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Nie E EO Te) Observe as imagens e leia o texto a seguir, escrito por um egiptélogo. Professor: eo era esvanho ao unerso aos anigs gis a ein 9 muleros om fungbes como a de adminsraora, sare © rata; lgumas dla chogaram inclusive 2 ‘oupa 0 poo de fara, mao: ds sociedade Ego antigo. Hatchepau, 5 aad a 18° dati, reins por 15 nase ol ume das ais bem suceldas neste elevado cage p> As duas imagens sio da mesma pessoa, 2 mulher- -faraé Hatchepsut, que governou 0 Egito efetivamente entre 1498 ¢ 1483 aC. Ela é vista pelos egiptologistas como um dos farads que mais obteve sucesso durante seu reinado. Hatchepsut, uma mulher-faraé Hatchepsut é uma das vedetes da historia egipcia. [... 0 “dossié Hatchepsut” contém um certo mimero de documentos que permitem re- constituir alguns dos episédios da aventura daquela que foi uma grande esposa real, regente, e depois Farad. Contrariamente a uma ideia preconcebida, Hatchepsut nao foi nem a primeira nema tnica mulher Faraé, inscreve-se numa linhagem de mulheres no poder cuja estatura politica nao chocava os egipcios. Se a notoriedade de Hatchepsut eclipsou a das regentes e das mulheres-farads que a precederam, isso deveu-se a du- ragio do seu reinado e & relativa abundancia de documentagio arqueolégica referente & mesma. [...] SACO, Chistian. As egcias: retratos de mulheres do Egitofarabnico, Rio de Janeito: Bertrand Brasil, 2002. p. 73-74. » 0 contetido desse texto é novidade para vocé? » Vocé conhece pessoas que aderiram a egiptomania? » Os antigos egipcios criaram uma civilizagao fascinante entre dois desertos. Mais de seis mil anos depois, ela continua inspirando obras e ditando modas, ‘inclusive no Brasil. 0 que vocé sabe sobre ela? CAPITULO 4 | AFRICA ANTIGA: EGITOE NUBIA 63 DIALOGANDO Oque se pode concluir observando 0 grafico? coxa, NT rir junto enverbo, ‘as gas oie Wo ‘comegavam asi, no iii de rover, retenya 9 ae Neste capitulo vamos FET EyAETTRT estudar duas civilizagoes < que floresceram nas mar- gens do rio Nilo: a egipcia ea nibia. Haste Bae Embora esteja situado no nordeste do continente africano, 0 Egito quase nunca é associado & Africa, “@ Fort: MOKHTAR, Gamal (E.). Histra geral da Aen: Arca antiga, 2. ed rains Unesco, 2010.2. p 216 Por volta de 5000 a.C., os habitantes das margens do Nilo aprenderam a ca- nalizar ¢ direcionar as aguas desse rio e deram inicio a pratica da agricultura e do pastoreio em volta de suas aldeias. Com base na observacao da natureza, criaram um calendério que dividia o ano em trés estacGes de quatro meses: periodo das cheias, da semeadura e da colheita. Todos os anos, entre junho e novembro, chuvas torrenciais caiam sobre a nascente do rio Nilo e ele, entao, transbordava, inundando suas margens. A partir de novembro, as aguas do rio regressavam ao seu leito deixando as terras cobertas por uma rica camada de hiimus (substancia lodosa composta de restos animais e vegetais), que funcionava como adubo natural preparando a terra para o cultivo. A terra fer- tilizada pelo hémus era semeada e, entre abril e junho, ocorriam as colheitas. Observe o grafico abaixo. 7 0 regime do rio Nilo 25 20 6 jun jul. ago. set. ut. nom dex. jam, fev. «mar. abe. malo Fonte da pesquisa: CASSON, Lionel. 0 antigo Egito. Rio de Janelto: José lympio, 1959. p. 34 G4 _UNIDADE 2 | CIDADES: PASSADO E PRESENTE 0 Império Egipcio Por meio de disputas e/ou aliancas para conseguir terra e poder, as aldeias das margens do Nilo foram se agrupando em nomos, unidades ad- ministrativas chefiadas por nomarcas. A divisdo do territério egipcio em nomos permanece por toda a historia do Egito antigo. As lutas e/ou aliancas entre os nomarcas levaram a formacao de dois grandes reinos: o Alto Egito, localizado no sul, e o Baixo Egito, situado no norte. Esses reinos permaneceram separados até por volta de 3100 a.C., quando, segundo a tradicdo, um personagem chamado Menés, rei do Alto Egito, conquistou o Baixo Egito e fundou o Império Egipcio. Menés se tor- nou 0 primeiro faraé (modo como os antigos egipcios chamavam o rei) e o fundador da primeira dinastia (sucessao de reis de uma mesma familia). Tinha inicio, assim, 0 Império Egipcio. A hist6ria politica do Império Egipcio costuma ser dividida em trés pe- riodos entremeados pelos “periodos intermedidrios”, caracterizados pelo enfraquecimento do poder dos faraés (descentralizagao). Esse enfraqueci- mento decorria geralmente da desorganizacao do Estado, de revoltas contra impostos abusivos e de lutas internas entre os nomarcas. Observe a linha do tempo abaixo. Unificagao do Egito 3100a.C. 2680. 2180ac. 2040. z Perfodo 3 Prey ena i ‘bservacdo: nesta obra, por questi de espaco, as linhas do tempo nio obedecem a uma escala 0 Antigo Império Durante esse periodo, o territério egipcio esteve dividido em 42 nomos, administrados por nomarcas que deviam obediéncia aos faraés reinantes. Inicialmente, a capital era Tinis; a partir da terceira dinastia passou a ser Ménfis, cidade construida no delta do rio Nilo, especialmente para este fim. 0 Antigo Império foi um periodo de relativa estabilidade politica e de pros- peridade econémica. Parte da riqueza proveniente dos impostos recolhidos pelo Estado foi usada para construir as colossais piramides na cidade de Gizé: Quéops, Quéfren e Miquerinos (nome de poderosos farads do Antigo Império).. Quéops, a mais alta e volumosa das piramides, tinha ao ser construida 146 metros de altura, o equivalente a um prédio de 48 andares. A pird- mide de Quéfren tinha 135 metros, e a menor, a de Miquerinos, possuia 66 metros. Dentro das piramides colocavam-se pinturas, esculturas e um CAPITULO 6 | AFRICA ANTIGA: EGITO E NUBIA stétua de Ramsés Il (1279- 4213 a.C), fared da 19 dinastia,sentado em frente a um dos portées do Templo de Luxor, no Egito. Conquista persa 656... 