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Simulado Enem 2024 - Volume 2 - Prova I
Simulado Enem 2024 - Volume 2 - Prova I
LINGUAGENS, CÓDIGOS
E SUAS TECNOLOGIAS
01 - 16 - 31 -
02 - 17 - 32 -
03 - 18 - 33 -
04 - 19 - 34 -
05 - 20 - 35 -
06 - 21 - 36 -
07 - 22 - 37 -
08 - 23 - 38 -
09 - 24 - 39 -
10 - 25 - 40 -
11 - 26 - 41 -
12 - 27 - 42 -
13 - 28 - 43 -
14 - 29 - 44 -
15 - 30 - 45 -
CIÊNCIAS HUMANAS
E SUAS TECNOLOGIAS
46 - 61 - 76 -
47 - 62 - 77 -
48 - 63 - 78 -
49 - 64 - 79 -
50 - 65 - 80 -
51 - 66 - 81 -
52 - 67 - 82 -
53 - 68 - 83 -
54 - 69 - 84 -
55 - 70 - 85 -
56 - 71 - 86 -
57 - 72 - 87 -
58 - 73 - 88 -
59 - 74 - 89 -
60 - 75 - 90 -
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS QUESTÃO 02 QQF3
356SE02ING2024II
The US Food and Drug Administration (FDA) has taken
Questões de 01 a 45 a “momentous” step toward banning menthol in cigarettes
and banning flavored cigars, proposing a rule that public
Questões de 01 a 05 (opção inglês)
health experts say could save hundreds of thousands of
lives. FDA must do more to penalize retailers that illegally
QUESTÃO 01 D925 sell tobacco to kids, government review finds. The FDA has
356SE02ING2024III
been talking about banning menthol and flavored cigars for
Ouro Preto is a city of churches, cobblestone streets,
years and has said the issue is important for the agency.
hilly narrow passageways, and colonial houses with cute Scientists have long understood that menthol flavor can
little balconies founded in the 17th century. During the Gold make those cigarettes more addictive than tobacco-flavored
Rush, the city was flooded by people from all around the ones. Menthol flavoring is attractive, particularly to new
world trying to dig out their luck out of the ground. At one smokers, because it masks the harsh taste of tobacco, and a
2015 study found that it makes people want to smoke more.
time, Ouro Preto was the biggest city or rather the most
Disponível em: <https://edition.cnn.com>.
inhabited city in the Americas (the half of the population Acesso em: 18 out. 2023 (Adaptação).
consisted of African enslaved people). The city was the O texto informa que a agência responsável pelo controle
center of culture as many artists, painters, writers, and de alimentos, medicamentos e drogas nos Estados Unidos
deu um passo importante no banimento dos cigarros
architects such as the famous Aleijadinho wanted to reside
saborizados. O motivo de a agência propor o banimento
there. At the end of the 18th century, Ouro Preto also played desses produtos relaciona-se ao(à)
an important role in Brazil’s fight for independence. Once A. preferência de novos fumantes pelo cigarro tradicional.
the Gold Rush had faded, Ouro Preto transformed into a B. superlotação dos hospitais com as vítimas do tabaco.
university city, and when walking the streets, you can feel C. caráter viciante e atrativo dos cigarros mentolados.
the relaxed, carefree atmosphere. D. insistência dos comerciantes em descumprir o novo
Disponível em: <www.laidbacktrip.com>. acordo.
Acesso em: 16 out. 2023 (Adaptação).
E. aumento da quantidade geral de fumantes nos últimos
O texto sobre a cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais, anos.
tem o objetivo de Alternativa C
A. descrever os costumes religiosos do local. Resolução: Está correta a alternativa C. Segundo o texto,
pesquisas e pesquisadores mostram que os cigarros
B. associar o nome da cidade à corrida pelo ouro.
mentolados são mais viciantes que os cigarros tradicionais
C. recomendar locais para visita durante a estadia. e que o mentol é mais atrativo, pois mascara o gosto forte
do cigarro tradicional (Scientists have long understood
D. resumir a história do município para os turistas.
that menthol flavor can make those cigarettes more
E. informar sobre a arquitetura clássica dos edifícios. addictive than tobacco-flavored ones. Menthol flavoring is
Alternativa D attractive, particularly to new smokers, because it masks
the harsh taste of tobacco, and a 2015 study found that
Resolução: Está correta a alternativa D. O texto traz, de it makes people want to smoke more). Assim, esses
início, características físicas da cidade e o que alguém irá dados motivam a proposição do banimento de cigarros
encontrar ao visitá-la. Em seguida, a história da cidade é mentolados. A alternativa A está incorreta, pois o texto
brevemente descrita até os dias atuais. Portanto, é correto explica que os cigarros mentolados são mais atrativos
afirmar que o objetivo do texto é o de resumir a história do para novos fumantes, não os tradicionais. As alternativas B
e E estão incorretas, pois não há informações no texto
município para os turistas. A alternativa A está incorreta, pois
sobre superlotação de hospitais ou acerca do aumento
o texto não discorre sobre os costumes religiosos locais,
na quantidade geral de fumantes nos últimos anos.
apenas diz que há igrejas no município. A alternativa B O texto apenas defende que milhares de vidas poderiam
está incorreta porque, em nenhum momento do texto, há ser salvas com a proibição da venda de cigarros
a associação do nome da cidade com a corrida pelo ouro mentolados / saborizados. A alternativa D está incorreta,
(Gold Rush). A alternativa C está incorreta porque não pois não há um novo acordo estabelecido pela FDA. O texto
há nenhuma indicação de locais para se visitar durante a explica que a agência pretende aplicar ações mais duras
estadia, visto que o texto apenas apresenta uma descrição aos comerciantes que vendem cigarros ilegalmente para
crianças. Portanto, a lei já prevê e já pune os comerciantes
panorâmica da cidade. A alternativa E está incorreta
infratores. O fato de eles insistirem na venda ilegal não
porque o texto não informa sobre a arquitetura clássica dos faz parte de um descumprimento de um novo acordo que
edifícios. Apenas há a informação de que a cidade foi um motiva a proposição do banimento dos cigarros mentolados
centro cultural, em que muitos artistas e arquitetos, como e saborizados, mas sim o descumprimento de uma lei já
Aleijadinho, queriam residir ali. existente.
No trecho do artigo anterior sobre museus no Reino Unido, C. resposta para os problemas é a terapia.
a menção à Era Vitoriana tem como objetivo D. psicologia é a chave para desvendar a arte.
A. fazer uma crítica ao governo britânico atual.
E. poesia é mais duradoura que a vida humana.
B. apontar um momento de retrocesso no cenário das Alternativa E
artes visuais.
Resolução: No trecho, a narradora parece se sentir
C. alertar para o retorno de uma doença conhecida como ofendida quando o colega afirma que a poesia é apenas
histeria. “pó”, e afirma que o ser humano também não passaria
D. refletir sobre a importância das artistas mulheres do disso. Desta forma, com a finalidade de defender a poesia,
século XIX. ela aposta que esta não seria menor que a vida humana,
dado que, ao contrário da vivência humana, a poesia é mais
E. comparar a arte produzida na Era Vitoriana à arte
duradoura. Portanto, a alternativa correta é a E. A alternativa
contemporânea.
A está incorreta porque, como explicado, a narradora afirma
Alternativa B
que pessoas são feitas de “nada” tanto quanto a poeira, e
Resolução: Está correta a alternativa B. Ao alegar que não que a poeira é a representação do nada. A alternativa B
voltamos à Era Vitoriana, quando as mulheres não podiam está incorreta, pois trata-se de uma leitura incorreta do que é
pintar nem escrever (We’ve reversed back into the Victorian
dito, visto que a narradora faz ponderação sobre a duração
age, where women can’t paint and women can’t write),
da vida e do poema, dizendo que este é mais duradouro.
a autora do texto menciona essa época com a finalidade de
Portanto, subentende-se que ela acredita que a poesia
colocar em evidência certas restrições impostas a mulheres
possui caráter mais duradouro, e não que a vida é efêmera
no cenário atual das artes. As demais alternativas estão
quando se é poeta. As alternativas C e D estão incorretas,
incorretas porque: não há, no texto, nenhuma menção ao
governo britânico atual (A); embora a autora mencione pois vão na contramão do que é defendido pela narradora
o retorno da histeria ao Reino Unido, ela o faz de forma no excerto. Ela discorda de seu psicólogo e acredita que o
simbólica para traçar um paralelo com a maneira que as tratamento de todas aquelas pessoas, as quais ela compara
mulheres têm sido tratadas atualmente (C); o trecho não a pó, não é tão melhor que escrever poemas dos quais as
menciona nenhuma mulher artista do século XIX (D); a arte pessoas lembrariam e leriam em momentos de tristeza ou
da Era Vitoriana também não aparece no texto (E). doença.
No cartum, a fala da personagem, associada aos elementos visuais, propõe uma crítica que evidencia a
A. relativização da poluição.
QUESTÃO 01 ZSIN
CALIBRADA_ESP
QUESTÃO 02 2A4J
364SE02ESP2024III
Alternativa E
Resolução: Na letra da canção, que expressa um momento de partida, o eu lírico revela que não pode se despedir e,
caso seja abraçado, pode ser que as palavras sejam abreviadas ou lhe faltem (Yo no me puedo despedir y si me abrazas
/ Puede que las palabras se quieran acortar). Nesse sentido, a despedida faz desaparecer a possibilidade de fala entre os
interlocutores. Portanto, está correta a alternativa E. A alternativa A está incorreta porque o eu lírico não evita deliberadamente
pronunciar-se, mas sente que o momento da despedida o faz perder a fala. Além disso, ele se posiciona ao evidenciar sua
tristeza com a partida da pessoa amada. A alternativa B está incorreta porque o texto não aborda que a pessoa amada
se esquive de ouvir opiniões sobre a viagem. A alternativa C está incorreta porque não é possível inferir que o eu lírico
experimente rejeição. A alternativa D está incorreta porque a canção não revela que quem parte tem sentimento de culpa.
QUESTÃO 05 PGG4
364SE02ESP2024II
La poesía es conocimiento, salvación, poder, abandono. Operación capaz de cambiar al mundo, la actividad poética
es revolucionaria por naturaleza; ejercicio espiritual, es un método de liberación interior. La poesía revela este mundo; crea
otro. Pan de los elegidos; alimento maldito. Aísla; une. Invitación al viaje; regreso a la tierra natal. Inspiración, respiración,
ejercicio muscular. Plegaria al vacío, diálogo con la ausencia: el tedio, la angustia y la desesperación la alimentan. Niega
a la historia: en su seno se resuelven todos los conflictos objetivos y el hombre adquiere al fin conciencia de ser algo más
que tránsito. Arte de hablar en una forma superior; lenguaje primitivo. Obediencia a las reglas; creación de otras. Pura e
impura, sagrada y maldita, popular y minoritaria, colectiva y personal, desnuda y vestida, hablada, pintada, escrita, ostenta
todos los rostros pero hay quien afirma que no posee ninguno: el poema es una careta que oculta el vacío, ¡prueba hermosa
de la superflua grandeza de toda obra humana!
