com as mulheres, e
provavelmente há uma mulher a cada dois meses alegando que está
grávida dele, mas posso garantir que você é a única que tem um bebê
dele.
Eu zombei com uma risada, apesar de ainda querer torcer o
pescoço dele.

—Eu sei como é difícil se sentir encurralada, e prometo que


estarei do seu lado o tempo todo, Sophie. O que quer que você precise
ou queira, eu farei acontecer, mas você tem que fazer isso por ele. —
Ela deu de ombros. —Você deve isso a ele, não acha?

—Há mais do que apenas Ben, Autumn. Eu tenho uma


carreira.

—Eu sei.

—Como assim, você sabe?

—Eu sei quem você é.

—E aqui eu pensei que Jax era o único que tinha surpresas.

—Eu sou publicitária, Sophie. É meu trabalho saber tudo.

—Há quanto tempo você sabe?

—Alguns dias. Eu descobri depois que te encontrei.

—Você me encontrou?

—Sim. Depois de sua noite com Jax, Caleb passou o mês


seguinte tentando encontrar você para ele.

Meu queixo caiu. —Você está mentindo.

—Vá perguntar a ele você mesma.

Era como um golpe atrás do outro. Minha cabeça estava


girando com a sobrecarga de informações que ela estava
compartilhando.

—Caleb não encontrou você, mas eu encontrei. Eu entendo


porque você estava escondendo sua identidade. Você tinha um filho
em quem pensar. De uma mãe para outra, sei o quanto é importante
mantê-lo longe dos holofotes. Esta indústria pode comer e cuspir
você. É o risco que se corre por estar sob olhos do público. Jax é, de
longe, um dos atletas mais famosos do nosso tempo. Ele vai entrar
para a história como o “maior de todos os tempos”, e isso é muito
para uma criança enfrentar. A imprensa segue cada movimento dele,
mas você sabe que no final das contas, o drama vende. A maioria das
histórias que você lê sobre ele são falsas. Eu sei que você sabe disso.

—Eu não sei nada. Muito menos qual é a verdade ou mentira


quando se trata de Jax. Achei que sabia quem ele era, esperava que
soubesse, mas não poderia estar mais errada. Eu não o conhecia de
jeito nenhum.

—O que aconteceu entre vocês dois?

—Eu não quero falar sobre isso. Não importa. Eu não sou
mais aquela garota, e Jax está tristemente enganado se acha que eu
vou ser.

—Eu entendo.

—Acho que você não entende. Eu não posso fazer isso. Eu


não posso ser a esposa dele, mesmo que seja falso.

—Por que você acha isso, Sophie?

—Onde você quer chegar, Autumn?

—Talvez o fato de você não querer fazer isso por ele seja
porque você está com medo de se apaixonar por ele novamente...

Eu balancei minha cabeça. —Não é isso.

—Tem certeza?

—Tenho.
—Tudo bem, então faça isso por seus fãs. Se Jax te levar ao
tribunal, tudo virá à tona, e eu não serei capaz de te proteger. Seus fãs
acreditam no amor, é por isso que eles leem seus livros. Se
descobrirem que você manteve seu filho longe do pai dele, acho que
você não será capaz de se recuperar disso. Independentemente das
suas razões.

—Então o que você está dizendo é que tenho que casar com
Jax, ou minha base de fãs vai se voltar contra mim?

—Algo parecido. Você trabalhou muito duro para deixar isso


acontecer. Além disso, seus fãs querem saber quem você é, e eu não
os culpo. Seus livros são incríveis.

—Você os leu?

—Você é uma das minhas autoras favoritas.

—Oh...

—Ouça, eu realmente acredito que tudo acontece por uma


razão, e este é o momento perfeito. Jax se casando com uma autora
de romances, não poderia ser melhor mesmo se eu tivesse inventado.
O público irá à loucura, e sua base de fãs vai crescer aos milhões. As
mulheres são obcecadas por Jax, e você está prestes a assumir tudo
isso. Você não poderia pagar por esse tipo de publicidade.

Eu inalei outra respiração profunda, tentando reunir minha


orientação e sanidade. Parecia que eu estava perdendo a cabeça.

—Vou dar-lhe alguns minutos para refletir. Quando estiver


pronta, mostrarei o contrato. Podemos acertar os detalhes e agendar
um cronograma para começar sua festa de noivado.

—Festa de noivado?
—Sim. O pacote completo, Sophie. Seus amigos e familiares
precisam pensar que este é o seu felizes para sempre dos contos de
fadas.

—Oh meu Deus.

Ela esfregou minhas costas por um segundo antes de se virar


e sair.

Não pensei duas vezes, fazendo a única coisa que podia. Peguei
meu telefone do meu casaco e liguei para a única pessoa que poderia
fazer algo a meu favor. Eu sabia que ele estava na cidade a negócios.
Deveríamos jantar com ele esta noite.

Ele atendeu no segundo toque, e eu não hesitei em admitir...

—Papai, eu preciso da sua ajuda.


CAPÍTULO 09

Jax

Sophie voltou para a mesa. Ela estava na varanda há uma


eternidade, me fazendo perder a pouca paciência que eu tinha com
essa situação. Eu estava a minutos de jogá-la por cima do ombro e
trancá-la em minha casa até que ela concordasse em se casar comigo.

Eu não sabia por que eu pensei que isso seria fácil, nada com
ela nunca foi.

Quando ela começou a andar em direção à porta, eu explodi:


—Onde você pensa que está indo? —Esperando que ela saísse daqui.

Ela sabia mais do que ninguém que eu não tinha nenhum


maldito problema em ir atrás dela e derrubá-la no chão se fosse
preciso.

—Não vou a lugar nenhum. —Ela respondeu, abrindo a porta.

Pisquei, e ela revelou o homem que eu menos esperava.


Reconhecendo-o: —Obrigada por ter vindo, pai.

—Pai? —Exclamou Caleb. Congelado no lugar em que estava


sentado. —Você só pode estar brincando comigo?

Sophie sorriu, travando os olhos comigo. —Você conhece


meu pai, certo? Quero dizer... —Ela deu de ombros. —Afinal de
contas, ele é seu novo treinador de futebol.

—Oh, merda. —Autumn murmurou, olhando para mim.

—Achei que você soubesse de tudo, Ruiva.


Seu olhar surpreso não vacilou do meu. Embora ela
permanecesse calma e controlada, eu podia ver as engrenagens
trabalhando em sua cabeça. Imediatamente entrando no controle de
danos, pensando em como ela poderia virar o jogo e usá-lo a nosso
favor.

O pai de Sophie não perdeu tempo. Ele entrou com dois


homens ao seu lado vestidos de terno. Acenando para Autumn, ele
ordenou: —Meus advogados querem ver esse contrato.

Ela o entregou diretamente a ele enquanto meu advogado


informava: —Meu cliente tem todo o direito sobre seu filho.

Os olhos de seu pai encontraram os dele enquanto ele passava


o contrato para seus homens que foram direto para o trabalho. Eles
saíram da sala, levando consigo o acordo.

—Só estou tentando entender as coisas aqui. Eu estava na


cidade para alguns negócios com meus advogados. —Ele explicou,
seu olhar voltado para todos nós, incluindo sua filha. —Sophie e Ben
iam jantar comigo esta noite, e agora estou surpreso com a notícia de
que Ben é seu filho. Quero começar dizendo que tudo isso é novidade
para mim. Eu não sabia que você era o pai de Ben. Se eu soubesse,
esta situação não estaria acontecendo agora. Eu não tinha ideia.
Sophie só me contou há cerca de meia hora. Até então, eu achava que
Ben era o resultado de um caso de uma noite.

—Ele foi. —Sophie concordou, apenas me irritando ainda


mais, o que nunca foi uma coisa boa.

O pai dela era meu novo treinador, e a última coisa que eu


precisava era ficar em maus lençóis com ele, mas eu não iria me
render.

Não era da minha natureza.

—Você disse que mal conhecia o pai, Sophie.


—Eu não conhecia, pai.

—Você viveu com Jax. Há quanto tempo isso já estava


acontecendo?

—Desde o momento em que a vi sair do carro da mãe.

Ela olhou para mim antes de olhar de volta para seu pai. —Eu
não vivia com ele. Eu morava em sua casa de hóspedes.

Resisti à vontade de lembrá-la que ela também adorava entrar


sorrateiramente no meu quarto. Perdi a conta de quantas vezes ela
estava esperando por mim, deitada na minha cama. Pronta para
conversar até as primeiras horas da manhã. Era sempre o nosso
tempo juntos, quando o mundo dormia, e estávamos bem acordados.

—Alguém precisa começar a falar e me dizer o que diabos está


acontecendo! Sophie diz que está sendo chantageada para se casar
com você?

Abri a boca para responder, mas Autumn ergueu as mãos no


ar, me silenciando. —Acho que este é um bom momento para eu
intervir.

Melhor ela do que eu.

—Tenho certeza que você já viu o que a imprensa está dizendo


sobre seu quarterback.

—O que isso tem a ver com alguma coisa? Há um escândalo


com ele a cada mês.

—Certo, mas isso é diferente. Eles o rotularam de traidor, e


vamos ser sinceros – você não quer começar com o pé errado com
os fãs vaiando-o em seu primeiro jogo. E, como se vê, ele agora é o
pai do seu neto. A imprensa vai comê-lo vivo se não esclarecermos a
história. Sem mencionar o que dirão sobre sua filha quando
descobrirem que Jax é o pai, e ela não contou a ele. —Ela fez uma
pausa, deixando suas palavras serem absorvidas. —Eu sei o que é
melhor para os dois, sendo ele seu quarterback e ela sua filha, é
literalmente ouro para a mídia. A imprensa, os fãs, eles vão
enlouquecer quando descobrirem. Não há nada melhor do que isso,
senhor.

—Sim, exceto que eu não quero me casar com ele. Não me


importa o que digam sobre mim.

Autumn se virou para encará-la. —Você vai se importar


quando seus fãs se voltarem contra você. E acredite em mim, eles vão.
A autora de romances favorita deles esconde o filho de seu pai? Isso
é apenas suicídio de carreira, Sophie.

—Autora de romances? —Eu questionei, inclinando-me para


trás em minha cadeira. Odiando o fato de que mais uma vez fui pego
de surpresa.

Autumn sorriu, totalmente ciente do que eu estava pensando.


—Eu chegaria a isso depois que Sophie se sentasse novamente
conosco.

—Você deveria ter me contado antes de entrarmos pela porta,


Ruiva.

—Olá! —Sophie gritou, acenando com as mãos no ar. —


Podemos, por favor, parar de falar sobre mim como se eu não
estivesse aqui?

—Desculpe. —Autumn se desculpou com ela. —Eu sei que


isso é muito para absorver, mas eu juro que estou trabalhando com
seu melhor interesse no coração, Sophie. Você trabalhou muito duro
para deixar que isso te afunde agora.

Eu podia ver em seus olhos, Autumn estava chegando até ela.


Como se fosse uma deixa, os advogados de seu pai voltaram para a
sala, relatando: —É um contrato rígido e bastante direto, senhor. Eles
não estão tentando enganar sua filha. Ela só precisa ficar casada com
ele por uma temporada.

O pai de Sophie agarrou a mão dela, acenando para nós. —


Preciso falar com minha filha a sós.

Com isso, eles saíram da sala, e Caleb não perdeu tempo, vindo
até mim. Não que eu esperasse que ele fizesse isso. Eu só podia
imaginar o que ele estava pensando.

—Quantas vezes eu disse para você não foder a filha do


treinador, Jax?

—Você acha que eu sabia que ela era filha do treinador? Estou
tão surpreso quanto você.

—Ela nunca te contou?

—Não. Quero dizer, ela me falou sobre seu pai, mas nunca
mencionou que ele era um treinador de futebol. —Meu olhar foi para
Autumn. —Bela jogada, por sinal. Você é rápida em suas ações,
Ruiva.

—Não é a primeira vez que passo por uma reviravolta assim,


mas quais são as chances de o pai dela ser seu novo treinador?
Maneira de começar com o pé errado, quarterback.

—Sim... —Foi tudo o que pude responder. —Então ela é uma


autora de romances?

—Não é qualquer autora de romances. Ela é um best-seller do


New York Times. Vendeu mais de três milhões de cópias somente de
seu último lançamento.

—Sério? Então por que nunca ouvi falar dela?

—Ela escreve sob um pseudônimo. Ninguém sabe quem ela


é.
—O que Baby Soph quer fazer com o resto de sua vida?

Ela sorriu. —Passá-la com você.

Afastei a memória de uma de nossas noites juntos, não


querendo viver no passado, mas incapaz de fugir dele. Tínhamos uma
história, uma amizade, e eu fodi tudo. Eu parti o coração dela e tive
que viver com esse erro. A única coisa que eu podia fazer era focar
no futuro e como eu poderia compensá-la.

Depois de todos esses anos.

Todas as memórias.

Eu não sabia...

Ela era o meu jogo final.

Sophie

Segui logo atrás do meu pai, sabendo que ele estava chateado
comigo. No entanto, guardar segredos era o que minha família fazia
de melhor.

Uma vez que estávamos no meu quarto, ele fechou a porta e


deu uma olhada em mim antes de perguntar: —Como você pode
esconder isso de mim?

—Por favor, não fique com raiva de mim. —Implorei, odiando


que parecesse que eu não tinha controle.

—Estou furioso com você. Há quanto tempo isso está


acontecendo entre vocês dois?
—Eu não sei como responder a isso.

—Eu quero a verdade.

—Eu não a tenho.

—Sophie...

—O quê? —Balancei minha cabeça. —Estou falando sério.


Sinceramente, não sei.

—Vocês dois estavam brincando quando se mudaram para lá?

—Como posso nos explicar a você quando eu mesma mal


entendo. Jax não é quem eu pensava que era, ok?

—O que você esperava? Você vê as coisas que saem na


impressa sobre ele. Como você pode cair nessa?

—Foi exatamente por isso que eu não contei a ele sobre Ben,
pai. Eu sei quem ele é. Foi por isso que não contei a ninguém que ele
era o pai. Fui estúpida e caí no seu encanto. Eu pensei... não sei. Acho
que pensei que significava algo para ele naquela época, mas não
significava, e sei disso agora.

—Você sabia disso na noite em que engravidou dele?

—Sim.

—Sophie Marie Hayes, por que diabos você dormiu com ele
então?

Dei de ombros, me sentindo como uma garotinha. Falar com


meu pai sobre sexo casual não era uma conversa que eu jamais pensei
que teria.

—Eu quero a verdade. Agora!


Eu pulei com seu tom afiado. —Porque ele havia partido meu
coração, e eu só queria me vingar dele.

—Ah, Sophie...

Eu abaixei minha cabeça, me sentindo envergonhada. —Eu sei


que é estúpido. Eu fui muito estúpida. Mas nunca pensei que
engravidaria. Nós usamos proteção. Eu estava tomando pílula. Ele
tem um super esperma ou algo assim.

Ele agarrou a ponte de seu nariz. —A imprensa vai destruir


você por isso, baby.

—Há algo que você possa fazer? Você não pode ameaçar
colocá-lo no banco ou algo assim se ele me obrigar a ir em frente com
isso?

—Você sabe que eu não posso fazer isso.

—Por quê? Por que você não pode fazer isso por mim?

—Sophie...

—Por que o futebol sempre tem que vir em primeiro lugar? É


exatamente por isso que eu não contei a Jax sobre Ben. Eu não queria
que meu filho se tornasse eu.

—Eu pensei que tínhamos superado isso, baby. Você sabe que
eu te amo mais do que tudo neste mundo.

—Não mais do que sua equipe.

—Isso não é justo.

—Nada disso é. Por favor, me diga que você pode fazer


alguma coisa.

Ele suspirou profundamente. —Sinto muito, querida. Minhas


mãos estão atadas. Eu tenho que fazer o que é do melhor interesse da
minha equipe, e por mais que eu odeie admitir, a ruiva está certa. —
Estendendo a mão, ele agarrou minha nuca em um gesto
reconfortante. —Eu gostaria que você tivesse me contado a verdade
sobre Ben, Sophie. Nós não estaríamos nesta situação se você tivesse.
Você se escondeu neste canto, baby, e a única coisa que posso fazer
para ajudá-la é concordar que você precisa se casar com Jax.

Eu fiz uma careta. —Você não pode estar falando sério!

—É apenas por uma temporada.

Minha vida inteira estava implodindo, e agora meu único aliado


estava se voltando contra mim.

—Além disso, pense em Ben. Ele vai querer conhecer seu pai,
e pelo menos assim você estará lá com ele.

—Nós nos casarmos só vai confundi-lo. Ele vai pensar que


nos amamos.

—Há coisas piores que ele poderia pensar, e se a imprensa


souber a verdade, ele ouvirá todo tipo de coisas horríveis sobre sua
mãe. Você quer isso para ele?

—Claro que não.

Em uma voz severa, ele repetiu: —É apenas por uma


temporada.

Eu recuei, meu sangue fervendo com um fluxo interminável


de emoções conflitantes subindo pela minha mente e dilacerando meu
coração. Me confundindo ainda mais no que dizia respeito a ele, mas
de uma maneira muito diferente de antes.

Não era mais apenas sobre minha carreira. Era sobre a vida
dele e como eu me encaixaria nela. Como nós nos encaixaríamos nela.
Quando tudo em minha mente estava me dizendo, gritando comigo,
que eu precisava ficar longe de Jax. Que eu precisava manter Ben
longe dele.

Durante anos eu tinha tentado, e agora eu tinha falhado.

Fechei os olhos por um mero segundo, muito consumida com


decisões que não sabia como tomar. O que estava errado estava do
lado de fora da porta do meu quarto, sentado na minha sala de jantar
com uma expressão presunçosa no rosto que eu queria arrancar com
um tapa. Tentei ignorar a sensação iminente na boca do meu
estômago, concentrando-me no fato de que seria apenas meio ano.

Seis meses.

Cento e oitenta e dois dias.

Ao assinar aquele contrato, eu estava voluntariamente


entregando minha vida a um homem que não a merecia. Meus
pensamentos corriam freneticamente enquanto eu tentava
desesperadamente buscar refúgio em mim mesma.

Eu não pude deixar de lembrar por que eu me apaixonei por


Jax. Ele parecia tão honesto, tão real, especialmente quando ele
baixava a guarda comigo.

A maneira como ele olhava para mim.

Falava comigo.

Ouvia.

Cada sorriso.

Cada risada.

Cada palavra que saía de seus lábios parecia significar algo.

Não importava quão grande ou pequeno fosse. Eu sentia


como se eu fosse importante.
Era mentira.

Ele era uma ilusão.

Uma que eu criei por pura solidão para sentir uma conexão
com alguém.

Com ele.

E agora ele estava me colocando contra a parede.

Quer eu quisesse ou não...

Eu teria que me tornar a Sra. Colton.


CAPÍTULO 10

Jax

Sophie e seu pai voltaram para a sala.

Eu ainda estava sentado no mesmo lugar que estava quando


ela saiu. Exceto que agora eu tinha nosso contrato colocado na minha
frente. Ela sentou-se na outra ponta da mesa, acenando em direção
ao acordo.

Entendi sua demanda silenciosa, deslizando-o para ela. Apesar


de tentar manter a compostura, eu ainda podia ver o leve aperto de
sua mandíbula e a veia em seu pescoço saliente quando seu olhar foi
para a primeira página do contrato.

—Pai. —Ela olhou para ele. —Eu sei que você tem uma
agenda lotada, e que vai pegar o voo noturno para casa. Você pode ir.
Eu posso lidar com isso a partir daqui.

—Tem certeza?

—Sim.

Ele beijou o topo da cabeça dela antes de olhar para seus


advogados. —Vocês dois fiquem e certifiquem-se de que ela consiga
tudo o que quiser.

Autumn não perdeu tempo. —Eu vou me certificar disso,


senhor.

Seu olhar foi de Autumn para mim. —E você, eu o verei


dentro de algumas semanas para a pré-temporada. —Eu podia ver em
seus olhos, essa conversa estava longe de ter terminado.
Acenei com a cabeça, observando-o sair da sala.

—Isso significa que você concorda em se casar com Jax? —


Caleb questionou, trazendo minha atenção de volta para ele.

—Ele não me deixou escolha.

Nos vinte minutos seguintes, Sophie examinou o contrato.

Esperei mais alguns minutos até que finalmente perguntei: —


Estamos bem?

—Não. Estamos longe de estarmos bem, Jax. Vamos


esclarecer uma coisa, certo? Eu não estou fazendo isso por você.
Trabalhei muito duro para chegar onde estou na minha carreira para
deixar você arruiná-la para mim. Entendido?

Por um momento eu apenas fiquei ali sentado olhando para


ela. Mesmo quando ela estava chateada comigo, ainda era
deslumbrante pra caralho.

—Eu sei que você vai insistir em conhecer meu filho.

—Nosso filho, Sophie, e não se esqueça disso.

Sua mandíbula apertou novamente. —Pelo menos assim eu


estarei lá para garantir que você não fode com ele como você fez
comigo.

Incapaz de me conter, exigi: —Quero que todos saiam. Agora.

—Jax, eu não acho...

Com um olhar, deixei Autumn sem palavras.

—Encontraremos você no hotel. —Caleb concordou,


pegando seu paletó.
Autumn e meu advogado seguiram enquanto os advogados de
seu pai esperavam que Sophie lhes dissesse o que fazer. Ela os deixou
sair também, e uma vez que todos se foram, eu não hesitei.

Expressando: —Se eu pudesse voltar àquele tempo, Soph, eu


teria...

—Guarde isso. Eu não quero ouvir. Na verdade, quero


acrescentar essa estipulação a este contrato. Você não tem permissão
para falar comigo sobre o passado ou o que você faria ou não teria
feito. Eu não quero relembrar o passado com você, Jax. Não quero
que você me engane com seu charme e suas mentiras. Estou
concordando com este casamento falso contra a minha vontade. Você
está forçando a barra como sempre fez. Jax Colton não perde, certo?
Eu sou apenas mais um jogo para você, e nem por um segundo pense
que eu não sei.

Arqueei uma sobrancelha, tentando controlar meu


temperamento, mas, de alguma forma, Sophie sempre soube como
mexer comigo.

—Já que estamos falando sobre estipulações, também quero


acrescentar que terei meu próprio quarto com chuveiro, distante do
seu quarto, e que só vou morar em sua casa depois que nos casarmos.

—Eu tenho uma equipe em tempo integral, Soph. Você vai ter
que dormir na minha cama se quisermos manter a fachada.

Ela olhou para mim. —Eu não vou dormir na sua cama.

—Por que não? Baby Soph adorava dormir na minha cama.

—Jax, pare de me chamar assim.

—Velhos hábitos custam a morrer.

—Bem, você pode enterrá-los junto com sua suposição de que


eu irei dormir em sua cama.
—Depois que nos casarmos, será sua cama também, querida.
O que é meu é seu.

—Jax...

—Como você vai explicar a Ben por que seus pais estão
dormindo em quartos diferentes?

—Tudo bem. Vou dormir na sua cama. Você pode dormir no


chão.

—Veja... —Eu me inclinei sobre a mesa, apoiando meus


cotovelos contra a borda. —Eu tive muitas lesões e não é bom para
minha recuperação dormir em superfícies duras. Eu não deveria
atrapalhar minha cura para a temporada porque você não consegue
se controlar para não dormir em cima de mim.

Ela ficou boquiaberta. —Não é nada disso!

Dei de ombros. —Eu não posso evitar que você goste de


dormir abraçada.

—Oh meu Deus! Você é que me puxava para você, amigo.


Quantas manhãs eu acordei com seu pau na minha bunda, Jax?

—Não tantos quanto eu acordei com minha boca em sua


boceta, Sophie.

Seus olhos se arregalaram.

—Não se preocupe, querida, eu não tenho nenhum problema


em acordar para saborear você no café da manhã. Na verdade, eu
insisto que adicionemos isso ao contrato.

—Uau. Quando eu penso que você não pode ser mais um


idiota arrogante, você vai e prova que estou errada.
—É uma das minhas melhores qualidades. Tenho certeza que
você se lembra de como esse idiota arrogante fez você gozar na cara
dele.

—Seguindo em frente. —Ela rabiscou a próxima cláusula do


acordo. —Eu não quero uma lua de mel. Nós não precisamos de uma,
e se os repórteres perguntarem podemos dizer a eles que você tem
que se apresentar para a pré-temporada como um bom garotinho.

—Sophie. —Eu sorri. —Não há nada de inho em relação a


mim.

Ela ironicamente zombou: —Não me lembro de nada disso.

—É mesmo?

—Sim.

Eu sorri zombeteiramente, inclinando minha cabeça para o


lado. —Mais uma vez, eu não tenho nenhum problema em lembrá-la
o quanto você não consegue aguentar todo o meu pau. Se você quiser,
posso inclinar você sobre a mesa agora mesmo e você não andará por
dias.

—Não, obrigada. Eu odiaria destruir sua ilusão de quão pouco


você abalou meu mundo.

—Que tal eu destruir sua boceta como fiz quando fizemos


Ben? Talvez possamos repetir a dose, e eu engravide você de uma
garotinha dessa vez.

—Você é ridículo.

—O que é ridículo é você achar que não há mais nada entre


nós.

—Oh, confie em mim, não há mais nada entre nós.


Dei um sorriso torto, recostando-me na minha cadeira. Pouco
a pouco, comecei a observá-la.

—Eu sei que você está falando da boca para fora, Soph. Você
quer fingir que eu ainda não tenho efeito sobre você. Eu dei seu
primeiro beijo, seu primeiro toque, sua primeira foda... Eu te ensinei
tudo o que você gosta e ama. Você quer testar essa teoria agora, Soph?

Sua pele corou, e ela mordeu o lábio inferior.

—Você pode continuar a fingir com este joguinho, mas é


apenas uma questão de tempo até que você esteja montando meu pau
novamente.

—Nos seus sonhos.

—Você não é um sonho. Você é minha realidade e em breve


será minha esposa. Eu sei como agradá-la, Baby Soph. Não hesitei em
acrescentar: —Também sei como amar você.

Sophie

Foi como uma bala no meu coração.

—Pare de banalizar a palavra amor, Jax. Você está usando-a


exatamente como me usou.

—Você precisa confiar em mim quando digo que não vou te


machucar novamente.

—Confiar em você? Eu não posso acreditar que você tem a


audácia de me pedir isso depois do quanto você me machucou.

—Eu sei. Eu fodi tudo.


—Não importa mais. Foi há muito tempo.

—Eu procurei por você, Sophie.

Meu coração pulou uma batida.

Coração estúpido. Não caia nessa. Use seu cérebro. Você sabe que ele está
apenas tentando manipulá-la.

—Você está conseguindo o que quer, Jax. Não precisa me


dizer o que acha que eu quero ouvir.

—Estou lhe dizendo o que quero que você saiba. Eu pensei...


—Ele balançou a cabeça. —Na noite em que nos encontramos,
pensei que estávamos começando de novo. Nunca imaginei que
acordaria sozinho e que você teria ido embora. Esse era o seu plano
o tempo todo? Me foder e dar o fora?

—Não se gabe. Eu não sabia que você estaria lá naquela noite.


Além disso, você levou um minuto para reconhecer quem eu era,
então economize o "sei como amar você". Não vou cair nessa dessa
vez.

—Você já olhou para si mesma ultimamente? Você não se


parece em nada com o que era no ensino médio. Especialmente
considerando como você estava vestida naquela noite. Seu vestidinho
branco não deixava nada para a imaginação

—Você se lembra do meu vestido?

—Eu te disse, me lembro de tudo sobre você. Por que você


nunca me contou que seu pai é treinador de futebol?

—Não foi relevante para nenhuma de nossas conversas.

—O que mais você não me disse?

Eu pensei sobre isso por um minuto antes de dizer: —Não é


da sua conta.
—Vai ser da minha conta quando você se tornar minha esposa.

—Esposa falsa.

—De qualquer forma, ainda será minha.

—Por seis meses, Jax.

—Nós temos um filho, Soph. Você está para sempre ligada a


mim.

—E essa é outra razão pela qual eu não te contei. Não somos


nada mais do que propriedade para você. Apenas mais um troféu que
você pode adicionar à sua estante.

—Eu sei que você está chateada pela forma como eu lidei com
as coisas naquela época, mas pelo amor de Deus, você acha que isso
é fácil para mim? Se coloque no meu lugar. Perdi seis anos da vida do
meu filho! Perdi todos os seus principais marcos, seu nascimento,
seus aniversários. Já há tanta coisa que não posso recuperar. Você
pode pensar que estou sendo um idiota vingativo e a verdade é que
estou. Eu sou possessivo, ok? Não vou me desculpar por isso.
Especialmente quando você não mostra absolutamente nenhum
remorso por tê-lo escondido de mim.

—Não finja que você sabe o que eu sinto. Várias vezes eu quis
entrar em contato e falar sobre ele, mas então surgia outro escândalo
a seu respeito. Apenas no ano passado, quantas mulheres alegaram
que você as engravidou, Jax? Você pode se colocar no meu lugar por
um segundo? Não estou tentando bancar a vítima. Eu sei que o que
fiz foi errado, mas não posso voltar ao passado mais do que você
pode quando se trata de nós. Eu te amei. De todo o coração. Você
era o meu tudo. Eu adorava o chão em que você pisava. —Meus olhos
se encheram de lágrimas, incapazes de contê-las.

—Você me machucou de maneiras que eu nunca pensei que


me machucaria. Você tem ideia de como foi difícil para mim superar
você? Você partiu meu coração. Eu pensei... —Balancei minha
cabeça, enxugando uma lágrima. —Eu pensei que você me amava.
Achei que o que tínhamos significava algo para você. Nunca esperei
que você fizesse o que fez, e me matou perceber que eu era como
qualquer outra garota para você. Você conseguiu o que queria. Todos
os meus primeiros. Para quê? Hã? Por que você tirou tudo de mim;
se apenas me fodeu no final?

—Sophie, eu não queria te foder. Era a última coisa que eu


queria fazer, mas aconteceu, e tudo o que posso dizer é que minha
vida estava muito bagunçada naquela época. Tudo o que eu tinha era
o futebol.

—Isso não é verdade. Você me tinha, Jax. Você. Tinha. A.


Mim.

—Eu sei. —Ele acenou com a cabeça. —Há muita coisa que
você não sabe, e não estou pronto para te contar ainda, mas vou. Só
me dê um tempo, está bem?

—Eu não me importo mais. Não importa. Por que estamos


falando sobre isso? Já te disse que não quero falar do passado. Está
feito e pronto. Falamos do presente e do futuro. É isso.

—Importa para mim. Você algum dia ia me contar sobre Ben?

—Sim.

—Quando?

—Meu pai é seu novo treinador. Eu nem sabia que você viria
jogar pelo Fort Worth. Descobri quando o mundo descobriu. Não é
como se eu e meu pai fôssemos discutir sobre sua equipe. Ele não
teria me dito, de qualquer maneira. Eu sabia que era apenas uma
questão de tempo antes de te contar. Eu só queria que fosse nos meus
termos. Agora isso se tornou uma situação de merda, e aqui estamos
nós. Você está mais uma vez me usando e esperando que eu apenas
faça o que você quer e aceite como se eu ainda fosse aquela garotinha
esperando por você. Não sou mais aquela garota, e nunca mais quero
ser ela. Então vamos deixar uma coisa bem clara – só estou fazendo
isso porque você está me obrigando. Eu não te amo, Jax. Não quero
que sejamos amigos. Não quero que sejamos nada além dos pais de
Ben. Podemos ser pais, mas essa é a extensão da nossa dinâmica.

Sua mandíbula se apertou por um segundo antes de perguntar:


—Ben sabe quem eu sou?

—Todo mundo sabe quem você é. Ele é obcecado por você,


como todo mundo.

—Ele assiste futebol?

—Ele vive e respira futebol. Meu pai o colocou no campo


desde o momento em que ele começou a engatinhar. Ele quer ser
como você.

Ele sorriu, radiante.

—Ele é muito bom em jogar uma bola de futebol. Você ficaria


orgulhoso, o que me leva à minha próxima estipulação. Eu não quero
uma festa de noivado ou um casamento. Podemos ir ao tribunal e nos
casar ou chamar alguém em sua casa e nos casar lá. Vamos tirar fotos,
fazer toda a farsa. Eu não quero dizer "sim". Não quero caminhar por
um corredor. Não quero que meus amigos ou familiares estejam
presentes. Podemos dizer a todos que fugimos. Isso não é real, e eu
não quero fingir que é. É pegar ou largar. Se você recusar, então não
vou concordar com isso, e você pode dizer a verdade ao mundo. Vou
lidar com as consequências. Não será a primeira vez que você me
fodeu.

Sua mandíbula apertou novamente antes que ele


relutantemente acenasse com a cabeça. —Posso trabalhar com isso.

—Excelente. Agora, minha última exigência.


—Tem mais?

—Sim. Eu mesma direi a Ben que você é o pai dele.

Ele suspirou, me olhando com cautela. —Quando você vai


contar a ele?

—Vou dizer a ele quando voarmos de volta para Fort Worth


na próxima semana, e você poderá conhecê-lo então. Acho que
deveria ser em território neutro para vocês dois.

—E o que Baby Soph considera território neutro?

Sorri pelo que senti ser a primeira vez naquela manhã.

Afirmando: —O campo de futebol, é claro.


CAPÍTULO 11

Sophie

Durante a última semana, tentei aproveitar o máximo de


tempo sozinha que pude com Ben. Nossas vidas estavam prestes a
mudar totalmente, e eu não estava preparada para nada disso. Voamos
de volta para Fort Worth ontem, e amanhã de manhã eu o levaria para
conhecer seu pai.

As únicas pessoas que sabiam a verdade eram a equipe de Jax


e meu pai. Eu não tinha contado para minha mãe ainda, e estava
nervosa em dar a notícia. Ela nunca tinha sido fã de Jax, e isso não
mudou ao longo dos anos.

No mínimo, ela gostava menos ainda dele.

—Mãe, você está bem?

Meus olhos se voltaram para Ben. —Sim, por que eu não


estaria bem?

Ele deu de ombros, subindo em sua cama. —Você está


olhando para a minha estante há um tempão.

—Oh. —Eu ri ansiosamente.

Essa era nossa rotina noturna. Todas as noites, nos


revezávamos em quem escolhia uma história para dormir para eu ler.
Ben herdou meu amor pela leitura. Provavelmente porque comecei a
ler para ele enquanto ele ainda estava no meu ventre. Era nosso
vínculo. Ele tinha três estantes em seu quarto, todas repletas de
diferentes gêneros de histórias.
Seus livros favoritos sempre foram relacionados ao futebol, no
entanto. Ele era obcecado pelo esporte. Sabia mais do que eu quando
se tratava de futebol.

—Acho que talvez esta noite devêssemos tentar algo diferente,


para variar. O que você acha disso?

—Ummm... —Ele acenou com a cabeça. —Ok, mãe.

Eu sorri, colocando o livro que eu tinha em minha mão de


volta em sua prateleira antes de seguir até sua cama. Ele se aproximou
de mim, e eu me sentei no meu lugar de sempre ao lado dele.
Puxando-o para mais perto do meu colo, ele deitou a cabeça nas
minhas pernas como fazia todas as noites.

Ben adorava se aconchegar e receber cafuné na cabeça, me


lembrando muito de Jax. Jax poderia se deitar do mesmo jeito que
Ben estava agora, e nós conversaríamos a noite toda enquanto eu
coçava sua cabeça e costas. Havia muitas características que Ben tinha
herdado de seu pai. Quanto mais velho ele ficava, mais traços de
personalidade ele parecia assumir de Jax sem sequer conhecê-lo.

