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Capitulo 3 Fundamentos da Geracio Termelétrica Marco Antonio Rosa do Nascimento, Felipe Rauil Ponce Arrieta, Eli Eber Batista Gomes, Osvaldo José Venturini 3.1 INTRODUCAO Apresentam-se, a seguir, os fundamentos da geragdo termelétrica, os quais serdo abordados desde o ponto de vista termodinamico. Neste sentido, foi realizada uma selego dos conceitos que so utilizados em outros capitulos, sendo que os mesmos sio tratados de maneira breve em alguns casos, deixando ao leitor interessado a possibilidade de aprofundar-se no contetido de outros livros. Estes livros para consulta sero indicados oportunamente ao longo do texto. Como parte do contetido, siio expostos os conceitos bisicos e definicdes da termodinamica, assim como o relacionado com as dimensGes e suas unidades. Dedica-se atengdo ao fundamento do célculo de propri- edades de diferentes substincias de interesse na gerago termelétrica. Neste sentido, apresentam-se, primeira- mente, as superficies termodinamicas para diferentes substincias. Faz-se énfase no cilculo das propriedades da Agua e seu vapor a partir de tabelas e do diagrama de Mollier. Logo se estabelecem as principais relagdes para o céleulo das propriedades do gas ideal, sendo que algumas propriedades dependem da primeira e segunda leis da termodinamica somente depois de enunciadas as mesmas, é que estas so expostas. Assim, porexemplo, energia interna e entalpia sao colocadas depois de abordada a primeira lei, e entropia, por exemplo, apés a segunda lei. Adicionalmente so expostas as equagdes para o cdlculo das propriedades termodindmicas de substancias impor- tantes que esto envolvidas na geragio de eletricidade, Como parte da primeira lei, estabelece-se 0 conceito de eficiéncia, que ser usado de maneira mais ampla durante a abordagem dos ciclos. Como parte da segunda lei, sera exposto o fundamento da anélise de disponibilidade termodinmica, Serdo tratados, também, elementos de combustiio, focalizando aspectos de inte- resse pratico na érea da geracdo termelétrica. Umaitiltima parte é dedicada d anilise termodinimica dos ciclos mais utilizados na geracio termelétrica, ou seja, centrais com turbinas a vapor, motores dé combustio interna alternativos e turbinas a gas, Para finalizar, um comentario é realizado sobre a otimizagao de instalagdes térmicas. 3.2 DEFINICOES E CONCEITOS BASICOS A anilise termodindmica de equipamentos térmicos e de movimentagio de fluidos utilizados na gera- ¢io termelétrica, por exemplo, as caldeiras, turbinas, bombas, trocadores de calor, etc., requer que se definam precisamente os princfpios fisicos e a terminologia da termodindmica, Estes so apresentados a seguir. 88 Geragéio Termelétrica: Planejamento, Projeto ¢ Operagao Zo do universo escolhida para o estudo. As superficies que limitam os sistema so conheci- {das como fronteiras,e podem ser tanto reais como imagingrias,fixas ou méveig, Toda parte externa a esta regitio & chamada de vizinhanga. Quando nao existe transporte de massa através das fronteiras, o sistema é chamado Sistenia fechaddo, Na figure 3.1 6apresentado a gisno interiorde-am-ciindra com pPistdo, como exemplo de um sistema fechado. Um caso particular de sistema fechado ¢ o sistema isolado, que é aquele onde nio existe renhum tipo de interagao entre o sistema a sua vizinhanga, ee Pistéo m=constante Cilindro Sistemo Fronteira Figura 3.1 ~ Exemplo de sistema fechado: gis no interior de um ilindro com pistao. Quando existe transporte de massa através das fronteiras, o sistema é chamado sistema aberto ou volume de controle, Na