525 aC. aoe prea ary Nomos: espécie de provincia, cujos habitantes adoravam © mesmo deus fe sequiam os mesmos ritos. Os nomarcas (administradores ‘dos nomos)tinham ‘autonomia (maior ou menot) conforme 0 poder do fara6 reinante. Imposto: ro Egito antigo, os impostos eram pagos na forma de produtos que ‘ram armazenados nos celeiras do Estado. 65 Esfinge piramide de Quefren, em Gizé, sito, fotografia de 2012, sem-nimero de objetos destinados a acompanhar o faraé na outra vida. Alguns analistas consideram que a arte egipcia é, em grande parte, marcada pela expec- tativa da vida apos a morte. Essas piramides que tm nomes de faraés seriam uma prova de que a vida para os egipcios era, entre outras coisas, uma preparacao para a eternidade. O texto a seguir 6 da professora Margaret Bakos, Ph.D. em Egiptologia. Leia-o com aten¢ao: A esfinge egipcia [...] possui corpo de leao, mas a cabeca pode ser tanto humana quanto de algum animal. Esculpidas em monélitos de varios tamanhos, eram consagradas a Amon ou RA, guardides dos templos e dos timulos, simbo- lizando poder, sabedoria e eternidade. Na cons- truco antropozoomérfica, representa a uniao entre a realeza e a invencibilidade do ledo e a personalidade humana, evidenciada na expres- so serena, mas austera, do rosto da esfinge. Obra do faraé Quéfren (3098 a.C), restaurada na 18* dinastia por Tutmés IV, a esfinge de Gizé é, sem diivida, a maior e mais conhecida de todas. Entre as patas do imenso corpo de ledo, havia um templo subterrdineo, onde os ordculos se reuniam. BBAKOS, Margaret. Egiptomania: © Egito no Brasil. Sdo Paulo: Pars Editorial, 2006. p. 49. 0 Médio Império Por volta de 2040 a.C., os governantes da cidade de Tebas tomaram o poder e reunificaram o Egito, dando inicio ao Médio Império, um periodo de grande britho da civilizagdo egipcia. 0s faraés desse periodo incentivaram a atividade cultural e econdémica, intensificando seu comércio com a Nibia, regiao situada ao sul, rica em minerais e habitada por povos negros. Durante o Médio Império, o governo egipcio ordenou a construcao de um palacio (0 Labirinto) e do lago Méris, um enorme reservatério. Depois, disputas pelo poder entre os préprios egipcios en- fraqueceram o Estado, facilitando a penetracao dos hicsos, povo da Asia central que invadiu o Egito por volta de 1750 a.C. e o dominou por cerca de 170 anos. 0 Novo Império 0 Novo Império se iniciou com a vitéria sobre os hicsos e a reunificacao do Egito. Apés constituir um poderoso exército formado por infantaria e cavalaria e apoiado por carros de guerra, os egipcios conquistaram o Reino de Kush, na Nabia, ao sul, a Fenicia, a Palestina e a Siria, a nordeste, e estenderam seu domi- rio até o rio Eufrates, na Mesopotamia, a leste. Dai, 0 Egito estabeleceu um lu- crativo comércio com todas essas regides e com a ilha de Creta. 0 controle sobre 66 _UNIDADE 2 | CIDADES: PASSADO E PRESENTE rotas comerciais ¢ povos rendeu aos egipcios riquezas enormes, como testemunham os tem- plos de Luxor e Karnak, erguidos na cidade de Tebas, capital do Egito na época. Jé a maio- ria da populacao vivia oprimida por impostos abusivos e trabalho forgado, 0 que ocasionou uma série de revoltas contra o poder faraéni- co. Essas revoltas somadas as disputas inter- nas e a reacdo dos povos dominados levaram a0 enfraquecimento do Estado que, em 525 a.C,, foi conquistado pelos persas. A partir de entao, 0 Egito foi dominado por varios outros povos: gregos e romanos, na Antiguidade; arabes muculmanos, na Idade Média; e britanicos, no século XIX. Somente em 1922 o Egito voltou a ser independente. : i i i i A vida social no Antigo Egito Na sociedade egipcia, 0 individuo geralmente nascia e morria dentro do mesmo grupo social, ou seja, era uma sociedade rigidamente estratificada e com pouca mobitidade social. 0 faraé, considerado pelos egipcios um “deus vivo”, era a maior au- toridade administrativa, religiosa e militar do império. Era também dono de quase todas as terras, possufa muitos funcionarios e recebia enorme quantidade de impostos. Sua figura era to respeitada que os siditos nao podiam chamé-lo pelo nome; entao se dirigiam a ele de forma indireta, chamando-o de fara6, que quer dizer “casa-grande” ou “casa real’. [I Altos funcionarios e sacerdotes Abaixo do faraé estavam os altos funcionarios do governo (vizir e escribas, por exemplo) e os sacerdotes. 