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SISTEMA DE ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA INTEGRADO A UMA LÂMPADA


COMPACTA UTILIZANDO LEDS DE POTÊNCIA

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4 authors, including:

M.R. Cosetin Alexandre Campos


Universidade Federal de Santa Maria Universidade Federal de Santa Maria
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SISTEMA DE ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA INTEGRADO A UMA
LÂMPADA COMPACTA UTILIZANDO LEDS DE POTÊNCIA

RAFAEL A. PINTO, MARCELO R. COSETIN, DARLAN DE OLIVEIRA,


ALEXANDRE CAMPOS E RICARDO N. DO PRADO

Grupo de Estudos e Desenvolvimento de Reatores Eletrônicos - GEDRE


Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS
Av. Roraima 1000, Centro de Tecnologia, Sala 171, CEP 97105-900
E-mails: pintosma@gmail.com, rnprado@ieee.org

Abstract⎯ This paper presents an emergency lighting system integrated into a compact lamp using power LEDs. The LEDs
have high luminous efficacy, high useful life and small size. These characteristics make these devices an attractive for use in an
emergency lighting. The proposed circuit is simple and has low cost. Its main feature is the easiness of installation with a simple
replacement for incandescent and compact fluorescent lamps. In this work two converters are used. A Buck converter to supply
the LEDs and charge the battery by mains, with universal input voltage (90VAC - 240VAC), and a Boost converter to supply the
LEDs by battery. The converters operate at high frequency and control the LED`s current independently. A Li-Ion battery was
chosen because it has higher voltage and density of energy than Ni-MH one. The design attends the Brazilian standard (NBR
10898) and IEEE standard (IEEE Std 446-1995) for emergency lighting systems. The complete circuit was implemented and the
results show a satisfactory behavior of the lamp.

Keywords⎯ Emergency Lighting, Compact lamp, LED lamp, DC/DC converters, Current control and LEDs as light source.

Resumo⎯ Este artigo apresenta um sistema de iluminação de emergência integrado a uma lâmpada compacta utilizando LEDs
de potência. Os LEDs apresentam elevada eficácia luminosa, alta vida útil e tamanho reduzido. Estas características tornam estes
dispositivos um atrativo para aplicação em iluminação de emergência. O circuito proposto é simples e de baixo custo. Sua carac-
terística principal está na facilidade de instalação com a simples substituição por lâmpadas incandescentes e fluorescentes com-
pactas. Neste trabalho são utilizados dois conversores. Um conversor Buck para alimentar os LEDs e carregar a bateria através da
rede elétrica com tensão de entrada universal (90VCA – 240VCA). E um conversor Boost para alimentar os LEDs através da bateri-
a. Os conversores operam em alta freqüência e controlam a corrente nos LEDs de forma independente. A bateria escolhida foi a
de Li-Ion por apresentar uma alta densidade de energia e tensão superior as de Ni-MH. O projeto atende as exigências da norma
brasileira (NBR 10898) e da norma IEEE (IEEE Std 446-1995) para sistemas de iluminação de emergência. O circuito completo
foi implementado e os resultados mostram um comportamento satisfatório da lâmpada.

Palavras-chave⎯ Iluminação de Emergência, Lâmpada compacta, Lâmpada a LED, Conversores CC/CC, Controle de corrente e
LEDs como fonte de luz.