Sua teimosia.

Atenção.

A capacidade de me envolver ao redor de seu dedo com um


simples sorriso.

Sem contar que ele já mostrava características de que se


tornaria um atleta incrível. Eu não estava exagerando de forma
alguma. Meu pai estava determinado a torná-lo o próximo "maior de
todos tempos" na liga de futebol.

Depois que ele estava esparramado no meu colo, comecei sua


história de ninar.
—Era uma vez uma jovem que se mudou para Fort Worth
para morar com sua mãe na casa onde ela era a governanta.

Ele riu. —Mãe... isso parece com você e a vovó.

—Você é muito inteligente para o seu próprio bem. —Eu


beijei o topo de sua cabeça. —Ela morava na casa de hóspedes da
propriedade e, desde o momento em que pôs os olhos no filho dos
donos, que morava lá também, ela se apaixonou loucamente por ele.

—Qual era o nome dele?

—Seu nome era Jax.

—Ei! Esse é o meu nome do meio.

—Mmm-hmm...

—O que aconteceu depois?

—Bem, uma noite ela estava na biblioteca deles, lendo O


Grande Gatsby, e de repente ela ouviu a voz profunda dele perguntando
se ela queria assistir a um filme com ele. Claro, a garota ficou chocada
porque ela tinha a maior queda por ele, e de repente ele estava
perguntando se ela queria sair com ele.

—Ela foi?

—Eles iam, mas enquanto estavam fazendo a pipoca a mãe da


menina os interrompeu, então eles não puderam sair por muito
tempo.

—A mãe não queria que eles saíssem?

—A mãe era superprotetora com a filha.

—Como você é comigo?

—Exatamente como eu sou com você.


—Uau. Isso é muito.

Eu ri. —É.

—Então o que aconteceu?

—Eles não se viram por algumas semanas.

—Por quê?

—Ele estava ocupado com o futebol.

—Futebol americano? —Isso o fez sentar-se para olhar para


mim com os olhos arregalados. —Ele jogava futebol como eu?

—Ele era o melhor.

—Tipo, o maior?

Eu acenei com a cabeça.

—Uau. O que aconteceu depois?

—Eles se viram em uma festa de Halloween, e ela estava


vestida como uma líder de torcida para impressioná-lo, mas ele não
gostou do traje dela. Então ele a jogou por cima do ombro e saiu da
festa.

Seu olhar se iluminou.

—Assim que chegaram à caminhonete, ela queria que ele a


beijasse, mas ele recusou.

—Eca... beijar é nojento.

Eu ri. —Você não vai pensar isso para sempre. Um dia você
vai beijar todas as garotas.
—Mmmm... —Ele gemeu. Ele ainda estava na fase em que
achava que as garotas eram nojentas. Se ele fosse como seu pai, não
duraria muito.

Eu baguncei o cabelo dele, continuando: —Como ele não


queria beijá-la, ela foi procurar outro cara para dar seu primeiro beijo,
e ele não gostou muito disso.

—Ele bateu no cara como um Power Ranger?

—Não. Ele a beijou em vez disso.

—E então eles viveram felizes para sempre?

—Não é bem assim. Eles se tornaram bons amigos, passaram


muito tempo juntos. Ele foi seu primeiro amor.

—Ela era dele também?

Eu não sabia o que responder, então, em vez disso, segui em


frente. —Eles foram próximos por anos até que um dia não eram
mais.

—O que aconteceu?

—Ele foi embora e se tornou o maior e melhor jogador de


futebol de todos os tempos.

—Uau. Como Jax Colton?

Meu coração estava se partindo. Eu não achava que fosse


possível, mas ali estava. Se despedaçando em um milhão de pedaços.

—Assim como Jax Colton.

—Um dia eu vou ser como ele também! Certo, mãe?

—Sim, bebê. Você vai ser igual a ele.

—O que aconteceu depois?


—Eles não se viram durante anos, e então uma noite eles se
encontraram por acaso.

—Eles se reencontraram?

—Mmm-hum.

—E então viveram felizes para sempre?

—Não. Eles fizeram você.

Ele inclinou a cabeça para o lado. —Eu? Você quer dizer um


garoto como eu?

Balancei minha cabeça, novas lágrimas se formando em meus


olhos.

—Mãe, por que você está triste?

—Esta história, Ben. Não é faz de conta. É a minha história


com seu pai.

—Meu pai? —Ele sorriu amplamente. —Você quer dizer que


meu pai joga futebol?

—Sim.

Sua boca se abriu. —Quem é ele? Eu o conheço? O vovô


conhece?

Por que isso tinha que ser tão difícil?

Foi só quando Ben enxugou as lágrimas do meu rosto com os


polegares que percebi que estava chorando.

—Mãe, não fique triste. Isto me deixa triste.

Agarrei suas mãozinhas, beijando-as repetidamente.

—Você está triste por causa do meu pai? Ele te deixa triste?
—Eu não estou triste.

—Então por que você está chorando?

—São lágrimas de felicidade. —Eu menti.

—Por favor, não chore, mãe.

Eu o peguei, colocando-o no meu colo para olhar


profundamente em seus olhos.

—Quero que você saiba que eu te amo muito. Seu pai não
sabia sobre você, mas está animado para conhecê-lo, e ele te ama
muito.

—Ele me ama?

—Sim.

—Por que ele não sabia sobre mim?

—Podemos falar sobre isso outra hora.

—Quem é meu pai, mãe?

—Seu pai é... —Eu hesitei por um instante. —Jax Colton, Ben.

Eu nunca esqueceria a expressão em seu rosto. Este foi um


dos melhores momentos de sua vida, enquanto foi um dos piores da
minha.

—Mamãe! Você está falando sério?!

—Estou.

—Você promete?

—Prometo.

—Você jura?
—Juro.

—Meu pai é Jax Colton! Meu pai é Jax Colton! —Ele repetiu
várias vezes, pulando em sua cama e me deixando doente do
estômago.

—Este é o melhor dia de todos! Meu pai é Jax Colton!

Eu não sabia quanto tempo se passou até que meu telefone


apitou com uma mensagem de texto. Pegando-o na mesa de
cabeceira, passei o dedo na tela bloqueada.

Jax: Você disse a ele?

Ali, na frente dos meus olhos, estava uma mensagem de seu


pai. Tínhamos trocado números na semana passada, e na maior parte
do tempo, Jax me deixou em paz. Eu queria acreditar que ele estava
me dando espaço. Era o mínimo que ele podia fazer depois do que
estava me fazendo passar.

Enviei uma mensagem de volta.

Sophie: Acabei de dizer.

O sinal de que ele estava digitando apareceu na tela.

Jax: Como ele lidou com isso?

Eu relutantemente gravei um vídeo de Ben, ainda pulando e


gritando em sua cama que seu pai era Jax Colton, e mandei para ele.

Segundos depois, o sinal de digitando apareceu novamente.

Jax: Agradeço por você compartilhar isso comigo. Você está


bem?

Estreitei meus olhos para sua resposta antes de digitar de volta.

Sophie: Vejo você amanhã, Jax.


Inclinei minha cabeça contra sua cabeceira, temendo o amanhã
por todos os tipos de razões diferentes. Durante a hora seguinte, Ben
não falou sobre nada além de Jax. Ele queria saber tudo. A única
maneira de fazê-lo ir para a cama foi dizendo que quanto mais cedo
ele fosse dormir, mais rápido iria encontrá-lo pela manhã.

O idiota de repente tinha se tornado Papai Noel.

Quando me deitei para dormir, já passava das três da manhã


quando outra mensagem chegou. Eu não precisava me perguntar
quem era, eu só sabia. Este sempre foi o nosso momento favorito
para conversar em sua cama. O mundo estava dormindo, e nós
éramos os únicos bem acordados.

Jax: Você me odeia, Sophie?

Respirando fundo, mandei uma mensagem de volta.

Sophie: Eu gostaria.

Segundos depois, outra mensagem chegou.

Jax: Eu vou fazer você me amar novamente.

E a verdade era...

Que eu estava apavorada que ele pudesse.


CAPÍTULO 12

Jax

Eu não dormi nada na noite passada. Sophie não respondeu à


minha última mensagem, não que eu esperasse que ela respondesse.
Eu estava no topo do mundo, pronto para conhecer meu garoto. Seria
de se imaginar que eu estivesse nervoso, mas eu não estava. Nunca
tive problemas com a possibilidade de um dia ser pai.

No entanto, eu não estava tentando engravidar nenhuma das


mulheres com quem eu me relacionava casualmente. Não era nada
mais do que uma foda, mas com Sophie, sempre foi diferente. Desde
a primeira vez que estive dentro dela até a última. Eu não conseguia
o suficiente dela, e o sentimento era mútuo.

Eu estava no campo às cinco da manhã, precisando da


distração do que estava por vir. Quatro horas e meia depois, vi Sophie
descer as arquibancadas, segurando a mão de Ben.

Meu coração disparou com emoções que eu nunca tinha


sentido antes. Vê-lo pessoalmente pela primeira vez foi um
sentimento que eu nunca poderia colocar em palavras. Eu o amei
imediatamente.

Ele acenou quando chegaram ao último degrau, e eu acenei de


volta. Uma vez que eles estavam no campo, ele soltou a mão de
Sophie e disparou em minha direção. Meu garoto sabia correr,
fazendo-me sentir orgulhoso por ele ser capaz de se mover
rapidamente.
—Ben! —Sophie correu atrás dele, e por um minuto parecia
que minha família estava correndo para mim.

Meu mundo inteiro.

Sophie Hayes sempre foi uma grande parte de quem eu era, o


homem que eu queria ser.

Para ela.

Eu me agachei ao nível dele, e ele não hesitou em pular em


meus braços. Foi um sentimento surreal e avassalador tê-lo em meu
abraço. Este homenzinho que tínhamos feito. Onde de repente ele
era a pessoa mais importante da minha vida.

Daquele momento em diante, nada mais importava além dele.

Eu não sabia quanto tempo o segurei contra meu peito,


perdido na sensação de sua pele, no cheiro de seu cabelo, e em todos
os sentimentos que ele despertava em todo o meu corpo. Eu me
lembraria para sempre deste dia como um dos momentos mais felizes
da minha vida.

Quando olhei para cima, Sophie estava pairando acima de nós


com grandes e enormes lágrimas escorrendo pelo seu lindo rosto.
Uma logo após a outra. Eu beijei o topo da cabeça de Ben, deixando
meus lábios permanecerem em seu cabelo macio. Eu não queria que
esse momento acabasse, nem por um segundo.

Ele foi o primeiro a se afastar, agarrando meu rosto com suas


mãozinhas.

—Oi. —Ele cumprimentou, sorrindo largamente. —Eu sou


seu fã número um.

Instantaneamente, meus olhos se encheram de lágrimas. Seis


palavras foram o suficiente para eu perder todo o senso de controle
quando se tratava dele.
—É sério? —Eu persuadi, tentando segurar a emoção que
corria freneticamente em minhas veias.

—Sim. Eu sou Benjamin Jax Hayes.

Eu estremeci, odiando que ele não carregasse meu sobrenome.

—Minha mãe disse que ela me deu o seu nome.

Nunca quebrando o contato visual com ele, eu disse: —Bem,


sinto-me honrado.

Ele sorriu, jogando minhas estatísticas para mim. —Você tem


seiscentos e vinte e sete touchdowns, foi para quarenta e cinco
playoffs e ganhou oito Super Bowls.

Eu balancei a cabeça, sorrindo. —Está certo.

—Você é o “maior de todos os tempos”.

—Provavelmente milhares de pessoas me disseram isso, Ben,


mas de nenhuma delas significou tanto quanto ouvir você dizer isso
para mim agora.

Ele não hesitou em responder: —Minha mãe disse que você é


meu pai.

Sentindo uma imensa sensação de alegria, respondi: —Sou.

—Uau... essa é a coisa mais legal que já aconteceu comigo. Jax


Colton é meu pai. Posso contar a todos os meus amigos?

—Você pode contar para quem quiser, amigo.

—Posso te chamar de pai?

Eu estava errado... essas cinco palavras foram suficientes para


me fazer perder o controle.

—Cara, eu adoraria isso.


Ele sorriu, envolvendo seus braços em torno do meu pescoço.
—Você é o melhor. Eu te amo, papai.

Eu pisquei, e as lágrimas deslizaram dos meus olhos. —Eu


também te amo, Benjamim.

Meu olhar encontrou o de Sophie novamente, e as primeiras


palavras que ela murmurou para mim foram: —Sinto muito por tê-lo
mantido longe de você.

Soltei um suspiro que não percebi que estava segurando até


aquele momento, precisando ouvir aquelas palavras da mãe do meu
filho também.

Em breve, Sra. Colton.

Sophie

Jesus isso foi difícil.

Não me lembrava da última vez que chorei tanto. Eu me tornei


basicamente um desastre emocional pelo resto do dia. Passamos
horas naquele campo. Ben insistiu em mostrar a Jax tudo o que podia,
e eu nunca tinha visto Jax mais orgulhoso do que ele estava com Ben
mostrando a ele seu talento e habilidades naturais.

—Droga. —Ele comemorou, pegando a bola de futebol que


Ben tinha acabado de jogar nele. —Ele tem um bom braço.

Eles estavam jogando a bola de um para o outro durante a


última hora, e não parecia que eles tinham planos de parar tão cedo.
Eu estava sentada à margem perto de Jax, observando-os jogar.
Surpresa com o quanto eu estava realmente gostando.
Eles pareciam lindos juntos, tão conectados e naturais.

—Confie em mim. —Eu disse. —Estou totalmente ciente. Ele


é basicamente o prodígio do meu pai.

—Estou feliz por ele ter seu pai.

—Sim, eu também. Ele definitivamente tem seus genes, Jax.


Ele também tem sua teimosia e sua capacidade de me envolver em
seu dedo.

—Como faço para obter essa habilidade de novo?

Eu desviei o olhar. —Eu caí feito um patinho.

—Você pode me falar sobre ele?

—O que você gostaria de saber?

—Que tal começarmos com a sua gravidez? Como foi?

—Ah... bem, eu ganhei uns duzentos quilos.

—Sério? Onde?

—Em todo o corpo.

Ele olhou para mim com um olhar predatório que me deixou


constrangida.

—Pare de me olhar assim.

Eu sorri. —Mas você é minha coisa favorita de se olhar.

—Jax...

—Sabe de uma coisa? Você tem razão. Seus seios estão


maiores.

Meu rosto ficou ruborizado.


—Eu amo que você ainda fique vermelha quando estou dando
em cima de você.

—Pare de dar em cima de mim.

—Seus quadris estão mais largos também.

—Impressionante. Algo mais?

Ele acenou com a cabeça em minha direção. —Sua bunda, está


maior também.

—Uau. Essa é uma ótima conversa.

Ele riu. —Você ainda é pequena, Baby Soph. Não se preocupe,


posso jogar você de um lado para o outro e colocá-la onde eu quiser.

—Ok, seguindo em frente... —Ignorei seu flerte descarado. —


Minha bolsa estourou enquanto eu estava no chuveiro, então por uma
boa hora eu não sabia se estava realmente em trabalho de parto, ou
se eu tinha feito xixi.

Ele riu, jogando a cabeça para trás. Mesmo depois de todos


esses anos, ele ainda tinha uma ótima risada.

—Meu trabalho de parto durou trinta e seis horas.

—Isso é muito tempo.

—Sim, bem, seu filho gosta de fazer as coisas em seu próprio


tempo. Ele não pode ser apressado. Soa familiar?

Ele sorriu.

—Ele nasceu pesando 3 quilos 345 gramas e tinha 51


centímetros de comprimento.

—Deve ter sido uma sensação boa isso saindo de sua boceta
minúscula.
Meu queixo caiu. —Oh meu Deus! Você não pode dizer coisas
assim para mim!

—O quê, mãe? O que ele está dizendo?

—Sim, mãe. —Ele provocou. —O que estou dizendo?

—Nada! —Eu gritei para Ben. —Por que você não vai mais
longe?

—OK!

—Estou falando sério, Jax. Você não pode dizer coisas assim
para mim.

—Tente me impedir, Sophie.

Revirei os olhos. —De qualquer forma, se você quer saber,


mal tive laceração. Só precisei de três pontos. Feliz?

—Depende. Você levou um ponto do papai6 também?

Fui pega de surpresa. —Como você sabe sobre o ponto do


papai?

—Conversa de vestiário.

—Oh. Falando nisso, qual é a sensação de estar de volta a Fort


Worth?

—Como se eu nunca tivesse saído.

—Seus pais sabem que você está de volta?

—Eu não quero falar sobre meus pais.

6 O ponto do papai, também conhecido como ponto do marido é um procedimento cirúrgico

no qual são dados mais pontos que o necessário para reparar o períneo de uma mulher que foi
rasgado ou cortado durante o parto. O objetivo alegado é apertar a abertura da vagina e, assim,
aumentar o prazer de seu parceiro sexual durante a relação sexual com penetração.
—É bom saber que as coisas não mudaram entre você e eles.

—Como está sua mãe?

—Vamos mudar de assunto.

—Ela sabe sobre nosso casamento?

—Nosso casamento falso. —Lembrei, sabendo que ele


precisava ouvir. —Eu não disse a ela ainda.

—O que você está esperando?

—A terra cair para que eu não tenha que passar por isso.

—Não conte com isso, Soph.

Revirei os olhos novamente.

—Ben era um bom bebê?

—Ele foi o melhor. —Eu sorri, pensando em como ele era


adorável e gordinho quando recém-nascido. —Ele dormia a noite
toda quase desde o início. Sempre se alimentou bem. Só chorava
quando precisava trocar a fralda, e adorava um chamego. Eu tive
muita sorte.

—Você amamentou?

—Jesus.

—É por isso que seus seios estão maiores?

Arregalei meus olhos, balançando a cabeça. —Pare de olhar


para o meu peito, Jax.

—Eu faria mais do que olhar se você me desse meia chance.

—E seguindo em frente...
Foi o que fizemos durante o resto do dia. Jax me fez todas as
perguntas conhecidas pelo homem sobre Ben, e nos portamos como
uma família.

E eu estaria mentindo se dissesse que não apreciei isso.


CAPÍTULO 13

Jax

Passado

—Jaxey. —Mamãe exclamou, me puxando para um abraço


apertado. —Você está tão bonito, baby.

Eu estava vestido com um smoking para a festa anual de Natal


que ela organizava desde que eu nasci. Era sua maneira de provar à
cidade que éramos a família perfeita, apesar de todos os rumores
sobre as infidelidades de meu pai. Ele desempenhava seu papel de
marido amoroso todos os anos, e ser extremamente atencioso com
minha mãe e seus convidados era o que ele fazia de melhor.

—Mãe, eu odeio quando você me chama assim.

Ela se afastou, ajustando minha gravata borboleta. —Não seja


mal-humorado, Jax. Você está incrível. Angela escolheu seu smoking.
Estou tão feliz que caiu como uma luva.

Ângela era sua personal shopper.

—Eu juro que você está crescendo muito rápido. Olhe para
estes ombros e estes braços, Jaxey. Meu menino é forte como seu pai.

—Falando nisso, onde ele está?

—O avião dele acabou de pousar. Ele estará aqui em breve, e


nossos convidados também. Seja um bom garoto e vá se certificar de
que a senhorita Carlisee esteja pronta para nossos convidados e que
o uniforme de sua filha sirva.
Eu recuei, confuso com seu pedido.

—O quê? —Ela refletiu a expressão no meu rosto. —Por que


você está olhando assim para mim?

—Por que a filha dela vai usar um uniforme?

Ela sorriu. —Sophie vai ajudar esta noite. Ela vai carregar os
aperitivos, as bebidas, garantindo que nossos convidados tenham
tudo o que querem e precisam.

—Mamãe...

—O quê, Jaxey? Qual é o problema?

Eu mordi minha língua. Ela estava muito alheia à minha vida.


Eu não conseguia me lembrar da última vez que ela havia ido a um
dos meus jogos de futebol, muito menos sabia de quem eu era amigo.

Desde que eu beijei Sophie pela primeira vez, dois meses atrás,
nós estávamos juntos em qualquer chance que pudéssemos ter. A
temporada de futebol estava em pleno andamento e, como sempre,
consumia minha vida em todos os sentidos, formas e maneiras.

O único tempo que podíamos passar juntos era tarde da noite.


Ela saía sorrateiramente pela janela do quarto depois que sua mãe
dormia e rastejava para a minha cama. Não fazíamos nada além de
conversar até altas horas da noite. Às vezes dávamos uns amassos,
mas na maioria das vezes apenas conversávamos sobre as coisas mais
aleatórias.

Eu contava a ela sobre futebol, e ela falava sobre a história


mais recente que estava lendo. A garota conseguia ler um livro inteiro
em uma noite, era uma loucura o quanto ela adorava isso. Seu rosto
se iluminava sempre que ela começava a falar sobre suas histórias. Era
de longe o que ela mais gostava de fazer.
Eu aprendi muito sobre ela somente através de seus livros. Ela
era uma romântica incurável, pensando que o amor verdadeiro existia
e que as almas gêmeas eram uma coisa real. Dizendo alguma merda
sobre o destino e como todos tinham uma pessoa a quem pertenciam
neste mundo.

Sua visão sobre o amor e a vida era adorável.

Embora seus pais fossem divorciados, ela não permitiu que


isso mudasse sua opinião sobre o que ela acreditava, e eu respeitava
isso nela. Lenta, mas seguramente, ela estava entrando no meu
coração, e eu nunca pensei que isso seria possível para um cara como
eu.

Eu estava acostumado a não dar a mínima para os


pensamentos de uma garota. Eles eram um meio para um fim para
mim, mas com Sophie era diferente. Eu queria saber tudo sobre ela.
Quanto mais tempo passávamos juntos, mais meus sentimentos por
ela se desenvolviam.

As emoções que ela evocava eram pouco familiares para mim.

A única garota com quem eu me importava era Kinley, e nem


ela sabia sobre Sophie. Ninguém sabia. Ela era o meu segredo mais
bem guardado. Eu não queria compartilhá-la com ninguém.

Nem mesmo com minha melhor amiga.

—Mãe, Sophie não precisa trabalhar para nós.

—Por que não? A mãe dela trabalha para nós.

—Não, a mãe dela trabalha para você.

—E quem limpa suas coisas? Quem lava sua roupa? Cozinha


seu jantar? Ela trabalha para a nossa família, Jaxey. Eu não entendo o
problema de sua filha ajudar esta noite.
—Ela é minha... —Eu me segurei antes de falar demais.

—Ela é sua o quê, Jax?

—Nada. Esquece.

—Certo, ótimo. —Ela deu um tapinha no meu peito. —Agora


vá se certificar de que tudo está pronto para a festa e que o uniforme
de Sophie sirva. —Ela beijou minha bochecha, indo embora.

Eu balancei minha cabeça, instantaneamente indo em direção


à casa de hóspedes. Minha mãe era sem noção em todos os sentidos
da palavra. Ela não era nada parecida com a mãe de Sophie, que a
observava como um maldito falcão. Eu não podia culpá-la por
ordenar que sua filha ficasse longe de mim. Ao longo dos anos, perdi
a conta de quantas garotas ela me viu trazendo para esta casa.

Sophie realmente precisava ficar longe de mim, mas eu estava


achando difícil ficar longe dela. Só precisávamos tomar cuidado para
não sermos pegos, e era por isso que quase todo o tempo que
passávamos juntos era quando a mãe dela dormia profundamente.

Na escola, mantínhamos distância um do outro, mas algumas


vezes meu temperamento era testado quando a via.

Sophie era uma garota linda, tímida e quieta. Os caras se


aglomeravam em torno dela mais do que eu gostaria, incluindo alguns
dos meus companheiros de equipe, e eu não podia fazer nada a
respeito disso.

Uma tarde, eu a segui até o banheiro feminino. Ela saiu da


cabine e estremeceu quando me viu ali, encostado na porta,
certificando-me de que ninguém pudesse entrar.

—Oh meu Deus! —Ela gritou, segurando a mão sobre o peito. —Você
me assustou pra caramba!
—Vou fazer mais do que apenas assustar os caras que vejo sempre ao
redor do seu armário, Sophie.

Ela revirou os olhos, andando até mim de maneira sedutora, com malícia
escrita por todo o rosto.

—Oh, Jax. —Ela zombou em um tom agudo. —Deixe-me apenas


pressionar meus peitos enormes sobre seu peito grande e forte. Minha saia de líder
de torcida é curta o suficiente para você? Ou você precisa que eu te dê meu sutiã e
calcinha também?

Eu ri. Não pude evitar. —Fofo, baby Soph.

Ela sorriu, sentindo-se orgulhosa de si mesma. —Acertei ou preciso


chupar meu dedo?

—Não se preocupe, eu posso te dar algo para chupar, querida.

Ela corou, e meu pau se contorceu.

Agarrando seu queixo, trouxe seus lábios até minha boca. Nosso beijo
começou inocente o suficiente até que eu agarrei sua bunda, fazendo-a envolver as
pernas em torno da minha cintura. Em um piscar de olhos, eu nos virei e pressionei
suas costas contra a porta.

Ela gemeu na minha boca, e eu gemi na dela.

—Vou levar essa calcinha. —Murmurei entre nossos beijos. —Mas não
aqui, não agora.

—Quando?

—Sophie, o que diabos você está fazendo comigo? —Rosnei contra seus
lábios. —Se um professor me encontrar aqui com você, o treinador me fará pagar
por isso no treino desta tarde.

Ela deslizou os braços em volta do meu pescoço. —Então é melhor


fazermos valer a pena.
Essa menina atrevida.

A caminho da casa de hóspedes, vi a mãe dela na cozinha. O


caminho estava livre para ir ver Sophie sem ter que me preocupar que
sua mãe nos pegaria. Assim que cheguei à porta da frente, percebi que
estava aberta e entrei.

—Soph? —Chamei, sem sucesso.

Movendo-me rapidamente pela casa, bati na porta do quarto


dela.

—Sophie? —Gritei novamente, batendo uma última vez antes


de girar a maçaneta e abrir a porta.

Sophie estava de pé ao lado de sua cama.

Só que ela não estava vestida com um uniforme, ela estava


completamente nua.

Assim que ela me viu ali, olhando para ela como se fosse a
primeira vez que eu via uma garota nua, ela gritou: —Jax! —
Agarrando seu uniforme para cobrir seu corpo.

Levantei minhas mãos no ar. —Eu bati.

Ela tirou os fones de ouvido. —Eu estava ouvindo um


audiolivro. Oh meu Deus! Vire-se!

Eu ri, agarrando a minha nuca enquanto girava.

—O que você está fazendo aqui? Se minha mãe visse você


em...

—Ela está ocupada na cozinha.

—Isso não responde à minha pergunta sobre por que você está
invadindo meu quarto, Jax.
—Soph, eu juro que bati.

—Bem, então você deveria ter batido mais forte.

—Qual é o problema? Não é como se eu nunca tivesse visto


uma garota nua antes. —Lamentei as palavras no momento em que
elas saíram da minha boca.

—Claro que você viu. Tenho certeza que você já viu todas as
garotas desta cidade nuas.

—Merda, eu não quis dizer isso.

—Sim, você quis. Você pode ir agora, por favor?

—Sophie.

—Estou falando sério. Vá!

Eu relutantemente saí do quarto, chateado comigo mesmo.

Pelo resto da noite, não pude me livrar da imagem de Sophie


nua na minha frente. Mesmo com aquele maldito uniforme, tudo que
eu podia imaginar eram seus seios empinados, sua cintura fina, suas
coxas deliciosas e sua boceta nua.

E saber que ela nunca tinha sido tocada estava fazendo todo
tipo de coisa com meu pau.

A noite não poderia ficar pior, e ter que fingir ser um anfitrião
atencioso enquanto assistia Sophie atender nossos convidados não
estava nada bem para mim. Eu odiava vê-la como mais uma
funcionária. Deixar que isso acontecesse me fez sentir um idiota de
merda.

Eu deveria ter dito algo para minha mãe. Eu poderia ter


impedido que isso acontecesse. Quase perdi a cabeça quando um dos
parceiros de negócios do meu pai roçou os dedos contra a bochecha
dela.
Seus olhos se conectaram com os meus do outro lado da sala,
como se ela me sentisse.

Minha mandíbula se apertou, minhas mãos se fecharam em


punhos ao meu lado. Eu não era um cara ciumento de forma alguma,
e essa garota estava fazendo eu me sentir como se não soubesse mais
quem eu era.

Ela se afastou dele, sorrindo gentilmente antes de ir embora


em direção à cozinha. Meus pés estavam se movendo para segui-la e
exigir que ela fosse se trocar. Tinha chegado ao fim sua noite de
serviçal. Eu lidaria com as consequências. Eu iria acabar com essa
merda.

—Jax. —Papai agarrou meu braço atrás de mim. —Venha


comigo para a biblioteca. Preciso falar com você.

—Eu te encontro lá.

—Não, agora. —Eu poderia dizer por sua voz afiada que o
que quer que ele quisesse discutir não era bom para mim ou para
qualquer outra pessoa.

Com um pé na frente do outro, eu o segui até o cômodo


favorito de Sophie em nossa casa.

Uma vez que estava na biblioteca, ele se virou. —O que você


pensa que está fazendo?

Eu parei no meio do caminho, mal conseguindo entrar na sala.

—O que você quer dizer?

—Não se faça de bobo comigo, Jax. Você acha que eu não


vejo o que está acontecendo sob meu próprio teto?

—Considerando que você nunca está aqui, acho difícil


acreditar que você veja alguma coisa sob seu próprio teto.
—Jax, eu não sou sua mãe. Ela pode não ver o que está
acontecendo entre você e aquela garota, mas eu com certeza vejo.

Eu me fiz de desentendido. —Que garota?

Ele rosnou: —A filha da governanta.

—O nome dela é Sophie.

—Eu não me importo com o nome dela. O que me importa é


que você sabe o nome dela. Desde quando você sabe o nome de
alguma garota, especialmente das funcionárias da casa?

—Ela não é funcionária. A mãe dela é.

Ele arqueou as sobrancelhas. —Não posso acreditar no que


estou ouvindo. Você já dormiu com ela?

—Desde quando você se importa com qualquer garota com


quem eu durmo?

—Jax... —Ele advertiu em um tom áspero. —Eu deixo você


fazer o que quiser nesta casa. Eu te trato como um homem. Eu
sempre fiz isso e sempre farei.

—Bem, eu sou o único homem nesta casa. Você nunca está


aqui.

—Estou trabalhando para que você possa ter essa vida


confortável e tudo o que quiser, e nunca se esqueça disso.

Eu zombei. —Não dou a mínima para nada disso. Você não


está trabalhando para mim. Está trabalhando para si mesmo. Vamos
deixar isso claro.

—Quem vai pagar sua faculdade, hein? Seu apartamento? Seus


livros? Sua comida? Seu pirralho ingrato!

—Eu tenho uma bolsa de estudos de futebol.


—Oh... —Ele inclinou a cabeça para o lado. —Entendo.
Então você acha que não precisa de mim? É isso? Eu posso
simplesmente cortar você então?

—Eu não preciso do seu dinheiro. Posso cuidar de mim


mesmo. Já cuido há anos.

Ele olhou para mim. —Fique longe da garota. Você me


entendeu?

—E se eu não ficar?

Em um passo, ele estava na minha cara. —Ouça-me, seu


merdinha. Este tipo de garota apenas esperando por um cara como
você para dar o golpe do baú. Não seja estúpido! Pense com sua
cabeça e não com seu pau por uma vez.

Eu balancei a cabeça com firmeza. —Você nem a conhece.

—Jax, eu não vou te dizer de novo. Fique longe da garota.

—Eu disse a você que o nome dela é Sophie.

—E eu te disse que não me importo com o nome dela. Não


me obrigue contar à mãe dela. Ou melhor ainda, não me obrigue a
demiti-la.

Eu recuei.

—Ah, isso chamou sua atenção?

Eu me aproximei de seu rosto. —Você realmente quer ser meu


pai agora? Você é o pior pai do mundo, para não mencionar a merda
de marido.

Antes que a última palavra saísse da minha boca, seu punho


estava na lateral do meu rosto quando um arfar alto irrompeu da
porta. Eu cambaleei um pouco, rapidamente me recuperando.
—Nunca mais fale assim comigo! —Ele apontou para Sophie.
—Fique longe do meu filho. —Com isso, ele se virou e saiu,
deixando-me ali parado com a mão no meu queixo. Eu o movi para
um lado e para o outro enquanto ouvia Sophie dar um passo em
minha direção.

Eu não podia deixá-la me ver assim.

Eu me recusava.

Incapaz de me virar para encará-la, ordenei: —Não.

—Jax, sinto muito pelo que aconteceu com você. Você está
bem?

Eu desprezava sua piedade mais do que qualquer coisa. —


Apenas vá, Sophie.

—Por favor, deixe-me ter certeza de que você está bem.

—Estou bem.

—Por favor...

—Eu disse que estou bem.

—Por que você está agindo desta forma?

A pergunta dela me fez pular. —Por que você está aqui? Você
não deveria estar flertando com homens com idade suficiente para ser
seu pai, para ganhar uma gorjeta?

Ela fez uma careta. —Não era isso que eu estava fazendo.
Estou apenas sendo educado com seus convidados.

—Não são meus convidados, são os convidados dos meus


pais.
—Eu sei que você está chateado, mas descontar em mim não
vai fazer você se sentir melhor. Seu lábio está sangrando. Apenas
deixe-me ajudá-lo.

—Eu sou atacado por homens com o dobro do peso dele


todos os dias. Não preciso da sua ajuda.

—Você está sendo um idiota.

—Sim, bem, você está sendo uma pé no saco.

—Tudo bem! —Ela jogou a toalha que tinha nas mãos em


mim. Faça como quiser. Mas não pense nem por um segundo que eu
não sei o que você está fazendo. Você quer deixar seu pai ficar entre
nós, então você não é o cara que eu pensei que fosse se você se assusta
tão facilmente!

Eu a observei sair, resistindo à vontade de ir atrás dela.

A verdade é que não foi meu pai que me assustou...

Foram meus sentimentos por ela.


CAPÍTULO 14

Sophie

Presente

Uma semana depois, eu estava de pé em frente ao espelho do


chão ao teto no quarto de Jax, usando um vestido de noiva de renda
branca, engolindo o enorme nó na minha garganta.

Hoje era o dia em que eu me tornaria a Sra. Jax Colton.

Não iríamos ter um casamento, mas precisávamos tirar fotos


para a imprensa. O celebrante estava esperando na sala para que
assinássemos nossa licença de casamento para realmente nos tornar
oficialmente casados.

O primeiro pensamento na minha mente me dizia que isso era


falso.

No entanto, no fundo da minha mente, parecia muito real.

—Você está linda. —Jax suspirou, de repente parando atrás de


mim.

Nossos olhares de encontraram através do espelho. Ele usava


um terno preto, e estava bonito como sempre.

—Não dá azar ver a noiva antes do casamento?

Ele sorriu. —Tenho algo para você.

—O quê?
—Vire-se, e eu te dou.

—Isso parece obsceno.

Ele sorriu. —Não é, mas eu gosto que você esteja pensando


isso.

—Jax, o que você está fazendo?

—Você não confia em mim?

—Você perdeu minha confiança há muito tempo.

—Achei que não tínhamos mais permissão para discutir o


passado.

Suspirei. Ele estava certo. —É algo que eu vou gostar, ou vai


me fazer querer estrangular você mais do que eu já quero?

—Vire-se e descubra. —Ele deu uma piscadela. —Duvido que


você tenha coragem.

