You are on page 1of 66

See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.

net/publication/313606429

Tomada de decisão no esporte: estudo comparativo no voleibol (ISBN: 978-3-330-


75629-8)

Book · February 2017

CITATIONS READS

0 572

3 authors, including:

Gustavo De Conti Teixeira Costa Henrique De Oliveira Castro


Universidade Federal de Goiás Instituto de Educação Superior de Brasília
90 PUBLICATIONS   416 CITATIONS    109 PUBLICATIONS   122 CITATIONS   

SEE PROFILE SEE PROFILE

Some of the authors of this publication are also working on these related projects:

Space Creation Dynamics in basketball small-sided games View project

Visual behavior and the quality of decision-making on volleyball View project

All content following this page was uploaded by Henrique De Oliveira Castro on 11 February 2017.

The user has requested enhancement of the downloaded file.



 


    
   

     
   

 



  

 



 

  
 
 
 


 
 
   !    " 

 


 
     


 
 
  
   
  "  
   




 



#
  $
  %  &
 

 #



 
'

(
)! 
*)+(,+


- .  

 
)


 * 
 
/,

- .   
0*)+(/
* 
 
)



( $0*)(1   

 
 

2




  


 



   

 
 

 

 



 



    


  


 

   

 

 

 
 
 




  


  


   

 

 

 
 
 




  



  





  


 !
"# 
 


 
      
             
  
 
   
 !  
  
"        #     
$  !%  !      &  $  
'      '    ($    
'   # %  % )   % *   %
'   $  '     
+      " %        & 
'  !#     
 $,
 ( $



 -. /
           
         -.   
  
    /
        .  0  
  ! 
1                    . (  2
         -.      .      
            /  1          %
%   %    % -3  %
             -3 %
  
 !  4        
     5         -.  -.     %
 %   4 4 

6    $$$   

7 8 
 8-3 " 9
 5   
1& )*:6 +)
  
 ;<=%>>???&  %   @
8 6A 
B  

*   &


 (  C /
 

6@   6  D )    6 EF  6  % *4  


1 6 % G ) 
6@ 6 D<H?I1& )*:6 +)
"J   E      &  <H?I


ÍNDICE

Introdução ......................................................................................................................................... 2
Tomada de decisão no contexto esportivo ...................................................................................... 5
Conhecimento, tomada de decisão e expertise no esporte ........................................................... 11
Conhecimento de atletas em função do nível de expertise .............................................. 13
Investigação centrada na tomada de decisão e nas estratégias visuais em atletas ........ 18
Alterações cerebrais em função da experiência ........................................................................... 22
Investigação sobre a ativação cerebral e a expertise ....................................................... 28
A tomada de decisão no treinador ................................................................................................. 32
Investigação aplicada acerca do treinador e a expertise ................................................. 33
REFERÊNCIAS .............................................................................................................................. 38
SOBRE OS AUTORES .................................................................................................................. 55
Ϯ

TOMADA DE DECISÃO NO ESPORTE: ESTUDO COMPARATIVO NO


VOLEIBOL

Prof. Dr. Gustavo De Conti Teixeira Costa


Prof. Ms. Henrique de Oliveira Castro
Prof. Dr. Pablo Juan Greco

Introdução

A tomada de decisão supõe a seleção de uma resposta em ambiente de múltiplas respostas


viáveis (SANFEY, 2007) e determina as possibilidades de sucesso ao analisar os resultados entre
diferentes alternativas (GRECO, 2006). Diversos processos cognitivos tais como a percepção,
atenção, antecipação, memória, pensamento, inteligência e a própria tomada de decisão que se
encontra relacionada ao contexto situacional são solicitados nas modalidades esportivas coletivas e
particularmente no voleibol para se resolver a situação de jogo (RAAB, 2005, 2007). Durante esta
pesquisa adotou-se a nomenclatura habilidades cognitivas ao invés de capacidades cognitivas, uma
vez que estas alteram conforme o conhecimento e a experiência, de acordo com a literatura
apresentada neste estudo.
A tomada de decisão nos esportes coletivos ocorre sob limitação temporal (RAAB, 2012), o
que demanda conhecimento e a extração de informações relevantes do ambiente de jogo na busca
de uma solução para as diferentes situações (GRÉHAINE; GODBOUT; BOUTHIER, 1999).
Assim, a atenção, as estratégias visuais, a antecipação, a seleção e execução da resposta (ARIAS et
al., 2012; GIL et al., 2012b), são cruciais nos esportes coletivos (ARIAS et al., 2012).
As habilidades cognitivas permitem a interpretação de acontecimentos, atribuindo
significado aos mesmos (BANKS; KRAJICEK, 1991) e as experiências anteriores orientam a
percepção (STOKES et al., 2012). Conforme o paradigma cognitivista considera-se que a
interpretação das informações sensoriais requer a relação entre mecanismos sensoriais (BANKS;
KRAJICEK, 1991) e mecanismos de memória (STOKES et al., 2012). Esta relação proporciona a
capacidade de prever eventos futuros e preencher as lacunas dos dados sensoriais, adicionando
informações que não foram percebidas, baseados na experiência pessoal, conhecimento,
especificidade da tarefa e memória (GORMAN; ABERNETHY; FARROW, 2011).
ϯ

Durante a busca visual por informações relevantes a memória de trabalho armazena


informações sobre o objetivo ou meta, mantendo o modelo ativo para detectar qualquer estímulo
correspondente ao desejado (GIESBRECHT; SY; GUERIN, 2013). A manutenção deste modelo
ativo na busca por sinais relevantes aumenta o metabolismo cerebral evidenciado pelo aumento da
oxihemoglobina e diminuição da deoxihemoglobina (BUXTON; WONG; FRANK, 1998;
KOJIMA; SUZUKI, 2010).
Presume-se que o envolvimento da área cerebral pré-frontal é importante para alocação
adequada de atenção visuo-espacial nos aspectos críticos da tarefa (MIHARA et al., 2008) e que o
conhecimento prévio do ambiente, objeto, objetivos e sinais relevantes da tarefa oportunizam
elevado desempenho na tomada de decisão, suportado pelas estratégias visuais
(HOLLINGWORTH, 2009; MACK; ECKSTEIN, 2011; GIESBRECHT; SY; GUERIN, 2013).
As pesquisas sobre a tomada de decisão no esporte têm incidido sobretudo em atletas
demonstrando que atletas experientes, quando comparados aos principiantes, possuíram mais
conhecimento sobre a tarefa, utilizaram melhor as informações disponíveis, apresentaram padrões
mais rápidos de busca visual, codificaram e recuperaram informações de forma eficaz e tomaram
decisões mais rápidas e adequadas (ABERNETHY; BAKER; CÔTÉ, 2005; ABERNETHY;
RUSSELL, 1987; LIU, 2015; MANN et al., 2007; WARD; WILLIAMS, 2003). Neste âmbito, é
possível perceber que o treinamento desenvolve a leitura de sinais relevantes do jogo por meio da
percepção dos movimentos dos adversários e identificação dos pontos fortes e fracos dos mesmos
(AFONSO; GARGANTA; MESQUITA, 2012). Neste viés, o treinador é o responsável por ensinar
e orientar os atletas para a aquisição de habilidades inerentes ao esporte específico, conduzindo o
aprendizado dos atletas para o conhecimento acerca do esporte e auxiliando-os na tomada de
decisão às situações que emergem do contexto esportivo (EUROPEAN COACHING COUNCIL,
2007; ROSADO; MESQUITA, 2009; CÔTÉ; ERICKSON; DUFFY, 2013).
Dentre as funções que os treinadores desempenham no seu trabalho cotidiano, destacam-se:
definição da estratégia de jogo; condução de treinamentos por meio de pedagogias adequadas aos
objetivos da equipe e do grupo de atletas; ter conhecimento técnico do esporte que treinam; possuir
sólido conhecimento dos fundamentos do esporte para direcionar adequadamente os atletas no
treino e na competição; ter capacidades táticas sobre as situações competitivas, que lhes permita
desenvolver planos de ação (estratégicos e táticos), bem como oportunizar ajustes no decorrer da
competição; realizar tomadas de decisões adequadas aos diferentes cenários de jogo e treino;
promover a autoaprendizagem por meio da reflexão (ISCF, 2013; MESQUITA, 2015), entre outros
aspectos. Embora o treinador na sua função recorra as competências descritas acima, a presente
ϰ

pesquisa se limitará aos aspectos relacionados à compreensão tática do jogo, ou seja, à leitura de
jogo, nomeadamente aos aspectos inerentes à tomada de decisão.
A tomada de decisão do treinador se caracteriza como uma habilidade cognitiva que, de
acordo com Kirschner e Vilsteren (1997), é formada pelos processos cognitivos de ordem superior,
com ou sobre os conhecimentos adquiridos e que devem ser testados por meio da exposição do
comportamento. A habilidade cognitiva, que consiste de operações ou ações que são medidas de
acordo com o quão bem uma pessoa mostra-se capaz de realizar estas operações (velocidade,
precisão, dentre outras), pode ser aprimorada ou alterada pela prática, por feedbacks extrínsecos e
intrínsecos. Assim, estas operações formam um conhecimento específico, os seus resultados (ou
produtos) se encerram neste.
O conhecimento do treinador assenta-se assim na mudança de paradigma que evolui das
questões relativas aquilo que os treinadores sabem (acúmulo de conhecimento) para a habilidade de
aplicar aquilo que sabem, se expressando em competências específicas, adaptadas às circunstâncias
da prática, mutáveis e imprevisíveis; garantem a tomada de decisão eficiente e eficaz para a
resolução dos problemas inerentes ao jogo (EGERLAND; SALLES; BALDI, 2015; SANTOS et
al., 2010; MESQUITA, 2010, 2015). Portanto, o processo de formação que leva à expertise do
treinador mostra-se relacionado com sua competência profissional, ou seja, do seu conhecimento do
esporte.
Os estudos realizados com treinadores, em sua maioria, verificaram quais as concepções que
estes possuem sobre metodologias de ensino (MENEZES; MARQUES; NUNOMURA, 2015;
RAMOS; NASCIMENTO; GRAÇA, 2009), auto percepção sobre competência (EGERLAND;
NASCIMENTO; BOTH, 2010; RESENDE; MESQUITA; FERNANDEZ, 2007) e sobre sua
formação profissional (BRASIL; RAMOS; NASCIMENTO, 2015; EGERLAND et al., 2013;
RAMOS et al., 2011). Além disso, observam-se numerosos estudos sobre o coaching, que
diferenciaram treinadores principiantes de experientes segundo o efeito do comportamento do
treinador em tarefas de aprendizagem, especificamente no tempo de empenho na tarefa (DARST;
LANGSDORF; RICHARDSON; KRAHENBUHL, 1981; LACY; MARTIN, 1994; TRUDEL;
BRUNELLE, 1985), o seu sentimento de competência, autoestima e grau de satisfação (REJESKI;
DARRACOTT; HUTSLAR, 1979; SINCLAIR; VEALEY, 1989; SMITH; SMOLL, 1990; SMITH;
ZANE; SMOLL; COPPEL, 1983) e os seus comportamentos sociais (FISHER et al., 1982;
LIUKKONEN; LAAKSO; TELAMA, 1996). A literatura centrada na formação dos treinadores
valoriza cada vez mais o desenvolvimento dos processos reflexivos sobre os problemas da prática
que emerge de forma situada, nomeadamente sobre a forma como os treinadores transformam o seu
ϱ

conhecimento e competências em decisões concretas (GILBERT; GILBERT; TRUDEL, 2001;


MESQUITA, 2015). Contudo, não foram encontrados na literatura revisada estudos que
analisassem a qualidade da tomada de decisão dos treinadores em relação aos problemas
emergentes ao jogo.
De acordo com Mesquita (2013) o treinador evoca variados saberes mediante as situações
com que se depara e é o principal responsável pelo desenvolvimento dos praticantes de esporte. A
excelência na atuação do treinador modifica o conhecimento e o desempenho do atleta, sendo uma
variável imprescindível na formação deste. Desta forma, em conformidade com a experiência do
treinador torna-se pertinente identificar as estratégias visuais (ZHAO et al., 2012) e a ativação
cerebral dos treinadores segundo o tempo de prática. Estes processos permitem avaliar o impacto do
nível de expertise na detecção e seleção da resposta apropriada ao momento da resolução de
problemas intrínsecos ao jogo (BUSS et al., 2013; AYAZ et al., 2011, 2012). Tendo em vista que o
conhecimento específico da modalidade direciona a tomada de decisão (GRAÇA; MESQUITA,
2002), o presente livro se propõe apresentar diferenças na tomada de decisão, nomeadamente na
ativação cerebral e nas estratégias visuais de treinadores de voleibol principiantes e experientes.

Tomada de decisão no contexto esportivo

Na literatura a tomada de decisão se define como a capacidade do indivíduo selecionar a ação,


dentre uma série de possibilidades, para atingir o objetivo da tarefa específica (HASTIE, 2001). Os
processos decisionais subjacentes à tomada de decisão se caracterizam por duas formas
complementares de processamento de informação: as do tipo bottom-up e as do tipo top-down. O
processamento bottom-up é determinado, na maioria das vezes, pela natureza dos estímulos
sensoriais e é realizado automaticamente, possibilitando a execução rápida, embora tenha pouca
flexibilidade. Este ocorre do ambiente para o sujeito, sendo que o ambiente condiciona a decisão. Já
o processamento do tipo top down solicita a elaboração das informações sensoriais em relação aos
pensamentos, ações e objetivos estipulados (MILLER; COHEN, 2001). Ou seja, ocorre do sujeito
para o ambiente e a experiência do mesmo condiciona sua decisão. Uma vez que o escopo da
pesquisa é analisar os processos decisionais deliberativos, a revisão de literatura foi direcionada
para o processamento top-down que caracteriza essa forma de decisão.
A análise da tomada de decisão no contexto esportivo evidencia a necessidade de considerar
uma perspectiva dinâmica, por meio da interação entre a cognição e a ação (WILLIAMS;
ERICSSON, 2005; WILLIAMS, 2009). Neste sentido, as teorias acerca da tomada de decisão no
ϲ

esporte, nomeadamente a teoria ecológica, a teoria intuitiva e a teoria cognitiva se diferenciam pelas
suas abordagens e postulados. Cada uma destas teorias será descrita brevemente, embora esta
pesquisa tenha como foco a teoria cognitiva.
A psicologia ecológica sugere a necessidade de se descrever e considerar o ambiente em que o
indivíduo se encontra antes de fazer perguntas sobre a forma como ele pode alcançar o
conhecimento acerca desse ambiente (ARAÚJO; DAVIDS, 2009). Desta forma, inicia-se a
interação entre indivíduo, atividade e ambiente para a solução de uma tarefa em situação ecológica
(ARAÚJO; DAVIDS; HRISTOVSKI, 2006). Assim, a tomada de decisão ocorre como resultado
dos aspectos que emergem do ambiente (ARAÚJO; DAVIDS; SERPA, 2005). Os autores destacam
uma relação direta entre a percepção e a ação, de acordo com as incertezas do meio ambiente e do
indivíduo (ARAÚJO; DAVIDS, 2009).
A abordagem ecológica proposta inicialmente por Gibson (1979) mostra que a tomada de
decisão é dependente das affordances ambientais, ou seja, das limitações e condicionantes da tarefa
presentes no meio. Neste modelo, o organismo humano ajusta-se via os órgãos periféricos, tais
como os olhos e a cabeça, para aquisição da informação que nos rodeia, mostrando que ambiente e
pessoa se influenciam mutuamente, causando alterações neste sistema (ARAÚJO; DAVIDS, 2009).
Nesta perspectiva, as decisões e ações são consideradas como uma relação interdependente do meio
ambiente, porém os processos cognitivos tais como atenção, memória e flexibilização cognitiva,
apresentam pouca relevância.
A teoria intuitiva, diferentemente da teoria ecológica, distingue a tomada de decisão de
acordo com a complexidade e velocidade do processamento de informações. Seu autor principal,
.DKQHPDQ   GLVWLQJXH GRLV VLVWHPDV QR SURFHVVR GH WRPDGD GH GHFLVmR ³6LVWHPD ´ H
³6LVWHPD´$VRSHUDo}HVGR³6LVWHPD´LPSOLFDP HP GHFLV}HV LQWXLWLYDVDVTXHQRUPDOPHQWH
são rápidas, automáticas, sem esforço, associativas, implícitas e muitas vezes influenciadas pelas
emoções; elas também são reguladas por hábitos, por conseguinte, difíceis de controlar ou
modificar. Neste sentido, a decisão intuitiva, ou seja, a intuição é uma interação emergente entre os
processamentos do tipo botton-up e top-down$VRSHUDo}HVGR³6LVWHPD´LPSOLFDPHPGHFLV}HV
deliberativas, são mais lentas, de série, com esforço, mais propensas a serem monitoradas
consciente e deliberadamente controladas; elas são também relativamente flexíveis e
potencialmente governadas por regras.
Tversky e Kahneman (1974) descrevem as relações entre ambos os sistemas (Sistema 1
³LQWXLWLYR´H6LVWHPD³GHOLEHUDWLYR´ FRPEDVHQDSUREDELOLGDGHGDVXDRFRUUrQFLD$VVLPTXDQWR
mais frequente for a situação, maior será a solicitação do Sistema 1. Em contrapartida, as situações
ϳ

