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cies 1+ 0 Ensino de Historia ~ Revisd0 urgente ~ Diversos Autores + Evolugio Pottica do Brasil — Caio Prado J 1 Fotmacio do Brasil Contemporineo — Caio Prado Jt ‘2 Da Monarquia & Republica — Emilia Viow + 0s Sutversivas da Replica — Mara de Louras M. Janott Colegdo Primeiros Passos ‘= 0 que é Paticipacio Politica — Dalmo de Abreu Dalar +O que ¢ Politica — Wolfgang Leo Maar Coles Tudo 6 Histéria ‘+ 0 Coronelisma — Uma politica de compromissos — Maria de Lourdes Janotti + Os Liberais © a Crise da Reptilia Velha ~ Paulo 6. F. Vizeatini ‘= A flevolucio Federaista — Sandra Jotahi Pesavento Colegio Redescobrindo o Brasil 1+ Cai o Império — Repibica vou ver ~ Lila Schwarcz/Angol | Ferdi 00 rast TE Pear co MaApceLL BASILE Be rex Qe est ct Os Radicais da Republica Jacobinismo: ideologia e ago 1897 brasiliense | | o Copyright © Suely Robles Reis de Queiroz Copa: Ettore Bottinni Mustracéio de copa: | Nilo Poganha, por J. Carlos, Revisao: ‘Mario R. Quaiato Moraes Mario Luis Boldorini mS TTUTO DE Fu: A . Ercibucias soctsts / BIBLIOTECA nf / / Y 1 Indice = | - i Introdugio ... ” 9 | Capitulo | — Tessitura do quadro histérico .. a i Capitulo 2 — Tessitura das bases ideolégicas ......... 81 Capitulo 3 — Tessitura da historiografia..... 155 2 Capitulo 4 — Tessitura de uma interpretagao . Editora Brasilionse S.A. R. General Jardim, 160 01223'="Siio Paulo — SP Fone (011) 231-1422 Conelusdes -- +--+ 4 Bibliografia......- © SUELY ROBLES REIS DE QUEIROZ, homenagem prestada a Flotiano no tereeiro aniversario de ‘sua morte: 0s participantes manifestam “o proposito firme de ndo aceitar nenhuma provocagao""." Ha perturbagdes na ocasido, produzidas pela policia, se- gundo os jornais ¢ o Congresso," apontando a inversto da Situagdo: um governo que nao tilubeia em reprimir duramen- te qualquer agitagao e, 20 contrario, pode estimuli-la, como tética politica para fortalecer-se ainda mais A fracdo agraria paulista, economicamente hegemdnica, detinha, afinal, 0 poder politico. Certamente surgiriam outras manifestagdes de cardter contestatorio. Basta lembrar a “revolita da vacina”, ocorrida em novembro de 1904, no governo Rodrigues Alves.” Ha tumultos populares, a Escola Militar novamente se rebela, conhecidas figuras’ ligadas a0 jacobinismo, como Lauro Sodré, por exemplo, ressurgem em pronunciamentos e arti- culagdes. Todavia, o sistema oligérquico civil estava solidamente implantado e se fortalecia, aperfeicoando os instrumentos de dominacdo necessirios difusdo de sua ideologia, caso da Tepressao.2"" O confronto chegara ao fim. Como movimento politico, 0 jacobinismo esvaira-se. Zi, Rodolfo Abreu, Anais da Camara dos Deputades, sesso de 6..1998, 2 Anas da Cimara des Deputados,sssdo de 8.1898, p. 198, 207 ‘Sobre revotta davacina eseus evens, nt descrgdes pormeborizadas cm Jose Maia dos Santos, op. cit, Settrig de Castro, op, et. Ver também Edard Carone, op, cit € Nicolau Seveenko, Literatura como miss; ensdes secre tlt cultural na Prineira Republica, Seo Paulo, Braslense, 1983, este \ikimo, fo eitada recentemente uma sntere sob 0 ttlo A revit da ne (Colecio “Tudo é Historia", Sio Paulo, Basiense 1984 " M8 Sabre'o crescente sefinamento das formas de tepressto ¢ ati, Yer “ake Maria dos Santos, op. cits p 5, 166, Tessitura das bases ideologicas a Formas de atuagio Antes de caracterizar 0 discurso jacobino, caberiam algumas observagdes sobre as formas de atuagdo daqueles que o seguiam., Afinal, a ideologia se expressa