figura 3.2 apresenta-se um tubo, onde hd o escoamento de um fluido como exemplo de um sistema aberto. Entrodo Safdo == Superficie de controle Limite real Volume de Controle Figura 3.2 — Exemplo de volume de controle: tubo com escoamento de agua, mveis em relagdo a um referencial. O volume de controle € limitado pela superficie de controle. Neste capitulo, um sistema ou volume de controle € denominado homogeneo quando o fluido contido nele esta em uma tinica fase (principalmente, gs ou Uiquido). Em caso contrario, ¢ denominado heterogéneo, PROPRIEDADES Define-se como propriedade qualquer caracteristica que Pode ser observada. Pressio e temperatura Sse exemplos de propriedades. As propriedades termodindmicas podem ser close ficadas em: * extensivas ~ sio aquelas que dependem da massa do sistema e variam diretamente com a mesma. Exemplos de propriedades extensivas s20 a massa ¢ 0 volume total Nota-se que se um sistema Carino 3~ Fundamentas da Geragdo Termelérrica 89 homogéneo € dividido em duas partes, a massa total do sistema serd igual a soma das massas das partes, como também o volume total do sistema serd igual 4 soma dos volumes das partes; + intensivas — sfio aquelas que no dependem da massa do sistema. Exemplos de propriedades intensivas sdo a temperatura, a pressio e a densidade. Veja-se que, ao contrario das propricdades extensivas, estas propriedades, para um sistema homogéneo, tém 0 mesmo valor tanto numa parte como na totalidade do sistema, A medigao de uma propriedade intensiva pode ser realizada sem conhecimento da massa total ou volume do sistema, Quando 0 valor de uma propriedade extensiva é dividido pela massa do sistema, se obtém uma propri- edade intensiva, que é conhecitla como propriedade especifica. Um exemplo deste tipo de propriedade resulta da divisdo do volume do sistema pela sua massa, propriedade que é conhecida como volume especfico. Outras propriedades que nio podem ser observadas diretamente, mas que podem ser definidas a partir das leis da termodindmica, sero apresentadas oportunamente ao longo do texto. Exemplo destas propriedades sfio a energia intemae 2 entropia. ESTADO. 0 estado termodiniimico em que se encontra um sistema é especificado pelas suas propriedades. & quantidade de propriedades que se precisa para especificar 0 estado de tim sistema so, no minimo, duas EQUILIBRIO Quando, sem a ajuda de agentes externos, nao acontecem mudangas de estado, pode-se dizer que 0 sistema esté em um estado de equilibrio. Por exemplo, se 0 gas que constitui o sistema estiver em equilfbrio térmico, a temperatura serd a mesma em todo o sistema e pode-se falar da temperatura como uma propriedade do mesmo. Se a presso de um sistema € a mesma, em qualquer ponto, pode-se dizer que o sistema esta em ‘equilibrio mecanico. Quando nao ha variagio na composicHo ou concentragio das fases, diz-se que o sistema esti em equilibrio quimico. Quando o sistema esté em equilfbrio mecénico, quimico e térmico, considera-se que osistenia est em equilibrio termodinamico. PROCESSO ‘A mudanga do sistema de um estado pata outro se chama proceso. A trajet6ria do processo € determi- nada pela seqligneia de estados pelos quais passa o sistema durante o processo. O processo pode também ser chamado de transformagiio. Por exemplo, quando € removido um dos pesos sobre o émbolo da figura 3.3, este se eleva e uma mudanga de estado ocorre, pois a pressio decresce e 0 volume especifico aumenta. Pesos Pistio a " i ! m=constonte { ine t i 1 f f Sistema | H Fronteiro tne | Figura 3.3 ~ Remogao dos pesos sobre um émbolo. 