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MANUAL
Este manual foi escrito pelo Professor Mick Power e pela Dra. Silke Schmidt em nome do
WHOQOL-OLD Group e sua tradução e adaptação para o português autorizada pelos autores. A
adaptação para o português foi realizada sob a supervisão do Dr. Eduardo Chachamovich e Dr.
Marcelo Pio de Almeida Fleck . O estudo foi financiando pela European Commission Fifth
Framework, QLRT-2000-00320, e desenvolvido sob os auspícios da do World Health Organization
Quality of Life Group (WHOQOL Group). O centro Brasileiro obteve financiamento do FIPE-
HCPA (Fundo de Incentivo à pesquisa do Hospital de Clínicas de Porto Alegre). O WHOQOL-Old
Group é composto por um grupo coordenador e investigadores colaboradores nos seguintes
centros:: Professor M. Power, K. Quinn, K. Laidlaw, H. Toner, University of Edinburgh, UK; Dr R.
Lucas, Insititut Català de l’Envelliment, Barcelona, Spain; Professor S. Skevington, Dr F McCrate,
University of Bath, UK; Dr M. Amir*, Y. Ben Ya’acov, Tal Narkiss-Guez, Department of
Behavioural Sciences, Ben-Gurion University of the Negev, Israel; Professor L. Kullman, National
Institut for Medical Rehabilitation, Hungary; G. Bech-Anderson, Dr K. Martigny, Psychiatric
Research Unit, Copenhagen, Denmark; Professor Ji-Qian Fang, Dr Yuantao Hao, Sun Yat-sen
University of Medical Sciences, Guangzhou, China; Professor M.C. Angermeyer, Dr H.
Matschinger, I. Winkler, Department of Psychiatry, University of Leipzig, Germany; A/Professor
G. Hawthorne, Australian Centre for Posttraumatic Health, University of Melbourne, Australia; Dr
M. Kalfoss, Faculty of Nursing, Menighetssosterhjemmets College, Oslo, Norway; Dr A. Leplege,
INSERM, Paris, France; Dr E. Dragomirecka, Prague Psychiatric Centre, Prague, Czech Republic;
Dr M. Martin, Mr D. Bushnell, Health Services Research Associates Inc, Seattle, U.S.A.; Dr M. Ta-
zaki, Department of Science, Science University of Tokyo, Tokyo, Japan; Professor M. Eiseman,
Department of Psychology, University of Tromsoe, Norway; B. Nygren, Department of Nursing,
Umea University, Sweden; Dr A. Molzahn, Faculty of Human and Social Development, University
of Victoria, Canada; Dr J. Ceremnych, Scientific Department of Gerontology Problems, Institute of
Experimental and Clinical Medicine, Vilnius, Lithuania; Dr M. Fleck, Departmento de Psiquiatra e
Medicina Legal da Universidade Fedral do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil; Professor, K.-
F. Leung, Hong Kong Hospital Authority, Kowloon, Hong Kong; Professor N. von Steinbüchel,
Centre of Neurogerontopsychology, Clinic of Psychiatric Geriatrics, Geneva University Hospital,
Switzerland; Assoc Professor E. Eiser, Celal Bayar University, Manisa, Turkey; Professor L.
Schwartzmann, Department of Medical Psychology, Uruguay; Dr R. Killian, Department of
Psychiatry, University of Ulm, Germany; Dr S. Schmidt, Holger Muehlan, University of Hamburg,
Germany.
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Manual WHOQOL-OLD
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Manual WHOQOL-OLD
Introdução
O projeto WHOQOL-OLD
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Visão geral
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Manual WHOQOL-OLD
encontram-se relatadas detalhadamente em outros textos (Power, Quinn, Schmidt & Grupo
WHOQOL, 2005).
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Manual WHOQOL-OLD
Desenvolvimento inicial
Estudo piloto
População
O teste piloto foi realizado em 22 centros WHOQOL ao redor do mundo (tabela 2).
Solicitou-se que cada centro testasse uma amostra oportunística de no mínimo 300 adultos idosos,
respeitando o seguinte esquema amostral: números aproximadamente iguais de homens e mulheres,
números iguais para a faixa de 60 a 80 anos e acima de 80, e números iguais de enfermos e
saudáveis (as únicas exceções sendo os centros de Genebra e Paris, que compartilharam o
recrutamento de falantes da língua francesa entre si). Os dados apresentados na Tabela 2 oferecem
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Manual WHOQOL-OLD
descrições sumárias das amostras de cada um dos 22 centros em termos de tamanho da amostra,
idade, gênero e estado de saúde.
