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TTSMNO)EayAN Absolutismo A progressiva centralizaclo politica observada desde 0 Periode Medieval, atingiu 0 seu auge entre os séculos XVI e XVIII, na Idade Moderna, com a hipertrofia das atribuicées do poder dos monarcas. Em Estades come Franca, Portug Espanha e Inglaterra, os reis agiram na tentativa de fortalecer seu poder, impondo-se diante das demais camadas sodiais. © modo como se organizave o poder monérquico ‘europeu durante esse periodo & denominado absolutismo. Nao Se pode pensar, no entanto, que o poder desses ‘soberanos europeus era exercido de maneira arbitréria, AAs aces dos reis, em muitos casos, chocavam-se com 0s interesses de diverses grupos seciais e a eficdci administrativa estava vinculada ao atendimento de Geterminadas expectativas no interior da sociedade. No caso da Franca, por exemplo, a centralizac3o nas mios dos Bourbon s¢ pide se consolidar apés reformas que reduziram a resisténcia de grupos como a nobreza. Em Portugal, 2 concesso das mercés permitia que o rei exercesse, com maior efetividade, 0 seu poder no interior do Império, enquanto a noclo da defesa do “bem comum” impunha limites 8 atuacSo do monarca. Ainda no caso Portugués, a preferéncia pela utilizacdo do termo “Coroa” no lugar de “Rei” demonstra que a dltima deciséo, tamada pelo rel, era fruto do trabalho da burecracia portuguese. ‘Ao longo desse processo, varias teorias surgiram na tentative de justificar a concentragéo de poder por parte dos monarcas, como a teoria do direito divino dos reis, que afirmava ser 0 poder temporal monérquico de origem divina. Alguns pensadores, como Maquiavel Thomas Hobbes, forneceram justificativas laicas para 0 estabelecimento do peder politico absolute. SOCIEDADE DO ANTIGO REGIME A organizacdo da sociedade europeis, em especial d2 francesa, que se desenvolveu frente 8 nove concepcio palica, foi dado o nome de Antigo Regime. A sociedade do Antigo Regime era marcada por rigida hierarquia e pela presenca de privilégios de nascimento. A nobreza e 0 clera, que repudiavam o trabalho bracal, estavam isantos do pagamento de impostos e possuiam regalias, como o recebimento de pensies e a ocupacéo de altos cargos piblicas. Os demais segmentos sociais, como camponeses, trabalhadores urbanos e a burguesia, eram responséveis pelo sustenta do Estado e dos grupos privilegiados. A antiga nobreza medieval, de caréter militar, transformara-se em uma nobreza palaciana ou cortes’, que passou 2 ocupar cargos politicos e, em muitos casos, a viver de forma parasitéria, sustentada pelo Estado. A concessdo desses privilégies foi fundamental para que o rei conseguisse ‘ampliar seus poderes sobre a nobreza e © clero. ABSOLUTISMO NA FRANCA ea Foi provavelmente na Franca que monarquia absolutista atingiu 0 seu auge. Durante a dinastia dos Bourbon, © poder politico se concentrou nas mos dos reis até atingir seu ponto maximo no reinade de Luis XIV (1643-1715), ‘que foi prodamade 0 Rei Sol. No entanto, alguns obstéculos cificultaram © processo de concentragio do poder poltice 20 longo da histéria do absolutismo francés. (Os Bourbon ascenderam ae poder em um perioda conturbado da histéria francesa, quando as disputas religiosas dividiam 0 reino. A expanse do calvinismo Provocava conflitos entre catélicos e protestantes, opondo a nobreza catélica, do Partido Papista, 20s nobres e burgueses protestantes, do Partide Huguenote. As querras de religio, desse modo, dificultaram a consolidago do absolutisme ra Franca. [Nesse contesta, foi planejado o casamento entre Margarida de Valois, a catélica rainha Margot, e Henrique de Bourbon, protestante. O casamento de Margot e Henrique foi acertado Por suas mies, Catarina de Médicie Jeanne d'Albret.O abjetive era no sé consolidar a paz entre catélicos e protestantes, mas também estabelecer uma alianca entre os Valois e os Bourbon. Os Valois estavam mo trono da Franca hé dois séculas, §4 0s Bourbon nunca haviam chegade ao poder. A rainha-mae, Catarina de Médici - que, na prética, governava -, visava, ainda, com ocasamento, & consolidacdo do poder de sua familia e 2 contencZo do poder de outra importante familia, 2 dos Guise. A politica de Catarina consistia em aliar-se ore 2 um, ora a outro dos partidos (em luta, evitando que um deles tivesse forca: suficiente para derrubé-la Bernoulli Sistema de Ensino 49 lags julo 05 Apés o casamento de sua filha, a rainha, ao perceber o aumento do poder dos protestantes, tramou, junto ao duque de Guise, o assassinato do almirante Coligny, principal chefe huguenote. A situacéo saiu de controle e 0 que se observou foi 0 massacre dos protestantes comandado pela populacdo francesa, de maioria catélica, episédio conhecido como a Noite de ‘S80 Bartolomeu, em 1572, quando cerca de trinta mil protestantes foram assassinados. DUBOIS, Francois. Messacre de Sdo Bertolomeu. Entre 1572 2 1584. O pintor protestante retratou os massacres contra os protestantes na Franca. Do lado dirato, 6 possivel perceber 0 almirante Coligny sendo duplamente representado. Primeiramente sendo langado da torre, e #4 embaixo, sendo esquartejade. A rainha Catarina é representada de preto no fundo e do lado esquerdo, observando os corpos dos protestantes no chio e & frente de um grupo de catélices que tentam impedir os protestantes de sairem do castelo. A situacdo sé foi pacificada com a ascensSo de Henrique 6e Bourbon 20 trono francés. Ae assumir 0 trono come Henrique 1V, 0 rei, de origem protestante, manteve o catolicismo como religido oficial, mas garantiu relativa toleréncia aos huguenotes. Através do Edito de Nantes, ainda que de maneira limitada, direitos religiosos, avis e politicos foram garantidos aos protestantes. Abria-se, assim, espaco para o fortalecimento do poder dos reis franceses, apés 0 fim dos problemas internos. A toleréncia estabelecida sé foi interrompida no reinado de Luis XIV, que, com o Edito de Fontainebleau, revogava 0 Edito de Nantes, ordenando @ destruicso de igrejas huguenctes e 0 fechamento de escolas protestantes. Ao refletirmos sobre o jogo politico-administrativo monarquico, percebemos que 0 absolutismo francés Gofiniu-se 20 longo da dinastia des Bourbons, mas sua construcde paulatina: deperou-se com 2 dispute de diversas familias nobres ligadas 20 poder vigente. Isso comprova 0 ude duradoura ainda ere 2 influéndia politica des nobres sobre @ monarquia em curso, que, com 2 Reforma, diluiu-se em meio ao conflito entre protestantes e catslicos. ‘A promulgagdo do Edito de Nantes, na medida em que pacificava 2 oposicéo entre os nobres, impulsionava 0 absolutismo até que ele chegasse 20 seu dpice no solo francés. Retomando.0 reinado de Henrique 1, é valido ressaltar que ele se caracterizou pela centralizacéo administrativa e pelo incentive 20 comércio @ & agricultura. 0 Estado arrecadou recursos por meio da concessdo de titulos de nobreza aos grandes comerciantes enniquecides, que passarem a formar 2 nobreza de toga. Ainda assim, seu reinado terminou de forma trégica, com 0 seu assassinate. 