longa vida útil comparados às lâmpadas fluorescen-


tes (Cervi, 2005).
1 Introdução Há muitos anos o homem tornou-se dependente
da luz. Na maioria das atividades, a iluminação auxi-
Uma parcela considerável da energia elétrica gerada lia ou se faz necessária. Por isso, os sistemas de
mundialmente é utilizada na iluminação artificial. As iluminação de emergência tornaram-se elementos
primeiras lâmpadas comercializadas funcionavam importantes, podendo ser considerados itens de segu-
baseadas no aquecimento de um filamento de carbo- rança e são obrigatórios em muitos ambientes. São
no ou tungstênio dentro do tubo de vidro, o qual se instalados principalmente em corredores e escadari-
tornava incandescente. Estas lâmpadas foram utiliza- as, garagens, elevadores, restaurantes, empresas e
das durante muitos anos na iluminação residencial. demais ambientes públicos garantindo a iluminação
Porém, devido à baixa eficácia luminosa apre- na falta de energia elétrica.
sentadas por este tipo de lâmpada e a preocupação Assim, o objetivo deste trabalho é desenvolver
cada vez maior com relação à eficiência energética, um sistema de iluminação de emergência integrado a
novos produtos foram sendo introduzidos no merca- uma lâmpada compacta utilizando LEDs de potência.
do. Entre eles estão as lâmpadas fluorescentes com- Permitindo a utilização da mesma lâmpada nas ativi-
pactas, que apresentam rendimento superior às lâm- dades diárias alimentada pela rede elétrica e sob uma
padas incandescentes e por este motivo estão se possível falha no fornecimento de energia. Além da
tornando populares na iluminação residencial. vantagem de fácil instalação do equipamento, com a
No entanto, no início do século XX, surgiram os simples substituição por lâmpadas incandescentes e
Diodos Emissores de Luz (LEDs) que tem como fluorescentes compactas sem qualquer alteração na
princípio de funcionamento a eletroluminescência, instalação elétrica.
emitindo luz através da combinação de elétrons e
lacunas em um material sólido (Sá Jr., 2007). Estes
dispositivos apresentam maior eficácia luminosa e
2 Sistemas de Iluminação de Emergência A iluminação de emergência deve garantir um
nível mínimo de iluminamento no piso de 5 lux em
Os sistemas de iluminação de emergência tradicio- locais com desníveis como escadas ou passagens
nais normalmente utilizam lâmpadas fluorescentes com obstáculos; e 3 lux em locais planos como cor-
alimentadas por baterias. Como as lâmpadas fluores- redores e áreas de refúgio, segundo a norma brasilei-
centes operam com sinais de tensão e corrente alter- ra (ABNT, 1999). Considerando a norma IEEE, este
nados e com um nível de tensão elevado, diferente valor é de 6 lux (IEEE, 1995). Já para a realização de
do fornecido pelas baterias, é necessário um circuito atividades ou leitura, a iluminação deve estar entre
que eleve esta tensão e ainda transforme o sinal con- 50 e 500 lux (Philips, 2008). Portanto, a luminosida-
tínuo em alternado. Além disso, possuem um circuito de da lâmpada pode ser alterada para um nível alto
para carregar a bateria através da energia fornecida enquanto estiver operando através da rede elétrica e
pela rede e outro circuito para monitoramento do para um nível baixo enquanto estiver operando atra-
sinal de entrada. vés da bateria.
Estes equipamentos exigem baterias com uma No entanto, um dos itens exigidos pela norma
capacidade de energia considerável as quais possuem brasileira é que esta variação da intensidade lumino-
peso e volume elevados. Assim, a utilização de LEDs sa não seja superior a relação de 1:20 entre os dois
torna-se um atrativo devido a sua alta eficácia lumi- estados. Outra exigência feita por esta norma citada é
nosa (100 lm/W) (OSRAM, 2007), o qual permite a que o sistema não poderá ter uma autonomia inferior
utilização de bateria pequenas e/ou uma maior auto- a 1 hora de funcionamento com uma perda maior que
nomia do sistema. 10% da luminosidade inicial (ABNT, 1999). Já para
Além disso, os LEDs apresentam peso e tama- a norma internacional, a autonomia do sistema deve
nho reduzidos, possibilitando a aplicação em siste- ser de 1,5 horas com uma luminosidade mínima de
mas de iluminação compactos (Oliveira, 2007). Ou- 0,6 lux ao final deste período (IEEE, 1995).
tra grande vantagem destes dispositivos é a sua ele- Como a luminosidade emitida pelo LED é pro-
vada vida útil (60.000 horas), superior as lâmpadas porcional a corrente que circula pelo dispositivo, é
fluorescentes (6.000 horas) (OSRAM, 2007). possível definir alguns parâmetros de projeto para
Os LEDs são alimentados com corrente contínua atender as exigências das normas. Um delas é a espe-
e possuem uma tensão de condução pequena, entre cificação da corrente nos LEDs quando estes são
2,5V e 4V, e não necessitam de ignição, diferente alimentados pela energia da rede ou pela energia da
das lâmpadas fluorescentes. Estas características bateria. Esta relação não poderá ser superior a 20:1.
tornam-se vantajosas quando se deseja alimentá-los Outro parâmetro que pode ser definido é o mo-
através de uma bateria. delo e a quantidade de LEDs a serem utilizados para
obtermos o nível de iluminamento exigido, além da
escolha da bateria adequada para garantir a autono-
3 Exigências da Norma Brasileira (NBR 10898) e mia mínima de 1,5 horas.
Internacional IEEE (IEEE Std 446-1995)