O intelectual Octavio Paz debruçou-se, em seus estudos, sobre o tema da poesia. Nesse texto, o autor a descreve como
A. realização de caráter transformador.
B. representação histórica do mundo.
C. técnica para alcançar inspiração.
D. forma de criação de normas literárias.
E. expressão única de tradições culturais.
Alternativa A
Resolução: De acordo com Octavio Paz, a poesia é inspiração, é algo revolucionário, que cria outros universos e novas
regras, sendo capaz de mudar o mundo. Nesse sentido, ela tem caráter transformador. Portanto, está correta a alternativa A.
A alternativa B está incorreta porque a poesia não é uma simples representação histórica do mundo, mas uma possibilidade
de recriá-lo. A alternativa C está incorreta porque o texto não apresenta a poesia como uma técnica por meio da qual se
alcança a inspiração, mas é a própria inspiração, respiração, um exercício muscular. A alternativa D está incorreta porque
o texto não menciona que a poesia seja uma forma para se criar normas literárias. A alternativa E está incorreta porque o
autor não associa a poesia às tradições culturais.
A metáfora desenhada pelo texto de Itamar Vieira Junior – “Mísera! tivesse eu aquela enorme, aquela
se baseia no(a) Claridade imortal, que toda a luz resume!”
Mas o sol, inclinando a rútila capela:
A. identificação entre o indivíduo e seu povo.
B. encontro entre elementos naturais e a força.
– “Pesa-me esta brilhante auréola de nume...
C. aproximação entre o trabalhador e a terra. Enfara-me esta azul e desmedida umbela...
D. desacordo entre o documento e a realidade. Porque não nasci eu um simples vaga-lume?”
ASSIS, M. Ocidentais. Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br>.
E. oposição entre senhores e trabalhadores. Acesso em: 27 out. 2023.
Alternativa C No poema, o eu lírico atribui características humanas aos
Resolução: A obra Torto Arado, de Itamar Vieira Junior, personagens de forma a produzir e transmitir uma crítica
apresenta a relação de duas irmãs, Belonísia e Bibiana, sobre a
que cresceram em uma comunidade de trabalhadores A. negligência do ser humano com a natureza.
escravizados no sertão da Chapada Diamantina. Vieira B. inveja que impede o crescimento pessoal.
Junior vale-se da linguagem poética para estabelecer a C. dificuldade para manter relações sociais.
relação entre sua narrativa e o texto oral, característico D. insatisfação humana com a própria vida.
das culturas tradicionais. No fragmento analisado,
E. ânsia incessante por reconhecimento.
observa-se como se dá a construção da relação entre o
Alternativa D
trabalhador escravizado e a terra. Apesar de não ser dono
Resolução: Os elementos da natureza citados (vagalume,
da terra em que trabalha, de acordo com os documentos,
estrela, lua e sol) dispõem de capacidade de pensar e sentir,
o trabalhador torna-se parte dela e constrói com ela uma
e cada um fala sobre sua insatisfação e desejo de ser
unidade indissociável. A metáfora é fortalecida pelo uso de diferente. Assim, a alternativa D é a correta. A alternativa A
referências à reprodução e à natureza, como a figura da é incorreta: os elementos da natureza não estão sob risco
semente que cria raiz e brota. Assim, a alternativa C está nem são ameaçados pelos seres humanos. Neste poema,
correta. A alternativa A está incorreta, pois a relação entre não há referência a ações do ser humano à natureza.
Salustiana e seu povo reforça a importância da terra em sua A alternativa B é incorreta: das quatro falas dos elementos
vida. A alternativa B está incorreta, pois o povoado de Água naturais, só é possível identificar o sentimento de inveja
Negra também representa a terra referida por Salustiana. em uma, a que se refere à lua na terceira estrofe, de forma
que a crítica à inveja não contempla todos os personagens.
A alternativa D está incorreta, pois a falta de suporte legal
A alternativa C é incorreta: não são explicitadas
para a relação entre trabalhador e terra reforça a metáfora
relações entre os personagens, eles observam um ao
de algo que se constrói naturalmente por meio do trabalho e
outro e desejam possuir características que admiram.
do cultivo desta. Finalmente, a alternativa E está incorreta, A alternativa E é incorreta: os personagens não falam de si
pois, ao posicionar trabalhadores e senhores em polos mesmos de forma a exigir que se reconheçam as próprias
opostos, a narrativa reforça a relação de exploração ali qualidades, eles observam no outro algo que gostariam
estabelecida. para si.
O eu lírico traz no texto um conselho acerca de escolhas da vida e, ao fim, cria uma mensagem na qual
A. relaciona a existência à busca por soluções acertadas.
B. reforça o incentivo de resoluções bem-intencionadas.
C. defende a existência de satisfação na angústia da decisão.
D. questiona a exaustão proveniente de viver entre escolhas.
E. minimiza as dificuldades enfrentadas com resoluções ruins.
Alternativa C
Resolução: No terceiro e quarto versos, há uma informação dentro dos parênteses: fazer escolhas é necessário e a ação
se associa à dor e ao prazer simultaneamente. O conselho dado pelo eu lírico é categórico: ele defende a ideia de fazer
escolhas e acrescenta, em comentário, dados sobre os sentimentos envolvidos nesse processo. Portanto, a alternativa
correta é a C. A alternativa A é incorreta: a poesia não menciona a existência em seus versos, assim, não é possível identificar
uma relação de dependência entre a existência e as soluções. A alternativa B é incorreta: as soluções são caracterizadas
de apenas uma forma no poema, por meio do adjetivo “boa”. Não há traços que possibilitem associar esse qualificativo à
intencionalidade da resolução. A alternativa D é incorreta: as sensações mencionadas no poema, experienciadas pelas
resoluções, são a dor e o prazer. Não se menciona a sensação de exaustão. A alternativa E é incorreta: as resoluções ruins
não são abrandadas na poesia, elas são factuais, constatadas como aquelas que são tomadas pelo leitor e pelo eu lírico.
QUESTÃO 10 MAVC
CALIBRADA_POR
Em geral, começamos a falar naturalmente. Imitamos o que ouvimos dos pais, dos amigos, de quem estiver por perto.
Ou seja, modificamos as vocalizações de acordo com o que ouvimos. Aprendemos, erramos, ensaiamos de novo. E disso
resulta um sistema de comunicação único no mundo animal, a linguagem falada. Ela é singular, universal, uma característica
biológica nossa.
No entanto, um seleto grupo de animais compartilha conosco o que chamamos de aprendizado vocal: eles aprendem
ouvindo e copiando outros animais da espécie. Para surpresa de alguns, este grupo não inclui os grandes primatas, mas
outros animais: mamíferos aquáticos (baleias, golfinhos, pinípedes), morcegos, pássaros, e possivelmente elefantes e
o sagui-de-tufos-brancos. Não são todas as aves, porém, que aprendem suas vocalizações, apenas pássaros canoros,
beija-flores e papagaios.
Disponível em: <https://cienciafundamental.blogfolha.uol.com.br>. Acesso em: 21 jun. 2022.
De acordo com o texto, estabelece-se uma relação entre
A. o som das aves e o aprendizado vocal.
B. os mamíferos aquáticos e os beija-flores.
C. a entoação animal e a linguagem escrita.
D. o canto de aves canoras e a fala humana.
E. os grandes primatas e os pássaros canoros.
Alternativa D
Resolução: A alternativa correta é a D, pois, no início do segundo parágrafo, o autor afirma que um grupo restrito de animais
compartilha com os humanos o aprendizado vocal, ou seja, a emissão de sons. Os animais aos quais o autor se refere
são as aves canoras, como afirmado na última frase do texto. A alternativa A está incorreta, pois o texto não relaciona a
fala humana com o som de todas as aves, mas com o das aves canoras. A alternativa B está incorreta, pois não menciona
a fala humana. A alternativa C está incorreta, pois a discussão do texto não se estende à entoação de todos os animais,
tampouco à linguagem escrita. A alternativa E está incorreta, pois o texto não afirma que o grupo dos primatas compartilha
conosco o aprendizado vocal.
A coesão lexical articula ideias, assegurando a continuidade do tema por meio das substituições de termos com cargas de
sentido próximas entre si. No fragmento, a palavra “pichações” é
A. recuperada pela locução “com rosto e reputação”.
B. referenciada pelos termos “rabiscos” e “grafismos”.
C. parafraseada pela expressão “sensibilidade e valores próprios”.
D. retomada, negativamente, por “marcas nítidas da passagem de pessoas”.
E. parodiada por “borrões”, que indica a perspectiva da juventude sobre o assunto.
Alternativa B
Resolução: Para evitar repetições desnecessárias em um curto período, a palavra “pichações”, tema central do texto, é
substituída por sinônimos que pertencem ao mesmo campo semântico. As palavras e expressão que se referem a “pichações”
no texto são: “borrões”, “rabiscos”, “linguagem”, “grafismos” e “marcas nítidas da passagem de pessoas”. Por isso, a alternativa
correta é a B. A alternativa A é incorreta: a locução “com rosto e reputação” refere-se à palavra “nomes”. A alternativa C é
incorreta: “sensibilidade e valores próprios” são características que acompanham um dos referentes que substitui a palavra
“pichações”. A alternativa D é incorreta: a referenciação a “marcas nítidas da passagem de pessoas” não é feita de forma
pejorativa, ao contrário, é uma adjetivação positiva atribuída pelos jovens. A alternativa E é incorreta: a referenciação pela
palavra “borrões” indica a forma como aqueles que não têm conhecimento desse universo enxergam as pichações.
QUESTÃO 12 9O48
287SE02POR2023II
TEXTO I
Parente dos lobos selvagens e dos cachorros domésticos, o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) é um
animal típico do Cerrado e maior canídeo da América do Sul, podendo atingir até um metro de altura e pesar
30 quilos. Além do Brasil, pode ser encontrado em regiões da Argentina, Bolívia, Paraguai, Peru e Uruguai. Altivo, esguio e
elegante, também é conhecido como lobo-de-crina, lobo-vermelho, aguará, aguaraçu e jaguaperi, todos nomes atrelados
a sua bela pelagem laranja-avermelhada, que o torna um dos mais belos animais brasileiros. Na natureza, vive cerca de
15 anos. A cada gestação, que dura pouco mais de dois meses, nascem em média dois filhotes.
WWF. Lobo-guará. Disponível em: <www.wwf.org.br>. Acesso em: 28 out. 2023. [Fragmento]
TEXTO II
QUESTÃO 13 N6H6
287SE02POR2023XI
A dança como atividade para pessoas com deficiência física é um trabalho relativamente recente no Brasil, com pouca
tradição e sem muitos documentos que ofereçam subsídios para a discussão desta proposta.
A dança inclusiva é um trabalho no qual os focos terapêuticos e educacionais não são desprezados, mas a ênfase
encontra-se em todo o processo do resultado artístico, levando em consideração a possibilidade de mudança da imagem
social e inclusão social dessas pessoas, pela arte de dançar. Dentro da dança inclusiva, uma de suas vertentes é a dança
esporte, definida como uma atividade física relacionada à música, englobando um usuário de cadeira de rodas (deficiente
físico) com um parceiro em pé (não deficiente), auxiliar bailarino, em uma atividade competitiva.
No Brasil, ela foi desenvolvida por grupos independentes, vinculados a clubes, universidades, associações de deficientes,
prefeituras municipais, centros de reabilitação e algumas escolas de dança isoladas. Porém, não existem grupos oficialmente
regulamentados e mantidos pelos órgãos governamentais.