90 Geragao Termelérica: Planejamento, Projeto e Operagao Nesta figura, no momento em que um peso é removido, nao existe mais equilfbrio mecinico ¢este €o motivo pelo qual o émbolo sobe. Sea remogio de todos os pesos for feita de forma suficientemente lenta, tal que em qualquer instante o sistema ests em equilfbrio ou infinitesimalmente perto do equilibrio, entdo, 0 processo € chamado de quase-estético (quase-equilibrio). O conceito de proceso quase-estitico, apesar de ser uma idealizacio, ¢ importante por dois motivos principais: + permite criar modelos termodinamicos simples que, no mfnimo, fornecem informagées qualitativas sobre 0 comportamento do sistema; + éuma ferramenta que permite deduzir relagdes entre propriedades do sistema no equilibrio. Um processo reversivel € aquele no qual a sua diregio pode ser invertida a qualquer instante e serio observados os mesmos efeitos sobre o sistema e a vizinhanga, apenas estes ocorrerdo na diregio inversa. Por exemplo, imagine que o pistio na figura 3.3 deslize sem atrito a partir da remogao dos pesos. Neste processo, observaremos uma expansio do gas com a sua consegiiente redugio de pressio. Se o gas deve ser mantido com temperatura constante, observariamos um fluxo de calor entrando no sistema (mostraremos a magnitude deste fluxo de calor mais tarde, quando falarmos da Primeira Lei da Termodindmica). Este proceso poderd ser revertido em qualquer instante observariamos um aumento de pressio e densidade acompanhadas pela devo- jueZo A vizinhanga da mesma quantidade de calor absorvida anteriormente. Porém, na presenga de atrito, 0 trabalho executado pelo atrito durante o deslocamento do pistao aquecert o gis, requerendo uma menor transfe- réncia de calor da vizinhanga para 0 sistema. Quando retomamos o processo, na mesma taxa, continvaremos a produzir trabalho de atrito e este calor deverd ser rejeitado a0 ambiente, Note entdo, que com a existéncia de atrito, o calor devolvido a vizinhanga sera maior que 0 calor absorvido inicialmente. Este processo na presenga de atrito 6 denominado processo irreversivel. Note que, neste exemplo, ambos os processos foram executados de maneira quase-estatica. Um processo pode também ocorrer sem intervengdo humana quando o sistema é liberado a partir de do de equilibrio. Este proceso, que pode ou nao ocorrer com interagio com a vizinhanga, € chamado de proceso espontaneo. Imagine uma bola de metal, inicialmente presa, que é liberada na superficie de um plano jnclinado sob a agio da gravidade, Esta rolard na dirego da gravidade até que atinja uma nova posigao de equilibrio. Este processo pode também ser acompanhado de transferéncia de calor para a vizinhanga devido & exist@ncia de atrito com a superficie do plano, Uma vez liberado, 0 processo ocorreu de forma espontinea. CICLO TERMODINAMICO E quando um sistema, a partir de um dado estado inicial, passa por um certo ndimero de mudangas de estado ou processos e finalmente retorna ao estado inicial, FASE E SUBSTANCIA PURA O conceito de fase aplica-se & quantidade de matéria que é homogénea tanto na composicao quimica como em sua estrutura fisica. Entende-se homogeneidade na estrutura fisica quando a matéria é s6lida, liquida ou gasosa. Um sistema pode conter mais de uma fase; por exemplo, um sistema liquido-vapor contém duas fases, liquido e vapor (considerado gas). Uma substincia pura pode existir em mais de uma fase, mas sua composigdo quimica tera que ser a mesma em todas as fases. MEIO AMBIENTE Todos os sistemas, porexemplo, uma turbina a gas em uma central termelétrica, opera com vizinhan- gas de algum tipo. O termo ambiente refere-se a uma parte