50 cotecaosv Luis XIII, seu sucessor, por ainda ser erianca, ndo poderia ‘assumir 0 trono, que ficou sob controle do cardeal Richelieu, Nesse periodo, ocorreu o fortalecimento do Exércite francés € da centralizacdo administrativa, com a ciacdo de um corpo de funcionérios, os intendentes. A Franca também envolveu-se em um conflito internacional, 2 Guerra dos Trinta Anos (1618-1648). A centralizagdo completa, entretanto, ocorveu apenas no reinado seguinte, quando Luis XIV assumiu © poder ‘Ainda assim, o Rei Sol (come ficou conhecido) enfrentou a resisténcia de alguns grupas socais contrérios & concentrac3o de podes, como fol o caso das frondas, rebelides iniciadas inda no periodo em que 0 rei era menor. Aproveitando-se do descontentamento generalizado, setores da nobreza eda burguesia lideraram campo e cidade cantra 0 absolutismo ‘monarquico. As revoltas, todavia, acabaram por fracassar. A centralizagso promovida por Luis XIV realizou-se por melo do aprimoramento da méquina burocrética, aumentando 0 controle dos sistemas de cobrange de impostos e gerando ‘maior arrecadacfo para o Estado. Com essa rqueza acumnulada, (© ministro de Estado, Colbert, péde disputar com ingleses e holandeses 2s reas do Caribe e do AtSatico Norte ‘No plano social, foram redurides os controles feudais Sobre os campos as cidades, auxlianda na eliminacéo das barreiras que impediam a Girculacdo das mercadorias pelas vérias regiGes da Franca, favorecendo os burgueses. ‘As reformas juridicas também estabeleceram um novo mode de relacionamento entre o Estado e a sodedade, ols @ criacéo dos tribunais ligadas ao rei fer com que (5 camponeses pudessem apelar ao monarca diante da opresséo das poderes locais. Colaborando para engrandecer 0 absolutismo real, estava construcdo da imagem poderosa do rei, erigida a partir da forca da propaganda, dos escritores, historiadores, escultores pintores convocades pare sua glorificacde. De acorde com © historiador Peter Burke, as obras de arte que retratavam © rei no deveriam “fomecer uma cépia reconhecivel dos traces do rei ou uma descricdo sébria de suas acdes. ‘Ao contrério, a finalidade era celebrar Luis, glorificé-to, ‘em outras palavras, persuadir os espectadores, ouvintes leitores de sua grandeza” (BURKE, Peter. A fabricacio do rei A construcdo da imagem piblica de Luis XIV. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994.) RIGAULT, Hyacinthe. Retrato de Luis XIV_ 1701. Tinta 2 Gleo, 277 x 188 cm. Museu do Louvre, Pais. Flaborada tal qual um grande teatro, um teatro da Estado, ‘a. atuacSo do reise transforma em performance; os seus trajes vviram fantasia. Na verdade, esculpida de maneira cuidadosa, _a figura do rei corresponde aos quesites estéticos necessSrios 4 construgéo da “coisa piblica™ Saltos altos pare garantir um oltar acima dos demais, peruces logo 20 levantar, vestes magnifcas mesmo nas locais da intimidade; enfim, trata-se de projetar a imagem de um homem pibblice, caracterizado pela auséncia de espacos privados de convivéncia. Tal qual um evento mulkimidia, ore estard presente em todos os lugares, seré cantado em verso € prosa, retratado nos afrescos @ ‘alegorias, reciado cormo um Deus nas estétuas @ tapecarias. BURKE, Peter. fabricar do re. A constnucSo da imagem, bles de Luis XI. Rio de Janeiro: Jorge Zaher, 1994. 25% p. Resenha de: SCHWARCZ, Lila K. Meni. [Professors do Departamento de Antropologia ~ USP]. Revista de ‘Aniropologia, Sto Paulo, v.43, n. 3, 2000. Disponivel em: http://www sciel.be/sciclo.php?script=sal artext&pid 'S0024-77012000000100010. Acesso em: 26 out. 2010. [Fragmento} ABSOLUTISMO NA INGLATERRA Para alguns historiadores, como o inglés Christopher Hi ‘a monarquia na Inglaterra teria se desenvolvido de maneira particular. Arazdo para tal fato estaria na existnca da Magna Carta (1215) e da instituicdo que esse documento originou: © Parlamente inglés. Apesar de pouco poder entre os séculos XIII @ XVI, quando raramente fora evocado, 0 documenta representava certa restricde a0 podeno dos monarcas ingleses. A ascensdo dos Tudor, apés sucessivos conflitos ~ como as Guerras des Com anos e das Duas Rosas -, intensificou © processo de unificacdo inglesa. Foi cam Henrique Vill, no século XVI, que 2 resisténcia 2 centralizacao foi vencida €0 poder real se consolidou. Para isso, 0 rei Tudor reprimiu viglentamente a oposicéo e eliminou a influéncia da Ioreja Catélica com a ciagso da Igreja Anglicana (1534). A Reforma Protestante na Inglaterra, além de estabelecer 0 rei como chefe supremo da nova lgreja, permitiu 0 enriquecimento do Estado par meio do confisco de terras e bens do clera ‘catélico. Uma vez mais, percebe-se 2 confluéncia entre © delineamento do Estado nacional, estabilidade interna (eliminacdo da oposicdo social, politica e religiosa) e ‘externa (envolvimento em conflites bélices) pare © plene cesenvolvimento do absolutisme, Apés 2 morte de Henrique VIII, a Inglaterra passou por um periodo de instabilidade. Seu sucessor, Eduardo VI, teve tum curto reinado, morrendo aos quinze anos, ascendendo ao trone, entéo, 2 rainha Maria. A monarca, cesada com 0 ret ‘’télico Felipe II da Espanha, restaurou o catalicisme no pais, instaurando, por conta disso, a perseguicéo a anglicanos 2 calvinistas, 0 que Ihe rendeu 0 titulo de Bloody Mary (Maria, 2 Sanguindria). Apés a sua morte, subiu 20 trono sua meia-irma, a rainha Elizabeth 1 Oreinade de Elizabeth foi caractertzado por uma agressive politica mercantilista. Os esforcos se concentraram na Griagio de companhias de comércio, no apoio & pirataria @ 20 desenvolvimento da Marinha inglesa. Além da forca comercial, a Marinha de guerra se fortaleceu, culminando 1 vitéria ‘sobre a Invencivel Armada espanhola em 1588. GOWER, George. 0 Retrato dis armads. 1588. Oleo sobre ‘madera, 105.133 em. Wobum Abbey, Reino Unio. Oquadto de 1559, assinado por George Gower, presenta elementos que caractersaram 0 renaco de Elizabeth. i jas representam 2 rasiezs 2 0 poder da rainha. As pérolse simbolieam 3 pureza © castidade de Eizabeth I, que cou conheciia como "a wiger” ‘A mio sobre o globo retrata o momento em que a poder ingiés se exnance pels outros continents. irae ds monares, 6 possvel ver Guss magens representando, 3 deta, 2 tentatva Ge ataque do Marinha espantola e, & exquerts, a derrota da Invencivel Armada. Bernoulli Sistema de Ensino 1 PTR Fi A Modulo 05 'No plano religioso, a rainha anulou as medidas de sua antecessora e fortaleceu a Igreja Anglicana. Apés sua morte, sem que Elizabeth tenha deixado herdeiros, a dinastia Tudor chegava 2o fim. Completa-se, assim, um periado de aprofundamento a estrutura estatal inglesa, ndo apenas no que se refere & politica, que ganhou formato absolutista, mas também ne que se refere as bases econdmicas. Isso foi possivel pelo fato de os governes absolutistas serem interventores, com condicées necessérias para dirigir a economia segundo os interesses dominantes. Somades tais aspectos, estava tecido 0 arcabouco necessério para tornar 0 reino inglés progressivamente uma poténcia. oy, © Bernouili Piay a Absolutismo: Assista a esse video para entender as diferencas entre o regime monérquico da Franca e 0 da Inglaterra. (©) ABSOLUTISMO NA ESPANHA ea ‘A consolidacéo do poder nas mos dos ris espanhis 36 foi possivel ads o mavimento de Reconquista, processo pelo qual foram expulsos os mouros da Peninsula Ibérice. Nesse contexto, a atuacio 2 Inquisicée, sob controle des reis espanhéts, foi fundamental pare 0 fortalecimento do poder monérquico. A perseguigdo aes judeus também fez parte desse processo, ‘mostrando a intima ligaco entre 2 monarquia espanhola e 2 religido catSlica. No século XVI, 2 riqueza em metais preciosos proveniente das possessées emericanas fez de Espanha 0 maior império do continente, dominande regiées na América, na Asia e na préprie Europa durante os reinades de Carlos V Felipe 1 [Controle espanhot (Gj Possessdes espanales [Bicontroie porugués © na Europe ABSOLUTISMO EM PORTUGAL es Para alguns historiadores, © absolutismo portugués teria atingide 0 seu auge durante o reinado de D. Jodo V, 10 século XVIII. Rei de Portugal entre 1707 e 1750, seu poder pide ser percebido no incentive &s artes e em constructes como 0 Convento de Mafra e 0 Aqueduto das Aguas Livres, em Lisboa. Parte da riqueza portuguesa nesse periodo era origindria da regido das Minas. Assim como a Espanha, a relacdo com a Igreja Catélica foi fundamental para 2 consolidacio do poder dos reis, portugueses. A instituiclo do Padroado, que permitia ao Estado intervir na instituicéo catélica, admitia que a Coroa portuguesa interferisse diretamente nos cargos eclesiésticos em seu reino. A atuacdo do Tribunal da Inquisicgo também fortaleceu os monarcas ao defender a unidade religiosa em Portugal, permitindo a garantia dos interesses deles. 