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Centro Cirurgico e Cirurgia Segura
Centro Cirurgico e Cirurgia Segura
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All content following this page was uploaded by Irami Araújo-Filho on 08 October 2019.
Departamento de Cirurgia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Natal-RN, Brasil.
Conflito de interesse: Nenhum.
E-mail: cirurgex.ufrn@gmail.com
Submetido: 10 de junho, 2017. Aceito após revisão: 28 de julho, 2017.
ABSTRACT
Purpose: This review focuses on the design and architecture of operating theater,
operating rooms, equipments, and safe surgery. We reviewed the physical
environmental features associated with patient and staff safety and outcomes. Methods:
A literature search was conducted using PubMed and SciElo databases. The inclusion
criteria included peer-reviewed journal articles that reported aspects of the physical
environment of operating theater, equipments and safe surgery. The review included
studies, guide lines as well as best practice articles. Results: The main themes that
emerged included design-related factors, architecture, ventilation, temperature and
humidity, lighting, electricity, safety and materials. Some environmental threats to
patient safety should include, clutter, poor air quality, surface contamination, and noise.
Equipments, installations and rules of safe surgery are described. Conclusion: This
literature review provides an overview of the complexity of a surgical theater. Design-
focused topic areas are supported by guidelines followed by architects and designers.
This review identified that surgical theaters are built with pre-established guidelines and
in them everything is done for the safety and well-being of the integrated team and
patients.
RESUMO
INTRODUÇÃO
Tudo deve ser feito no centro cirúrgico e nas salas de operações para facilitar e
melhorar a eficiência dos procedimentos cirúrgicos orientados pela tecnologia, suavizar o
fluxo de trabalho e melhorar os resultados dos pacientes. Outras missões do CC são
armazenar e trocar dados com sistema de gerenciamento de informações hospitalares,
com o sistema radiológico de arquivamento e comunicação de imagens do hospital. Além
disso, o CC moderno deve ser capaz de conectar o cirurgião a qualquer lugar do mundo
em tempo real para que tanto o ensino como a colaboração sejam perfeitamente
alcançados. Existe uma necessidade de segurança, conveniência e economia no
planejamento de um centro cirúrgico bem equipado1.
Número de salas
Sala de conforto
Área para lanches rápidos, com o intuito dos profissionais não lancharem em
lugar inadequado. Deve ser ambientado com mesas, cadeiras e sofás.
Sala onde são feitos os relatórios médicos. Ela deve ter um mínimo de 4,0 m² e
ter instalações: elétricas, internet e telefone.
Sala de enfermagem
Deve ter um a cada doze leitos de recuperação pós-anestésica. A sua área deve
ser de no mínimo 6,0 m². Deve ter instalações de: água fria, ar condicionado, ponto de
chamada elétrica (alarme) e elétrica de emergência.
Espaço em que se faz a transferência dos pacientes para o CC. Nesta sala eles
podem receber medicação pré-anestésica, se não tiverem recebido no seu lugar de
origem. Este espaço deve ficar localizado na entrada do CC, sendo específico só para troca
de macas, visando a não contaminação do ambiente cirúrgico, pois são fontes de
Figura 2 – Sala de recepção de pacientes onde se observa porta com várias divisórias para
facilitar a entrada do paciente sem a entrada da maca externa, no CC (HUOL/UFRN).
Sala para armazenar materiais estéreis para uso em salas de operação. (Figura 3)
Lavabos
Salas de cirurgia
podem ser embutidas, mas sim correndo em forros falsos e desembocando em poços
visitáveis e também devem ter conexões e caixas de passagem para facilitar a
manutenção. (Figura 5).
Sala de média cirurgia (geral); deve haver 2 salas para cada 50 leitos não
especializados ou 15 leitos cirúrgicos devem corresponder a uma sala de cirurgia. Esta
sala deve ter no mínimo 25,0 m². Todas as salas devem ter as mesmas instalações
obrigatórias das sals de pequena cirurgia.
Sala de grande cirurgia (ortopedia, neurologia, cardiovascular). Esta sala deve ter 35,0
m², com dimensão mínima de 5,00 m.
Expurgo
Local onde se desprezam as secreções vindas das salas de cirurgias. Deve ter vaso
sanitário apropriado com descarga para receber as secreções e também ter pias com
bancada em inox, para lavar os instrumentos utilizados nos procedimentos. (Figura 7)
Apoio técnico-administrativo
Este apoio pode estar localizado no hospital e também no CC, de acordo com o
seu tamanho e o grau de complexidade que torna imprescindível estes elementos, para
agilizar a programação cirúrgica.
• Banco de Sangue
• Raios X
• Laboratório
• Anatomia patológica
• Auxiliares de anestesia
• Serviço de engenharia de manutenção e engenharia clínica
• Farmácia setorial do CC
Banco de Sangue
sangue e hemoderivados que são reservados para as operações que estão previstas para
aquele dia.
Raios X
Sala para a guarda dos equipamentos móveis de Raios X. Deve possuir um circuito
independente com no mínimo 4500 VA.