Segundo a norma brasileira NBR 10898:1999, os 4 Circuito Proposto


sistemas de iluminação podem ser classificados da
seguinte maneira: Neste trabalho são utilizados LEDs do modelo Luxe-
• Iluminação de balizamento ou sinalização: on Rebel LXML-PWN1-0080 da Philips, escolhido
normalmente composta por símbolos ou le- por apresentar um elevado fluxo luminoso (80 lm) e
tras que indicam um caminho. temperatura de cor adequada para a aplicação em
iluminação residencial (4100K) (Luxeon, 2007).
• Sinalização especial para aviação comercial:
Estes dispositivos são alimentados com uma corrente
destinada a sinalizar a pista de vôo.
contínua de 300 mA quando operados no modo nor-
• Iluminação permanente: a iluminação está mal (estado em que a rede fornece energia ao equi-
sempre em funcionamento com ou sem a pamento) e com 50 mA no modo emergência (quan-
energia da rede elétrica. do a bateria alimenta o equipamento).
• Iluminação não-permanente: a iluminação A bateria escolhida foi a Li-Ion 16340 (3,6V,
entra em funcionamento somente quando 880mAh) pelo fato de apresentar uma densidade de
houver falta ou falha na alimentação pela energia e um nível de tensão superior às baterias de
rede elétrica. Ni-MH (1,2V), permitindo uma maior autonomia do
A idéia proposta neste trabalho apresenta carac- sistema sem prejudicar a compactação do equipa-
terísticas de um sistema de iluminação permanente e mento. Esta autonomia pode ser estendida simples-
não-permanente e, portanto deve atender as exigên- mente substituindo a bateria por outra de maior capa-
cias feitas pela norma. Além disso, o sistema é con- cidade como a Li-Ion 18500 (3,6V, 1400mAh).
siderado um bloco autônomo, ou seja, apresenta em O circuito, quando alimentado pela rede elétrica,
um mesmo invólucro a fonte de luz (LEDs), a bateria foi projetado para operar sob tensão de entrada uni-
e os demais circuitos necessários para seu funciona- versal (90VCA – 240VCA), facilitando a aplicação da
mento. lâmpada em qualquer sistema elétrico. A carga é
formada por cinco LEDs conectados em série resul- em paralelo com Rb1 e limitam a corrente que circula
tando em uma tensão de saída máxima no conversor pela bateria. A tensão de referência para os resistores
de 20V. A conexão em série apresenta a vantagem de é de 20,7V (VZb + VTb-be). O resistor Rb1 foi especifi-
manter o mesmo brilho em todos os LEDs, uma vez cado em 39kΩ limitando a corrente no zener em
que a corrente que circula pelos dispositivos é a aproximadamente 530µA. O resistor Rb2 é especifi-
mesma (Oliveira, 2007). cado em 220Ω. Assim, o valor da resistência equiva-
Assim, enquanto a lâmpada estiver operando no lente do paralelo de Rb1 e Rb2 será de aproximada-
modo normal o conversor deve reduzir a tensão de mente 218Ω, o que resulta em uma corrente de carga
entrada e realizar o controle da corrente nos LEDs. na bateria de no máximo 95mA.
Para isto foi utilizado o circuito proposto em Pinto Quando a lâmpada entrar no modo emergência,
(2008). Este conversor foi escolhido devido a sua um conversor Boost inicia seu funcionamento, ele-
simplicidade, baixo custo e tamanho reduzido. A vando a tensão da bateria (3,6V) para a tensão da
corrente é monitorada através de um resistor shunt carga (20V). Este circuito é apresentado na Fig. 2.
em série com os LEDs. O interruptor é implementa-
do por um circuito integrado da família NCP101x,
responsável também pelo controle da corrente. O
projeto deste circuito, bem como seu funcionamento
é detalhado em Pinto (2008) e não será enfatizado
neste trabalho.
Para carregar a bateria, o mesmo circuito foi uti-
lizado adicionando apenas um braço em paralelo
com os LEDs. O circuito proposto é apresentado na
Fig. 1.