OLIVEIRA, A. et al. Benefícios da Dança Esporte para Pessoas com Deficiência Física. Rev. Neurociências, 10(3): 153-157, 2002. Disponível em:
<https://periodicos.unifesp.br>.
Acesso em: 10 nov. 2023. [Fragmento]
Martins Pena foi um dramaturgo do século XIX que produziu obras de comédia de costumes, como o exemplo do fragmento
anterior, cuja ironia constrói uma crítica às
A. vantagens obtidas como resultado da bajulação.
B. relações desconexas entre diferentes gerações.
C. afinidades criadas por necessidades financeiras.
D. situações humilhantes impostas às mulheres.
E. relações sociais baseadas em falsas atitudes.
Alternativa E
Resolução: O texto traz Fabiana e Paulina, sogra e nora, que não têm uma boa relação. As duas mulheres expõem à
parte o que pensam em relação uma à outra, porém, quando precisam conversar, o que se vê é um diálogo com falsidade,
contrário ao que realmente pensam. Assim, a alternativa E está correta. A alternativa A está incorreta: não há no fragmento
exposição de elogios excessivos entre as personagens, nem são expostas vantagens recebidas pela boa relação entre
elas, mas sim uma falsa reconciliação para agradar o filho / marido. A alternativa B está incorreta: a dificuldade de relação
entre as mulheres ocorre devido à ligação familiar, e não necessariamente em razão de elas pertencerem a diferentes
gerações. A alternativa C está incorreta: percebe-se a necessidade de haver uma boa convivência entre as personagens,
mas não devido ao dinheiro, já que questões financeiras não são mencionadas no texto. A alternativa D está incorreta: o
que se vê é uma situação de fingimento de ambas as partes, não sendo possível afirmar que se trata de uma humilhação
das mulheres em geral.
QUESTÃO 17 8AØX
287SE02POR2023XIII
GEHRE, L. In: Depósito de tirinhas. Disponível em: <www.instagram.com>. Acesso em: 30 out. 2023.
QUESTÃO 18 2HNO
287SE02POR2023XIV
Na entrevista, a antropóloga Hanna Limulja fala sobre seu livro O Desejo dos Outros, que aborda a cultura yanomami a
partir de seus sonhos. No trecho, o uso dos conectivos “senão” e “aliás” apresentam o objetivo de
A. delimitar a significação da importância dos sonhos.
B. descrever a metodologia de registro social dos sonhos.
C. distinguir o mundo onírico da realidade coletiva indígena.
D. comparar a experiência indígena de vida diurna e noturna.
E. ressaltar a importância do registro escrito da tradição oral.
Alternativa A
Resolução: “Senão” inaugura a frase seguinte a uma definição crucial para a cultura yanomami, “O sonho só existe porque
é socializado”, com o objetivo de defendê-la por meio de uma estratégia contrastiva. Ao passo que “aliás” ressalta uma
característica própria do grupo, que o distingue de outras comunidades sociais: o valor atribuído às experiências diurnas em
equilíbrio às experiências noturnas, aos sonhos. Por isso, a alternativa correta é a A. A alternativa B é incorreta: o processo
de registro dos sonhos é mencionado no texto, porém não há detalhamento sobre a forma como se realiza. A alternativa C
é incorreta: o mundo dos sonhos não se afasta nem se diferencia da realidade coletiva do grupo indígena, ao contrário,
ele faz parte da realidade desta comunidade e é valorizado por ela. A alternativa D é incorreta: a declaração realizada pelo
conectivo “aliás” contraria a existência de comparações entre a experiência diurna e noturna. A alternativa E é incorreta:
os registros escritos e a tradição oral são abordados no texto como processos importantes para o povo yanomami, porém,
este tema não se relaciona às informações que acompanham os conectivos pontuados pelo comando da questão.
QUESTÃO 20 HR54
301SE02POR2024II
As fitas vão avoando
No braço dessa viola
Feita de pinho da serra
Temperada com o orvalho da aurora
As cordas vão dim-dim-dando
No braço dessa viola
E o canto que brota do bojo
Feliz só ele me consola
LOBO, C. No braço dessa viola. In: No braço dessa viola.
Humaitá Music Pub, 2007. [Fragmento]
No trecho da canção, o verso “As cordas vão dim-dim-dando” é evocado pelo eu lírico para
A. designar o zelo com o objeto de afeição.
B. humanizar o convívio com o aparelho.
C. representar o vigor do equipamento.
D. descrever o estilo musical preferido.
E. caracterizar o som do instrumento.
QUESTÃO 21 U9H2
287SE02POR2023IV
MINISTÉRIO DOS DIREITOS HUMANOS E DA CIDADANIA. Disponível em: <https://twitter.com>. Acesso em: 28 out. 2023.
As publicações do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania constituem uma thread (um fio) do Twitter, estando,
portanto, ligadas. Tal recurso se revela como uma estratégia textual, ao
A. desenvolver um enredo narrativo.
B. publicizar as ações governamentais.
C. promover a conta oficial do Ministério.
D. segmentar as informações noticiadas.
E. transmitir o evento citado em tempo real.
Alternativa D
Resolução: Por ser um fio, os textos das publicações estão ligados, sendo cada um centrado em uma informação: primeiro,
a participação do ministro no evento e, depois, o que foi abordado em sua fala. Logo, a thread divide as informações,
sequenciando-as e, por isso, a alternativa correta é a D. A alternativa A é incorreta: mesmo que os eventos sejam sequenciais
em ordem cronológica, não há a construção de um encadeamento de ações do ministro que configurem um enredo, uma
trama. A alternativa B é incorreta: o comando da questão aborda a thread como uma estratégia textual, ou seja, desde a
perspectiva da construção do texto. A publicação do evento e da fala do ministro na rede social tem como objetivo tornar
pública a ação governamental, porém essa é a finalidade da divulgação em rede social, e não uma estratégia discursiva do
formato em que se dá a divulgação. A alternativa C é incorreta: a promoção da conta oficial do Ministério é um fator subjetivo
que está relacionada à credibilidade dada a ela pelos internautas. As publicações do evento e da fala do ministro na thread
não estão acompanhadas de qualquer discurso de juízo de valor que enalteça o canal de comunicação. A alternativa E é
incorreta: as informações elencadas têm caráter informativo. Apenas a primeira informação menciona “Acontece agora!”
com o objetivo de situar o leitor e a notícia no tempo. A estratégia da thread não consiste na exposição dos acontecimentos
do evento em tempo real.
QUESTÃO 23 X86I
CALIBRADA_POR
Patrimônio mineiro, igreja inacabada do século XVII sofre com vandalismo
O prazer de vândalos em marcar a ruína é um ataque ao patrimônio público e à história da Bom Jesus de Matozinhos.
A igreja começou a ser erguida no século XVII. Por algum motivo que ninguém sabe explicar, a obra não foi acabada. Há
várias teses e lendas sobre o tema. Uma diz que os operários morreram de malária. Outra sustenta que a construção foi
interrompida ao se constatar que o leito do Velhas, a menos de 10 metros de lá, inundaria o templo em época de enchente.
A imagem da ruína da Bom Jesus sempre esteve ligada ao conceito de morte. Pelo menos é o que contam
por aquelas bandas. Além da versão de que o templo não foi concluído porque os operários morreram de malária,
há quem sustente que Fernão Dias (1608-1681), o paulista cuja bandeira deu origem a várias cidades de uma região
inóspita que viria a ser Minas Gerais, foi vítima de uma peste e fechou os olhos para sempre ao lado da igreja inacabada.
LOBATO, P. H. Disponível em: <https://www.em.com.br>. Acesso em: 28 jun. 2018.
O gênero reportagem se caracteriza por apresentar linguagem concisa e objetiva, que visa à transmissão de informações
precisas. O texto em questão, no entanto, apresenta linguagem incomum para o gênero, a qual pode ser percebida pela
presença de
A. fatos duvidosos, em “Por algum motivo que ninguém sabe explicar”.
B. divulgação de diferentes versões dos fatos, em “Há várias teses e lendas sobre o tema”.
C. trechos subjetivos e emotivos, em “sempre esteve ligada ao conceito de morte”.
D. expressões típicas de contos populares, em “é o que contam por aquelas bandas”.
E. elogios à pessoa notória, em “o paulista cuja bandeira deu origem a várias cidades”.
QUESTÃO 25 PCGA
CALIBRADA_POR
Canto I
Fundação da ilha
Um barão assinalado
Duro (2016)
sem brasão, sem gume e fama
Concepção, performance e edição: Renata Sampaio cumpre apenas o seu fado:
Filmagem: Jerê Nunes amar, louvar sua dama,
Estúdio Sobre Olhar / SP dia e noite navegar,
Registro da performance de longa duração na qual que é de aquém e de além-mar
a artista penteia o cabelo, recolhe os fios que caem do
a ilha que busca e amor que ama.
processo, coloca-os em pequenos sacos e os distribui para
as pessoas presentes.
Nobre apenas de memórias,
Duro é uma forma literal de mostrar que o cabelo crespo
não é duro e também uma crítica à incisiva vontade branca vai lembrado de seus dias,
de toque nos cabelos crespos, ao mesmo tempo que brinca dias que são as histórias,
com o fetiche do toque na obra de arte. A ação é também histórias que são porfias
uma contestação de como as práticas de beleza femininas
de passados e futuros,
altamente divulgadas na mídia correspondem a um padrão
naufrágios e outros apuros,
de beleza branco sendo altamente violentos para aquelas
cujo crescimento do cabelo é para o alto. descobertas e alegrias.
QUESTÃO 26 HFTO
287SE02POR2023VI
Natal, 23 de novembro de 1977
Dona Maria,
Vai chegando o Natal e começa a dar uma nostalgia fininha, doída na gente. Isto é normal, mãe? A senhora que já
cursou oito filhos poderia me dizer se esta dor tem chá que cura? Erva cidreira é bom? Ou foi porque andei tomando friage
depois de beber quente?
A senhora sempre disse que Natal só é bom com a família reunida, que é muito triste ficar contando as cadeiras vazias
na ceia da meia-noite-feliz. Pois parece que, por mais um ano, na nossa mesa não poderão estar presentes o Betinho e a
Maria. E, como na nossa, noutras tantas mesas de Natal pelo Brasil afora cadeiras ficarão vazias, viúvas de vivos.
HENFIL. Cartas da mãe. Rio de Janeiro: Codecri, 1980.