0 vizir, que depois do fara6 era o que tinha maior autoridade no ‘império, supervisionava a policia, a justica e a cobranca de impostos; J4 08 escribas trabalhavam para o Estado, os templos e o Exército. Para se tomar um escriba frequentavam escolas especiais, onde aprendiam cAlculo, leitura e escrita, e com isso conseguiam controlar os impostos arrecadados, os rebanhos, as areas cultivadas e a safra do ano; enfim, toda a vida econdmica do Egito antigo. Os sacerdotes, por sua vez, ocupavam-se dos servicos religiosos e geriam os templos. Eles constituiam um grupo poderoso e rico; sua ri- queza vinha das terras que possuiam e das oferendas feitas aos deuses nos templos sob sua direcao; tinham, além disso, milhares de traba- thadores a seu servico. vista aérea do Templo de Luxor eda Mesquita de ‘Abu elsHaggag, em Tebas, Egito, 2020. Ao fundo, vé-se 0 to Nilo, al Dica! Documentario biogritico sobre Ramsés I. [Duragéo: 43 minutos]. Acesse: ‘. Estatua de um escriba sentado, pintada em calcério e pertencente a @dinastia, CAPITULO 4 | AFRICA ANTIGA: EGITO E NUBIA 67 Artesdos, comerciantes e militares Os artesdos egipcios fabricavam e coloriam o vidro (acredita-se que eles foram os inventores do vidro); com 0 couro faziam calcados, escudos, assentos; com o papiro confeccionavam cordas, esteiras, sandatias e papel; com 0 bronze faziam armas, alavancas, cunhas, parafusos, talhadeiras e serras eficientes. Confeccionavam também tecidos, com destaque para os de linho, além de vasos, esculturas, pinturas e joias de ouro e pedras pre- ciosas conhecidas em todo 0 mundo antigo. Com as conquistas e a expanso do comércio durante o Novo Império, aumentou muito o ndimero de comerciantes. Carregados de trigo, linho Papiro, os barcos egipcios saiam do porto de Ménfis (no delta do Nilo) e ‘iam até a ilha de Creta, a Palestina, a Fenicia e a Siria. Na Fenicia, os egip- cios iam buscar 0 cedro, madeira preciosa que utilizavam para fazer casas, caixdes mortuarios, navios, carruagens, esculturas e brinquedos variados. Os fenicios, por sua vez, exportavam para outros lugares 0 papiro que adquiriam do Egito. 0 comércio externo era feito pelo mar Mediterraneo e pelo mar Vermelho. 0 comércio interno era feito pelo rio Nilo; as trocas eram in natura, isto é, produto por produto, ja que os egipcios nao desen- volveram 0 uso de moeda. As trocas aconteciam, geralmente, nos mercados das cidades portuérias egipcias, como Ménfis. 0 grupo dos militares se fortaleceu durante as guerras de conquista que 0 Egito antigo moveu contra seus vizinhos. A maioria deles lutava em troca de terras e de outras riquezas tomadas dos vencidos. psa. ses Epon Ca Fats feos Ate one VEE eos Camponeses e escravos uo, om artes A atividade econémica que ocupava o maior nlimero de pessoas e vidros, de um dos sto anti . . tutes barss gacosos "0 Egito antigo era a agricultura. Os camponeses, chamados no Egito com 0$ quais 0s egipcios antigo de “felas”, constituiam a maioria da populacao e trabalhavam deslizavam pelo rio muitas horas por dia. Cultivavam principalmente o trigo, usado para Nilo levando e trazendo i dl s fazer pes e bolos, e a cevada, usada na fabricacao da cerveja. Além disso, eles realizavam todo tipo de servic nas propriedades dos faraés, dos sacerdotes e dos altos fun- ciondrios publicos, como arar, semear, plantar e colher; afugentar animais e ladrées; transportar produtos; construir mercadorias. i ita deere 1 soot fossa a p> O camponés ara o campo com a ajuda de uma junta de bois, enquanto sua esposa o segue lancando sementes & terra. Atribui- -se aos egipcios a invencio do primeiro arado puxado por boi, por volta de 3100 a.C. GB _UNIDADE 2 | CIDADES: PASSADO E PRESENTE e consertar moradias. A qualquer momento eles podiam ser convocados pelo Estado para trabalhar em obras pablicas, como, por exemplo, es- tradas, reservatérios, canais e piramides. Apesar disso, os camponeses viviam em mas condicées, pois, além de entregar ao senhor da terra parte da colheita, tinham de pagar pesados impostos ao Estado. Os escravos, obtidos geralmente nas guerras de conquista, eram utilizados em servicos pesados como o trabalho nas pedreiras, nas minas e na construcdo de grandes obras, como as piramides. Religiao A religido estava presente tanto na vida pablica quanto na vida privada dos antigos egipcios; e eram comuns as oferendas aos deuses para pedir ou agradecer. Os antigos egipcios eram politeistas, ou seja, acreditavam em varios deuses que tinham forma humana (Osiris), humana e animal (Horus — homem com cabeca de falco) ou somente a forma animal (Andbis - que tinha a feigéo de um chacal). Desde muito tempo, os antigos egipcios cultuavam o Sol, chamado por eles de Ra. Quando a capital do império foi transferida para a cidade de Tebas, Ré foi identificado como o deus tebano Amon, surgindo dai Amon- -Ra, que os egipcios passaram a ver como 0 “rei dos deuses” e criador do Universo. Enquanto Amon-Ra era o mais cultuado oficialmente, Osiris era 0 mais popular dos deuses egipcios. Os egipcios acreditavam que, ao morrer, todo individuo devia comparecer a0 Tribunal de Osiris para ser julgado. Era Andbis quem conduzia 0 morto até Osiris. La, em um dos pratos da balanca, colocava-se 0 coracao do morto €, no outro, uma pena. Se 0 coracao tivesse peso igual ou menor que o da pena, 0 individuo seria salvo por Osiris e iria para os Campos da Paz, onde conviveria com outras almas iluminadas. Caso contrario, iria para uma espé- ie de purgatério ou tornar-se-ia uma alma perdida. Ammit, representada na ‘imagem a direita da balanga, comeria 0 coracdo caso ele fosse mais pesado que a pena. Sem 0 coracéo, 0 corpo nao poderia