52 colecaoev TEORIAS DO PODER a Acompanhandee fertalecmente do poder dos reis europeus, surgiram teorias que tentaram justificar tal situaco, ou foram apropriadas pelos defensores do absolutismo, explicitande os elas teéricas que permitiam compreender a relevincia de tal realidade. Tais te6ricos argumentavam 2 favor de um poder forte @ centralizade nas diversas regises do continente. Nicolau Maquiavel © florentino Nicolau Maquiavel viveu entre 1469 € 1527 @ observou a fragmentacéo e a instabilidade da regido da Peninsula Itélica no periodo. A formaco da Italia unificada 6 viria a ocorrer na segunda metade do século XIX e, durante a vida de Maquiavel, tal regio foi marcada por Giversos conflitos. Na parte central, os Estados da Ioreja entravam em constantes disputas com as demais regiées. ‘No norte, enquanto Génova e Veneza eram importantes repiblicas auténomas, outras localidades estavam submetidas 20 Sacro Império Germénico, também uma regido de poder fragmentado. De acorde com Maquiavel: ‘A tirania impera em pequencs principados, governades, espoticamente por casas reinantes sem tradicSo dinéstica: ou de direitos contestéveis. A llegitimidade do poder cere: tuacies de crise e instabiidade permanente, onde somente co cileul politico, aasticia ea aciorépida efulminante contra: 0s adverssrios sS0 capazes de manter o principe. MAQUIAVEL, Nenlau. 0 Principe. ‘SSo Paulo: Nova Cultural, 1999. [Fragmento] ‘As ameagas francesa e espanhola também pressionavem os ‘pequenos Estados italianos, que muitas vezes eram dominados pelos condottier!, mercendrios pages pare protegé-los. E diante dessa situacio que Maquiavel escreve sua obra mais célebre, O Principe. © livro, escrito em poucas semanas, ‘eternizou-o como pensador, mas rendeu-the mé fama, fazendo com que, do seu nome, surgisse 0 termo "maquiavélico” Essa imagem foi t2o forte que, na Inglaterra, um dos ‘inénimos para o termo”"diabo” era Old Wick, 0 velho Nicolau. A obra se concentre nas maneiras que o governante possui de aleancar 0 poder @ em como manté-lo. Para que atinja os seus objetives, o principe deve levar em conta algumas questées cruciais. Em primeiro lugar, deve ser um grande: chefe militar, o que garentiria a conquista do poder e a posterior estabilidade, evitando que seu reino seja ameacado. A partir da tomada do poder, 0 chefe politico precisa ser astuto, jé que deve passar da violéncia, com a qual conquistou 0 poder, para uma relago em que es governades consintam em submeter-se ao seu dominio, Visando @ manutencdo de seu poder, 0 principe deve compreender que a acdo politica ndo deve levar em consideracao “as coisas como elas devem ser” e sim “coma elas $807. O conhecimento da Histéria, da atuacdo de ‘outros grandes politicos e da realidade em que se vive € fundamental pare o planejamento das atitudes do principe. Esse tipo de aco, racional @ planejada, esté vinculado 4 wirtd, que pode ser definida como esse conjunto de ‘capacidades do governante. A atuacdo virtuosa possibiitaria 20 principe estar preparade para o imprevisivel, o acaso, a chamade fortuna. Nao se deve confundir a virtd ou acdo virtuosa, ro entante, com os valores cristes. A ruptura com a cultura ‘cist medieval conferiu a Maquiavel um papel fundamentat na fundacdo da politica mederna. Para ele, 2 aco politica nde deve estar vinculada aos valores morais e religiosos. (© bom governo, durante 0 Periodo Medieval, estava vinculado as atitudes de um principe cristo. 14 pare Maquievel, © governante deveria pensar mais em seus éxitos do que nos valores morais ou naquilo que é considerado como certo pela religido. De acarde com 0 autor: © principe nao precisa ser pietoso, fel, humano, integro © religioso, bastando que aparente possuir tais qualidades. L--] Um principe ndo pode observar todas as coisas 2 que sto obrigades os homens considerades bons, sendo Maquiavel afirma, portanto, que, em certas ocasiées, a pratica daquilo que é considerado mau é necesséria, or mais que essa postura nem sempre seja necesséria. Principe, escrito para uma importante figura politica de Florenca, Lourenco de Médici, foi visto por muitos monarcas europeus como um manual para a sua aco, quase sempre violenta. A obra de Maquiavel foi associada a atitudes consideradas tirdnices, como as de Henrique VILL, que teria forjade 2 sua seperegio com Catarina de rage, dando inicio 20 confite que levou 8 ruptura com a Igreja Catélica. © massacre dos protestantes na Noite de ‘S80 Bartolomeu também teria sido planejado por Catarina de Médici - filha de Lourenco, 0 Magnifico -, influenciada pela leitura da obra. Entretanto, novas leituras da obra de Maquiavel epontam pare outras possiveis interpretaces. De acordo com 0 filésofo brasileiro Renato Janine Ribeiro: Bernoulli Sistema de Ensino 53 Fre (© Principe foi ido, bem cedo, como um livre de conselhos ‘208 governantes, para quem os fins justificariam os meios (essa frase, alids, no é de Maquiavel). Ele defenderia 2 despotisme @ 2 amoralidade dos principes. H aqui, porém, um problema. Maquiavel escreveu O' Principe de um jato 6, enquanto se dedicou vérios anos 2 outro projeto ~ os Discursas sabre 2 primeira década de Tito Livio, um longo comentéria ao historiador da Roma Antiga. Ora, os Discursos s30 uma obre republicana, E, s2 Maquiavel foi torturada a mando dos MAdics, que acebavam de retomar Florenga, isso se deveu 2 ter ido ele ‘um dos lideres da Reptbica florentina. © Maquiavel mais extenso é republicano. RIBEIRO, Renato Janine. Maquiavel, do diabo & étca Disponivel em: hitps://revistacit.vol.com.br/home/ ‘maqulavel-do-ciabo-2-atca/n [Fragment] De acordo com esses noves leituras, baseadas em obras, como Discursos sobre a primeira década de Tito Livio, Maquiavel se posicionaria de forma favorével & Republica. Nesse obra, o autor trata de temas como a igualdade, liberdade e participacde politica a partir da leitura de textos da Antiquidade. Nessa perspective, o pensamento de Maquiavel se afaste do maquiavelismo das visdes trediconais a respeito de suas Wdeias. 0 trecho a seguir, sobre 2 Repiblica em Roma, ilustra 0 que fo! dite: Responderei, contudo, que cada Estado deve ter costumes: préprios, por meio dos quais os populares possam satisfazer ‘sua ambiczo.