[Fragmento adaptado]
O fragmento faz parte de uma série de cartas que Henfil trocou com sua mãe Maria entre 1970 e 1985, sobretudo por meio
das páginas da revista IstoÉ. Nele, o autor aborda indiretamente a questão do exílio vivido por seu irmão e sua cunhada,
reconhecendo o Natal como um(a)
A. momento de análise da finitude das reuniões familiares.
B. época de identificação das perdas de familiares exilados.
C. período de incerteza pela ausência de notícias da família.
D. fase de revisão das expectativas sobre os desejos natalinos.
E. tempo de melancolia pela ausência de cerimônia em família.
Alternativa B
Resolução: A carta de Henfil é motivada pela nostalgia ocasionada pelo Natal, e é a partir dessa motivação que ele constrói
o vínculo com a questão dos exilados políticos, ausentes na data festiva. Nas últimas linhas do texto, “como na nossa,
noutras tantas mesas de Natal pelo Brasil afora cadeiras ficarão vazias”, entende-se a ausência de familiares na cerimônia
de Natal como fator compartilhado por outras famílias. Portanto, a alternativa correta é a B. A alternativa A é incorreta: a
finitude não está nas reuniões familiares por questões particulares a cada uma delas, mas na ausência daqueles que não
podem estar na comemoração do Natal por imposições políticas. A alternativa C é incorreta: dois nomes são citados como
pessoas que não poderão estar presentes, Betinho e Maria, mas não há partes do texto que evidenciam a falta de notícias a
respeito dessas pessoas. A alternativa D é incorreta: o autor não lista expectativas para o Natal, ao contrário, ele apresenta
à mãe as expectativas frustradas diante dessa data, um sentimento de nostalgia que dói. A alternativa E é incorreta: pode-se
verificar o sentimento de melancolia do autor, porém, não pela ausência da cerimônia, mas sim pela ausência dos familiares.
C. valorizar a descrição das terras ibéricas. A. incentivo à obediência aos governantes mediante a
fé.
D. refutar histórias da cultura lusitana.
E. retratar feitos heroicos portugueses. B. esforço dos trabalhadores ao executarem um trabalho.
Resolução: O texto pertence ao gênero épico, que aborda D. poder que classes sociais exercem sobre as pessoas.
narrativas de caráter heroico. No caso de Os Lusíadas, o eu E. descaso dos religiosos pelo sofrimento do cachorro.
lírico narra os feitos dos portugueses de maneira heroica, Alternativa D
exaltando também a nação, como em “O que o sublime
Resolução: A conversa entre os personagens João Grilo
Gama contaria” e “Mas mandas-me louvar dos meus a
e Chicó revela que o primeiro mentiu sobre quem era o
glória”. Assim, a alternativa E está correta. A alternativa A
dono de um cachorro para que este fosse benzido pelo
está incorreta: o texto exalta os portugueses sem realizar
padre. O suposto dono do cachorro é um homem de
comparações com outras nações de forma a diminuí-las.
A alternativa B está incorreta: a menção a deuses e criaturas posses, um major, e, nessas condições, o padre aceitou
da Antiguidade é uma característica do gênero, e pode ser benzê-lo. Anteriormente, ao realizar o mesmo pedido ao
observada no fragmento na referência à Ninfa (verso 1) padre, sem expor de quem era o cachorro, João Grilo,
e a Apolo (verso 6), porém, sem o objetivo de propagar homem pobre, recebeu do padre uma resposta negativa.
a crença nesses seres. A alternativa C está incorreta: há Levando em consideração esses dados, contata-se que
menção a apenas um elemento das terras portuguesas, o rio o poder aquisitivo das pessoas influencia no tratamento
Tejo. Ainda assim, essa menção é permeada de elementos que recebem. Portanto, a alternativa correta é a D.
gregos clássicos para sua valorização, como a fonte de A alternativa A é incorreta: as figuras de autoridade que
Aganipe e as flores de Pindo. Portanto, as terras ibéricas são citadas no fragmento são o major e o padre, no
não estão sendo ressaltadas por suas singularidades. entanto, nenhuma delas é apresentada como governante
A alternativa D está incorreta: ao contrário de “refutar”, que nem os personagens são instigados a obedecê-los.
significa “desmentir”, “rejeitar”, neste fragmento, os fatos da A alternativa B é incorreta: o objeto de desejo do
História lusitana são enaltecidos. personagem João Grilo é a benção do padre ao cachorro.
QUESTÃO 29 3K5A
301SE02POR2024XIII
Mão de obra barata e migrante, uso intenso de água e concentração de terra formam as bases do “sucesso” de um
setor que tem batido recorde.
Era uma tarde de um domingo quente e seco quando chegamos na casa de Dona Francisca, em Maniçoba, distrito
da cidade de Juazeiro, na Bahia. Ela nos convida a entrar, oferece cadeiras de plástico e água gelada. Na sala, havia um
sofá de dois lugares sobre o chão no contrapiso e uma televisão. Oito pessoas, entre filhos e netos, se dividem entre dois
quartos, sala, cozinha e banheiro. No lugar de portas, cortinas. A casa de tijolo aparente foi uma conquista recente para
a família. “Está inacabada”, adverte.
Francisca, de 49 anos, e o marido Antônio, de 53, são agricultores e chegaram a Juazeiro nos anos 90 fugindo da seca
na Paraíba. Seguiram o caminho dos pais e de centenas, talvez milhares de sertanejos que migraram para o Vale do São
Francisco, o eldorado verde do Nordeste. Os dois se conheceram nas roças de melão, tomate e laranja, no lote que trinta
anos depois daria origem a uma das grandes exportadoras de uvas e mangas onde trabalham até hoje.
Na reportagem, a escolha da tipologia narrativa como estratégia de progressão textual relaciona-se com a intencionalidade
argumentativa do texto por
Alternativa A
Resolução: Narrar a história de Francisca e Antônio traz pessoalidade para a informação genérica do subtítulo do texto.
Por mais que os termos “mão de obra barata e migrante” e o uso irônico das aspas no termo “sucesso” sejam informativos
e carregados de intencionalidade, o uso da tipologia narrativa funciona como uma estratégia de aproximação do leitor às
pessoas que são afetadas. Portanto, está correta a alternativa A. A alternativa B é incorreta: a descrição do cenário em que
estão inseridos faz parte da construção do objetivo maior do texto, que é contrastar o contexto de quem ajuda a promover
a empresa e o sucesso obtido por ela. A alternativa C é incorreta: as condições precárias não se relacionam à indústria,
mas a subsistência dos trabalhadores em suas vidas particulares. A alternativa D é incorreta: mesmo que a história de
Francisca e Antônio tenha melhorado por terem fugido da seca, suas condições ainda estão abaixo do que deveriam ter
pelo trabalho que desempenham. Por isso, não é possível afirmar que a intencionalidade do texto seja reafirmar um traço
de superação, mas de denúncia. A alternativa E é incorreta: não há no texto o desenvolvimento da evolução de mão de
obra migrante, seja ela em perspectiva técnica ou temporal.
TEXTO I
TEXTO II
A notícia e o cartaz tratam da adoção de cachorros. Quanto à abordagem, o texto II apresenta um posicionamento que
A. invalida o texto I, pois, se aumentam as adoções, as campanhas tornam-se desnecessárias.
B. desvirtua o texto I, pois é uma campanha de iniciativa privada, visando, portanto, ao lucro.
C. reforça o texto I, pois, bem como a notícia, o cartaz tem o objetivo de promover mais adoções.
D. completa o texto I, pois o fato noticiado somente se legitima pela exposição do cartaz.
E. apoia o texto I, pois a adoção de animais tende a aumentar por meio de campanhas.
QUESTÃO 31 ZMQ1
CALIBRADA_POR
O coração delator
Sorri – pois o que tinha a temer? Dei as boas-vindas aos senhores. O grito, disse, fora meu, num sonho. O velho,
mencionei, estava fora, no campo. Acompanhei minhas visitas por toda a casa. Incentivei-os a procurar – procurar bem.
Levei-os, por fim, ao quarto dele. Mostrei-lhes seus tesouros, seguro, imperturbável. No entusiasmo de minha confiança,
levei cadeiras para o quarto e convidei-os para ali descansarem de seus afazeres, enquanto eu mesmo, na louca audácia
de um triunfo perfeito, instalei minha própria cadeira exatamente no ponto sob o qual repousava o cadáver da vítima.
POE, Edgar Allan. Disponível em: <http://oficinaideiaseideais.blogspot.com.br/
2008/09/discurso-direto-indireto-e-indireto.html>.
Acesso em: 04 jun. 2013.
Em uma narrativa, o narrador incorpora no ato de narrar as vozes que compõem a história contada, encenando diálogos,
reflexões e remissões a outros personagens. Para tanto, utiliza-se de procedimentos de representação que podem ser
sintetizados em três: discurso direto, indireto ou indireto livre.
A. direto, uma vez que se utilizam travessões e falas explícitas das personagens que são interrogadas pelo narrador.
B. indireto livre, pois ocorre a fusão tanto do discurso direto quanto do indireto, respectivamente comprovados pelo uso
de travessões e elocução.
C. indireto, já que não ocorre diálogo explícito e as cenas e atitudes das personagens são descritas pelo próprio narrador.
D. indireto livre, pois se apresenta um fluxo de consciência do narrador, o qual se confunde com as falas de outras
personagens.
E. direto, porque, além do uso de travessões, o narrador expressa explicitamente seus sentimentos e atitudes com
adjetivos e verbos de ação.
Alternativa C
Resolução: O fragmento em questão apresenta um narrador-personagem, que descreve as cenas e os diálogos, porém
sem utilizar marcações explícitas das falas, sendo, portanto, um discurso indireto. Dessa forma, a alternativa C está correta.
A alternativa A está incorreta, pois não há no trecho travessões e falas explícitas de personagens. O discurso indireto
livre define-se pela fusão das falas e dos pensamentos das personagens à voz do narrador, não havendo marcas, como
travessões. Assim, a alternativa B está incorreta, bem como a alternativa D, visto que o trecho não apresenta fluxo de
consciência do narrador nem características desse tipo de discurso. Por fim, a alternativa E está incorreta, pois, no texto,
não ocorre a utilização de travessões, característica do discurso direto.
QUESTÃO 34 8163
301SE02POR2024XIV
O eu lírico afirma que descobriu que já foi eterno. O uso da linguagem figurada constrói o sentido de que a
A instalação do artista contemporâneo Maxwell Alexandre, em relação às convenções consolidadas no espaço museológico,
distingue-se pelo(a)
QUESTÃO 36 84W6
287SE02POR2023III
QUESTÃO 37 ZBFJ
301SE02POR2024IV
A compensação
Não faz muito, li um artigo sobre as pretensões literárias de Napoleão Bonaparte. Aparentemente, Napoleão era um
escritor frustrado. Tinha escrito contos e poemas na juventude, escreveu muito sobre política e estratégia militar e sonhava
em escrever um grande romance. Acreditava-se, mesmo, que Napoleão considerava a literatura sua verdadeira vocação,
e que foi sua incapacidade de escrever um grande romance e conquistar uma reputação literária que o levou a escolher
uma alternativa menor, conquistar o mundo.
Se Napoleão só foi Napoleão porque não conseguiu ser escritor, então temos esta justificativa pronta para o nosso
estranho ofício: cada escritor a mais no mundo corresponde a um Napoleão a menos. A literatura serve, ao menos, para
isso: poupar o mundo de mais Napoleões.