Figura 2. Conversor Boost.

O circuito é projetado para fornecer uma corren-


te contínua nos LEDs de 50 mA. A comutação é feita
pelo transistor Q1. Quando o interruptor está condu-
zindo a bateria transmite energia ao indutor L2.
Quando o interruptor está em bloqueio, o diodo D7
conduz, e a energia armazenada em L2 é transmitida
à carga. Assim, o indutor opera como uma fonte
auxiliar em série com a bateria, alimentando os LEDs
com tensão superior à de entrada.
Figura 1. Conversor Buck e carregador da bateria. O circuito de comando é realizado através de um
oscilador formado por C1, R1 e R2. Este circuito é
O controle da corrente de carga da bateria é feito proposto em Wuchinich (2007) para alimentar um
pelo mesmo princípio utilizado para os LEDs, atra- LED de alto brilho (3,6V, 20mA) através de uma
vés de resistor shunt (Rb1 e Rb2) conectado em série bateria de Ni-MH (1,2V). Circuitos osciladores são
com a bateria. O circuito integrado monitora a tensão conhecidos na literatura e foram bastante utilizados
do resistor e altera a razão cíclica do circuito de para alimentar lâmpadas incandescentes provocando
forma a limitar esta tensão ao valor da referência, o efeito de flash (Wuchinich, 1978 e Rodgers, 1962).
mantendo a corrente constante no braço. Seu funcionamento é baseado na carga e descar-
A tensão da bateria é monitorada através do dio- ga do capacitor C1. O resistor R2 fornece um cami-
do zener Zbat e pelo transistor Tbat. O valor do zener nho inicial para a corrente através dos transistores Q2
deve ser igual ao valor da tensão nominal da bateria e Q1, que passam a conduzir. Neste momento, o
(3,6V) mais a tensão base-emissor de Tbat (0,7V). capacitor é carregado através de Q2, R1 e Q1. En-
Assim, enquanto a tensão da bateria estiver em seu quanto carrega, a tensão no capacitor aumenta até
valor nominal, o diodo zener conduz a corrente que causar o bloqueio do transistor Q2, e conseqüente-
circula por Rb1, evitando que o transistor Tbat seja mente o bloqueio de Q1. O tempo de carga do capaci-
polarizado e entre em condução, mantendo a bateria tor é o tempo de condução do interruptor Q1. Com o
desconectada do carregador. A corrente que circula interruptor em bloqueio, o capacitor é descarregado
pelo zener é limitada por Rb1 e deve ser pequena para através dos resistores R1 e R2 sob o caminho dado
que a potência dissipada não seja significativa. pela junção base-coletor de Q1. Os transistores per-
Por outro lado, enquanto a tensão da bateria es- manecerão sem conduzir até que o capacitor descar-
tiver abaixo do seu valor nominal o diodo zener não regue e a diferença de potencial em Q2 seja suficiente
conduz e o resistor Rb1 polariza Tbat, que entra em para que este retorne a entrar em condução. A partir
condução. Neste momento, o resistor Rb2 é conectado deste momento, Q1 é habilitado novamente através
de Q2 e R2.
A freqüência e a razão cíclica são, portanto, de- falha no fornecimento de energia elétrica pela rede,
terminados pelo tempo de carga e descarga do capa- por exemplo, durante o dia. Isto permite que a lâm-
citor. Para o conversor Boost, a razão cíclica é dada pada seja utilizada somente quando houver necessi-
pela expressão (1). dade. Além disso, se o interruptor da instalação elé-
VO − Vbat trica permanecer sempre acionado a bateria poderá
D= (1)