[.]0 desejo que sentem as povas de ser livres reramente prejudica 2 lberdade. [...] Sejamos, portanto, ‘avaros de criticas a0 governo romano: atentemes para o {ato de que tudo © que de melhor produziu esta repiblica provi de uma boa cause. Ses tribunos devem sua crigem 43 desordem, esta desordem merece encémios, pois © povo, ‘desta forma, assegurou participacéo no govemo. E os bibunos foram os guardites das liberdades romanas. MAQUIAVEL, Nicolau. Discursos sobre 2 primaire dicade de Treo Livia. 3. 28. rasila: Store da Un, 1998. Thomas Hobbes Existiu ma Inglaterra um grande medo de 1588: 2 nacdo protestante aguardande 2 invesio expanhola, as poveacies ibeirinnas espreitande o desembarque da armada que £2 tema invencivel, Nio faltaram alarmesfaleos: especialmente ra finisterra inglesa, a Comualha; num desses pénicos, ‘nasceu Thomas Hobbes, de parto premature — “mina mée pariu gémeos, eu 0 medo", como recordaré, autobibgrafo, ai a noventa anos. RIBEIRO, Renato Janine. Ao lator sem meco: Hobbes escrevand contra seu tempo. Galo Horizonte: ‘Edirore UFMG, 999. [Fregmento] 54 cotecsoev © trecho anterior permite 2 compreenséo da histéria inglesa ne periede em que viveu Thomas Hobbes (1588-1679). Além da situaco descrita, que se prolongou 20 longo do século XVII, 0s ingleses também vivenciaram © conturbade proceso da Revolucéo Inglesa. Foi nesse contexto que 0 autor inglés produziu sua obra mais importante, Leviatd, em que argumenta a respeito da necessidade de se estabelecer um poder forte para que a ordem e 2 paz sejam garantidas. ‘Sua teoria se haseia na nogSo de contratn, que posteriormente também seria ublizada por pensadores como John Locke Jean-Jacques Rousseau. De acordo com essa concepséo, 20firmarem um contrate, os homens aceltam sar de um estado ré-sodal, em que vivern isoladamente, 0 estado de natureza, ‘Se, pare Locke, essa teorie fo! utlizada como justiicativa pare © Estado Liberal e, para Rousseau, como justifiativa pare uma organizagio democritica, para Thomas Hobbes, a teoria do contrato serviu para justificar um poder forte e centralizado. ‘Segundo Hobbes, no estado de nabureza, que ndo é situado em nenhum momento histérice especificn, existria © confit constante. Nesse estagio, em que no hé nenhum poder ‘Superior que controle as individues, a busca pela satisfacao dos esejos os leva a lutarem entre si. A vida é insegura e reine (© medo entre as homens, principalmente o medo da morte violenta. No trecho a seguir, Hobbes descreve essa situacéo: Portanto tudo aquilo que é vélide para um tempo de guerra, fem que tode homam é inimigo de todo homem, o mesmo: vélido também para o tempo durante o qual os homens: vivem sem outra seguranca sendo 2 que thes pode ser oferecida por sua pripria forca e sua prépria invencio. Numa tal situacio, no hé lugar pare @ indistria, pois seu fruto é incerto; consequentemente ndo hi cuitivo da terra, nem navegacéo, nem uso das mercadorias que podem ser importadas pelo mar; no hé construgSes confortéveis, nem_ Instrumentns para mover e remover as coisas que precisam_ e grande forga; no hi conhecimento da face da Terra, nem cBmputo do tempo, nem artes, nem letras; no hd sociedade; e 0 que é pior do que tudo, um constante temor € perigo de morte violenta. E a vida do homem é soltéria, pobre, sérdide, embrutecida e curta. HOBBES, Thomas. O Leviats ou Matiria, forma @ "poder de um estado EclesiSstco e Civ. ‘Sto Paulo: Nova Cultura, 1998. [Fregmento] 0 que se observa no estado de natureza é 2 guerra de tedes contra todos e a possibilidade de aniquilamento miituo. Para Hobbes, nesse caso, « homem seria 0 lobe do homem. Para sair dessa situaco e evitar uma morte violenta, ‘os homens devem fazer um pacto, o contrato social através do qual aceitem perder parte do poder ¢ da liberdade dos quais desfrutam no estado de natureza para uma entidade maior Desse forma, o Estado eo soberano surgem como essa forse constituida pare garantir a ordem e impedir 2 destruigzo, © Leviata, monstro de origem biblica, simboliza essa forma de organizacéo. A imagem do Leviatd sintetiza 3 teoria de Thomas Hobbes. ela, 0 re, corcado, aparece como figure superior aos demais Em uma das mios carrega a espada, simbolizande 0 poder miltar, ¢, n2 outra, 0 cetre, que representa 2 justia. O corpo ore! composto de corpos de virios individues, representando 2 assodiacdo das vontades individuals transferidas a0 soberano no momento em que o contrato socal é estabelecida. Para Hobbes, apenaso Estade forte e © poder centralizedo oderiam garantir a vida em sociedade. Ao abrir mio de pparte de sua liberdade, transferindo-a a um poder maior, (os homens afastavam © medo e a possibilidade da morte violenta. Segundo Hobbes: O fim ditimo, causa final e designio dos homens: (que amam naturalmente a liberdade e 0 dominio sobre os outros), 20 introduzir aquela restrigfo sobre si mesmos sob a qual os vemos viver nos Estados, € 0 cuidado com sua propria conservacio @ com uma vida mais satisfeita. Quer dizer, 0 desejo de sair daquela misera concigSo de guerra que é 2 consequéncia necessiria (conforme se mostrou) das paixtes naturals dos homens, quando no hi um poder visivel capa de-os manter em respeito, forgando-os por medo de castigo, 20 cumprimento de seus pactos e ao respeito Squelas leis 6e natureza [..]. HOBBES, T. Das causes, geragdo © definigSo de um Estado, In: Leviats. 2. ed. S30 Paulo: ‘Abe Cultural, 1979. p. 103. Direito divino dos reis Asteorias do direito divino dos reis, que tiveram sua origem no Periodo Medieval, atingiram 0 seu apogeu no século XVIL nos paises catélicos da Europa. Segundo tais teorias, 2 mecessidade de concentracdo do poder das reis ere explicade 2 partir da religldo: 2 soberania dos reis ndo podia ser contestada, }é que havia sido concedida diretamente por Deus. O rei era considerade um representante de Deus na Terra e, por conta disso, opor-se 20 seu poder seria no sé um crime, mas um pecado. Desse modo, (5 caminhos necessérios & edificacdo do absolutismo reat ‘do delimitados de forma a serem pouco questionades, 48 que uma autoridade ainda maior, isto , Deus, atestava 2 legitimidade real em um contexte histérico no qual 2 ‘esfera religioss ainda tinha vital importncia ne catidiane do europeu. A crenca na divindade dos monarcas permanedia junto 2 culture do homem modeme. Desde 2 Idade Média, era comum a crenca de que, caso 0s reis tocassem os doentes, conseguiriam curd-los. © ritual se manteve na Idade Maderna, dando origem & expresso"o reitoca, Deus cura". A partir dessa concepcdo sobre 0 poder real, surgiu a Percepsdo: dos dois corpes do rei: © primeiro deles, mortal, assemeha-se aos demais e estd sujelto 20s mesmos vicios efeitos comuns 20s silts; 0 segundo, sagredo, representa @ corpo divine do rei, que o diferencia dos demais e que no morre. Dedicaram-se & teoria do direte divine prindpalmente os franceses, sendo que o préprio Luis XIV escreveu sobre o poder segrado da figura real, associando 0 Estado 8 pessoa do rei Jean Bodin Em sua obra Seis livros sobre 2 Repiblica, Jean Bodin (1530-1596) defende 2 necessidade da concentracdo de todo © poder nas mos do rei, poder esse que ndo poderia ‘sor contestade, Bodin nagava a necessidade de existinda de Poder Legislative e defendia a total submisséo dos siiditos. ‘Suas teorias ganharam muita forca durante 0 periodo em que a Franca passava por confltes intensos, em razdo das cisputas religiosas. A monarquia, que ere vista como 2 melhor forma de garantir @ ordem piblice e a soberania os res, ndo estando sujeita as leis, poderia