da vizinhanga onde as propriedades intensivas de cada fase sio uniformes ¢ nio mudam significativamente como resultado dos processos desenvolvidos pelo sistema. O ambiente, na maioria dos casos, é composto de partes do planeta que existem de forma abundant {atmosfera, oceanos ¢ terra). Estes componentes do ambiente sempre esto em equilfbrio e ndo sera possivel sealizar transferéncias de energia com algum tipo de interagiJo entre suas partes. Assim, uma mudangana energia doambiente acontece s6 através de sua propria energia interna. Cartrino 3 ~ Pundamentos da Geragiio Termelétrica 9) ESTADO MORTO Qualquer desequilfbrio com relagio ao meio ambiente, seja de pressfo, temperatura, composigiio quimica, velocidade ou clevasao, apresenta-se como uma oportunidade de desenvolver trabalho. Na medida que o estado do sistema fica mais perto do estado que representa o meio ambiente, as oportunidades de desenvolver trabalho diminuem. Este estado & conhecido como estado morto. Neste estado sio satisfeitas as condigdes de equilibrio mecénico, térmico e quimico. Além disso, nio existiria nenhuma elevagao com relagio as coordenadas de referéncia do meio ambiente. Nestas condigdes nao serio possiveis nenhuma mudanga espontanea entre o sistema e o meio ambiente, e nenhuma interagio entre cles. 3.2.1 Propriedades e Suas Unidades Aplicam-se na engenharia diferentes sistemas de unidades. Os mais difundidos s2o o Sistema Inglése o Sistema Intemacional. Na tabela 3.1 so apresentadas as equivaléncias entre estes sistemas de unidades para algumas propriedades de interesse TABELA 3.1 — Equivaléncia entre o Sistema Inglés e o Sistema Internacional de Unidades Magnitade Equivalenck Comprimento 1 polegada (in) = 4 centimetro (em) 1 pé (1) = 0,3048 metro (m) Area Ipolegada?(in?) = 645,16milimetro® (mm?) 1 pé? (Re) = 0,0929 metro? (me) Volume 1 pe (62) = 0,028317 metro} (ni) Massa bm = 0.453592 kilograma (kg) Forga bt = 448222 Newton (N) Pressio 1 psia 6.894757 kilo Volume especitico 188m = 0,062482mikg Energia 1 Bu = 1,09506 kiloyoute (3) PotBacia Uhp = 0.7457 kitoWatt (kW) Entalpia 1 Beulbm = 2326 kik Entropia UBww/tbm’R = 41868 kiVkeK Volume especifico (v) e Densidade (p). O volume especifico é definido como o volume por unidade de massa. A densidade ou massa especifica de uma substancia é definida como a massa por unidade de volume, Portanto o inverso do volume especifico. Matematicamente a relago entre estas propriedades 6 escrita como: v vats m ele G.1) ‘Temperatura (1 ou T, sendo que o uso de um simbolo ou outro depende da unidade que se expressa A femperatura, para as escalas absolutas € generalizado 0 uso da maiiscula). Quando um sistema quente entra em contato com um sistema frio, acontece uma transferéncia de energia até ambos atingirem 0 equilibrio térmico, 0 qual & estabelecido pela igualdade de temperatura nos dois sistemas, Em termos mais gerais, pode-se dizer: 92 Geragdo Termelétrica: Planejamento, Projeto e Operagdo "Supondo que um corpo 'A' encontra-se em equilfbrio com um corpo 'B', o qual esté em equilibro com outro corpo ‘C;, entdo 0 corpo ‘A’ encontra-se em equilfbrie com 0 corpo 'C’ © 08 trés corpos esto em equilfbrio.” ‘ero da Termodinamica”, € o fundamento da definigao Esta observagiio, conhecida como “Lei termodin&imica de temperatura, Existem diferentes escalas para expressar o valor da temperatura, Na escala Fahrenheit, define-se para a dgua, a pressao atmosférica, a temperatura de fusdo do gelo a 32°F, ¢ A temperatura de vaporizacao, 212 °F. Na escala Celsius, a temperatura de fusiio do gelo define-se a 0 °C, a de vaporizagao a 100 °C. Estas