VERISSIMO, L. F. Disponível em: <https://docente.ifrn.edu.br>. Acesso em: 23 out. 2023. [Fragmento]
Na crônica, a relação feita a partir da história de Napoleão propõe uma visão de literatura enquanto um
A. instrumento que salvaguarda a humanidade.
B. movimento de restauração da sociedade.
C. ato revolucionário diante do militarismo.
D. objeto de conexão entre as pessoas.
E. acessório de auxílio governamental.
Alternativa A
Resolução: “Napoleão” é utilizado no texto de forma a relacionar o nome ao perfil de pessoa que poderia ser prejudicial
ao desenvolvimento da sociedade. O autor afirma: “cada escritor a mais no mundo corresponde a um Napoleão a menos”,
o que, em outras palavras, indica que, se a pessoa consegue ser escritora, evita ter outra aspiração, como a dominação
mundial pretendida por Napoleão. Por isso, a literatura apresenta-se como um instrumento que salva a humanidade. Assim,
alternativa A é a correta. A alternativa B está incorreta: a literatura não é posta no texto como um elemento capaz de consertar
uma sociedade destruída, mas como algo que substitui o desejo de dominação mundial. A alternativa C é incorreta: no texto,
quando se realiza um comparativo entre a literatura e o militarismo, ela é qualificada como uma alternativa maior, superior
a ele. Levando em consideração os significados que pertencem ao mesmo campo semântico desta palavra, constata-se
que o adjetivo “revolucionário” não pode ser inferido ou associado nesta comparação. A alternativa D é incorreta: no texto,
a interação com a literatura é individual, ou seja, limita-se ao escritor e seus próprios escritos, e não entre as pessoas.
A alternativa E é incorreta: os temas “literatura” e “governo” estão interligados por um ponto em comum: Napoleão Bonaparte,
ou seja, as duas esferas não estão relacionadas entre si, apenas fazem parte da trajetória da figura histórica.
QUESTÃO 42 7UX7
301SE02POR2024VI
O que ela amava acima de tudo era fazer bonecos de barro – o que ninguém lhe ensinara. – Quando queria com muita
força ia pela estrada até ao rio. Numa de suas margens, escalável embora escorregadia, achava-se o melhor barro que alguém
poderia desejar: branco, maleável, pastoso: frio. Só em pegá-lo, em sentir sua frescura delicada, alegrezinha e cega, aqueles
pedaços timidamente vivos, o coração da pessoa se enternecia úmido quase ridículo. Virgínia cavava com os dedos aquela
terra pálida e lavada. O rio em pequenos gestos molhava-lhe os pés descalços e ela mexia os dedos úmidos com excitação
e clareza.
Como, como explicar o milagre… Ela se amedrontava pensativa. Nada dizia, não se movia, mas interiormente sem
nenhuma palavra repetia: Eu não sou nada, não tenho orgulho, tudo me pode acontecer; se quiser, me impedirá de fazer a
massa de barro; se quiser, pode me pisar, me estragar tudo; eu sei que não sou nada. Era menos que uma visão, era uma
sensação no corpo, um pensamento assustado sobre o que lhe permitia conseguir tanto barro e água e diante de quem
ela devia humilhar-se com seriedade.
LISPECTOR, C. Os bonecos de barro. Disponível em: <https://contobrasileiro.com.br>. Acesso em: 27 out. 2023. [Fragmento]
Como característica dos textos narrativos, o tempo influencia na transmissão do enredo ao leitor. No fragmento, verifica-se
a opção pelo tempo psicológico, em que
A. as lembranças são retomadas para acessar emoções antigas.
B. o ensinamento absorvido no passado é utilizado na realidade.
C. o desenvolvimento infantil é apresentado por meio de marcos.
D. o momento presente se mistura a pensamentos da personagem.
E. o período de criação dos bonecos se relaciona ao momento social.
Alternativa D
Resolução: O primeiro parágrafo é dedicado à descrição do barro e da atividade que desempenha a personagem no
momento presente, enquanto o segundo aborda questões subjetivas do eu, de como ela se vê em relação ao mundo.
Essa mudança abrupta de temas e a inclusão da subjetividade da personagem caracteriza o tempo psicológico. Portanto,
a alternativa correta é a D. A alternativa A é incorreta: a retomada de lembranças é um ponto-chave para a classificação
do tempo psicológico, porém essa retomada não infere obrigatoriamente o acesso a emoções anteriores da personagem.
A alternativa B é incorreta: a prática de recolher o barro branco e fazer bonecos não foi ensinada à personagem por ninguém.
Além disso, este é um fator particular do enredo que não é comum à construção do tempo psicológico. A alternativa C é
incorreta: não é possível observar fatores que configurem marcos de crescimento ou amadurecimento da personagem.
O texto divide-se em dois momentos: o de descrição de uma ação – recolher um tipo especial de barro – e o da exposição
dos pensamentos da personagem. A alternativa E é incorreta: não há referências ou marcas temporais verificáveis no
texto, de forma que não se pode afirmar que haja compatibilidade entre o processo de criação dos bonecos e o tempo de
publicação da história.
No texto, a temática das mudanças climáticas é desenvolvida por meio de variados recursos coesivos. Para costurar a
coesão entre certos vocábulos do texto, recorre-se à
A. atribuição do adjetivo “guardiões” para ressaltar o impacto do território no oceano.
B. aplicação do advérbio “então” para indicar a causa do aumento do nível do mar.
C. adoção do substantivo “degelo” para recuperar a perda de volume congelado.
D. repetição do nome do continente para delimitar a origem do problema.
E. utilização do adjetivo “maiores” para qualificar as geleiras encolhidas.
Alternativa C
Resolução: No primeiro parágrafo, explicita-se o volume de gelo que já derreteu e se fundiu ao oceano: “Quatro dúzias
de plataformas de gelo da Antártida encolheram pelo menos 30% desde 1997 e 28 delas perderam mais de metade do
seu volume nesse período”. À continuidade, no segundo parágrafo, o tema continua sendo abordado e, para que não haja
repetição desnecessária de toda a expressão, optou-se pelo substantivo “degelo”, que tem significado sinônimo. Por isso, a
alternativa correta é a C. A alternativa A é incorreta: o adjetivo “guardiões” refere-se a “quatro dúzias de plataformas de gelo”
e ressalta a importância da permanência desses paredões em sua forma sólida. A alternativa B é incorreta: o advérbio “então”
indica conclusão, o fim que leva o gelo. A alternativa D é incorreta: a repetição do nome do continente se faz necessária e
acontece de forma espaçada entre uma ocorrência e outra, mas não configura a origem do problema, visto que as causas
do degelo envolvem as emissões de carbono e o aumento do aquecimento global. A alternativa E é incorreta: o adjetivo
“maiores” refere-se a geleiras localizadas atrás daquelas que foram encolhidas.
QUESTÃO 44 S73A
301SE02POR2024VII
Saudade nenhuma de mim
Volta e meia, crônicas, romances e poemas terminam com a indefectível frase: “Saudades de mim”. Será que eu já
escrevi isso alguma vez, que sinto saudades de mim? Devo ter cometido, eu também, esta dramatização barata, somos
todos reincidentes nos clichês. Mas, olha, sinceramente, não sinto, não.
Lembro de uma menina que se sentia uma estranha na sala de aula. Que adorava tomar lanche nas Lojas Americanas
do centro da cidade. Que ficava esperando ser tirada pra dançar nas reuniões dançantes, e quando acontecia, que êxtase!
Lembro da menina agindo como adulta, indo morar fora do país. Lembro da menina voltando, sem resquícios da menina
que havia sido. Saudades dela? Afeto por ela. Saudades eu tenho de nada.
Não voltaria um único dia na minha vida, e lembranças boas é o que não me faltam. Não tenho saudades nem de um
minuto atrás. Tudo o que eu fui prossegue em mim.
MEDEIROS, M. Disponível em: <www.pensador.com>. Acesso em: 27 out. 2023. [Fragmento adaptado]
Nesse fragmento, é possível analisar o foco narrativo em primeira pessoa como importante para o desenvolvimento da
crônica narrativa, pois
A. afasta a condição de debate sobre a memória.
B. garante a abordagem da experiência singular.
C. valoriza a exposição da temática controversa.
D. sustenta a veracidade das opiniões expostas.
E. possibilita a progressão de clichês saudosistas.
QUESTÃO 45 6PG8
055SE06POR2022I
Na tirinha de Rafa Figueiredo, o elemento visual completa o sentido do texto verbal na medida em que representa a
A. perspectiva do enunciador e o subtexto da mensagem.
B. limitação de sentidos e a ausência de determinação.
C. subjetividade do narrador e a postura preguiçosa.
D. solidão e a comunicação ausente de interlocutor.
E. passividade e a monotonia da inércia necessária.
Alternativa A
Resolução: O elemento visual da tirinha, somado ao texto verbal “olhando pro teto”, permite ao leitor inferir que o espaço
cinza representa o teto de um cômodo. Dessa forma, o observador, que direcionou a perspectiva para o teto, foi o próprio
enunciador da frase “[eu – primeira pessoa do singular] vejo o dia acabar”. Portanto, está correta a alternativa A. A alternativa B
é incorreta: a ausência de determinação pode ser inferida tanto pelo texto verbal quanto pelo elemento visual, porém
não há elementos – de qualquer natureza – que sustentem a ideia de que o enunciador tenha os sentidos limitados.
A alternativa C é incorreta: ainda que se diga que o enunciador está deitado, não é possível afirmar qual é a razão
que o motiva a encontrar-se nessa posição, seja em resposta ao trabalho ou a questões patológicas. A alternativa D é
incorreta: a reflexão apresentada pelo enunciador é direcionada a ele mesmo, e não a relacionamentos com terceiros.
A alternativa E é incorreta: não se pode afirmar que o enunciador julga seu estado de inércia como necessário, já que ele
não o qualifica nem apresenta as razões que o motivam a encontrar-se dessa forma.
fortes sentimentos de vingança e, consequentemente, BORGES, E. “Me deixou e nunca mais vi”: País tem
culpa e depressão. Como a criança pequena não sabe 8 casos de abandono de menor por dia. Disponível em:
<https://noticias.uol.com.br>. Acesso em: 23 out. 2023.
lidar com essas emoções, sua forma de reação a tais
perturbações poderá resultar em distúrbios nervosos, TEXTO IV
em uma personalidade instável. A privação quase que As mães “abandonantes” no Brasil são, em sua maioria
total, observada, por vezes, em instituições de abrigos, absoluta, mães excluídas. Elas abandonam porque estão
abandonadas pela sociedade. Elas fazem parte de um
creches, hospitais, aumenta a severidade dos danos no
enorme contingente de uma população que não tem acesso
desenvolvimento psicoafetivo, denominada “hospitalismo”;
aos bens socioculturais nem aos meios de produção
sendo que a privação total, por sua vez, pode aniquilar necessários à sua sobrevivência. Elas abandonam porque
a capacidade da criança de estabelecer relações futuras não encontram alternativas viáveis, porque não acreditam
com outras pessoas. nos poderes constituídos, porque não tiveram educação,
porque não têm esperança.
BÖING, E.; CREPALDI, M. Os efeitos do abandono para
o desenvolvimento psicológico de bebês e a maternagem WEBER, L. Os filhos de ninguém: abandono e institucionalização
como fator de proteção. Disponível em: <www.scielo.br>. de crianças no Brasil. Disponível em: <https://geracaoamanha.org.
Acesso em: 23 out. 2023. [Fragmento adaptado] br>. Acesso em: 23 out. 2023.
PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação,
redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da Língua Portuguesa sobre o tema
“O abandono de crianças e adolescentes no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.
Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista.