VO ser carregada em qualquer momento.
Onde: Porém, devido à característica de fonte de cor-
• D é a razão cíclica da comutação. rente, o conversor Boost não pode operar sem carga.
Assim, um circuito de proteção foi acrescentado. No
• VO é a tensão de saída do conversor.
momento que S1 desconectar a carga, a tensão de
• Vbat é a tensão de entrada (bateria). saída do circuito aumenta. Quando esta tensão atingir
a tensão de disparo do zener ZP (27V) este entra em
Para projetar o conversor deve-se levar em conta condução e atua como carga. O resistor RP é conec-
que a tensão da bateria diminui ao longo do tempo tado em série com o zener para limitar a corrente em
quando esta começa a descarregar. Assim, a tensão um valor pequeno, de forma que a potência dissipada
de entrada mínima será de 3V. No conversor Boost, a no dispositivo seja insignificante. O controle da
tensão de saída é proporcional a de entrada. Assim, a corrente no zener é realizado pelo diodo D9 e pelo
diminuição da tensão de entrada causará uma redu- transistor TC2, operando da mesma forma que o con-
ção na tensão de saída. No entanto, a corrente nos trole para o resistor RL2.
LEDs não poderá ser reduzida significativamente. A corrente nos LEDs é projetada para 50 mA. A
Para isso, um controle de corrente foi implementado tensão de referência é 1,2V. Assim, o valor de RL2 é
através de um resistor shunt (RL2) em série com os igual a 24Ω, determinado pela equação (2).
LEDs. O objetivo deste controle é manter a tensão VD8 + VTC 2 BE
em RL2 constante no valor de referência, obtendo R L2 = (2)
I LEDs
assim uma corrente constante no resistor e nos LEDs.
Quando a tensão no resistor RL2 ultrapassar a Para o resistor RP a corrente é de 460µA. Como
tensão de condução do diodo D8 mais a tensão base- a tensão de referência é também de 1,2V, o valor de
emissor do transistor TC2 (tensão de referência), estes RP é igual a 2.8kΩ.
entram em condução e desabilitam Q1. Assim, a A Fig. 3 mostra o circuito completo formado pe-
tensão de saída do conversor diminui e conseqüen- lo conversor redutor de tensão, o carregador de bate-
temente a tensão em RL2. Porém, a razão cíclica do ria, o conversor elevador de tensão e os circuitos de
conversor é especificada em um valor tal que a ten- acionamento e proteções. Para saber se a lâmpada irá
são em RL2 seja sempre maior que a referência, obri- operar no modo normal ou modo emergência, a e-
gando o controle a atuar. Desta forma, a iluminação é nergia da rede deve ser monitorada. Enquanto houver
mantida constante durante todo o funcionamento da tensão na rede para alimentar a lâmpada, haverá
lâmpada no modo emergência. tensão na saída do conversor Buck. Enquanto isto
Caso o interruptor da instalação elétrica seja de- acontecer, o resistor RM satura o transistor TC2 que
sabilitado, a lâmpada é desligada. No entanto, bateria impede o chaveamento de Q1, desabilitando a opera-
não será carregada uma vez que o circuito está des- ção do conversor Boost. Caso haja algum problema
conectado da rede. Assim, o interruptor S1 é empre- na alimentação pela rede, TC2 sai da saturação e per-
gado para desabilitar os LEDs caso o ambiente não mite o chaveamento de Q1, habilitando o conversor
necessite de iluminação no instante em que ocorra a Boost alimentando os LEDs através da bateria.

Figura 3. Circuito Proposto.