coneretamente através da praxis. Do capitulo anterior, podem-se extraircer- tos elementos para a avaliagao dos melos de quese serviam na ffusdo e pratica de suas ideas - te Petiamento ea buprense foram veiculos essenciais, € bem assim 0s comicios que deram a ténica ao movimento. Os chamados meetings nao constituiam pratica exclusivamente jacobina, pois em meio urbano ainda acanhado, onde a pala- vra escrita tinha limitado raio de agdo, detes se utilizavam quaisquer grupos politicos. Contudo, era o tom incendiario dos discursos 0 trago distintivo dos meetings jacobinos, assim ‘como-as passeatas que os arrematava Einas qusisos partici- panies se viam incitados a agdes radicais;-das quais resulta vam agressdes fisicas, destruigao de préprios particulares, nto de jornais.’ smc a nos dei sao bastante difundida, numa pratica advinda do periodo imediatamente anterior ao 15 de novembro, quando se cria- ‘am iniimeras dessas associagdes com o intuito de propagaro * Os iacehinoscotiniram “Comissds de Agta Pablics”, para orgasizaren SUSE ec eam ceo pop air © Joe, de 3.4189) 2 SUELY ROBLES REIS DE QUEIKOZ ideal republicano. Muitos transformaram-se em focos jacobi- nos ¢ estimularam a criagao de outros nos anos subseqiientes, Gomo se pode ver nos despachos do conde de Pago d”Arcos. ‘Na verdade, havia uma estreita articulagdo entre eles, a imprensa e os meetings. Os jornais — caso de O Jacobino e O ‘Nacionai, 0s mais conhecidos ~ eram editados por elementos invariavelmente ligados a urn clube jacobino ¢ que, ainda invariavelmente, organizavam os comicios ¢ orientavam-nos. ‘Os clubes ¢struturaram-se em nivel local e profiferaram nas capitais e cidades do interior do pais.? Segundo O Jacobi- rno, em novembro de 1895 existiriam no Brasil cerca de 29 deles, assim distribuidos: 8 no Parana, 5 em Sao Paulo, 4no Estado do Rio de Janeiro, 4 em Minas Gerais, 4 no Para, 30 Rio Grande do Sul e I no Distrito Federal? Contudo, a imprensa noticia a fundagdo de numerosos outros dai para a frente.* Em 1897 parece ter havido um cres- cimento mais acelerado, provavelmente devido @ agitacao que @ caimpanha de Canudos vinha provocando e a radical ‘Zagiio contra o governo Prudente. “Em Sao Paulo, nessa época, surgiram clubes em Bragan- ca, Piracicaba ¢ Jundiai, assim como em Minas Gerais 0 de Ouro Preto e no Rio Grande do Sul os de Porto Alesre € Pelotas;* também Gols teria a sua associagio. Por volta de junho daquele ano, s6 no Rio Grande do Sul contavam-se cerca de vinte desses clubes.* ‘© Clube dos Jacobinos da cidade de So Paulo existia, “no eniianio, desde 1894,” ¢ 0 da capital federal funcionava na Fedagao dé O Jacobino, tendo sido fundado em maio de {893 alguns meses antes da revota da esquadra, portanto."° 2 Ver 0 Estado de S. Poul, de 12.3.18965p. 2. 3 0 Jacobino, de 25.11.1895, p. 2 4 Sto comny noicias como eta: “Republicans reuniram-se para tater da funda- a0 deum cb radical qu seyando nos constainttular-seo Fartapos" (A Gaze ihr, Basso Alene, de 2411-1895, 9-2) 5 Orecobino, de20.2.1993, p.3 5 Idem, de 25.1897. 2 dem, de 26.6.1897 5 hdern bidem. ° 0 Jecobino, de 10.11.1894." 10 Conde de’ Paso d'Arcos, op. ct. pp. 208-209. Despacho de 20.8.1693, Ver fambém fui Barbosa, “Pdtadars de 1893", Obras eompleas, Rio de Fao, Minitesio de Edecagao e Sade, 1989, 2 vol. 20, pp. 11-13. OS RADICAIS DA REPUBLICA, des eram compostas exclusivamente Bssas assoc t ne de brasileivos natos e geralmente presididas por militares paixa ou mediana patente." Possuiam estatutos © a direrdo compreendia o presidente, o vice-presidente, primeiro ¢ se undo secretaries, um tesoureiro. O da capital feleral, pres ido por Deocleciano Martyr, centralizava os demais ¢ dispu “ha ainda de procurador, porta-bandeira ¢ bibliotecéirio. Peatian chamar-se simplesinente Clube Jacobino de Bananal oulembrar, através do nome, datas,” eventos ou ainda cons: cus figuras historicas."