criar, revogar ‘¢ modificar a legislacéo. De acordo cam Bodin: No hé necessidade de insistir muito pare mostrar que a ‘monarquia é a melhor, visto que [..]tem somente um chefe; todas as leis da natureza nos guiam pare 2 monarquia; seja observando esse pequeno mundo que é nosso corpo, no qual existe para todes os membros: um s6 chefe do qual ependem a vontade, © movimento @ 0 sentimenta; soja cobservando esse grande mundo, que tem um soberano Deus; ‘seja observando 0 céu, que tem um $6 Sol. ‘BODIN, Jean, Las sols Hbros de la Republica. Maca: Tecnos, 1992. Bernoulli Sistema de Ensino 55. fixe Jacques Bossuet © bispo Jacques Bossuet (1627-1704) educou 0 filha de Luis XIV. Em seu livro, A politica extraida des sagradas escrituras, pretendia ensinar a0 Delfim, futuro rei da Franca, 0 principtes do absolutismo. Para o autor, a monarquia seria 2 melhor forma de organizacio politica, 6 que garante a estabilidade, por sua tredicio. A origem do Estado advém de um deereto divine, da mesma forma que © poder do monarca. Os sidites devem se submeter aes governantes, ‘que, por sua vez, deve atuar com poder incontestével. tinico capaz de retirar 0 poder dos reis seria Deus, aquele ‘que o havia concedido. Para Bossuet: ‘Todo 0 poder vem de Deus. Os governantes, pois, agem ‘como ministros de Deus e sous representantes na terra. SOSSUET, Jacques. Politique tinge des propres paroles ‘ [Excrture sane. (A pliie exraiaa das Sagres exerts] (1709). Fronga: Dalles, 1864. [Oe pésturs] (Troduso nossa). ETIQUETA NO ANTIGO REGIME Entre os séculos XV @ XVIII, a etiqueta consistia em um conjunto de regras e costumes que regiam o comportamento €0 cotidiano da sociedade. Roupas, formas de tratamento, uso da linguagem, distribuicdo no espaco e tipos de comida eam definides pelas normas da etiqueta. © apogeu dessas préticas deu-se na Corte francesa de Luis X4V, no entanto, a etiqueta fez-se presente nos habitos e outros reinos. Por meio dessas regras, esperava-se que 2s hierarquias fossem mantidas, em especial aquelas que se relacionavam aos nobres, que procuravam sobreviver apés a perda do poderio feudal, sustentando-se como artiasladoras 4o jog0 politico junto ao monarca. Em Portugal, os modes de tratamento variavam de acordo com © grupo social @ que 0 individuo pertencia. Existiam: regres determinando quem poderia ser tratado com wés, vossa mercé e wossa majestade, esse iltimo reservado 205 reis. As cores das roupas também podiam simbolizar 2 posicze do homem nessa sociedade, come na Inglaterra, onde uma lei reservou 2 cor pirpura como exclusiva da familia real. 56 cotecao6v ‘As boas maneiras determinavam os hébites durante as refeigies @ comportamento em locas pibiicas e privados, como ode ser percebido no trecho a seguir de um manual de 1671: Se todes esto se servinds do mesmo prato, evite pir ele 2 mio antes que o tenham feito as pessoas ca mais alta categoria, ¢ trate de tirar 0 alimento apenas da parte do prata que est & sua frente. Ainda menos deve pegar as melhores pordes, mesmo que aconteca voce ser 0 Giltimo a se servir. Cabe observar ainda que voce sempre dave limpar 2 colher quando, depois de usé-la, ‘uiser tiraralguma coisa de outro prato, havendo pessoas tio) celicadas que ndo querem tomara sepa na qual merguinou =. colher depois dea ter levado 3 boca. E, ainda mais, seestés 3 mesa de pessoas refinadas, no é suficiente ensugar & cother depois de. ter levado 3 boca. No deves usé-la mais, sim pedir outra. Além disso, em muitos lugares, colheres So trazidas com o prato, @ estas servem apenas para tiara. sopa eo molho. Voc® no deve tomar a sapa na sopeire, mas, colocé-ta no seu prato fundo. Se ela estiver quente demais, 6 indeticado soprar cada colherada. Deve esperar até que sirie. Setiverainfeicidade de queimar a boca, deve suportar Isto pacientemente, se pudes, sem demonstrar, mas se 2 ‘queimadura for insuportével, como as vezes acontece, deve, antes que os outros notem, pegar seu prato imediatamente: com uma mio @ levi-lo & boca e rapidamente passé-lo 20 lacaio atrés de sua cadeira. ‘COUTIN, Antoine de. Navo tratado de civiidade. Na Franca, os rituais da familia real eram acompanhados pela nobreza em Versalhes. Assistir 20 rei acardar e fazer suas refeicdes era um hébito comum que auxiliava na construcéo de sua imagem. Os rituais de exaltacao do ‘monarca ajudaram a ampliar 0 culto a figura do rei, visto como um sujeito superior 20s seus sidites. A observéncia esses modos poderia representar para a nobreza alguns beneficios e a abtencio de favores. Segundo Norbert Elias: ‘Todos dependiam, am msior ou mencr grau, d2 pessoa do rei. Portanto, 2 menor alteracéo da atitude do rei para com qualquer deles tinha muita importncia porque tornava, Vislvel uma alteracéo do seu mérito 20s olhos do rei e da sua posicSe face & sociedade de Corte. Mas esta relacio de ependéncia determinava também, por um encadeamento de los secundéries, © comportamento dos cortesdos uns com os outros. ELIAS, Norbert A sociedad de Corte. Rio de Jansire: Jorge Zahar, 1990. [Fragmento] EXERCICIOS DE APRENDIZAGEM o1. (Unesp) A monarquia absoluta foi uma forma de monarquia feudal diferente da monarquia das Estados medievais que a precedeu; mas a classe dominant permaneceu 2 mesma, tal como uma repiblica, uma monarquia constitucional e uma ditadura fascista podem ser todas [elas] formas de dominacso burguess. ©) Os Estades medievais podem ser considerados: Estados de transiclo. 1) 0 absolutismo foi uma forma de dominagéo feudal. E) 0 absolutisme foi politicamente neutro da ponto de vista social 02. (PUC Minas) Ainda sabre o contento do reinadade Luis XIV, ue ficou famoso como 0 Rei Sol e por sua paixso por sepatos, & coreto afrmar que |A) estabeleceu uma politica de aliancas entre burguesia ¢ loreja contra 2 aristocrecia para 2 elaborecéo d= uma Constituigso democrética 8) produziu imagens que tinham, como objetivo dnico, retratar, como uma cipia, os tragos reais e, assim, ser reconhecido pelos seus sicitos ©) assentou-se sobre o movimento: do absolutismo ‘francés, configurando uma concentracio controle o Estado e suas instituigées pelo monarca. ) foi resultado de um periodo de ameaca territorial, que exigiu que Luis XIV lutasse 20 lado do exército francis e se consttuisse assim como herbi. 03. (UFIF-MG) 0 absolutiseme real surgiu na Europa em meio 4 transicgo da sociedade feudal para a erdem capitalista, 22 partir do século XW. Sobre 0 absolutismo, pode-se afirmar que A) acarretou 2 perda completa do poder da nobrez2, agora destituida des privilégios que detinha, diante 6 outros grupos. 8B) em sua versio francesa, revelou-se mais permesvel 4 representagio politica, dada a grande importincia 0 Parlarnento, especialmente sob Luis XIV ©) 0 estabelecimento de impostos regulares, para financar 0 Exéreito e a administragSo reais, colaborou pare 2 efetivagio desse absolutiemo. ) enfraqueceu-se 2 autoridade da Igrafe com a afrmagso 60 poder real, tal como se verifica em Portugal & Espanha, onde se promoveu uma rigida senaracso ‘entre Igreje ¢ Estado na administracéo cv E) 2 burguesia tornou-se a classe politicamente Girigente, instituindo-se, desta forma, uma ordem econdmice baseada no livre mercado. 