Eu gemi, ansiosa por ele tentar me desafiar.

—A garota que eu conhecia costumava ser destemida.

—Mais como ingênua.

—Você pode, por favor, apenas se virar? Você está arruinando


o momento.

—Há um momento agora?

—Sophie, eu juro que é algo que você vai adorar.

—Muito bem. —Com uma expressão derrotada, me virei para


encará-lo, esperando pela bomba.

Quando ele tirou uma caixa de anel de dentro de seu paletó, eu


ofeguei. —Jax...
Ele não se importou com minha reação, ordenando: —Deixe-
me ver sua mão.

—Por quê?

—Ou você me dá sua mão, ou eu vou pegá-la, e nós dois


sabemos o quanto você ama que eu pegue as coisas de você.

Inalei mais uma respiração profunda, erguendo minha mão


direita para ele pegar.

—Sua outra mão.

—Se é isso que eu acho que é, eu definitivamente vou querer


estrangular você.

Em vez de levantar minha mão esquerda para ele, ele mesmo


estendeu a mão e a agarrou.

—Jax...

—Relaxe, eu conheço minha garota.

Ignorei sua observação, seguindo o movimento de seus dedos


enquanto ele deslizava um diamante estilo anos 1920 pelo meu dedo
anelar. Eu ofeguei com sua beleza. Tinha um centro em formato
marquise rodeado por um aglomerado de diamantes baguetes
cobrindo os lados, fazendo com que parecesse um floco de neve.

Balançando a cabeça, olhei para o anel com espanto. —Não


acredito que você se lembra.

—Penso naquela noite com frequência. Lembro-me de passar


pela biblioteca e ser atraído pela maneira como você estava lendo.
Você parecia incrivelmente cativada, e era quase como se fizesse parte
da história. Seus olhos estavam brilhando, e você tinha o sorriso mais
atraente estampado em seu rosto. Eu tive que parar e falar com você.
—Olhei para o anel. —A Baby Soph aprova seu anel inspirado em
Daisy Buchanan7?

Eu puxei minha mão. —Por que você está fazendo isto


comigo?

—Não estou tentando ser malicioso, Sophie. Eu queria que


você usasse algo que você amasse. É só isso.

—Não, você está tentando mexer com a minha cabeça, Jax.


Você é o rei dos jogos mentais, e este anel não muda o fato de que
este é um casamento falso. Você me entendeu?

—Eu só estava tentando fazer algo de bom para você.

—Isso é demais. É enorme! Quantos quilates tem isso?

—Sete.

—Sete? Você está louco? Quanto isso te custou?

—Você deve ser a primeira noiva que reclama que seu anel de
casamento é muito grande.

—Noiva? —Eu repeti, mantendo-me firme, apesar de ter


adorado o anel.

Era perfeito.

Exatamente o que eu teria desejado se fosse um noivado real.


Eu não podia acreditar que ele tinha feito isso por mim, e se eu não
me impusesse, ele não iria parar. Ele me compraria uma maldita ilha
inteira se achasse que isso me faria amá-lo novamente. Ele era
encantador desta maneira. Dinheiro nunca foi um problema para Jax.

7 Daisy Fay Buchanan é uma personagem fictícia do romance de 1925 de F. Scott Fitzgerald,

O Grande Gatsby. O personagem é uma socialite rica de Louisville, Kentucky, que reside na
elegante cidade de East Egg em Long Island durante a Era do Jazz.
Precisando lembrá-lo da verdade, acrescentei: —Não sou uma
noiva.

—Diz a mulher que está usando um vestido de noiva.

—Para fotos, Jax! Este não é um casamento real. Não estamos


dizendo, “sim”, um para o outro. Estamos simplesmente assinando
nossos nomes em uma licença de casamento, e esse é o limite dessa
farsa. Pare de tentar fazer isso parecer real. Não é. Quantas vezes vou
precisar lembrá-lo disso?

Do nada, o som de helicópteros vibrou nas paredes de seu


quarto.

—Que diabo é isso?

—São repórteres.

—Repórteres? —Fui pega de surpresa. —O que eles estão


fazendo aqui?

—Acho que você não esteve online hoje.

—Por que eu preciso ficar online?

Ele tirou o celular do bolso. —Veja por si mesma.

Peguei-o de suas mãos, sentindo-me mal do estômago.


Deslizando a tela de bloqueio, apertei o ícone do Safari. Sem ter que
procurar por nada.

Bem na frente dos meus olhos estava a manchete, Quarterback


Jax Colton se apaixona pela autora best-seller do New York Times
Sophie Hayes, também conhecida como...

Não consegui ler o resto, em vez disso joguei o telefone dele


na cama.
—Achei que isso sairia amanhã! Por que não me disseram que
seria hoje? Onde está a Autumn?

—Por que importa se é hoje ou amanhã?

—Porque eu nem contei para minha mãe ainda! Ela vai... —O


toque dela no meu celular tocou na mesa de cabeceira, me
interrompendo. —Não posso atender.

Jax não pensou duas vezes, caminhando em direção ao meu


telefone. —Eu vou lidar com ela.

—Oh meu Deus! —Corri na frente dele. —Não!

—Ela vai continuar ligando a menos que você atenda, Sophie.

—O que eu digo?

Ele sorriu. —Que é o dia mais feliz da sua vida.

—Isso não é engraçado, Jax! Ela vai me matar!

—Você precisa que eu te lembre que você não é mais uma


criança? Você é uma mulher adulta. Ela não pode ordenar que você
fique longe de mim como fez naquela época. Basta pegar o telefone e
dizer a ela o que está acontecendo.

—Eu digo a verdade a ela?

—Não acho que seja a melhor ideia.

—Por que não?

—Porque eu não confio nela para não ir à imprensa e contar a


verdade.

Eu acenei, odiando que ele estivesse certo. Eu não confiava


nela para não fazer isso também. Assim que a chamada terminou,
imediatamente começou a tocar novamente. Antes que eu pensasse
outra vez, caminhei até a mesa de cabeceira e atendi a ligação dela.

Não consegui dizer uma palavra.

—Sophie Marie Hayes! —Ela gritou. —O que diabos está


acontecendo?

—Ei, mãe.

—Não me diga “Ei, mãe”, mocinha! Você tem muito o que


explicar! Quando você começou a ver Jax novamente?

—Ummm... eu... é... eu...

Jax arrancou o telefone da minha mão, apertando o botão do


alto-falante.

—Bom dia, senhorita Carlisee.

—O que diabos está acontecendo?

—Prazer em falar com você também.

Ela o ignorou. —É verdade? Vocês vão se casar?

—Em cerca de vinte minutos.

—Vinte minutos?! O quê?!

—Você me ouviu.

—Não posso acreditar no que estou ouvindo! Eu não sabia


que vocês dois estavam namorando, e agora vocês vão se casar, e eu
não estou presente! Isso é um tapa na minha cara, Jax! O que diabos
você pensa que está fazendo?

—Acredite ou não, isso não é sobre você. É sobre nós.

Eu nunca esperei o que ele compartilhou em seguida.


—Senhorita Carlisee, estou apaixonado por sua filha. Eu sou
desde a primeira vez que pus os olhos nela.

Ela ofegou. —Eu sabia! Vocês dois estavam juntos naquela


época, não estavam?

—Sim, nós estávamos.

Meu queixo caiu no chão, e eu dei um tapa no braço dele.

Eu mal podia processar o que ele disse antes que ela


questionasse: —Você vai se casar porque a engravidou novamente?

Arregalei meus olhos enquanto Jax lentamente inclinava a


cabeça para o lado.

—Você sabia?

—Claro que eu sabia.

—Mãe, não...

—Eu disse a ela para ficar longe de você! Ela é boa demais
para você, Jax! Ben não precisava ter um pai ausente em sua vida.
Quantos bastardos você tem com outras mulheres, Jax? Perdi a conta.

Ele desligou na cara dela. Com sua raiva focada em minha


direção, esperei sua ira. Eu sabia que isso não ia acabar bem...

Que maldito dia de casamento estávamos tendo.


Jax

Tentando manter meu temperamento sob controle, perguntei


através da mandíbula cerrada: —Ela é a razão pela qual você não me
contou?

Ela me evitou. —Eu não tenho que responder isso.

Agarrei o braço dela, parando sua fuga. —Uma porra que não.

—Solte-me!

Eu a puxei para mais perto do meu peito. —Não até que você
me responda. Ela é a razão?

Ela tentou puxar o braço, mas não adiantava. Ela não iria a
lugar nenhum a menos que eu quisesse.

—Jax, estou falando sério! Solte meu braço!

Eu a puxei para mais perto do meu rosto. —Foi. Ela. O.


Motivo?

—Ela era apenas parte do motivo!

—O que diabos isso quer dizer?

—Eu não te devo uma explicação. Já estou me casando com


você, não estou?

—Sophie, estou tentando manter a calma. Você vê como isso


é difícil para mim? Agora me diga o que diabos está acontecendo.

—Não importa mais. Você sabe sobre Ben. Não há


necessidade de discutir isso. Agora me solte!
Quando eu não soltei, ela tentou me empurrar para longe. Ela
estava chateada que eu não estava cedendo um centímetro.

—Pare com isso! Solte-me!

—Eu quero saber a verdade! Se houver outro motivo para


você não me contar sobre Ben, quero saber qual é!

—Por quê?

Eu não me contive, cuspindo: —Porque estou tentando te


perdoar!

—Bem, eu não preciso do seu perdão!

Sua resposta me enfureceu à beira da insanidade, e eu a soltei


sem querer. Ela imediatamente perdeu o equilíbrio, quase caindo para
trás se eu não a tivesse pegado pela cintura.

O impulso de nossos movimentos de repente fez minha boca


ficar a centímetros da dela. Sua respiração rapidamente se tornou
irregular enquanto seu peito subia e descia contra o meu. Ficamos ali
pelo que pareceu uma eternidade, perdidos em nossos próprios
pensamentos. Em nossos demônios.

Eu queria odiá-la.

Castigá-la.

Dominá-la de uma maneira que nunca dominei antes.

Fazê-la ver a razão, a verdade de como me sentia no fundo do


meu ser. Por mais que eu quisesse fazê-la pagar, também queria beijá-
la intensamente.

Como se estivesse lendo minha mente, ela foi a primeira a


quebrar o silêncio entre nós.
—Você conseguiu o que queria, Jax. Você sempre consegue o
que quer, vou me casar com você, mesmo depois de tudo! Tudo o
que você me fez passar! A traição.

—Sophie, eu não...

—Você não o quê? —Ela atacou. —Você só vai ficar aí e


mentir na minha cara? Eu acho que é fácil para você, já que você
passou anos mentindo para mim sobre todas as mulheres que você
estava fodendo pelas minhas costas!

Eu rosnei profundamente, pendurado por um fio muito fino.

—Quantas eram, hein? Com quantas mulheres você dormiu


enquanto estava comigo?

—Você entendeu tudo errado.

—Mentira! Você realmente quer voltar para aquela noite?

—Não, eu não quero.

—Excelente. —Ela me empurrou, e eu a soltei. —Eu não


quero voltar ao motivo pelo qual eu também não contei a você sobre
Ben. Então agora estamos quites!

Eu queria tanto falar, mas não consegui.

Não aqui.

Não agora.

Não assim.

Eu não a impedi quando ela foi embora. Não havia


absolutamente nada que eu pudesse fazer para mudar o passado.
Neste ponto, tudo o que eu podia fazer era focar no futuro.

Nosso futuro.
Embora eu tivesse certeza de que iria descobrir o motivo pelo
qual ela não me contou sobre nosso filho. Nós não nos falamos
durante a hora seguinte. Em vez disso, interpretamos o casal recém-
casado enquanto a fotógrafa que Autumn tinha contratado tirava foto
após foto de nós vestidos como noivos.

—Vocês estão incríveis! —A fotógrafa exclamou, parado ao


lado da fonte no meu quintal.

Nossas fotos de casamento foram principalmente do lado de


fora. Autumn encenou um cenário para nós onde supostamente
trocamos nossos votos sob um arco de rosas brancas que estava
cercado por mais rosas brancas.

Autumn estava lá dentro com o celebrante do casamento,


certificando-se de que ele entendesse os termos de seu acordo de
confidencialidade, já que Sophie não queria trocar votos. Caleb estava
com ela. Ambos foram nossas testemunhas deste suposto casamento,
as únicas duas pessoas presentes. Quanto menos pessoas lá, menores
eram as chances de os detalhes do nosso “casamento falso” serem
divulgados.

Os helicópteros ainda estavam sobrevoando minha


propriedade, filmando nossa cerimônia privada.

Ainda não havíamos contado a Ben. Estávamos esperando até


amanhã. Sophie foi inflexível sobre ele não fazer parte desse
casamento de fachada. Ela disse que ele era muito pequeno para
entender, e seria melhor apenas dizer a ele que nos casamos por
impulso.

Eu aceitei o que ela queria. Ela conhecia Ben melhor do que


eu. Mas eu odiava que ele não estivesse lá conosco. Na semana
passada, pedi ao designer de interiores que projetou esta propriedade
para montar o quarto de Ben, certificando-se de adicionar todas as
coisas que ele me disse que amava para que ele se sentisse em casa na
minha casa.

Casa.

Sempre senti que eu não tinha essa palavra de quatro letras, e


agora esta casa estava prestes a ser uma para o nosso filho. Tentei me
concentrar nas orientações que a fotógrafa nos dava para as fotos,
mas minha mente estava girando com a notícia inesperada que a mãe
de Sophie tinha dado.

Que outra razão poderia haver para ela não me contar sobre o nosso
menino?

A pergunta atormentava meus pensamentos, e eu não podia


simplesmente afastá-la. O que me levou de volta à memória da última
vez que vi Sophie antes de partir para Miami. Eu nunca tive a intenção
de fodê-la, mas a vida tinha outros planos.

A fotógrafa me arrancou das imagens imprudentes de uma


Sophie de coração partido que continuavam passando pela minha
mente como se estivesse acontecendo ali mesmo.

—Vamos tirar algumas fotos do casal feliz se beijando. —Ela


acenou com a cabeça. —Jax, puxe-a um pouco mais perto de você e
incline-a um pouco para trás.

Eu fiz o que me foi dito enquanto olhava profundamente nos


olhos dela.

—Agora dê um beijo nela.

Não foi preciso que ela dissesse duas vezes, agarrei a parte de
trás do pescoço dela. Eu a beijei pela primeira vez em sete anos. Este
foi o momento que realmente me confundiu. Eu sabia que ela estava
desempenhando um papel, mas seus olhos estavam me dizendo algo
mais que eu não conseguia identificar.
Mágoa.

Preocupação.

Amor?

Lentamente, gentilmente, reivindiquei o que ainda parecia ser


meu. Beijar Sophie era como voltar para casa.

Raiva.

Ressentimento.

Perdão.

Tudo foi sentido naquele único beijo.

Roçando seus lábios, eu a provoquei com a ponta da minha


língua.

Com ternura.

Levemente.

Minha língua procurou a dela.

Eu levei meu tempo com ela, não querendo perder um


segundo entre nós. Precisando disso como se ela fosse o ar em meus
pulmões, a batida do meu coração e o amor da minha vida.

Eu a beijei com tudo que restava dentro de mim, querendo que


ela entendesse minha vergonha e remorso. A dor que eu causei a ela
nunca deveria ter acontecido. Eu não sabia que ela iria aparecer no
meu apartamento.

Com cada golpe da minha língua, ela sentia o peso das minhas
verdades cair sobre ela. Não havia como fugir delas, silenciando o
erro dos meus caminhos e a devastação que eu havia infligido pelas
escolhas de meu pai.
Com um último beijo, deixei meus lábios demorarem por mais
alguns segundos antes de descansar minha testa na dela. Minha mão
ainda estava agarrada ao lado de seu rosto. Seus olhos estavam
fechados enquanto ela ofegava pesadamente a procura de ar. Quando
ela finalmente abriu os olhos, tudo o que viu foi meu olhar intenso
sobre ela.

Vendo meu futuro em suas mãos.

Sabendo que isso não era o nosso fim...

Era apenas o começo.


CAPÍTULO 15

Jax

Passado

Já passava das duas da manhã quando entrei no meu quarto


depois de sair na casa de um amigo. Fiquei imediatamente chocado
pra caralho por encontrar Sophie sentada contra a cabeceira da minha
cama com um livro nas mãos.

—Oi. —Ela cumprimentou, sorrindo inocentemente para


mim.

Nós não nos falávamos desde a festa de Natal dos meus pais,
dois meses atrás. Eu estava me esforçando ao máximo para ficar longe
dela. A última coisa que eu queria era que meu pai cumprisse suas
ameaças.

Ela perguntou: —Você sabe o que é hoje?

—Sexta-feira?

Sorrindo largamente, ela informou: —É Dia dos Namorados.

Eu acenei, sem saber onde ela estava querendo chegar com


isso.

—Você estava com uma garota?

Eu balancei minha cabeça dizendo que não.

—Onde você estava então?


—Na casa de Kyle.

A expressão em seu rosto passou de preocupada para aliviada


quando ela pegou um enorme saco de M&M's de manteiga de
amendoim ao lado dela. Eles eram meus favoritos.

—Feliz Dia dos namorados.

Não permitindo que ela vencesse minha força de vontade para


manter distância, questionei: —Sophie, o que você está fazendo no
meu quarto?

—É aqui que conversamos e ficamos juntos, lembra?

—Você precisa ir.

—Eu não quero.

—Se sua mãe...

—Ela está desmaiada. Não se preocupe com ela.

Determinado a ficar longe dela, caminhei em direção a minha


cômoda para pegar shorts de ginástica.

—Estou indo tomar um banho. Por favor, vá embora quando


eu sair.

Por alguma razão, eu pensei que ela realmente iria me ouvir,


mas ela estava sentada exatamente no lugar em que eu a deixei. Eu
deveria saber. Ela era tão teimosa quanto bonita.

—Oi. —Ela acenou quando eu saí do banheiro.

—Você é implacável.

—Eu vou atrás do que quero. Tenho certeza que você pode
entender isso.
Com essas duas frases, ela conseguiu me convencer de que sua
insistência foi suficiente para que eu pedisse: —Chega para lá.

Ela sorriu, percebendo que conseguiu o que queria. Eu nunca


tive uma chance, e se não fosse pelo futebol me mantendo ocupado,
eu provavelmente teria cedido antes desta noite.

Maldito Dia dos Namorados.

Ela puxou as cobertas para trás enquanto eu me arrastava até


ela. Ficando debaixo dos lençóis, ela se deitou, e eu segui o exemplo.
Exceto que eu deitei minha cabeça em sua barriga, exigindo um afago
na cabeça e nas costas.

Ela riu, e no segundo em que senti suas unhas correndo no


meu couro cabeludo, eu gemi: —Porra, isso é bom.

—Como foi no Kyle?

—Nada muito emocionante. Como está seu livro?

—É incrível.

—É sobre o quê?

—É um romance histórico que se passa durante a Segunda


Guerra Mundial. É ambientado na Rússia. Provavelmente já o li uma
centena de vezes.

—Então por que você está lendo de novo?

—É um dos meus favoritos.

—Você tem muitos favoritos.

—Eu tenho, mas este é muito especial.

—Por quê?

—Porque o herói me lembra você.


—Estou longe de ser um herói, Sophie.

—Isso é algo que Alexander Barrington diria.

Senti ciúmes imediatamente. —Quem diabos é Alexander?

Ela riu. —Oh, você sabe... apenas o cara pelo qual estou
apaixonada.

—Você está fodendo comigo?

—Pode ser.

—Baby Soph. —Eu persuadi, esfregando a barba no meu


rosto contra sua barriga. —Se você não me disser quem ele é, então
terei que resolver o assunto com minhas próprias mãos.

—Bem, eu não posso ter isso agora, posso?

—Estou esperando. Não vou pedir de novo.

—Você parece estar com ciúmes.

—Vou parecer muito pior se você não me disser quem ele é


antes que eu perca a paciência.

—Hmmm... —Ela levou o dedo à boca. —Você tem


paciência? Eu nunca vi isso. Mas como não quero ver o Hulk se
transformar, vou dizer quem é meu amado Alexander Barrington. Ele
é o herói do livro que estou lendo.

—Sua canalha.

Ela sorriu, sentindo-se orgulhosa de si mesma.

—Você vai me dizer por que ele a faz lembrar de mim?

—Há algumas razões, mas a mais precisa é que ele é teimoso


e protetor como você. Ele também é um alfa super exagerado.
—Entendo. A heroína é uma pé no saco como você?

—Pior.

—Ela precisa ficar longe dele também?

—Sim, mas eles não conseguem ficar longe um do outro.


Mesmo que ele esteja namorando a irmã dela.

—Não soa muito como um herói para mim, Baby Soph.

—É uma longa história.

—Sempre é.

—Na verdade, são três livros muito longos.

—E qual é o seu favorito?

—O último?

—Por quê? Eles terminam juntos?

—Sim, mas eles passam por muitas coisas para chegar lá.

Eu sabia que ela estava se referindo a nós e usando seu livro


como exemplo. O silêncio repentino entre nós foi ensurdecedor.
Ficamos em silêncio por um minuto até que ela o quebrou.

—Nós vamos conversar sobre o que aconteceu naquela noite


com seu pai?

—Sophie.

—Você já fez isso antes?

—O quê? Tentar ser meu pai?

—Não. Bater em você.

Eu me inclinei contra suas unhas. —Não daquela maneira.


—Sinto muito pelo que aconteceu, Jax.

—E eu sinto muito por ter descontado em você.

—É por isso que você ficou longe de mim?

—Você sabe por que eu fiquei longe de você, Sophie.

—Minha mãe não era um problema antes daquela noite.

—Vai ser um problema se ele a demitir por nossa causa.

—Então vamos ser mais cuidadosos.

Eu olhei para ela. —O que você acha que vai acontecer aqui?

—O que você quer dizer?

—Conosco.

—Ah... bem, estamos namorando, certo?

—Namorando?

—Sim.

—Você acha que estamos namorando?

—Não estamos?

Eu não sabia como responder. Eu nunca tinha namorado


ninguém antes, e eu não queria ferir seus sentimentos.

—Independentemente disso. —Acrescentou ela, sentindo


minha hesitação. —Nós somos amigos, certo?

—Você quer ser minha amiga?

—É claro. Eu não quero que nos afastemos. Você quer?

—Eu não sei o que quero.


—Você me quer?

—Mais do que eu já quis alguém antes.

—Então é isso. Teremos que ter mais cuidado para não sermos
pegos.

—Você entrar sorrateiramente na minha cama não é o que eu


chamaria de cuidado.

—Mas sua cama é tão confortável e você é tão quente e


aconchegante.

—Sério?

—Além disso, eu gosto das outras coisas que fazemos.

Eu sorri. —Que outras coisas?

Ela corou, e eu tomei isso como um convite para subir em seu


corpo até que minha boca estivesse pairando sobre a dela.

—Você quis dizer isso?

Eu beijei seus lábios, amando a sensação deles contra os meus


depois de todos esses meses.

—É tão bom ter você em meus braços, Soph. —Esfregando


meu nariz contra o dela, eu disse. —É isso que você quer? Eu deitado
em cima de você?

—Sim.

—E depois? O que Baby Soph quer de mim?

—Jax...

—Se você disser meu nome assim de novo, vou ter dificuldade
em não fazer você gritar.
Ela sorriu. —Eu não me importaria com isso.

Prendendo-a com meus braços, pairei acima de seu pequeno


corpo. Nossas pernas estavam entrelaçadas, esfregando-se, e eu não
pude resistir quando estava tão perto dela. Comecei a beijar ao longo
de seu queixo e pescoço, deliberadamente descendo pelo seu peito.

Sua respiração intensificou quando ela se esfregou contra mim,


criando atrito no meu pau.

Ela gemeu, e eu gemi dolorosamente. —Porra, Soph. Eu tenho


que parar.

Minha intenção era deitar com ela e abraçá-la, mas o desejo


que eu tinha por ela fez minhas bolas doerem e meu pau pulsar. Eu
precisava desacelerar. Era sempre incrível tê-la comigo e ela tinha um
cheiro bom pra caralho. Até este momento, mantive minha
contenção, embora estivesse ficando evidente que eu a queria de mais
maneiras do que apenas ouvi-la falar sobre seu dia.

Houve um acúmulo que eu nunca tinha experimentado antes.


Uma antecipação profunda em meus ossos.

Nossa brincadeira de flerte.

O sorriso dela.

A risada dela.

Como era fácil voltar ao lugar onde as linhas eram borradas e


o futuro desconhecido. Ela queria mais. No entanto, Sophie não era
apenas uma garota que você fodia – ela era uma com quem você fazia
amor, e esse conceito era mais do que estranho para mim.

Eu nem sabia o que diabos isso significava. Eu não acreditava


no amor. Tudo que eu sabia era que eu nunca tinha tirado a virgindade
de uma garota antes. Eu não queria as emoções e tolices que estavam
ligadas a isso.
No entanto, com Sophie, eu não poderia imaginar não aceitar.

Reivindicá-la.

Fazê-la minha.

Isso fodeu com a minha cabeça. Mais do que eu jamais poderia


imaginar. Ela era mais do que eu poderia imaginar. Sempre provei ter
mais orgulho do que bom senso, e queria o que queria, quando queria.

Resumindo.

Eu queria tirar a virgindade dela.

O amor.

A amizade.

As mulheres não eram nada além de descartáveis para mim a


qualquer momento. Eu estava acostumado com o distanciamento
emocional.

O sexo.

Foder.

A natureza crua e animalesca do prazer.

Eu era um homem.

Transar não significava nada para mim, mas Sophie significava


algo em cada parte de mim. Uma vez que minha boca alcançou o topo
de seu peito, eu gemi alto e coloquei minha testa em seu decote.

—Você tem alguma ideia do quanto eu quero foder você


agora?

—Umm... —Ela ofegou, fazendo meu pau se contorcer. —Eu


tenho uma ideia baseada em... bem, você sabe.
Olhando para ela através dos meus olhos semicerrados. —Meu
pau duro?

Seu rosto ficou trinta diferentes tons de vermelho antes que


ela respondesse: —Sim, isso.

Eu ri, beijando seu mamilo através de seu top, e suas costas


arquearam para fora da cama. Em vez de continuar minha jornada
explorando seu corpo, deitei minha cabeça em sua barriga. Eu
precisava parar o que estava acontecendo entre nós.

A verdade era que ela estava pronta.

Era eu que não estava.

Em poucos segundos, suas unhas deslizam pelas minhas


costas, deixando arrepios em seu rastro.

—Se eu não parar, vou tirar outra coisa de você, Sophie.

—E se eu estiver dando a você?

—Eu não mereço.

—Se não você, então quem?

—Algum cara que pode realmente ser seu herói.

—Quem disse que você não pode ser?

—Eu.

Ela prestou atenção ao tom duro na minha resposta honesta.


—Você precisa se dar mais crédito do que isso, Jax.

—Eu não sou bom para você, Sophie.

—Deixe-me ser o juiz disso.

—Sua opinião sobre mim é distorcida.


—Não mais do que a sua é de si mesmo. Quero dizer, veja o
que você acabou de fazer, você literalmente parou quando poderia ter
continuado, e eu teria deixado.

—Eu sou um idiota egoísta, e quero você só para mim. Não


quero dividir você com ninguém.

Ela sorriu. —Você não precisa. Sou sua. Eu gostaria que você
pudesse ver o que eu vejo em você. Você é um cara legal e estou feliz
por tê-lo em minha vida.

—Você é muito doce para o seu próprio bem.

—E você é muito duro consigo mesmo.

Eu olhei para ela. —Então, como eles conseguiram o felizes


para sempre no seu livro?

Em uma frase ela me deixou sem palavras. —Ele estava


perdido, e ela o encontrou.

Durante a hora seguinte conversamos sobre nada e tudo até


que adormeci em cima dela. Acordei com ela em meus braços antes
do nascer do sol. Era a primeira vez que eu dormia assim com alguém.
Eu não era o único a ter suas primeiras vezes – Sophie estava levando
as minhas também.

Depois que eu a acordei para que ela pudesse voltar


sorrateiramente para seu quarto, fiquei deitado lá, bem acordado.

Já com saudades dela.

E com medo do rumo que isso estava tomando entre nós.


CAPÍTULO 16

Sophie

Presente

Sentei-me em nosso camarote particular no primeiro jogo de


futebol da temporada. A multidão não apenas cantou para Jax quando
ele saiu correndo com seu novo time, eles se levantaram e aplaudiram.
Eu nunca tinha visto nada parecido antes. Era uma loucura estar
experimentando isso em primeira mão com ele.

A energia e o amor que ele estava recebendo não me


surpreenderam. Jax sempre teve essa habilidade de fazer as pessoas se
apaixonarem por ele sem sequer tentar. Seu carisma irradiava dele
através das arquibancadas. Era uma visão e tanto de se ver. Jax nasceu
para esta vida, e era óbvio para todos, inclusive para mim.

No último mês desde que assinamos nossa licença de


casamento, tudo na minha vida mudou drasticamente da noite para o
dia. O número de repórteres ligando para minha editora pedindo uma
entrevista era insano. Eles não conseguiam acompanhar a demanda
das ligações. Tornou-se tão intenso que decidiram que o melhor a
fazer era organizar um evento onde os leitores e a imprensa pudessem
estar presentes.

No próximo mês seria minha primeira aparição pública para


encontrar meus fãs. Eu autografaria seus livros e responderia às
perguntas e depois participaria de uma sessão de perguntas e respostas
ao vivo, onde eles poderiam perguntar sobre minha carreira e vida
pessoal.
Dizer que eu estava nervosa seria um eufemismo. Eu nunca
havia encontrado um leitor antes. Eu vivia atrás da tela do meu
computador, e essa era a extensão do meu trabalho. Eu não sabia o
que esperar. O que eles iriam perguntar, como eu responderia... Era
no mínimo esmagador, e o fato de que Jax estaria lá comigo não
ajudava em nada para relaxar minha ansiedade.

No mínimo, piorava.

Minha editora e equipe insistiam em ter os mais novos


namorados da América juntos em uma sala. A mídia havia se
transformado em um circo. Todos os dias havia algo diferente sendo
dito sobre nós. Nunca terminava.

A imprensa já estava tentando me engravidar. A especulação


sobre um novo bebê era surreal. Apenas um mês depois do nosso
casamento falso e eles já queriam um irmão para Benjamin.

A maneira como lidamos com a notícia inesperada de Jax


Colton ser de repente o pai de um menino de seis anos foi dizer ao
mundo que ele estava cuidando dele a portas fechadas desde que
descobrimos que eu estava grávida. Anos depois, simplesmente
encontramos o caminho de volta um para o outro. A mídia nos
rotulou como o melhor romance de segunda chance de todos os
tempos.

Como Jax sempre foi um homem reservado, eles não


estranharam que nós tivéssemos sido capazes de esconder o fato de
que ele teve um filho nos últimos seis anos. Autumn não estava
brincando quando disse que o mundo se apaixonaria por nossa
história de amor.

Eles se apaixonaram.

Completamente.
Ninguém duvidou do nosso amor um pelo outro. Estávamos
na capa de todas as revistas internacionais. Eu não podia sair pelos
portões da propriedade de Jax sem que os paparazzi seguissem cada
movimento meu. Ficou tão ruim que Jax teve que contratar guarda-
costas para me acompanhar em qualquer lugar que eu fosse.

Minha vida costumava ser privada, e agora era o assunto que


todos discutiam. Eu não podia imaginar como seria depois que
anunciássemos nosso divórcio. Tentei não pensar nisso,
concentrando-me em passar por esse casamento falso e não me
apaixonar por Jax novamente.

Ele estava se dedicando exageradamente. Apesar de não estar


muito por perto devido à sua agenda de futebol, ele ainda encontrava
maneiras de estar comigo.

Nós.

Ele começou a me deixar bilhetes de amor por toda a casa para


que eu encontrasse. Eram citações de alguns dos meus livros
favoritos. A maioria eram citações de Alexander Barrington. Eu não
podia acreditar o quanto ele se lembrava. Especialmente porque muita
coisa aconteceu nos últimos dezesseis anos, desde que nos
conhecemos.

Além dos bilhetes de amor, na semana passada eu acordei com


minha própria biblioteca na casa dele. Achei que a reforma daquele
quarto era para o escritório dele, foi o que ele disse que era. Pensar
naquela manhã fez meu estômago vibrar como se estivesse
acontecendo naquele momento.

Lentamente, eu me virei apreciando sua beleza. Livro após livro cobria o


piso de dois andares junto com uma escada dourada brilhante. As prateleiras
estavam cheias de minhas histórias favoritas e mais algumas.

Balançando a cabeça, eu respirei. —Não posso acreditar que ele fez isso.
Sua voz rouca encheu o espaço silencioso. —Eu faria qualquer coisa por
você. A estante no canto tem todos os seus livros de bolso e de capa dura.

Eu não consegui me virar.

Isso era demais, mas quando ele perguntou: —Então me diga, Baby
Soph. Quantos livros você escreveu e eu era seu muso?

Eu me virei abruptamente. —Você não...

Ele arqueou uma sobrancelha. —Estou conhecendo-os a fundo.

Meu queixo caiu. —Você não pode ler meus livros!

Ele sorriu, se empurrando do batente da porta. —Mas eles são tão


divertidos. Quem teria pensado que minha inocente Baby Soph cresceria e se
tornaria uma garota tão safada?

Arregalei meus olhos antes de cobrir meu rosto com as mãos. Era
humilhante.

—Ah, comigo você é toda tímida e reservada, mas a autora de romances


Sophie não tem nenhum problema em deixar meu pau duro.

—Jax, você não deveria ler meus livros.

Ele afastou minhas mãos do meu rosto. —Não sei se devo ficar lisonjeado
por ser seu maior muso, ou se devo exigir royalties por toda a inspiração que te
dei.

—Verifique seu ego, não é você.

—Você realmente vai tentar negar que eu não sou sua fantasia?

Claro que ele estava sem camisa, vestindo apenas uma calça de moletom
cinza. Ele era um sonho molhado vivo e ambulante parado na minha frente.

—Por que você não está usando roupas?


Ele olhou para si mesmo, fazendo-me olhar para baixo com ele. Meus
olhos estavam colados em seu abdômen e naquele V em seus quadris inferiores que
sempre mexiam comigo.

Agarrando meu queixo, ele me fez olhar em seus olhos.

—Só estou te dando mais inspiração para seu próximo livro.

Afastei a memória, odiando o efeito que ele ainda tinha em


mim.

—Mamãe! Você viu o papai correr pelo campo? Ele é tão


rápido quanto o Superman!

Eu acenei com a cabeça, focando no meu menino. Pensando


na manhã em que dissemos a ele que tínhamos nos casado. Seu
rostinho tinha a expressão mais adorável que eu já tinha visto nele.

—Você é casada igual no Shrek?

—Sim. —Foi tudo o que pude responder.

—Isso significa que vamos morar com você nesta casa, pai?

—Isso é exatamente o que significa. Quer ver seu quarto?

—Sim!

Depois que eles brincaram com seus brinquedos durante as horas


seguintes, do nada, ele perguntou a Jax: —Papai, você ama a mamãe?

Nossos olhos se encontraram do outro lado da sala. Eu estava tentando


arrumar a bagunça deixada por Benjamin enquanto Jax o ajudava a criá-la.

—Eu amo sua mãe tanto quanto amo você. Vocês são minha família
agora, e eu sempre vou cuidar de vocês.

Ele sorriu, olhando para mim. —Mamãe, você ama o papai?