* Preure as atividades incluiam reunides de cariter politico onde se decidia a participacao de atos bélicos,* aorganizacao Ge comicios e homenagens" e representagdes 20 governd, Juntamente com os jornais jacobinos, tais associagdes manth ham vivo 0 culto a Floriano, promovendo romarias 20 se Timulo em datas civicas.” Delas sairiam, em grande parte, 05 integrantes dos ““batalhoes patrioticos””, espécie de mii formada para defender a Repiiblica em caso de perigo ¢ que constituiram outro foco de jacobinismo. a tA eriagao desses batalhdes data dos primeiros dias da Repiibliea, da época do Governo Provisério, quando se emia ‘uma reagao anti-republicana. ‘Alguns deles correspondiam a grupos sociais especificos, 1 cube dot Jastincs de Ouro Psa, por exempt prio pl aes Cate do aginst aa plo enentexvene!Redcibo Bods Arita Sore aan 5189, pe em Quart Wo Grande do Sol 0 Sins (0 Joa mands irc vi peti cb 4 lt te orn i oo de Gruguanracra dingo pb capi AEN (cain (coin de 228197), eas por ae is Se Canc na 2 fees ncnrames nest wat cone ide reunido que melhor indicassem o funtcionamento de tais _associngdes. oS st de everto, por een Me mcs rl, 2 om Be jo, 6 — (...) amanba serd publicado um convite 208, Jacebinos desta cidade sere ou eat oe © Estado de’. Paulo, de 13.2.18%, P 2 zn tg bravos'ide Can a SUELY ROBLES REIS DE QUEIROZ démico, do qual faziam parte ‘‘os al hos das escolas superiores civis da Repiiblica € os estudantes ue tendo os preparatOtios nevessérios para a matricula na Escola Politécnica, apresentem atestados de frequéncia de algum curso particular das matérias que constituem a extinta aula preparatoria’"." Conforme um politico da época, seus integrantes eram ‘representantes das melhores familias brasi- leiras, que abandonaram cémodas posigdes, que deixaram © lar onde ndo thes faltavam carinhos e confortos, para se exporem ao relento e as balas””.” De mancira geral, no entanto, esses batalhdes abriga- vam homens de negdcios, funciondrios, guarda-livros, enfim, elementos dos. inesmos e08 ext que, juntamenie com militares, companham os clubes ja bitios." Embora presentes desde 15 de novembro, pri ram no governo Floriano, estimulados por este, que.¢ va,” especialmente durante a revolta da Ai Foi 0 caso dos batalhiées municipais repubsicanos, constitui- dos por funcionarios piblicos e trabalhadores bragais, com grande proporcao de elementos entre 50 € 60 anos de idade.”* Agiram sempre em defesa de Floriano, apoiando-o em todos os episédios eri que sua autoridade foi desafiada, ‘como no levante de Sanita Cruz, n6 10 de abril, na revolugao federalista. © Ds_foumacdo voluntéria,.talvez nisso residisse a sua forea. O livre engajamento em agdes de que Fesiltani riscos sicos ou profissionais s6 pode ser motivado pela profunda dedicag2o a um lider ou a uma causa, nfo cabendo discutir se justa ou nao. Essa dedicacdo freqtientemente neutraliza uma ‘eventual inferioridade numérica ou técnica face aos oponentes. Essas dsposigdes estavam contdas no decreto de 13.1890, regulamentado no ia 4, (ver Anis da Camara dos Deputades,sssto de 1.8.1892,p. 384), Dep, Costa Jno, Anais da Cara dos