menos comuns e/ou mais complexas, caso sejam identificadas pelo sistema nervoso central, serão
processadas pelo Sistema 2. O sistema perceptivo e as operações intuitivas do Sistema 1 geram
impressões sobre percepção e pensamento acerca das situações (KAHNEMAN, 2003), enquanto a
associação do pensamento consciente com a memória de trabalho explica a natureza lenta,
sequencial e de capacidade limitada do Sistema 2 (EVANS, 2008). Um exemplo no voleibol é
quando o treinador solicita ao líbero que fique mais próximo do atacante de ponta que está na rede
para ajudá-OR QD UHFHSomR ³6LVWHPD ´  &RQWXGR DSyV SHUFHEHU TXH D HVWUDWpJLD GD HTXLSH
adversária é sacar no jogador de ponta do fundo, devido a eficácia de recepção reduzida, o treinador
altera a formação de recepção e diminui o espaço de recepção do pior recebedor. A teoria cognitiva,
remetendo especificamente a mais recente, também denominada de cognitivismo contemporâneo
(NITSCH, 2009) será utilizada como pano de fundo desta pesquisa. A cognição é o termo comum
para designar todos os processos ou estruturas que se relacionam com a consciência ou o
conhecimento (BERGIUS, 1985). Relacionam-se com os processos cognitivos, aqueles que
SHUPLWHP D ³LQWHUSUHWDomR H RUGHQDPHQWR GDV LQIRUPDo}HV QD FRQVFLrQFLD DWUDYpV GDV IXQo}HV
LQWHOHFWXDLVHDIRUPDomRGHFRQFHLWRVSDVVtYHLVGHRIHUHFHUVROXo}HVGHXPSUREOHPD´ %(5*,86
1985).
Os modelos explicativos da ação em esportes que se relacionam com as teorias cognitivas se
originam a partir do trabalho seminal de Mahlo (1980). Neste, a ação tática se inicia com a análise
da situação por meio da percepção e apreciação dos próprios conhecimentos, a segunda fase implica
em uma solução mental para a tarefa, e na terceira fase, a realização motora, ou seja, o produto, a
execução de uma habilidade motora. A proposta de Mahlo (1980) indica a importância de a ação ser
avaliada e armazenada na memória, interligando as experiências relativas ao processo e ao
resultado. De acordo com Matias e Greco (2010), o atleta, das modalidades consideradas no grupo
dos Jogos Esportivos Coletivos, deve antecipar e perceber os movimentos dos companheiros de
equipe, dos adversários e da bola, portanto suas ações devem ser antecipativas e não somente
reativas, como inicialmente se desprende do modelo proposto por Mahlo (1980).
O seguinte trabalho de impacto na área da psicologia do esporte a descrever o decorrer de
uma ação esportiva foi apresentado por Nitsch (1985). O autor refere que a ação esportiva se realiza
na interação da pessoa com o ambiente em dependência da tarefa que se defronta. A ação se
desenvolve em três fases:
a) $QWHFLSDomRFRPSRVWDSHORVSURFHVVRVGH³IRUPDomRGDLQWHQomR´HGH³SODQHMDPHQWR´
b) 5HDOL]DomRFRPSRVWDSHORVSURFHVVRVGHFRQWUROH³GRHVWDGR´HFRQWUROHGR³SURFHVVR´
c) ,QWHUSUHWDomRFRPSRVWDSHORVSURFHVVRVGH³DYDOLDomR´H³DWULEXLomR´
ϴ

Nitsch (2009) destaca que existe uma relação temporal entre a antecipação e a interpretação.
É importante destacar que segundo este autor, as três fases da ação são monitoradas pelos sistemas
de controle cognitivo, emocional e automático de forma a verificar cada uma dessas fases e seus
processos.
Nesta vertente de pensamento considera-se que ações nos esportes são intencionais (ou seja,
subjazem nestas as intenções táticas), dinâmicas, motivadas, direcionadas a uma meta, em interação
com percepções objetivas e subjetivas (SAMULSKI, 2009). De forma resumida, considera-se que
ações são movimentos coordenados e regulados por fatores cognitivos e emocionais que partem de
uma avaliação e percepção subjetiva da realidade em direção a consequências esperadas.
É importante destacar que a ação em esportes resulta dos processos conscientes, pois mesmo
as respostas intuitivas se apoiam em experiências anteriores, ou seja, com recurso da memória de
trabalho, à busca dessas vivências na memória de longo prazo. Nitsch (2009) considera que o
decorrer de uma ação em esportes se caracteriza por diferentes fases: a de antecipação, a de
realização e a de interpretação (FIGURA 1). Na fase de antecipação a pessoa antecipa mentalmente
a execução da ação e as consequências possíveis, baseando-se na avaliação das condições iniciais
da situação. A fase de realização é marcada pela realização dos planos de ação, juntamente com a
regulação dos processos sensoriomotores correspondentes. Na fase de interpretação a pessoa avalia
a possível execução e consequências da ação, baseando-se nos planos antecipados, ou seja,
desejados.
Na Teoria da Ação, a ação é regulada pela forma como o indivíduo percebe e adapta a sua
própria competência, com relação à tarefa a executar e conforme o ambiente em que se encontra
(NITSCH, 1985, 2009). Neste modelo a ação tática é produto da tríade ambiente-tarefa-pessoa,
sendo determinada tanto pelas condições subjetivas, interesse, atitudes, experiência, opiniões e
preconceitos, quanto pelas objetivas: condicionamento físico, aspectos antropométricos e
biomecânicos, condições climáticas e temperatura (MATIAS; GRECO, 2010).
ϵ

Figura 1. Fases da ação em esportes

Fonte: NITSCH (1985)

Os jogos desportivos exigem do participante a concretização de adaptações às situações novas,


orientando as ações para a resolução de uma situação-problema (GRECO, 2006). Os processos de
Tomada de Decisão nos jogos esportivos coletivos são dinâmicos dentro de um marco
socioambiental delimitado situacionalmente com alta exigência ecológica, portanto, específicos,
dificilmente reproduzíveis (GRECO et al., 2015). A ação tática se traduz num conjunto de tomadas
de decisões que perpassam pela percepção da informação ambiental e sua interpretação, com
consequente seleção da resposta mais apropriada (OLIVEIRA et al., 2009). A ação em esportes
solicita uma Tomada de Decisão que é definida pelo sujeito com base na interação com o ambiente,
e de acordo com o grau de dificuldade de realização da tarefa específica (GRECO et al., 2015).
Nos esportes como o Voleibol, a tomada de decisão se caracteriza por apresentar processos que
são suplementados pela deliberação lenta e controlada (MOXLEY et al., 2012). A capacidade de
tomar decisões eficazes depende da orientação adequada para os indicadores relevantes da tarefa
(LAUREIRO-MARTÍNEZ et al., 2015), os denominados ³VLQDLV UHOHYDQWHV´ *5(&2   $
interpretação da informação disponível inclui ignorar informações desnecessárias para a tomada de
decisão e processar as informações pertinentes, sinais relevantes, para a escolha da ação adequada
aos objetivos da tarefa (McPHERSON; FRENCH 1991; FRENCH et al., 1996).
ϭϬ

Dada a necessidade de monitorar o comportamento tático dos jogadores e distribuir a atenção


aos sinais relevantes, a atenção emerge como um importante mecanismo intencional que interage na
tomada de decisão de forma consciente, ou seja, se relaciona na interação pessoa-tarefa-ambiente
via processamento de informação, nomeadamente do tipo top-down. Contudo, ressalta-se que a
atenção também se apresenta em interação e contribuindo nos processos de botton-up, isto é, no
processamento intuitivo.
A atenção assume especial importância nos jogos desportivos (MEMMERT; SIMONS;
GRIMME, 2009), uma vez que permite monitorar o próprio comportamento, bem como as posições
e movimentações de múltiplos companheiros e adversários (WU et al., 2013). Os processos
decisionais são municiados pela informação oriunda dos mecanismos atencionais, o que determina
que quanto maior o número de informações táticas ocorre maior estreitamento da atenção e, por
outro lado quanto menor a quantidade de informações táticas, maior a amplitude atencional
(MEMMERT; FURLEY, 2007; MEMMERT, 2011; FURLEY; MEMMERT, 2013).
As estratégias visuais, sustentadas pela interação da memória de trabalho e a memória de longo
prazo, direcionam o foco de atenção aos aspectos cruciais da tarefa, auxiliando nos processos
complexos da tomada de decisão tática no esporte (FURLEY; MEMMERT, 2012). A solução dos
problemas nos esportes é invocada a partir da inter-relação entre o conhecimento, a memória de
trabalho e de longo prazo, e os diferentes processos cognitivos que confluem no comportamento
tático (BAR-ELI; RAAB, 2006; MEMMERT; PERL, 2009).
A interpretação e resposta aos diferentes cenários táticos solicitam, primeiramente, que os
mesmos se encontrem classificados em uma unidade reconhecível. Este processo ocorre por meio
da experiência prática (YARROW; BROWN; KRAKAUER, 2009). Portanto, o conhecimento
acerca das situações específicas é armazenado na memória de longo prazo, criando um mapa
cerebral com as possíveis soluções de cada cenário de jogo e proporcionando um acesso rápido e
flexível à resposta desejada (YARROW; BROWN; KRAKAUER, 2009). Além disso, este
conhecimento permite o monitoramento das alterações do jogo e promove adaptações
comportamentais diante das alterações presentes na dinâmica do contexto esportivo (AFONSO;
GARGANTA; MESQUITA, 2012). Os processos cognitivos subjacentes à tomada de decisão
contribuem para a compreensão tática e são monitorados pelas estratégias visuais (MACK;
ECKSTEIN, 2011), nomeadamente por meio dos movimentos oculares denominados de fixações
visuais e dos movimentos sacádicos (MORENO; ÁVILA; DAMAS, 2001).
ϭϭ

Conhecimento, tomada de decisão e expertise no esporte

O tempo de prática deliberada evidencia-se como um componente central na realização de


elevados desempenhos esportivos (AFONSO; GARGANTA; MESQUITA, 2012). Assim, a busca
de informações precisas sobre o cenário de jogo e a alternância de foco para os sinais relevantes
predizem a obtenção de sucesso na tarefa (ROCA et al., 2013).
A expertise resulta no processamento refinado das situações específicas, codificando os
dados para a memória de longo prazo e discriminando efetivamente os sinais relevantes dos
irrelevantes (HERZMANN; CURRAN, 2011). A melhor organização das informações, agrupando-
as em unidades funcionais, acelera o processo de recuperação das mesmas por meio de uma busca
mental mais eficiente (GUIDA; GOBET; NICOLAS, 2013). Quando a tarefa é desconhecida, o
início da prática é marcado por ativações cerebrais que dão lógica à nova tarefa, sendo que a
repetição desta nova atividade codifica os estímulos para a memória de longo prazo.
Consequentemente, quando esta é evocada pela memória de trabalho, utilizam-se menos recursos
cerebrais, tendo em vista que a codificação forneceu a junção de vários estímulos (GUIDA;
GOBET; NICOLAS, 2013). Em outras palavras, o cérebro realiza a soma de pequenas partes da
tarefa em um código, que quando evocado pela memória de trabalho demanda menor ativação, uma
vez que se torna necessário ativar apenas um código e não os vários códigos que originaram a ação
a ser realizada (FIGURA 2).
ϭϮ

Figura 2. Representação esquemática dos níveis cognitivos e cerebrais na aquisição de


conhecimentos.

Fonte: GUIDA; GOBET; NICOLAS (2013)

Conforme ocorre o incremento nas ligações que compõem a rede de conhecimento, observa-
se maior propensão à ativação neural (PETER; ANDREW, 1986). Contudo, existem resultados
controversos sobre a ativação cerebral e tomada de decisão no esporte em relação à expertise.
Kobayashi, Yasuda e Suzuki (2006) estudaram a relação entre a atividade do córtex pré-frontal e a
aquisição de uma habilidade por meio do fNIRS. Os autores observaram que conforme houve a
repetição da tarefa ocorreu a diminuição da ativação pré-frontal. Além disso, deduziram que a
ativação pré-frontal dos principiantes é elevada, pois precisaram armazenar muita informação nova
e alocar um grande espaço para o processamento de informações, incluindo a alocação de atenção
para novos estímulos relacionados e não relacionados com a tarefa.
Abreu et al. (2012) utilizaram a ressonância magnética funcional para explorar a capacidade
de tomar decisões acerca da previsão de ações específicas do basquetebol. A amostra deste estudo -
composta por atletas especialistas, que apresentavam entre 3 e 21 anos de prática na liga italiana
B/C, e principiantes, que nunca jogaram profissionalmente ou que jogaram em nível amador -
DVVLVWLUDPTXDUHQWDHGXDVFHQDVGDVpULH³%´SURILVVLRQDOLWDliana. Os resultados apontaram para a
similaridade na ativação pré-frontal de principiantes e especialistas, já que os dados encontrados
não diferiram segundo o tempo de prática para a previsão da ação. Ao se considerar esses resultados
evidencia-se que a ativação da rede neuronal dos processos de percepção da ação e execução
ϭϯ

motora parece ocorrer similarmente em atletas principiantes e experientes, independentemente do


tempo de prática.
Embora não exista um consenso na literatura acerca da ativação cerebral em relação à
expertise, acredita-se que a capacidade de comparar novas informações com algo previamente
armazenado na memória de longo prazo molda estruturas de conhecimento cada vez mais
sofisticadas e promove melhor capacidade de tomar decisões (AFONSO; GARGANTA;
MESQUITA, 2012). A qualidade na prestação esportiva relaciona-se com o conhecimento
(GIACOMINI et al., 2011), que pode ser subdividido em duas classes diferentes:
a) Conhecimento tático declarativo ± CTD: composto pelos fatos que podem ser declarados,
verbalizados pela pessoa, sua organização tem a forma de séries de fatos conectados, passíveis de
descrição e que determinam a possibilidade de escolha, constituída de um corpo organizado de
informações factuais (Exemplo: falar qual é a melhor decisão em uma determinada situação de
jogo, passar ou lançar);
b) Conhecimento tático processual ± CTP: fundamental em ações motoras que solicitam
grande habilidade; procedimentos motores que podem ser executados quase sem pensar, de forma
rápida e aparentemente sem controle consciente (Exemplo: amarrar os cordões dos sapatos, andar
de bicicleta) (GRECO, 2006).
O CTD consiste de fatos e recordações mentais, enquanto que o CTP se expressa na
realização de habilidades motoras, ou maneiras de usar os fatos. Observa-se que estes dois tipos de
conhecimento diferem em termos de sua durabilidade e capacidade de generalização (HEALY;
KOLE; BOURNE, 2014). Pesquisas indicaram que inicialmente é necessário desenvolver o CTD
como alicerce para o desenvolvimento do CTP (THOMAS; THOMAS,1994; GIACOMINI et al.,
2011). Assim, a experiência é a passagem do conhecimento tático declarativo para o processual em
direção ao melhor desempenho esportivo e é denominada procedimentalização ou proceduralização
(ANDERSON, 1982).
O CTD forma uma rede semântica integrada na memória de longo prazo, sendo que a
estrutura desta pode ser representada por uma conexão em que os conceitos estão ligados entre si de
acordo com um conjunto definido de relações (PETER; ANDREW, 1986). A decisão complexa
tornar-se simples conforme uma situação particular é aprendida, reduzindo a incerteza e
contingência durante a exploração das opções disponíveis (KOECHLIN; HYAFIL, 2007).

Conhecimento de atletas em função do nível de expertise


ϭϰ

As diferenças encontradas no CTD entre atletas experientes e principiantes sugerem um


continuum na base de conhecimento relevante, que aumenta com a experiência (GARCÍA-
GONZÁLEZ et al., 2012). A tomada de decisão em atletas principiantes tende a conter apenas
metas ou interpretações fracas de eventos presentes e passados (GARCÍA-GONZÁLEZ et al.,
2012). Em contrapartida, os experientes, a partir de vários anos de prática deliberada e intencional,
desenvolvem estruturas de conhecimento sofisticadas que lhes permitem codificar, recuperar e
processar informações de forma eficiente e seletiva (WILLIAMS, 2002). O quadro 1 mostra os
estudos sobre o conhecimento/tomada de decisão e o tempo de prática em atletas.

Quadro 1. Estudos sobre o conhecimento/tomada de decisão em atletas de acordo com o nível de


expertise.
Autor Amostra Conclusão
Tenistas principiantes e Os experientes, em
experientes comparação aos principiantes,
demonstraram um número
maior de conceitos. A melhor
MCPHERSON; THOMAS
capacidade de decisão dos
(1989)
experientes durante o jogo foi
relacionada com a sua
estrutura de conhecimento
sobre o esporte.
19 jogadores de voleibol Os resultados não
DIAS; TAVARES; com níveis de prática apresentaram diferenças na
MOUTINHO (1996) variados. velocidade e na tomada de
decisão correta.
22 jogadores de futebol de Os resultados demonstraram
campo mais qualificados e que não houve diferença
COSTA et al. (2002)
22 menos qualificados estatística no teste de
conhecimento específico.
168 jogadores de voleibol Os atletas do sexo masculino
obtiveram melhores resultados
do sexo masculino e
GRECO et al. (2002) no conhecimento tático e na
feminino entre 11 e 14 tomada de decisão.
anos.
PEREIRA; TAVARES 18 levantadoras de Neste estudo, não foram
ϭϱ

(2003) voleibol da 1ª e 2ª divisão identificadas diferenças entre


as atletas de 1ª e 2ª divisão.
do campeonato Português.
Independentemente da divisão
a que pertencem, as
levantadoras demoraram
aproximadamente o mesmo
tempo para decidir taticamente
pela resposta adequada.
40 jogadores de futebol Quando comparados com os
entre 13 e 15,8 anos. seus pares menos qualificados,
os atletas mais qualificados
apresentaram tempos de
decisão mais rápidos, maior
precisão nas respostas e maior
ocorrência de tomadas de
decisões corretas.
VAEYENS et al. (2007)
Os atletas mais qualificados
passaram mais tempo fixando
o olhar no jogador com a
posse da bola, alternando este
padrão com fixações em
outras áreas relevantes para a
tomada de decisão.