Jax sorriu, recostando-se contra a parede onde eles estavam sentados e
brincando de carros.

—Sim, mamãe. Você ama o papai?

Eu olhei para ele por um segundo, mas Ben não percebeu. —Umm... o
amor é... bem, é... complicado.

—O que isso significa?

—Isso significa que você pode se casar com alguém que você...

A confusão em seu rosto era evidente, e eu não queria que nosso filho
pensasse que estávamos em um casamento sem amor.

O sorriso no rosto de Jax só se amplificou quando ele me viu tropeçar nas


minhas palavras, tentando encontrar uma resposta para ele.

Eu respondi com a única verdade que eu tinha. —Eu o amo porque nós
fizemos você.

Não era o que Jax queria ouvir, mas foi o suficiente para
apaziguá-lo no momento. Eu assisti enquanto ele ia de um lado para
o outro no campo. Eu não podia acreditar que seu corpo ainda podia
suportar a pressão cansativa e desgastante que era esse esporte. Vê-lo
ser derrubado no chão nunca foi divertido. Eu não gostava disso na
época, e isso não mudou nos últimos dezesseis anos.

—Mamãe! —Ben gritou do outro lado dos camarotes. —Você


viu?! Papai acabou de fazer outro touchdown!

Eu acenei. —Eu vi.

Caleb sorriu e caminhou para ficar ao meu lado. —Como vai


indo?

—Ah você sabe. Um mar de rosas.

Ele riu. —Você parece preocupada.


—Não posso acreditar que ele ainda pode levar golpes como
esses, é isso.

—É por isso que o chamam de melhor de todos os tempos.

—Quando foi sua última lesão?

—Dois anos atrás.

—Quantos anos mais o corpo dele pode aguentar isso?

—Estamos falando de Jax Colton. Se dependesse dele, pelo


menos mais dez.

—Tenho? —Eu me empurrei para trás. —Qual é a idade


média de um quarterback se aposentar?

—Por volta de trinta e sete, talvez trinta e oito.

—Jax vai fazer trinta e cinco este ano.

Ele sorriu.

—O quê?

—Nada.

—Isso não é uma cara de nada, Caleb.

—Eu só acho engraçado que você esteja tão preocupada com


o bem-estar dele.

—Ele é o pai do meu filho. Eu gostaria de vê-lo por perto por


um tempo.

—Esse é o único motivo?

—Eu não sei o que você está insinuando.

—Eu não estou. É apenas uma observação.


—Qual?

—Você se importa com ele.

—Claro que eu me importo com ele. Mais uma vez, ele é o pai
do meu filho.

—Acho que é mais profundo do que isso.

—Eu acho que você é um agente, não um terapeuta, então


você deve ficar na sua.

Ele riu. —Anotado.

Antes que eu soubesse o que estava perguntando, deixei


escapar: —Jax realmente mandou você me procurar?

Se minha pergunta o surpreendeu, ele não demonstrou. —Por


um mês inteiro.

—Por quê?

—O que você quer dizer?

—Por que ele fez você me procurar?

—Não é óbvio?

Eu balancei minha cabeça, esperando por uma resposta.

—Ele está apaixonado por você.

—Jax não sabe o significado da palavra, então tente


novamente.

—Você ficaria surpresa com o quanto ele sabe o significado


dessa palavra.

—Isso foi vago. Que tal você explicar?


—Talvez, em vez disso, você devesse apenas perguntar a ele.
Ele é seu marido.

—Falso marido.

—De qualquer forma, você está legalmente casada. Você tem


o direito de saber.

—Ou você pode apenas me dizer.

—Não é minha história para contar, Sophie.

Suspirei. —Então agora há uma história?

—Há muita coisa que você não sabe.

—Você pode, por favor, parar com as mensagens enigmáticas


e apenas me dizer?

—Jax vai te dizer quando ele estiver bem e pronto.

—Agora você está me assustando. É ruim?

—Foi por um tempo, mas ele resolveu. Ele é um bom homem.


Você tem sorte de tê-lo como pai de seu filho. Jax não vira as costas
para a família. Ele é muito leal àqueles que ama.

—Leal não é uma palavra que eu usaria em referência a ele.

—O que você usaria?

—Traidor. Idiota. Mentiroso. Destruidor de corações. Esses


são apenas para citar alguns.

—Belos os rótulos que você tem aí, Sophie.

Dei de ombros. —Ele os ensinou a mim.

—Mais uma vez, há muita coisa que você não sabe.


—Tanto faz. —Balancei minha cabeça, sentindo que faltava
uma peça no quebra-cabeça que era Jax Colton. —De qualquer
forma, e quanto a você?

—E quanto a mim?

—Você tem namorada? Esposa?

—Eu era casado, mas estamos divorciados agora.

—Oh, lamento.

—Não lamente. Ela estava transando com o cara da piscina.

—Sim, eu sei como isso é.

Ele estreitou os olhos. —Você acha que Jax te traiu?

—Eu não acho, eu sei.

—Como?

—Não quero mais falar sobre isso. Vamos voltar para você.
Há quanto tempo você é agente dele?

—Desde o início da carreira.

—Como vocês se conheceram?

—Fraternidade na faculdade.

—Interessante. Ele nunca falou sobre você, mas, novamente,


Jax não me falava muito sobre nada naquela época.

—Ele é uma pessoa reservada.

—Sim.

—Mas ele te ama, Sophie. Mais do que você imagina.


—Acho engraçado você achar que ele está apaixonado por
mim, considerando que ele nunca me disse essas palavras.

—Nem mesmo naquela época?

—Especialmente não naquela época.

—Então o que te atraiu nele?

—Você conhece Jax melhor do que eu. Ele é encantador.


Sempre foi.

—Bem, você deixou uma grande impressão nele. Depois de


todos esses anos, ele acha que foi você quem escapou.

—Ele já te disse isso?

—Ele não precisa. Como você disse, eu o conheço melhor do


que ele mesmo. Jax só tem um medo na vida.

—E o que é?

—Abandono.

Inclinei minha cabeça para o lado. —Jax sempre teve muitos


amigos. No ensino médio, ele era um dos caras mais populares. Eu
não acho...

—Ele não deixa as pessoas se aproximarem dele por uma


razão. Você conheceu os pais dele?

Balancei minha cabeça. —Sim.

—Exatamente, ele nunca teve uma família de verdade, e agora


você é o que ele sempre quis.

—Mentira.

—Você tem certeza disso?


—Eu...

—Mamãe! Papai ganhou! Ele acabou de marcar o touchdown


da vitória! Eu vou vê-lo, ok?

—Ben...

Ele estava do lado de fora, correndo em direção ao campo


antes que eu pudesse impedi-lo.

—Ben! —Eu gritei atrás dele, tentando acompanhar seu ritmo.

Ele conseguia correr como seu pai.

—Ben, volte aqui!

Juro que ele correu ainda mais rápido até que Jax o viu
correndo em direção a ele.

—Papai! Você ganhou! Você ganhou, papai!

Ele instantaneamente o levantou do chão, jogando-o no ar, e


a multidão foi à loucura. Uma vez que eu estava a poucos metros de
distância deles, parei. Esperando eu não sabia o quê.

Eu deveria saber.

Jax colocou Ben em seus ombros, e se aproximou de mim em


três passos largos. Minhas mãos instintivamente foram para o peito
dele, querendo empurrá-lo para trás, mas de alguém de fora olhando,
parecia que eu estava simplesmente acariciando seu torso.

Os fãs enlouqueceram, e Jax não hesitou em agarrar minha


nuca e bater sua boca na minha.

Este beijo foi diferente, parecia íntimo.

Apaixonado.

Real.
Minha cabeça estava tonta, girando com o furacão que era Jax
Colton.

Ele bicou meus lábios uma última vez antes de olhar


profundamente em meus olhos. Eu tentei desesperadamente não me
perder em suas mentiras novamente quando disse: —Você sempre
foi bom em fingir.

Puxando-me para frente, ele falou com convicção em meu


ouvido...

—Eu não fingi antes, e tenho certeza de que não estou


fingindo agora.

Com essa declaração, ele me fez perceber que talvez Caleb


estivesse certo. Havia mais por trás da história de por que ele partiu
meu coração e nunca o devolveu.

E eu estava determinada a descobrir o porquê.


CAPÍTULO 17

Jax

Passado

Quatro meses e meio se passaram e eu me formei no ensino


médio. A última vez que vi ou falei com Sophie foi há algumas
semanas. Não por falta de tentativa. Eu estava me mudando para meu
novo apartamento perto do campus, no mesmo complexo de Kinley.

Tomou muito do meu tempo. Quando eu não estava fazendo


e desfazendo as malas, eu estava no acampamento de futebol, me
preparando para a temporada em agosto. Estar longe de Sophie não
era algo que eu queria, mas definitivamente era o que eu precisava...

Eu odiava isso mais do que tudo.

Eu sentia falta de sua risada contagiante. Seu sorriso expansivo.


Seus olhos castanhos que tinham mais expressão do que os de
qualquer outra pessoa que eu conhecia. Eu sentia falta da sensação de
tê-la em meus braços. O som de sua voz e o cheiro de seu cabelo. Eu
basicamente me tornei um maldito maricas. Sonhar com ela era meu
novo normal.

Eu. Sentia. Falta. Dela.

Por inteiro.

Do começo ao fim.

Li alguns dos livros dos quais ela me falou, apenas para me


sentir perto dela. Memorizando suas partes favoritas que ela sempre
citava. Sentindo-me nostálgico, peguei a foto que tinha dela na minha
gaveta, olhando para ela enquanto me deitava em minha cama.

A última vez que ela dormiu em meus braços, tirei uma foto
dela e a imprimi na biblioteca da universidade. Impulsivamente,
mandei uma mensagem para ela, esperando que ela respondesse desta
vez.

Jax: Estou pensando em você.

Foi tudo que eu disse.

As últimas mensagens que enviei a ela, não obtive resposta, e


eu sabia que era porque ela pensava que eu estava mais uma vez
tentando ficar longe dela. Talvez uma parte de mim estivesse,
especialmente agora que eu não morava mais em casa.

Era mais fácil manter distância, mas para ela provavelmente


parecia que eu estava sacaneando com ela de novo. Era pelo o que eu
era mais conhecido. Eu estava mais do que frustrado quando se
tratava dela, sem saber qual era a coisa certa ou errada a fazer.

Pela primeira vez, eu queria fazer a coisa certa.

Jogando meu telefone na minha cama, fui tomar um banho.


Eu não esperava que ela me mandasse uma mensagem de volta,
Sophie era uma coisinha teimosa assim. Depois que terminei, joguei
a toalha que estava em volta da minha cintura na minha cadeira e
peguei um short de ginástica da minha cômoda.

De repente, meu celular tocou com uma nova mensagem de


texto dela. Eu abri e um vídeo começou a ser baixado. Ela nunca tinha
enviado vídeos de si mesma, então fiquei imediatamente intrigado.

Inclinando minha cabeça para o lado, esperei o download do


vídeo terminar e quase cai de bunda com o que estava acontecendo
na minha frente.
Ela estava nos braços de outro cara. O rosto dele não estava
na tela, mas o dela com certeza estava. Ela estava sorrindo para mim
enquanto os braços dele estavam a abraçando por trás.

—Que porra é essa? —Murmurei para mim mesmo antes de


responder.

Jax: O que você está fazendo?

Não demorou muito para ela responder.

Baby Sophie: Estou em um encontro.

—Você está brincando comigo? —Eu rugi em voz alta.

Jax: Onde você está?

Esperei pelo que pareceu uma eternidade por uma resposta.

Jax: Não foda comigo. Onde você está?

Ainda sem resposta.

Andei pelo meu quarto, passando as mãos pelo meu cabelo,


querendo arrancá-lo da minha cabeça. Olhei para o vídeo novamente,
percebendo que ela estava deitada em sua cama. Fazendo-me ver nada
além de vermelho.

Rapidamente, vesti uma camisa e peguei minhas chaves para ir


até a casa de hóspedes. Eram quase nove horas quando entrei na
garagem, percebendo que o carro de sua mãe não estava onde ela
costumava estacionar. Era sábado à noite. Sua mãe devia ter saído
com alguns amigos.

Um pé após o outro, pisei na calçada em direção à casa dela.

Meu coração estava batendo.

Minha cabeça latejava.


Pela primeira vez na minha vida, temi o que veria quando ela
abrisse a porta. Já pensando onde estava a chave reserva da casa de
hospedes, pensando que ela não iria atender, mas para minha
surpresa, ela realmente abriu a porta.

Seus olhos estavam arregalados quando ela perguntou: —O


que você está fazendo aqui?

Pronto para colocar o maldito para fora, eu fui entrando. —


Onde está o cara?

Ela arqueou uma sobrancelha, olhando para mim como se eu


estivesse louco, e eu estava. Eu tinha perdido totalmente a cabeça,
mas pensar nela com outro cara não era nada que eu esperava.

Ela sorriu astutamente. —Ele acabou de sair.

Inalei uma respiração profunda, me afastando dela, finalmente


capaz de ver direito.

—Sua mãe sabe que havia um cara aqui com você enquanto
ela está fora?

—Minha mãe sabe todas as vezes que eu me arrastei para sua


cama enquanto ela estava dormindo? —Ela fechou a porta, voltando
para seu quarto, e eu a segui, perdendo todo o senso de razão.

Exatamente do jeito que ela queria.

Fechando a porta do quarto atrás de mim, inclinei-me contra


ela antes de cruzar os braços sobre o peito. Observando enquanto ela
se sentava na beirada de sua cama, notei que ela estava vestindo
apenas uma camiseta branca fina.

Meu olhar mudou para o cabelo dela que estava uma bagunça
desgrenhada, junto com os lençóis que estavam espalhados sobre a
cama.
Pensando o pior, eu acusei: —Você transou com ele?

Ela sorriu. —Talvez sim, talvez não.

—Sophie...

—O que isso importa? Por que você está aqui? Você deveria
ficar longe de mim, lembra? Quero dizer, você tem feito um ótimo
trabalho desde que se mudou. Por que não continuar?

—Eu não estava fodendo com você.

—Ótimo, porque eu estava fodendo alguém.

Minha mandíbula se apertou. —Vamos tentar isso de novo.


Você fodeu com ele?

Ela colocou o dedo nos lábios, olhando para o teto. —Eu fodi
com ele? —Ela zombou, me fazendo estremecer. Eu não estava
acostumado a ouvi-la falar palavrão.

—Você quer dizer que ele me tocou ou eu toquei nele? —Ela


pensou sobre isso por um segundo. —Definitivamente foi tocante.

Meus punhos estavam cerrados ao meu lado ao ponto de dor.


—Você. Fodeu. Com. Ele?

—Conta se ele me fez gritar seu nome?

E isso foi o suficiente para que eu perdesse completamente a


cabeça. Em um instante, eu estava em seu rosto. Meu movimento
abrupto a fez cair para trás em sua cama.

Pairando acima dela, eu rugi: —Foi a primeira vez?

—Não foi a última.

Eu rosnei, agarrando seu pescoço.


—Não fique tão preocupado, Jax. Ele era tudo que eu sempre
quis.

Eu me empurrei para trás como se ela tivesse me dado um tapa


no rosto. Eu vi, claro como o dia, o filho da puta pegando o que
deveria ser meu.

Meus olhos ficaram vidrados como os de um homem possuído


enquanto eu vomitava. —É mesmo? —Incapaz de resistir, rasguei sua
calcinha, fazendo-a ofegar.

Eu a joguei no chão e desafivelei meu jeans em seguida. —


Então me diga, Baby Soph? —Puxando meu pau, assisti seus olhos
me observarem pela primeira vez.

—Uau. —Ela expirou. —Você realmente tem um piercing.

Acariciando meu pau para cima e para baixo, eu rosnei: —Ele


fez você gozar?

Com seu olhar ainda preso no meu pau, ela respondeu: —Mais
de uma vez.

Eu ia fazê-la se arrepender de suas escolhas. O desejo de


lembrá-la a quem ela pertencia era demais para controlar. Abri mão
do controle, entregando-o a ela. Eu não podia acreditar que ela tinha
fodido um cara, e pensar nas mãos dele sobre ela estava me comendo
vivo.

Não apenas as mãos.

A boca dele.

Sua língua.

Seu pau.

A única coisa que eu sabia ser verdade era que naquele


momento eu tinha que apagá-lo de cada centímetro de seu corpo.
Com minhas mãos.

Minha boca.

Minha língua.

Mas primeiro, era meu pau que iria reclamá-la, como eu já


deveria ter feito.

O remorso me consumiu. Minha mente travava uma guerra


consigo mesma. Eu não conseguia parar de vê-lo tocando-a, beijando-
a, fodendo-a...

—Ele tocou em você esta noite?

Ela gemeu.

—Responda-me.

—Não essa noite.

Em um movimento rápido e repentino, eu estava de joelhos


na frente de sua boceta, inalando seu cheiro viciante antes de lambê-
la lentamente de sua fenda até o clitóris.

—Porra... —Eu exclamei, sugando sua protuberância para


dentro de minha boca.

Suas costas arquearam para fora da cama enquanto suas pernas


se abriam mais para mim.

Ela ofegou.

Suas coxas se apertaram.

Sua respiração tornou-se irregular.

Ela estava voluntariamente me dando o que eu desejava.

Precisava.
Não poderia viver sem.

Ainda assim, eu não conseguia afastar o filho da puta que a


teve antes de mim. Em vez disso, descontando minha frustração em
sua boceta, eu não mostrei a ela nenhuma contenção.

Mais forte.

Mais rápido.

Com mais determinação.

Eu a devorei, certificando-me de que não haveria como me


confundir com ele.

—Jax... —Ela gemeu alto, lentamente se desfazendo na minha


língua. Ela gozou na minha boca, no meu queixo e no meu peito.

Não havia como tomar meu tempo com ela, isso já se foi há
muito tempo, e em seu rastro estava um homem em uma maldita
missão. Através dos olhos cheios de luxúria, observei seu corpo
tremer descontroladamente.

Saber que eu fiz isso com ela, ninguém além de mim, me


encheu de orgulho.

Permitindo um minuto para ela recuperar o fôlego, eu me


levantei e peguei minha carteira do meu bolso traseiro. Puxando um
preservativo, eu o rasguei com meus dentes. Ela percebeu o que eu
estava fazendo, e seus olhos se iluminaram como uma maldita árvore
de Natal.

—Você me quer, Sophie?

—Sim...

—Diga-me o quanto você quer meu pau dentro de você.

—Eu quero. Por favor...


Deslizei o preservativo pelo meu eixo.

—Não vai rasgar com o seu piercing? —Ela perguntou,


observando a camisinha rolar no meu pau.

—Não com as joias que estou usando.

—Eu confio em você.

Eu sorri, apesar de ainda me sentir à beira de estourar. —Eu


nem vou me despir, Soph. —Grosseiramente, agarrei suas coxas e a
puxei mais para baixo na cama até que sua bunda estivesse na beira.
Colocando-a onde eu a queria, coloquei meu pau em sua abertura.

—Eu vou arruinar você para qualquer outro homem.

—Você jura?

Agarrando sua cintura, eu rosnei. —Baby Soph, isso é uma


maldita promessa.

Em um impulso, eu estava dentro dela, e ela imediatamente


gritou de dor, sacudindo-se para fora da cama. O que não era a reação
que eu esperava.

Longe disso.

—Sophie... —Eu avisei, já sabendo a resposta. —Você não


fodeu, porra?

A verdade estava me encarando. Ela ainda era virgem, e eu


tinha acabado de jogar na palma de sua mão...

Exatamente como ela havia planejado.


Sophie

Eu queria assim.

Era a única maneira que ele aceitaria. Eu precisava levá-lo à


beira da insanidade para que ele me reivindicasse. Jax não gostava de
compartilhar, ele era egoísta. Seu ego era maior do que seu raciocínio
nesta situação, e eu sabia que conseguiria o que queria dele. Não havia
como voltar atrás. Eu era dele agora.

Do jeito que eu queria ser.

Do jeito que ele queria que eu fosse.

Falei de coração. —Eu te amo, Jax. Sou sua.

—Porra... —Ele praguejou, começando a se afastar de mim.

—Não! —Eu agarrei seus braços. Eles eram a única coisa que
eu podia alcançar. —Não pare. Por favor, não pare.

—Havia outro cara?

Eu balancei minha cabeça.

—Então com quem você gravou o vídeo?

—Melissa estava aqui com seu namorado e me deixou usá-lo


para o vídeo. Eu disse a ela que estava saindo com um cara e queria
deixá-lo com ciúmes.

—Você mentiu para mim.

—Não fique bravo.

—Estou furioso com você.


—Então descarregue no meu corpo.

—Pelo amor de Deus, Sophie! Eu... você está... Merda, você


está bem?

—Estou bem.

—Eu poderia ter realmente machucado você.

—Não é nada comparado ao que você está me fazendo passar.

Ele pensou sobre isso por um segundo, balançando a cabeça.

Eu não sabia dizer se ele estava desapontado consigo mesmo


ou comigo, provavelmente era os dois, mas eu não me importei.

Eu o queria.

Mesmo que não fosse assim que deveria ser, era nosso. Este
momento ele não poderia tirar de mim.

Em um tom sincero, ele compartilhou: —Eu não estava me


afastando de propósito. Eu só... eu... pensei em você todos os dias.
Você nunca sai da minha mente. Você está sempre lá. Eu vejo seu
rosto, ouço sua risada, posso sentir você em meus braços, sentir seu
cheiro no meu maldito travesseiro. Você está em todo lugar. Não há
como escapar de você. Você está embutida na minha cabeça e não sei
o que fazer.

—E o seu coração? Eu também estou lá?

—Eu nem sei o que é amor. Só sei que penso em você o tempo
todo. Sinto sua falta, Soph. Sinto tanto a sua falta que dói estar longe
de você.

Eu sorri. Não eram as três palavras que eu queria ouvir, mas


era o mais perto que eu ia chegar delas.

Por enquanto.
Movi meus quadris, esperando que ele entendesse minha
súplica silenciosa. Quando seus dedos se moveram para o meu
clitóris, comecei a sentir aquela névoa em minha mente.

Aquele tremor nas minhas pernas.

O tremor no meu estômago.

Quando comecei a relaxar, Jax perguntou: —Está melhor


assim? Isso é bom, Sophie?

—Sim... Por favor, continue... Não pare...

Lentamente, ele puxou e empurrou de volta para dentro de


mim. Queimava, doía, mas seus dedos se moviam mais rápido e mais
precisamente com cada impulso de seu pau. Pouco a pouco, em senti
que começava a desmoronar novamente.

À sua mercê.

Sua demanda.

Ele era implacável.

—Porra, você é tão apertada. Sim, assim, Soph, pegue meu pau
nessa pequena boceta.

A boca suja de Jax foi o suficiente para me levar ao limite.


Revirei meus olhos, gozando com tanta força que eu não pude deixar
de levá-lo comigo.

Estremeci, vendo estrelas, a lua, toda a galáxia. Aproveitando


o máximo que pude, e não querendo voltar para a realidade onde ele
não morava mais aqui.

Ele ficaria longe de novo? Isso mudaria alguma coisa entre nós? Ele
partiria meu coração?

Eu o deixaria?
Pergunta após pergunta passou pela minha mente quando Jax
gentilmente beijou meus lábios.

Ele murmurou: —Nunca mais minta para mim.

—Eu não vou.

Resisti à vontade de dizer a ele o mesmo, sentindo que chegaria


um momento em que ele mentiria...

Só para me afastar.
CAPÍTULO 18

Sophie

Presente

—Oh meu Deus! Eu sou sua maior fã!

Eu sorri, sentada atrás da mesa de autógrafos do evento lotado.

O lugar estava repleto de leitores que queriam me conhecer.


Era uma sensação tão surreal que eu nunca pensei que experimentaria.

—Você é minha autora favorita! Li todos os seus livros! De


onde você tira inspiração para seus heróis? Eles são os melhores! Eu
os amo tanto!

Abri minha boca para responder, mas Jax interrompeu,


sentando ao meu lado.

Ele piscou para ela. —Toda a inspiração dela vem de mim.

Eu o chutei por baixo da mesa.

—Eu sabia! —Ela olhou para a amiga, de pé ao lado dela. —


Eu te disse! Eu sabia que Jax Colton era o muso inspirador. É possível
perceber totalmente em seus livros que ela está tirando todos os
traços alfa de seu marido.

Ele sorriu para mim, amando o fato de que minhas leitoras o


bajulavam. Uma pequena parte de mim pensou que elas só tinham
vindo para se encontrar e tirar fotos com Jax, só querendo que eu
estivesse lá para autografar seus livros.
—Jax pode assinar também?

Lá se vai essa suposição.

—Se ele quiser. —Eu respondi, encontrando seus olhos. —


Qual o seu nome?

—Brittany.

—Ortografia normal?

—Sim.

Depois que terminei, passei-o para Jax.

—Você não se importa? —Ele sussurrou em meu ouvido,


provocando arrepios que desceram pelo meu pescoço.

Inclinando-me para longe dele, eu esperava que ele não


percebesse as sensações que provocava, mas eu ainda apreciei que ele
tivesse perguntado. —Está tudo bem.

Durante as três horas seguintes, foi isso que fizemos. Os


leitores fizeram fila para nos encontrar, e eu adorei cada segundo
disso. Tirei fotos, autografei livros e brindes enquanto também
recebia os melhores presentes que eles me trouxeram. O tempo que
eles dedicaram em seus presentes atenciosos não passou despercebida
para mim. Eu apreciei cada momento disso, e isso definitivamente
ficaria como uma das minhas memórias favoritas.

Uma vez que o momento de autógrafos terminou, peguei uma


taça de vinho no bar do hotel, bebendo em um longo gole. Pedindo
mais dois, bebi também antes de subir ao palco para as perguntas e
respostas ao vivo.

Eu estava incrivelmente nervosa. Eu não gostava de ser o


centro das atenções, muito menos de responder perguntas sobre
minha vida pessoal. Considerando que nosso casamento era uma
grande mentira, eu não queria estragar nada, dando a resposta errada.

Autumn havia passado os últimos três dias me treinando sobre


o que dizer se perguntassem sobre Jax e eu. Com base apenas no
momento de autógrafos, era óbvio que as perguntas seriam voltadas
para o nosso relacionamento. Eles estavam fascinados com o nosso
relacionamento, e Jax não pensou duas vezes em dar aos meus leitores
tudo o que eles queriam ver e ouvir.

Ele estava sendo extremamente atencioso comigo, prestando


atenção no que eu precisava ou queria. Seja comida, bebida ou ter que
usar o banheiro, ele se certificou de que eu estivesse confortável o
tempo todo.

Ele não apenas estava desempenhando o papel de marido


perfeito, mas também estava desfrutando do afeto. Beijando-me a
cada chance que tinha. Segurando minha mão. Esfregando minha
perna debaixo da mesa.

Algumas vezes ele chegou perto da parte interna da minha


coxa, apenas roçando a pele perto da minha calcinha. Eu errei os
nomes de alguns leitores porque ele era muito perturbador. Claro que
ele notou, apertando minha perna para provar que seu toque ainda
tinha um efeito enorme em mim.

Para ser honesta, fiquei surpresa por ele ter liberado sua agenda
para este evento. A temporada estava em pleno andamento. Dois
meses e até agora eles estavam invictos. Seu calendário estava repleto
de futebol, então saber que ele propositalmente tirou o dia para mim
significava mais do que eu admitiria para ele. Ter Jax lá comigo era
meu cobertor de segurança, apesar de tudo que tínhamos passado.
Ele ainda parecia minha zona de conforto.

A imprensa estava finalmente dando a Jax toda a notoriedade


que não o fazia sentir como se estivesse jogando pelo Miami. Na
maioria das vezes, meu pai e ele se davam muito bem. Embora eu
tenha ouvido meu pai ameaçando Jax quando o convidamos para
jantar algumas semanas atrás. Só de pensar naquela noite trouxe um
sorriso ao meu rosto.

Eu estava andando em direção ao quintal, parando no meio do caminho


quando ouvi meu pai avisar: —Você é meu quarterback titular e, por isso, somos
uma família e um time, mas não pense nem por um segundo que eu não vou
arrancar suas bolas se você machucar minha filha.

—Eu não vou machucar Sophie novamente. Você tem minha palavra.

—Eu não quero saber o que aconteceu com vocês naquela época. Tudo o
que me importa é como você a trata agora. Se você a quer junto com meu neto em
sua vida, você vai ter que se provar para eles e para mim. Você entendeu?

Jax concordou. —Absolutamente, treinador.

—Ótimo. —Papai respondeu, acrescentando: —Você pode começar me


mostrando o homem que eu sei que você pode ser.

—Sophie. —Minha editora chamou, me tirando dos meus


pensamentos. —Está pronta?

Eu acenei, agradecendo a Deus pelo álcool. Isso acalmou meus


nervos excessivamente ansiosos enquanto eu me sentava na cadeira
no palco. Jax estava sentado na primeira fila junto com minha equipe
e editora. Havia cerca de quinhentas pessoas no salão de banquetes,
cada uma delas lá por mim.

Tomando outro gole do meu vinho, esperei a mestre de


cerimônias começar a sessão de perguntas e respostas. Minutos
depois, ela escolheu o primeiro leitor da plateia para fazer sua
pergunta.

—Qual é a sensação de ser uma autora best-seller? Alguma vez


você pensou que seria tão bem-sucedida quanto é?
Levei o microfone à boca. —Acho que o sucesso é diferente
para todos, mas para mim, tudo o que eu queria era escrever livros.
Sempre fui uma leitora ávida, e um dia peguei meu laptop e comecei
a escrever meu primeiro romance. Não pensei que iria chegar ao topo
das paradas como ele chegou. Tenho muita sorte de fazer o que amo
por causa de todos nesta sala. Eu realmente não posso agradecer o
suficiente a todos vocês por tornarem meus sonhos realidade.

Jax sorriu, sentindo-se orgulhoso da minha resposta.

O apresentador escolheu o próximo leitor que perguntou: —


Se você pudesse voltar e fazer algo diferente em sua vida, o que seria
e por quê?

Meu olhar foi para Jax, que tinha um olhar curioso e intrigado
para mim.

Eu ri tensamente no microfone. —Essa é uma pergunta


carregada, se eu já ouvi uma.

Todos riram, exceto Jax.

Com meus olhos focados na plateia, tentei ignorar a sensação


de mal-estar na boca do estômago.

—Eu sou humana, e cometi erros. —Eu disse mais para Jax,
esperando que no fundo ele soubesse o quão mal eu me sentia mal
por ter mantido Ben longe dele.

Especialmente agora vendo o quão incrível ele era com nosso


filho. Jax era um pai nato, era fácil para ele. Fazer nossa transição para
morar em sua casa foi muito mais fácil do que eu poderia ter
imaginado. Ele adorava Ben, e o sentimento era mútuo. O vínculo
que eles compartilhavam foi instantâneo, como se nunca tivessem se
separado.
Jax sempre foi um homem egoísta, então vê-lo colocar Ben em
primeiro lugar foi completamente inesperado. Era difícil ser a razão
pela qual eles estavam separados, e eu me odiava por isso. Eu não
podia mudar o passado e o que eu tinha feito. A única coisa que eu
podia fazer agora era garantir que ele nunca mais perdesse outro
marco. Mesmo que isso significasse que eu tinha que estar próxima
dele depois que nosso divórcio fosse finalizado.

Afastando o pensamento, acrescentei à minha resposta: —


Acho que seria dizer...

Eu podia ver em seus olhos a preocupação sobre o que eu


estava prestes a compartilhar com minha base de leitores e repórteres
estava escrita claramente em seu rosto.

Eu sorri para ele, aliviando sua preocupação. —A todos vocês


quem eu sou desde o início da minha carreira e não apenas há dois
meses.

Ele deu um suspiro visível de alívio, e não demorou muito para


um leitor perguntar se Jax poderia subir no palco comigo.

—Eu não acho...

—Eu adoraria. —Ele respondeu por mim, subindo os degraus.

Quando a mestre de cerimônias pediu outra cadeira, Jax


acenou para ela. Em vez disso, ele agarrou minha mão e me puxou
do meu assento para se sentar. Antes que eu pudesse pedir uma
cadeira, ele agarrou minha cintura e me sentou em seu colo.

Eu vou matá-lo.

A plateia foi à loucura com um coro de admiração, apenas se


apaixonando mais pelo meu marido.

Marido? Eu realmente pensei isso?


Passamos a hora seguinte respondendo a perguntas.

Sorrindo.

Rindo.

Fingindo.

Pergunta após pergunta foi lançada para nós. Quanto mais


pessoal era, mais facilmente ele respondia. Fale sobre a pressão para
desempenhar o papel de esposa amorosa e solidária. Nós retratamos
o casal perfeito, os objetivos finais da família.

—Jax, como é ser casado com uma autora de romance?

Ele pegou minha mão, levando-a à boca. Ele a beijou, sorrindo


apenas para mim. Plenamente consciente de que eu estava morrendo
por dentro, ele fez isso para me confortar. Teve o efeito oposto, e só
me fez sentir pior por estarmos fingindo ser algo que não éramos.

—Sophie sempre amou ler. Não consigo dizer quantas noites


ela passou falando comigo sobre todos os livros que ela amava ou o
que estava lendo no momento. O olhar em seus olhos, o som de sua
voz, o jeito que ela sorria quando falava apaixonadamente sobre seu
último namorado literário. É normal ter ciúmes de um herói fictício,
certo?

Eu ri com a multidão.

—Não me surpreendeu que ela tenha crescido e se tornado


uma autora best-seller, mas para mim, ela sempre foi a heroína da
minha vida.

Seus olhos ainda não tinham se desviado dos meus, como se


de repente estivessem fundidos.

Ele estava dizendo isso para mim ou para eles?

No entanto, não conseguíamos afastar nossos olhares.


O que estava acontecendo?

—Quando você soube que ela era a pessoa certa? —Outro


leitor questionou.

Ele sorriu suavemente, relembrando bem na frente dos meus


olhos.

—A primeira vez que ela entrou na minha cama à noite.

Engoli em seco, ligeiramente ofegante. Como o público, eu me


agarrei a cada palavra dele. Esperando pelo que ele diria a seguir.

—Ela sempre foi destemida. Nada poderia impedi-la de


conseguir o que queria. Ela ia atrás de tudo que queria. Apesar das
probabilidades estarem contra nós, ela não se importou. Ela sempre
via algo em mim que ninguém mais via. Eu amava sua inocência, sua
beleza, a maneira como ela via o mundo e seus pensamentos sobre o
amor. Ela era uma romântica incorrigível e sempre foi, uma das
minhas coisas favoritas sobre ela. —Ele sorriu carinhosamente,
acariciando o lado do meu rosto.

—Jax... —Eu respirei alto o suficiente para ele me ouvir.

—Baby Soph sempre foi minha coisa favorita de se olhar.

Mesmo os aplausos na sala não roubaram esse momento de


nós. Meu coração estava batendo profusamente, martelando contra o
meu peito.

—Vocês planejam ter mais filhos?

Jax envolveu os braços em torno da minha cintura, dando aos


repórteres algo para fofocar, ele retransmitiu: —Quem sabe? Ela já
pode estar grávida. Eu adoraria uma garotinha, mas conhecendo meus
genes... só faço meninos.
Eu ri, balançando a cabeça. Sussurrando em seu ouvido: —
Isso vai quebrar a internet.

Nossos olhos se conectaram, como se fôssemos as duas únicas


pessoas na sala. Havia algo sobre o jeito que ele estava olhando para
mim.

Com tanto apreço.

Valor.

Amor.