Deputaes, sexsi de 2.91883, pp. 3012. ‘ost Maria dos Saotos, ermardin de Campos eo Partito Republicano Pauls, ‘Subsidos para e Histra da Republica, Rio de Janeiro, J. Olympio, 1960, 257 Exceplo seria 0 batalhto Tiradenus, comandado nos primeicas tempos pelo ‘oronel Sampaio Ferraz, jacobino intransigente (Anal de Cara das Dope ados,sess80 de 216.1892, p. 331). June E. Hahner, Jacobinos versus gulegos,p. 133, OSRADICAIS DA REPUBLICA ts entusiasmo e radicalismo dos batalhdes patridticos ocavamn a ira dos adversarios de Floriano, que os taxa-.. de inconstitiicionais 5s duramente, em especial quan¢ ‘debates sobre a fixagdo das forgas de terra. Era 0 caso do de- putado Bellarmino de Mendonga, para quem ‘‘a nagao agoni- za sob a presso ferrenha dos designados do sr. Marechal Floriano, ¢ no meu Estado (...) 0 governo de fato do Parana esta firmado nas baionetas e em organizagdes irregulares que 1a existem sob a denominagio ridicularizada de batalhdes patridticos, organizagdes que eu jé tive ocasidio de profligar como insconstitucionais, como verdadeiros atentados prati- cados em quase todos os estados, a comecar pela capital ee ak ago, ue melhor permite des- nto dos jacobinos,€aimprensa, NO ape, Has 08 Brandes Joriials, que em Treqilcites ataqucs forneciam Gemengos para conhecer hes as ideias, mas principalmente as fothas do grupo.,De penetragde local tiragem. limitada e ida efémera, proliferaram por todo 0 pals. ; wie ee ‘novembre de 1895 existiam 17 publicagdes, assim distribuidas: quatro em So Paulo, quatro no Estado do Rio de Janeiro, trés no Paré, dias em Minas Gerais, uma no Rio Grande do Sul, uma no Parana e duas na capital, federal. Denominadas O Atleta ou O Combate, em Belém do Para; A Repiiblica, em Bananal; A Gazetinha, em Porto Alegr: ‘Americano, em Resende, Estado do Rio de Janeiro, ou O In- ‘ransigente, eram, no maximo, bissemanais, em geral em for- mato tabloi ‘maioria surgiu a partir do final de 1894. ~""Ay mais noLOFias, coniudo, foram Q Nacional e O Jaco- ino, ja aqui largamente mencionadlos., 0 priméifo teve Wie emi T? de setembro de 1894 sob o nome dé.A Bomba, fi 0 para O Nacional ém 1° de janeiro de 1895." Seus redatores 2) nats de Ctmara ds Depts, eso de 8.7.193, 9.17 2B Oeeeban 3a ie die do ext depuado pelo Ri Grande do Sl Sate om arene Lina ord fve na sega Tose 90 COM (we? SULLY ROBLES REIS DE QUEIROZ foram 0 minciro Anibal Mascarenhas" ¢ 0 carioca Lindolfi Azevedo.” Nele colaboravam Artur Ibitirano, Henrique Cn. cio, Jilio da Silveira Lobo, Eduardo Backeuser, entre outro: O gerente era o capitio Manoel Pais de Figueiredo, do Bata- thao Tiradentes. Publieasao bissemanal, auto-intitulava-se ‘oredo de propaganda contra o sebastianismo, o ciericalismo -€ estrangeirismo” Quanto a O Jacobino, seu redator-chefe era Deoclecia- no Martyr, o principal acusado na tentativa de assassinato de ‘Prudente de Moraes, como jase vt. "Na pitoresca descricdo de Luis Edmundo, essa curiosa figuia demonstrava grande atrevimento e coragem: “Sem a perna direita, metia-se em refregas de rua, saltando como um. -esquilo, de muleta na mao a desancar 0 adversério (...)" 