535 atletas de futebol do O CTD mostrou-se superior


sexo masculino nos conforme o escalão foi
escalões sub-14, sub-15 e tornando-se mais experiente,
GIACOMINI et al. (2011) sub-17 evidenciando superioridade do
escalão sub-17 sobre os
demais e do sub-15 sobre o
sub-14.
15 atletas de voleibol As participantes mais
feminino mais qualificadas geraram,
AFONSO et al. (2012)
qualificadas e 12 menos significativamente mais
qualificadas. conceitos sobre as condições
ϭϲ

da defesa do que as menos


qualificadas.
As atletas mais qualificadas
demonstraram maior
conhecimento a respeito dos
adversários, oportunizando
melhores adaptações às
restrições do jogo.
Atletas de voleibol sub-14 Os resultados apontaram
e sub-16. superioridade dos atletas sub-
GIL et al. (2012a)
16 na tomada de decisão, CTD
e CTP.
219 atletas de voleibol Os resultados demostraram
entre 14 e 16 anos superioridade dos atletas de
divididos segundo o nível nacional sobre os atletas
GIL et al. (2012b)
desempenho (estudantil, de nível estudantil e regional
regional e nacional) na tomada de decisão, CTD e
CTP
6 jogadores de
tênis Os tenistas experientes
apresentaram maior CTD,
GARCÍA-GONZÁLEZ et experientes e 6
devido à maior complexidade
al. (2012) principiantes. nas estruturas de memória de
longo prazo do que os
principiantes.
22 atletas escolares de Não houve diferença no CTD
LIMA; MATIAS; GRECO
voleibol e 14 não atletas. entre o grupo de atletas e não
(2012)
atletas.
18 atletas levantadores de Os resultados mostraram que
voleibol de todos os os atletas foram capazes de
escalões de competição, tomar a decisão correta,
MATIAS; GRECO (2013) campeões estaduais. justificando-a devidamente.
Os atletas do escalão adulto
apresentaram maior escore na
tomada de decisão correta.
VILA-MALDONADO et al. 40 atletas de voleibol de Os resultados não verificaram
ϭϳ

(2014) elite (seleção espanhola) e diferenças na precisão e tempo


amadores (segunda de reação na comparação dos
divisão) grupos quanto à tomada de
decisão.

De acordo com o quadro 1, observa-se que somente um estudo comparou a diferença na


tomada de decisão e CTD entre os sexos, quatro estudos analisaram a relação entre o CTD e o
tempo de prática em atletas principiantes, dois estudos relacionaram a tomada de decisão segundo a
qualidade de prática dos atletas, quatro estudos verificaram a diferença entre atletas habilidosos e
menos habilidosos e três estudos compararam atletas experientes com principiantes. O estudo que
comparou a diferença entre os sexos observou que os atletas do sexo masculino apresentaram maior
ocorrência de respostas corretas no teste de CTD quando comparados às atletas do sexo feminino,
provavelmente devido às diferenças do jogo praticado e às cenas utilizadas serem representativas do
jogo masculino. Os estudos que analisaram a relação entre a tomada de decisão e o CTD
observaram que o tempo de prática aumenta o CTD, bem como melhora a tomada de decisão em
atletas principiantes. Os estudos que relacionaram a qualidade da prática com a tomada de decisão
verificaram similaridade entre os grupos, sugerindo que a qualidade da prática não discriminou os
grupos, provavelmente devido ao tempo de prática dos grupos ser semelhante. Dos estudos que
compararam atletas mais habilidosos com menos habilidosos dois não observaram diferença entre
os grupos e um verificou que os atletas mais qualificados possuem mais conceitos sobre o jogo.
Contudo, os dois estudos que identificaram as semelhanças analisaram a tomada de decisão,
enquanto que o estudo que verificou a diferença entre os grupos realizou a análise da tomada de
decisão e do conteúdo das justificativas, ou seja, do CTD. Os três estudos que compararam
experientes e principiantes observaram que os experientes apresentam mais conceitos e
conhecimento sobre o esporte. Isto ocorreu, possivelmente, devido à estrutura mais complexa da
memória de longo prazo dos experientes, evidenciando o efeito da experiência.
Em resumo, observa-se que a quantidade e qualidade da prática deliberada influenciam na
aquisição do CTD e CTP. O desenvolvimento do CTD oportuniza melhores prestações esportivas,
já que é a base para o desenvolvimento do CTP. Os resultados encontrados até a presente data,
relacionados com os processos de tomada de decisão no voleibol, bem como as diferenças no CTD
em relação à pratica, mostram-se inconsistentes. Ou seja, embora alguns estudos tenham
demonstrado superioridade no CTD e tomada de decisão conforme a experiência do participante,
outros evidenciaram similaridade nestes.
ϭϴ

Investigação centrada na tomada de decisão e nas estratégias visuais em atletas

A investigação tem incidido neste tema, sobretudo no processo de decisão e estratégias visuais
em atletas. A forma de síntese-resumo o quadro 2, a seguir, apresenta os estudos sobre a tomada de
decisão e as estratégias visuais no esporte, em atletas experientes e principiantes.

Quadro 2. Tomada de decisão e as estratégias visuais em atletas


Autores Objetivo Grupos Resultados
Comparar a tomada 20 atletas Não houve diferença no tempo,
de decisão em experientes e 35 número e local da fixação ocular
atletas de badminton principiantes durante a tomada de decisão.
ABERNETHY; em um teste com
RUSSEL (1987) projeção de cenas,
por meio da
duração, local e
fixação ocular.
Comparar 9 rebatedores de Experientes apresentaram maior
estratégias visuais beisebol número de respostas corretas em
SHANK; de rebatedores de experientes e 9 relação ao tipo de lançamento do
HAYWOOD beisebol na tomada principiantes. que os principiantes.
(1987) de decisão do Experientes apresentaram maior
lançamento. número de fixação e menos tempo
de fixação.
Comparar 15 atletas Não houve diferença nas
estratégias visuais experientes e 17 estratégias visuais entre os
de jogadores de principiantes. experientes e principiantes em
ABERNETHY squash em cenas de nenhuma das condições (filme ou
(1990) jogo e observando situação real). A diferença de
situações reais de desempenho entre estes grupos
jogo. deve-se, provavelmente, à forma
como a informação é processada.
Analisar o 6 atletas Os experientes foram mais
processamento de principiantes, 6 precisos nas respostas, mas o
informação, tomada intermediários e tempo de reação foi o mesmo em
de decisão e busca 6 experientes todos os grupos.
visual de pugilistas Os experientes realizaram um
com vários níveis de menor número de fixações com
RIPOLL et al.
especialização em maior duração.
(1995)
situações de Os experientes fixaram a atenção
resolução de mais na cabeça do adversário, os
problemas intermediários distribuíram a
simulados em cenas atenção entre os braços e a cabeça
de vídeo. e os principiantes fixaram mais
nos braços.
ϭϵ

Comparar o tempo 14 atletas Os experientes realizaram um


de reação, experientes, 14 menor número de fixações, foram
velocidade da intermediários e mais rápidos que os outros grupos
HELSEN; decisão, duração da 14 principiantes. e não houve diferença no tempo
STARKES (1999) fixação, número de de reação.
fixações, local da
fixação em atletas de
futebol.
Comparar as 7 atletas Os experientes realizaram um
diferenças nas experientes e 7 menor número de fixações com
SAVELSBERG et estratégias visuais e principiantes. maior duração.
al. (2002) antecipação de Os experientes foram mais
goleiros de futebol precisos na resposta e demoraram
de campo. mais para responder.
Comparar as 6 atletas Os atletas experientes focalizaram
estratégias visuais experientes e 6 mais os ombros e braço do
durante a realização principiantes. sacador em relação aos atletas
de sete saques. A principiantes. Além disso, os
LEE (2009) análise foi realizada experientes seguiram a trajetória
desde o momento de da bola, durante a fase de voo,
lançamento da bola mais rápidos do que os
até o contato do principiantes.
atleta recebedor.
Comparar as 15 atletas Atletas experientes apresentaram
estratégias visuais experientes e 15 um menor número de fixações por
em cenas de jogo de principiantes no um período mais prolongado.
PIRAS; LOBIETTI; voleibol. voleibol Atletas experientes observaram o
SQUATRITO levantador e desconsideraram a
(2010) trajetória da bola, enquanto
principiantes focalizaram a
trajetória da bola.

Comparar a tomada 10 jogadores Os jogadores qualificados


de decisão, qualificados realizaram mais fixações de
utilizando relatos duração mais curta em uma
verbais e as 10 jogadores ordem sequencial diferente e para
ROCA et al. (2011) estratégias visuais menos um maior número de locais
como parâmetros. qualificados quando comparados com os
atletas menos
qualificados. Além disso, geraram
mais conceitos sobre o jogo.
Comparar se o 21 jogadores de Experientes realizaram um menor
conhecimento pode bilhar número de fixações com menor
incorporar rotinas experientes e 21 tempo de duração.
CRESPI et al. visuais e alterar as principiantes. Os experientes apresentaram mais
(2012) estratégias visuais acertos na tomada de decisão e
em tarefas de foram mais rápidos que os
tomada de decisão principiantes.
no bilhar.
AFONSO et al. Comparar as 15 atletas As atletas habilidosas
ϮϬ

(2012) estratégias visuais e habilidosas e 12 apresentaram estratégias visuais


relatos verbais em menos mais exploratórias, envolvendo
situação real de habilidosas. mais fixações a um maior número
defesa no voleibol de locais. Além disso, fixaram
feminino na posição mais tempo em espaços
6. funcionais entre duas ou mais
áreas de exposição, enquanto as
atletas menos qualificadas
fixaram o olhar na bola e
jogadores específicos.
Comparar as 5 atletas As atletas habilidosas
estratégias visuais e habilidosas e 4 apresentaram maior duração
AFONSO;
relatos verbais na menos média nas fixações, embora não
MESQUITA (2013)
tomada de decisão habilidosas. exista diferença no número de
no voleibol fixações e nos locais das fixações.
Comparar a tomada 15 atletas Os experientes foram mais
de decisão, a experientes e 15 rápidos e precisos em prever a
precisão da resposta, principiantes. direção do levantamento em
o tempo da resposta relação aos principiantes.
PIRAS; LOBIETTI; e as estratégias Os experientes apresentaram
SQUATRITO visuais durante o menor número de fixações com
(2014) levantamento no maior tempo de duração.
voleibol. Os experientes focaram a atenção
em sinais relevantes em um
menor tempo, oportunizando uma
tomada de decisão mais eficaz.
Comparar as 10 atletas Os experientes não observam a
estratégias visuais experientes, 10 bola antes da recepção. Atletas
em atletas de intermediários e intermediários e principiantes
voleibol feminino, 17 principiantes. observam a direção da bola,
segundo a perícia na muitas vezes fixando a
tomada de decisão. visualização longe do receptador.
VANSTEENKISTE
Os experientes observam espaços
et al. (2014)
funcionais entre a bola e as mãos
do levantador para análise da
direção do levantamento,
enquanto atletas intermediários e
principiantes olham mais para o
próprio levantador.

De acordo com o quadro 2, onze estudos compararam atletas experientes com principiantes e
observaram que: em sete estudos os atletas experientes apresentaram menor número de fixações e
maior tempo de fixação na detecção de sinais relevantes, diferenciando as estratégias visuais de
acordo com o local que direcionaram a atenção; dois estudos mostraram que as estratégias visuais
dos atletas principiantes em relação aos peritos são similares, sugerindo que a diferença encontra-se
no processamento da informação ao invés do local para onde a atenção foi direcionada; um estudo
Ϯϭ

mostrou que os atletas experientes realizaram maior número de fixações e menor tempo de fixação,
indicando que estes buscaram uma análise mais exploratória das cenas de análise para o
processamento de informação; e um estudo mostrou que os atletas experientes apresentaram menor
número de fixações e menor tempo de fixação, possivelmente devido a eficácia na identificação dos
sinais relevantes e o processamento de informação mais rápido. Além disso, três estudos
compararam grupos de atletas mais qualificados com menos qualificados, sendo que: dois estudos
observaram que o grupo de atletas mais qualificado realizou mais fixações com menor duração,
além de direcionarem a atenção para os espaços funcionais, ou seja, espaço entre jogadores que
permitiu a análise ampla da cena observada. Entretanto, dois estudos não verificaram diferenças
entre os grupos, sugerindo que esta ocorreu no processamento de informação, assim sendo, na
atividade cerebral.
Desta forma, observa-se que os estudos sobre estratégias visuais e tomada de decisão
mostraram inconsistência, embora exista indício dos experientes realizarem menor número de
fixações por mais tempo, fato observado em sete artigos descritos no quadro 2. Além disso,
percebe-se que o direcionamento da atenção e, principalmente, o processamento de informação são
essenciais no processo de tomada de decisão, sendo fatores diferenciadores quanto à expertise.
Assim, a atenção, por meio das fixações e extração de informações, mostra-se específica à
tarefa (BALLARD; HAYHOE, 2009; VICKERS, 2009) e os atletas experientes usam estratégias
mais eficientes no olhar do que os principiantes, já que aqueles restringem o foco de atenção apenas
nas informações relevantes para completar a tarefa em questão (MANN et al., 2007). Os
experientes apresentam estratégias de busca visual mais eficazes (WILLIAMS; DAVIDS, 1998),
rápidas e precisas no reconhecimento e recordação dos padrões de jogo, devido às informações
armazenadas na memória de longo prazo (WILLIAMS; DAVIDS, 1995).
A partir do treinamento sistematizado e de longo prazo, os experientes detectam os sinais
posturais do adversário, estruturas e padrões de jogo, bem como preveem com exatidão as
possibilidades de ocorrência de um evento (NORTH et al., 2009). Além disso, as adaptações na
habilidade cognitiva são específicas e mediadas por processos refinados e elaborados de codificação
e recuperação da memória de longo prazo (WILLIAMS et al., 2011). Assim, observa-se a
transferência de conhecimentos percepto-cognitivos entre os esportes, embora, estas habilidades
mostrem-se específicas à função no esporte (ABERNETHY; BAKER; CÔTÉ, 2005).
A superioridade na habilidade percepto-cognitivo associa-se à maior ativação das estruturas
corticais e subcorticais envolvidas nas habilidades cognitivas (BISHOP et al., 2013). Os experientes
apresentam mais conceitos sobre os jogos e situações esportivas do que os principiantes,
ϮϮ

evidenciando alta relação entre os mecanismos de memória e a tomada de decisão (WILLIAMS et


al., 2011). O processamento neural é mensurado a partir da ativação cerebral, sendo estas respostas
dependentes do nível de oxigenação cerebral (HEINZEL et al., 2013). Os experientes ativam mais
as áreas correspondentes à rede de observação da ação (BALSER et al., 2014), embora os
principiantes apresentem maior ativação cerebral (FUJIWARA et al., 2009).
A diferença entre os experientes e principiantes na tomada de decisão, resulta da melhor
localização e extração de informação visual do ambiente, juntamente com a integração de outros
inputs sensoriais (WU et al., 2013). Portanto, quando comparado com os seus pares menos
qualificados, os experientes apresentam maior precisão na tomada de decisão (ABERNETHY;
RUSSELL, 1987), uma vez que obtêm interpretações adequadas a partir da informação disponível
(WARD, WILLIAMS; BENNETT, 2002).

Alterações cerebrais em função da experiência

1DV GLIHUHQWHV UHJL}HV GR VLVWHPD QHUYRVR FHQWUDO VH HQFRQWUDP RV SULQFLSDLV JUXSDPHQWRV
QHXURQDLV H FLUFXLWRV HQYROYLGRV QRV SURFHVVRV FRJQLWLYRV GHVWDFDQGR-VH R FyUWH[ FHUHEUDO
&216(1=$   2 FyUWH[ FHUHEUDO Hғ  YLVXalizado macroscopicamente como uma camada de
substância cinzenta que reveste todo o cérebro. Este, no caso da espécie humana, é girencefálico,
pois tem sua superfície marcada por sulcos e giros, de tal forma que a maior parte do córtex
permanece oculta a uma inspeção externa. Anatomicamente, o córtex cerebral é fracionado em
regiões denominadas lobos, a saber: frontal, parietal, temporal, occipital e lobo da insula, este
último visível quando se examina a profundidade do sulco lateral do cérebro. O córtex apresenta
uma arquitetura citoarquitetônica diversa, com inúmeros mapas corticais e Korbinian Brodmann,
para facilitar a identificação das diversas áreas cerebrais, dividiu o cérebro em mais de 50 regiões
(FIGURA 3), permitindo a localização precisa de regiões e funções (CONSENZA, 2013).
O lobo frontal ocupa 1/3 do cérebro humano e é responsável pelo processamento de
informações oriundas das regiões posteriores do córtex. As partes posteriores compreendem regiões
responsáveis pela informação sensorial enquanto a parte anterior (pré-frontal) organiza as
informações emotivas, mnemônicas e da atenção, oriundas do sistema límbico ou do cerebelo, além
das informações sensoriais (BOSA, 2001). O córtex pré-frontal ocupa a porção mais anterior do
lobo frontal, coordena a ligação entre as áreas de associação sensoriais e as áreas límbicas,
relacionando as informações do mundo externo, os processos emocionais e os processos
Ϯϯ

motivacionais, importantes para a sobrevivência do organismo e para a regulação do


comportamento (CONSENZA, 2014).