viver no pés-morte. [1 SMES SDSS RS 127506 Pape Moe ons 2184228. Hao Masi, ‘notera atom ‘interior Mascara de ‘Andis, deus da mumificagao guardiao das tumbas. el Dica! Documentario sobre areligiosidade no Egito antigo. [Duracdo: 44 minutos). ‘Acesse: ‘As cenas que ‘vemos estao pintadas em um papiro do Livro dos ‘mortos e retratam © julgamento do ‘corago de um escriba de nome Hanufer. Em caso de absolviga0 no Tribunal de Osiris, a “alma”, chamada pelos euipcios de “ba”, poderia retornar ao corpo, mas para isso era preciso que 0 compo estivesse conservado; isso explica por que os egipcios desenvolveram a técnica da P mumificacao. CAPITULO 4 | AFRICA ANTIGA: GTO E NUBIA 69 Mumificacio a técnica de conservacao do corpo por meio da retirada do cérebro e das visceras, desidratacao, utilizacdo de ervas aromaticas e enfaixamento com tecidos de linho. A transforma¢go do corpo de um morto em mimia dependia das posses da pessoa; os mais pobres, geralmente, enterravam seus mortos na areia do deser- to. J4 0s ricos ~ especialmente os faraés ~ eram mumificados por téc- nicos especializados nesse oficio. Depois disso, a mtimia era colocada dentro de varios sarcéfagos, um maior que 0 outro, e conduzida ao ttimulo; junto dete os egipcios deixavam uma variedade de objetos, como alimentos, cadeiras, armas, estatuas e joias - considerados ne- cessérios ao morto. Além disso, deixavam textos que o morto devia usar para pedir sua absolvicdo a Osiris. Posteriormente, esses textos foram reunidos em um conjunto Gnicc Livro dos mortos. a } = & : i i i : 3 Dica! Documentario sobre 0 Livro dos mortos. [Duracao: 90 minutos]. Acesse: , > Sarcéfago e mimia (664-630 a.C.). A mumificagdo possibilitou aos egipcios maior conhecimento da anatomia humana e das substancias quimicas usadas nesse processo. Para saber mais A reforma de Akhenaton Durante o Novo Império, o faraé Amenéfis IV promoveu uma re- forma religiosa radical: aboliu o culto a varios deuses e implantou o culto a um s6 deus, o deus Aton, simbolizado pelo disco solar. ‘Amendfis IV mudou seu nome para Akhenaton, servidor de Aton, e fundou uma nova capital. Adotando o monoteismo, Akhenaton visava, entre outras coisas, limitar 0 poder dos sacerdotes que ad- ministravam os templos dedicados aos numerosos deuses egipcios. Sua reforma religiosa, porém, nao prosperou, por causa da forca dos sacerdotes e da enorme popularidade dos deuses egipcios. Com a morte do fara6 reformador, restabeleceu-se o politeismo no Egito. Foi har onsen p> Esta cabeca do faraé Akhenaton (c. 1340 a.C) é parte de uma escultura feita provavelmente sob encomenda, Seu autor, o conhecido escultor Tutmés, vivia na corte do fara6 e € descrito em textos de época como o “favorito do rei” 184026 tag am Ego v 70 UNIDADE 2 | CIDADES: PASSADO E PRESENTE As artes Os antigos egipcios praticaram uma arte monumental, solene e marcada por intensa religiosidade. Eles nao se res- tringiram a homenagear seus deuses e representaram tam- bém cenas do cotidiano e imagens de pessoas comuns. Na arquitetura, destacam-se as piramides, como as de Quéops, Quéfren e Miquerinos, e os templos religiosos, como os de Abu-Simbel. Segundo alguns intérpretes, essa arte exprime a fixacao dos egipcios pela expectativa da vida apés a morte. No campo da escultura, predominavam as estatuas de postura rigida e solene, rosto sereno e bracos cruzados so- bre o peito ou estendidos. 0s escultores egipcios acredita- vam que, além de conservar 0 corpo de um morto, deveriam imortaliza-lo por meio de uma escultura fiel as suas carac- teristicas fisicas. Ja 0s pintores egipcios retrataram varios aspectos da vida social do seu pais, como, por exemplo, cenas de caca, de traba- lho, de guerra. Suas pinturas obedeciam a regras rigidas, entre as quais a regra da frontatidade, presente nas obras egipcias com grande frequéncia, Pela regra da frontalidade, um dos othos € 0 tronco so mostrados sempre de frente para o observador, enquanto a cabeca, as pemnas e os pés aparecem de perfil. CI As ciéncias As ciéncias egipcias buscaram resolver problemas praticos, como calcular a area de uma construcao, prever a periodici- dade das cheias do Nilo e encontrar a cura para uma doenca. Na Matemética, os egfpcios aprenderam a operar com trés das quatro operacdes fundamentais: soma, subtragdo e divisdo ©, embora nao possuissem um simbolo para o ze- ro, foram os inventores do sistema decimal. Sabiam também calcular a area do triangulo, do retdngulo, do trapézio e 0 volume dos sélidos. Na Medicina, eles dominaram conhecimentos de anato- mia humana, reconheceram a importéncia do coracdo e seu relacionamento com outros 6rgaos do corpo e desenvolve- ram técnicas para tratar de fraturas, anestesiar o paciente e realizar pequenas cirurgias, por exemplo, a da catarata. No campo da Astronomia, sua contribuicao fundamental foi a criacdo do calendério solar de 365 dias divididos em 12 meses de 30 dias, mais cinco dias de festa. Turistas em frente ao Grande Templo de Abu-Simbel em fotografia de 2010. A imagem do faraé Ramsés II, em tamanho gigantesco, e os hierdglifos esculpidos nas colunas desse templo, exaltando seus feitos, evidenciam a estreita relacio entre arte e poder no Egito antigo. Pintura egipcia encontrada no Templo de Abu-Simbel em que & possivel perceber a aplicacdo da regra da frontalidade. Bl Dica! Documentario enfocandoa arte e a arquitetura no Egito antigo. [Duracio: 45 minutos}. Acesse: . CAPITULO 6 | AFRICA ANTIGA: EGITO E NUBIA Kin Sarit 4.5 coamptn $6.2, toga, Cobo sorta Fo Sgn amy ee 71 Estétuas de reis cuxitas, ‘com até 7 metros de altura, encontradas na capital nibia de Kerma, Sudo. Os foraés desta dinastia uusavam uma coroa com duas serpentes que se erguiam sobre suas frontes para indicar que reinavam ‘a0 mesmo tempo sobre Kush e Egito. les se consideravam sucessores dos farads egipcios ‘também ordenaram 3 construgio de pirdmides para thes servirem de ‘timutos. A = 4. Dica! Documentéio sobre os reinos da Arica, [Daragao: 58 minutos). Acesse: . 