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Manual WHOQOL-OLD
Esta amostra é até o momento a maior amostra de adultos idosos testados com o WHOQOL-
100. A categoria “estado de saúde” na Tabela 2 refere-se à avaliação subjetiva do mesmo,
independente das condições de saúde objetivas; assim, 70,1% da amostra descrevem a si mesmos
como saudáveis. É interessante notar que 92% das pessoas com uma ou mais condições co-
mórbidas ainda avaliam a si mesmas como saudáveis apesar da presença de condições co-mórbidas
“objetivas”. Como se esperava, as estatísticas indicam que há algumas diferenças entre os centros
quanto a estas variáveis descritivas.
Medidas
A finalidade do teste-piloto foi coletar dados sobre os itens do WHOQOL-OLD para
testagem e redução de itens. Os instrumentos incluídos no estudo-piloto foram, portanto, o
WHOQOL-100 (Grupo WHOQOL 1998-a), o qual é uma medida estabelecida da qualidade de vida
com confiabilidade e validade comprovadas; um conjunto de 40 itens para o módulo-piloto
WHOQOL-OLD gerado a partir do trabalho dos grupos focais; um conjunto de questões de
importância que perguntavam sobre a importância de cada faceta do WHOQOL-100 e WHOQOL-
OLD para o respondente (Grupo WHOQOL 1998-a); e um conjunto de questões sócio-
demográficas e relacionadas à saúde sobre condições co-mórbidas.
Métodos
O método básico das análises estatísticas foi combinar as qualidades das abordagens
psicométricas “clássicas” e modernas (probabilísticas) para elaboração da escala. Seguindo as
diretrizes analíticas anteriores do WHOQOL (Grupo WHOQOL 1998-b), a análise examinou as
distribuições da freqüência de respostas dos itens, a análise de valores ausentes (missings),
correlações entre item e escore da faceta e análises de confiabilidade, em particular, a utilização do
Multitrait Analysis Program (Programa de Análise de Características Múltiplas) (MAP; Hays et al.,
1998) para identificar itens carregados de fatores previstos versus fatores não-previstos, e análises
fatoriais confirmatórias e exploratórias. Além disso, a abordagem da Teoria da Resposta ao Item
(TRI) que usa o modelo de medição unidimensional de Rasch (Andrich 1988), conforme
implementado no programa RUMM (Andrich 2001) e no programa WINMIRA (von Davier, 2001),
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também foi utilizada. Usou-se uma abordagem iterativa na qual o conjunto inicial maior de itens foi
reduzido através da combinação de abordagens clássicas e da TRI; assim, o trabalho anterior em
grupos focais e com o Delphi, dos quais os itens do WHOQOL-OLD haviam sido obtidos, também
forneceu uma estrutura de facetas inicial para os itens, proporcionando o ponto de partida para a
subseqüente análise estrutural do modelo.
Teste de campo
O teste de campo permitiu que os centros participantes realizassem uma variedade de
diferentes tipos de estudos que iam de levantamentos epidemiológicos até análises de validade e
avaliação de estudos longitudinais. Cada centro, entretanto, incluiu um conjunto de dados básicos
que poderiam ser analisados com mais profundidade para produzir a versão final do módulo
WHOQOL-OLD.
População
As análises do Teste de Campo foram realizadas numa amostra de 5566 com dados oriundos
de 20 centros nacionais (Guangzhou e Hong Kong não foram incluídas). O tamanho da amostra
recrutada em cada centro variou entre 116 (Edimburgo) e 455 (Umea; veja a Tabela 3).
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Medidas
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sua concisão possibilitava que os centros incluíssem outros meios de medição de acordo com
interesses locais e a disponibilidade local de questionários.
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Manual WHOQOL-OLD
Estrutura da escala
O módulo WHOQOL-OLD consiste em 24 itens da escala de Likert atribuídos a seis facetas:
“Funcionamento do Sensório” (FS), “Autonomia” (AUT), “Atividades Passadas, Presentes e
Futuras” (PPF), “Participação Social” (PSO), “Morte e Morrer” (MEM) e “Intimidade”
(INT). Cada uma das facetas possui 4 itens; portanto, para todas as facetas o escore dos valores
possíveis pode oscilar de 4 a 20, desde que todos os itens de uma faceta tenham sido preenchidos
(veja a Tabela 5). Os escores destas seis facetas ou os valores dos 24 itens do módulo WHOQOL-
OLD podem ser combinados para produzir um escore geral (“global”) para a qualidade de vida em
adultos idosos, denotado como o “escore total” do módulo WHOQOL-OLD. Conforme
empiricamente sustentado por análises do modelo de medição através de modelagem de equações
estruturais (veja abaixo), a qualidade de vida é concebida como um fator de ordem mais elevada,
subjacente à estrutura do módulo WHOQOL-OLD.