Figura 3. Áreas cerebrais de acordo com Brodmann

Fonte: CONSENZA (2014)

Ao analisar o comportamento cerebral na tomada de decisão, por meio da ressonância


magnética funcional, observa-se que as capacidades de pensamento e de ação flexível são
necessárias para a manutenção das metas estáveis, apoiadas pelo córtex pré-frontal que é
responsável pela seleção flexível do comportamento. O cérebro interpreta estímulos externos, inibe
estímulos sem importância, integra informações do passado e presente, bem como projeta as
consequências de uma ação imediata para os resultados futuros, no intuito de atingir as metas
estipuladas (COUTLEE; HUETTEL, 2012).
O córtex pré-frontal tem a função específica no controle cognitivo de manter ativo padrões
neuronais que representam objetivos e os meios para alcançá-los, mas também sendo
suficientemente flexível para adaptar-se a novas metas (MILLER; COHEN, 2001). Com finalidades
didáticas, consideram-se as regiões ventromedial (FIGURA 4a), dorsolateral (FIGURA 4b) e
frontopolar (FIGURA 4c).
Ϯϰ

Figura 4. Córtex Pré-Frontal

4a - Córtex pré-frontal ventromedial 4b - Córtex pré-frontal dorsolateral

4c ± Córtex frontopolar

Fonte: Google imagens

O córtex pré-frontal ventromedial tem ligações recíprocas com regiões do cérebro que estão
associadas com o processamento emocional (amígdala), memória (hipocampo) e processamento
sensorial de ordem superior (áreas de associação visuais temporais), bem como com o córtex pré-
frontal dorsolateral. O córtex pré-frontal dorsolateral tem ligações recíprocas com regiões do
cérebro que estão associadas ao controle motor (gânglios basais, córtex pré-motor, área motora
suplementar), monitoramento de desempenho (córtex cingulado) e processamento de ordem
superior sensorial (áreas de associação, córtex parietal). O córtex pré-frontal interliga-se com as
áreas ventromedial e dorsolateral do córtex pré-frontal (WOOD; GRAFMAN, 2003; BURGESS;
GONEN-YAACOVI; VOLLE, 2011).
O córtex pré-frontal ventromedial (OFC) suporta as funções de apoio que integram as
informações sobre a emoção, memória e estímulos ambientais. O córtex pré-frontal dorsolateral
(LPC) é responsável pela regulação do comportamento e controle das respostas aos estímulos
ambientais (WOOD; GRAFMAN, 2003). O córtex frontopolar (FPC) está mais envolvido em
Ϯϱ

operações integrativas, associativas e de supervisão, evidenciando a função da memória em tarefas


visuo-espaciais (COSTA et al., 2013), bem como no planejamento da solução em tarefas complexas
(KIM et al., 2015).
Os neurônios do córtex pré-frontal dorsolateral são ativados para orientar o comportamento
atual, ou seja, são responsáveis pelo processamento de informações top-down por meio da seleção e
manutenção das especificações da tarefa. Os neurônios do córtex pré-frontal ventromedial são
ativados para as futuras recompensas esperadas pela realização da tarefa. Os neurônios do córtex
pré-frontal dorsolateral e do córtex pré-frontal ventromedial estão reciprocamente ligados e
recebem sinais de outras regiões cerebrais (normalmente do córtex associativo posterior e regiões
paralímbicas). Em contrapartida, os neurônios do córtex frontopolar, embora se encontrem ligados
de forma excitatória às regiões córtex pré-frontal dorsolateral e córtex pré-frontal ventromedial,
apresentam uma influência inibitória nos neurônios do córtex pré-frontal dorsolateral (FIGURA 5).
Em geral, de acordo com as expectativas de recompensa, o córtex frontopolar forma um possível
buffer de back-up, local para armazenamento temporário das informações que serão processadas,
para o processamento de uma tarefa selecionada anteriormente pelo córtex pré-frontal dorsolateral,
enquanto o córtex pré-frontal dorsolateral está processando outra informação (KOECHLIN;
HYAFIL, 2007). O córtex pré-frontal, segundo o modelo apresentado acima, é capaz de processar,
simultaneamente, apenas dois conjuntos de informações, sendo os dois considerados mais
gratificantes para a situação (KOECHLIN; HYAFIL, 2007).
Ϯϲ

Figura 5. Interação entre o córtex frontopolar, córtex pré-frontal dorsolateral e córtex pré-frontal
ventromedial. As setas verdes indicam ações excitatórias, enquanto as setas vermelhas indicam
ações inibitórias

Fonte: KOECHLIN; HYAFIL (2007)

Embora o córtex pré-frontal apresente capacidade limitada, descrita acima, os seres humanos
realizam tomadas de decisões complexas. A experiência, em uma situação específica, torna o
processo de tomada de decisão mais simples, reduzindo a incerteza e contingência durante a
detecção dos sinais relevantes e seleção da resposta apropriada ao cenário. Uma hipótese para este
fato é que o treinamento extensivo forma mapas geográficos mentais com conjunto de ramificações
cerebrais e criam um sistema eficiente de busca para a solução, que se baseia em estruturas
cerebrais especializadas, como o córtex parietal e o hipocampo (KOECHLIN; HYAFIL, 2007).
Na tomada de decisão, quando uma área específica do cérebro se torna metabolicamente ativa,
cada uma das células nervosas, individualmente, produz um sinal elétrico que é transmitido ao
longo dos axônios e dendritos para as membranas das células adjacentes. Esses sinais de potencial
de ação provocam o aumento no consumo de oxigênio pelas células neuronais e induzem ao
aumento secundário no volume e fluxo sanguíneo cerebral para atender ao aumento da demanda por
glicose e oxigênio (PERREY, 2008).
O aumento do fluxo sanguíneo cerebral e da taxa metabólica é consequência da atividade
cerebral, evidenciada pelo aumento na HbO2 (oxihemoglobina) acompanhada pela diminuição na
HHb (deoxyhemoglobina). Além disso, se verifica o aumento da atividade neuronal sem o aumento
do fluxo sanguíneo cerebral. Neste caso, há aumento da concentração de deoxyhemoglobina,
Ϯϳ

devido ao aumento metabólico do cérebro, embora esta resposta seja menos esperada do que a
citada anteriormente (TAMURA; HOSHI; OKADA, 1997).
Além das alterações supracitadas, existe a desativação na rede de modo padrão (default mode
network). A rede de modo padrão é definida como o conjunto de regiões do cérebro que são
consistentemente mais ativadas durante o repouso ou estado inicial passivo do que durante o
processamento dos estímulos ambientais (SHULMAN et al., 2007; RAICHLE et al., 2001). As
tarefas que demandam a memória episódica, entendida aqui como uma das componentes do sistema
de memória declarativa que corresponde à recordação de eventos ocorridos (SQUIRE;
KNOWLTON, 1995), geram a desativação da rede de modo padrão, bem como do córtex pré-
frontal medial (SESTIERI et al., 2011). A desativação destas áreas impede mudanças inadequadas
na atenção e ocorre após a detecção do alvo ou do sinal relevante, evitando o desvio da atenção para
estímulos irrelevantes (SHULMAN et al., 2007). A desativação na rede de modo padrão reflete a
alocação de recursos cerebrais em outras regiões a fim de melhorar a performance na tarefa,
principalmente quando estas são cognitivamente exigentes e dependentes dos recursos atencionais
para o processamento da informação (KOSHINO et al., 2014).
De acordo com a hipótese de eficiência neural, a ativação do cérebro, durante a resolução de
problemas, mostra-se dependente da experiência do sujeito, sendo que sujeitos mais experientes
apresentam menor ativação cerebral da área pré-frontal (NUSSBAUMER; GRABNER; STERN,
2015). Contudo, a complexidade e a dificuldade da tarefa interferem na ativação cerebral e o
treinamento pode não reduzir a ativação cerebral para a resolução de tarefas com dificuldade
moderada ou baixa (NUSSBAUMER; GRABNER; STERN, 2015).
A eficiência neural, oriunda de níveis mais elevados de inteligência ou pela experiência em
tarefas específicas (NUSSBAUMER; GRABNER; STERN, 2015), evidencia, consistentemente,
menor ativação cerebral. As pessoas mais inteligentes/experientes mostram menor atividade
cerebral no giro frontal inferior esquerdo, indicando que os cérebros destes têm capacidade de
processamento de informação eficiente nesta região e, como consequência, consomem menos
recursos metabólicos durante a tomada de decisão (DOMENICO et al., 2015). O hemisfério
esquerdo do cérebro, especificamente o córtex pré-frontal esquerdo, mostra-se relacionado com a
memória de trabalho e conhecimento conceitual. O córtex pré-frontal ventromedial esquerdo está
associado com o processamento de informações e com o mapeamento estímulo-resposta, enquanto
o córtex pré-frontal dorsolateral esquerdo encontra-se relacionado com a memória de trabalho. Por
fim, o córtex frontopolar esquerdo evidencia o aumento da oxigenação local em tarefas cognitivas
de ordem superior, sendo responsável pelo controle hierárquico do processamento, pelo controle
Ϯϴ

cognitivo e pela alocação de recursos de memória de trabalho necessários para a solução da tarefa
(GLASCHER et al., 2010).

Investigação sobre a ativação cerebral e a expertise

A investigação neste tema tem utilizado com mais frequência os instrumentos de ressonância
magnética e eletroencefalograma, no intuito de mapear as regiões que são ativadas durante a
realização de um movimento, planejamento do movimento ou imaginação do movimento. O quadro
3 apresenta estudos sobre tomada de decisão e ativação cerebral. O mesmo foi dividido conforme o
instrumento utilizado, tendo em vista as diferenças existentes entre a espectroscopia de
infravermelho próximo (fNIRS), ressonância magnética e eletroencefalograma.

Quadro 3. Estudos sobre ativação cerebral e experiência


Autor Objetivo Instrumento Resultados
ROSS et al. (2003) Comparar a ativação Ressonância Atletas mais
cerebral conforme o magnética funcional experientes
tempo de apresentaram menor
experiência no golfe ativação cerebral no
durante a córtex motor, pré-
imaginação do motor, parietal, frontal,
balanço dos braços área motora
em uma tacada de suplementar e
golfe. cerebelo.
McCLURE et al. Verificar a tomada Ressonância Recompensas
(2004) de decisão em magnética funcional imediatas ativam o
situações de sistema límbico e
recompensa córtex medial.
monetária imediata e Escolhas de longo
recompensa prazo aumentaram a
monetária a longo atividade no córtex
prazo. frontopolar, bem como
o córtex pré-frontal
lateral (áreas de
processos cognitivos
deliberativos).
McCLURE et al. Comparar a ativação Ressonância Recompensas
(2007) do córtex pré-frontal magnética funcional atrasadas aumentaram
e parietal entre a a atividade no córtex
recompensa de frontopolar, bem como
escolhas de forma o córtex pré-frontal
imediata e atrasada lateral (áreas de
na solicitação de processos cognitivos
água ou suco. deliberativos).
Ϯϵ

FUJIWARA et al. Comparar a ativação fNIRS Diminuição da


(2009) pré-frontal em oxihemoglobina no
jogadores basquetes córtex pré-frontal nos
e não jogadores de atletas de elite.
basquete. Aumento da
oxihemoglobina no
córtex pré-frontal nos
não atletas.
WEI; LUO (2010) Comparar a ativação Ressonância Os mergulhadores
cerebral entre magnética funcional apresentaram maior
mergulhadores e não ativação no giro
mergulhadores em hipocampal esquerdo
uma tarefa (BA 36) e no córtex
específica de frontopolar medial
mergulho e uma esquerdo (BA 10) em
tarefa básica. imagens de mergulho.
WEI et al. (2011) Comparar a Ressonância Os mergulhadores
espessura cortical magnética funcional apresentaram maior
entre mergulhadores espessura cortical no
experientes e não sulco temporal
mergulhadores. superior esquerdo, no
córtex frontopolar
direito e no giro
hipocampal direito,
evidenciando
alterações cerebrais
advindos da prática
deliberada extensa.
CHANG et al. Comparar a ativação Ressonância Não arqueiros
(2011) cerebral em magnética funcional ativaram mais as áreas
arqueiros e não pré-motora, área
arqueiros durante a motora suplementar e
imaginação do tiro córtex frontal
com o arco. dorsolateral
bilateralmente,
gânglios da base e
cerebelo. Arqueiros
ativaram a área motora
suplementar,
corroborando a ideia
da eficiência neural.
ABREU et al. Comparar a ativação Ressonância Principiantes e
(2012) cerebral em atletas magnética funcional experientes
experientes e apresentaram maior
principiantes na ativação da área
análise de vídeos de fronto-polar, embora
lance livre, não exista diferença
decidindo se a bola entre os grupos. Além
entrou dentro da disso, houve maior
cesta ou não. ativação da área do
ϯϬ

corpo estriado,
responsável pela
percepção da ação,
para ambos os grupos.
SEO et al. (2012) Comparar a ativação Ressonância Os especialistas
cerebral entre magnética funcional apresentaram maior
principiantes e ativação das áreas
experientes em corticais associadas à
tarefas de atenção atenção visuo-espacial
visuo-espaciais. e memória de trabalho,
Além disso, incluindo o córtex
identificar diferenças frontal médio, área
na rede de modo motora suplementar e
padrão segundo a córtex pré-frontal
experiência. dorsolateral. No que se
refere à desativação do
cérebro, os
especialistas exibiram
maior desativação em
áreas corticais, tal
como o córtex
paracentral/precuneus
e porção anterior e
posterior do córtex
cingulado.
WRIGHT et al. Comparar a ativação Ressonância Jogadores mais
(2013) cerebral entre atletas magnética funcional qualificados
masculinos mais mostraram
qualificados, menos significativamente
qualificados e maior ativação no
mulheres menos córtex pré-motor e
qualificadas durante frontal, juntamente
a análise de vídeo de com a junção
futebol e posterior occipital-temporal
decisão se o jogador esquerda ( uma região
realizaria a finta ou sensível de movimento
não. visual).
BALSER et al. Analisar a influência Ressonância Os resultados
(2014) dos conhecimentos magnética funcional apontaram para um
específicos à tarefa aumento da ativação
na ativação cerebral do córtex parietal
em dois grupos de superior em
especialistas experientes, quando
treinados em comparados aos
diferentes esportes. principiantes.
KIM et al. (2014) Comparar a ativação Ressonância Os atletas de elite
cerebral em magnética funcional mostraram atividade
arqueiros de elite e na área motora
principiantes durante suplementar, área
uma simulação de temporoparietal, e área
ϯϭ

um tiro com arco. frontal superior. Já os


principiantes
mostraram atividade
no córtex pré-motor
dorsolateral, no córtex
pré-motor
ventrolateral, no córtex
pré-frontal, no córtex
motor primário, lóbulo
parietal superior, e
córtex somatosensorial
primário.
WOLF et al. (2014) Comparar a ativação Eletroencefalograma Os atletas profissionais
do córtex apresentaram maior
frontopolar e do ativação do córtex
córtex motor em motor. Além disso,
atletas de tênis de observou-se menor
mesa profissionais e ativação do córtex pré-
amadores durante a frontal, confirmando a
imagem motora da hipótese da eficiência
resposta das cenas neural.
de vídeo
apresentadas.
SEPÚLVEDA et al. Comparar a ativação Eletroencefalograma Os jogadores
(2014) do córtex pré-frontal experientes
entre jogadores de aumentaram a ativação
vídeo game fronto parietal direita
experientes e durante a observação
principiantes durante da ação, sugerindo
a imagem motora do maior processamento
jogo de vídeo game. de informação das
ações do jogo.
HAMADA; AOKI; Analisou a ativação fNIRS Conforme foi
OKAZAKI (2014) cerebral pré-frontal aumentando o tempo
durante a tomada de do jogo observou-se
decisão em um aumento da
voluntários que concentração de
jogaram o jogo da oxihemoglobina no
mente. córtex pré-frontal.
ECONOMIDES et Comparar a Ressonância Aumento da ativação
al. (2015) diferença na magnética funcional cerebral no córtex pré-
ativação cerebral em frontal ventromedial
decisões que levam a nas decisões
recompensas deliberativas e
imediatas (TD aumento da atividade
intuitivas) e cerebral no caudado
atrasadas (TD anterior nas decisões
deliberativas). intuitivas.
ϯϮ

De acordo com o quadro 3, dois estudos analisaram a relação entre a ativação cerebral e a
recompensa, nove estudos relacionaram a ativação cerebral com o tempo de experiência, três
estudos compararam a ativação cerebral de praticantes com a de não praticantes e dois estudos
investigaram a ativação cerebral em atletas qualificados e menos qualificados. Os estudos sobre
recompensa mostraram, por meio da ressonância magnética funcional, que nas decisões
deliberativas ocorre maior ativação da área pré-frontal, bem como escolhas que demandam
recompensas a longo prazo. Os estudos que relacionaram o tempo de experiência com a ativação
cerebral observaram, por meio da ressonância magnética funcional, que os experientes não
apresentaram diferenças na ativação do córtex pré-frontal ou mostraram menor ativação desta área,
quando comparados aos principiantes. Além disso, observaram que ocorre maior desativação do
córtex cingulado. Apenas um estudo mostrou que experientes apresentam maior ativação da área
cerebral, sugerindo maior processamento de informação. Os estudos que compararam praticantes
com não praticantes observaram, por meio da ressonância magnética funcional e fNIRS, que
praticantes apresentaram menor ativação do córtex pré-frontal, verificando a eficiência neural
destes. Contudo, um estudo verificou que mergulhadores experientes apresentaram maior ativação.
Possivelmente este fato ocorreu devido ao tipo de tarefa que não permitiu aos nãos atletas qualquer
tipo de interpretação das cenas. Os estudos sobre atletas mais qualificados e menos qualificados
mostrou inconsistência, uma vez que um estudo mostrou maior ativação do córtex pré-frontal, por
meio da ressonância magnética funcional, e o outro estudo verificou menor ativação deste
utilizando o eletroencefalograma.
Embora as pesquisas apresentadas no quadro 3 mostrem uma inconsistência na ativação
cerebral, espera-se que a experiência oportunize a redução da ativação cerebral dos sujeitos, em
situações complexas, devido à eficiência neural. A formação de mapas estímulo-resposta permite a
detecção dos sinais relevantes com maior velocidade, propiciando menor demanda metabólica e
posterior desativação do córtex pré-frontal durante os processos de tomada de decisão. Além disso,
o lado esquerdo deste sofre adaptações e alterações na ativação, devido à eficiência neural nos
processos cognitivos superiores, neste caso os que se encontram envolvidos na tomada de decisão.