2. Dica! Video sobre as formacées politicas africanas, com depoimento de Kabengele Munanga. (Duracio: 15 minutos). Acesse: . A civilizagao nabia Na Africa, ao sul do Egito, floresceu uma outra civilizacdo interes- sante, a civilizagao ndbia, que se desenvolveu entre a primeira e a sexta catarata do rio Nilo, {A Nabia foi um importante elo entre os povos da Africa central e os do mar Mediterraneo; uma prova arqueolagica disso é uma cabeca de bronze do imperador romano Augusto, encontrada recentemente em territério ndbio. 0 Reino de Kush No interior do territrio da Nabia, formou-se o Reino de Kush. Conforme as provas arqueolégicas, a hist6ria de Kush esta estreitamente ligada a do Egito: os arqueélogos encontraram grande ndmero de objetos egipcios (vasos ¢ pérolas) em terras ndbias e produtos nibios (marfim, ‘ouro, ébano ~ madeira de cor escura) em terras egipcias, prova de que ‘© contato comercial e cultural entre eles foi intenso. Sabe-se também que, por volta de 1530 a.C., o Reino de Kush foi conquistado pelo Egito. Mais tarde, em 730 a.C. ocorreu o contrario: os cuxitas conquistaram 0 Egito, dando inicio & 25 dinastia, conhecida também como dinastia dos faraés negros. Fssa dinastia teve fim em 644 a.C., quando os assirios invadiram e con- quistaram Tebas, que a epoca era a capital do Egito. Os cuxitas, entdo, retornaram para o sul e estabeleceram a capital de seu reino na cidade de Napata e, mais tarde, em 580 a.C., nna cidade de Méroe, C12 A formacao do reino 0s cuxitas, assim como os egipcios, construfram diques (para represar as Aguas do rio Nilo) e canais (para leva-las a areas mais distantes), criando, assim, condigdes para a pratica da agricultura. Essa pratica, como vimos, favoreceu o surgimento de povoagdes permanentes, do artesanato, do co- mércio feito com regularidade e das cidades. Por volta de 2000 a.C., como desdobramento de um processo de disputas e aliangas, essas aldeias pas- saram a obedecer a um dinico lider, 0 rei, dando origem ao Reino de Kush. Apesar de ter mantido estreitas relagdes comerciais e culturais com 0 Egito, 0 Reino de Kush conservou sua originalidade, que pode ser perce- bida em algumas de suas caracteristicas principais, como: » 0 sistema de escolha do rei; »® 0 papel das rainhas-maes; » a estabilidade e a longa duracao de suas dinastias. 72 __UNIDADE 2 | CIDADES: PASSADO E PRESENTE A escolha do rei Enquanto no Egito o filho sucedia o pai, em Kush o rei era escolhido de modo peculiar. Inicialmente, os lideres das comunidades elegiam aquele que consideravam ser o mais preparado para exercer a realeza. Depois, langando sementes ao chao, perguntavam se 0 deus da cidade concor- 64.2, dava com a escolha e pelo desenho que se formava ficavam sabendo da | tituto derivado da resposta. Essa consulta ao deus legitimava a escolha; o escolhido era mabe mee si ws . | ou kale, que significa homenageado com uma procissdo que terminava com a festa de coroacdo_ | tainha-mac’: do novo rei. Fla a 5 O rei tinha uma guarda permanente para protegé-lo e era auxiliado por | titulo, ode ger, que um grupo de altos funcionarios, como o chefe de tesouro, 0 escriba-mor | ser dizer “chefe e 0 comandante militar. No Reino de Kush, os militares eram valoriza- dos, 0 que era de se esperar, tendo 0 poderoso Egito como vizinho. Em _Representacao de caso de necessidade, todos os homens eram convocados para a guerra. 0 uma candace do a8 . deinfantari La stante nte Reino de Kush, Exército cuxita, composto de infantaria e cavalaria, era constantemente —inspirada em um convocado, seja para defender as fronteiras, seja para conquistar terras —_desenho contido no e riquezas. livro do historiador senegalés Cheikh Anta Diop (1923- a A candace: o papel da rainha-mae 1986). No Reino de Kush, as mulheres ocupavam po- sigdes politicas de destaque, tendo ascendéncia inclusive sobre o clero, como se pode concluir em exame de fontes iconogréficas. Denominada “senhora de Kush”, a mae do rei adotava a no- ra, ganhando assim grande poder e influéncia no governo do filho. Algumas delas chegaram a assumir a chefia do Estado com o titulo de candace, kandake, ou rainhas-maes reinantes. Duas delas, Amanirenas e Amanishaketo, desta- caram-se no enfrentamento ao Império Romano. Amanishaketo (42 a.C.