5 Resultados Experimentais

O circuito completo foi implementado para analisar o IHV_NCP


funcionamento da idéia proposta. Para representar a
falha no fornecimento da energia elétrica, o circuito
foi desconectado da rede através de um interruptor.
A Fig. 4 mostra o resultado experimental para a
corrente nos LEDs durante a transição entre o modo
normal e o modo emergência.
O circuito é alimentado pela rede fornecendo aos Figura 5. Corrente no interruptor do Buck (200mA/div, 20µs).
LEDs uma corrente de 280mA. No momento em que
a rede é desconectada, o conversor Boost entra em
funcionamento alimentando os LEDs com uma cor-
rente de 50mA. A corrente no interruptor do Buck
IL1
(NCP1014) e no indutor L1 são mostradas na Fig. 5 e
6, respectivamente. Devido à pequena ondulação no
indutor do Buck, a corrente nos LEDs é mantida
constante sem a necessidade de um capacitor de
saída no conversor.
A Fig. 7 mostra a tensão e corrente no interrup-
tor principal do Boost (Q1). A corrente em ambos os
Figura 6. Corrente no indutor do Buck (100mA/div, 10µs).
interruptores possui um valor baixo. O NCP1014
suporta uma tensão de até 700V e Q1 está submetido
a uma tensão máxima de 35V. Portanto, o circuito VQ1
pode ser implementado com interruptores de baixo
custo. O conversor Buck opera com freqüência de
100kHz e o Boost com 125kHz. A Fig. 8 mostra a IQ1
tensão e corrente na bateria durante a carga. Quando
a tensão da bateria ultrapassa 3,6V, a corrente de
carga é nula. Neste instante o diodo zener Zbat entra
em condução e desconecta a bateria do carregador.
Para analisar o funcionamento do circuito sob
entrada universal (90VCA - 240VCA), a tensão de Figura 7. Tensão e corrente no interruptor do Boost
barramento (VCbus) e a corrente nos LEDs são mos- (10V/div, 200mA/div, 10µs).
tradas na Fig. 9. O funcionamento do conversor
Boost para a tensão da bateria variando de 3,6V a 3V
é apresentado na Fig. 10. O NCP1014 mantém a Vbat
comutação e a corrente nos LEDs (300mA) mesmo
com a variação da tensão de entrada. Assim como no
conversor Boost, onde a corrente nos LEDs perma-
nece em aproximadamente 50mA mesmo com a
variação da tensão na bateria. Ibat
Os componentes utilizados no circuito bem co-
mo as características do sistema são mostrados na
Tabela 1. A Fig. 11 mostra as fotos do protótipo Figura 8. Tensão e corrente na bateria durante a carga
desenvolvido. (1V/div, 50mA/div, 1s).

VCbus

ILEDs

ILEDs

Figura 4. Corrente aplicada aos LEDs (50mA/div, 4s). Figura 9. Tensão no barramento (VCbus) para 90VCA a 240VCA e
corrente nos LEDs (250V/div, 200mA/div, 4s).
6 Conclusão
Vbat
Este trabalho apresentou o projeto de um sistema de
iluminação de emergência integrado a uma lâmpada
compacta empregando LEDs de potência. O circuito
é simples, compacto e de baixo custo. Dentre outras
ILEDs características pode-se citar: a facilidade de instala-
ção com a simples substituição por lâmpadas incan-
descentes e fluorescentes compactas; alimentação
Figura 10. Tensão na bateria (de 3,6V até 3V) e corrente nos LEDs com tensão de entrada universal; utilização de LEDs
(1V/div, 50mA/div, 4s). que apresentam maior vida útil e eficácia luminosa
comparada às lâmpadas utilizadas nos sistemas de
iluminação de emergência tradicionais.
Os resultados experimentais mostram que o sis-
tema funciona de forma satisfatória. A intensidade
luminosa da lâmpada operando no modo emergência
foi medida e atingiu 6 lux a 3 metros de distância do
luxímetro. O sistema garante uma autonomia de
aproximadamente 1,9 horas de operação, o que é
superior ao exigido pelas normas.

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