2" Natural do Rio Grande do Sul, Luis Edmundo tinha Jonga experiéncia de luta politica. Participara no final do Im- ‘pério de varias associagbes abolicionistas e clubes antimonér- Quicos, entre os quais o Centro Republican Lopes Trovao € 0 Cictlo Republicano Brasileiro, por exemplo. Durante a tevolta da Armada, tomara parte ativa na organizayao de varios batalhdes pairicticos, seguindo com um deles para 0 Parana, onde prestou servigos de guerra: “Foi avaliando todos'os'seus grandes servigos a Patria e & Repiblica, que 0 eminente Marechal Floriano Peixoto, conferiu-Ihe as mereci- das honras de capitio do Exército”.” Fundou A Luta, O Clarim, O Povo, jornais de duragi0 efémera, e colaborou em varios outros de orientagao nacio- nalista, como O Tempo e 0 Correio do Povo, do Rio de Ja- neiro. Era mau redator, no entanto. Sua linguagem violenta e Seto do Partido Repuiano Nacin se camo Nason, reeemizndo nague momen. Ete {eae en ep mens ge cg lore ug Sentinal conan nes e109 ae, alsa vigorono grande polemi, poo tc alos Hr com 0 vy einai Pataca cmp de Hr So al indo bate de Aree mse no Ro Jano em 19 Fol setio {State Trader cesoro ns toa Hao ono, Luls Baum op, cit p. 1033. . 0 Jacobino, de 6.4. 303 ~ ” ~ ee ' | COSRADICAIS DA REPUBLICA ” verrindria, por vezes obscura ¢ empolada, permeada de erros zramaticais,” refletia as deficiéncias escolares do autor. Pretendeu aproximar-se do poder ao apresentar, por duas vezes a0 menos, sua candidatura 4 Intendéncia do Rio de Janeiro." Perdew em ambas. Fundou O Jacobino jé no final do governo Floriano. O jornal comesow a circular no dia 13 de setembro de 18%, duas vezes por semana, mas sua publicagao foi irregular. tn terrompido em 26.1.1895 por empastelamento,” recomecou tem 6 de abril do mesmo ano com periodicidade semana Parou novamente por irés meses devido & morte dle Flo- ressurgindo em outubro de 1895 ¢ paralisando ainda as riano, ptividades — embora nao definitivamente — apés 0 atentado a Prudente de Moraes. ‘Sua difusio foi razoavel, pois a tiragem inicial de 15 mil exemplares dobrou para 30 mil a partir de 3 de outubro de 1896. Intitulava-se “érgo nativista, noticioso, politico € operirio, dedicado aos interesses e defesa dos brasileiros ¢ Consagrado & causa da Repitblica’’. Entre os diversos temas que 0 encimavam, destacavam-se 0 “Tudo pela Patria e pela Repiblica”’, bem’ com 0 velho dito de Alexandre Dumas, *Um por todos € todos por um!" "A linguagem violenta, desabrida e incitacora distingui o de O Nacional, mais comedido na forma. ‘Tanto Mascarenhas quanto Deocleciano haviam servido nos batalhdes patridticos, nao eam bacharéis, defendiam in- ransigentemente idéias semelhantes, mas provavelmente a competigio pelo apoio ¢ atencao dos correligionsios levou- ‘os 2 insultos e ataques através dos jornais que editavam. ‘Anibal Mascarenhas tachava o redator de O Jacobino de ignorante, desordeiro, vaidoso. Em artigo publicado no oita- 10 "0 sacobino est cheio de exempos dese tip “Fazem tantos ass (..) Coma ec ie candnta ds que dugee de recursos (.” (0 Jecobing de 2.10 ur JO Brain rases convo eva de exallasdo a Flariano:"Prdos-os se reer ox paratba no sono de eterniade(.) eso motiva que pecismos oe fg deste remendo pesadelo Que Mes perseRbe € eSeual-nOs em MO- mento ("0 daeobino, de 117-189 1 Ver Manifesto de Deociecano quando de sua segunda tandidat Dino, de 26.12.1896. wpe ena oerapddo Tamara" pea depredaga de que fi vitina erela Petco ne atonal de reaberura (0 Jacobiro, 68.1895) em 0 laco- 8 SUELY ROBLES REIS DE QUEIROZ. vo niimero de A Bomba, apontava as diferengas que os sepa: fava: “(..) detestames do fundo @alma esse jacobinismo pregado pelo Sr. Deocleciano Martyr, por considerarmo-1o completamente destituido de orientacao politica, ndo assina lar nenhuma aspiracio patridtica digna de apreco e nos pare- cer unicamente abragadlo pela deficiéncia absoluta de huzes do seu chefe e pela