QUESTÃO 46 W7SE
CALIBRADA_GEO
Tamanho da riqueza econômica de um país, medido através do Produto Interno Bruto (PIB), em 2016
QUESTÃO 47 J6S6
352SE02SOC2024IV
Consequentemente, as tarefas da Sociologia incluem não só o exame e interpretação de forças compulsivas específicas
que agem sobre as pessoas nos seus grupos e sociedades empiricamente observáveis, mas também a libertação do discurso
e do pensamento relativos a essas forças, das suas ligações com modelos heterônomos anteriores. Em vez de palavras
e de conceitos marcados pela sua origem mágico-mítica ou vindos das ciências naturais, a Sociologia deverá produzir
gradualmente outros conceitos, que sejam mais adequados às particularidades das representações sociais do homem.
ELIAS, N. Introdução à Sociologia. Lisboa: Edições 70, 2008. [Fragmento]
Cesse tudo o que a Musa antiga canta, B. censura das opiniões dos cidadãos.
C. análise das crenças sobre a natureza.
Que outro valor mais alto se alevanta.
D. defesa das verdades acerca das coisas.
CAMÕES, L. Os Lusíadas. Porto: Porto Editora, 1975. p. 69.
[Fragmento] E. exame dos conhecimentos dos indivíduos.
As evidências sobre o passado geológico da região citada No contexto de expansão imperial macedônica entre
devem-se à presença atual de um tipo de rocha formado os séculos III e II a.C., as ações descritas no texto
através do(a) possibilitaram o(a)
QUESTÃO 52 5C4S
350SE02GEO2024XII
Balança comercial do agronegócio brasileiro – 2000 a 2021
140
120 121
105
100
Bilhões de dólares
80
60
40
21
20
15 16
6
0
1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020 2022
CAMPOS, S.; GRUNDLING, R. Crescimento das exportações brasileiras e atendimento a novos mercados.
Disponível em: <www.embrapa.br>. Acesso em: 23 nov. 2023.
O texto sugere que o grupo étnico Koikoi tinha uma estrutura sociopolítica caracterizada pela
A. centralização político-administrativa.
B. impossibilidade de mobilidade social.
C. adoção do modelo de vida sedentário.
D. formação de alianças com outros povos.
E. organização hierárquica da comunidade.
Alternativa E
Resolução: Segundo o texto, “os khoi tiveram como acumular bens em pequena escala (e até em grande escala no que toca
ao rebanho), o que acarretou certa estratificação nas sociedades pastoris”, indicando, assim, uma organização hierárquica
da comunidade. Portanto, a alternativa E está correta. A alternativa A está incorreta, pois o texto afirma que “os khoi não
tiveram necessidade de criar uma verdadeira estrutura política, mas alguns deles exerciam uma relativa autoridade sobre
seu clã”, sugerindo a inexistência de uma centralização político-administrativa. A alternativa B está incorreta, pois o texto não
aborda o aspecto de impossibilidade de mobilidade social. Além disso, o texto menciona “quando começaram a se efetuar
trocas esporádicas com os navios europeus, alguns indivíduos adquiriram um poder pessoal considerável e se tornaram
proprietários de muitas cabeças de gado” revelando a possibilidade de ascensão social dos indivíduos. A alternativa C
também está incorreta, pois, de acordo com o texto, “como os bois podiam transportar bagagens, os khoi puderam fazer
tendas e levá-las consigo em vez de terem que construir novos abrigos cada vez que se deslocavam”, revelando um estilo
de vida nômade. Por fim, a alternativa D está incorreta, pois o texto não aborda o aspecto da formação de alianças com
outros povos.
QUESTÃO 54 LODL
295SE02FIL2024III
O dogmatismo é tido como toda e qualquer doutrina que afirma a possibilidade de que o homem possa conhecer
a verdade, estando ela inserida em um contexto metafísico ou não. A verdade (ou o dogma adquirido) não poderia ser
submetida a nenhum tipo de questionamento ou, ao menos, não poderia ser problematizada; seria, desse modo, perfeita,
absoluta, permitindo que o homem conhecesse a essência das coisas em si mesmas. Os dogmáticos, apesar do que se
pensa, são chamados assim não porque não apresentam argumentos os quais, de certa forma, comprovam suas teses,
pois estes o fazem de maneira, por vezes, muito convincente, mas são ditos dogmáticos pela precipitação que tiveram em
afirmar a filosofia na qual se enquadram como capaz de exprimir a verdade mesma das coisas.
AMORIM, J. D. É possível conhecer a verdade? Disponível em: <https://revistapandorabrasil.com>.
Acesso em: 13 dez. 2023 (Adaptação).
RAMOS, A.; WEBER, J. Nova Divisão Internacional do Trabalho e De acordo com o texto, o colapso do Império Romano do
terceirização: da centralidade da categoria trabalho à flexibilização
dos direitos trabalhistas. VIII Simpósio Iberoamericano em
Ocidente está relacionado, entre outros aspectos, à(s)
Comércio Internacional, Desenvolvimento e Integração Regional, A. ausência do Estado nos investimentos para proteção
Cerro Largo/RS, 2017. Disponível em: <www.uffs.edu.br>.
Acesso em: 22 nov. 2023 (Adaptação). territorial.
B. migrações de populações para o interior do território
A etapa da DIT abordada foi acompanhada do(a)
romano.
A. declínio do comércio mundial.
C. mudança da estrutura social vigente no Período
B. dispersão da produção industrial. Imperial.
C. isolamento das economias nacionais. D. dificuldades do governo em atender às demandas
D. enfraquecimento dos fluxos financeiros. sociais.
E. superação das disparidades tecnológicas. E. inexperiência dos agrupamentos militares do Exército.
QUESTÃO 57 JKQS
CALIBRADA_SOC
Em definitivo, esse direito tem na sociedade um papel análogo ao do sistema nervoso no organismo. De fato, este tem
por tarefa regular as diferentes funções do corpo, de maneira a fazê-las concorrer harmonicamente; ele exprime, assim,
naturalmente, o estado de concentração a que chegou o organismo, em consequência da divisão do trabalho fisiológico.
Por isso, pode-se medir, nos diferentes níveis da escala animal, o grau dessa concentração segundo o desenvolvimento do
sistema nervoso. Isso quer dizer que se pode igualmente medir o grau de concentração a que chegou uma sociedade, em
consequência da divisão do trabalho social, segundo o desenvolvimento do direito cooperativo com sanções restitutivas.
São previsíveis todos os serviços que esse critério nos prestará.
DURKHEIM, É. Da divisão do trabalho social. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
O texto demonstra que a teoria sociológica de Durkheim possui influências advindas do(a)
A. individualismo metodológico.
B. pensamento filosófico.
C. economia liberal.
D. ciência natural.
E. cultura política.
Alternativa D
Resolução: O texto-base ilustra uma comparação, feita por Durkheim, entre a divisão do trabalho fisiológico e a divisão
do trabalho social. É importante salientar que Durkheim foi o responsável por sistematizar a Sociologia como uma ciência
autônoma. Contudo, para o autor, a pesquisa em Sociologia deveria seguir alguns métodos que foram desenvolvidos pelas
ciências naturais. Assim, a alternativa correta é a D. A alternativa A é incorreta, dado que o individualismo metodológico
não possui eco na teoria de Durkheim. A alternativa B é incorreta, uma vez que o texto-base não discute questões ligadas
à Filosofia. A alternativa C é incorreta, visto que o texto-base não discute economia. Por fim, a alternativa E é incorreta,
já que o texto-base não debate questões referentes à cultura política da sociedade.
QUESTÃO 58 GY6K
150SE02HIS2024III
TEXTO I
Contra todos, os vassalos devem ajudar o senhor: contra os seus próprios irmãos, contra os seus filhos, contra os
seus pais.
LEHMANN, K. Das Langobardische Lehnrecht: Vulgata. II, 28, 4.
In: BLOCH, M. A sociedade feudal. Lisboa: Setenta, 2015.
TEXTO II
Se o meu senhor for morto, eu quero que me matem,
Se ele for enforcado, enforcai-me com ele,
Se ele for posto na fogueira, quero ser queimado,
E, se ele se afogar, lançai-me à água com ele.
ROUSSILION, G. In: BLOCH, M. A sociedade feudal.
Lisboa: Setenta, 2015.
QUESTÃO 61 J9JL
CALIBRADA_HIS
Na sequência das Guerras Pérsicas, foi criada em 477 a.C. a Liga de Delos, aliança naval constituída por Atenas e
diversas cidades do Egeu. [...] Para a manutenção de uma frota aliada, todos os membros deviam contribuir com navios e com
dinheiro ou, no caso dos estados mais pobres, apenas com dinheiro. Esses contributos, feitos uma vez por ano e recebidos
por funcionários atenienses, eram guardados no tesouro comum, em Delos. [...] Sendo a cidade mais poderosa, Atenas
impunha as leis na organização e controlava os votos no Conselho da Liga. Alguns membros da Liga tentaram abandoná-la,
mas foram impedidos por Atenas. Em 454 a.C., o tesouro e a sede da Liga foram transferidos para Atenas, a pretexto de
ameaça dos Bárbaros. Consequentemente, todos os assuntos relativos à Liga passaram a ser tratados na Assembleia
ou nos tribunais atenienses. [...] A maioria das cidades que a constituíam sentiam que tinham perdido a sua liberdade e o
resultado foram várias tentativas de revolta subjugadas por uma Atenas cada vez mais dura.
SANTA BÁRBARA, M. L. A guerra numa sociedade democrática em crise: Atenas no final do séc. V a.C. Revista da Faculdade de Ciências Sociais e
Humanas, n. 16, Lisboa, Edições Colibri, 2003, p. 133-139. [Fragmento adaptado]
De acordo com o texto, a criação da Liga de Delos, além de cumprir com seu objetivo na vitória contra os Persas, para
Atenas, se tornou um
A. unificador das cidades-estados gregas.
B. instrumento do imperialismo ateniense.
C. elemento causador do declínio ateniense.
D. instituidor da democracia nas pólis gregas.
E. determinador para a submissão espartana.
QUESTÃO 63 NPIQ
350SE02GEO2024IV
Uma das camadas internas da Terra é o núcleo. Ele é
dividido em duas partes, a interna, formada por ferro, níquel
e outros metais em estado sólido, e a externa, em que esses
elementos estão na forma líquida.
Disponível em: <https://super.abril.com.br>.
Acesso em: 10 nov. 2023 (Adaptação).
Igreja Positivista do Brasil – Templo da Humanidade.
Foto de PABON, V. Google Maps, ago. 2021.
A diferenciação entre as partes do núcleo decorre da
TEXTO II
A. variação da pressão interna.
Sua construção serviu como sede do apostolado
B. inércia dos materiais magmáticos.
positivista no Brasil e teve início em 1890, sendo concluída
C. homogeneidade da energia térmica.
em 1897. As concepções arquitetônicas e ornamentais
foram de Miguel Lemos e se consubstanciam em um D. movimentação das placas tectônicas.
manifesto da filosofia e da religião positivistas. A fachada E. influência das condições atmosféricas.
imita o Panthéon de Soufflot, em Paris, mas foram omitidos
os capitéis das colunas. O interior do templo segue Alternativa A
prescrições de Auguste Comte, com inúmeras referências Resolução: O núcleo interno é a camada mais profunda
ao ideário do catecismo positivista. No friso da fachada, da Terra, apresentando valores muito elevados de pressão
lê-se a máxima positivista: “O Amor por princípio, a Ordem e temperatura. No entanto, a alta pressão eleva os pontos
por base, o Progresso por fim”.
de fusão dos materiais, fazendo com que eles permaneçam
INEPAC. Templo da Humanidade. Disponível em:
em estado sólido. Assim, há uma diferenciação entre
<www.inepac.rj.gov.br>. Acesso em: 5 dez. 2023.