Como se eu fosse seu bem mais precioso.

Como se eu fosse a única coisa que ele sempre quis.

—Uma última pergunta. —Declarou a mestre de cerimônias,


acenando para o leitor sentado na terceira fila.

—Jax, se você pudesse voltar ao passado, o que faria diferente?

Ele não hesitou em admitir: —Eu teria pedido a Sophie em


casamento antes de partir para a NFL e me mudar para Miami.

Arregalei meus olhos, arrebatada com sua resposta.

É só para mostrar, Sophie. É tudo para o espetáculo. Nada mais.

Repeti isso várias vezes na minha cabeça até que estávamos


sentados no SUV com o motorista no caminho de volta para sua
propriedade.

—Eu posso ver as engrenagens trabalhando em sua mente. —


Jax suspeitou, me puxando para longe dos meus pensamentos.

Seu olhar estava colado no meu rosto antes de ele apertar um


botão para levantar a divisória entre nós e o motorista.
Uma vez que estávamos atrás da divisória fechada, ele
acrescentou: —Você se saiu muito bem hoje.

Eu acenei. —Você também. Foi o suficiente para me enganar.


Você me fez ir lá para...

—Nada do que eu disse hoje foi mentira, Soph. Na verdade,


nunca fui mais honesto em nenhuma entrevista antes de hoje.

Calafrios de repente surgiram em toda a minha pele, fazendo


com que os pelos dos meus braços se arrepiassem.

—Venha aqui.

Eu balancei minha cabeça dizendo não.

Ele sorriu. —Venha até mim.

Ainda assim, balancei a cabeça negativamente. Eu não


conseguia me mover, cimentada no assento de couro embaixo de
mim.

—Sophie...

—Por que você está fazendo isto comigo?

—Porque você merece saber a verdade.

—Por que você está tentando me fazer te odiar mais do que


eu já odeio?

—Você não me odeia. Você só gosta de fingir que odeia.

—Nada disso vai me fazer mudar de ideia. Depois que a


temporada acabar, eu quero o divórcio.

Ele não recuou, e eu nunca esperei o que ele ameaçou em


seguida.

—Então você vai lutar comigo no tribunal.


—Tribunal? —Eu zombei, completamente chocada e
surpresa. —Eu fiz o que você queria. Eu me casei com você. Assinei
o contrato. Você não pode tirar Ben de mim agora.

Se eu já não estivesse sentada, suas próximas palavras teriam


me derrubado.

Com seu olhar severamente focado em mim, ele argumentou:


—Não é por causa de Ben. Você vai lutar comigo no tribunal porque
não tenho intenção de deixá-la ir.

—Você não pode estar falando sério.

—Você é minha esposa.

—Falsa esposa!

—Não dou a mínima. Não vou lhe dar o divórcio, Sophie.

Respirei fundo, sentindo como se ele tivesse acabado de me


dar um tiro no peito. —Mas você assinou o contrato concordando
que daria.

—Então me processe, não dou a mínima. Posso garantir que


você não vai ganhar.

—Jax...

—Tenho sido paciente com você e não sou um homem


paciente. Você tem dormido na minha cama enquanto eu durmo na
espreguiçadeira do nosso quarto. Você mora na minha casa. Você
carrega meu sobrenome. Resumindo, você é minha agora, quer você
queira ou não.

—Você está agindo como um homem das cavernas, Jax!

Ele deu de ombros. —Bem, você pode escrevê-lo em sua


próxima história.
—Seu idiota sem vergonha!

—Você já disse isso. O que você quer de mim?

—Que você me dê o que concordou em primeiro lugar. Eu


nunca teria dito sim a nada disso se pensasse por um segundo que
você não me daria o divórcio no final.

—Não é o fim. É só o começo.

—Pare de tentar dizer todas as coisas certas!

Ele riu. —Decida e escolha um lado, Sophie. Eu posso ser o


herói em sua vida, ou posso ser o vilão. De qualquer forma, você é
para sempre minha heroína. Até que a morte nos separe, querida.

Eu olhei para ele. —Nós não trocamos votos.

—Basta dizer, e teremos uma renovação de votos pela manhã.

—Eu não posso acreditar em você. Isso é sequestro!

—Baseado em seus livros, você gosta disso. —Ele sorriu,


assentindo. —Você é bem-vinda a tornar todos os seus sonhos
realidade.

—Uau...

—Sim, sem merda. Você anda pela casa em seus trajes


mínimos. Você tem alguma ideia do quanto tive que me conter para
não lembrá-la a quem você pertence? Eu deveria ganhar um maldito
prêmio de masturbação por quantas vezes bati uma apenas por ver
você.

Lambi meus lábios, minha boca de repente seca enquanto eu


contemplava tudo o que ele estava comunicando.

Em tom severo, ele ordenou: —Agora venha aqui.


—Não, eu odeio você.

—Você pode me odiar o quanto quiser, mas eventualmente


vai me agradecer por lutar por você como eu deveria ter feito naquela
época também.

—Não estamos falando do passado.

—Então pare de falar sobre isso a cada oportunidade. Você


quer esquecer que aconteceu, ótimo. Você quer se concentrar no
futuro, eu adoraria isso. Que tal começarmos com o que é necessário
para convencê-la a nos deixar ser uma família?

—Você confundiu o termo família. Não precisa me incluir. É


o Ben que você quer, de qualquer maneira, e nunca mais vou afastá-
lo de você.

—Pelo amor de Deus. Você realmente acredita nisso, não é?

Dei de ombros, extremamente confusa.

—Se eu dissesse que te amo, você acreditaria em mim?

Eu acreditaria?

Será?

—Eu sei que você sentiu tudo o que eu fiz hoje. Por que você
continua me afastando? Eu estou bem aqui. Finalmente estou aqui,
porra!

—Eu não posso falar com você quando você fica assim.

—Assim como?

—Um maldito alfa que eu quero...

—Foder? De todas as formas. —Ele se recostou no assento.


—Monte meu pau.
Do nada, a porta do SUV se abriu abruptamente com nosso
motorista parado ali.

—Graças a Deus! —Fiz um movimento para sair ao redor


dele, mas ele passou o braço pela minha cintura e me puxou contra
seu peito.

Com a boca no meu ouvido, ele falou com convicção: —


Minha oferta ainda está de pé. Quando você estiver pronta para ser
uma família de verdade e minha esposa, estarei aqui esperando.

Ele me deixou ir.

E estaria mentindo se dissesse...

Que eu queria que ele fizesse isso.


CAPÍTULO 19

Jax

Passado

Desde que tirei a virgindade de Sophie, há mais de um ano,


passamos cada segundo que podíamos juntos, quando minha vida não
era consumida pelo futebol. O que, na maioria das vezes, era.

Agora que ela havia se formado no ensino médio e estava


frequentando a mesma universidade que eu, tinha se tornado muito
mais fácil para nós estarmos juntos. Ela estava morando em um
dormitório no campus e, por sorte, meu amigo Kyle estava
namorando a conselheira residente em seu andar. Sophie não
precisava estar de volta antes do toque de recolher. Ela tinha dormido
na minha cama quase todas as noites nas últimas seis semanas.

Ela havia se mudado para seu dormitório logo após a


formatura para o início da sessão de verão8 na universidade, e eu
estava recuperando o tempo perdido. Não havia um centímetro no
corpo de Sophie que eu não tivesse explorado, exceto um lugar, e eu
tinha planos de tomá-lo também. Enquanto isso, tínhamos batizado
todos os cantos do meu apartamento e do dormitório dela.

Ninguém sabia sobre nós.

Ela era o meu segredo mais bem guardado.

8 Sessão de Verão é um período de ensino durante as férias de verão. A sessão de verão não

faz parte do ano acadêmico de 175 dias; tem início no primeiro dia útil seguinte ao final do ano
letivo e termina no último dia útil anterior ao início do novo ano letivo.
Kinley também não sabia. Ela estava consumida por Christian
e suas aulas. Eu não a via com a frequência que gostaria. Sua mãe
também estava de volta em sua vida. Elas estavam passando muito
tempo juntas, compensando os anos em que ela não estava por perto.

Agora que a sessão de verão finalmente acabou para Sophie,


eu queria comemorar por ela terminar seu primeiro semestre na
faculdade com um GPA9 de 3,9. Eu estava muito orgulhoso dela e
decidi surpreendê-la com uma viagem que eu sabia que ela iria amar.

—Você não vai me dizer para onde estamos indo?

Balancei minha cabeça, beijando sua mão. —Estamos prestes


a pousar. Você descobrirá em breve.

—Seus pais sabem que você está me levando para outro


estado?

—Sophie, não quero falar sobre meus pais.

—Oh, eu estou totalmente ciente. Você nunca quer falar sobre


nada, Jax Colton.

Eu sorri. —Eu já sei tudo sobre esse filho da puta. O que não
sei são coisas sobre minha Baby Soph.

Ela riu. —O que você gostaria de saber, quarterback?

—Que tal? —Eu beijei seus lábios. —Quando você vai sentar
na minha cara novamente?

Ela instantaneamente ficou trinta tons de vermelho. —Eu


realmente preciso parar de corar perto de você.

—Por favor, não.

9 O GPA, ou Grade Point Average, é um número que indica o quão alto você pontuou em seus

cursos em média. Usando uma escala de 1,0 a 4,0, seu GPA acompanha seu progresso durante
seus estudos. Esse número é usado para avaliar se você atende aos padrões e expectativas
estabelecidos pelo programa de graduação ou universidade.
—Você quer dizer que gosta do meu rubor?

—Gosto da sua timidez. Isso faz meu pau estremecer.

—Jax...

—Tudo bem, próxima pergunta. O que você acha de eu enfiar


meu pau na sua bunda?

—Oh meu Deus! —Seus olhos voaram ao seu redor, ficando


com um tom de vermelho que eu ainda não tinha visto. —Acho que
a senhora idosa ouviu você. Ela está me olhando de um jeito
engraçado.

—Ela provavelmente está se lembrando da primeira vez...

Ela cobriu minha boca. —Sem mais conversa suja até que
estejamos sozinhos.

Eu sorri contra a mão dela.

Meus pais não sabiam dessa viagem. Eu não estava usando o


dinheiro do meu pai. Eu tinha dinheiro sobrando da minha bolsa de
estudos que era distribuída a cada semestre e queria gastá-lo com
Sophie.

Agarrando a mão dela, saímos do avião.

—Você vai me dizer onde estamos agora?

—Sem chance.

—Não é justo!

—Todas as coisas boas vêm para aqueles que esperam.

De lá, fomos buscar nosso carro alugado que não demorou


muito. Durante toda a viagem, ela mal conseguiu conter sua
empolgação e, assim que viu a placa que dizia The Great Gatsby Airbnb
na frente da propriedade, ela gritou: —Não, você não viu!

—Eu faço o que posso.

—Jax! —Assim que estacionei o carro, ela saltou, correndo em


direção à casa.

—Você não quer pegar sua bagagem?

—Posso voltar para pegá-la!

—O código para entrar é 6538. —Eu ri, pegando a bolsa dela


e a minha antes de entrar.

Durante a hora seguinte, Sophie andou por todos os cômodos,


tirando uma quantidade obscena de fotos de tudo que encontrava até
que a comida que eu pedi para nós chegasse. Ela me agradeceu
durante todo o tempo que comemos, dizendo que essa era a melhor
surpresa que eu poderia ter dado a ela.

Depois que terminamos de comer, ela pulou no chuveiro e eu


resisti à vontade de entrar lá e devorá-la. Em vez disso, liguei para
meu treinador, avisando que eu estava fora da cidade no fim de
semana e voltaria na segunda-feira para o treino.

Quando Sophie saiu com um roupão de seda preto, eu sorri


diabolicamente.

—Gostou do que está vendo? —Ela provocou.

Agarrando sua bunda, envolvi suas pernas em volta da minha


cintura e a levei para a cama.

—Gosto do que está por baixo, mas primeiro preciso tomar


banho.

—Estarei aqui, lendo e esperando por você.


Eu a deitei na cama, beijando seus lábios uma última vez antes
de sair. Uma vez que terminei, coloquei shorts de ginástica e segui de
volta para ela. Ela estava encostada na cabeceira da cama com um
livro nas mãos, parecendo uma deusa.

Eu rastejei em direção a ela. —O que você está lendo?

—Um romance.

—Sério?

—Sim.

—Você já chegou às partes boas?

Ela sorriu, levemente corada. —Talvez.

—Quem teria pensado que a doce Baby Sophie seria uma


garotinha tão safada?

—Jax! É um romance. Há um enredo também.

—Eu aposto. Ler suas cenas obscenas te deixa molhada?

Ela sorriu. —Não.

—Não? Acho que você está mentindo.

—Eu li pela história de amor.

—Foder pode ser romântico.

Ela balançou a cabeça, rindo. —Você é tão romântico.

Puxando-a para mim, ela riu ainda mais.

—Leia uma cena para mim.

Seus olhos brilharam com nada além de luxúria, sabendo onde


eu queria chegar com isso. Ela pegou seu livro e folheou as páginas
até encontrar o que eu queria que ela lesse para mim.
—Tem certeza? É bem indecente.

—Não mais do que pretendo fazer com você.

Seu olhar se intensificou por um segundo antes de começar a


ler: —Ele lentamente deslizou minha calcinha pelo meu corpo, certificando-se de
deixar um rastro de desejo e luxúria com cada toque de seus dedos correndo pela
minha pele delicada e suave.

Eu me movi para fazer exatamente o que ela tinha acabado de


ler em voz alta. Seus olhos encontraram os meus. Ela sorriu
sedutoramente quando eu deslizei sua calcinha por suas pernas antes
de jogá-la de lado, esperando por sua próxima direção.

—Ele expôs meu núcleo, observando com fascínio enquanto meu rosto
corava com a ousadia de suas ações. Eu não falei – meu corpo falou por si mesmo.

Gentilmente, abri suas pernas para mim, lambendo meus


lábios em antecipação ao que estava por vir.

Ela.

Em todo o meu rosto.

—Minha excitação era evidente em minhas dobras separadas e, quando


ele colocou a palma da mão em minha protuberância latejante, soltei um gemido
suave.

Minha mão subiu por sua coxa até sua doce boceta.

—Continue lendo.

—Sua mão deslizou para frente e para trás no meu clitóris, minha
umidade tornando seus movimentos mais fáceis. A umidade acumulada entre
minhas pernas era audível a cada passagem sobre meu clitóris, e quase morri de
vergonha. Com a outra mão, ele deslizou seu dedo médio e anelar em minha
abertura, e minha cabeça caiu para trás.
Quando deslizei meus dedos em seu calor úmido e quente, ela
soltou o gemido mais incrível.

—Continue lendo ou eu paro.

Ela soltou um suspiro. —Ele começou a me foder com os dedos


levemente enquanto manipulava meu clitóris, levando-me à beira da insanidade.
Deixando-me selvagem com a necessidade de seu pau.

—Gosto de ouvir a palavra pau saindo da sua doce boca.

Seguindo o que ela tinha lido, lentamente movi meus dedos


para frente e para trás, repetidamente atingindo seu ponto G.

—Ele fez isso mais algumas vezes até que eu não aguentei mais, e minhas
costas arquearam para fora da cama com a liberação poderosa de seus dedos
habilidosos.

—Baby Soph quer gozar?

—Sim...

—Devo deixar você gozar?

—Sim...

—Por que eu deveria deixar você gozar?

—Porque eu te amo.

—Bem, quem diabos pode dizer não a isso? Mas primeiro... —


Eu persuadi, inclinando-me em sua boca enquanto a fodia com o
dedo, e ela montou minha mão. —Eu quero foder sua bunda.

Ela congelou. —Espere, o quê?

—Você me ouviu.

Seus olhos arregalados procuraram em meu rosto qualquer


sinal de humor. Eu não estava rindo. Longe disso. Esta era a única
coisa que eu não havia tirado dela, e eu era inflexível em fazer isso
acontecer.

Eu queria todos os seus primeiros.

Eles eram meus.

Movendo meus dedos mais rápido e com mais força, nossos


olhos se encontraram quando ela começou a chegar ao ápice.

—Oh Deus...

—Fui o primeiro homem a te beijar, te tocar, te fazer gozar.


Sou sua primeira foda, seu primeiro amor, seu primeiro tudo, Sophie.
Você é minha, então me dê o que eu quero.

—Vai doer...

—Irei tão devagar quanto você precisar.

—Você já fez isso antes.

Totalmente ciente de que ela não gostaria da minha resposta,


eu a toquei com mais determinação.

Expressando: —Não com ninguém que importasse.

Antes que ela pudesse pensar muito nisso, lambi de sua


clavícula até seus seios, sugando seus mamilos em minha boca.

—Foda minha mão, Sophie. Sim, isso mesmo... assim mesmo.


Monte meus dedos como você faz com meu pau.

Seu corpo se arqueou, seus olhos reviraram, e suas mãos


agarraram os lençóis, à beira do orgasmo. Eu não desisti, sabendo o
que ela amava.

Até que ela gritou: —Jax!

Seu corpo.
Sua alma.

Seu coração.

Era tudo meu.

E eu não tinha nenhuma intenção de devolvê-los.

Por um momento, permiti-lhe um pouco de misericórdia,


deixando-a recuperar o fôlego enquanto eu tirava seu roupão e meu
short de ginástica. Eu estava longe de terminar com ela. Agarrando
suas coxas, não hesitei em enterrar meu rosto entre suas pernas.

Precisando prová-la.

Saboreá-la.

Fodê-la com a minha língua.

Minhas mãos ásperas e calejadas procuraram seus seios,


amassando-os e puxando seus mamilos. Eu a fiz gozar com a minha
boca. Seu corpo tremeu, e suas pernas espremeram meu rosto. Ainda
assim, não parei. Em vez disso, segurei-a pelas pernas.

Sugando.

Lambendo.

Fodendo-a com minha boca até que ela implorou por


misericórdia.

Quando sua bunda estava coberta de umidade, eu gentilmente


empurrei meu dedo médio para dentro. Seu corpo travou, mas apenas
por um segundo. Minha boca se tornou mais urgente, mais exigente,
levando-a a um frenesi. Fazendo com que sua bunda aceitasse meus
dedos mais facilmente.

Assim que consegui que ela se concentrasse no prazer, comecei


a deslizar para dentro e para fora de seu orifício. Ela ofegou em um
tom inebriante, sem esperar que a sensação fosse tão boa. Gemi,
observando-a gozar forte enquanto eu a esticava o melhor que podia.

Ela era a perfeição.

Tão bonita.

Tão exposta.

Tão dedicada a mim de uma forma que nunca tinha


experimentado antes.

Ela olhou para mim através de olhos escuros e dilatados.


Assistindo-me acariciar meu pau, masturbando-me com mais força ao
mero olhar dela.

Liberando seu clitóris com um estalo, eu avisei: —A próxima


vez que você gozar para mim vai ser com meu pau na sua bunda.

Ela lambeu os lábios, esperando.

Lentamente, enfiei meu pau dentro de sua abertura. Fazendo-


a ofegar, ela prendeu a respiração.

—Relaxe. —Enfatizei, movendo meus dedos para seu clitóris


excessivamente estimulado. Trabalhei nela, tentando aliviar sua
angústia. —Sophie, você foi feita para mim. Você sabe disso? Você é
minha linda garota.

Ela exalou e eu estava quase completamente dentro dela.

Um pouco mais fundo.

Um pouco mais apertado.

—Porra. —Murmurei, me perdendo na sensação dela. —Você


fica tão linda com meu pau na sua bunda.
Seu corpo relaxou, se acostumando com o meu tamanho. Uma
vez que seu corpo estava pronto, empurrei dentro e fora dela em um
ritmo mais rigoroso.

Foi perfeito o jeito como nos unimos.

Nossos corpos foram feitos um para o outro.

—Baby Soph, esta é a primeira vez que não uso camisinha.


Como vou voltar disso? Vou querer comer sua boceta pele a pele a
seguir.

—Eu te amo. —Foi tudo o que ela disse, descendo pelo meu
pau.

Levando-me com ela, liberei minha semente profundamente


dentro de sua bunda.

Rosnando. —Eu tomei cada parte de você. Você é minha.

E não hesitei em acrescentar: —Agora e para sempre, Sophie.


CAPÍTULO 20

Jax

Presente
—Você poderia, por favor, parar de andar de um lado para o
outro? —Perguntei, sentando no sofá da nossa sala.

Hoje era o dia em que nossas famílias se reuniriam pela


primeira vez.

—Como você está tão calmo?

—Sua mãe não me assusta.

—Sério? —Sophie parou, encontrando meus olhos. —Você


poderia ter me enganado.

—Eu também não tinha medo da sua mãe naquela época.

—Então por que você se afastou de mim?

—Pensei que não falaríamos mais sobre o passado?

—Ugh! Pare de jogar essa carta!

—Foi você quem adicionou isso ao nosso contrato. Só estou


jogando de acordo com suas regras.

—Claro, quando for conveniente para você.

—Apesar de precisar ficar longe de você, você sabe tão bem


quanto eu que, quando estava na faculdade, dormia na minha cama
quase todas as noites.
—Eu não chamaria o que fazíamos na sua cama de dormir,
quarterback.

—Você quer dizer depois que eu te fodia alucinadamente?

Ela corou.

—Ou quando eu fodia você com minha boca e dedos? O que,


pelo que me lembro, sempre foi o seu favorito.

—Bem, você teve muito treino antes de mim e depois.

—Nenhuma delas jamais se comparou com sua doce boceta,


Sophie.

Ela revirou os olhos. —Acho isso difícil de acreditar.

—Basta dizer, e eu a lembrarei.

—Ah, acredite em mim, eu sei.

—E ainda assim você se faz de difícil.

—Eu não estou me fazendo de difícil, Jax. Eu realmente não


tenho interesse em cair nessa novamente.

—Que tal cair em cima de mim em vez disso? Você sempre


ficou linda com meu pau na boca.

—Oh meu Deus! Você tem um dicionário de sinônimos


indecentes?

Eu me recostei no sofá. —O que posso dizer? Você traz à tona


o melhor em mim.

—Você é realmente sem vergonha.

—É uma das minhas melhores qualidades.

—Você é simplesmente o melhor em tudo.


—Estou feliz que você finalmente concorde.

—Eu estava sendo sarcástica.

—Que tal você trazer essa bunda sarcástica aqui e sentar no


pau do papai aqui?

Ela começou a rir. —Você realmente sabe como aliviar o


clima.

—Faço o que posso, mas estava falando sério.

—A mamãe. —Ela entrou na brincadeira. —Não tem


interesse em sentar em nada do papai.

—Se você continuar falando assim, o papai vai ter que te


debruçar em seu colo.

—Oh, não. —Ela zombou, colocando a mão sobre seu peito.


—A mamãe tem sido uma menina má?

—Em muitos níveis.

—Pena que a mamãe não tem medo de você.

—Mais uma razão para o papai bater nessa bunda até que fique
vermelha brilhante.

—O mais louco é que não sei dizer se você está brincando.

—Com base em seus livros, você também gosta dessa merda.

—Jax! Pare de ler meus livros!

—Ou o quê? O que a mamãe vai fazer?

Ben, sendo o empata foda que era, entrou correndo na sala.

—O que a mamãe vai fazer para quê?


Eu ri. Não pude evitar. Agarrando Ben, eu o puxei para o meu
colo.

—Mamãe não está sendo muito legal comigo.

—É... às vezes ela também não é legal comigo.

—Ei! Não vale dois contra um.

Eu sorri para Ben. —Mas nós, homens, temos que ficar juntos,
certo, amigo?

—Certo, papai.

Sophie ofegou de brincadeira. —O que aconteceu com o filho


da mamãe para sempre?

—Desculpe, mamãe. Mas agora sou um homem.

—Quem disse?

—Papai e vovô.

—Traidor.

Ele pulou do meu colo, correndo para ela para jogar os braços
em volta de sua cintura.

—Eu ainda te amo, mamãe. Eu juro.

Ela sorriu, mostrando a língua para mim. Eu retribuí, exceto


que coloquei minha língua entre meus dois dedos, imitando um gesto
indecente.

Ela balançou a cabeça, escondendo um sorriso.

Mudando de assunto, ela perguntou: —Por que decidimos


convidar seus pais e minha mãe mesmo?
—Minha mãe está pedindo para conhecer Ben desde que nos
casamos, há três meses, Sophie. Não posso mais enrolá-la. Meu pai
está apenas acompanhando.

—Seu pai não quer me conhecer também? —Ben questionou,


caminhando de volta para mim.

—Meu pai e eu não temos o melhor relacionamento, amigo.

—Por quê?

—Ele não estava muito por perto enquanto eu estava


crescendo. O trabalho tomava muito do seu tempo, entre outras
coisas.

—Mas você também trabalha muito, papai.

—Trabalho.

—Você não vai ficar muito por perto?

—Eu sempre estarei aqui para você. Você e sua mãe são minha
prioridade número um agora.

—E o futebol?

—Isso vem em segundo lugar. Minha família sempre estará em


primeiro lugar agora.

Sophie olhou para mim com ceticismo. Eu poderia dizer que


ela queria dizer alguma coisa, mas não na frente do nosso filho.

—Pai, você sabe por que mamãe estava chorando no telefone


ontem?

—Ben!

—O quê? —Meu olhar foi para ela. —Você estava chorando.

—Eu não estava chorando.


—Sim, você estava. Você estava mordendo o lábio. Você
sempre morde o lábio quando chora.

Eu sorri, olhando apenas para ela. —Não é mesmo?

—Chega de dois contra um.

—Papai?

—Sim, amigo?

—Quando mamãe estava chorando, ela disse que estava em


conflito. O que isso significa?

—Ben! —Apontando para as portas deslizantes, ela ordenou:


—Vá lá para fora!

—Mas, mãe...

—Agora!

—Tudo bem. —Ele pulou do meu colo.

—Encontro você lá fora em alguns minutos, certo?

Ele sorriu para mim antes de sair.

Esperei até que ele estivesse fora de vista e então questionei:


—Estou fazendo você ficar em conflito, Baby Soph?

Ela balançou a cabeça. —Nem tudo é sobre você.

—Quando se trata de você, é. Você vai me dizer por que estava


chorando?

—Eu não estava chorando.

Eu me levantei, indo até ela. —Se você não vai me dizer...

Ela instintivamente levantou as mãos no ar.


—Então eu vou ter que tirar isso de você.

—O que...

Inclinando-me para a frente, joguei-a por cima do ombro e ela


ofegou, pega de surpresa.

—Jax! O que você está fazendo?! Coloque-me no chão!

Eu não pensei duas vezes sobre isso. Se ela não ia me contar


de bom grado, eu seguiria meu aviso de minutos atrás. Segurando-a
no lugar pela parte de trás de suas pernas, dei um tapa em sua bunda.

Com força.

—Jax! Você está fora do seu...

—Diga-me, ou farei de novo.

—Eu não sou criança, idiota!

Slap.

—Jax! Pare com isso!

—Diga-me e eu paro.

—Eu vou matar v...

Slap.

Eu bati nela um pouco mais forte dessa vez.

—Certo! OK! Eu vou te dizer!

—Estou esperando.

—Sim! Estou em conflito por sua causa! Feliz agora?


Lentamente, eu a coloquei sobre a mesa no canto da sala e
fiquei entre suas pernas. No segundo em que fiz isso, ela bateu no
meu peito.

—Não posso acreditar que você acabou de fazer isso!

Arqueando uma sobrancelha, coloquei minhas mãos na mesa


de cada lado de suas pernas.

—Você está chateada porque eu bati em você ou porque isso


te deixou molhada?

Ela me empurrou, e eu mal vacilei.

—Seu idiota arrogante!

Eu sorri, esfregando levemente meus polegares em sua pele.

—Eu te odeio.

—Você precisa que eu torne isso melhor? Posso esfregar para


você.

—Que nobre da sua parte.

—Agora me diga por que você estava chorando, ou vou


debruçar você no meu colo da próxima vez.

Ela olhou para mim antes de ceder com relutância. —Você


guardou minhas fotos de nossa viagem à casa do The Gatsby. Eu as
encontrei em sua mesa.

—Você estava bisbilhotando?

—Não! Eu estava procurando uma caneta permanente para


assinar alguns livros de bolso. Por que você ainda as tem?

—Por que eu não teria? É por isso que você está em conflito?
Porque encontrou essas fotos?
—Essa não é a única razão.

—Quais são as outras?

—Tudo sobre você é conflitante. Sua voz, sua boca suja, seu
toque, quando você me beija, quando você me abraça como está
fazendo agora. Estou tentando o meu melhor para não cair nessa de
novo, mas você está tornando isso muito difícil.

—Por que você está lutando contra isso? Não sei o que mais
posso fazer para provar a você que é o que eu mais quero.

—Você sempre sabe as coisas certas a dizer. Faz parte do seu


charme. A única razão pela qual você me quer é por causa da
perseguição. Você é um leão, mas no segundo em que afundar seus
dentes em mim, não serei mais suficiente. Não fui suficiente da
primeira vez, e isso não vai mudar agora. É quem você é.

—Você não tem ideia do que está falando.

—Besteira. Quão rápido você se esquece que eu estava lá


naquela noite antes de você se mudar para Miami. Encontrei você
com ela, lembra? Só me diga uma coisa: quantas eram, hein? Com
quantas mulheres você me traiu?

Eu me empurrei para longe da mesa, cambaleando com minha


raiva. Era apenas uma questão de tempo antes que ela fizesse essa
pergunta. E mesmo assim, depois de todos esses anos, eu não sabia
como responder.

—Você quer que eu apenas perdoe e esqueça, e a verdade é


que eu te perdoei, mas isso não significa que eu esqueci. Não confio
em você para não me machucar novamente. Você é Jax Colton, as
mulheres se jogam em você. Você está em jogos fora de casa todos
os meses e há tentações ao seu redor.
—Eu não quero ninguém além de você. Nunca quis e nunca
irei querer.

—Sim, agora. Isso vai mudar quando você me tiver. Isso não o
impediu antes, então por que o impediria agora?

Eu inalei uma respiração profunda, sentindo o peso de suas


palavras.

A única verdade que pude responder foi: —Nunca mais vou


te machucar.
CAPÍTULO 21

Jax
Ela abriu a boca para responder, mas minha mãe interrompeu.
—Jaxey! —Ela exclamou, fazendo-nos olhar em sua direção.

—Já faz muito tempo! —Ela cumprimentou, puxando-me


para um abraço apertado. —Senti tanto a falta do meu menino!

Eu a abracei de volta. —Oi, mãe.

—Olhe para você. —Ela se afastou, agarrando meus braços.


—Eu juro que quanto mais velho, mais bonito você fica. Olhe para o
meu menino, ele é tão grande e forte.

Eu sorri, tentando me concentrar no fato de que meus pais


estavam lá e não na conversa que eu estava tendo com Sophie. Esse
sentimento de arrependimento rasgou minhas entranhas. Havia tantas
coisas que eu queria dizer, tanto que precisava dizer a ela, mas não
sabia por onde começar.

Minha mãe se virou, olhando para Sophie que estava de pé ao


lado da mesa, esperando não sei o quê.

—Sophie! —Ela anunciou com um enorme sorriso no rosto.


—Oh meu Deus! Não te vejo desde que sua mãe parou de trabalhar
para mim. Quando foi isso? Há nove, dez anos atrás?

—Algo assim.

—Você está linda. Você sempre foi uma garota bonita, mas
agora está simplesmente deslumbrante.

—Obrigada. —Ela sorriu. —Você também está ótima.


Mamãe caminhou em sua direção. —Eu não posso te dizer o
quão entusiasmada estou para conhecer meu neto. Muito obrigada
por nos permitir vir hoje para passar algum tempo com ele.

—Claro.

Surpreendendo a nós dois, mamãe a abraçou. A princípio,


Sophie enrijeceu, olhando para mim com os olhos arregalados e sem
saber o que fazer.

Minha mãe não era uma mulher má de forma alguma, ela era
apenas egoísta. No final das contas, ainda era a mulher que me deu a
vida, e eu a amava. Ela não era tão forte quanto retratava. Meu pai era
o amor de sua vida, e ela havia se perdido nele. Eu não podia imaginar
o que ela faria se não o tivesse.

Ele era o mundo dela.

Tentando acalmar a ansiedade de Sophie, pisquei para ela e


sorri. Ela sorriu de volta. No entanto, seu olhar rapidamente se
arregalou, e eu não tive que me perguntar por quê.

Eu o senti.

Girando, eu me virei para encará-lo. Lá estava ele, vestido com


um terno preto. Eu nunca o tinha visto vestido de outra forma que
não fosse como um homem de negócios.

—Jax. Ele assentiu, estendendo a mão para eu apertar.

Eu recusei, perdendo o respeito por ele há muito tempo. Ele


teve sorte de eu tê-lo deixado vir com minha mãe.

Segundos depois, Ben entrou correndo na sala de estar.

—Oi! —Ele cumprimentou com entusiasmo. —Eu sou


Benjamin Jax Colton.
Ouvi-lo dizer meu sobrenome instantaneamente mudou a
tensão entre mim e meu pai. Mamãe não permitiu que outro
momento se passasse enquanto ela se agachava ao nível dele.

—Oi, Benjamim. —Ela sorriu com adoração, olhando para ele


com amor em seus olhos. —Sou sua avó, mas pode me chamar de
Meme.

Ben não vacilou, jogando os braços em volta do pescoço dela.

—Oi, Meme.

Meu pai sempre foi um homem sério. Ele não teve a mesma
reação com Ben, não que eu pensasse que teria. Eu não conseguia me
lembrar de uma vez na minha vida que ele tenha me abraçado ou dito
que me amava ou à minha mãe.

Ele era um maldito bastardo, e quanto mais ele ficava parado


olhando para o meu filho com tanto desdém, mais eu queria bater
nele.

A mãe de Sophie mudou o clima, entrando em seguida com


uma bola de futebol na mão.

—Benny! Olha o que eu trouxe para você.

—Vovó! —Ben correu para ela, entusiasmado por vê-la.

Logo de cara, percebi o quão próximos eles eram. O óbvio


conforto e naturalidade entre eles, a maneira como se olhavam,
mostrava que eles se conheciam bem. Fiz uma anotação mental para
perguntar a Sophie o quanto ela convivia com nosso filho antes de eu
estar por perto.

Ela deu a volta na sala, cumprimentando a todos e deixando-


me para o final.

Acenando para mim, ela expressou: —Olá, Jax.


—Olá, senhorita Carlisee. Prazer em vê-la.

Foi tudo o que dissemos um ao outro.

Agora que éramos tecnicamente uma família, foi interessante


ver a dinâmica de todos. A senhorita Carlisee e minha mãe se davam
muito bem, sempre se deram. Ela ajudou minha mãe a administrar
sua propriedade por mais de uma década. Minha mãe podia ser muitas
coisas, mas sempre tratou seus funcionários com respeito e apreço.

Todo mundo se deu bem pelo resto da tarde, menos meu pai,
que não parava de olhar para o meu filho com uma expressão que eu
queria arrancar da maldita cara dele.

Uma vez que Ben estava brincando do lado de fora com um


de seus amigos da vizinhança, não pude mais me conter.

Vomitando: —Qual é a porra do seu problema?

—Jax! —Sophie repreendeu, ficando ao lado de sua mãe e da


minha. —O que deu em você?

Papai não se encolheu, mas eu sabia que ele não iria.

—Eu pensei que tinha criado você melhor do que isso.

—Rick. —Mamãe disse em um tom afiado, mas ele não deu


atenção a ela.

Olhando para Sophie, ele disse. —Quão bem você conhece


essa mulher?

—Você está se referindo à minha esposa?