Espaço equipado com aparelhos específicos, mesa e pia com bancada em inox,
destinados a exames de diagnóstico emergencial. O serviço de anatomia patológica deve
ser equipado com todo aparelhamento para o procedimento de cortes de congelação no
próprio CC, com a finalidade de fornecer resposta rápida e segura aos casos com
indicação de biópsia por congelação2.
Farmácia
APOIO ADMINISTRATIVO
Segurança
Secretaria
Circulações e Acessos
Teto
Rodapés
A junção entre o rodapé e o piso deve ser de tal forma que permita a limpeza dos
cantos formados. A união do rodapé com a parede deve ser arredondado, não ficando
nenhum ressalto para o acúmulo de pó, tornando a limpeza difícil.
Paredes
Pisos
Portas
As portas devem ser amplas para dar acesso fácil à passagem das macas e
equipamentos cirúrgicos. Elas devem ser revestidas de material lavável, ser corrediças
para evitar movimentação de ar e ter cor neutra. Precisam possuir proteção para prevenir
possíveis danos por esbarrões de macas. Necessitam ser provida de visor para facilitar a
visualização do interior da sala, sem precisar abri-las durante os procedimentos
cirúrgicos.
Janelas
As janelas devem ficar em local que permita a entrada de luz natural em todo o
ambiente, ser do estilo basculante, com vidro fosco e telado para evitar entrada de
insetos. A iluminação artificial da sala cirúrgica é feita através da luz do teto, com luz
direta e fluorescente.
Iluminação
Ventilação
Oxigênio
Ar comprimido medicinal
Vácuo clínico
Óxido nitroso
O óxido nitroso (NO²) é um gás atóxico, insípido, não inflamável, mas com poder
oxidante forte, podendo agir como comburente de materiais oxidantes. Como não é
inflamável é mais usado em casos de anestesia com outros anestésicos gasosos. O seu
abastecimento pode ser centralizado e descentralizado. Deve-se testar periodicamente
para que não ocorra vazamentos, entupimento de válvulas e verificar a pressão nas saídas
das salas de cirurgia (POSSARI, 2004).
Nitrogênio
Sistema de vídeo
Figura 14 – À esquerda dois focos centrais de teto com braços articulados. À direita,
foco auxiliar com bateria.
CIRURGIA SEGURA
a qualquer caso cirúrgico, que a Organização Mundial da Saúde assume como orientações
de segurança cirúrgica7.
É preciso assegurar que:
1. A equipe vai operar o doente certo, no local ou órgão correto.
2. A equipe vai usar métodos já conhecidos para evitar danos decorrentes da
administração de anestésicos, protegendo o doente da dor.
3. A equipe vai identificar e estar efetivamente preparada para atuar perante
sinais e sintomas de risco de vida ou de falência respiratória.
4. A equipe vai identificar os sinais/sintomas e estar efetivamente preparada
para atuar face ao risco de elevada perda de sangue.
5. A equipe vai evitar a indução de uma reação alérgica ou reações adversas a
medicamentos relativamente aos quais existe risco significativo para aquele doente.
6. A equipe vai utilizar sistematicamente métodos conhecidos para minimizar o
risco de infecção do local cirúrgico.
7. A equipe vai impedir a retenção inadvertida de instrumentos ou compressas
em feridas cirúrgicas.
8. A equipe vai acondicionar e identificar com precisão todas as amostras
cirúrgicas.
9. A equipe vai comunicar de forma eficaz e partilhar informação crítica que
contribua para o aumento da segurança nos procedimentos cirúrgicos.
10. Os hospitais e os sistemas de saúde pública vão estabelecer vigilância
epidemiológica de rotina que permita monitorizar a capacidade cirúrgica, o volume e os
resultados.
REFERÊNCIAS
1. Reijnen MM, Zeebregts CJ, Meijerink WJ. Future of operating rooms. Surg Technol Int.
2005; 14:21–27.
2. Possari, J.F. Centro Cirúrgico: Planejamento, Organização e Gestão. 2ª edição. São
Paulo:86 Iátria, 2004.
3. Brito, L. F. M. Segurança Aplicada às Instalações Hospitalares. 4ª edição. São Paulo:
Editora Senac São Paulo, 2006.
4. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Departamento de Normas Técnicas.
Resolução da Diretoria Colegiada nº 50, de 21 de fevereiro de 2002. Dispõe sobre o
Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de
projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Brasília, 2002. Disponível em:
<http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/2002/50_02rdc.pdf>.
5. Sabnis R, Ganesamoni R, Mishra S, Sinha L, Desai MR. Concept and design engineering:
endourology operating room. Curr Opin Urol. 2013;23(2):152-7.
6. Kaye AD, Kolinsky D, Urman RD. Management of a fire in the operating room. J Anesth.
2014;28(2):279-87.
7. Patient safety. Disponível em: http://www.who.int/patientsafety/en/
8. American College of Surgeons. Revised statement on safe surgery checklists, and
ensuring correct patient, correct site, and correct procedure surgery. Bulletin of ACS.
Octuber 1, 2016.
9. Newkirk JD. Preventing surgical mishaps: using surgical checklists. Clin Plast Surg.
2013;40(3):475-87.