A tomada de decisão no treinador

O treinador é o profissional que tem a função de conduzir o processo pedagógico de treino


esportivo, por meio de saberes próprios, mobilizando competências derivadas da produção e
utilização de conhecimentos diversificados (científicos, pedagógicos, organizacionais, etc.) e
ϯϯ

integrando-os para agir nas situações esportivas (MESQUITA, 2013). A ação dos treinadores
depende da aquisição de um conjunto de competências que se expressam na habilidade de tomar
decisões com êxito, adaptadas ao contexto situacional (BATISTA; GRAÇA; MATOS, 2008).
Então, a competência do treinador assenta na estrutura cognitiva que, do ponto de vista operacional,
engloba conhecimentos, habilidades, atitudes, meta-cognição e pensamento estratégico, bem como
pressupõe tomadas de decisão conscientes e intencionais para lidar com situações complexas e
imprevisíveis (WESTERA, 2001). Na recolha de informações da literatura afirma-se que os
treinadores experientes realizam treinos eficazes ao longo de um extenso período de tempo
(BOWES; JONES, 2006), tomam boas decisões (ABRAHAM; COLLINS, 1998; NASH;
COLLINS, 2006), ensinam, atempadamente, habilidades específicas do esporte (BUCKHAM,
2013), possuem elevado conhecimento sobre o esporte (KNOWLES; BORRIE; TELFER, 2005) e
mostram competências ao nível do pensamento crítico (ABRAHAM; COLLINS, 1998).
Estudos de Jones e Standage (2006) e Jones e Wallace (2006) realçaram a importância da
experiência do treinador na fundamentação e racionalização das decisões tomadas, com particular
incidência no relacionamento interpessoal com os atletas e na promoção de ambientes de prática
com impacto na qualidade das experiências dos atletas. De acordo com Dieffenbach, Gould e
Moffett (1999) o conhecimento específico do esporte é um dos aspectos mais relevantes do
treinador experiente. Para além disso, os treinadores experientes são bons em avaliar as técnicas,
aspectos táticos e estratégicos, bem como as equipes adversárias (BECKER, 2009). Em
contrapartida, Schempp, McCullick e Grant (2012) e Schempp et al. (2007) afirmam que o
treinador inexperiente apresenta dificuldades na escolha dos meios para promover o melhor clima
para o aperfeiçoamento do praticante e está excessivamente preocupado em manter o controle de
tudo o que se passa no treino e na competição.
Assim, na visão de Bian (2003), os treinadores experientes constituem um grupo de pessoas de elite,
altamente especializados, que possuem características únicas, promovem grande impacto nos seus
atletas e na sua modalidade desportiva. A expertise nos treinadores mostra-se dependente da prática
deliberada com duração entre 9,000 e 12,000 horas de experiências no esporte específico, sendo que
a especialização do treinador depende da integração entre conhecimentos acerca do esporte,
rendimento dos atletas e os diferentes contextos de trabalho (CÔTÉ; GILBERT, 2009).

Investigação aplicada acerca do treinador e a expertise


ϯϰ

A intervenção prática dos treinadores ocorre em diferentes domínios, ou seja, em diversos


contextos esportivos, mostrando-se dependente dos constrangimentos específicos da sua ação e
relacionando-se com as aspirações dos atletas, o estágio de desenvolvimento do atleta, as
habilidades do treinador, o contexto organizacional e social (CÔTÉ; GILBERT, 2009). Com o
intuito de compreender melhor as características do treinador experiente, o quadro 4, a seguir,
descreve estudos que objetivaram investigar o processo de expertise no treinador.

Quadro 4. Pesquisa centrada no treinador e a expertise


Autor Amostra Procedimento Conclusão
168 Questionário de Os treinadores apresentaram
treinadores, CTD maior conhecimento do que os
GRECO et al. atletas do sexo atletas e não houve diferença
(1998) masculino e em relação ao sexo.
atletas do sexo
feminino
3 treinadores Análise de vídeo Treinadores experientes
experientes e 3 utilizando o eye apresentaram menor número
MORENO et al. principiantes tracking de fixações com um maior
(2002)
de ginástica tempo de fixação.
artística
GONÇALVES et 3 treinadores Análise de O treinador experiente mostra-
al. (2010) principiantes, conteúdo de se mais atento aos aspectos
3 treinadores filmagens e técnico-táticos do jogo e
experientes e gravações confere maior importância às
58 atletas realizadas em intervenções contextualizadas
jogos. e imediatamente resultantes
das ações dos jogadores.
WIMAN; 7 atletas e 8 Entrevista Treinadores de alto nível
SALMONI; HALL treinadores de semiestruturada possuem dedicação,
(2010) alto nível compromisso com o atleta e
possuem um percurso
esportivo relevante.
NASH; 10 treinadores Entrevista O treinador possui capacidade
ϯϱ

SPROULE; experientes semiestruturada de manipular o planejamento e


HORTON (2011) eleitos sessão de treino, apresenta
melhores conhecimento do treino e
treinadores habilidade para contextualizar
nacionais o conhecimento às situações
específicas.
DOUGLAS; 1 treinador Entrevista Treinadores mantêm relações
HARDIN (2014) experiente de semiestruturada significativas com os atletas,
basquetebol mostram o desejo de adquirir
mais conhecimento e
competência de treino e
possuem capacidade para
refletir sobre experiências
passadas para melhorar a
eficácia como treinadores
VIEIRA et al. 24 treinadores Entrevista Os treinadores se preocupam
(2014) de voleibol semiestruturada em transmitir aos seus atletas
informações técnicas e táticas.
Além disso, regulam o seu
estado emocional e
motivacional, reconhecendo e
considerando as diferenças de
personalidade e necessidades
individuais nos diversos
contextos da competição.
MENEZES; 6 treinadores Entrevista Os treinadores experientes
MARQUES; experientes de semiestruturada buscam ensinar os jogadores
NUNOMURA handebol por meio de jogos, do ensino
(2015) baseado nas situações do jogo,
nas habilidades técnicas e na
combinação de diferentes
métodos de ensino, uma vez
que objetivam a melhoria do
ϯϲ

pensamento tático.
MENEZES; 4 treinadores Entrevista Os treinadores experientes
MORATO; REIS experientes de semiestruturada sistematizam os treinamentos
(2015) handebol com exigências estratégico-
táticas semelhantes à
competição.

De acordo com o quadro 4 verifica-se que os sete estudos sobre o conhecimento do treinador
basearam-se principalmente em entrevistas semiestruturadas, um estudo analisou as estratégias
visuais e um estudo comparou o CTD de treinadores com o de atletas. O estudo de Moreno et al.
(2002) analisou as estratégias visuais de treinadores e identificou que os experientes apresentaram
menor número de fixações e maior tempo de fixação. Contudo, este estudo analisou as estratégias
visuais de treinadores de ginástica artística, provavelmente impossibilitando a transposição destes
resultados para os esportes coletivos que apresentam situações de oposição, traduzidos em situações
de análise mais complexas. O estudo que investigou os treinadores e atletas verificou que os
treinadores possuem um CTD mais elevado, corroborando com a ideia inicial desta revisão, onde
foi discutida a importância do treinador na formação do atleta.
O estudo de Vieira et al. (2014) evidenciou que os treinadores, independentemente do
tempo de prática e da excelência, relataram que é necessário transmitir aos atletas informações
técnico-táticas de maneira individualizada. Ao considerar o efeito da expertise na prática do
treinador, percebe-se que cinco estudos analisaram o comportamento do treinador experiente
(WIMAN; SALMONI; HALL, 2010; NASH; SPROULE; HORTON, 2011; DOUGLAS; HARDIN,
2014; MENEZES; MARQUES; NUNOMURA, 2015; MENEZES; MORATO; REIS, 2015) e
observaram que os treinadores de alto nível mostram-se comprometidos com o processo de
treinamento, sabem manipular o planejamento do treino, procuram auxiliar os atletas na aquisição
de habilidades técnicas/táticas do jogo e apresentam conhecimento acerca das situações específicas
do jogo. Além disso, nota-se que o treinador experiente, quando comparado ao principiante,
preocupa-se mais com os aspectos táticos e técnicos do jogo e busca realizar correções atempadas à
demanda da tarefa (GONÇALVES et al., 2010).
Abraham, Collins e Martindale (2006) afirmaram que o treinador expert possui
conhecimento específico sobre o esporte, bem como motivação no exercício da sua atividade. Neste
âmbito, o treinador é responsável por organizar, planejar e integrar de forma criativa a estratégia, a
tática e a técnica como forma de potencializar o rendimento dos atletas. Para complementar isto,
ϯϳ

Ramos et al. (2011), ao entrevistarem quatro treinadores de basquetebol (com mais de dez anos de
experiência), descobriram que há grande valorização do conhecimento prático (ou de resolução de
problemas) pelos treinadores e que os propósitos de treino, muitas vezes, são influenciados por suas
experiências pessoais.
Os treinadores experientes possuem ampla hierarquia de conhecimentos de base dentro do
seu domínio; recurso rápido à memória de longo prazo quando confrontados com uma situação de
jogo, selecionando as melhores soluções; predição de resultados e efeitos através das competências
de percepção; automatismo comportamental e meticulosa auto avaliação (SCHEMPP;
MCCULLICK; GRANT, 2012). Assim, a experiência mostra-se como um fator diferenciador na
qualidade do ensino e requer que pesquisas sobre as características e práticas dos treinadores
experientes sejam realizadas com o intuito de encontrar uma atuação de excelência nesta função
(SCHEMP et al., 2007). Entre outras características, o tempo de atividade de treinador é referido
por Erickson, Cotê e Fraser-Thomas (2007) como fundamental, sendo que sobre este aspecto
recairia a necessidade de se estabelecer um limiar mínimo de experiência total no esporte, que
identifique as competências de um treinador de alto rendimento. Burden (1990) apresentou uma
classificação relativa à experiência, estruturada do seguinte modo: Fase de iniciação (1 a 2 anos de
experiência, conhecimento limitado); Fase de ajustamento (3 a 4 anos de experiência,
planejamento/organização); Fase de estabilização (5 ou mais anos de experiência, comando de
atividades de ensino e ambiente).
Até o presente momento, não se encontrou na literatura pesquisas que comparassem o
conhecimento dos treinadores experientes com o dos principiantes sobre as situações específicas de
jogo, por meio do teste de conhecimento do esporte, especificamente pela tomada de decisão
deliberada. Neste sentido, demandam-se ainda estudos comparativos sobre a tomada de decisão e
seus processos subjacentes para uma melhor compreensão da expertise no esporte, sobretudo no
treinador. As investigações sobre a expertise no treinador se basearam, principalmente, em
entrevistas que não se complementaram com o conhecimento relativo à qualidade da tomada de
decisão deste em testes específicos de conhecimento sobre o jogo, bem como os processos
subjacentes à tomada de decisão, nomeadamente as estratégias visuais utilizadas e o nível de
ativação cerebral.
Em uma análise geral a revisão apresentada no capítulo 3 desta tese mostrou que:
x Os estudos sobre ativação cerebral mostram inconsistência acerca da relação entre tempo de
prática e área ativada em atletas;
ϯϴ

x Os estudos que utilizaram o eye tracking não evidenciaram estratégias visuais típicas
geradas pela expertise em atletas e foi encontrado apenas um estudo com treinadores de
ginástica artística, impossibilitando a transposição dos achados para os esportes coletivos;
Os estudos sobre CTD e tomada de decisão em atletas são incongruentes e não permitem
diferenciar os principiantes dos experientes em relação a estes parâmetros.

REFERÊNCIAS

ABERNETHY, B. Expertise, visual search, and information pick-up in squash. Perception, v.19,
p.63-77,1990.

ABERNETHY, B.; RUSSELL, D. G. Expert-novice differences in an applied selective attention


task. Journal of Sport Psychology, v.9, n.4, p.326-345, 1987.

ABERNETHY, B.; BAKER, J.; CÔTÉ, J. Transfer of pattern recall skills may contribute to the
development of sport expertise. Applied Cognitive Psychology, v.19, p.705±718, 2005.

ABRAHAM, A.; COLLINS, D. Examining and extending research in coach development. Quest,
v. 50, p. 59-79, 1998.

ABRAHAM, A.; COLLINS, D.; MARTINDALE, R. The coaching schematic: validation through
expert coach consensus. Journal of Sports Sciences,
v.24, n.6, p.549-564, 2006.

ABREU, A. M.; MACALUSO, E.; AZEVEDO, R. T.; CESARI, P.; URGESI, C.; AGLIOTI, S.
M. Action anticipation beyond the action observation network: a functional magnetic resonance
imaging study in expert basketball players. European Journal of Neuroscience, v.35, n.10,
p.1646±1654, 2012.

ABURACHID, L. M. C.; GRECO, P. J. Processos de validação de um teste de conhecimento tático


declarativo no tênis. Revista da Educação Física/UEM, v.21, n. 4, p. 603-610, 2010.

ABURACHID, L. M. C.; GRECO, P. J. Validação de conteúdo de cenas do teste de conhecimento


tático no tênis. Estudos de Psicologia, v.28, n.2, p.261-267, 2011.

AFONSO, J.; GARGANTA, J.; MCROBERT, A.; MESQUITA, I.; WILLIAMS, A. M. The
perceptual cognitive processes underpinning skilled performance in volleyball: evidence from eye-
movements and verbal reports of thinking involving an in situ representative task. Journal of
Sports Science and Medicine, v.11, n.2, p.339-345, 2012.

AFONSO, J.; GARGANTA, J.; MESQUITA, I. Decision-making in sports: the role of attention,
anticipation and memory. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano,
v.14, n.5, p.592-601, 2012.
ϯϵ

AFONSO, J.; MESQUITA, I. Skill-based differences in visual search behaviours and verbal reports
in a representative film-based task in volleyball. International Journal of Performance Analysis
in Sport, v.13, p.669-677, 2013.

$)2162-0(648,7$,0$5&(/,1256,/9$-$QDO\VLVRIWKHVHWWHU¶VWDFWLFDODFWLRQ
in high-SHUIRUPDQFHZRPHQ¶VYROOH\EDOOKinesiology, v.42, n.1, p.82-89, 2010.

ALLARD, F.; STRAKES, J. Perception in Sport: Volleyball. Journal of sport psychology, v.2,
p.22-33, 1980.

ANDERSON, R. J. Acquisition of cognitive skill. Psychological Review, v.89, p.369-406, 1982.

ARAÚJO, D.; DAVIDS, K. Ecological approaches to cognition and action in sport and exercise:
Ask not only what you do, but where you do it. International Journal of Sport Psychology, v.40,
n.1, p.5-37, 2009.

ARAÚJO, D.; DAVIDS, K.; HRISTOVSKI, R. The ecological dynamics of decision making in
sport. Psychology of Sport and Exercise, v.7, n.6, p.653-676, 2006.

ARAÚJO, D.; DAVIDS, K.; SERPA, S. An ecological approach to expertise effects in decision-
making in a simulated sailing regatta. Psychology of Sport and Exercise, v.6, n.6, p.671-692,
2005.

ARIAS, A. G.; ÁLVAREZ, F. D. V.; RABAZ, F. C.; DOMÍNGUEZ, A. M.; GONZÁLES, L. G.;
ARROYO M. P. M. ¿Existe relación entre el nivel de competición y el conocimiento del juego en
voleibol? Retos. Nuevas tendencias en Educación Física, Deporte y Recreación, v.21, n.1, p.53-
57, 2012.

AYAZ, H.; SHEWOKIS, P. A.; BUNCA, S.; IZZETOGLU, K.; WILLEMS, B.; ONARAL, B.
Optical brain monitoring for operator training and mental workload assessment. Neuroimage, v.59,
n.1, p.36-47, 2012.

AYAZ, H.; SHEWOKIS, P. A.; CURTIN, A.; IZZETOGLU, K;.ONARAL, B. Using Maze Suite
and Functional Near Infrared Spectroscopy to Study Learning in Spatial Navigation. Journal of
Visualized Experiments, v.56, p.3443-3455, 2011.