-12 a.C.) conseguiu um acordo com 0 impetador romano Otavio Augusto que isentava os cuxitas do pagamento de im- postos aos romanos. Segundo 0 historiador africano Joseph Ki-Zerbo, os fatores que contribuiram para a estabilidade politica e a longevidade desse reino foram: o sis- tema de escolha do rei; 0 controle da monarquia cuxita sobre as riquezas minerais existentes no subsolo cuxita; e a marcante participacao da mu- ther na politica. CAPITULO 4 | AFRICA ANTIGA: EGITO E NOBIA 73, Metafora: figura de linguagem que consiste no emprego de uma palavra com sentido que no the & comum ou préprie. Compara-se, por exemplo, tum exército sem lider a um rebanho sem pastor. Sorgo: origindrio da Africa, Drovavelmente da Nabia, 0 sorgo mede até 1,7 metro de altura e& um cereal rico em proteinas, parecido como mitho, mas com gros menores. €usado na alimentagio de animais e de ‘pessoas ena fabricagao de barra de cereais,farinha, ‘lcool, entre outros. @ Dica! Video com imagens dos farads e das pirimides da cidade real de Méroe. [Duragio: 3 minutos]. Acesse: . A vida econémica e social A economia do Reino de Kush era diversificada. Durante o tempo em que Napata foi a capital de Kush, a pecuaria representava a prin- cipal fonte de subsisténcia da populacdo. Os cuxitas criavam bafalos, bois, vacas, carneiros, cabras e, em menor niimero, cavalos e jumentos, usados como animais de carga. Os camelos s6 foram introduzidos bem mais tarde, no fim do século I. A importancia da pecuaria pode ser comprovada por imagens, por metaforas contidas em textos meroitas parcialmente traduzidos e pelo fato de a riqueza do rei, dos sacerdotes e dos aristocratas ser avaliada em quantidade de cabecas de gado. No século IV a.C., com a mudanca da capital de Napata para Méroe, houve um aumento da area de terra irrigada; assim a agri cultura ganhou maior importancia e foram construidas redes de canais @ bacias de irrigacdo; isso ajuda a explicar por que um dos emblemas da realeza da época merofta era um cetro em forma de enxada, semelhante ao que havia no Egito. Inicialmente, os cuxitas irrigavam a terra com o shaduf; posteriormente (por volta do século Il a.C.), desenvolveram a sagia. Observe as imagens. Cl Os cuxitas cultivavam o trigo, a cevada, 0 sorgo, a lentilha, além de hortas e pomares com diferentes frutas. Além disso, plantavam al- godao, usado por seus artesdos na confeccéo de tecidos muito apre- ciados em outras partes do mundo antigo. Pu se te 0 shaduf é uma longa haste de Fotografia atual de uma sagia, roda-d'agua movida por madeira que se movimenta sobre animais (bois ou jumentos) que permite ao agricultor captar Agua um tripé. Em uma extremidade & com menos esforco e em menor tempo do que com o shaduf. colocada uma peda e, na outra, Egito, 1995. um balde, 0 que facilita o trabalho manual de retirada da agua dos rios. Fotografia de c. 1963, no Sudao. 74 UNIDADE 2 | CIDADES: PASSADO E PRESENTE GH Horst a a Ouro, ferro e pedras preciosas O Reino de Kush era rico em minérios, sobretudo ouro. Estima-se que Kush tenha produzido na Antiguidade cerca de 1 milhdo e 600 mil quilos de ouro. Escavacies recentes em Méroe revelam estétuas e muros folhea- dos a ouro e vestigios de antigas mineragées entre 0 rio Nilo e 0 mar Vermetho. 0 ouro era a principal moeda de troca nas relacdes comerciais que os cuxitas mantiveram com o Egito e Roma. Além de ouro, o solo cuxita era rico em pedras preciosas e semipreciosas, como ametista, rubi, jacinto, crisolita. Ha evidéncias de que o conhecimento da fusao do ferro e de seu ma- nuseio teve origem em Méroe. Ha, no entanto, quem questione essa tese; novas escavacdes so necessarias para se resolver essa questao tdo impor- tante para a historia africana. 0 historiador grego Herédoto descreve Méroe como uma “grande cidade”, fato confirmado pelas escavacdes recentes, Alem de capital do reino e residéncia das candaces, Métoe foi porto do rio Nilo, centro comercial e local de passagem das caravanas de comerciantes que a cruzavam em varias direcdes. Por tudo isso, Méroe é considerada um dos bergos da civilizagao na Africa. 0 artesanato 0 artesanato meroita era bastante ori- ginal e independente dos modelos trazidos de fora. Nas cidades cuxitas, havia gran- de nimero de artesaos especializados em construgao e decora¢do, como se pode ob- servar ao analisar os vestigios dos templos, piramides e palacios da cidade de Méroe. Os principais ramos do artesanato cuxita eram a ceramica, a marcenaria, a tecela~ gem e a joalheria. No tocante a arte ceramica, havia duas tradicées: a que era feita ma- nualmente por mulheres, e que continua sendo praticada hoje na Africa; e a ceramica feita por homens com 0 uso do torno. A ceramica torneada possu‘a estilos variados e destinava-se, sobretudo, a exportacdo e ao consumo das camadas privilegiadas; jé a ceramica feita por mulheres era consumida pelas camadas populares. Outro ramo do artesanato em que os cuxitas se destacaram foi a marce- naria, Os marceneiros cuxitas faziam méveis variados, como camas, cadei- ras, porta-joias, além de instrumentos de corda e de percussao; os teceldes cuxitas faziam panos de linho e de algodao; e os curtidores tratavam peles @ couros com os quais produziam sacolas, roupas e sapatos. v Joia cunita confeccionada com caracteristicas eafpcias. Y Bracelete de ouro da candace Amanishaketo, séc. Lat. Padréo merotta, iguanas CAPITULO 6 | AFRICA ANTIGA: EGITO E NUBIA 75 Comparadas as do Antigo Império egipcio, as piramides cuxitas ‘0 pequenas. ‘A maior delas, a de Taraca, no cemitério de Nuri, tem na base apenas 29 m de