[Fragmento] o núcleo interno, sólido, e o núcleo externo, líquido.
QUESTÃO 64 Ø6VO
150SE02HIS2024XIII
Quase todo o litoral da América do Norte tornou-se, dessa maneira, possessão inglesa por volta do fim do século XVI.
Os meios empregados pelo governo britânico para povoar esses novos domínios foram de diferente natureza. Nesse caso,
o sistema consistia em dar a certo número de emigrantes o direito de se constituírem em sociedade política, sob o patrocínio
da mãe-pátria, e de se governarem eles próprios em tudo o que não era contrário às leis desta. Esse modo de colonização
só foi posto em prática na Nova Inglaterra.
TOCQUEVILLE, A. A democracia na América. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
[Fragmento adaptado]
O texto reforça um aspecto da colonização inglesa da América, notadamente da Nova Inglaterra, vinculado à
A. dependência econômica em relação à metrópole.
B. influência de princípios religiosos protestantes.
C. existência de uma relativa autonomia política.
D. ruptura com o governo monárquico inglês.
E. construção de uma sociedade igualitária.
Alternativa C
Resolução: O texto afirma que, no caso da Nova Inglaterra, o sistema empregado pelo governo britânico “consistia
em dar a certo número de emigrantes o direito de se constituírem em sociedade política, sob o patrocínio da
mãe-pátria, e de se governarem eles próprios em tudo o que não era contrário às leis desta”, o que reforça a relativa
autonomia gozada pelos colonos da região, comumente conhecida como self-government. Portanto, a alternativa C
está correta. A alternativa A está incorreta, pois, com a chamada negligência salutar, a Nova Inglaterra também
gozava de relativa autonomia econômica. A alternativa B também está incorreta, pois, embora os emigrantes ingleses
fossem, em sua maioria, adeptos de religiões protestantes, esse não é um aspecto trabalhado no texto. A alternativa D
está incorreta, pois, embora gozassem de relativa autonomia, as colônias inglesas na América mantiveram uma submissão
à Coroa inglesa. Por fim, a alternativa E está incorreta, pois a ideia de igualdade não está presente no texto. Além disso,
as organizações coloniais inglesas não se pautaram na igualdade social.
QUESTÃO 65 EO7L
350SE02GEO2024II
DISTORÇÃO
MORATO, R. Projeções. Disponível em: <https://edisciplinas.usp.br>. Acesso em: 22 out. 2023 (Adaptação).
QUESTÃO 66 2GC4
CALIBRADA_HIS
A primeira roupa de que a América se travestiu, aos olhos do europeu, foi dada por Colombo através da palavra
Índias. Colombo pensou ter chegado às Índias, e, portanto, tudo o que viu correspondia a um indício capaz de comprovar
sua hipótese [...]. Colombo se esquiva de analisar a flora americana, pois não podia identificá-la com a flora das Índias
ou das Moluscas. [...]. O seu imaginário era regido por inúmeras informações, trazidas por viajantes (como Marco
Polo) que gostavam de contar suas façanhas, sem que os interlocutores estivessem interessados em pedir provas.
O prazer de produzir uma narração, de acordo com as suas expectativas, construídas bem antes da viagem, era superior
à sua capacidade de descrever um continente desconhecido.
SILVA, J. T. Revista de História Brasileira. Disponível em:
<www.anpuh.org>. Acesso em: 27 out. 2016 (Adaptação).
O texto sugere uma incapacidade de Cristóvão Colombo de descrever as terras do Novo Mundo, uma vez que, para o
navegador genovês, a “descoberta” da América
A. significava uma conquista inacreditável para o europeu dotado de conhecimentos limitados.
B. precisava legitimar aquilo que ele e seus contemporâneos europeus imaginavam.
C. confrontava com o seu projeto baseado no conhecimento pré-existente das novas terras.
D. fundamentava o discurso dos viajantes acerca das características das terras encontradas.
E. invalidava a existência do paraíso terrestre ambicionado desde os tempos medievais.
Alternativa B
Resolução:
A) A “descoberta” da América não foi considerada “inacreditável” por Colombo – que era dotado de conhecimentos
revolucionários para a época –, uma vez que ele idealizava esse território, mas sob a roupagem das Índias.
B) A América incorporou-se ao imaginário de Colombo e de outros europeus com uma série de atributos que já haviam
sido delegados ao Novo Mundo muito antes do seu “descobrimento”. Desse modo, Colombo buscou descrever as novas
terras com base nos relatos medievais sobre as Índias e no imaginário europeu, procurando associar tudo o que via ao
Oriente. No entanto, quando ele se deparou com características que não condiziam com o território que imaginara ter
encontrado (como a flora americana), preferiu não se expressar.
C) O projeto de Colombo era baseado no conhecimento preexistente do Oriente, não das novas terras, isto é, da América.
D) A flora americana é um exemplo apresentado no texto de que a “descoberta” do continente não fundamentava os viajantes
europeus, como Marco Polo.
E) Para Colombo, as terras encontradas representavam o Paraíso Terrestre, apesar de esse “paraíso” apresentar algumas
características divergentes dos relatos que inspiraram o navegador.
QUESTÃO 67 9VUC
350SE02GEO2024VII
Localizada entre os limites das Placas Tectônicas Norte-Americana e da Eurásia, a Islândia é uma ilha formada por
erupções vulcânicas que aconteceram cerca de 24 milhões de anos atrás. Os limites das placas marcam a formação da Dorsal
Mesoatlântica, que consiste na maior cadeia de montanhas submarinas do mundo, chegando a medir 65 mil quilômetros
de extensão. A cadeia montanhosa é composta por basaltos, provenientes das erupções vulcânicas.
Disponível em: <www.megacurioso.com.br>.
Acesso em: 10 nov. 2023 (Adaptação).
QUESTÃO 70 8QDC
350SE02GEO2024XI
Uma das muitas palavras-chave que circularam durante o Fórum Econômico Mundial de 2022, em Davos, na Suíça, foi
“fragmentação”, considerada por economistas como uma força que pode ter consequências devastadoras. Por “fragmentação”,
eles estão se referindo a um colapso do tipo de comércio e investimento livre e transfronteiriço que definiu a ordem econômica global
nas últimas três décadas. É uma forma de desglobalização – reconstruindo cercas em torno de “feudos” nacionais ou regionais.
“A fragmentação é a sensação de que podemos ter economias se protegendo um pouco mais internamente,
e isso pode desacelerar as coisas”, disse Josh Lipsky, diretor do Centro de Geoeconomia do Atlantic Council.
MORROW, A. Globalização está se desfazendo e isso é um sinal de alerta, dizem especialistas. CNN Business, maio 2022.
Disponível em: <www.cnnbrasil.com.br>.
Acesso em: 21 nov. 2023 (Adaptação).
QUESTÃO 71 B82Z
CALIBRADA_HIS
Imagine-se uma cidade no México colonial. Lá todos são católicos e só encontramos igrejas católicas. Em toda a colônia
a missa é rezada com o mesmo ritual romano, na mesma língua e por um grupo que, em traços gerais, teve uma formação
semelhante: os padres. Todo o ensino está nas mãos da Igreja e a noção de Deus é imposta como igual por toda a colônia.
As diversidades são consideradas crime e a heresia, punida com a Inquisição. Judeus e protestantes são queimados.
O oposto ocorre nas aldeias e cidades das colônias inglesas. [...] Unidade? Genericamente, todos acreditam em Jesus.
Daí por diante o caleidoscópio muda de forma com grande variação.
KARNAL, L. História dos Estados Unidos: das origens ao século XXI. São Paulo: Contexto, 2007.
E. limitação do cognitivo animal na compreensão dos Resolução: A Linha Internacional de Data (LID) trata-se
acontecimentos. de uma linha imaginária situada nos extremos leste e
Alternativa C oeste do planeta. Ela é irregular, mas foi traçada com base
na localização do Antimeridiano de Greenwich, que é o
Resolução: A história do cão de Tóquio retrata como
meridiano que está no lado oposto, ou seja, a uma distância
o ser humano tende a antropomorfizar as ações dos
longitudinal de 180° do meridiano inicial (0°). A LID marca
demais animais a partir de seus próprios padrões morais
onde ocorre a mudança de data no planeta. Ao ultrapassar
e afetivos. O cão fora condicionado por seu dono a
a LID rumo ao Hemisfério Ocidental, deve-se alterar a data
desempenhar um comportamento determinado padrão
para o dia anterior. Ao ultrapassá-la rumo ao Hemisfério
que fora repetido pelo cachorro mesmo após sua morte.
Oriental, deve-se adiantar um dia. As localidades citadas
No entanto, as pessoas identificaram tal comportamento
a partir do prisma da relação afetiva e da lealdade do no texto estão próximas à LID, sendo que Samoa está no
canídeo com seu dono. Desse modo, a alternativa correta Hemisfério Oriental e Samoa Americana está no Hemisfério
é a C. A alternativa A está incorreta, já que o caso colabora Ocidental, o que explica a diferença de 24 horas em seus
para os argumentos que defendem certo determinismo fusos. As alternativas A, B e C estão incorretas, pois
dos animais não humanos. A alternativa B está incorreta, indicam linhas horizontais traçadas sobre o globo, ou seja,
posto que o enunciado pergunta sobre o debate filosófico. paralelos. Estes são usados para determinar a latitude de
Além disso, as primeiras e as últimas linhas do texto- uma localidade, que se trata da sua distância em graus em
-base delimitam que a questão trabalhada por ele é a relação à Linha do Equador (0°). Já as diferenças horárias
da antropomorfização da natureza. A alternativa D está sobre a superfície são definidas com base nos meridianos,
incorreta, já que não há uma especulação sobre o mundo linhas verticais, usadas para determinar a longitude, que
sensível. Este é usado somente como exemplificação corresponde à distância em graus em relação ao Meridiano
para uma ideia. A alternativa E está incorreta, pois o que de Greenwich (0°). A alternativa D está incorreta, pois as
se busca elucidar é um elemento da natureza humana localidades citadas no texto estão próximas à LID. Portanto,
por meio da comparação com o comportamento animal. estão muito distantes do Meridiano de Greenwich.
frequentemente a políticas diferentes ou mesmo opostas. Uma evidência que auxiliou Wegener na elaboração da
Aparentemente, o equilíbrio dos vários mudava com os teoria apresentada foi o(a)
tempos e com os lugares.
A. estabilidade dos abalos sísmicos.
HESPANHA, A. M. A constituição do Império Português: revisão de
alguns enviesamentos correntes. In: BICALHO, M. F.; FRAGOSO, J.; B. encolhimento do assoalho atlântico.
GOUVÊA, M. F. (org.). Antigo Regime nos trópicos: a dinâmica
imperial portuguesa, séculos XVI-XVIII. Rio de Janeiro: C. comportamento do campo magnético.