BALLARD, D. H.; HAYHOE, M. M. Modelling the role of task in the control of gaze. Visual
Cognition, v.17, n.6-7, p.1185-1204, 2009.

BALSER, N.; LOREY, B.; PILGRAMM, S.; NAUMANN, T.; KINDERMANN, S.; STARK, R.;
ZENTGRAF, K.; WILLIAMS, A. M.; MUNZERT, J. The influence of expertise on brain activation
of the action observation network during anticipation of tennis and volleyball serves. Frontiers in
Human Neuroscience, v.8, n.568, p.1-13, 2014.

BANKS, W. P.; KRAJICEK, D. Perception. Annual Review of Psychology, v.42, p.305-331,


1991.

BAR-ELI, M.; RAAB, M. Judgment and decision making in sport and exercise: Rediscovery and
new visions. Psychology of Sport and Exercise, v.7, p. 519±524, 2006.
ϰϬ

BATISTA, P. M.; GRAÇA, A.; MATOS, Z. Termos e características associadas à competência.


Estudo comparativo de profissionais do desporto que exercem a sua actividade profissional em
diferentes contextos de prática desportiva. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, v.8, n.3,
p.377-395, 2008.

%(&.(5$,W¶V1RW:KDW7KH\'R,W¶V+RZ7KH\'R,WDWKOHWHH[SHULHQFHVRIJUHDWFRDFKLQJ
International Journal of Sports Science & Coaching, v.4, n.1, p.93±119, 2009.

BERGIUS, R. Processos Cognitivos. In: DORSCH, F. (Org.). Dicionário de psicologia. 5.ed.


Barcelona, 1985.

BIAN, W. ([DPLQDWLRQ RI H[SHUW DQG QRYLFH YROOH\EDOO FRDFKHV¶ GLDJQRVWLF DELOLW\. Tese de
doutorado. University of Georgia, Athens, 2003.

BISHOP, D. T.; WRIGHT, M.J.; JACKSON, R. C.; ABERNETHY, B. Neural Bases for
Anticipation Skill in Soccer: An fMRI Study. Journal of Sport & Exercise Psychology, v.35,
p.98-109, 2013.

BOSA, C. A. As relações entre autismo, comportamento social e função executiva. Psicologia:


reflexão e crítica, v.14, n.2, p.281-287, 2001.

BOWES, I; JONES, R. Working at the edge of chaos: understanding


coaching as a complex, interpersonal system. The Sport Psychologist,
v.20, p.235-245, 2006.

BRASIL, V. Z.; RAMOS, V.; NASCIMENTO, J. V. Propostas conceituais a respeito do


conhecimento profissional do treinador esportivo de jovens. Revista da Educação Física, v.26, n.3,
p. 2015.

BUCKHAM, S. An Exploratory Examination of Coach-Athlete Interactions in Adolescent


Team Sport. Tese de doutorado Queen's University, 2013.

BURDEN, P. Teacher development. In: W. R. Houston Edition. Handbook


of research on teacher education. N.Y.: Macmillian, 1990. p.311-327.

BURGESS, P.W.; GONEN-YAACOVI, G.; VOLLE, E. Functional neuroimaging studies of


prospective memory: What have we learnt so far? Neuropsychologia, v.49, n.8, p.2246±
2257, 2011.

BUSS, A. T.; FOX, F.; BOAS, D. A.; SPENCER, J. P. Probing the early development of visual
working memory capacity with functional near-infrared spectroscopy. Neuroimage, 2013.

BUXTON, R. B.; WONG, E. C.; FRANK, L. R. Dynamics of blood flow and oxygenation changes
during brain activation: The balloon model. Magnetic Resonance in Medicine, v.39, n.6, p.855±
864, 1998.

CALVO-MERINO, B.; GRÈZES, J.; GLASER, D.E.; PASSINGHAM, R.E.; HAGGARD, P.


Seeing or doing? Influence of visual andmotor familiarity in action observation. Current Biology,
n.16, p.1905 ±1910, 2006.
ϰϭ

CBV. Confederação Brasileira de Voleibol, 2015. Disponível em: http://superliga.cbv.com.br/14-


15/ . Acesso em: 08 nov. 2015.

CHANG, Y.; LEE, J.-J.; SEO, J.-H.; SONG, H.-J.; KIM, Y.-T.; LEE, H. J.; KIM, H. J.; LEE, J.;
KIM, W.; WOO, M.; KIM, J. G. Neural correlates of motor imagery for elite archers. NMR
Biomed., v.24, p.366±372, 2011.

CONSENZA, R. M. Neuroanatomia funcional básica para o neuropsicólogo. In: FUENTES, D.;


MALLOY-DINIZ, F.; CAMARGO, C.; COSENZA, M. Neuropsicologia: teoria e prática. 2 ed.
Artmed, 2014.

______. Fundamentos de neuroanatomia. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.

COSTA, A.; OLIVERI, M.; BARBAN, F.; BONNI, S.; KOCH, G.; CALTAGIRONE, C.;
CARLESIMO, G. The right frontopolar cortex is involved in visual-spatial prospective memory.
PlosOne, v.8, n.2, 2013.

COSTA, J. C.; GARGANTA, J.; FONSECA, A.; BOTELHO, M. Inteligência e conhecimento


específico em jovens futebolistas de diferentes níveis competitivos. Revista Portuguesa de
Ciências do Desporto, v. 2, n. 4, p.7±20, 2002.

CÔTÉ, J.; ERICKSON, K.; DUFFY, P. Developing the expert performance coach. In: D.
FARROW, J.; BAKER, C.; MACMAHON (Eds.). Developing elite sport performance: lesson
from theory and practice. New York: Routledge, 2013. p.17-28.

CÔTÉ, J.; GILBERT, W. An integrative definition of coaching effectiveness and expertise.


International Journal of Sports Science and Coaching, v.4, n.3, p.307±323, 2009.

COUTLEE, C. G.; HUETTEL, S. A. The functional neuroanatomy of decision-making: prefrontal


control of thought and action. Brain Research, v.1428, p.3-12, 2012.

&5(63,652%,12&6,/9$2'(¶63(5$7,& Spotting expertise in the eyes: Billiards


knowledge as revealed by gaze shifts in a dynamic visual prediction task. Journal of Vision, v.12,
n.30, p.1-19, 2012.

CUTINI, S.; BRIGADOI, S. Unleashing the future potential of functional near-infrared


spectroscopy in brain sciences. Journal of neuroscience methods, v.232, p.152-156, 2014.

DARST, P. W.; LANGSDORF, E.; RICHARDSON, D. E.; KRAHENBUHL, G. S. Analyzing


coaching behavior and practice time. Motor Skills: Theory into Practice, v.5, n.1, p.13- 22, 1981.

DIAS, C.; TAVARES, F.; MOUTINHO, C. Influência de indicadores da informação no estudo


da relação entre a rapidez de decisão e a adequação da resposta com indicadores pertinentes
recolhidos pelo blocador central em voleibol. Estudos 1, Universidade do Porto. Faculdade de
Ciências do Desporto e de Educação Física. Centro de Estudos dos Jogos Desportivos, 1996. p.11-
15.

',())(1%$&+ . *28/' ' 02))(77 $ 7KH FRDFK¶V UROH LQ GHYHORSLQJ FKDPSions.
Olympic Coach, v.12, n.2, p.2±4, 1999.
ϰϮ

DOMENICO, S. D.; RODRIGO, A. H.; AYAZ, H.; FOURNIER, M. A.; RUOCCO, A. C.


Decision-making conflict and the neural efficiency hypothesis of intelligence: A functional near-
infrared spectroscopy investigation. Neuroimage, v.109, p.307-317, 2015.

DOUGLAS, S.; HARDIN, B. Case Study of an Expert Intercollegiate Wheelchair Basketball


Coach. Applied Research in Coaching and Athletics Annuals, v. 29, p.193±212, 2014.

ECONOMIDES, M.; GUITART-MASIP, M.; KURTH-NELSON, Z.; DOLAN, R. J. Arbitration


between controlled and impulsive choices. NeuroImage, v.109, p.206-216, 2015.

EGERLAND, E. M.; NASCIMENTO, J. V.; BOTH, J. Competência profissional percebida de


treinadores esportivos catarinenses. Revista da Educação Física, v.21, n.3, p.457-467, 2010.

EGERLAND, E. M.; SALLES, W. N.; BARROSO, M. L. C.; BALDI, M. F.; NASCIMENTO, J. V.


Potencialidades e necessidades profissionais na formação de treinadores desportivos. Revista
Brasileira de Ciência e Movimento, v.21, n.2, p.31-38, 2013.

EGERLAND, E. M.; SALLES, W. N.; BALDI, M. F. Perception of professional competence of


Brazilian college coaches. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano,
v.16, n.4, p. 437-446, 2015.

ERICKSON, K.; CÔTÉ, J.; FRASER-THOMAS, J. (2007) Sport Experiences, Milestones, and
Educational Activities Associated With High-3HUIRUPDQFH &RDFKHV¶
Development. The Sport Psycologist, v.21, p.302-316, 2007.

ERICSSON, K.A.; CHARNESS, N.; FELTOVICH, P.J.; HOFFMAN, R.R. The Cambridge
handebook of expertise and expert performance. New York: Cambridge University Press, 2006.

EUROPEAN COACHING COUNCIL. Review of the EU 5-level structure for the recognition of
coaching competence and qualifications. Köln: European Network of Sports Science, Education
and Employment, 2007.

EVANS, J. St. B. T. Dual-processing accounts of reasoning, judgment, and social cognition.


Annual Review of Psychology, v.59, p.255-278, 2008.

FERRARI, M.; QUARESIMA, V. A brief review on the history of human functional near-infrared
spectroscopy (fNIRS) development and fields of application. Neuroimage, v.63, n.2, p.921-935,
2012.

FISHER, A. C.; MANCINI, V. H.; HIRSCH, R. L.; PROULX, T. J.; STAUROWSKY, E. J. Coach-
athlete interactions and team climate. Journal of sport psychology, v.4, p.388-404,1982.

FMV. Federação Mineira de Voleibol. 2015. Disponível em: http://proesportes.com/wp-


content/uploads/2015/03/REGULAMENTO-GERAL-CAMPEONATOS-REGIONAIS-E-
ESTADUAIS-2015.pdf. Acesso em 08 nov. 2015.

FRENCH, K.; NEVETT, M.E.; SPURGEON, J.H.; GRAHAM, K.C.; RINK, J.E. E MCPHERSON,
S.L. Knowledge Representation and Problem Solution in Expert and Novice Youth Baseball
Players. Research Quarterly Exercise Sport, v.67, n.4, p.386-395, 1996.
ϰϯ

FUJIWARA, K.; KIYOTA, N.; MAEKAWA, M.; KUNITA, K.; KIYOTA, T.; MAEDA, K.
Saccades and Prefrontal Hemodynamics in Basketball Players. International Journal of Sports
Medicine, v.30, p.647-651, 2009.

FURLEY, P. A.; MEMMERT, D. "Whom Should I Pass To?" The More Options the More
Attentional Guidance from Working Memory. PLoS ONE, v.8, n.5, p.1-15. 2013.

______. Working Memory Capacity as Controlled Attention in Tactical Decision Making. Journal
of Sport & Exercise Psychology, v.34, p.322-344, 2012.

GARCÍA-GONZÁLEZ, L.; MORENO, A.; MORENO, M. P.; IGLESIAS, D.; DEL VILLAR, F.
7DFWLFDO NQRZOHGJH LQ WHQQLV D FRPSDULVRQ RI WZR JURXSV ZLWK GLIIHUHQW OHYHO¶V RI H[SHUWLVH
Perceptual and Motor Skills, v.115, n.2, p. 567-580, 2012.

GIACOMINI, D.S.; SOARES, V. O.; SANTOS, H.F.; MATIAS, C.J.; GRECO, P.J. O
conhecimento tático declarativo e processual em jogadores de futebol de diferentes escalões.
Motricidade, v.7, n.1, p. 43-53, 2011.

GIBSON, J. J. The ecological approach to visual perception. Boston: Houghton Mifflin, 1979.

GIESBRECHT, B.; SY, J. L.; GUERIN, S. A. Both memory and attention systems contribute to
visual search for targets cued by implicitly learned context. Vision Research, v.85, n.2, p.80-89,
2013.

GIL, A.; DEL VILLAR, F.; CLAVER, F.; MORENO, A.; GARCÍA-GONZÁLEZ, L.; MORENO,
M.P. Is there a relationship between level of competition and knowledge in volleyball? RETOS -
Nuevas Tendencias en Educacion Fisica, Deporte y Recreacion, n.12, p.53-57, 2012a.

GIL, A.; MORENO, M.P.; MORENO, A.; GARCÍA-GONZÁLEZ, L.; CLAVER, F.; DEL
VILLAR, F. Analysis of the relationship between the amount of training and cognitive expertise. A
study of young volleyball players. Journal of strength and conditioning research, v.37, n.3,
p.689-702, 2013.

GIL, A.; MORENO, P.; GARCÍA-GONZÁLEZ, L.; MORENO, A.; VILLAR, F. D. Analysis of
declarative DQG SURFHGXUDO NQRZOHGJH LQ YROOH\EDOO DFFRUGLQJ WR WKH OHYHO RI SUDWLFH DQG SOD\HUV¶
age. Perceptual and Motor Skill, v.115, n.2, p.632-644, 2012b.

GILBERT, W. D.; GILBERT, J. N.; TRUDEL, P. Coaching strategies for youth sports. Part 2:
personal characteristics, parental influence, and team organization. JOPERD: The Journal of
Physical Education, Recreation & Dance, v.72, n.5, p.41-46, 2001.

GLASCHER, J.; RUDRAUF, D.; COLOM, R.; PAUL, L. K.; TRANEL, D.; DAMASIO, H.;
ADOLPHS, R. Distributed neural system for general -intelligence revealed by lesion mapping.
Proceedings of the National Academy of Science of the United States of America, v.107, n.10,
p.4705-4709, 2010.

GONÇALVES, C. E.; SILVA, M. J.; CRUZ, J.; FIGUEIREDO, A. Efeito da experiência do


treinador sobre o ambiente motivacional e pedagógico no treino de jovens. Revista brasileira de
educação física e esporte, v.24, n.1, p.15-26, 2010.
ϰϰ

GORMAN, A. D.; ABERNETHY, B.; FARROW, D. Investigating the anticipatory nature of


pattern perception in sport. Memory & cognition, v.39, n.5, p.894 -901, 2011.

GRAÇA, A.; MESQUITA, I. A investigação sobre o ensino dos jogos desportivos: Ensinar e
aprender as habilidades básicas do jogo. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, v. 2, n. 5,
p. 67-79, 2002.

GRECO, P. J. Conhecimento tático-técnico: eixo pendular da ação tática (criativa) nos jogos
esportivos coletivos. Revista brasileira de Educação Física e Esporte, v.20, p.210-212. 2006.

GRECO, P. J.; BASTOS, A. A. NOVELI, E. B. FERREIRA FILHO E. NOCE. F. PAULA, P.


SOUZA, P. R. C.; COSTA, V. T. Análise do nível de conhecimento tático voleibol, handebol,
futsal. Resultado da Avaliação dos Jogos da Juventude-1997. Brasília: Publicações INDESP, 1998,
p.81-102.

*5(&2 3 - &$1$%5$9$ & 0 &$6752 '¶È9,/$ 5 & FERREIRA FILHO, E.;
GOMES, M. V. C.; MIRANDA, G.; PEREIRA LIMA, C.; SANTOS DE OLIVEIRA, M.; SILVA,
S. A; OLIVEIRA JUNIOR, T. F.; COELHO DE SOUZA, P. R.; PENA COUTO, B. MATIAS DA
SILVA, C. J. A; CAMPOS, P. Análise do nível de conhecimento e rendimento técnico-tático. In:
SILAMI GARCIA, E.; MORAES, L. C. (orgs.). Resultado das avaliações da olimpíada colegial
jogos da esperança 2001. Poços de Caldas, 2002. p.121-152.

GRECO, P. J.; MORALES, J. C. P.; CASTRO, H. O.; PRAÇA, G. M. A cognição em ação:


proposta de um modelo de treinamento tático-técnico da tomada de decisão nos jogos desportivos
coletivos. In. LEMOS, K.; GRECO, P.; MORALES, J. (Eds.). CONGRESSO INTERNACIONAL
DOS JOGOS DESPORTIVOS, 5, 2015, Belo Horizonte. Anais...Belo Horizonte: Instituto Casa da
Educação Física, 2015. p.311-334.

GRECO, P.J.; ABURACHID, L.M.C.; SILVA, S.R.; MORALES, J.C.P. Validação de conteúdo de
ações tático-técnicas do Teste de Conhecimento Tático Processual ± Orientação Esportiva.
Motricidade, v.10, n.1, p.38-48, 2014.

GRECO, P.J.; MORALES, J.C.P.; ABURACHID, L.M.C.; SILVA, S.R. Evidência de validade do
teste de conhecimento tático processual para orientação esportiva ± TCTP:OE. Revista Brasileira
de Educação Física e Esporte, v.29, n.2, p.313-324, 2015.

GUIDA, A.; GOBET, F.; NICOLAS, S. Functional cerebral reorganization: a signature of


expertise? Reexamining Guida, Gobet, Tardieu, and Nicolas' (2012) two-stage framework.
Frontiers in Human Neuroscience, v.7, n.590, p.1-13, 2013.