lado, enquanto a de ‘Quéops apresenta 228 m. Fotografia de 2012, Merecem destaque também os joalheiros cuxitas pela graciosidade dos broches, colares, braceletes, brincos e anéis encontrados, sobretudo, nos tamulos reais. Essas joias eram feitas em ouro, prata e pedras preciosas e possuiam acabamento refinado, alternando o padrao egipcio e 0 meroita, como pode ser visto nas joias reproduzidas nesta pagina. Os artesios cuxi- tas combinavam também marfim e ouro. 0 comércio Além de comercializar seus produtos com outras partes da Africa, so- bretudo 0 Egito, o Reino de Kush negociava com os paises da orla do mar Mediterraneo. De Méroe, as caravanas de mercadores seguiam por terra até ‘0 mar Vermelho e pelo rio Nilo até o Egito. Essa rota fluvial era a mais importante do nordeste africano. Interessados no controle das rotas comerciais, e como medida de seguranca, os reis cuxitas mandavam erguer fortalezas e cavar pocos ao longo delas. Os prin- cipais produtos de exportagées cuxitas eram o ouro, o marfim, 0 incenso, 0 ébano, as dleos e as pedras preciosas. Do Egito, eles compravam papiro, pérolas ¢ artefatos de uso diario, h e a ascensdo de Axum Por volta do século III d.C., 0 Reino de Kush foi empobrecendo, as pi- ramides de seus reis foram se tornando mais risticas e menores e ocorreu um enfraquecimento do comércio exterior. Entre as razées desse declinio, podemos citar a perda do controle das rotas comerciais para outro povo e 08 conflitos internos. No ano de 330, 0 Reino de Kush foi conquistado por outro reino afri- cano, denominado Axum, localizado no norte da atual Etidpia. Na época, a civilizagdo axumita ja havia aderido ao cristianismo, introduzido pelos romanos quando ocuparam o nordeste da Africa; isso explica por que a Etidpia é considerada o pais cristdo mais antigo da Africa Subsaariana, 2) Ee csrewou para o pico an geal, cono so poe conclu abservande a Hnguagem uta @o Watanento dae 20 tera Sen mutes as palaras de oem afanaque esto presets na nau portuguesa: ighara-¢ de gus ban as plas: cap, can, cst, machi dora qutt, re urs; acl padres ar as Seance ua: acaraéta, cru, gies, eie cues mo oar a ets ojo, aca, 0 aval, ei ats, 6 Respostepesoa. Professor: no Sasi godemos car: sambe de rods, af, umbigada 2 copa: Na : Genatusinbaecfeoeumaac tan: IM Pararefletir § |Sanseesen nice dee a dara dene deat o-an. 2 A importancia da histéria da Africa a 0 texto a seguir foi escrito pelo africanista Alberto da Costa e Silva. Leia-o com atengdo. Preocupados com nds préprios, com 0 que fomos e so- mos, deixamos de confrontar 0 que tinhamos por heranga da Africa com a Africa que ficara no outro lado do oceano, tao diversificada na geografia e no tempo. No entanto, a hist6ria da Africa - ou, melhor, das varias Africas -, antes e durante o periodo do tréfico negreiro, faz parte da historia do Brasil. [..] Oestudo da histéria da Africa, de uma perspectiva bra- sileira, nos ajudaré a responder [...] a muitas [...] pergun- tas. Talvez tenhamos até mesmo melhores condigées de entendimento afetivo para contar, explicando, como se © Menino do crioulizaram as duas margens do Atlantico, como se es- grupo Terno de tabeleceram certos padrées culturais comuns nas cidades _ Congo Verde e Preto e vilarejos costeiros ligados pelo tréfico. Na habitacfio. Na _0 Festa de Nossa = és Senhora do Rosario, cozinha. Nas vestimentas, Nas festas. Em quase todos 0S oh Goiania (60), modos de vida. [..] 2013. A historia da Africa é importante para nos, brasileiros, porque ajuda a explicar-nos. Mas é importante também por ps: seu valor proprio e porque nos faz melhor compreender 0 | palavaioruba que quer grande continente que fica em nossa fronteiraleste de onde _| ‘lzer ei, soberano. proveio quase a metade de nossos antepassados. Nao pode | Angola a Quiluanje: continuar o seu estudo afastado de nossos curriculos, como | lingua quimbundo . on At are quer dizer soberano de se fosse matéria exdtica. Ainda que disto nao tenhamos | fluanj (none de uma consciéncia, 0 obé do Benim ou 0 Angola a Quiluanje estao | tocatidede de Angola). mais préximos de nés do que os antigos reis da Franca. ‘SILVA, Alberto da Costa e. Um rio chamado Atidntico: a Africa no Brasil e o Brasil na Africa. ics de Jani: Nova Frontsra/itora da UFR, 2003. p- 238 240 a) 0 autor desse trecho escreveu para o piblico em geral, para os especialistas em Hist6ria ou para as autoridades? b) Cite alguns elementos das culturas africanas presentes na lingua, na culinaria e nas festas do Brasil. ©) Pesquise e indique dois estilos de danca de matriz afro nascidos no Brasil e dois outros que se originaram em outras partes da América. 4) 0 livro citado foi publicado na mesma década (2001-2010) em que o Estado brasileiro promulgou as Leis n* 10,639/03 e 11.645/08. 0 que dizem essas leis? «6 ALF 10.839708 toma cigar enn de trae Cultura Atos em todas esas basa, pias € pauls onsen Farner Eso Mid, ir di, ean o Da da Crm ean cabo aca (20 ce vert La? 1.64508 areca tah criterias co exudo da stra das cus das paves kegeas, Professor camera qe esas les extinuam recanhecment a valid ‘ener cultural do Bas: ou se, a pescepg do Bras como um pals mutica e patra CAPITULO 6 | AFRICA ANTIGA: EGITO ENOBIA 77 TIVIDADES I. Retomando 1, (UEL-PR - 2015) Leia a citacao e analise a figura a seguir. Construir é uma atividade funda- mental para o soberano egipcio. DDESPLANCQUES, S. Eto Antigo. Porto Alegre: LRPM, 2009. 