Seus olhos decadentes encontraram os meus. —Por favor, me


diga que você pelo menos a fez assinar um acordo pré-nupcial?

Eu me afastei com o impacto de sua pergunta. —Ela é a mãe


do meu filho.
—E você tem certeza que ele é seu?

—Rick, pare com isso!

—Fique fora disso! Isso é entre mim e meu filho.

Balancei minha cabeça. —Eu não sou seu filho. Deixei de ser
seu filho há anos, e você sabe por quê.

Sua mandíbula apertou. —O que você acabou de dizer?

—Você me ouviu.

—Jax, não seja um idiota. Eu criei você melhor do que isso.

—Você não me criou.

—Bem, você sabe o que dizem. A maçã não cai longe da


árvore, visto que você não começou a criar seu filho até agora.

Sophie arfou e minhas mãos se fecharam ao meu lado.

—Rick! Não se atreva...

Cortando minha mãe, ele apontou com firmeza para Sophie.


—Aquela mulher está tentando enfiar as garras em nosso filho desde
o colégio.

—O quê?

—Sim, é isso mesmo! Eles estão fodendo desde que ela se


mudou para a casa de hóspedes. Estou surpreso por ela não ter
engravidado antes. Aposto que ela fez de propósito. Não estou
convencido de que seu filho não seja um bastardo, e ela está apenas
enganando Jax com sua boceta para criá-lo!

—Jax, não! —Foi a última coisa que ouvi antes de meu punho
atingir seu rosto. Ele voou para trás, caindo imediatamente no chão,
mas eu não parei. Agarrei as lapelas de seu paletó, arrastando-o para
cima.

—Seu idiota de merda! Dê o fora da minha casa! Melhor ainda,


vou te jogar para fora!

—Tire suas mãos de mim! —Ele rugiu, tropeçando nos


próprios pés. —Eu sou seu pai!

Ninguém disse uma palavra enquanto eu o arrastava pela casa.

—Você não passa de um doador de esperma, seu merda! Eu


não sou como você! Nunca serei como você!

—Eu te dei tudo!

—Você não me deu nada!

—Seu filho da puta ingrato!

Assim que chegamos à porta da frente, empurrei-o para longe


de mim para abri-la.

—Apenas pense nisso por um segundo! —Ele argumentou,


encontrando seu equilíbrio. —Quanto você realmente sabe sobre ela?

—Mais do que sei sobre você, e a única coisa que sei é que
você não passa de um maldito mentiroso! Agora dê o fora! Estou
farto de você!

—Você não sabe o que está dizendo.

—Nunca fui tão claro sobre nada em toda a minha vida. Cortei
relações com você há muito tempo, e você sabe por quê. Fiz o que
você queria, mas não dou mais a mínima mais! Você não significa
nada para mim! Não quero mais saber de você!

—Você vai escolher aquela vagabunda em vez do seu pa...


Não só dei um soco nele, mas também o expulsei de casa. Ele
caiu na calçada e seu corpo rolou no concreto até ficar de cara no
chão.

Com um pé na frente do outro, parei meus passos quando


estava pairando sobre ele. Agachando-me ao seu nível, agarrei seu
cabelo com força e puxei sua cabeça para trás para olhar
profundamente em seus olhos.

Só restava uma coisa a dizer.

Através de uma mandíbula cerrada, eu rosnei. —Esta é a


última vez que eu te vejo. Cansei de suas ameaças. Você está morto
para mim agora. Está me ouvindo?!

Ele gemeu em agonia, e eu o empurrei para longe. Seu corpo


ficou jogado sobre o piso de cimento. Eu quis dizer cada palavra que
disse. Meu estado de espírito estava em apenas um lugar – eu
precisava acertar as coisas com Sophie. Era tudo o que mais
importava para mim.

Seu poder sobre mim havia terminado. Eu odiava que tivesse


demorado tanto para perceber o erro que cometi, e deixá-lo me
influenciar era algo de que me arrependeria para sempre.

Afastando-me, bati a porta antes de me virar e olhar


diretamente para minha mãe.

—Eu não quero vê-lo nunca mais! Ele não passa de um idiota
de merda, e eu sei disso há muito tempo.

—Jax, eu... eu... —Mamãe murmurou, balançando a cabeça.


—Eu não sei o que deu nele. Eu não sabia que ele agiria assim. Eu
nunca...
—Você não o conhece mesmo! Ele é uma desculpa fajuta de
pai e um marido de merda! Você merece mais do que ele já lhe deu.
Estou farto de ser um peão em suas mentiras e manipulações.

—O que você está encobrindo para ele? Eu não entendo.

—Se você quer continuar a ignorar o que está na sua cara,


então é com você. Não vou impedir você de ver Ben, mas não pense
nem por um segundo que ele vai ver meu filho de novo! Passei anos
sendo vítima das merdas dele!

—O que você está falando? —Mamãe disse com impaciência


enquanto meus olhos focavam em Sophie.

Ela estava congelada.

Pálida como um fantasma.

Seus olhos estavam arregalados e sua boca aberta.

A maneira como ela estava olhando para mim, me sentindo,


ainda me amando...

Eu vi isso escrito claramente em sua expressão. Ela não podia


mais esconder isso de mim. Eu não permitiria isso. Havia chegado a
hora de finalmente expressar o que eu deveria ter falado anos atrás.

Independentemente das consequências.

Meu olhar se voltou para minha mãe e para a Srta. Carlisee, e


sentindo o peso das mentiras dele, eu me libertei.

Nunca afastando meu olhar intenso, falei a minha verdade. —


Eu desisti da única garota que significou algo para mim, e é o maior
arrependimento da minha vida. Nunca vou permitir que isso aconteça
novamente. Eu sei agora mais do que nunca que Sophie é o amor da
minha vida. Você me entende?! Desde o momento em que ela saiu de
seu carro, eu amei sua filha, Srta. Carlisee, e nunca mais deixei de
amar. Tempo, anos, distância! Nunca mudou! Eu não podia dizer a
ela naquela época, mas com certeza posso agora!

Olhando nos olhos de Sophie novamente, admiti pela primeira


vez: —Eu te amo. Sou apaixonado por você, e vou passar o resto da
minha vida provando a você o quanto eu amo você e Ben. Sinto muito
por não ter lutado por você naquela época, mas irei à guerra por você
agora. Ninguém vai me afastar de você.

Olhando profundamente em seus olhos, jurei: —Nem mesmo


você.
CAPÍTULO 22

Sophie

Presente
Eu não podia acreditar no que tinha acabado de acontecer.

Fiquei ali, chocada e consternada, tentando processar tudo o


que havia acontecido em um curto espaço de tempo. Era uma coisa
atrás da outra, e eu não conseguia acompanhar o desenrolar dos
acontecimentos.

A mãe dele ficou calada enquanto caminhava em direção à


porta, mas no último segundo, ela se virou e jogou os braços ao redor
dele. Jax não se moveu um centímetro. Acho que ele nem estava
respirando.

Ela sussurrou algo em seu ouvido antes de sair.

Observei minha mãe ir até ele em seguida, e ela apenas o


encarou por alguns segundos. Sua expressão chocada rapidamente se
transformou em vergonha.

Nunca esperei o que aconteceu a seguir. Nem por um minuto.

—Sinto muito, Jax. —Ela se desculpou, e coloquei minha mão


sobre meu coração, tentando segurá-lo quando parecia que minha
vida estava desmoronando.

—Eu estava errada sobre você. Eu pensei... —Ela balançou a


cabeça, e eu sabia o que ela queria abordar.
Quando seu olhar pousou em mim, balancei a cabeça,
respondendo a sua pergunta silenciosa sobre o que ela estava me
perguntando.

Com seu foco de volta em Jax, ela acrescentou: —Espero que


um dia você possa encontrar em seu coração o perdão por eu ter
afastado Sophie de você. Se eu pudesse voltar atrás, eu voltaria... eu
só... sinto muito.

Ele assentiu lentamente, afastando-se dela antes de sair da sala.


Não me surpreendeu que ele não pudesse formar palavras. Jax sempre
foi uma pessoa reservada, e expor algo íntimo não era uma tarefa fácil
para ele.

O que ele estava escondendo para seu pai?

Eu tentava imaginar, indo até minha mãe. Consciente de que


Jax precisaria de algum espaço, não o segui.

Em vez disso, encarei minha mãe.

—Ele não sabe? —Ela questionou, olhando para mim com


pesar.

—Não.

—Você vai contar a ele?

—Acho que preciso agora.

Ela agarrou minha mão, segurando-a em seu peito. —Sophie,


eu também devo desculpas a você. Tudo o que eu queria era proteger
você. Eu não queria que você passasse pelo que eu passei. Não queria
que Ben passasse pelo que você passou. Eu estava errada e estou
profundamente arrependida.

—Eu sei.
—Achei que ele seria igual ao pai. Eu só... —Ela suspirou
profundamente. —Você pode me perdoar?

—Não sou eu quem tem que te perdoar, mãe.

—Você acha que ele pode?

—Não tenho certeza. Acho que ele também não me perdoou.

Ela me puxou para um abraço. —Eu te amo, Sophie. Eu amo


Ben. Por favor, não me odeie.

—Eu não te odeio, mãe. Você só fez o que achou melhor.

Retribuí o abraço e ficamos assim por não sei quanto tempo


até ela ir embora.

Tentando me orientar, fui até a casa do vizinho onde Ben


estava brincando com seu amigo. A mãe do menino olhou para mim
e eu não precisei perguntar. Ela não teve nenhum problema em deixar
que Ben ficasse lá para passar a noite.

Agradeci a ela antes de ir procurar Ben. Ele estava brincando


no quintal deles, e silenciosamente agradeci a Deus por ele não ter
visto o que havia acontecido entre Jax e seu pai.

Agindo como se eu não estivesse morrendo por dentro, beijei


a cabeça de Ben e disse para ele se divertir com seu amigo. Ele estava
ocupado jogando futebol e mal me viu.

Quando voltei para dentro, o sol estava se pondo. Meus pés se


moveram por conta própria, e antes que eu percebesse, estava parada
na porta do escritório de Jax. Ele estava sentado em sua mesa com
uma bebida na mão, o que era incomum para ele.

Jax não bebia, especialmente durante a temporada.

Agora era minha vez de ficar em silêncio, sem saber o que dizer
ou como dizer. Ele tinha acabado de nos escolher em vez de a seu
próprio pai. Eu não podia imaginar o que ele estava sentindo. Meu
coração estava partido por ele. Tudo o que eu queria fazer era
confortá-lo, totalmente ciente de que nada poderia acabar com a dor
que ele estava sentindo.

Eu sabia bem.

Exceto que ele não me escolheu como Jax tinha acabado de


fazer. Para minha surpresa, ele quebrou o silêncio entre nós,
expressando: —Quando nos encontramos novamente há sete anos,
pensei que era isso. Que era o nosso momento de realmente estarmos
juntos. Pela primeira vez na vida, acreditei no que você me dizia há
anos sobre destino e almas gêmeas.

Engoli em seco, ouvindo cada palavra que ele estava


compartilhando.

—Eu nunca quis me apaixonar. Eu vi o que isso fez com


minha mãe e me recusei a ser tão fraco. Eu tinha um amor, que era o
futebol. Eu não precisava ser nada para ninguém. Fiz o que aconteceu
naturalmente para mim, e sabia que era a única maneira de escapar do
controle de meu pai. Eu queria provar a ele que não precisava dele
como minha mãe. Que eu poderia me manter sozinho sem seu
dinheiro, sua influência e todas as pessoas importantes que ele
conhece. Foi por isso que vivi e respirei aquele campo. Dia e noite,
era tudo o que importava para mim, até você aparecer.

Lentamente, caminhei até ele. Sentada em uma das cadeiras em


frente a sua mesa, esperei para ouvir o resto.

—Acho que minha alma encontrou a sua desde o segundo em


que vi você sair daquele carro. Era como se soubesse que você era a
pessoa certa para mim, e passei anos tentando fingir que não te amava.
Quando, na verdade, eu era louco por você.

De repente, uma lágrima escapou do meu olho.


—Lutei contra o amor que tinha por você e, no final, perdi
você por causa disso.

—Foi por isso que você me traiu?

—Sophie, a única coisa que posso te dizer agora é que nunca


te traí.

—Jax, eu estava lá. Eu vi...

—Eu sei o que você acha que viu.

—Eu não entendo.

—Eu sei, mas você vai entender. Eu prometo. Você pode me


dar isso?

Não hesitei em responder: —Sim.

Eu queria acreditar com tudo dentro de mim que o que ele


disse era verdade. Segurar essa esperança só me fez perceber quanto
tempo realmente tínhamos perdido um com o outro.

Encontrando minha voz, eu me desculpei. —Sinto muito por


ter mantido Ben longe de você. Eu sei que isso não muda nada. Sei
que você não pode recuperar os anos que perdeu. Sei de tudo isso,
mas agora preciso lhe contar a verdade sobre por que o mantive longe
de você. —Respirando fundo, criei coragem para confessar: —Meu
pai, o homem que me criou, seu treinador... —Lágrimas caíram de
meus olhos, uma após a outra.

Não havia como pará-las. Esta era a primeira vez que eu estava
compartilhando isso com alguém.

Nada poderia ter me preparado para este momento e as


emoções que ele iria evocar.

—Ele não é meu pai de verdade.


Jax estremeceu, sem tentar esconder.

—Até ficar grávida de Ben, pensei que o homem que me criou


fosse meu pai. Quando contei à minha mãe que estava grávida de um
bebê seu, disse a ela que ia contar a você. Eu juro que nunca tive
qualquer intenção de mantê-lo longe de você. Nem cogitei isso, mas
ela fez minha cabeça. Dizendo-me que meu verdadeiro pai não me
quis. Ele queria que ela fizesse um aborto. —Fiz uma pausa, deixando
minhas palavras serem absorvidas.

—Sabe, minha mãe teve um caso com um homem. Durante


anos, meu pai quis filhos, e isso não aconteceu para eles. Eles
descobriram mais tarde que ele era estéril e não podia ter filhos. Ele
se afastou dela, então ela encontrou conforto nos braços de outro
homem. Ela diz que se apaixonou por ele e ia deixar meu pai, mas
quando disse a ele que estava grávida de mim, ele não deu a mínima.
Ele disse a ela que ela não era nada além de sexo, e que precisava fazer
um aborto. —Tomando outra respiração profunda, eu continuei.

—Ela recusou, mesmo quando ele disse que não iria ajudá-la.
Ele partiu o coração dela, mas meu pai queria tanto um bebê que
decidiu que me criaria como se fosse dele. Eles tentaram fazer dar
certo, mas no final, eles se divorciaram. Minha mãe estava confusa,
ela não conseguia se perdoar por traí-lo, e me ver a lembrava de todas
as suas más escolhas. Foi por isso que ela me deixou com ele e se
mudou para cá para trabalhar para sua mãe. Acho que ela estava se
punindo ficando longe de mim.

—Jesus, Sophie.

—Descobri tudo isso depois que contei a ela que estava


grávida de um filho seu. Ela confessou e me disse que você faria o
mesmo. Ainda assim, eu não a ouvi. Em vez disso, voei para contar a
você, mas quando apareci em sua casa, eu a vi com você.

Ele fez uma careta, sabendo a quem eu estava me referindo.


—Era tudo que eu precisava ver para pensar que minha mãe
estava certa sobre você. Como consequência, senti o choque e a dor
pelas ações do meu verdadeiro pai. Eu não queria que nosso filho
experimentasse o sentimento de não ser desejado. Então pensando
em todas as mulheres que alegaram que ficaram grávidas de você. Eu
não queria ser outro problema no seu caminho.

—Você honestamente pensou que eu poderia fazer isso com


você?

—Sim. Na noite em que nos encontramos, tudo que eu queria


era me vingar de você. Eu queria te machucar como você me
machucou. Por isso saí antes de você acordar. Eu não poderia ter
continuado com isso se não tivesse ido embora. Eu ainda te amava, e
era evidente que nossa conexão era forte como sempre. Eu queria te
odiar, e por muito tempo odiei, mas vê-lo novamente apenas
solidificou o quanto eu ainda te amava. Eu nunca pretendi ficar grá...

—Eu não usei camisinha.

Eu me inclinei para trás, quase caindo da cadeira.

A única coisa que consegui pronunciar foi: —O quê? Você me


engravidou de propósito?

—Não. Acho que foi uma decisão subconsciente. Tínhamos


bebido muito e só me dei conta disso na manhã seguinte. Não havia
embalagens de preservativo, e porra... eu procurei por você. Mandei
Caleb procurar por você. Você simplesmente desapareceu.

Fiquei sentada ali com os olhos arregalados. —Eu sei.

—Quando Autumn me mostrou a foto de Ben, acho que no


fundo uma parte de mim não ficou surpresa.

—Eu não sei o que dizer.


—Eu sei. Eu te amo pra caralho. Eu sei que você me ama. —
Ele se levantou abruptamente, sua cadeira derrapando no chão de
madeira.

Seu movimento repentino me fez levantar também. Em quatro


passos largos, ele se aproximou com tanto ímpeto que meu corpo
bateu contra a parede atrás de mim com um baque forte.

Instantaneamente, Jax me enjaulou com seus braços, me


fazendo sentir seu amor, seu desespero e seu ódio.

Não por mim.

Por ele mesmo.

—Estou falando sério, Sophie. Eu te amo, e sinto muito por


não ter lutado por você. Por favor, me diga que acredita em mim.

—Eu acredito.

—Estou farto de esperar. —Ele sorriu, acrescentando: —Dê-


me outro bebê.

Desta vez não foi Jax quem veio até mim, fui eu que me
entreguei voluntariamente a ele. Minha boca colidiu com a dele, e foi
tudo o que ele precisava para perder o controle. Bruscamente, ele
agarrou minha bunda, levantando-me para abraçar sua cintura.

Nosso beijo foi apaixonado.

Faminto.

Enviando-nos em um frenesi.

Eu não percebi que ele estava nos levando para o nosso quarto
até que ele me deitou na cama, abrindo minhas pernas para deitar
entre elas antes de se abaixar sobre o meu corpo aquecido.
Isso era loucura, mas Jax e eu sempre fomos impulsivos. Indo
de um extremo ao outro. Isso não era incomum para nós. Eu queria
dar a ele o que era dele o tempo todo.

Meu coração.

Minha alma.

Meu corpo.

Ele embalou meu rosto, nunca quebrando nosso beijo intenso.


Havia algo diferente nele enquanto ele pairava sobre mim de uma
forma que eu nunca tinha experimentado com ele antes. Como se
estivesse tentando me mostrar um lado dele que ele nem sabia que
existia.

Ternamente, ele me beijou profundamente enquanto suas


mãos corriam suavemente pelos meus ombros para tirar meu vestido.

—Jax. —Murmurei, tremendo debaixo dele. Ele mal estava me


tocando.

Eu não tinha ideia do que estava me metendo.

Jax não era um homem que fazia amor. Ele sempre gostou de
uma foda forte e apaixonada. Isso estava diferente – ele estava
diferente.

Ele deliberadamente tomou seu tempo absorvendo meu


corpo. Minhas coxas se apertaram quando senti seu olhar indo em
direção a minha boceta.

—Porra... você é linda.

Eu podia sentir minha umidade se acumulando entre minhas


pernas com suas palavras e toques. Alimentando minha necessidade
de senti-lo, em qualquer lugar e em todos os lugares, e de uma vez.
Ele extraiu outro gemido dos meus lábios quando senti sua mão
lentamente expor meu clitóris.

—Por favor. —Implorei descaradamente, balançando meus


quadris.

Ele não precisou ouvir duas vezes. Segurando minhas coxas,


ele enterrou o rosto entre as minhas pernas. Minhas costas arquearam
para fora da cama, fazendo-o rir enquanto movia a cabeça para cima
e para baixo, de um lado para o outro, usando sua língua para acariciar
lentamente meu núcleo.

—Mmmm... Jax. —Ronronei, agarrando seu cabelo enquanto


ele continuava com seu ataque oral.

Ele nunca parou de trabalhar em mim com os lábios e a língua


quando começou a deslizar o dedo no meu calor úmido.

—Oh, Deus... —Gemi, curvando minhas costas no colchão


embaixo de mim. Desfazendo-me totalmente com seu toque.

Ele me devorou com a língua e os dedos, fazendo amor


comigo com a boca. Chupando mais forte e mais exigente a cada
segundo que passava, a ponto de eu pensar que ia desmaiar.

Um rosnado alto e estrondoso escapou do fundo de seu peito.


Ele estava perdendo o controle, e foi isso que fez eu me render
completamente ao poder que ele ainda tinha sobre mim.

Eu gozei.

Gozei com tanta força que vi estrelas, e ainda assim, ele não
desistiu, me fazendo gozar várias vezes, contra seus dedos e boca.
Meu corpo inteiro começou a tremer, se movendo por conta própria.
Ele instantaneamente trancou seu braço em volta da parte inferior do
meu tronco, me segurando no lugar.
Minhas costas arquearam sobre a cama, minhas mãos
apertaram os lençóis fazendo os nós dos dedos ficarem brancos, e
meu corpo sacudia com tanta força que pensei que nunca mais pararia
de gozar por seu queixo.

—Oh, Deus... ahhh... —Ofeguei profusamente, meu corpo se


virando contra mim.

Orgasmo após orgasmo. Eles estavam vindo rápido e


repetidamente, um após o outro, sem fim à vista.

—Por favor... Jax... por favor... —Eu me contorci, implorando


para ele parar, puxando seu cabelo com força ao ponto que eu pensei
que iria arrancá-lo.

Ele soltou meu clitóris com um gemido implacável, não


querendo parar, mas permitindo-me misericórdia. Enfiando a língua
no meu calor, ele lambeu, chupou e engoliu toda a minha excitação.

Ele sentou-se com uma expressão alegre e satisfeita no rosto,


sorrindo enquanto enxugava os lábios e o queixo com as costas do
braço. Mostrando-me precisamente o quanto eu gozei só por causa
dele.

—Sua boceta está mais doce do que nunca.

Suas palavras indecentes tinham tanto efeito em meu corpo


quanto seu toque. Eu queria que ele dissesse mais coisas sujas assim
para mim. Eu não queria que acabasse. Ele rasgou a camisa puxando-
a pelas costas e sobre a cabeça, jogando-a no chão ao lado do resto
de nossas coisas, então desabotoou o cinto e a calça jeans.

Sorrindo, ele deslizou sua calça jeans, deixando seu pau duro
sobressair livre.

—Você ainda tem um piercing.

—E eu estou prestes a te foder.


Ele sorriu maliciosamente, rastejou até meu corpo, beijando e
sugando em seu caminho até meus lábios. Ele me beijou com força,
sufocando minhas palavras, meus pensamentos, todo o meu ser.
Minha língua procurou a dele, e nosso beijo rapidamente se
transformou em coisa própria, pegando o que o outro precisava.

Havia algo de angustiante na maneira como nos


movimentávamos —Era urgente, exigente e consumia tudo. Não
conseguimos o suficiente um do outro, querendo sempre mais.

Eu queria tudo.

Ele.

Tudo ou nada.

Ele acariciou o lado do meu rosto, meus seios e a parte de trás


das minhas coxas como se não soubesse onde mais queria me tocar.

—Eu te amo, Sophie. —Ele rosnou com a voz rouca, fazendo


com que outro gemido saísse da minha boca.

Passei anos esperando que ele dissesse aquelas três palavras


para mim, e lá estavam elas, como se fossem as palavras mais fáceis
para ele dizer a noite toda.

—Jax... —Gemi em um tom que não reconheci.

—Eu sei que você me ama, e vou esperar o quanto for preciso
para ouvi-la dizer isso para mim novamente.

Coloquei minha mão em seu coração que batia rapidamente


contra meu peito, olhando profusamente em seus olhos.

A devoção.

A adoração.

O amor...
Estava tudo ali, olhando de volta para mim.

—Aí está ela... aí está minha Baby Soph.

Em um impulso, ele estava dentro de mim.

—Estou tão apaixonado por você, Sophie.

Emoções que eu nunca havia sentido antes percorreram todo


o meu corpo enquanto ele me tomava lentamente, tirando o que ele
queria – não, necessitava – de mim. Seus quadris empurraram mais e
mais profundamente em mim com movimento deliberado, sabendo
o que eu amava, ele ensinou para mim. Eu não podia fazer nada além
de me render a ele. Submeter-me ao único homem que já amei.

Ele beijou com adoração todo o meu rosto, ao longo do meu


queixo, minha testa e na ponta do meu nariz. O quarto começou a
girar como quando seu rosto estava entre as minhas pernas. Minha
cabeça caiu para trás e minha respiração tornou-se aguda, urgente, e
uma sensação muito boa me tomou...

Ele imediatamente lambeu meu pescoço e seios, deixando


pequenas marcas por toda parte. Eu não queria me mexer. Queria
aproveitar a sensação de ele estar em cima de mim.

—Isso é bom, baby? —Ele fez o seu caminho de volta até a


minha boca.

Balancei a cabeça, incapaz de formar palavras. Meus braços se


estenderam ao redor dele, abraçando-o mais perto contra o meu
corpo, querendo sentir todo o seu peso sobre mim. Ele encostou a
testa na minha e suspirou: —Abra os olhos, olhe para mim.

Eu os abri, observando o quão intenso, vibrante e cheio de


amor seu olhar refletia o meu. Nossas bocas estavam separadas, ainda
se tocando e ofegando profusamente.
—Porra, sim, Sophie... assim mesmo... Vamos lá, em meu
pau... Me dê o que eu quero.

Eu estava em êxtase da cabeça aos pés. Agarrando minha


perna, ele impulsionou com mais força em seu corpo.

—Você gosta disso?

—Sim... Não pare...

—Eu não vou. Vou fazer amor com você a noite toda. Você é
minha. Você é toda minha, porra, e eu não vou deixar você ir.

Meu mundo inteiro girou fora de controle, assim como o dele


enquanto eu tremia debaixo dele, e seu corpo ficou tenso sobre o
meu.

Uma coisa era certa.

Eu ainda o amava, mas ainda não conseguia dizer.

Em vez disso, choraminguei: —Jura?

Levando-me de volta para outro lugar e tempo.

Onde ele jurou: —Isso é uma maldita promessa.

Exatamente como ele fez ali mesmo naquele momento.


CAPÍTULO 23

Jax

Presente
Levantei-me para sair da nossa cama, mas Sophie envolveu os
braços em torno da minha barriga, me segurando no lugar.

—Não vá. —Ela implorou, me fazendo sorrir.

Eu tinha passado a noite toda dentro dela, compensando os


últimos sete anos.

—Tenho que pegar meu voo para Atlanta para o jogo de


amanhã à noite.

—Eu sei, mas mais cinco minutos. Fique. Vou deixar você
fazer coisas comigo.

Eu sorri, olhando para ela. —Estive fazendo coisas com você


a noite toda.

—Mais uma razão para você ficar.

A brisa que soprava nas finas cortinas brancas de nosso quarto


pouco ajudava a esfriar o calor entre nós. Mas caramba, ela era tão
adorável quando estava assim.

Eu me deitei e ela imediatamente montou na minha cintura,


trazendo o lençol branco com ela para cobrir os seios nus.

—Você não precisa esconder seus seios, Sophie. Eu os vi, os


lambi, os suguei em minha boca. Eu até os fodi.
—Pare. —Ela riu, corando. —Você sabe que eu sou tímida.

—Como você ainda pode ser tão tímida quando minha língua
está na sua bunda?

—Oh meu Deus! Jax! —Ela deu um tapa no meu peito. —


Você é horrível!

—O que você acha que vai acontecer quando você se curvar


na frente do meu rosto sem calcinha?

—Ok... próximo tópico. Que horas é o seu voo?

Peguei meu celular, olhando para os números dizendo que era


meio-dia.

—Uau. —Ela suspirou, lendo a hora também. —Não acredito


que dormimos tanto.

Eu sorri, agarrando seus quadris. —Eu não chamaria o que


fizemos de dormir.

—Bem, você é implacável.

—Especialmente quando se trata de sua boceta.

Ela agarrou minha boca, rindo. —Chega de conversa suja.

Quando ela levantou a mão, exigi: —Então você vai ter que
sentar na minha cara.

Antes que ela pudesse contestar, coloquei-a onde queria. Na


minha boca. Durante a hora seguinte, eu a saboreei no café da manhã
e depois fiz amor com ela novamente, incapaz de me fartar dela.
Sempre foi assim entre nós, e eu adorava o fato de nossa conexão
ainda estar intacta.

Na verdade, era melhor, mais intensa.


Tomei banho, peguei uma bolsa e a enchi com algumas coisas,
enquanto Sophie foi buscar Ben na casa do vizinho. Agora que estava
sozinho, peguei meu telefone e disquei o número dela. Sentada na
beirada da cama ao lado da mesinha de cabeceira, esperei que ela
atendesse.

—Ei. —Ela saudou.

A culpa que eu sentia estava me comendo vivo, mas eu tinha


que colocar um fim nisso.

Depois de todos esses anos, era hora.

Sophie

Voltei para casa com Ben.

—Você se divertiu?

—Sim! O que você e papai fizeram sem mim?

Eu baguncei seu cabelo. —Sentimos muita saudade de você.

Ele assentiu. —Eu sei, sou um homem saudável.

—Você é. Agora, o que meu homem saudável gostaria de café


da manhã?

—Torrada francesa10!

—A caminho.

10 Rabanada, também conhecida como fatia dourada, fatia parida ou fatia de ovo, é um doce

de pão de trigo em fatias que, depois de molhadas em leite, vinho ou calda de açúcar, são
passadas por ovos e fritas ou assadas.
Fiz torradas francesas extras para Jax e, enquanto Ben comia,
levei para o nosso quarto para ele.

Assim que cheguei à porta, abri a boca para chamar seu nome,
mas parei no meio do caminho quando o ouvi dizer ao telefone: —
Não posso mais fazer isso, Evie. Nós precisamos conversar.

Instantaneamente, eu me escondi atrás da porta com meu


coração batendo profusamente no meu peito.

Quem é Evie?

—Estarei na cidade esta tarde. Você pode me encontrar no


meu quarto de hotel? Posso ligar para o concierge a caminho do voo
e dizer que você precisa de uma chave.

Minha mão voou para o meu peito. Eu não podia acreditar no


que estava ouvindo.

—Vejo você em breve.

É esta a sensação de estar morrendo?

Mas não foi até que ele declarou: —Sim, eu também te amo.
—Que eu realmente me desesperei.

Como você pode ser tão estúpida?

Ele disse a ela que a amava... Quando tinha dito a mim a noite
toda que me amava.

Há quanto tempo ele está apaixonado por ela?

Ele não me diria a verdade se eu o confrontasse. Eu precisava


chegar ao fundo disso por conta própria. Fazendo o melhor
desempenho da minha vida, entrei no quarto com seu café da manhã.

—Fiz torradas francesas para você.


Ele se levantou e colocou o celular no bolso de trás. —Olhe
para você, já cumprindo seus deveres de esposa.

Eu queria arrancar aquele sorriso de seu rosto. Como ele podia


ficar lá e fingir que não estava apenas conversando com outra mulher
me surpreendeu completamente. Jax sempre teve a habilidade de usar
seu encanto para sair de qualquer situação. Imagens da noite passada
passaram pela minha mente.

E se eu estiver grávida?

—Ei. —Ele acariciou minha bochecha. —Você está bem?

—Mmm-hmm...

—Parece que você vai vomitar.

—Sim. —Afastei meu rosto e virei de costas para ele. —Não


estou me sentindo muito bem.

Ele envolveu os braços em torno da minha cintura.

Acariciando meu pescoço com os lábios, ele murmurou: —


Talvez seja o enjoo matinal.

—Não acontece tão rápido.

—Um homem pode sonhar, não pode?

Seu toque estava queimando minha pele. Dominando todos os


meus sentidos, me cegando. Eu mal conseguia ver, muito menos
pensar direito. Tentando racionalizar o que estava acontecendo, mas
falhando miseravelmente.

—Acho que só estou cansada, só isso. Que horas é o seu voo?

—Tenho que sair em um minuto.

—Você está voando para Atlanta, certo?


—Sim, a mamãe vai assistir ao jogo do papai amanhã à noite?

Sua brincadeira sedutora estava me deixando mal do estômago.

—Ben não aceitaria de outra maneira. —Tentando parecer


indiferente, perguntei: —Em que hotel você está hospedado?

—O Marriott Downtown, por quê?

Eu me virei, beijando-o. Era a única maneira de não ter que


responder a essa pergunta.

Ele agarrou meu rosto, transformando nosso beijo em um


abraço caloroso.

—Você está tornando muito difícil ir embora.

—Você tem razão. —Eu me afastei. —Você precisa ir.

Ele beijou meus lábios uma última vez. —Eu te amo, bebê
Soph.

Eu o beijei de volta, sorrindo quando tudo que eu queria era


desabar.

Pelo menos antes ele nunca havia me dito que me amava.


Ouvi-lo expressar isso agora era apenas piorar as coisas.

Assim que ele saiu, tomei um banho rápido, tentando me


preparar mentalmente para o dia seguinte. Liguei para minha mãe para
que ela viesse cuidar de Ben, deixei-o com a empregada e avisei-a que
minha mãe estaria lá em breve.

—Tenha um ótimo dia, mamãe!

Ben acenou do sofá e eu beijei o topo de sua cabeça.

—Seja bom com a vovó.


Perdendo o fôlego quando saí de casa, corri para o meu carro.
Minha mente estava girando e eu estava sufocando em suas mentiras.
Meu coração, mente, sanidade, não aguentava mais. Eu estava
tremendo como uma folha, e todo o meu corpo parecia que estava
desistindo de mim. Havia muitas emoções acontecendo ao mesmo
tempo, e eu não conseguia controlar nenhuma delas.

Uma hora depois, eu estava embarcando em um voo para


Atlanta. Jax voou em um voo fretado com sua equipe, como sempre.
Durante todo o voo, minha mente girava em uma grande confusão
de “e se”.

Meu coração disparava enquanto os segundos passavam,


observando todo o nosso relacionamento se desenrolar diante dos
meus olhos. Respirei fundo, me firmando antes de sair do avião. Corri
pelo aeroporto, chamando um táxi para me levar ao Marriott.

—Encoste bem aqui. —Ordenei assim que chegamos.

O motorista pisou no freio e eu joguei dinheiro nele antes


mesmo de o carro parar completamente, derrapando no meio-fio.
Corri para dentro do prédio, indo direto para o concierge.

Escondendo o rosto sob o chapéu, mantive meus óculos


escuros, querendo passar despercebida.

A atendente me reconheceu imediatamente, dizendo que


ligaria para Jax avisando que eu estava subindo para o quarto dele.

—Não! —Eu gritei ansiosamente. —Quero surpreendê-lo.


Ele não sabe que estou aqui.

—Ah! Que doce, Sra. Colton.

Sra. Colton... Fale sobre um tiro no coração.

Ela me entregou uma chave. —Ele está no andar da cobertura.


Claro que ele está.

Sorrindo, eu recuei e corri pelo corredor até o elevador privado


para seu andar. A ansiedade pelo que estava por vir ainda vivia e
respirava em meu sangue. Bombeava em minhas veias, liberando uma
vibração penetrante em minhas têmporas. Ignorei a sensação
iminente que senti nas profundezas do meu ser.

Em vez disso, concentrei-me em minha tarefa de pegá-lo me


traindo pela segunda vez. Minha mão estava na maçaneta da porta.
Lentamente, a abri, não querendo que ele ouvisse que eu estava lá.
Como se estivesse sendo puxada por uma corda, segui para dentro.