HAMADA, K.; AOKI, M.; OKAZAKI, S. Hemodynamic changes during problem making and
solvingin typically development adults. International Journal of Psychophysiology, v.94, p.120-
261, 2014.

HANCOCK, D. J.; Ste-MARIE, D. M. Gaze behaviors and decision making accuracy of higher-
and lower-level ice hockey referees. Psychology of sport and exercise, v.14, n.1, p.66-71, 2012.

HASTIE, R. Problems for judgment and decision making. Annual Review of Psychology, v.52,
n.1, p.653-683, 2001.
ϰϱ

HEALY, A. F.; KOLE, J. A.; BOURNE, L. E. Training principles to advance expertise. Frontiers
in Psychology, v.5, n.131, p. 1 ± 16, 2014.

HEINZEL, S.; HAEUSSINGER, F. B.; HAHN, T.; EHLIS, A.; PLICHTA, M. M.; FALLGATTER,
A. J. Variability of (functional) hemodynamics as measured wuth simultaneous fNIRS and fMRI
during intertemporal choice. Neuroimage, v.71, p.125-134, 2013.

HELSEN, W. F.; STARKES, J. L. A multidimensional approach to skilled perception and


performance in sport. Applied cognitive psychology, v.13, p.1-27, 1999.

HERNÁNDEZ-NIETO, R. A. Contributions to statistical analysis. Mérida: Universidad de Los


Andes, 2002.

HERZMANN, G.; CURRAN, T([SHUWV¶PHPRU\DQ(53VWXG\RISHUFHSWXDOH[SHUWLVHHIIHFWVRQ


encoding and recognition. Memory & Cognition, v. 39, p.412±432, 2011.

HOLLINGWORTH, A. Two forms of scene memory guide visual search: Memory for scene
context and memory for the binding of target object to scene location. Visual Cognition, v.17, n.1,
p.273±291, 2009.

ISCF. International Sports Coaching Framework, versão 1.2. 2013.

JANELLE, C.; HATFILD, B. Visual attention and brain processes that underlie expert
performance: implications for sport and military psychology. Militar Psychology, v.20, suppl.1,
p.39-S69, 2008.

JONES, R.; STANDAGE, M. First among equals: shared leadership in the coaching context. In:
JONES, R. (Org.). The sports coach as an educator: re-conceptualizing sports coaching. Oxon:
Routledge, 2006.

-21(65:$//$&(07KHFRDFKDV³RUFKHVWUDWRU´PRUHUHDOLVWLFDOO\PDQDJLQJWKHFRDFKLQJ
context. In: JONES, R. (Org.). The sports coach as an educator: re-conceptualizing sports
coaching. Oxon: Routledge, 2006.

KAHNEMAN, D. A perspective on judgment and choice: mapping bounded rationality. American


Psychologist, v.58, n.9, p.697-720, 2003.

KIM, C.; KROGER, J.; CALHOUN, V.; CLARK, V. The role of the frontopolar cortex in
manipulation of integrated information in working memory. Neuroscience Letters, v.595, p.25-29,
2015.

KIM, W.; CHANG, Y.; KIM, J.; SEO, J.; RYU, K.; LEE, E.; WOO, M.; JANELLE, C. An fMRI
Study of Differences in Brain Activity Among Elite, Expert, and Novice Archers at the Moment of
Optimal Aiming. Cognitive & Behavioral Neurology, v.27, n.4, p.173-182, 2014.

KIRSCHNER, P.;VILSTEREN, P. V. The design of a study environment for acquiring academic


and professional competence. Studies in Higher Education, v.22, n.2, p.151-172, 1997.
ϰϲ

KNOWLES, Z.; BORRIE, A.; TELFER, H. Towards the reflective sports coach: issues of context,
education and application. Ergonomics, v. 48, n.11-14, p. 1711- 1720, 2005.

KOBAYASHI, H.; YASUDA, T.; SUZUKI, S. The relations between development of human's
manipulative skills and physiological signals of brain and hand. The International Journal of
Assistive Robotics and Mechatronics, v.7, n.1, p.49-61, 2006.

KOECHLIN, E.; HYAFIL, A. Anterior prefrontal function and the limits of human decision-
making. Science, v.318, n. 5850, p.594-598, 2007.

KOJIMA, H.; SUZUKI, T. Hemodynamic change in occipital lobe during visual search: Visual
attention allocation measured with NIRS. Neuropsychologia, v.48, n.1, p.349-352, 2010.

KOPTON, I. M.; KENNING, P. Near-infrared spectroscopy (NIRS) as a new tool for


neuroeconomic research. Frontiers in Human Neuroscience, v.8, 549, 2014.

KOSHINO, H.; MINAMOTO, T.; YAOI, K.; OSAKA, M.; OSAKA, N. Coactivation of the
default mode network regions and working memory network regions during task preparation.
Scientific Reports, v.4, n.5954, 2014.

KUDO, K.; MIYAZAKI, M.; KIMURA, T.; YAMANAKA, K.; KADOTA, H.; HIRASHIMA, M.;
NAKAJIMA, Y.; NAKAZAWA, K.; OHTSUKI, T. Selective activation and deactivation of the
human brain structures between speeded and precisely timed tapping responses to identical visual
stimulus: an fMRI study. NeuroImage, v.22, p.1291 ± 1301, 2004.

LACY, A.C.; MARTIN, D.L. Analysis of starter/non starter motor skill engagement and coaching
behaviours in collegiate women's volleyball. Journal of Teaching in Physical Education,
Champaign, v.13, p.95-107, 1994.

LANDIS, J.R.; KOCH, G.G. The measurement of observer agreement for categorical data.
Biometrics, v.33, n.1, p.159-174, 1977.

LAUREIRO-MARTÍNEZ, D.; BRUSONI, S.; CANESSA, N.; ZOLLO, M. Understanding the


exploration±exploitation dilemma: An fMRI study of attention control and decision-making
performance. Strategic Management Journal, v.36, n.3 p.319±338, 2015.

LEE, S. Does your eye keep on the ball?: The Strategy of eye movement for volleyball defensive
players during spike serve reception. Korea Journal of Sport Science, v.20, n.3, p.507-516, 2009.

LIMA, C. O. V.; MATIAS, C. J. A.S.; GRECO, P. J. O conhecimento tático produto de métodos de


ensino combinados e aplicados em sequências inversas no voleibol. Revista brasileira de
educação física e esporte, v.26, n.1, p.129-147, 2012.

LIU, S. Research on Athletes Visual Search: A Case Study. International Journal of Science and
Research, v.4, n.1, p.1373-1376, 2015.

LIUKKONEN, J.; LAAKSO, L.; TELAMA, R. Educational Perspectives of Youth Sport Coaches:
Analyses of Observed Coaching Behaviours. International journal of sport Psychology, v.27,
n.1, p.439-453, 1996.
ϰϳ

LYOKA, P. A.; BRESSAN, E. S. Elite coaches' perceptions of the characteristics of decision-


making that discriminate between expert and novice basketball players. South African Journal for
Research in Sport, Physical Education and Recreation, v.25, n.1, p.59-69, 2003.

MACK, S. C.; ECKSTEIN, M. P. Object co-occurrence serves as a contextual cue to guide and
facilitate visual search in a natural viewing environment. Journal of Vision, v.11, n.9, p.1-16,
2011.

MACQUET, A. C. Recognition With in the Decision-Making Process: A Case Study of Expert


Volleyball Players. Journal of Applied Sport Psychology, v.21, n.1, p.64-79, 2009.

MAHLO, F. O acto táctico em jogo. Lisboa: Editora Compendium, 1980.

MALDONADO, S. V.; SÁEZ-GALLEGO, N. M.; HERNÁNDEZ, J. A.; GARCÍA-LÓPEZ, L. M.


Decision-making in volleyball block: comparison between elite and amateur players. Revista de
psicología del deporte, v.23, n.2, p.239-246, 2014.
MALLOY-DINIZ, L. F.; PAULA, J. J.; SEDÓ, M.; FUENTES, D.; LEITE, W. B. Neuropsicologia
das funções executivas e da atenção. In.: D. FUENTES; L. F. MALLOY-DINIZ; C. H. P.
CAMARGO; R. M. COSENZA (eds.). Neuropsicologia: teoria e prática. Artmed, 2014. p.111-134.

MANGAS, C. J. Conhecimento declarativo no futebol: estudo comparativo em praticantes


federados e não-federados, do escalão de Sub-14. 1999. Dissertação de Mestrado, Universidade do
Porto, Portugal, 1999.

MANN, D. T.; WILLIAMS, A. M.; WARD, P.; JANELLE, C. M. Perceptual-Cognitive Expertise


in Sport: A Meta-Analysis. Journal of Sport & Exercise Psychology, v.29, p.457-478, 2007.

MATIAS, C.J.; GRECO, P.J. O conhecimento tático declarativo dos levantadores campeões de
voleibol. Motriz: Revista de Educação Física, v.19, n.1, p.184-194, 2013.

______. Cognição & ação nos jogos esportivos coletivos. Ciências e Cognição, v.15, n.1, p. 252-
271, 2010.

MCCLURE, S.; ERICSON, K.; LAIBSON, D.; LOEWENSTEIN, G.; COHEN, J. Time
discounting for primary rewards. Journal of Neuroscience, v.27, n.21, p. 5796-5804, 2007.

MCCLURE, S.; LAIBSON, D.; LOEWENSTEIN, G.; COHEN, J. Separate neural systems value
immediate and delayed monetary rewards. Science, v. 306, p. 503 ± 507, 2004.

MCPHERSON, S. L.; FRENCH, K. E. Changes in cognitive strategies and motor skill in tennis.
Journal of Sport and Exercise Psychology, v.13, p.26-41, 1991.

MCPHERSON, S; THOMAS, J. 5HODWLRQRINQRZOHGJHDQGSHUIRUPDQFHLQER\¶VWHQQLVDJHDQG


expertise. Journal of Experimental Child Psychology, v.48, p.190-211, 1989.
ϰϴ

MEMMERT, D. Creativity, expertise, and attention: Exploring their development and their
relationships. Journal of sports science, v.29, n.1, p.93-102, 2011.

______. Kognitionenim Sportspiel. Einsatz, Transfer und Entwicklungs


sportspielubergreifender Basistaktiken. Koln: Sport und Buch Straus, 2004.

0(00(57 ' )85/(< 3 ³, VS\ ZLWK P\ OLWWOH H\H´ %UHDGWK RI DWWHQWLRQ LQDWWHQWLRQDO
blindness, and tactical decision making in team sports. Journal of sport & exercise psychology,
v.29, n.3, p.365-381, 2007.

MEMMERT, D.; PERL, J. Game creativity analysis using neural networks. Journal of Sports
Sciences, v. 27, n. 2, p. 139±149, 2009.

MEMMERT, D.; SIMONS, D.J.; GRIMME, T. The relationship between visual attention and
expertise in sports. Psychology of Sport and Exercise, v.10, p. 146-151, 2009.

MENEZES, R. P.; MARQUES, R. F. R.; NUNOMURA, M. O ensino do handebol na categoria


infantil a partir dos discursos de treinadores experientes. Movimento, v.21, n.2, p.463-477, 2015.

MENEZES, R. P.; MORATO, M. P.; REIS, H. H. Análise do jogo de handebol na perspectiva de


treinadores experientes: categorias de análise ofensivas. Revista da educação física, v.26, n.1,
p.20-40, 2015.

MESQUITA, I. Formação de treinadores: como alocar um discurso teórico à prática. In. LEMOS,
K.; GRECO, P.; MORALES, J. (Eds.). CONGRESSO INTERNACIONAL DOS JOGOS
DESPORTIVOS, 5., 2015, Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte: Instituto Casa da Educação
Física, 2015. p.143-168.

______. Perspectiva construtivista da aprendizagem no ensino do jogo. In: Nascimento, J.;


RAMOS, V.; TAVARES, F. (Org.). Jogos Desportivos: formação e investigação. Florianópolis:
Coleção Temas Movimento, 2013. p.103-132.

MESQUITA, I. R. Contributo para uma mudança de paradigma na formação de treinadores: razões,


finalidades e contextos. In: Centro de Investigação, Formação, Inovação e Intervenção em Desporto
(Eds.). Desporto e Educação Física em Português. Porto: Faculdade de Desporto da Universidade
do Porto, cap. 5, p.84-99, 2010.

MIHARA, M.; MIYAI, I.; HATAKENAKA, M.; KUBOTA, K.; SAKODA, S. Role of the pré-
frontal córtex in human. Neuroimage, v.43, n.2, p.329-336, 2008.

MILLER, E. K.; COHEN, J. D. An integrative theory of prefrontal cortex function. Annual Review
Neuroscience, v.24, p.167-202. 2001.

MIYATA, H.; WATANABE, S.; MINAGAWA-KAWAI, Y. Two successive neurocognitive


processes captured by near-infrared spectroscopy: Prefrontal activation during a computerized plus-
shaped maze task. Brain Research, v.1374, p.90 -99, 2011.
ϰϵ

MORALES, J.C.P.; GRECO, P.J.; ANDRADE, R.L. Validade de Conteúdo do Instrumento para
Avaliação do Conhecimento Tático Processual no Basquetebol. Cuadernos de Psicología del
Deporte, v.12, supl.1, p.31-6, 2012.

MORENO, F. J.; REINA, R.; LUIS, V.; SABINO, R. Visual search strategies in experienced and
inexperienced gymnastic coaches. Perceptual and Motor Skills, v.95, p.901-902, 2002.

MORENO, F.J.; ÁVILA, F.; DAMAS, J.S. El papel de la motilidad ocular extrínseca en el deporte.
Aplicacíon em los deportes abiertos. Motricidad. European Journal of Human Movement, v.7,
p.75-94, 2001.

MOXLEY, J.H.; ERICSSON, K.A.; CHARNESS, N.; KRAMPE, R.T. The role of intuition and
GHOLEHUDWLYH WKLQNLQJ LQ H[SHUWV¶ VXSHULRU WDFWLFDO GHFLVLRQ PDNLQJ Cognition, v.124, p. 72-78,
2012.

MUKAI, I.; KANDY, B.; KESAVABHOTLA, K.; UNGERLEIDER, L.G. Exogenous and
endogenous attention during perceptual learning differentially affect post-training target thresholds.
Journal of Vision, v.11, p1±15, 2011.

MUKAI, I.; KIM, D.; FUKUNAGA, M.; JAPEE, S.; MARRETT, S.; UNGERLEIDER, L.G.
Activations in visual and attention-related areas predict and correlate with the degree of perceptual
learning. Journal of Neuroscience, v.27, p.11401±11411, 2007.

NAKATA, H.; YOSHIE, M.; MIURA, A.; KUDO, K. Characteristics of the athletes' brain:
Evidence from neurophysiology and neuroimaging. Brain research reviews, v.62, p.197-211,
2010.

NASH, C.; COLLINS, D. Tactic knowledge in expert coaching; science or


art? National Association Kinesiology and Physical Education in higher
education, v.58, p.465-477, 2006.

NASH, C.; SPROULE, J.; HORTON, P. Excellence in coaching: the art and skill of elite
practitioners. Research Quarterly for Exercise and Sport, v.82, n.2, p.229±238, 2011.

NIRx .NIRx Medical Technologies. Disponível: http://nirx.net/ Acesso em 08 nov.2015.

NITSCH, J.R. The action-theoretical perspective. International Review for sociology of sport,
p.263-281, 1985.

______. Ecological approaches to Sport Activity: A commentary from an action theoretical point of
view. International Journal of Sport Psychology, v.40, n.1, p.152-176, 2009.

NORTH, J. S.; WILLIAMS, A. M.; WARD, P.; HODGES, N. J.; ERICSSON, K. A. Perceiving
patterns in dynamic action sequences: The relationship between anticipation and pattern recognition
skill. Applied Cognitive Psychology, v.23, p.1±17, 2009.

NUSSBAUMER, D.; GRABNER, R. H.; STERN, E. Neural efficiency in working memory tasks:
The impact of task demand. Intelligence, v.50, p.196-208, 2015.
ϱϬ

OLIVEIRA, R.; DAMISCH, L.; HOSSNER, E.; OUDEJANS, R.; RAAB, M.; VOLZ, K.;
WILLIAMS, A. The bidirectional links between decision making, perception, and action. Progress
in Brain Research, v. 174, p.85-93, 2009.

ONG, M.; RUSSELL, P. N.; HELTON, W. S. Frontal cerebral oxygen response as an indicator of
initial attention effort during perceptual learning. Experimental Brain Research, v.229, p.571-
578, 2013.

PASQUALI, L. Instrumentação psicológica: fundamentos e práticas. Porto Alegre: Artmed


Editora. 2010.

PEREIRA, F.; TAVARES, F. A capacidade de decisão táctica das distribuidoras de Voleibol.


Investigação em Voleibol. Estudos Ibéricos, p.271-277, 2003.

PERREY, S. Non-invasive NIR spectroscopy of human brain function during exercise. Methods,
v.45, n.4, p.289-299, 2008.

PETER, A. D.; ANDREW, A. M. The Measurement of Declarative Knowledge. Advances in


Consumer Research, v.13, p.454-459. 1986.

PETERSEN, S. E.; MIER, H. V.; FIEZL, J. A.; RAICHLE, M. E. The effects of practice on the
functional anatomy of task performance. Proceedings of the National Academy of Sciences, v.
95, n.3, p.852-860, 1998.