Faceta sigla 3itens itens das facetas amplitude possível do escore bruto
(min, max)
Habilidades
Sensoriais FS 4 1+2+10+20 16 (4, 20)
Automia AUT 4 3+4+5+11 16 (4, 20)
Atividades Passadas
Presentes e Futuras PPF 4 12+13+15+19 16 (4, 20)
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Pontuação
Para pontuar o questionário corretamente, a seguinte lista de pontuação tem de ser administrada
(veja a Tabela 7).
(a) Basicamente, escores altos representam uma alta qualidade de vida, escores baixos
representam uma baixa qualidade de vida;
(b) Categorização dos itens nas escalas apropriadas. Para itens expressos positivamente, pode-
se aplicar a classificação acima, na qual valores mais elevados representam uma melhor
qualidade de vida. Para itens expressos negativamente, o escore tem de ser recodificado
(veja abaixo);
(c) Recodificação dos itens expressos negativamente, isto é, cada item identificado com um “*”
na lista de pontuação tem de ser recodificado de modo que os valores numéricos atribuídos
sejam invertidos: 1 = 5, 2 = 4, 3 = 3, 4 = 2, 5 =1. Ao fazer a recodificação, os escores altos
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Manual WHOQOL-OLD
em itens expressos positivamente refletirão uma qualidade de vida mais elevada. Os valores
unidirecionais podem ser subsequentemente adicionados para produzir os escores somados
de acordo com a lista de pontuação do módulo WHOQOL-OLD (Tabela 7);
(d) A utilização da lista de pontuação (veja abaixo) também é necessária para se identificar
quais itens pertencem a uma faceta. Os itens a serem recodificados (veja etapa c) são
marcados com um asterisco;
(e) A soma dos itens que pertencem a uma faceta produz o escore bruto da faceta (EBF). Sua
amplitude situa-se entre o mais baixo valor possível (número de itens (n) x 1) e o mais alto
valor possível (número de itens (n) x 5) da respectiva faceta. Para o módulo WHOQOL-
OLD, cada uma das seis facetas inclui 4 itens, assim os valores dos escores brutos mais
baixos o possível e mais altos o possível são iguais em todas as facetas (amplitude de 4 a
20);
(f) A comparação dos escores entre as facetas é possibilitada ao se comparar diretamente os
escores brutos das facetas. Visto que todas as facetas incluem 4 itens com o mesmo formato
de pontuação e classificação, não é necessária a transformação dos escores brutos (desde que
todos os itens por faceta tenham sido respondidos);
(g) Caso o escore bruto da faceta seja dividido pelo número de itens na faceta, o escore (médio)
padronizado da faceta (EPF) pode ter qualquer valor decimal entre 1 e 5. O valor 1
representa uma avaliação da qualidade de vida a mais baixa possível e o valor 5 uma
avaliação da qualidade de vida a mais alta possível para o indivíduo;
(h) A transformação de um escore bruto para um escore transformado da escala (ETE) entre 0 e
100 possibilita expressar o escore da escala em percentagem entre o valor mais baixo
possível (0) e o mais alto possível (100). Para se obter o escore transformado da faceta
(ETF) (0-100), pode-se aplicar a seguinte regra de transformação: ETF = 6,25 x (EBF – 4).
(i) A produção do escore total do WHOQOL-OLD envolve a adição dos escores das facetas de
uma pessoa usando todos os itens (ao invés dos itens da faceta somente) do questionário
(mais uma vez prestando atenção ao procedimento de recodificação – veja os passos “b” e
“c”). Os itens podem ser adicionados para formar um escore bruto total (conforme o passo
“e”, mas usando todos os itens), um escore (médio) padronizado total (conforme o passo
“g”, mas usando todos os itens), ou um escore transformado total (0-100) (conforme o passo
“h”, mas usando todos os itens).
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(j) A acumulação dos valores de mais de uma pessoa – p.ex., uma faixa etária especial – pode
ser realizada simplesmente se somando os escores das facetas e/ou os escores totais de cada
indivíduo naquela amostra (a nível de escore bruto, médio/padronizado ou transformado) e
dividindo o resultado respectivo através do número de participantes para produzir o escore
médio do grupo correspondente.
O método de pontuação manual acima pode ser facilitado ao se utilizar uma máscara de
pontuação que pode ser facilmente produzida a partir da lista de pontuação (veja o passo “d”).
Além disso, o arquivo de sintaxe do SPSS (disponível em separado) pode ser utilizado para a
computação automática dos escores totais e das facetas. Para trabalhar com estes, os dados
individuais devem ser inseridos no computador e identificados por vários nomes e rótulos, os quais
são também sugeridos para o programa incluso. Ao se analisar o módulo WHOQOL-OLD, os
escores das facetas e os escores totais devem ser calculados de acordo com a seguinte lista
(incluindo os números de itens para o módulo WHOQOL-OLD; veja a tabela 7).
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Interpretação
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