Um passo.

Seis passos.

Nove passos.

Treze.

—Sim, Evie. Bem desse jeito.

Parei no meio do caminho.

—Tem certeza? —Ela respondeu, sua voz ecoou nas paredes.

Eu ofeguei e coloquei minha mão sobre minha boca, não


querendo ser ouvida.

A verdade descaradamente me deu um tapa na cara de novo.


Eu não conseguia parar de mover meus pés, seguindo o som de suas
vozes.

Quinze passos.

Dezenove passos.

Vinte e um.
Nada poderia ter me preparado para o que eu estava prestes a
ver, prestes a sentir. Sugando todo o ar dos meus pulmões, levando
meu coração, o coração que ele possuía, e estilhaçando-o em um
milhão de pedaços. Dor como essa nunca deveria ser experimentada.

Foi uma tortura crua e excruciante.

Por mais que eu me exortasse a não sair, a correr, isso me


obrigava a ficar no lugar. Meus pés ficaram colados ao chão abaixo
de mim. Eu precisava permanecer forte. Agir de forma imperturbável.
Não mostrar nenhuma fraqueza.

Quando fiquei cara a cara com a verdade, ofeguei alto.

Eles estavam sentados na sala de estar. As mãos dela no colo


dele. Seu olhar surpreso estalou em minha direção.

Não era em Jax que meus olhos estavam fixos.

Era nela.

Evie.

A mesma mulher com quem ele me traiu antes de partir para


Miami.

Jogando-me de volta para aquela noite...

Onde meu mundo, como eu o conhecia, desabou sobre mim.


CAPÍTULO 24

Sophie

Passado
Eu não podia acreditar que tinha chegado o dia em que Jax me
deixaria para jogar na NFL. Sempre soube que esse dia chegaria, só
nunca imaginei que aconteceria tão rápido. Parecia que o tempo havia
voado, e agora estávamos nos despedindo.

Conversamos sobre o futuro algumas vezes quando ele ainda


estava tentando decidir onde queria jogar. Todos os times o queriam.
Ele foi a primeira escolha do draft11 na faculdade. Ele tinha vinte e
dois anos e estava prestes a conquistar o mundo.

Jax já havia feito um nome para si mesmo, mas isso seria uma
escala muito diferente. Ele se tornaria o “maior de todos os tempos”.
Eu sabia disso como sabia do meu amor por ele.

Ele iria jogar pelo Miami.

Eram apenas duas horas e meia de voo. Eu só tinha um ano


de escola. Poderia me mudar para lá para ficar com ele depois de me
formar. Embora não tivéssemos discutido isso. Só tínhamos
conversado sobre visitar um ao outro. Eu dizia a ele que o amava o
tempo todo, e ele ainda não tinha dito isso para mim.

No entanto, eu sabia que ele estava apaixonado por mim. Ele


não precisava dizer isso – eu podia sentir.

11 O National Football League Draft, também chamado de NFL Draft ou (oficialmente) Player

Selection Meeting, é um evento anual que serve como a fonte mais comum de recrutamento de
jogadores da liga.
Através de seu toque.

Seu sorriso.

A maneira como ele olhava para mim.

Todas as suas ações gritavam amor e adoração.

Fiquei deitada lá em seus braços. Esta seria a última manhã que


eu acordaria em seus braços. Ele voaria amanhã cedo para o campo
de treinamento no Sunshine State12.

Com minhas costas em seu peito, ele acariciou meu pescoço.


—Em que você está pensando?

—Amanhã.

Ele ficou em silêncio por mais tempo do que eu gostaria antes


de declarar: —Sim, também tenho pensado muito sobre amanhã.

Engoli em seco, ouvindo-o admitir o que eu já sabia. Jax e eu


tínhamos uma conexão que eu não conseguia explicar ou entender.
Sempre foi assim entre nós. Esse vínculo não dito, onde palavras não
eram necessárias para saber como estávamos nos sentindo.

Ele era minha pessoa.

Minha mente corria desenfreada com pergunta após pergunta


que eu ainda tinha que considerar até este exato segundo. Como se
soubesse o que eu precisava naquele momento, ele me virou, me
deitando de costas e então pairou sobre mim, prendendo-me com
seus braços em volta do meu rosto.

Beijando meus lábios, ele disse: —É um voo curto.

—Eu sei.

12 Tradução: Estado do Sol - Devido à sua localização como o estado dos EUA mais próximo

do Trópico de Câncer e do Equador, a Flórida é conhecida por seu clima tropical


excepcionalmente ensolarado, mas úmido.
—Com o que você está preocupada?

—Que você vai se esquecer de mim.

—Como eu poderia me esquecer da minha Baby Soph?

Dei de ombros. —Fora da vista, longe da mente. Você já se


esqueceu de mim antes.

—Naquela época era diferente.

—O que havia de diferente?

—Eu tinha que ficar longe de você.

—E?

Ele ergueu as sobrancelhas. —E eu não tinha tomado sua


boceta ainda.

—Jax. Tentei empurrá-lo para longe, mas ele não se mexeu um


centímetro. —Agora não é hora de falar essas coisas.

—Não consigo pensar em um momento melhor. Você está


triste. Não gosto de ver você chateada.

—Você não está triste ou chateado?

—Não.

—Não?

—Sophie, você está na minha cama, em meus braços, estou


em cima de você. Quero focar nisso e não no que o amanhã trará.

Fiquei quieta, sem saber como responder.

Jax fez o que fazia de melhor, fez amor comigo de novo.


Depois que ele terminou de se divertir com meu corpo, pulou no
chuveiro e eu coloquei uma de suas camisas que parecia um vestido
em mim. Sorrindo, trouxe a bainha até o meu nariz. Eu adorava o
cheiro dele. Era tão viciante quanto ele.

Fui até a cozinha, pegando a comida que eu havia trazido da


geladeira para fazer o jantar especial. Ele adorava lasanha e minha mãe
tinha a melhor receita. Assim que terminei de colocar tudo no balcão,
ele saiu.

—Ótimo timing! —Exclamei, apontando para o armário


superior. —Pegue aquele pote para mim? Não consigo alcançá-lo.

Ele não respondeu, fazendo-me virar e olhar para ele.

—O quê? —Perguntei, observando a expressão solene em seu


rosto.

—Sinto muito por fazer isso com você, Sophie. Sei que é nossa
última noite juntos e queria passar com você, mas aconteceu uma
coisa. Eu tenho que ir.

—Oh. —A decepção era evidente em meu tom. —Eu posso


esperar por você até você voltar.

—Não acho que seja uma boa ideia.

—Por quê?

Ele esfregou a nuca. —É melhor você ir.

Eu estremeci. —Você não me quer aqui?

—Não é sobre isso.

—Eu não entendo. Fiz alguma coisa?

Ele balançou a cabeça.

—Para onde você está indo?

—Não se preocupe com isso. Eu vou te ligar. OK?


—Ummm... sim, tudo bem. —Eu abaixei minha cabeça,
seguindo até seu quarto para pegar minhas coisas.

Eu estava confusa.

Envergonhada.

Foram muitas emoções em um intervalo de poucos segundos.

Quando passei por ele, ele agarrou minha mão. —Não é você,
eu juro.

Balancei a cabeça, sentindo essas palavras na boca do


estômago.

—Fique com a minha camisa. Fica melhor em você.

Eu sorri suavemente e me afastei, sem saber como agir ou


mesmo o que dizer. Rapidamente me movi pelo quarto dele e peguei
minhas coisas, percebendo quantas delas estavam aqui. Por alguma
razão, isso me deixou mais desconfortável do que eu já estava.

Isso foi demais? Real demais para ele?

Eu não entendia, e quanto mais pensava sobre isso, mais eu


queria questioná-lo.

Nós estávamos tão próximos... Ele estava me afastando?

Pergunta após pergunta rasgou minha mente. Meus


pensamentos pesavam impiedosamente em minha cabeça. Seu
silêncio era ensurdecedor e falava muito enquanto ele me observava
empacotar todos os meus pertences. Isso não o afetou como estava
me afetando.

Nem por um segundo.

Quando terminei, olhei para ele. Sentindo-se minúscula frente


a seu corpo de 1,95 de altura.
—A que horas é o seu voo amanhã?

—Antes do amanhecer.

—Você quer que eu te leve ao aeroporto?

Ele balançou a cabeça.

Embora ele estivesse diante de mim, ele não estava lá comigo.


Sua mente estava em outro lugar. Não pude deixar de me perguntar
o que tinha acontecido para alterar seu comportamento em relação a
mim.

—Então é isso? É aqui que dizemos adeus? Assim?

—Sophie, eu... —Ele se interrompeu.

Por favor, diga. Apenas diga as três palavras que estou morrendo de
vontade de ouvir nos últimos cinco anos.

—Você o quê? —Eu incitei, esperando impacientemente.

Ele não vacilou, afirmando: —Eu tenho que ir. —Em um tom
severo.

—Certo. Bem, não vou mais te atrasar então. —Eu me virei e


esperei que ele me impedisse

Dissesse algo.

Qualquer coisa.

Ele não fez isso.

Ele simplesmente me observou sair.

Sem beijo.

Sem palavras.

Nada.
Deixando-me sem palavras, senti como se o chão estivesse
subindo pelas minhas pernas e me engolindo inteira. Voltei para o
meu dormitório, vazio e solitário. Deitada na minha cama, fiquei
olhando para o teto por não sei quanto tempo, repetindo a última
coisa que ele disse para mim em minha mente.

—Eu tenho que ir.

Vasculhei meu cérebro pelo que pareceram horas,


contemplando aonde ele tinha que ir com tanta urgência até que não
aguentei mais. Não havia como seguir em frente sem saber onde
estávamos, e era injusto que ele esperasse que eu o fizesse.

Eu precisava ouvir as palavras, saber que não estava perdendo


meu tempo com ele. Ele estava indo embora e eu não fazia ideia de
quando o veria novamente.

Nenhuma pista.

Saí da cama e vesti um moletom com capuz e meus sapatos.


Abrindo minha porta silenciosamente, certifiquei-me de que a
conselheira residente não estava fazendo sua ronda. Ela sabia que eu
ficava na casa de Jax a maior parte do tempo, mas eu ainda não queria
esfregar isso na cara dela. A barra estava limpa e eu escapei.

Ele estava acostumado que eu entrasse sorrateiramente em sua


cama à noite. Eu esperaria por ele como já tinha feito centenas de
vezes. Eu estava grata por ter uma chave da casa dele, focando nisso
em vez de permitir que o medo do desconhecido me atingisse mais
do que já tinha.

Passava de uma da manhã quando estacionei em seu


apartamento. Sua caminhonete estava estacionada em sua vaga
habitual. Com o coração na mão, explodindo, martelando,
destranquei a porta. Meu estômago estava em nós, sentindo ansiedade
pelo que estava por vir.
Ele ficaria bravo por eu ter voltado?

Ignorei a sensação iminente que senti no fundo do meu


estômago. Mal tive tempo de contemplar o que estava fazendo antes
de parar na porta de seu quarto. Jax estava sentado na beira da cama
com o telefone nas mãos, e por um momento me senti aliviada por
que talvez ele estivesse me ligando.

Eu estava prestes a dizer o nome dele quando a porta do


banheiro se abriu de repente e saiu uma mulher loira que eu nunca
tinha visto antes, vestindo nada além de uma toalha. Juro que parei
de respirar e uma onda de adrenalina disparou pelo meu núcleo. Era
como testemunhar um trágico acidente, querendo desviar o olhar,
mas não conseguindo tirar os olhos dela.

Ela era linda.

Ela deve ter sentido minha presença porque seus olhos se


voltaram para minha expressão além de chocada.

Ela gritou e deu um pulo para trás.

Eu a assustei – a ironia não passou despercebida por mim.

Jax imediatamente levantou a cabeça, encontrando meus


olhos.

Os dele estavam super arregalados e assustadores enquanto ele


rugia. —Porra. —Quando percebeu que eu o peguei com ela.

Sua reação desencadeou algo dentro de mim. Nossos olhos


nunca vacilaram um do outro enquanto eu compreendia o que
realmente havia interrompido.

Estremeci ao som de sua voz e, por um minuto, minha dor


rompeu as emoções incontroláveis. Eu me esforcei para me manter
de pé, enrijecendo, permanecendo firmemente enraizada no lugar
onde eu estava sem fôlego. Sentindo como se ele tivesse acabado de
me dar um soco no estômago. Era óbvio o que estava acontecendo
aqui. Ele não precisava me dizer, e eu me recusei a chafurdar na minha
própria autopiedade.

Balançando a cabeça violentamente, eu gritei: —Seu idiota!

Com isso, eu me virei e corri para fora de seu apartamento.

Meu coração.

Minha mente.

Meu amor...

Estava quebrado.

Partindo-se como uma corrente de ferro forjado. Ele estava


puxando cada sentimento do meu corpo, cada emoção que eu nem
sabia que tinha por ele.

—Sophie! —Ele gritou, correndo atrás de mim.

Ele apenas adicionou combustível ao meu fogo, fazendo-me


lembrar a primeira vez que ele me perseguiu e me derrubou no chão.

Meu primeiro beijo era agora uma memória contaminada.

Meus pés batiam contra a calçada. Eu nunca tinha corrido tão


rápido em toda a minha vida. Eu não queria falar com ele, vê-lo,
responder a ele.

Ele não merecia nada disso.

—Sophie! Você não pode fugir de mim!

—Vá à merda! —Suas palavras só me fizeram correr mais


rápido.
Eu deveria ter pensado melhor, não havia como eu ser capaz
de ser mais rápida que ele. Ele fazia isso todos os dias de sua vida pelo
futebol.

Em três segundos, senti sua mão agarrar firmemente meu


braço me girando para encará-lo.

—Não me toque! —Gritei, tentando dar uma joelhada em suas


bolas para me afastar dele, sem sorte.

Ele me bloqueou.

—Pelo amor de Deus, acalme-se! —Ele ordenou, seu hálito de


uísque atingindo-me.

Ele estava bebendo?

—É por isso que você me fez sair? Hein? Para que você
pudesse transar com ela antes de ir embora?!

—Sophie, acalme-se!

—Acalme-se? Você quer que eu me acalme? Eu te amo, porra!


Eu te dei tudo!

—Não, eu peguei de você.

Eu o empurrei o mais forte que pude. —Seu idiota arrogante!


Não acredito que confiei em você! Não acredito que estava pronta
para me mudar para Miami para ficar com você!

—Eu nunca pedi para você fazer isso.

—Você não precisava!

—Você precisa se acalmar.

—Você precisa parar de me dizer o que fazer! Quanto tempo?


Hein? Há quanto tempo você está me traindo com ela?
Ele balançou sua cabeça. —Eu não queria te machucar.

—Isso é o que você responde? É sério isso? O que você


pensou que ia acontecer quando você está transando com outra
pessoa?! Quantas foram? Com quantas mulheres você dormiu todo
esse tempo?

—Não é o que você pensa.

—Então, o que é? O que é? O que ela está fazendo no seu


apartamento à uma da manhã? Saindo do seu banheiro! Enrolada em
uma maldita toalha!

Ele tentou agarrar meus braços, mas eu me desvencilhei.

—É por isso que você não diz que me ama? Porque você a
ama?

Ele esfregou o rosto, a agitação irradiando dele.

—Sophie, eu disse a você desde o começo que não sei o que é


o amor, e isso não mudou.

—Essa é a sua desculpa para me trair por aí?

—Não é uma desculpa – é a verdade.

—Então por que continuamos com isso entre nós se você vai
me trair? Eu não estive com ninguém além de você!

Ele rosnou com a simples menção de eu transar com outra


pessoa.

—Você é a única pessoa que quero, e eu pensei... —Lágrimas


brotaram em meus olhos. —Pensei que você me amava também.

—Soph, você sabe que sou louco por você.


—Não é louco o suficiente para ser fiel? Como você a
conheceu? Há quanto tempo isso vem acontecendo?

—Não importa.

—Importa para mim! —Incapaz de conter minha fúria, falei


com convicção: —Eu te odeio! Está me ouvindo? Eu te odeio!

Ele franziu a testa, sentindo a dor da minha declaração.

—Nunca mais quero falar com você! Nunca mais quero ver
você! Eu só quero esquecer que você existiu!

—Você não quer dizer isso.

—Eu nunca quis dizer nada mais em toda a minha vida!

Ele estendeu a mão até o meu rosto. —Por favor, não faça
isso.

Eu me afastei dele. —Eu não fiz isso. Você fez.

Seus olhos se encheram de lágrimas e suas mãos se fecharam


ao lado do corpo.

Olhando para ele com desgosto, vomitei a única coisa que me


restava dizer a ele...

—Minha mãe estava certa sobre você. Eu deveria ter ouvido.


CAPÍTULO 25

Sophie
Presente
—Você está brincando comigo?! —Eu gritei, cuspindo fogo.
—Depois de todo esse tempo, você ainda está me traindo com ela?!
Mesmo depois do que eu te disse ontem à noite?! Há quanto tempo
isso está acontecendo e ela ainda está com você?!

Jax ergueu as mãos no ar em um gesto de rendição.

—Você precisa se acalmar.

—Acalmar? Não acredito que você está me dizendo para me


acalmar de novo! Aí. —Agarrei a primeira coisa que pude, um vaso,
e joguei na cabeça dele. —Que tal essa calma?

Ele se abaixou e a loira recuou.

—Uau. —Ela exalou, levantando as mãos também. —Pensei


que você tinha dito que ela era doce e legal.

—Você está falando de mim para ela? —Olhei para ela. —Que
tipo de mulher você é que não se importa com isso? Como você ainda
está transando com ele quando sabe sobre mim?

—Uau! Eu diria para você se acalmar, mas não quero que jogue
nada em mim.

—Evie. —Jax persuadiu. —Deixa eu cuidar disso.

—Oh, estou vendo. Você a está protegendo agora? Isso é


ótimo! —Olhando para ela, eu mordi. —Você sabia que ele fez amor
comigo a noite toda? E não só isso. Ele está tentando me engravidar!
—Sim, eu sei. Parabéns.

Balancei minha cabeça, totalmente confusa. —O quê? —


Agarrei minha cabeça, sentindo que estava prestes a explodir. —Eu
não entendo. Você não se importa que ele esteja apaixonado por
mim? Que temos uma família? —Mostrei a ela meu anel. —Melhor
ainda! Que estamos casados, porra!

—Jax, apenas diga a ela.

Ele sorriu, cruzando os braços sobre o peito com um ar


arrogante. —Estou gostando de vê-la assim. Você não me ama, minha
bunda.

Peguei outro vaso, pronta para jogá-lo nele novamente.

—Sophie. —Ele alertou. —Abaixe o vaso e afaste-se de


qualquer outra coisa que você possa jogar na minha cabeça.

—Você tem sorte que estou jogando apenas um vaso em você


e não estou acertando meu punho em seu rosto ou meu joelho em
suas bolas!

—Me dar uma joelhada nas bolas não vai nos ajudar a fazer
uma menininha.

—Menininha? Você realmente acha que vou voltar para sua


cama quando acabei de encontrar você com ela de novo?! Você deve
estar louco! Na verdade, assim que eu sair daqui, vou ligar para a
Autumn porque vou pedir o divórcio, idiota! Não me importo se é
quebra de contato! Eu te desafio a me processar! Tudo o que tenho a
fazer é dizer que você foi infiel, e a imprensa o comeria vivo!
Portanto, pense duas vezes se quiser me testar, não hesitarei em
arruiná-lo.

Ele inclinou a cabeça para o lado, arqueando uma sobrancelha.


—Minha Baby Soph tem garras. E você disse que eu era o leão.
—Eu estava errada, você é um cachorro! Mas pelo menos
agora você pode ficar com sua cadela! Estou farta de você. De
verdade desta vez!

—Eu não sou uma cadela! Jax, se você não vai contar a ela,
então eu vou.

—Evi...

—Eu sou meia-irmã dele!

Eu não apenas tropecei para trás, eu perdi o equilíbrio e bati


na parede. Vendo instantaneamente os últimos treze anos se
repetirem diante dos meus olhos. Exceto que desta vez...

Foi misturado com nada além de arrependimento.

Jax

Sophie exclamou: —O quê?

Dei um passo em direção a ela com minhas mãos ainda


erguidas na minha frente. Ela não se mexeu. Eu pensei que ela não
estava nem respirando.

—Você a ouviu, mas vou dizer de novo. Ela é minha meia-


irmã, Sophie.

—Oh meu Deus.

—Eu sei, é muita coisa para absorver.

—Por que você está me contando isso agora?

—Dê-me o vaso e eu conto-lhe tudo.


Ela olhou para ele antes de entregá-lo para mim.

Precisando que ela sentisse meu amor, agarrei seu pulso e a


puxei para mim. Ela cambaleou um pouco, recuperando o equilíbrio.
Com a mão dela no meu peito, agarrei sua nuca e a beijei
intensamente.

Segurando seu rosto em minhas mãos, murmurei contra seus


lábios. —Eu te amo. Sempre te amei e sempre amarei.

—Então por que você não me contou a verdade?

—Vou dar a vocês um tempo a sós. —Evie anunciou. —


Estarei no bar do hotel.

Balancei a cabeça, observando-a sair. No entanto, no último


segundo, Sophie se virou para olhar.

Ela expressou: —Sinto muito por ter chamado você de cadela.

Evie sorriu, encolhendo os ombros. —Está tudo bem. Eu


posso entender como deve ser. Quero dizer, primeiro você me pega
de toalha saindo do banheiro dele e agora isso? Estou surpresa que
você não tenha jogado o vaso na minha cabeça.

—Não vou mentir, quase joguei. Mas na verdade eu já vi você


três vezes. A última foi quando voei para contar a Jax que estava
grávida.

—Oh, não! Sinto muito.

—Não se preocupe com isso.

—Se você jogasse o vaso na minha cabeça, eu não culparia


você. Estou chocada por você não ter feito isso. —Evie encontrou
meus olhos. —Você sabe onde me encontrar. —Ela se virou e saiu.

Eu não perdi mais tempo, levando Sophie para o sofá onde


Evie e eu estávamos sentados.
Uma vez que estávamos acomodados, eu disse a ela a verdade.
—Pensei neste momento desde que me lembro, e agora que
finalmente chegou, não sei por onde começar.

—Que tal pelo começo? Aonde você foi naquela noite antes
de se mudar para Miami?

—Ao escritório do meu pai. Foi ele quem me ligou.

—Por quê?

Respirando fundo, respondi: —Evie apareceu em seu


escritório e ele precisava que eu fosse limpar sua bagunça.

—Você sabia sobre ela?

—Eu estava ficando desconfiado de que algo estava


acontecendo. Depois que me mudei, ele ficava cada vez menos em
casa. Eu sabia que o trabalho tomava muito do seu tempo, mas era
óbvio que algo mais estava acontecendo. Nunca esperei que ele
tivesse uma família fora do casamento.

—Família?

—Sim. Evie é quatro anos mais nova que eu. Ele está com a
mãe dela desde sabe-se lá quando.

—Ele ainda está com ela?

—Não tenho certeza.

—Você não sabe?

—Evie cortou relações com sua mãe anos atrás. Eu sou a única
pessoa que ela tem.

—Então o que aconteceu?


—Quando cheguei ao escritório de meu pai, Evie já estava lá.
No começo, eu pensei que ela era apenas uma de suas fodas. Ela tinha
apenas dezoito anos na época, e eu fiquei enojado por ele se relacionar
com alguém tão jovem. Eu o confrontei por isso, mas você viu a
personalidade de Evie. Ela não aceita merda de ninguém. Enquanto
eu gritava com meu pai dizendo que ele era um merda, ela
interrompeu, dizendo que era minha meia-irmã.

—Oh, uau.

—Eu não conseguia acreditar no que tinha ouvido, e fiquei


parado pelo que pareceu uma eternidade, apenas perdido em todos os
anos em que ele esteve ausente de nossas vidas. Evie argumentou que
ela estava lá porque queria me conhecer, mas meu pai sendo o filho
da puta controlador que é, tomou o assunto em suas próprias mãos,
me chamando para conhecê-la. —Fiz uma pausa, deixando minha
verdade ser absorvida.

—Fiquei chateado e disse a ele que ia contar para minha mãe.


Que este era o fim de suas mentiras e traições. Minha mãe merecia
coisa melhor, e eu não iria encobri-lo. Ele tinha feito sua cama, e agora
precisava deitar nela. Nunca esperei o que aconteceu a seguir. Ele
puxou uma pasta de sua mesa e exigiu que eu desse uma olhada antes
de fazer qualquer coisa.

Suas sobrancelhas franziram. —O que havia na pasta?

Respirando fundo, compartilhei: —Era o segredo de sua mãe


sobre seu pai verdadeiro.

Ela fez uma careta, ofegante.

—Ele ameaçou que, se eu contasse à minha mãe, ele diria a


você que seu pai não era seu pai verdadeiro.

—Como ele sabia?


—Depois da festa de Natal, quando ele ordenou que
ficássemos longe um do outro, começou a investigar a vida de sua
mãe. Você sabe que ele é um homem poderoso. Ele descobriu a
verdade e estava me chantageando o tempo todo. Eu não sabia que
sua mãe tinha confessado a você. Se soubesse, teria movido céus e
terra para te encontrar.

—Oh meu Deus. Não acredito que ele nos manteve separados
esse tempo todo.

—Liguei para Evie esta manhã e disse a ela para me encontrar


no meu quarto de hotel. Ela mora em Atlanta, mas quer se mudar
para o Texas para ficar mais perto de mim. Ela também quer conhecer
Ben e ter um relacionamento com ele e com você. Ela tem me
implorado para lhe contar a verdade, mas não consegui. Eu sei o
quanto você ama seu pai. Ele é meu treinador... Eu estava entre a cruz
e a espada. Por mais que eu quisesse que você soubesse que nunca te
traí, não poderia te machucar novamente. Eu me recusava.

—Jax, eu não sei o que dizer. Isso não é o que eu esperava


quando ouvi você ao telefone com ela esta manhã.

—Então você veio como uma Nancy Drew13 até aqui?

Ela sorriu, amando a referência do livro. —Sim.

Eu ri. —Você tem força no braço. —Eu me referi a ela


jogando o vaso na minha cabeça.

—Meu pai sempre quis um menino.

Balancei a cabeça, continuando. —Eu queria falar com Evie e


dizer a ela que você sabia a verdade sobre seu pai, e eu ia te contar
tudo quando chegasse em casa depois deste jogo.

13Nancy Drew é uma personagem fictícia que aparece em várias séries de livros de mistério,
filmes e um programa de TV como uma detetive amadora adolescente.
—Eu me sinto tão idiota. Não acredito que pensei que você
me traiu.

Afastei o cabelo de seu rosto. —Eu não culpo você. Minha


reputação fala por si.

—Isso não muda o fato de que eu deveria ter confiado em


você. Não teríamos perdido todos esses anos se eu tivesse.

—Não importa mais. Estamos aqui agora, e tudo o que quero


é um futuro com você e Ben. Eu quero a vida que sempre sonhei ter
com você.

—Sério? Você sonhou com isso antes de se mudar para Miami


ou depois?

Eu não me contive, professando minha última verdade...

—Naquela noite, antes de meu pai ligar, eu ia dizer que te


amava e te pedir em casamento, Sophie.

—O quê? É por isso que você estava tão calmo e indiferente


sobre a mudança? Achei que você simplesmente não se importava
que não nos veríamos mais todos os dias.

—Era a única maneira de deixar você, sabendo que você seria


minha esposa.

—Estou sem palavras.

Eu agarrei a mão dela. —O anel que você está usando, eu


comprei para você naquela época.

—Jax. —Ela suspirou, balançando a cabeça. —Este anel é


extravagante. Como você conseguiu pagá-lo?

—O fundo fiduciário que meu avô me deixou antes de falecer.


Não pude tocá-lo até os vinte e um anos. Ele era o pai da minha mãe,
e odiava meu pai. Acho que ele sabia que eu acabaria querendo cortar
os laços com meu pai, e estava me ajudando da única maneira que
podia. Minha mãe manteve isso em segredo de meu pai. Ele não sabia
disso.

—Sinto que minha cabeça está girando.

—Eu sei. Nem consigo dizer como fiquei aliviado ontem à


noite quando você me contou sobre seu pai. Finalmente, eu poderia
dizer a verdade. Há treze anos eu estava querendo dizer isso. Mas
quero que saiba que fiquei acordado todas as noites sentindo sua falta.
Havia um enorme buraco no espaço que você ocupava no meu
coração. —Eu agarrei seu rosto e ela se inclinou em meu abraço.

—Você é minha Baby Soph.

Sua boca se abriu e eu deslizei meu polegar em seu lábio


inferior. —Sinto muito por tudo que fiz você passar. Todas as
lágrimas, a dor, partir seu coração, ir embora. Eu deveria ter lutado
por você. Será para sempre um dos meus maiores arrependimentos.
Sinto muito por tudo.

Ela deslizou os braços em volta do meu pescoço. —Sinto


muito também, Jax. Por tudo. Nós dois cometemos erros, mas no
final, estamos aqui agora.

Com minhas mãos emoldurando seu rosto, eu a beijei devagar,


suavemente, desesperado para fazê-la sentir meu remorso pelo
passado que não podia mudar.

Entre beijos, eu murmurei: —Vamos fazer um bebê.

Ela sorriu contra a minha boca enquanto eu a colocava no meu


colo. Agarrando sua bunda, levantei-me e envolvi suas pernas em
torno da minha cintura. Beijando-a mais profundamente, eu a
carreguei para a cama, deitando-a antes de colocar meu corpo em
cima dela.
Nossas mãos começaram a vagar por toda parte, tentando
decidir onde queríamos mais nos tocar. Quando sua mão encontrou
meu pau, ela gemeu.

—Porra. —Eu rosnei, empurrando-a em direção à cabeceira


da cama enquanto ela me acariciava para cima e para baixo, sua mão
mal se fechando em torno do meu eixo. Em segundos, eu a tinha nua.
Minha boca instantaneamente chupou seus mamilos.

—Não pare. —Ela murmurou, puxando para baixo minha


calça jeans e cueca. Eu a ajudei, chutando-as, e então tirei minha
camisa.

Minha mão encontrou sua boceta. —Você está tão molhada.

Seus quadris se moveram contra meus dedos. Beijando ao


longo de sua mandíbula, observei o rubor de seu rosto, os gemidos
descendo de seus lábios, cada movimento queimando através de seu
corpo.

—Diga-me... —Mordi seu lábio inferior. —Diga-me o que eu


quero ouvir.

Ela olhou profundamente em meus olhos, expirando: —Eu te


amo. Eu nunca deixei e nunca vou deixar de te amar.

Eu imediatamente coloquei meu rosto entre suas pernas,


precisando prová-la.

—Oh Deus.

Eu chupei.

Lambi.

Devorei-a até ela se contorcer e me implorar para fazer amor


com ela.
Minha mente disparou enquanto eu beijava seu corpo até
chegar em seu rosto. Agarrando sua perna em seguida, inclinei-a para
cima, dobrando seu joelho para que seu pé descansasse na minha
bunda.

Em um impulso, eu estava profundamente dentro dela.

—Oh Deus. —Ela suspirou. Mantendo os olhos abertos


mesmo querendo fechar.

Ela agarrou minha nuca e me beijou com tanto poder e paixão


que eu retribuí dez vezes.

Sentindo-a..

Provando-a.

Sophie.

Baby Soph.

Minha.

Por alguma razão, minha mente voltou para outro lugar e


tempo. A noite em que fizemos...

Nosso filho.
CAPÍTULO 26

Jax

Passado
—Como é ser conhecido como o “maior de todos os tempos”?

Sorri com a pergunta do repórter. —É ótimo.

Passei a última hora nessa maldita coletiva de imprensa, e tudo


o que eu pensava era em dar o fora daqui. Eu precisava relaxar e tomar
uma maldita bebida.

Durante os vinte minutos seguintes, pergunta após pergunta


foi jogada na minha cara. Quanto mais pessoal, melhores eram os
índices de audiência. Eu sabia como esse jogo funcionava, tendo uma
relação de amor e ódio com a imprensa desde que comecei a jogar
pelo Miami, cinco anos atrás.

—Jax. —O mesmo repórter chamou. —Você acha que algum


dia vai assumir um relacionamento?

Eu sorri. —Não tão cedo.

O mesmo jornalista acrescentou: —Você se vê se casando,


talvez? Começando uma família? Tendo um filho que poderia
continuar seu legado?

Eu resisti à vontade de dizer a ele para ir se foder.

—Algumas das modelos com quem você foi visto no mês


passado finalmente chamou sua atenção o suficiente para
possivelmente se tornar uma namorada? —Outra repórter perguntou,
trazendo minha atenção para ela.
—Eu não tenho tempo para distrações que incluam qualquer
tipo de compromisso.

Minha resposta pareceu apaziguá-los. Eles não perguntaram


sobre minha vida pessoal durante o resto da entrevista. Em vez disso,
falamos de estatísticas, o que sempre era meu assunto favorito.

Uma vez que a entrevista acabou, eu pulei na minha


caminhonete e saí correndo de lá. Eu estava pronto para começar
minha noite com um pouco de bebida e mulheres. Eu não era de
beber muito, mas pela maneira como eu me sentia, eu precisava. Eu
queria me sentir leve para a noite, desejando álcool e bocetas.

Não era difícil para mim pegar as fãs – elas jogavam suas
calcinhas em mim. Especialmente quando me viam na cidade.
Quando cheguei ao bar, estava lotado de pessoas, algumas eu
reconheci e outras não. Eu pedi um Jack com Coca-Cola antes de me
encontrar com alguns companheiros de equipe. Nós curtimos,
bebemos e jogamos conversa fora sobre nada em particular, antes que
eu precisasse de uma pausa na atmosfera sufocante.

Pedindo licença, saí para a varanda vazia, querendo uma


mudança de cenário por alguns minutos. Estava mais quente que o
inferno lá dentro, e eu não era fã de grandes multidões além do
estádio. Inclinei-me contra a grade e descansei meus cotovelos sobre
ela, observando as pessoas dançando lá dentro, quando de repente a
música mudou para uma batida muito mais lenta. Estreitei meus
olhos, tentando dar uma olhada melhor na garota no centro da pista
de dança de costas para mim.

Seus longos cabelos caíam em cascata pelas costas enquanto


seus quadris balançavam sedutoramente ao ritmo da música. Ela
estava usando um vestido branco justo com decote nas costas que
acentuava todas as curvas de seu corpo, deixando muito pouco para
a imaginação. Fiquei ali maravilhado e admirado com a mulher
dançando, com todos os olhares sobre ela enquanto ela lentamente
levava as mãos até a cabeça para enfiar os dedos pelos cabelos,
segurando-os para cima nas costas.

Mordendo meu lábio inferior, eu a imaginei fazendo


exatamente isso enquanto ela montava meu pau e gritava meu nome.
A maneira como ela dançava era incrivelmente sexy, mas não era
como todas as outras garotas que eu estava acostumado a ver. Ela não
estava dançando para ninguém além de si mesma. Ela balançou os
quadris e se girou, finalmente se virando de frente para mim.

Descrever essa mulher não faria justiça a ela. A iluminação na


sala era fraca, e eu não conseguia vê-la tanto quanto eu queria. Seus
olhos estavam fechados, enquanto ela estava alheia a todos os olhares
que estavam fixos apenas nela. Ela não dava a mínima para quem
estava por perto, quem estava falando, quem estava dançando, o que
só aumentou mais minha atração por ela.