duas escalas de temperaturas estio relacionadas pelas seguintes equagdes: 2 t@C)+32 ow tC): 5 igo [e(@F)-32] 3.2) 9 As escalas Celsius e Fahrenheit so escalas relativas, ou seja, foram obtidas a partir de valores assumi- dos para as referéncias dos pontos fixos de fusito do gelo e de ebulicio da égua. As escalas chamadas absolutas silo referenciadas no zero absoluto termodindmico, ou seja, atribuindo-se 0 valor 0" pata a temperatura do estado de minima energia interna possivel de atingir-se. Este estado corresponde as temperaturas ~459,67 °F ¢ -273,15 °C. Mantendo-se fixa a variacio convencionada como | grau, foram, enldo, criadas as escalas Rankine e Kelvin Acscala de temperatura absoluta Rankine define-se a partirda escala WCF ‘ahrenheit’ como: TPR) = tCF)+459,67 G3) Aescala de temperatura absoluta 'Kelvin' define-se a partir da escala ‘Celsius’ como: T(K)=1(°C)+ 27315 (4) As duas escalas de temperaturas absolutas estdo relacionadas através da equagao. 3 TER) G3) Sendo que a temperatura é uma propriedade intensiva, deve-se entender, entio, que a temperatura de 100 kg de massa de um sistema é igual & temperatura de 1 kg de massa do mesmo sistema. Mais detalhes sobre o sentido fisico da temperatura, sua importancia no desenvolvimento hist6rico da termodinamica como ciénciae outras aplicagées podem ser obtidos em Smorodinski (1983). PRESSAO Na meciinica, define-se que a pressdo num ponto em um fluido em repouso possui magnitude igual & componente normal da forga por unidade de érea, ou seja, Pa = Lim#* 3.6) PNA Ce) Nesta equagiio, A é uma drea pequena, A’ é a menor area sobre a qual se pode considerar o fluido como meio continuo e Fn é a componente normal da forga sobre a superficie A. A pressdo ‘p’ num ponto de um fluido em equilibrio termodindmico interno, é a mesma em todas as diregdes e € chamada pressio termodinamica, Esta relaciona-se com as varidveis densidade e temperatura através de relagdes conhecidas como equagdes de estado. As equagSes de estado esto intimamente relacionadas A natureza molecular da substancia e serio discutidas mais tarde. Chrmruvo 3 ~ Fundamentos da Geragio Termelétrica 93 Nos ciilculos termodiniimicos usa-se a pressdo absoluta, A maioria dos manémetros de pressio © véeuo mostra a diferenga entre a pressiio absoluta ¢ a atmosférica, diferenga esta denominada de presse manomeétrica ou pressio relativ: Pabs = Paum + Pretaiva G7) A figura 3.4 ilustra, graficamente, as pressdes definidas acima, A pressfio atmosférica padrao € defini- da como a pressio produzida por uma coluna de merctirio exatamente igual a 760 mm de altura, sendo a densidade do merciirio 13595,1 kg/m? sob a aceleragaio da gravidade de 9,8067 m/s*. Assim, 1 atm = 101318,3 N/m? = 10331,5 kgf? = 760 mm Hg 3.8) Presséo acimo da atmosférica local Press6o relativa ou PressGo manométrica (positiva) =— Presséo absolute Pressio relative ou Presso yacuométrica (negotivo) + Pressio otmosférica local « Pressdo absolute Zero absoluto Figura 3.4 — Definicio das pressdes. 3.2.2. Conservagdo da Massa ‘Uma vez que pata um sistema fechado nao existe transporte de massa através das fronteiras do © sistema, entdo a massa do sistema é constante. Desta forma, para dois estados | ¢ 2, tem-se: # m, = m, 69) Esta é a formulacao do principio da conservagao da massa para um sistema fechado, Por outro lado, num sistema aberto existe transporte de massa através da fronteira, de forma que pode mudar a quantidade de massa contida dentro do sistema. Neste caso, 0 principio de conservagio da massa estabelece que: Am = Mega ~My = (D « VOL grade ~ (P «VOU gata = (P Le Meguada (Ls Moita G10) Esta equagdo pode ser expressa na forma de uma taxa de variacao com o tempo, ou seja, dividindo-se ambos os lados da equaco pelo tempo. A quantidade de massa que entra ou que sai dividida pela unidade de tempo é chamada de vazio massica, Assumindo-se que o fluido tenha uma densidade média p através da érea transversal da seedo de escoamento A, define-se a velocidade média como: entra Mai entrada ve— GAD onde, para as equagdes (3.9) até (3.11): p = densidade, kg/m’, A. = frea da segio de passo do fluxo, m’ th = vazio massica, kg/s; V_ = velocidade do fluido na seco de passo do fluxo, m/s; deslocamento (m). " 94 Geragéio Termelétrica: Planejamento, Projeto e Operagdo Desta forma, a equagio que estabelece o principio de conservagaio da massa para um volume de com mailtiplas entradas e saidas, é: Ar SB= LD p-VeA~ Yp-v-a G12) cas ate ‘Se o escoamento acontece em regime permanente, isto 6, quando todas as propriedades, em qualquer do sistema, permanecem constantes no tempo, a equactio (3.12) € reescrita como: eee we gr) Para 0 caso freqiiente de um volume de controle com apenas uma entrada e uma safda, como o na figura 3.2, o principio de conservaciio da massa escreve-se matematicamente como: T= -V,-Ay =P2-V2"Az 3.14) Observa-se, ainda, que o célculo ou medigdo da magnitude da vaziio méssica ou da velocidade massica -de segdes que apresentem escoamentos complexos, como escoamentos com presenga de vortices, retor- fluxo ou superficies méveis, 6 bastante dificil. Tal tema esta além do escopo deste capitulo e deve ser na bibliografia especializada. Trabalho e Calor ‘Como ja definido, as propriedades termodindmicas descrevem o sistema em um determinado estado 10, Ou seja, especificam a quantidade de energia, nas suas diversas formas, que esté contida na ‘Trabalho e calor nio so propriedades, mas sim quantidades termodinamicas que expressam a quantida- ia sendo transferida, Otrabalho executado por um sistema, se 0 nico efeito sobre a vizinhanga puder ser equivalente nto de um peso. Por exemplo, sejam os sistemas mostrados nas figuras 3.5 3.6; em ambos os sistemas realizam trabalho, ou seja, 0 ventilador pode ser substituido por uma polia e peso, como ja figura 3.6. Sistema Fronteira Figura 3.5 - Sistema termodinamico de acionamento de um ventilador. Note que levantar um peso é uma forga agindo através de um deslocamento logo, o conceito de termodindmica é uma extensio formal do conceito de trabalho usado na mecdnica, E importante ter como conceito fundamental que o trabalho é um modo pelo qual a energia € transferida. gia € transferida ou armazenada, enquanto que o trabalho é realizado. Carhryio 3 ~ Fundamentos da Geragdo Termelétrica 95 r 1 ' Polia ! br Fat | ' I ' 1 I is i Fronteira Peso Figura 3.6 ~ Sistema termodindmico de levantamento de um peso. Existem vérias maneiras pelas quais o trabalho pode ser realizado sobre ou por um sistema, Por exemplo, cixos rotativos, fluxo de eletricidade e movimento de fronteira sfio maneiras de se realizar trabalho. Na figura 3.7 mostra-se 0 trabalho realizado devido ao movimento de fronteira de um sistema compressivel num processo reverstvel Pistdo a Cilindro m=constonte Gés | 1 Fronteira do sistema Figura 3.7— Sistema constitufdo por um gas que realiza um trabalho de expansio, No exemplo da figura 3.7, retirando um pequeno peso, acontece um deslocamento do 'L’, do pistdio para cima. Considerando 0 processo como sendo quase estatico, 0 trabalho 'W' realizado pelo si proceso é dado por: jema neste dW=F- db G.15) Sendo, G.16) e A-dL=dV G.17)

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