04, (UNIFEV-SP) A morte de Jules Mazarin em 9 de marco de 2661 marce onascimante do absolutisme de Luis XIV. © préprio rei anunciou a morte do cardeal na manh3 seguinte. Ele reuniu todos os ite ministros, ‘que esperavam ansiosamente © nome do sucessor de Mazarin. Para surpresa geral, o rei voltou-se para a) chanceler Séguier e declarou solenemente: “Senor, eu the pedi que se reunisse com meus ministros & secretérios de Estado para dizer que até agora eu deixel falecde cenher cardzal condusir os assuntos de Estado: 48 & hore que eu préprio goveme. Vocés me auxiliarso ‘com seus consethos, quando eu thes pedir. (CASALL, Dimit. Disponivel em: woew-historaviva.com.be- £ possivel firmer que oreinado de Luis XIV 1) promoveu aguda centraizagio poltica, reforgande @ figura. o papel do re transfermando a Franga pum Estado absolutita. 8) estabeleceu a triparticio dos poderes, evitando © predominio do Executive sobre o Legislative © assegurando a autonomia 6o Juticisrio. ©) eliminou 2 hegemonia aristorrtica sobre o Estado francés, incentivou as avidedes comercais¢ ampliou 2 infudncia da burguesia na administracso piblica. D) representou um esforco de unificagso do poder politico, mas fracassou na tentativa de submeter os senhores feudais 20 comando real (UEFS-BA) A histéria do Reino Unido (ex-Império Briténico) registra! © govera de trés rainhas ~ rainha Elisabeth I (Isabel Tudor) / rainha Vitéria / rainha Elsabeth II - em cujos governos importantes questies de cardter politico-econémico foram etabelacidas 2 cujos desdobrementos influenciaram no apenas 2 prépria histéria inglesa, como também © resto do mundo, No reinade de Elisabeth I, embora existisee a instituigse do Pariamento, A) © absolutisme monérquico foi fortalecide, coma resultado, em parte, da articulagSo politica entre a Corea ea Igreja Angiicana, que foi deciarada a loreja ofa. B) © Reino Unido aliou-se & Espanha e 3 Franca para apoderar-se das terras conquistadas por Portugal no oral africano. ©) 2 Inglaterra tornou-se partamentarista, confirmanda 0s limites 20 poder mondrquice no plane politico. ) 2 burguesia mercanti foi excluida de proceso politic, resultanda no atraso dos ingleses na expanséo colonial. F) 2 nobreza assumiu o controle do Estado, reduzinda © poder do monarea 20 papel figurative. 57 Bernoulli Sistema de Ensino PSC 1. Bas © 58 EXERCICIOS PROPOSTOS Bernoulli Play, (UNIFESP) [...] doentes atingidos por estranhos males, todos inchados, todos cobertos de ilceras, lamentéveis de ver, desesperancades da medicina, ele [o Rei] cura-os pendurando em seus pescacos uma pera de our, ‘com praces santas, © diz-se que transmitiré esse graca ‘curative aos reis seus sucessores. ‘SHAKESPEARE, william. Macbeth. Essa passagem da peca Macheth & reveladora |A) a capacidade artistica do autor de transcender a realidade de seu tempo. B) da crenga anglo-francesa, de origem medieval, 10 poder de cura dos reis. ©) docireitodivino dos reis, que se manifestava em seus dons sobrenaturais. D) da mentalidade renascentista, voltada 20 misticismo 20 maravilhoso. F) do poder do absolutisma, que obrigou a Igreja a aceitar 0 caréter sagrado dos reis. (USP) Na Europa da Idade Moderna, os chamados “Estades absolutistas” so aqueles nos quais A) 2 auséncia de consensos sociais minimos € to 2centuada que apenas o poder real consegue se impor @ eliminar todas os outros poderes menores. 8) 0 poder espiritual da Igreje é forte 0 suficiente para impadir 0 exercicc de outros poderes menores. ©) 2 burguesia luta permanentemente para destituir a nobreza do poder, 0 que sé ororrers com o inicio da. dade Contemporénea. D) © poder politico compete com o poder espiritual, até a definicgo daquele que, em exclusio dos demais, se tomaré 0 poder hegeménico. ) poder politica do rei & exercido na inversa proporcéo do poder de instncias representatives de outros: extrates socais. (UFOP-MG) Assinale 2 akemativa que define com maior exatidio 0 dirato divino dos reis. |A) deta de legitimidade de um govere baseads no principio da delegacéo divina do direito de comandar tum povo, que deve prestar obedincia ao governante assim empossade. 8) Principio de legitimidade de um governo, baseado na ‘obrigatoriedade de 0 povo obedecer a0 governante ue foi eleito pela parcela cists da populasso. (©) Fundamento de governo das monarquias absolutas, cuja base principal se assentava na prem ue © lider espirtual da religibo cristd deveria ser sa de Colegio 6¥ oa. © 0) Principio de govemo defendide pelos “reforma", movimento religioso preocupado com 2 legitimacio des Estados vigentes no periodo. E) Ideia de sacralizaglo do poder régio, promovido pela alta ciipula da Igreja Catéliea, que queria 2 supremacia do poder do papa sobre todas as monarquigs do periodo. res da (FGV) 0 paradoxo aparente do absolutismo na Europa ocidental era que ele representava fundamentalmente um apareiho de protecéo da propriedade dos privilégios aristocréticos, embore, 20 mesmo tempo, os meics pelos quais tal protege era concadida pudessem assagurar simultangamente os interesses bésiest das classes mercantis ¢ manufatureiras nascentes. Essencialmente, ‘ absolutismo era apenas isto: urn aparelho de dominacso feudal recolocado e reforcado, destinado 2 sujeitar as masses camponesas & sua posicfo tradicional. Nunca Foi um rbitro entre a aristocraca e a burguesia, e menos ainda um instrumento da burguesia nascante contre 2 aristocracia: ele era a nova carapaca politica de uma nobreze atemorizada. ANDERSON, Perry. Linhagens co stad absolutista.p. 18, 39 (Adaptacéa). ‘Segundo Perry Anderson, o Estado absolutista |A) no tinha forca politica para submeter os trabalhadores do campo ea aristocracia com a cobranca de pesados impostos e, simultaneamente, oferecer particpacso politica e vantagens econémicas pare o cescimento da burguesia comercial e manufatureira. 1B) nunca se submeteu aos interestes da burguesia| mercantil e manufatureira em detrimento da ‘aristocracia, mas, 20 contrério, temou-se um escuco e proteco dos camponeses contra o dominio Feudal exercido por meio de pesades impostes. ©) garantiu, sob a sua protecio, o dominio ecanémico & politico da aristocracia sobre os camponeses e, para sobreviver economicamente, atendeu acs interesses de expansio do mercado da burguesia mercantl & manufatureira, mas a afastou do poder politico. D) preservou a propriedade feudal e as interesses dos ‘camponeses, mas, para que isso se efetivasse, submeteu'se & presséo da burguesia mercantil € manufatureira a0 aproximé-la do pader politico, ‘ferecendo cargos publices 2 essa classe ) no protegen a aristocracia nem os camponeses que, para sobreviverem, estabeleceram aliancas pontuais ‘com 2 burguesia comercial em ascensdo econdmica com crescente particnaglo politica, com o intuito de obter acesso 8 terre. (UFC-CE) A etiqueta foi, nos séculos do seu apogeu (Go XV 20 XVIII), minucioso cerimonial regendo a vida fem sociedade, [.] tudo isso esteve determinado pela lei e palo costume, RIBEIRO, Renato lanine. A etiquets no Antigo Regime: do sanque & doce vida. Sao Paulo: Brasiiense, 1983. p. 7. Absolutismo 06. Em relagio & importincia da etiqueta para as relagSes socais no Estado Moderno, assinale:a alternativa correta |A) Acctiqueta, na sociedade de Corte, cnnfigurow-se como instrumento de dominagSo social dos banqueiros ede incentive & descentralizacSo politica e econémica do Estado Moderno. B) A sociedade de Corte identificou-se com a formac3o do Estado Modemo, aije processe de constituicgo eu-se contra a fragmentacio politica e econémica praticada pelos senhores feuds. ©) Aconstiuigée do Estado Moderne propiciou & realeza 