Civilização Brasileira, 2001. [Fragmento adaptado] D. escassez de similaridades arqueológicas.
De acordo com o texto, as Grandes Navegações E. complementariedade dos formatos continentais.
portuguesas foram marcadas pela
Alternativa E
A. fortificação relacional entre as autoridades religiosa e
Resolução: Uma das evidências em que se baseou a Teoria
secular.
da Deriva Continental, elaborada por Alfred Wegener no início
B. debilidade estatal na condução da empreitada
marítima. do século XX, foi a complementariedade entre os formatos
continentais da costa leste da América do Sul e da costa
C. transformação imposta pelos avanços técnico-
-científicos. oeste da África, indicando que, no passado geológico, essas
D. atuação direcionada ao atendimento dos interesses massas continentais estavam unidas. A alternativa A está
dos diversos grupos. incorreta, pois a crosta terrestre é vulnerável à ocorrência
E. superioridade expansionista com a localização de abalos sísmicos, não havendo uma estabilidade.
geográfica privilegiada. Além disso, Wegener não dispunha de informações
Alternativa D sobre processos endógenos, como a movimentação das
placas tectônicas, que são causadores desses abalos.
Resolução: O texto aponta a existência de uma série de
A alternativa B está incorreta, pois o movimento divergente
fatores, de diferentes dimensões (religiosas, políticas,
econômicas, sociais), utilizados para justificar a expansão, entre placas tectônicas causa a expansão do assoalho
que demandaram do Estado a adoção de diferentes atlântico. Além disso, como já mencionado, na época da
políticas, sugerindo uma preocupação em responder elaboração da Teoria da Deriva Continental, não havia um
aos interesses de diferentes grupos sociais. Portanto, conhecimento sobre a dinâmica das placas tectônicas.
a alternativa D está correta. A alternativa A está incorreta, A alternativa C está incorreta, pois o comportamento
pois, ainda que tenha sido um fator fundamental para do campo magnético não tem relação com a deriva
a expansão marítima portuguesa, o texto não aborda a continental. Além disso, as evidências usadas por Wegener
relação entre a Coroa portuguesa e a Igreja Católica. foram a respeito do encaixe entre blocos continentais,
A alternativa B está incorreta, pois, embora saliente os da distribuição de fósseis e de dados paleoclimáticos.
desafios enfrentados para conciliar os diferentes interesses,
A alternativa D está incorreta, pois uma evidência em que
o texto não indica uma debilidade estatal na condução
se baseou a Teoria da Deriva Continental foi a presença de
do processo de expansão marítima. A alternativa C está
fósseis das mesmas espécies em diferentes continentes,
incorreta, pois, embora o desenvolvimento técnico-científico
tenha contribuído para as Grandes Navegações, esse não é indicando que, no passado geológico, eles estavam unidos.
um aspecto abordado pelo texto. Por fim, a alternativa E está QUESTÃO 80 XKTX
incorreta, pois, ainda que a posição geográfica privilegiada 352SE02SOC2024I
Em 1986, Portugal passava a fazer parte da União
tenha contribuído para a expansão marítima portuguesa,
Europeia (à época, CEE), o que aproximava a nação ibérica
o texto também não aborda esse aspecto.
desse bloco, tornando-se, ainda mais, um destino para
QUESTÃO 79 J3HØ migrantes do continente antigo em busca de nova residência.
350SE02GEO2024VI
Segundo a Teoria da Deriva dos Continentes, existe Portugal passou a acolher nacionalidades de origens
um movimento, ainda que imperceptível, dentro de nossa distintas e, como o domínio de um novo idioma é um dos
vivência de tempo, que faz os continentes se deslocarem anseios comuns aos migrantes, ao lado da empregabilidade
lentamente. Essa teoria foi proposta em 1912 pelo alemão e do acesso à moradia, passou-se a falar, ainda nos anos
Alfred Wegener (1880-1930). de 1990, sobre o conceito de língua de acolhimento.
B. inserção precária dos nativos no mercado de trabalho. Resolução: O texto afirma que “os arqueólogos hoje estão
convencidos de que a direção desta influência nem sempre
C. coesão social dos migrantes na sociedade portuguesa.
foi exercida do México Central para as terras baixas maias”
D. segregação simbólica dos viajantes na vida cotidiana.
e que “cada centro urbano não é uma cópia dos demais,
E. benefício patronal dos empregadores na exploração mesmo estando em áreas vizinhas e possuindo a mesma
proletária. tradição”, indicando que, diferentemente dos astecas e dos
Alternativa C incas, os maias não construíram um grande império, mas
Resolução: O texto relata a experiência migratória cidades, independentes entre si, ou seja, tinham governos
que Portugal sofreu no decorrer das décadas de 1980 e leis próprios, e, por isso, chamadas de cidades-estados.
e 1990, ressaltando a importância que o domínio da Portanto, a alternativa E está correta e as alternativas C e D
Língua Portuguesa representava na melhor integração e estão incorretas. A alternativa A também está incorreta,
socialização dos imigrantes. Analisando o excerto a partir pois, por serem independentes, isto é, não responderem a
da perspectiva do sociólogo Émile Durkheim, o idioma é um poder central, não havia uma ordem hierárquica entre
um elemento importante na coesão social dos migrantes na as cidades. Por fim, a alternativa B está incorreta, pois o
sociedade portuguesa, portanto, a alternativa C é a correta. texto não relaciona a organização político-administrativa a
A alternativa A está incorreta porque o idioma não está aspectos religiosos.
ligado ao estado de bem-estar dos europeus na Península
Ibérica. As alternativas B e D estão incorretas porque, QUESTÃO 82 59TL
150SE02HIS2024XI
de acordo com o texto, o domínio do idioma seria uma O controle era, direta ou indiretamente, estabelecido
maneira de facilitar a vida dos migrantes, não o contrário. por um poder central, representado na figura de governante,
A alternativa E está incorreta porque o texto não deixa designado pelo termo “mansa”. Este era tido como o líder
explícito que o idioma seja usado como benefício patronal supremo, o executor das decisões coletivas e o aplicador
aos empregados. da justiça. O mansa era o representante máximo dos
costumes ancestrais da comunidade, e mesmo que em
QUESTÃO 81 SRHO
150SEM12HIS2024XIII sua corte alguns tivessem adotado a crença muçulmana,
As cidades maias, bem como outras da região do a população continuava a praticar seus ritos e cultos
Golfo do México, teriam ocupado o vácuo provocado tradicionais politeístas. Havia na corte espaço para os
pelo declínio de Teotihuacán. As mercadorias e ideias eruditos das mesquitas, conhecedores do Corão e da lei
provavelmente continuaram a ser compartilhadas. corânica, e espaço para os djeli, ou griots, os conhecedores
Os arqueólogos hoje estão convencidos de que a direção e transmissores dos costumes seculares próprios das
desta influência nem sempre foi exercida do México
populações locais.
Central para as terras baixas maias. Hoje, os arqueólogos MACEDO, J. R. História da África.
São Paulo: Contexto, 2015. [Fragmento adaptado]
reconhecem a complexidade do mundo clássico maia.
Cada centro urbano não é uma cópia dos demais, mesmo O texto reforça uma característica da organização
estando em áreas vizinhas e possuindo a mesma tradição. sociopolítica do reino do Mali identificada no(a)
Os recursos locais eram distintos, implicando que as
A. favorecimento das religiões monoteístas.
culturas variaram regionalmente, mas possibilitaram uma
rede de comércio local através de mercadorias, gêneros B. fomento aos laços de solidariedade.
alimentícios e artigos de elite. C. aculturação dos povos dominados.
NAVARRO, A. G. A Civilização Maia: contextualização historiográfica D. supressão das hierarquias sociais.
e arqueológica. História, São Paulo, v. 27, n. 1, p. 362-363, 2008
(Adaptação). E. respeito à diversidade cultural.
SANTOS, M. Metamorfoses do espaço habitado. Segundo o historiador Pedro Paulo Funari, a propagação
São Paulo: Hucitec, 1998. do cristianismo em Roma foi favorecida pela
Na perspectiva do texto, o conceito abordado é definido A. instabilidade do Império Romano Ocidental.
como a dimensão do espaço apreendida através da B. conversão dos imperadores ao catolicismo.
QUESTÃO 88 JEU3
150SE02HIS2024IV
No século XVI, os Estados funcionavam, principalmente, como grandes agentes financeiros, sustentando suas
ações por meio da arrecadação de impostos, pela venda de cargos, pelo confisco de bens e pela cessão, por lucrativos
contratos temporários, de privilégios e monopólios, como os relativos à navegação. Até que os Estados se tornassem
os principais empreendedores do século XVI, cada caso “nacional” teve características, tempo e ritmo próprios, o que
também desaconselha traçar qualquer modelo de Estado, embora isso não impeça que apontemos, sumariamente, seus
principais elementos formadores, quais sejam: um sistema legal unificado, uma burocracia de funcionários especializados
para elaborar e fazer cumprir as normas, além de um exército permanente – tudo isso mantido à custa dos impostos e dos
outros mecanismos de arrecadação já referidos.
MICELI, P. História moderna. São Paulo: Contexto, 2016 (Adaptação).
De acordo com o texto, os Estados Nacionais modernos europeus caracterizaram-se, entre outros aspectos, pela
A. legitimação do poder pela religião.
B. ampliação da participação política.
C. manutenção de privilégios feudais.
D. sustentação financeira da nobreza.
E. criação de um aparelho administrativo.
Alternativa E
Resolução: De acordo com o texto, os principais elementos formadores dos Estados Nacionais modernos europeus eram
“um sistema legal unificado, uma burocracia de funcionários especializados para elaborar e fazer cumprir as normas, além
de um exército permanente – tudo isso mantido à custa dos impostos e dos outros mecanismos de arrecadação”, o que só
foi possível com a centralização político-administrativa na figura do rei e a criação de um aparelho administrativo. Portanto, a
alternativa E está correta. A alternativa A está incorreta, pois, apesar de, em vários casos, teorias de cunho religioso tenham
sido empregadas para legitimar os modelos políticos adotados nesses Estados, elas não estão relacionadas aos aspectos
apresentados no texto. Contrariamente ao indicado na alternativa B, com a formação dos Estados Nacionais, não houve
ampliação da participação política. A alternativa C está incorreta, pois, embora os privilégios feudais da nobreza tenham
sido preservados com a formação dos Estados Nacionais, os elementos do texto não se vinculam a esse aspecto. Por fim,
a alternativa D está incorreta, pois foi a burguesia quem apoiou financeiramente o processo de organização dos Estados
Nacionais europeus, no início do período moderno, em troca, por exemplo, de privilégios e monopólios. Além disso, esse
aspecto não está presente no texto.
faculdade que os seres humanos têm para exercer sua sociedade francesa do Antigo Regime não se fundamenta
autodeterminação. A alternativa E está incorreta, já que, em suas realizações, ou seja, em sua capacidade de
embora o texto mencione o direito de receber um tratamento atuação ou em talentos individuais. Por fim, a alternativa E
digno, este não se restringe apenas aos direitos mínimos está incorreta, pois, mais do que o prestígio familiar, é
individuais. A capacidade de autodeterminação vai além preciso que o indivíduo seja estimado pelo rei e tenha uma
disso, envolvendo a própria essência da natureza humana. avaliação positiva da própria corte.