Engoli em seco, minha boca de repente ficando seca com a


visão diante dos meus olhos. Meu olhar percorreu seu corpo. Ela não
estava usando sutiã, e eu podia ver seus mamilos espreitando através
de seu vestido justo. Ela tinha a cintura fina e quadris curvilíneos. Um
corpo em forma de ampulheta, exatamente como eu gostava. A frente
de seu vestido tinha um decote em V profundo em seu peito. Meus
olhos vagaram até o rosto dela no exato momento em que cruzamos
os olhares através da sala.

Era como se ela pudesse sentir meu olhar intenso focado nela.
Na verdade, eu visivelmente suguei uma respiração ao ver seus olhos
pela primeira vez. Ela parecia angelical, embora eu pudesse dizer que
ela era tudo, menos pura, simplesmente com base pela maneira como
ela estava me fodendo com os olhos naquele momento.

Ela inclinou a cabeça para o lado e estreitou o olhar, me


observando tanto quanto eu havia olhado para ela segundos atrás. A
música mudou para uma batida muito mais rápida, e a pista de dança
rapidamente começou a se encher novamente. Um grande número de
corpos começou a cercá-la, mas ela não deixou que isso a impedisse
de continuar a olhar para mim.

Uma sensação de familiaridade me tomou.

Eu a conheço?

Lentamente, ela caminhou em minha direção, abrindo


caminho entre os homens e mulheres. Ela nunca quebrou nossa
conexão profunda. Eu ainda estava encostado na grade, uma perna
cruzada sobre a outra enquanto levava meu copo aos lábios,
imaginando a sensação da pele dela sob minha boca.

Ela era tão inebriante quanto o licor na minha mão.

Eu observei a forma como seus quadris balançavam, a forma


como seus seios saltavam, a forma como ela lambia os lábios, fazendo
meu pau se contorcer com a mera visão dela caminhando em minha
direção com uma sutileza que eu nunca tinha visto em outra mulher.

Ela saiu para a varanda e fechou a porta de correr atrás dela,


inclinando seu corpo de uma forma que só me fez querer devorar
cada centímetro dela.

De seus lábios.

Até seus mamilos.

Ao seu clitóris, porra.

O cheiro do ar noturno, o aroma dela misturado com um


cheiro que eu não conseguia identificar – algo tentador, pecaminoso,
que devorava todos os meus sentidos, e a única coisa em que eu
conseguia pensar era no quanto eu queria beijar sua boca.

Sem dizer uma palavra, ela gradualmente olhou para mim de


cima a baixo com uma expressão fascinada até que me encarou
novamente. Sorrindo como um maldito idiota, eu esperei. Tentando
fingir que ela não estava tendo efeito sobre mim quando, na verdade,
ela estava consumindo cada fibra do meu ser.

Eu tinha bebido muito, minha cabeça estava turva, e agora


com a luz mais forte comecei a reconhecê-la.

Com os olhos arregalados, fiquei ali congelado.

Até que ela declarou: —O gato comeu sua língua, quarterback?

Foi então que eu soube que estava certo, e tudo fez sentido.

—Sophie?

—Você está dizendo que não me reconhece?

Eu não a via desde a noite em que parti seu coração. Ela


sempre foi uma garota bonita, mas agora ela era uma mulher
deslumbrante.

—A fila no bar tem pelo menos vinte pessoas. Que tal você
ser um cavalheiro e compartilhar sua bebida?

Eu não pensei duas vezes. Acenei para que ela viesse até mim,
e ela não vacilou. Em quatro passos ela estava na minha frente, e eu
soube ali mesmo...

Eu. Estava. Fodido.

Desde que fui embora, não olhei para trás. Não consegui. Se
tivesse, não teria saído vivo. Às vezes, minha mente vagava para seus
brilhantes olhos castanhos e, assim que o pensamento ocorria, eu o
empurrava para o fundo da minha mente, onde ele pertencia.

A maneira como ele olhava para mim ainda me consumia de


maneiras que nunca pensei ser possível, mas não foi o que mais
chamou minha atenção. Era a sinceridade em seu olhar. Ela não
estava olhando para mim, ela estava olhando através de mim como
sempre fazia.
Parecia que o tempo não havia passado entre nós.

Nossa conexão.

Atração.

Ainda estava muito presente, respirando viva em mim depois


de todos esses anos.

Ela mordeu o lábio como se pudesse ler minha mente.


Entregando a ela minha bebida, ela tomou alguns goles antes de
devolvê-la para mim. Ela deixou uma mancha de batom em volta do
copo onde sua boca tocou, e eu estaria mentindo se dissesse que não
queria beber do mesmo lugar só para provar sua boca novamente.

Fazia muito tempo.

—Jax Colton normalmente fica do lado de fora na varanda dos


bares olhando para as mulheres dançando?

Se ela queria jogar esse jogo de leão e presa, eu não teria


nenhum problema em persegui-la até que ela estivesse na minha cama.
Eu já tinha feito isso antes, e com certeza faria de novo. Pensar na
memória de seu primeiro beijo fez meu pau estremecer.

Olhando para ela com um olhar predatório, respondi: —Só


quando eles se parecem com você. Além disso, eu não era o único
homem que estava atraído por você. Devo ir foder com eles?

—Imagine o escândalo que seria.

—Nada pior do que já está escrito sobre mim.

—Você sempre foi um mulherengo.

Eu estremeci, foi rápido, mas ela viu.

Tentando aliviar o clima, ela sorriu e arqueou uma sobrancelha.


—Você gosta do que está vendo então, Quarterback?
—Eu mais do que gosto, já levei tudo.

Ela se concentrou em mim, relembrando diante dos meus


olhos. Apesar da luxúria que era evidente em seu olhar, eu ainda podia
ver a dor que causei a ela flutuando através das minhas mentiras.

Afastei todas as memórias que poderiam me destruir, virando-


me para encarar a vista. Ela ficou perto de mim, girando para observar
a vista à nossa frente como eu.

No entanto, eu não conseguia evitar que meus olhos olhassem


para a lateral de seu rosto, querendo olhar para ela o máximo que
pudesse. Ela sempre foi minha coisa favorita de se olhar. Limpei a
garganta e engoli em seco, sabendo que o coração dela batia tão
rápido quanto o meu. Eu estava tendo o mesmo efeito sobre ela
também, e isso não só me agradou, como me deixou feliz pra caralho.

Eu a queria.

Eu nunca deixei de querer.

Ela era minha.

Mais uma vez, jogando o jogo de gato e rato, perguntei: —


Você é daqui?

Eu podia vê-la tentando esconder um sorriso. —Não.

—De onde você é?

—Texas.

A atração que ela tinha sobre mim também ainda estava viva e
próspera. Resisti ao impulso de reivindicar sua boca, desejando
lembrá-la a quem ela pertencia.

—O que você está fazendo em Miami?

—Estou aqui com uma amiga.


—Não estou vendo sua amiga.

—Ela saiu com um cara.

—E você ficou sozinha?

—Eu queria dançar.

—Isso não é perigoso?

Seus olhos se conectaram com os meus. —Você acha que eu


preciso de proteção?

—Com o vestido que você está usando, absolutamente.

Ela olhou para si mesma. —O que há de errado com o meu


vestido?

—Onde está o resto?

Ela sorriu, olhando para mim através de seus longos cílios


negros. —Você não parecia ter problemas com meu vestido alguns
minutos atrás, quando não conseguia tirar os olhos de mim.

—Ainda não consigo tirar os olhos de você.

—Você não precisa se preocupar. O único homem de quem


preciso me proteger é você.

Fiz uma careta de novo, sem tentar esconder. —Quanto


tempo você fica na cidade?

—Não é da sua conta.

—E se eu estiver fazendo disso assunto meu?

—Então você terá um rude despertar.

Incapaz de resistir, eu disse: —Para onde foi minha Baby


Soph?
Se minha pergunta a incomodou, ela não demonstrou.

Mudando de assunto, ela questionou: —Por que você está aqui


sozinho?

—Eu não estou sozinho. Você está aqui comigo agora.

—Não vou te chamar de “Maior de Todos os Tempos” como


tenho certeza que a maioria das mulheres que você fode faz.

—Sem problemas. Eu prefiro que você me chame de Deus.

Ela sorriu. —Muito humilde?

—Querida. —Eu me inclinei, perto de seus lábios. —Eu não


estava me referindo à maneira como eu jogo uma bola de futebol.

Ela riu, lambendo os lábios, e o cheiro de uísque e dela agrediu


meus sentidos.

—Então você está se referindo à maneira como você pode


enfiar seu pau por aí?

Eu ri. —Não foi por aí que enfiei meu pau. Foi em você.

Seus olhos dilataram.

—Mas se você quiser continuar jogando esse jogo de você


correr e eu perseguir, só há uma maneira de você descobrir.

—Uau. Você já está se jogando em mim. —Ela zombou de


brincadeira.

—Você prefere que eu minta e diga que não quero transar com
você até que você não consiga andar de manhã?

—Então eu vou ficar até de manhã?

—Eu não deixaria você sair se você quisesse.


—Entendo. Não costumo dormir com homens tão pegajosos.

Eu rosnei no instante em que senti ciúmes ao ouvi-la dizer isso.

—Você está dizendo que dorme com homens aleatórios?

Ela piscou. —Uma ou duas vezes.

Meu peito trancou, o ciúme irradiando de mim.

—Com quantos homens você esteve, Sophie?

—Isso não é uma pergunta pessoal?

—Considerando que meu pau esteve em cada buraco do seu


corpo, não.

—Hmm... —Ela levou os dedos à boca. —Eu realmente não


me lembro do que você está falando. Você não deve ter sido tão bom
assim.

Eu arqueei uma sobrancelha. —É sério isso?

—Tudo bem. Pelo que li na imprensa, você não tem problema


em marcar as mulheres. Tenho certeza de que seu pau foi memorável
para elas.

—Que tal eu levar você para casa comigo e lembrá-la do


quanto posso fazer você gozar para mim?

Ela recuou. —Obrigada pela bebida.

Não me permitindo uma chance de protestar, ela se virou para


sair, mas eu agarrei seu braço, segurando-a no lugar.

—Onde você pensa que está indo? —Parecia que todo o meu
mundo estava prestes a se afastar de mim.
Antes que eu pudesse pensar muito, puxei-a para o meu peito,
trazendo-a em meus braços. Em um movimento fluido, agarrei sua
nuca, puxando-a para mais perto de meus lábios.

Eu não vacilei – adorei o jeito como ela estava olhando para


mim.

—Venha para casa comigo, Baby Soph.

Eu podia ver em seus olhos, a batalha interna que ela estava


travando. Sabendo que poderia perder, fui para a guerra com a boca
dela.

Pela primeira vez em cinco anos, eu a beijei até que a terra


parou de se mover e o tempo parou.

Reivindicando-a.

Minha.

Quando me afastei, olhei profundamente em seus olhos.


Totalmente consciente de que eu tinha vencido.

Respirando fundo, ela sussurrou contra meus lábios: —Mostre


o caminho, Quarterback.

Eu nos levei de volta para minha casa onde passamos o resto


da noite bebendo, rindo, fodendo. Foi como nos velhos tempos.
Desde o momento em que ela subiu na minha caminhonete, senti que
este era o destino. A quantidade de vezes que Sophie falou sobre o
destino não passou despercebida enquanto eu pegava a mão dela,
puxando-a para o meu colo.

Durante toda a noite, pensei que este era o momento em que


tudo mudaria para nós. Seguiríamos em frente e esqueceríamos o
passado. Eu descobriria como contar a ela a verdade sobre Evie sem
que meu pai ameaçasse expor os segredos de sua mãe.
Eu não iria perdê-la novamente.

Eu não podia.

Ela significava muito para mim.

Ela dormiu em meus braços e eu fiquei acordado até o sol


começar a nascer. Observando seu cabelo longo, bagunçado e rebelde
cobrindo parcialmente seu rosto, seus lábios carnudos e franzidos
inchados pelo meu ataque implacável e insaciável em sua boca. Sua
pele nua, corada e aquecida só me lembrou de quantas vezes eu havia
me perdido dentro dela.

O cheiro de sexo pairava pesado no quarto, alimentando as


memórias de quantas vezes eu a fiz minha durante nosso tempo
juntos.

Sua beleza me manteve cativo.

Ela estava iluminada.

Serena.

De tirar o fôlego.

Adormeci, segurando-a mais perto do meu coração. Minha


alma. A única mulher que eu já tinha amado. Acordei esperançoso
com o futuro.

Exceto que ela já estava longe.

Só me dei conta disso mais tarde, quando não consegui


encontrá-la em lugar nenhum. Aquela noite não foi nossa segunda
chance...

Foi o seu adeus.


CAPÍTULO 27

Sophie

Presente
—Não acredito que você nos trouxe aqui.

Jax sorriu, segurando Ben em seus ombros.

Estávamos em Miami para o Super Bowl amanhã à noite. O


Fort Worth Big Horns estava invicto durante toda a temporada e
agora estava jogando contra o ex-time de Jax, o Miami Sharks, que
tinha a vantagem de jogar em casa. Eu estava definitivamente nervosa
sobre como seria a noite de amanhã.

A última coisa que eu queria era que Jax fosse vaiado pelos fãs
que ainda acreditavam que ele era um traidor por deixar Miami para
jogar em Fort Worth. Jax não tinha a mesma apreensão que eu tinha
em relação ao jogo. Ele estava calmo, frio e controlado. Parecendo
imperturbável sobre como a temporada acabou.

Muita coisa mudou nos três meses desde que Jax me contou a
verdade. Evie acabou se mudando para Fort Worth e morava a alguns
quilômetros de nós. Ben a adorava. Ele estava muito feliz por ter uma
tia que o mimava muito. Além da minha mãe e de Jax, ambos eram
péssimos quando se tratava de dar a ele tudo o que ele pedia.

Para nossa surpresa, a mãe de Jax pediu o divórcio de seu pai.


Depois que ele contou a verdade sobre Evie, ela não pensou duas
vezes. Eles não tinham um acordo pré-nupcial, então ela tinha direito
a metade de todos os seus bens. Ela não precisava disso, no entanto.
Ela nasceu em uma família rica.
Nosso relacionamento com a mãe dele mudou totalmente. O
que ela não fez por Jax, compensava com Ben. Ela estava presente
em sua vida diariamente, revezando com minha mãe para cuidar dele
para mim agora que eu estava de volta à caverna. Era o meu termo
para dizer que eu estava trabalhando para escrever meu próximo livro.

Elas foram uma grande ajuda. Eu estava além de grata por ter
apoio. Eu sabia que Jax apreciava isso também. A dinâmica dele com
nossas mães também era diferente. Lenta, mas seguramente, eles
estavam criando um vínculo um com o outro.

—Pai, que lugar é esse?

—Foi aqui que sua mãe e eu nos encontramos na noite em que


fizemos você.

—Ah... —Ben olhou ao redor do restaurante/bar. Ele fez a


expressão mais adorável, perguntando: —Como você me fez?

Eu ri. Não pude evitar. —Eu sabia que isso estava por vir.
Você caiu bem nessa, papai.

Jax sorriu, piscando para mim. —Bem, filho. Sua mãe sempre
teve a mais doce b...

—Jax!

—O quê? —Ele sorriu de forma provocadora. —Eu ia dizer


boca. Mamãe só tem uma coisa em mente.

Eu o encarei com um olhar divertido enquanto Ben


questionava: —O que é?

—Ela quer te dar um irmão.

—Sério?! —Ben ofegou. —Eu quero um irmão!

Jax saiu para a varanda onde havia mesas preparadas para o


almoço.
Colocando Ben em uma cadeira, ele respondeu: —Espero que
seja uma irmãzinha.

—Eiiii! Eu não quero uma irmã. Garotas são nojentas.

—Garotas são nojentas? —Jax olhou para mim. —O que você


tem ensinado ao nosso filho?

Nós nos sentamos.

—Para não ser como o pai dele.

—Mas, mãe... eu quero ser igualzinho ao papai. Um dia, eu vou


ser o “maior de todos os tempos”. Certo, papai?

Afagando o cabelo de Ben, ele retrucou: —Terei prazer em


passar a tocha.

—Falando em passar a tocha. —Acrescentei, aproveitando a


oportunidade para fazer a pergunta mais importante do momento. —
Alguma ideia de quando você planeja se aposentar?

—De quê?

Revirei os olhos.

Ele recuou. —Do futebol?

—Sim, do futebol. Do que mais você estaria se aposentando?

Pegando o menu infantil e giz de cera, ele os entregou a Ben.

—Não tenho planos de me aposentar tão cedo.

—Jax, você vai fazer trinta e cinco anos em breve, que é a idade
média que os quarterbacks se aposentam da NFL.

—Isso deveria me influenciar?


—Você está invicto nesta temporada. Sabe que vai ganhar o
Super Bowl. Você não quer se aposentar no auge?

—Não.

—Jax...

—Qual é o verdadeiro problema de você querer que eu me


aposente?

—Ah, não sei. Talvez porque você seja o pai do meu filho e
não quero que você acabe no hospital de novo com outra concussão.

—Faz dois anos que não sofro uma, Sophie.

—Isso não significa que você não vai sofrer outra.

—Eu quase não sou atacado em campo. Você não tem nada
com o que se preocupar.

—Estamos tentando outro bebê. Eu gostaria que meus dois


filhos...

—Eu quero cinco.

—Cinco o quê?

—Filhos. —Ele pensou por um segundo. —Talvez seis.

—Umm... você está dizendo que quer que eu fique grávida


pelos próximos sete anos?

Ele me beijou. —Isso é exatamente o que estou dizendo.


Jax

—Ben, há blocos de montar ali. Por que você não vai construir
algo para nós?

Ele sorriu. —Está bem, pai!

Rapidamente, ele correu para o canto da varanda onde ainda


estava à nossa vista.

—Isso não pode ser bom se você fez Ben ir embora.

Eu ri. —Mamãe me conhece tão bem. Caleb vai cuidar de Ben


por algumas horas quando voltarmos para o hotel.

—Por quê?

—Você está ovulando.

Chocada, ela respondeu: —Desculpe, o quê?

—Você me ouviu.

—Como você sabe disso?

—Tenho um aplicativo no meu telefone que controla seu ciclo.

Ela olhou para mim estupefata.

—Por que você está olhando assim para mim?

—Há quanto tempo você conhece meu ciclo, Jax?

—Por que isso é relevante?

—Porque sua esposa quer saber.

—Minha esposa, hein?


—Quero dizer, eu sou.

—Bem, seu amado marido conhece seu ciclo desde que nos
casamos.

—Por quê?

—Minha intenção sempre foi te engravidar o máximo de vezes


que eu puder.

—Eu não sou uma máquina de chicletes, Jax.

Eu sorri. —Mal posso esperar para ver você grávida.

—Você não vai dizer isso quando os hormônios começarem a


agir.

Eu não queria perder tempo. Já havíamos desperdiçado mais


de uma década. Ela ficaria grávida de trigêmeos se eu pudesse
escolher. Eu queria terminar este capítulo de nossas vidas e começar
um novo com ela.

—Ouvi dizer que mulheres grávidas têm muito tesão. Meu pau
vai gostar de sua necessidade insaciável por ele.

—Tesão, fome, carência, mal humor, praticamente todas as


emoções existentes na Terra. —Ela sorriu. —Não pense que não sei
o que você está fazendo, quarterback. Eu sei que você está apenas
tentando mudar de assunto sobre sua aposentadoria.

—Sophie, isso não está em debate. Pretendo jogar por pelo


menos mais dez anos.

Eu recuei: —Dez anos? Você não pode estar falando sério.

—Você sabia quem eu era quando se casou comigo. Agora


você está presa a mim.
—Casei-me com você sob falsos pretextos. Eu não tinha
planos de continuar casada com você.

—Ainda bem que eu nunca iria deixar você ir.

—Você realmente teria me negado o divórcio?

—Pergunte a Autumn e Caleb.

—Espere, o quê? Eles sabem?

—Caleb é como meu irmão. Ele sabe de tudo.

—Você ainda não contou a ele sobre nós.

—Eu sou um bastardo egoísta como você sabe. Eu não queria


compartilhar você com ninguém, e agora tenho que compartilhar
você com o mundo. Mas eu tenho uma pergunta para você.

—O que é?

—Seu pseudônimo. Você vai continuar escrevendo sob ele?

—Eu realmente não pensei muito nisso. Por quê?

—Você precisa mesmo perguntar?

Ela sorriu. —Não, eu só quero ouvir você dizer isso.

Eu me inclinei, chegando perto de sua boca. —Como não


estou recebendo royalties por ser a inspiração de todas as suas
histórias, quero meu sobrenome nas capas de seus livros. Entendido?

—Você é tão mandão. E se eu quiser escrever como Sophie


Hayes?

—Vou subornar sua editora para mudar para Sophie Colton.

—Isso é muito bárbaro da sua parte.

—Bem, nós dois sabemos o quanto você gosta dessa merda.


—Nem todos os meus heróis são baseados em você.

—Mentira.

Ela riu. —Quantos livros meus você ainda tem para ler?

—Você gostaria de saber?

—Não vou mentir, ver você segurando meu livro na cama é


uma visão e tanto.

—Estou totalmente ciente. Você chupa meu pau todas as


vezes.

Ela deu um tapa no meu peito.

—Eu tenho uma exigência.

—Tenho medo de perguntar.

Chegando perto de seu ouvido, sussurrei: —Papai quer a


bunda da mamãe de novo.

Olhamos nos olhos um do outro.

—Não é assim que se faz um bebê.

—Eu não disse que tinha que entrar lá, mas gosto de onde sua
cabeça está.

—Talvez se você ganhar o Super Bowl.

—Agora eu definitivamente tenho que vencer.

—Você está literalmente invicto nesta temporada. Não tenho


dúvidas de que você vencerá e levará o troféu para casa, para o Ben.

—Eu disse a ele que poderíamos colocá-lo em seu quarto.

—Eu sei. Ele não para de falar sobre isso.


—Já disse o quanto te amo?

—Não nos últimos trinta minutos.

Com um sorriso largo, eu expressei: —Eu te amo pra caralho.


Antes, agora, sempre.

—Papai! —Ben gritou dos blocos de montar. —Olha o que eu


construí!

—Eu já volto, não vá a lugar nenhum.

—Eu não sonharia com isso.

O dia não poderia ter sido mais perfeito. Isso ajudou a aliviar
a preocupação com o grande jogo. Eu queria ganhar para o meu time.

Para o pai dela.

Para o meu filho.

A noite seguinte chegou rapidamente e, enquanto eu estava no


vestiário prestes a entrar no campo em que joguei por treze anos, não
pude deixar de contar todas as minhas bênçãos. Eu tinha tudo que
sempre quis. Todos que eu amava estavam no camarote da família,
esperando que eu corresse para aquele campo.

Minha mãe.

Evie.

Caleb.

Kinley, que estava lá com Christian.

Até Autumn e Julian estavam presentes.

—Está pronto? —O treinador questionou, trazendo minha


atenção para ele.
—Tão pronto quanto jamais estarei.

Ele assentiu. —Você vai destruí-los.

—Esse é o plano.

—Antes de sair, só quero dizer a você, como seu treinador e


sogro, que estou muito orgulhoso do homem que você se tornou.
Agora vá até lá e mostre a eles porque você é o “maior de todos os
tempos”.

—Obrigado, treinador.

Eu segui para o estádio com o coração na garganta. Isso era o


que eu fazia de melhor, jogar futebol. Assim que entrei naquele
estádio, a multidão foi à loucura de uma forma que eu nunca tinha
experimentado antes. Este era o momento em que eu provava ao
mundo por que havia deixado Miami para jogar pelo Fort Worth Big
Horns.

Eu tinha formado um time do nada, e agora íamos ganhar o


Super Bowl.

Sophie

Este foi, de longe, um dos meus momentos de maior orgulho


por Jax. Sentir a adrenalina e o entusiasmo de seus fãs fez com que
uma onda de felicidade percorresse meu corpo.

Uma vez que o jogo começou, ele parecia um deus naquele


campo. O suor escorria de cada centímetro de seu corpo musculoso.
Era realmente incrível o que ele podia fazer. Quando ele olhou para
nosso camarote, acenou com a cabeça e murmurou: —Eu te amo. —
Para mim.

Nunca pensei que ouviria essas palavras, e agora ele as


expressava sempre que podia. Nós dois tínhamos cometido erros, e
eu me arrependeria para sempre dos anos que perdemos, mas
estávamos recuperando todo o tempo perdido. Eu daria a ele seis
bebês se era isso o que ele queria.

Antes que eu percebesse, estávamos nos dezessete segundos


finais do jogo. Fort Worth Big Horns estava perdendo por três, e
Miami tinha a bola em sua própria linha de trinta e sete jardas14. Era a
quarta descida, faltando sete jardas para o final, quando Miami trouxe
os especialistas15 para o punt16. O kicker17 fez fila e lançou a bola, e o
punter18 de Fort Worth recebeu o punt e correu de volta para a linha
de 35 jardas de Miami.

O relógio marcava sete segundos, sem tempo limite restante


no jogo. Eu podia sentir minhas mãos suando em antecipação à
jogada final – seríamos capazes de vencer, trazendo a vitória do Super
Bowl para Fort Worth?

Para minha surpresa, Jax e a linha ofensiva do Big Horns


voltaram a campo no lugar dos especialistas, na esperança de vencer
a disputa de bola. Eu só podia imaginar a pressão que Jax sentia neste
momento, mas eles não o chamavam de “maior de todos os tempos”

14 Jarda: medida de distância adotada pela NFL para o campo de futebol americano. Uma
jarda equivale a 0,914 metros. O campo inteiro tem 120 jardas (109,6 metros) de extensão, 100 da
área central mais 10 de cada endzone, e 48,7 metros de largura.
15 Os especialistas são jogadores que entram em campo para as jogadas de chute.
16 Punt: chute usado, normalmente, em quartas descidas, quando o time não está em um

distância boa para tentar o Field Goal, para estebelecer a posição de campo que adversário irá
começar a jogada ofensiva quando receber a bola. O time que recebe o punt pode optar por tentar
retornar e ganhar mais território, ou por ficar no local em que recebeu a bola.
17 Principal jogador da equipe de especialistas, o kicker é responsável por chutar os field goals

e os kickoffs.
18 O punter tem a função específica de dar o chute para reposicionar os adversários quando

seu time não consegue avançar as jardas necessárias para o down dentro das quatro tentativas
à toa. Jax pegou o snap19 e fingiu uma transferência de jogo para
Williams, o running back20, e então jogou a bola duas jardas para trás
para Hunter, o receiver21. Jax não perdeu um segundo, não que eu
esperasse que ele perdesse. Com a velocidade de um leão, ele correu
pela linha lateral e virou bem a tempo de pegar o passe de Hunter,
assim que seus pés cruzaram a endzone22! TOUCHDOWN, baby! O
estádio foi à loucura enquanto o relógio marcava o último segundo.

—Mãe! Você viu aquela super jogada que o Hunter fez para o
papai? —Ben gritou, pulando animado.

Eu não conseguia conter minha emoção. A multidão ao nosso


redor estava eufórica.

Eu acenei para Ben. —Sim, rapazinho. Isso foi incrível!

—Meu pai é o “maior de todos os tempos”! Ganhamos o


Super Bowl, mãe! Vou descer para o campo!

Ben saiu correndo pela porta e eu o segui, tão empolgada


quanto ele.

Meu coração batia profusamente enquanto minha mente


disparava, e meu peito arfava a cada segundo que passava,
aumentando a cada passo que me aproximava de meu marido.

Ben pulou nos braços de Jax, e Jax o colocou em seus ombros


antes de se virar para mim, pegando meu corpo em seguida. Eu o
beijei com todo o amor que pude reunir por ele.

19 Snap: é o lance inicial de cada jogada. Aquela tradicional agachada do long snapper, jogador
que passa a bola para trás e por baixo das pernas. Na maioria dos lances é quem toca a bola para
o quarterback, principal função de uma equipe de futebol americano.
20 O Running Back é uma posição do futebol americano que tem como função correr com a

bola e conseguir o máximo de jardas possíveis.


21 São jogadores rápidos que se deslocam em rotas curtas e longas para receber ou corrigir

passes.
22 End zone é a área de pontuação no campo. É a área entre a linha final e a linha de gol

delimitada pelas linhas laterais. Existem duas end zones, cada uma em um lado oposto do campo.
Murmurando em seu ouvido: —Acho que você vai ter minha
bunda, afinal.

Ele sorriu. —Eu a teria de qualquer maneira.

Daquele momento em diante, a imprensa circulou em torno


dele como abelhas no mel.

—Jax! —Um repórter gritou. —Como você vai comemorar a


vitória no Super Bowl?

Eu juro, por um minuto pensei que ele realmente iria dizer algo
sobre foder minha bunda. Nunca imaginei que ele responderia...

—Vou dar à minha esposa o casamento que ela merece.


EPÍLOGO

Sophie
—Eu, Sophie, recebo você, Jax, como meu marido. Para amá-
lo e respeitá-lo a partir de hoje, na alegria e na tristeza, na riqueza ou
na pobreza, na saúde e na doença, até que a morte nos separe. —Eu
deslizei o anel em seu dedo, e o oficiante então acenou para ele.

—Eu, Jax, recebo você, Sophie, como minha legítima esposa.


—Ele deslizou o anel no meu dedo. —Prometo ser fiel a você nos
bons e maus momentos, na doença e na saúde. Eu te amarei e te
honrarei todos os dias da minha vida.

Eu sorri largamente, sentindo uma quantidade infinita de


emoções. Cada uma mais potente que a anterior.

—Pelo poder investido em mim, eu os declaro marido e


mulher. Agora você pode beijar sua noiva.

Jax agarrou os lados do meu rosto e reivindicou minha boca


como se não estivéssemos na frente de nossos entes queridos.

Lentamente, ele me beijou uma última vez e sussurrou: —Eu


te amo, minha Baby Soph. —Contra meus lábios.

Jax não economizou nas despesas do nosso casamento. Era


tudo que eu sempre quis e muito mais. Ele realizou todos os meus
sonhos, certificando-se de que tivesse todos os detalhes que eu pedi.

O tema foi o meu favorito.

O Grande Gatsby.
Ele usava um smoking e eu usava um vestido branco inspirado
no vestido de Daisy Buchanan. Foi feito sob medida junto com o
smoking de Jax que era idêntico ao de Jay Gatsby.

Nós nos casamos em nossa propriedade. Jax foi inflexível


sobre realizá-lo lá, dizendo que esta era a primeira vez que ele tinha
um lar. Dissemos ao mundo que era a renovação de nossos votos,
mas para nós parecia o dia do nosso casamento.

Autumn foi minha dama de honra. Eu não poderia ter


convidado mais ninguém. Ela foi a razão pela qual encontramos
nosso caminho de volta um para o outro. Caleb era seu padrinho, mas
Kinley era a única madrinha que ele tinha, e Evie era a única dama de
honra que eu tinha. Ben era nosso porta-alianças, e meu pai me
conduziu até Jax.

Foi perfeito.

Acho que nunca estive mais feliz.

Se aprendi uma lição importante em tudo isso, foi o quanto o


amor realmente prevaleceu em qualquer coisa. Eu sempre soube que
Jax era minha alma gêmea. Eu me apaixonei por ele quando tinha
dezessete anos e quase dezoito anos depois, eu o amava mais do que
nunca, se isso fosse possível.

A recepção foi igualmente adorável e passamos a noite inteira


dançando até a hora de jogar meu buquê.

—Preparadas?!

Todas as mulheres gritaram.

Eu me virei e joguei sobre minha cabeça, girando rapidamente


para ver quem o pegou.

Minha boca se abriu quando Evie o pegou, pulando animada.


Jax rosnou, não gostando do fato de que sua irmã mais nova
era a próxima.

—Relaxe. —Eu sorri para ele. —Ela nem está namorando


ninguém.

Nós tínhamos nos tornado próximas. Eu a amava. Ela era a


pessoa mais doce, muito amorosa, atenciosa, que fazia qualquer coisa
por qualquer pessoa.

—Eu te amo, Sophie Colton.

Eu sorri. —Eu também te amo.

Jax

Antes de levar minha linda esposa para cima, minha mãe


agarrou meu braço.

Segurando meu rosto com as mãos, ela disse: —Sinto muito


por não ter sido a mãe que você merecia quando era criança.

Balancei a cabeça. —Mãe, você não precisa se des....

—Não, eu preciso. Só quero que você saiba que eu te amo com


todo o meu coração e alma. Estou muito orgulhosa do homem que
você é. Sempre tive muito orgulho de você. Sei que deveria ter estado
presente em todos os seus jogos e marcos, e nunca vou me perdoar
por perder tanto tempo precioso com você. Você e sua família são
meu mundo inteiro. Eu prometo que nunca vou desapontá-lo
novamente.

Eu não sabia que precisava ouvi-la dizer isso para mim até
aquele momento.
Eu beijei sua bochecha. —Eu também te amo, mãe.

Quando chegamos ao nosso quarto, já passava da meia-noite.


Nossas famílias estavam hospedadas nos quartos vagos de nossa
propriedade. A casa tinha mais de mil e cem metros quadrados com
onze quartos. Tínhamos espaço mais do que suficiente. Foi por isso
que comprei esta propriedade em primeiro lugar.

Minha vida finalmente estava completa, e eu devia tudo à


mulher que estava caminhando em minha direção com uma camisola
branca.

—Tenho algo para você.

Estreitei meus olhos quando ela me mostrou o livro que estava


escondendo nas costas.

—Não, você não...

Bem na frente dos meus olhos estava uma foto minha sem
camisa na capa de seu próximo livro com o título Second Chance Scandal
acima de seu título de autora best-seller nº 1 do New York Times. O
que estava abaixo disso me chamou mais a atenção.

Sophie Colton.

—Leia a dedicatória.

Abri, lendo:

Para o amor da minha vida que prometeu que iria me arruinar


para todos os outros homens, e agora é a inspiração de todos os
meus heróis. Esta é a nossa história de amor.

—Você gostou?

—Mais do que você pode imaginar.

—Yes!
Agarrando sua bunda, eu a deitei em nossa cama e fiz amor
com ela como marido e mulher pela primeira vez de verdade.

Sophie

—Jax... eu tenho que pegar meu celular. Sua irmã está com ele.
Ela insistiu que eu deveria estar no presente e tirou meu telefone.

—Por que você precisa dele? Todo mundo que você conhece
está aqui.

—Porque eu preciso ter certeza de que os fornecedores estão


a caminho para o brunch em três horas.

Ele segurou minha cintura com mais força.

—Use meu telefone.

—Você não tem o número deles.

Ele relutantemente suspirou. —Tudo bem, mas volte para


minha cama quando terminar. Quero saborear você no café da
manhã.

—Oh! Eu gosto desse plano de refeições.

Pulei da cama e vesti meu roupão de seda antes que ele


mudasse de ideia. Evie estava hospedada na casa de hóspedes que
ficava atrás de nossa casa principal. Ainda era cedo. Eu sabia que ela
estaria dormindo.

Silenciosamente, abri a porta, com cuidado para não acordá-la.


Andei na ponta dos pés pela sala, extremamente cautelosa quando
estava abrindo a porta do quarto dela. O que imediatamente foi
esquecido assim que entrei no quarto.

Eu ofeguei alto. —Oh meu Deus!

Nunca, em meus sonhos mais loucos, pensei que a pegaria nua


na cama com ninguém menos que...

Caleb.

FIM

Para Jax e Sophie.

É só o começo ou é o fim para...

Caleb e Evie.

Fiz sexo com a irmã mais nova do meu melhor amigo.

E a pior parte era que eu não tinha intenção de impedir que


isso acontecesse de novo e de novo.

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