2 oportunidade de eliminar as préticas mercantiistas @-de impor 6 retnmo & economia desmonetarizada. D) A sociedade de Corte, dominada pela burguesia, notabilizou-se por desprezar as boas maneiras, 0.uso a linguagem, © luxo @ a mada como formas de istinglo social E) A etiqueta, além de recorrer 20 uso de costumes: provenientes das civiizagSes Inca e Astec2, propiciou 2 dfusSo de valores extéticos oriuncos das mitologias egipeia © grasa (UFIF-2021) 0 iésofo francés do século XVI Etienne La Boétie & autor de um discurso que se coloca como um manifesto & Iberdade, questionande as causas da dominago de muitos por pouces e quais 2s razBes que, levavam 0s poves a se submeterem 3 vontade de um tirana. Em Discurso de Servidio Valuntéria, ama que: “Se os habitantes de um pais encontraram algum grande personagem que thes tenha dado provas de grande previdéncia pare protegé-los, grande audécia para defendé-los, grande cuidade para governé-los, se doravante cativam-se em obedeed-lor © se fim tanta nisso 2 ponto de Ine dar algumas vantagens, do sei se seria sdbio tiré-lo de onde fazia o bem para colocé-lo mum lugar onde poderé malfazer; mas certamente no poderia deixar de haver bondade em no tomer o mal de quem sé se recebeu o bem.” UA BOETIE, Etienne. Discurso da Servicio Voluntéria. ‘Seo Paulo: Srasiiense, 1982, 9.12. A partir da teoria desenvolvida pelo filésofo © dos seus conhecimentos, marque a opgio correta sabre o poder Gnico e autortéro existente na Frange no século XVI: |A) No contexto da monarquia absolutista as rebeliies feram aces autorizadas pelo rei, cuja autoridade emanava da vontade e dos anseios populares. B) A organizacio politica do Antigo Regime foi 2racterizada em tomno da monarquia absolutista, em que © poder no era alcancada somente pela force, pois parte da sociedade era fel e obedecia 20 rei ©) A monarquia absolutista ere convergente com 0 ensamento protestante que funcionava de recurso bésico pare o fortalacimento do poder real e que possuia apoio des servos e dos escraves. 07. ax D) Em torno de uma prética democrética havie uma [berdade na organizacio econémica do Antigo Regime que era estruturada a partir do mercantiisme que pregava a auséncia do estado no controle do sistema E) Meiante a servidio voluntéria, o texto apresenta as bases da monarquia parlamentar e constitucional, aspectosjuridices Fundamentals para ofortalecimento do poder real 2 partir do apoio servi. (Mackenzie-sP) °O Estado sou eu’, frase atribuida 20 rei francés Luis XIV, traduria 0 Grau de centralizacdo de poderes tipica dos Estados absolutistas europaus. Tal forma de organizacio politica destacava a figura do monarca como bem caracterza 2 imagem anterior. ‘Assinale a alternativa correta que expressa 0 papel da monarquia absolutista A) 0 regente, a0 aparecer publicamente com trajes suntuosos, exprimia a unio entre o poder temporal © espirtual, apoiado pubicamente pelo Papa em cada aparicéo publica. 8) Omonarca, ao'se utilizar da pompa eda suntuosidade, Sintetizave os anseios da prépria naco.e dos diversas ‘grupos religiosos existentes no ternitério francés. C) Aexposicio pica da figure do monarca enfraquecia| 2 nobreza e as tradicées aristocréticas, 20 mesmo tempo em que fortaletia os interesses burgueses. D) Orei, 20 sembolizar 0 priprio Estado francés, consegue articular © anseio do grupo mercantil em ascensio, articulando-s com os interesses da nobreza nacional. E) Fliminar as revolts camponesas francesas, recorrenda 20 luxo e majestade configurados na imagem do monarea, garantia estabilidade a nacSo. 59 Bernoulli Sistema de Ensino PTC ee) Médulo 05 60 FRONTISPICIO da 1° eacio da obra de Hobbes, Lewis (1651). ‘Thomas Hobbes (1588-1679) ficou conhecido como um os teéricos do absolutiemo. Nesea ilstracio da sua obra, Sintetiza-se a formacSo do Estado absolutista. 1. Gite teés carecteristicas do Estado absoluticta, 2. Explique a representacio de poder expressa nessa imagem. (UNIFESP) O fim timo, causa final e designio dos homens (que amam naturalmente a liberdade eo dominio sobre (9s outros), 20 introduzir aquela restric sobre simmesmos, ‘sob a qual es vemos viver nos Estados, & 0 cuidado com ‘sua prépria conservacgo e com uma vida mais satisfeita. (Quer dizer, 0 desefe de sair daquela misera condicso de uerra que é 2 consequénda necessiria (conforme se mostrou) das paixties naturais dos homens, quando no hd um poder visivel capaz de os manter em respeito, forrando-es, por mede do castigo, ao cumprimente de ‘seus pacios © 20 respaito Squelas leis de natureza, HOBSES, Thomas (1588-1679). Levises. ‘Sao Paulo: Abnl Cultural, 1979. (Os Pensadores). © principe nio: precisa ser piedaso, fiel, human, integro e religioso, bastando que aparente possuir tais ‘qualidade [...]. 0 principe no deve se desviar do bem, mas deve estar sempre pronto afazer a mal, se necessirio. MAQUIAVEL, Nicolau (1469-1527). 0 Principe. ‘S30 Paul: Abel Cubural, 2986. (Os Pencadores). 0s dois fragmentos lustram visées diferentes do Estado modemo. € possivel afirmar que |A) ambos defendem 0 absolutismo, mas Hobbes vé 0 Estado como uma forma de proteger os homens de sua prépria periculosidade, e Maquiavel preocupa-se fem orientar 0 goverante sobre a forma adequada de usar seu poder 5) Hobbes defende © absolutismo, por tomé-lo coma 2 melhor forma de assegurer 2 paz, e Maquiavel reausa-o, por ndo aceitar que um governante deva comportar-se apenas para realizaro bem da sociedade. Legdo 6 ©) ambos rejeitam o absolutismo, por considerarem que le impede o bem piblica ea democracia, valores que jamais podem ser sacriicados e que funcamentam 2 Vida em sodedade. D) Maquiavel defende 0 absolutismo, por acreditar que os fins positives das acdes dos governantes jJustificam seus meios violentas, e Hobbes reausa-o, or acreditar que o Estado impede os homens de viverem de maneire harmoniosa. E) ambos defendem 0 absolutismo, mas Maquiavel ‘acredita que © poder deve se concentrar nas mos 2 uma sé pessoa, @ Hobbes insiste na necessidade de 2 sociedade participar diretamente das decisdes o soberano, (UFPA) 0 trecho 2 seguir é de um dos mais importantes historiadores da Idadie Modema. Nele, Fernand Braudel descreve um aspecto da relacéo entre a politica © 2 sociedade na Espanha moderna governada por Felipe I Leia-o atentamente, Diz-se, com razlo, que 0 Estado Modemo fai inimigo as nobrezas e dos feudalismos. Contudo, & preciso centendermo-nos: foi 20 mesmo tempo 0 seu inimigo ¢ 0 ‘stu protetor, 0 seu associado. Reduzi-los 8 obediéncia, primaire tarefa, alids nunca terminada; em seguida Uusé-los coma instrumento de governo. Para além deles por eles manter 0 peuple wulgaire [pave comum!) BRAUDEL, Fernand. 0 mediterineo eo mundo meciterrinico ins ép0ce de Felipe Il. 2 ed. Lisboa: Pubicacbes D. Quite, 1995. p.71, AA alternativa que melhor descreve a relaglo entre 0 Estado Moderno espanhol e a sociedade é: AA) Felipe TI era um rei sébio e ilustrado, @ qual 20 lado de seus siditos cru leis e também a primeira Constituicdo na Espanha moderna, que se ternouum simbolo socal de monarca constitucional 8) 0 monarca era absolute e superior a todos os outros componentes da sociedade que governava, No entanto, seu governe devia agradar 8 nobreza, pois esta era elemento importante para subjugar 0 ove nfo nobre. ©) 0 rei era um déspota esclarecido: ao mesmo tempo em que dominava a todes, os tratava de forma sensatz, equilbrede e bem organizada, garentindo com esta ordem uma dominacSe integral de nobres e poo. D) Felipe 11 era um monarea absolutsta caracterizado or ser inimigo da nobreza e dos pobres em geral, os quais reduzia pessoalmente & sua ordem e obediéncia, auxiliado por suas tropas e exércto. ©) 0 rej, embora absolutista, estava praocupade em controlar © povo espanhol influenciado pelos ideais da Revolucéo Francesa. Dai sua necessidade de acordos polities com a nobreza local SECAO ENEM 01. 