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MAERTINS, Anne.

From the perspective of capability: identifying six roles for a successful strategic
foresight process. Strategic Change, v. 25, n. 3, p. 223-237, 2016.

Grande preocupação no âmbito da gestão estratégica é enfrentar a situação onde o ‘ritmo da mudança não
será mais lento no futuro do que é atualmente’, o que aliado à complexidade dos eventos, sua dinâmica,
desafiam a efetiva realização das estratégias das corporações.

Passa-se a ter com desafio garantir que informações escassas, mas valiosas, indicando a necessidade de
adaptação nas estratégias sejam reconhecidas, absorvidas e levem a iniciativas de resposta sem esvaziar os
alinhamentos corporativos de longo prazo.

Para tanto, o artigo sugere o uso do conceito de ‘previsão estratégica’, que traz as noções de foco em ver e
avaliar informações rudimentares e como tomar medidas com tal premissa; tal conceito pode ser entendido
como capacidade casual nas rotinas diárias, e para tanto três passos são relevantes:

- entender o processo de previsão estratégica sob uma abordagem social prática

- identificar os atores tomando parte em tal processo

- avaliar as contribuições particulares de cada um

Um conceito importante é o de ‘sinal fraco’, que representa uma informação aparentemente aleatória e
isolada que aparece inicialmente como ruído mas pode ser reconhecida como um padrão relevante por meio
de uma moldura distinta ou em conexão com outras informações.

Aqui, quanto mais cedo uma empresa identifica tais sinais, mais tempo resta para adoção de medidas;
todavia, há que se ter em vista o risco de se interpretar de forma ambígua a informação, que pode ao final
se mostrar irrelevante. Esse o grande desafio: superar tais incertezas e atuar a tempo quando houver
relevância.

Quatro perspectivas podem ser identificadas na discussão acadêmica sobre a previsão estratégica:

- funcional = exigência e propósitos de um sistema de alerta precoce

- instrumental = técnicas e instrumentos de planejamento de cenários e identificação e análise dos


sinais fracos

- processual = como organizar atividades de forma eficiente para usar os instrumentos da previsão
estratégica

- de capacidade = habilidades de gestão e organização para identificar e reagir aos sinais fracos,
assegurando sua implementação

Em cima de tais perspectivas, sugere-se uma abordagem de prática social como parte de rotinas diárias, de
comunicação principalmente; o termo ‘social’ sendo utilizado para enfatizar a comunicação entre os atores.

Em um ambiente de alta velocidade de transmissão das informações, aquelas disponíveis não estão sempre
corretas e rapidamente se tornam ultrapassadas, levando a um ambiente de alta incerteza.

Por isso, a estratégia de reação das corporações precisa estar institucionalizada internamente, de acordo
com o nível externo de turbulência; por isso, a tarefa de identificar o mais cedo possível os sinais fracos têm
como requisito básico que todos os empregados entendam os pilares da estratégia da empresa, já que todos
são atores relevantes no processo de previsão estratégica. O fluxo de informação e de previsão estratégica
deve ser contínuo, internalizado em rotinas diárias e combinado com as capacidades gerais de organização.

Por isso, em tal fluxo, cinco fases do processo de previsão estratégica são identificadas:
- reconhecimento e reunião das informações (durante as tarefas diárias)

- documentação e transmissão (formal ou informalmente)

- diagnóstico e interpretação (do significado e do impacto dos sinais identificados)

- decisão sobre a reação estratégica (à luz do impacto e da urgência dos sinais)

- implementação da reação (colocar em prática a reação estratégica para garantir a realização das
estratégicas corporativas)

E é em cima de tais fases que a abordagem de prática social – que tem em vista o alto volume de informações
recebidas e seu caráter comum, enfatizando a necessidade de discussão interna e disseminação das
capacidades e instrumentos – desenvolveu o modelo de seis papeis, internalizando a previsão estratégica
nas rotinas diárias:

- o organizador: responsável geral pela companhia e pelas estratégias

- o receptor: empregados que coletam as informações

- o estrategista: aquele que interpreta e gerencia as tarefas no processo estratégico

- o promotor: defende os sinais encontrados e suas interpretações (discussões)

- o decisor: decide quais medidas toma (prazos, responsáveis, orçamento)

- o implementador: quem irá internalizar as medidas nas rotinas diárias

Em conclusão, seja da teoria posta seja das entrevistas realizadas (com diferentes tomadores de decisões),
tem-se que uma cultura corporativa adaptável – e que recompense a performance intelectual - é imperativa
para garantir uma previsão estratégica de sucesso.

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