PIRAS, A.; LOBIETTI, R.; SQUATRITO, S. A study of saccadic eye movement dynamics in
volleyball: comparison between athletes and non-athletes. The Journal of sports medicine and
physical fitness, v.50, n.1, p.99-108, 2010.

______. Response Time, Visual Search Strategy, and Anticipatory Skills in Volleyball
Players. Journal of Ophthalmology, v. 2014, p.1-10, 2014.

PIZZERA, A.; RAAB, M. Perceptual Judgments of Sports Officials are Influenced by their Motor
and Visual Experience. Journal of Applied Sport Psychology, v.24, p.59-72, 2012.

RAAB, M. Intelligence as smart heuristics. In: STERNBERG, R.J.; DAVIDSON, J. e PRETZ, J.


(Eds.). Cognition and Intelligence. Cambridge: Cambridge University Press, 2005. p.188-207.

RAAB, M. Simple heuristics in sports. International Review of Sport and Exercise Psychology,
v.5, n.2, p.104-120. 2012.

______. Think SMART, not hard - a review of teaching decision making in sport from an
ecological rationality perpesctive. Physical Ed. Sport Pedagogy, v.12, n.1,p.1-22, 2007.

RAICHLE, M.; MacLEOD, A.; SNYDER, A.; POWERS, W.; GUSNARD, D.; SHULMAN, G. A
default mode of brain function. Proceedings of the National Academy of Sciences, v.98, n.2, p.
676-682, 2001.
ϱϭ

RAMOS, V.; GRAÇA, A. B. S.; NASCIMENTO, J. V.; SILVA, R. A aprendizagem profissional -


As representações de treinadores desportivos de jovens: quatro estudos de caso. Motriz, v.17, n.2,
p.280-291, 2011.

RAMOS, V.; NASCIMENTO, J. V.; GRAÇA, A. Análise do processo de instrução no treino de


jovens: um estudo de caso no basquetebol. Revista Portuguesa de Ciência do desporto, v.9, n.1,
p.52-53, 2009.

REJESKI, W.; DARRACOTT, C.; HUTSLAR, S. Pygmalion in youth sport: A field study. Journal
of Sport Psychology, v.1, p.311-319, 1979.

RESENDE, R.; MESQUITA, I.; FERNANDEZ, J. Concepções dos treinadores acerca dos
conhecimentos e competências no exercício da função e de acordo com o gênero e a experiência. In:
CONGRESSO INTERNACIONAL DE JOGOS DESPORTIVOS. Porto: Universidade do Porto, p.
77, 2007.

RIPOLL, H.; KERLIRZIN, Y.; STEIN, J.; REINE, B. Analysis of information processing, decision
making, and visual strategies in complex problem solving sport situations. Human Movement
Science, v.14, p.325-349, 1995.

ROCA, A.; FORD, P. R.; MCROBERT, A. P.; WILLIAMS, A. M. Identifying the processes
underpinning anticipation and decision-making in a dynamic time-constrained task. Cognitive
Processing, v.12, n.3, p.301-310, 2011.

ROCA, A.; FORD, P. R.; MCROBERT, A. P.; WILLIAMS, M. Perceptual-Cognitive Skills and
Their Interaction as a Function of Task Constraints in Soccer. Journal of Sport & Exercise
Psychology, v.35, p.144-155, 2013.

ROSADO, A. F.; MESQUITA, I. Modelos, concepções e estratégias de formação de treinadores. In:


ROSADO, A.; MESQUITA, I. (Eds.). Pedagogia do Desporto. Lisboa: Edições FMH ± UTL,
2009. cap. 9, p. 207-219.

ROSS, J. S.; TKACH, J.; RUGGIERI, P. M.; LIEBER, M.; LAPRESTO, E. 7KH 0LQG¶V (\H
Functional MR Imaging Evaluation of Golf Motor Imagery. American Society of Neuroradiology,
n. 24, p.1036-1044, 2003.

SAMULSKI, D. Psicologia do esporte. Editora Manole, 2009.

SANFEY, G.A. Decision Neuroscience. New directions in studies of judgmentet and decision
making. Current Directions Psychological Science, v.16, n.3, p.151-155, 2007.

SANTOS, S.; MESQUITA, I.; GRAÇA, A.; ROSADO, A. &RDFKHV¶ SHUFHSWLRQV RI FRPSHWHQFH
and acknowledgement of training needs related to professional competences. Journal of Sports
Science and Medicine, v.9, p.62-70, 2010.

SAVELSBERGH, G. H.; WILLIAMS, A. M.; VAN DER KAMP, J.; WARD, P. Visual search,
anticipation and expertise in soccer goalkeepers. Journal of Sport Science, v.20, n.3, p.279-287,
2002.
ϱϮ

SCHEMPP, P.; MCCULLICK, B.; GRANT, M. Teaching coaching expertise: how to educate for
coaching excellence. In: Current Issues and Controversies in School and Community Health,
Sport and Physical Education, 2012. cap. 21, p. 251±263.

SCHEMPP, P.; WEBSTER, C.; MCCULLICK, B.; BUSCH, C.; MASON, I. How the best get
better: an analysis of the self-monitoring strategies used by expert golf instructors. Sport,
Education and Society, v.12, n.2, p.175±192, 2007.

SEO, J.; KIM, Y.; SONG, H.; LEE, H.; LEE, J.; JUNG, T.; LEE, G.; KWON, E.; KIM, J. G.;
CHANG, Y. Stronger activation and deactivation in archery experts for differential cognitive
strategy in visuospatial working memory processing. Behavioural Brain Research, v. 229, n.1,
p.185-193, 2012.

SEPÚLVEDA, M. L. A.; ALONSO, J. L.; GUEVARA, M. A.; GONZÁLEZ, M. H. Increased


prefrontal-parietal eeg gamma band correlation during motor imagery in expert video game
players. Actualidades en Psicología, v.2 n. 117, p.26-35, 2014.

SESTIERI, C.; CORBETTA, M.; ROMANI, G. L.; SHULMAN, G. Episodic memory


retrieval, parietal cortex, and the default mode network: functional and topographic analyses.
The Journal of Neuroscience, n.31, v.12, p.4407-4420, 2011.

SHANK, M.D.; HAYWOOD, K.M. Eye movements while viewing a baseball pitch. Perceptual
and Motor Skills, v.64, n.3, p.1191-1197, 1987.

6+8/0$1 * $67$),(9 6 0F$92< 0 G¶$9266$ * &25%(77$ 0 5LJKW 73-
deactivation during visual search: functional significance and support for a filter hypothesis.
Cerebral Cortex, v.17, n.11, p.2625-2633, 2007.

6,1&/$,5 ' $ 9($/(< 5 6 (IIHFWV RI FRDFKHV¶ H[SHFWDWLRQV DQG IHHGEDFN RQ WKH 6HOI-
perceptions of athletes. Journal of Sport Behavior, v.12, p.77-91, 1989.

SMEETON, N. J.; WARD, P.; WILLIAMS, A. M. Do pattern recognition skills transfer across
sports? A preliminary analysis. Journal of Sports Sciences, v.22, n.2, p.205±213, 2004.

SMITH, R. E.; SMOLL, F. L. Self-HVWHHP DQG FKLOGUHQ¶V UHDFWLRQV WR \RXWK VSRUW coaching
behaviors: a field study of self-enhancement processes. Developmental Psychology, v.26, p.987±
993, 1990.

SMITH, R. E.; ZANE, N. W. S.; SMOLL, F. L.; COPPEL, D.B. Behavioral assessment in youth
VSRUWV &RDFKLQJ EHKDYLRUV DQG FKLOGUHQ¶V DWWLWXGHV Medicine and Science in Sports and
Exercise, v.15, p.208±214, 1983.

SQUIRE, L.R.; KNOWLTON, B.J. Memory, hippocampus, and brain systems. In: GAZZANIGA,
M.S. (Org.). The cognitive neurosciences. Cambridge: MIT Press, 1995. p.825-837.

STOKES, M. G.; ATHERTON, K.; PATAI, E. Z.; NOBRE, A. C. Long-term memory prepares
neural activity for perception. Proceedings of the National Academy of Sciences, v.109, n.6,
p.360-367, 2012.
ϱϯ

675$,7 ' / 6/$7(5 - 2¶&211(// 6 2 .5$86 1 0XVLF WUDLQLQJ UHODWHV WR WKe
development of neural mechanisms of selective auditory attention. Developmental Cognitive
Neuroscience, v.12, p. 94-104, 2015.

TAMURA, M.; HOSHI, Y.; OKADA, F. Localized near-infrared spectroscopy and functional
optical imaging of brain activity. Philosophical transactions - Royal Society. Biological Sciences,
v.3523, n.1354, p.737-742, 1997.

THOMAS, K.; THOMAS, J. Developing expertise in sport: the relation of knowledge and
performance. International Journal of Sport Psychology, v.25, p.295-312, 1994.

TOMASI, D.; WANG, R.; WANG, G.J.; VOLKOW, N. D. Functional connectivity and brain
activation: a synergistic approach. Cerebral Cortex, v.24, n.10, p.2619-2629, 2014.

TORRICELLI, A.; CONTINI, D.; PIFFERI, A.; CAFFINI, M.; RE, R.; ZUCCHELLI, L.;
SPINELLI, L. Time domain functional NIRS imaging for human brain mapping. Neuroimage,
v.85, p.28-50, 2014.

TRUDEL, P.; BRUNELLE, J. Les situations d'apprentissage offerts aux joueurs inscrites dans des
liges de hockey mineur. L'Association Canadienne pour la Santé: L'Education Physique et le
loisir, v.51, p.18-25, 1985.

TVERSKY, A.; KAHNEMAN, D. Judgment under uncertainty: Heuristics and biases. Science,
v.185, p.1124-1131, 1974.

VAEYENS, R.; LENOIR, M.; WILLIAMS, A. M.; PHILIPPAERTS, R. M. Mechanisms


Underpinning Successful Decision Making in Skilled Youth Soccer Players: An Analysis of Visual
Search Behaviors. Journal of Motor Behavior, v.39, n.5, p. 395-408, 2007.

VANSTEENKISTE, P.; VAEYENS, R.; PHILIPPAERTS, R.; LENOIR, M. Cue usage in


volleyball: a time course comparison of elite, intermediate and novice female players. Biology of
Sports, v.31, n.4, p.295-302, 2014.

VICKERS, J. N. Advances in coupling perception and action: the quiet eye as a bidirectional link
between gaze, attention, and action. Progress in Brain Research, v. 174, p.279-288, 2009.

VIEIRA, A. L.; DIAS, C.; CORTE-REAL, N.; FONSECA, A. M. O conhecimento e ações do


treinador em situações de competição: o estudo da percepção dos treinadores da superliga brasileira
de voleibol. Revista Iberoamericana de Psicología del Ejercicio y el Deporte, v.9, n.2, p.423-
457, 2014.

VILA-MALDONADO, S.; ABELLÁN, J.; SÁEZ-GALLEGO, N.M.; GARCÍA, L.M.;


CONTRERAS, O.R. Decision-Making and visual perception skills in youth volleyball players and
non-players. Journal of Sport and Health Research, v.6, n.3, p.265-276, 2014.

WARD, P.; WILLIAMS, A. M. Perceptual and cognitive skill development in soccer: The
multidimensional nature of expert performance. Journal of sport & exercise psychology, v.25,
n.1, p.93 -111, 2003.
ϱϰ

WARD, P.; WILLIAMS, A.M.; BENNETT, S.J. Visual search and biological motion perception in
tennis. Research Quarterly for Exercise and Sport, v.73, p.107±112, 2002.

WEI, G.; LUO, J. Sport expert's motor imagery: Functional imaging of professional motor skills
and simple motor skills. Brain Research, v.1341, p. 52-52, 2010.

WEI, G.; ZHANG, Y.; JIANG, T.; LUO, J. Increased cortical thickness in sports experts: a
comparison of diving players with the controls. PLoS ONE, v.6, n.2, p.1-9, 2011.

WESTERA, W. Competences in education: a confusion of tongues. J. curriculum studies, v.33,


n1, p.75±88, 2001.

WILLIAMS, A. M. Perceiving the intentions of others: how do skilled performers make


anticipation judgements? Progress in Brain Research, v.174, p.73-83, 2009.

WILLIAMS, A. M.; ERICSSON, K. A. Perceptual-cognitive expertise in sport: Some


considerations when applying the expert performance approach. Human Movement Science, v.24,
n.3, p.283-307, 2005.

WILLIAMS, A. M.; FORD, P. R.; ECCLES, D. W.; WARD, P. Perceptual-cognitive expertise in


sport and its acquisition: Implications for applied cognitive psychology. Applied Cognition
Psychology, v.25, p.432±442, 2011.

WILLIAMS, A. M.; WARD, P.; CHAPMAN, C. Training perceptual skill in field hockey: is there
transfer form the laboratory to the field? Reseach Quaterly for Exercise and Sport, v.74, p.98-
103, 2002.

WILLIAMS, M. Perceptual and cognitive expertise in sport. The Psychologist, v.15, n.8, p.416-
417, 2002.

WILLIAMS, M.; DAVIDS, K. Declarative Knowledge in Sport: A By-Product of Experience or a


Characteristic of Expertise? Journal of sport & exercise psychology, v.17, n.3, p.259-275, 1995.

WILLIAMS, A. M.; DAVIDS, K. Visual search strategy, selective attention, and expertise in
soccer. Research Quarterly for Exercise and Sport, v.69, p.111±128, 1998.

WIMAN, M.; SALMONI, A.; HALL, C. An Examination of the Definition and Development of
Expert Coaching. International Journal of Coaching Science, v.4, n.2, p.37±60, 2010.

WOLF, S.; BROLZ, E.; SCHOLZ, D.; RAMOS-MURGUIALDAY, A.; KEUNE, P. M.;
HAUTZINGER, M.; BIRBAUMER, N.; STRAHL, U. Winning the game: brain processes in
expert, young elite and amateur table tennis players. Frontiers in Behavioral Neuroscience, v.8, n.
370, p.1-12, 2014.

WOOD, J. N.; GRAFMAN, J. Human prefrontal cortex: processing and representational


perspectives. Nature Reviews, v.4, p.139-147, 2003.

WRIGHT, M. J.; BISHOP, D. T.; JACKSON, R. C.; ABERNETHY, B. Brain regions concerned
with the identification of deceptive soccer moves by higher-skilled and lower-skilled players.
Frontiers in Human Neuroscience, v.7, n. 851, p.1-15, 2013.
ϱϱ

WU, Y.; ZENG, Y.; ZHANG, L.; WANG, D.; TAN, X. The role of visual perception in action
anticipation in basketball athletes. Neuroscience, v.237, p.29-41, 2013.

YARROW, K.; BROWN, P.; KRAKAUER, J. W. Inside the brain of an elite athlete: the neural
processes that support high achievement in sports. Nature Reviews Neuroscience, v.10, p.585-596,
2009.

ZHAO, G.; LIU, Q.; JIAO, J.; ZHOU, P.; LI, H.; SUN, H. Dual-state modulation of the contextual
cueing effect: Evidence from eye movement recordings. Journal of Vision, v.12, p.1±13, 2012.

SOBRE OS AUTORES

Prof. Dr. Gustavo De Conti Teixeira Costa


Graduado em Educação Física pela Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional
da Universidade Federal de Minas Gerais (EEFFTO/UFMG - Brasil); Mestre em Ciências do
Desporto pela Faculdade do Desporto da Universidade do Porto (FADE-UP ± Portugal); Mestre em
Ciências do Esporte pela EEFFTO/UFMG - Brasil; Professor da Universidade Federal de Goiás
(UFG ± Brasil). Pesquisador dos temas: voleibol, treinamento, pedagogia, cognição e ação nos
esportes.

Prof. Ms. Henrique de Oliveira Castro


Graduado em Bacharelado e Licenciatura em Educação Física pelo Centro Universitário de Belo
Horizonte (UNI-BH - Brasil); Especialista em Treinamento Esportivo pela Escola de Educação
Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Minas Gerais
(EEFFTO/UFMG - Brasil); Mestre em Ciências do Esporte pela EEFFTO/UFMG - Brasil;
Doutorando em Ciências do Esporte pela EEFFTO/UFMG - Brasil; Membro e pesquisador do
Centro de Estudos de Cognição e Ação (CECA/EEFFTO/UFMG - Brasil); Coordenador do Grupo
de Estudos em Educação Física e Esportes (GEEFE) do Centro Universitário Estácio Brasília (DF ±
Brasil); Professor Adjunto I e Coordenador do curso de graduação em Educação Física do Centro
Universitário Estácio Brasília (DF ± Brasil).

Prof. Dr. Pablo Juan Greco


Graduado em Educação Física pelo Instituto Nacional de Educação Física (INEF - Argentina);
Mestre em Ciências do Esporte pelo Institut fuer Sport und Sportwissenschaft da Universidade de
Heidelberg (ISSN/Ruprecht-Karls ± Alemanha); Doutor em Educação pela Universidade Estadual
de Campinas (UNICAMP ± Brasil); Pós Doutor pela Escola de Superior de Educação Física da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (ESEF/UFRS - Brasil); Professor Associado III do
Departamento de Esportes da EEFFTO/UFMG; Membro do corpo docente no Programa de
PósGraduação Strictu Sensu em Ciências do Esporte da EEFFTO/UFMG - Brasil; Coordenador do
Centro de Estudos de Cognição e Ação (CECA/EEFFTO/UFMG - Brasil).
View publication stats

You might also like