02. (Enem) 0 século XVIII é, por diversas razdes, um século diferenciado. Razo e experimentacdo se allavam no que se acreditava sero verdadeira ceminho para 0 estabelecimento do conhecimento cientifico, por ‘tanto tempo almejado. O fato, a andlise e a induco passavam a ser parceiros fundamentals da razso. E ainda no século XVIII que o homem comeca a tomar consciéncia de sua situacia na histévia (ODALIA, N. In: PINSKY, 1: PINSKY, C. 8. “waténa de cadens. Ss0 Paulo: ‘Contexto, 2003. No ambiente cultural do Antigo Regime, a discusszo ‘loséfice mencionada no texto tinha como uma de suas carecterisicas 2 |A) aproximagio entre inovaszo e saberes antigos. BB) conciiagSo entre revelaglo © metatisica platénica. ©) vinaslagio entre escoléstica e préticas de pesquisa. D) separaco entre teologia e fundamentalismo 5 (Enem) Nasce daqui uma questdor se vale mais ser _amado que temido ou temido que amado. Responde-se que ambas as coisas seriam de desejar; mas porque: 4 cific junté-es, & muito mais seguro ser temido que ‘amado, quando haja de faltar uma das duas. Porque 0s homens se pode dizer, duma maneira geral, que S30 ingrates, voliveis, simuladores, covardes e évides de lucro, @ enquante hes fazes bem so inteiramente teus, ferecem-teo sangue, os bens, a vida e as flhes, quando, ‘como acima disse, o perigo esté longe; mas quando ele ‘chege, revoltam-s2. MAQUIAVEL, NO Prince. Rode Janeiro: Bertrand, 1993. A partir da anglise histérica do comportamento humane ‘em suas relacies socials e polticas, Maquiavel define o homem como um ser |A) munido de virtude, com disposicio nata a praticar 0 bem 2 sie 20s outros. BB) possuidor de fortuna, walendo-se de riquezas para aleancar éxito na paltica, ©) guiado por interesses, de modo que suas acées $30 imprevisiveis e inconstantes. D) naturalmente racional, pré-social e portando seus direitos naturals. ) sociével por natureza, mantendo relacies pacificas ‘com seus pares. undo em um estado (Charge andnima, BURKE, PA f2bricagSo do re. [Rio 6e Janeiro: Zaher, 1998. Na Franga, 0 rei Luis XIV teve sua imagem fabricada por um conjunto de estratégias que visavam sedimentar ‘uma determinada nocio de soberania. Nesse sentido, 2a charge apresentada demonstra |A) 2 humanidade do re, pois retrata um homem comum, sem os adomes préprios & vestimenta real. B) a unidade entre o piblico e o privado, pois a figura o rei com a vestimenta real representa o piblico e sem a vestimenta real, 0 privado. ©) © winculo entre manarquia © povo, pois leva 20 conhecimento do piblico a figura de um cespretensioso e distante do poder politico. D) © gosto estétice refinade do rei, pois evidencia 2 elegiincia dos trajes reais em relacéo aos de outros ‘membros da Corte. 5) a importincia da vestimenta para a constituiclo Simbélica do rei, pois © corpo politico adernado ecconde os defeitos do corpo pessoal PTC (Enem) 0 principe, portanto, no deve se incomodar com 2 reputacio de cruel, se seu propésito é manter 0 pow lunido @ leal. De fato, com uns pouces exemplos duros poderd ser mais lemente do que autres que, por muita piedade, permitem os dishirbios que lever 20 assassinio 220 route. MAQUIAVEL, N. 0 Principe. S30 Paulo: Martin Ciaret, 2009_ No século XVI, Maquiavel escreveu O Principe, reflexéo Sobre a mananquia e a funcio do goverante. 'A manutencéa da ordem social, segundo esse autor, baseave-se na AA) inércia do julgamento de crimes polémicos. 8) bondade em relagzo a0 comportamento dos, ©) compaixée quanto & condenacio de transgressées rligiosas. D) neutralidade diante da condenacio dos servos. ©) convenincia entre 0 poder tirénico e 2 moral do principe, Bernoulli Sistema deEnsino 61 ace. Modulo 05 62 (Enem) 1. Para o filésofo inglés Thomas Hobbes (1588-1678), estado de natureza é um estado de guerra universal fe perpétua. Contrapasto 20 estado de natureza, centendido como estado de guerra, o estado de paz & 2 sociadade cvilzada Entre outras tendéncias que dialogam com as ideias de Hobbes, destaca-se a definida pelo texto a seguir: I Nem todas.as querras sSoiinjustas, e, coretativamente, nem toda paz é justa, razio pela qual a guerra nem sempre € um desvalor, ¢ 2 paz nem sempre um valor BOBBIO, N.; MATTEUCCI, N.; PASQUINO, G. Diconério de Politica. 5. . Brasila: Universidade de Brasiia; SS0 Paulo: -Amprensa Oficial do Estado, 2000. p. 30. Comparando as ideias de Hobbes (texto 1) com a tendénciacitada no texto Il, pode-se afirmar que, |A) em ambos, 2 guerre é entendida come inevitével injusta 8B) para Hobbes, a paz éinerente & cvitzacéo e, segundo © texto TT, ea ndo é um valor absolute. ©) deacordo com Hobbes, a guerra é um valor absaluto @, segundo o texto Il, a paz € sempre melhor que & guerra. D) em ambos, a querra ou a paz so boas quando o fim é jus. ©) para Hobbes, a paz liga-se & natureza e, de acordo, com o texto Il, & vikzacko. [As teorias politicas foram sempre fundamentais para justificar e legitimar uma determinada concepcio de seciedade © de Estado, Neste sentido, ganha destaque (© pensamento de Hobbes, teérico do século XVII cla obra fundamentou 0 Estado absolutista, © Rousseau, te6cico iluminista que sistematizou o conceito de Estado emocrético. Apesar de ideologicamente divergentes, suas doutrinas compartilham essencialmente de duas idetas originais: a teoria do “direito natural” e do ~contrato™ Enquanto, para Hobbes, © homem no estado de snatureza vivia em guerra permanente um com © outro, para Rousseau, a criacio da propriedade priveda da forigem 2 uma desigualdade que abollu os estates de felicidade e igualdade originais, nos quais os humanos ‘existiam sob a forma do bam selvagem. Dai pare ambos a necessidade de um contrato social pelo qual es incividuos concorcam em transferir a um terceiro - 0 sabereno - o poder para criar e aplicar as leis, tomando-se autoridade politica. Sendo que, para Hobbes, opacto institu o levist, 0 Estado. Enquanto, para Rousseau, 0 pacto cra a vontade (geral, o corpo moral coletive ou o Estado. Nesse sentido, as concepgSes de estado de natureze © de contrata, como presentes no pensamento de Hobbes ede Rousseau, Colecao 6 1A) esnudaram a verdadeira condicSo humana, mostranco ‘a necessidade de se suprimir os direitos indivicuais. 18) determnarem que comparbhassem aide de ssosdade ‘eccefendessar 2 mesma forme de Estado e soberania. © justiicaram 2 anulagio politica dos individuos pelo Estado onipotente protetor, reconduzindo-os & contigo natural 1D) mostraranse, na contamporancidade, essncialmente ultrepassadas em seus principios, conjectures © concusées. ) Signiticaram, na modemidade, momentos de lacizaclo eo pensamante police ao interpreter areaidade socal SECAO FUVEST / UNICAMP / UNESP age oles Meu aproveitamento GABARITO Aprendizagem Ooo 9 O ae Propostos os Oe O 03.A onc 05.8 2 06.8 2 07.5 os. Acerte a.c ok Ck O08 Secao Enem Acertel Errei 0 oe 0 we 0 o8 oe Ome L o6e Total dos meus acertos: é

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