1. 28, Colegio LAPM Pocket. Série Encyclopaedia. jt ages ars f 088 Disponivel em: http://uptoad.wikimedia.org/wikipedia/ ‘commons /thumb/6/6c/EayptGiza.Sphinx.02.jpg/800px- Egypt.Giza Sphinx.02,jpg>. Acesso em: 2 out. 2016. A citagao da historiadora Sophie Desplancques faz alusio ao Egito Antigo, especificamente ao perio- do conhecido como Antigo Império, considerado uma fase de estabilidade politica por parte signi- ficativa da historiografia, bem como uma “idade : de ouro” de sua civilizacdo, por parte dos préprios : eaipcios. Com base na citacio, na figura e nos co- hecimentos sobre o Antigo Império, explique um elemento que transmita a nogdo de poder ligada aos Faraés no Egito Antigo. (UEG-GO - 2015) Leia o texto a seguir. Amanheces formoso no horizonte celeste, Tu, vivente Aton, principio da vidal Quando surgiste no horizonte do oriente Inundaste toda a terra com tua beleza. k hous ‘inico, nenhum outro se te iguala! ‘Tu proprio criaste o mundo de acor- do com tua vontade, Enquanto ainda estavas s6. HINO A ATON, tr: PINSKY, Isime. 100 textos de isto ‘Antigo, Sao Paula: Contexto, 2009. p. 56-57. 0 fara6 Amenéfis IV (1377-1358 a.C.), como parte de uma estratégia politica que visava diminuir 0 poder da classe sacerdotal egipcia, realizou uma reforma religiosa que teve como principal topico a a) adocao do Deus dos hebreus, que se encon- ‘travam escravizados no Egito, mas tendo Jo- sé como um importante membro da corte. b) definicao de que o proprio faraé Amenéfis IV, que adotou o nome de Akhenaton, seria o deus ‘anico dos egipcios. ©) imposigao de deuses estrangeiros trazidos do Oriente, levados para o Egito por meio das rotas comerciais favorecidas pelo faraé. 4) imposicao do monoteismo, adotando o culto oficial a um deus tinico e proibindo adoragao as outras deidades do pantedo egipcio. 2. Resp: (Enem/MEC) 0 Egito é visitado anualmente por milhdes de turistas de todos os quadrantes do planeta, desejosos de ver com os proprios olhos a grandiosidade do poder esculpida em pedra ha milénios: as piramides de Gizeh, as tumbas do Vale dos Reis ¢ os numerosos tem- plos construidos ao longo do Nilo. 0 que hoje se transformou em atracdo turistica era, no passa~ do, interpretado de forma muito diferente, pois 1. Oabinadne destover una craters da nga de pacer naa as ara mE arta presont aff Ene us omer, pv crs tras cancertaverrute pode, resultado er varaas arouges: ae a o cae do co e Mera as Vopas em lea; a peerage a arpa srs do 7B _UNIDADE 2 | CIDADES: PASSADO E PRESENTE InD#'a Ede: c comante do gen; send conse Ge ger sina eo sent das es, is bans eds hamens. nf, 0 Wahahos de construco cas ediagfes masratas a imagem docuretam oenso poe do aad io artigo a) significava, entre outros aspectos, o poder : 4. (UECE) 0 Reino de Kush foi o bergo onde se que os fara6s tinham para escravizar gran- des contingentes populacionais que traba~ Thavam nesses monumentos. 3 esis 8 b) representava para as populagdes do alto Egi- to a possibilidade de migrar para o sul e en- desenvolveram importantes civilizagdes e cul- turas. Teve um papel determinante como elo cultural entre diferentes povos do Mediterraneo e aqueles da Africa subsaariana. Dentre suas ca- racteristicas destaca-se 0 modo como o rei era contrar trabalho nos canteiros faradnicos. leita’e'o papel da imulhirna politica. Apemis uma alternativa é verdadeira. a) 0 Reino de Kush foi o lendario rival da anti- ga Nabia africana, b) A historia de Kush esta estreitamente ligada a histOria do Egito. 4, nessstb ©) significava a solugdo para os problemas econd- icos, uma vez. que os faraés sactificavam aos deuses suas riquezas, construindo templos. 4) representava a possibilidade de o fara6 orde- nar a sociedade, obrigando os desocupados a trabalharem em obras piblicas, que engran- deceram 0 proprio Egito. ©) 0 Reino de Kush nao consta nos relatos de e) significava um peso para a populacio egip- Herédoto sobre a Africa. cia, que condenava o luxo faraénico ¢ a reli- gido baseada em crengas e supersticées. “1 4) A economia cuxita foi precaria devido a po- breza do solo e a escassez de agua. II. Integrando com Lingua Portuguesa Em grupo. Imaginem que vocés trabalham em uma agéncia de turismo e precisam produzir materiais diversos para estimular as pessoas a viajarem para o Egito. Cada grupo ira trabalhar com um tipo de texto especifico (argumentativo; publi- citario; jornalistico; literdrio; ou oral). Grupo 1. Elaboracdo de um artigo de opiniao defendendo um ponte de vista sobre © Egito apés a queda da ditadura de Hosni Mubarak (1981-2011). Grupo 2. Criacdo de um panfleto e um félder sobre a terra dos fara6s. Grupo 3. Confeccao de uma reportagem ilustrada sobre os pontos turisticos do pais. Grupo 4. Producdo de um cordel sobre o Egito. Grupo 5. Seminério sobre a arte egipcia, com destaque para a escultura e a pintura. Fontes para a pesquisa: 1. Sobre a arte egipcia: . 2. Sobre a historia do Egito: . 3. Sobre as piramides: . 4. Sobre o Museu Egipcio e Rosacruz, em Curitiba (PR): . »® — Postem o resultado dos trabalhos no blog da turma. CAPITULO 4 | AFRICA ANTIGA: EGITO E NUBIA 79

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