preocupagao constante de ruidosa notorieda. de, Nao aceitamos 0 jacobinismo do Sr. Deocleciano Martyr. Porque somos republicanos sincefos e como tais, nado pode ‘mos afastar-nos uma linha sequer do Tema sagrado de nossa bandeira — Ordem e Progresso —; como 0 dreao do jacobi- nismo prega francamente a desordem e 0 obscurantismo, A Bomba coloca-se imediatamente em oposicdo a tais @outrinas”.» As divergéncigs, entretanto, eram_principalmente Forma, No conterido,o dscurso de ambos era pratcanentes imesmo, como se vera a seguir. Pilares da ideologia _ Na concepedo jacobina de Estado, 0 modelo republica- no EO finico possivel. Sobre a sua superioridade em relagao 408 demas, nao cabe discussao: “Repiiblica ou morte!” sera 6 lema de um jornal da época." . Republicanos verdadeiros, entretanto, somente eles: a purezaie sinceridade de seus sentimentos conferia-lhes tal cer- teza: Portanto, plenamente cabivel a atitude maniqueistica que sempre ostentaram: corretas, apenas as suas posiges & ndefensivels, incovenientes ao_pais, as que lhes fossem ~ _Essa estranha e monopolizadora conviccao a dividir os homens em correligionérios ow inimigos levava ao zelo fiscali- 2 A Borba, de 29.9.1894, p.. 3 O jornaljacobino O inteansigeme, de 11.1892, ano 2, m2 1. Ess aitude ¢claramente vista nas falasdodepuiadojacobing Tim6teo da Coe {a para quem, “os verdaderoe republicanos ae afirmam sempre nas Sons ausas" (Anais de Cémara dos Depurados, sexo de 285-1897, p. 4S). (05 RADICAIS DA REPUBLICA ” andor," a preocupagto obsessiva com a estabilidade das novas instituigdes. ‘Aos olhos jacobinos, a Republica vivia em constante perigo, ameagada por tados 0s lados. Nao se podia esquecer 6 risco permanente representado pelos derrotados: os ideais revoluciondrios podiam, a qualquer momento, ser conspur- cados. Era preciso estar sempre em guarda, como adverte Floriano em seu “testamento politico’"” & mocidade que 0 admirava: “A v6s, que sois mogos, ¢ trazeis vivo e ardente no coragdo o amor da Patria e da Repiiblica, a vbs corte o dever ide ampardslas ¢ defendé-las dos ataques insidiosos dos inimi- gos. Diz-se e repete-se que ela esti consolidada ¢ nao corre perigo. Nao vos fieis nisso, ném vos deixeis apanhar de sur presa, O fermento da restauragao agita-se em uma ago tenta ‘mas continua e surda. Alerta, pois”. Essa constante preocupacao, que poderia ser uma justi- ficativa antecipada de agdes radicais, também é entrevista erm Lauro Sodré, para quem “todos sentem os perigos que esto assediando a Repiiblica (...) sob 0 influxo de correntes de opi- nides diversas e opostas que se chocam, a nossa Patria teré ainda de atravessar extenso periodo de turbagdes ¢ de ‘Ora, o grande perigo, como Floriano o diz claramente, 86 poderia vir dos monarquistas, sempre em atividade para restaurar o regime deposto. Eram eles o principal inimigo a ‘combater, e ai também se incluiam os que pressurosamente haviam aderido & Repiiblica triunfante. Por isso, O Intransi- ‘genie diria em seu editorial de estréia: “E aqui, éna brecha, ‘para onde convergem todos os ataques insensatos ¢ timidos, todos os esforgos traigoeiros do monarquismo, que nos vie- mos colocar””. *" Q jornal também investe contra os adesistas, “‘acastela- Iutas’ 6 paraojornl de Deoceciano Martyr, 0 jacobino era a sentinla da Pati ¢ de Republica brasileira (O Jaobino, de 20.2187, p.D 1G dosumente assim consserad nto pase de uma cata que, doeste¢ pos ‘Sbiltado de falar, Florian rig a uma comissto demogos que fora vsiare into pudera ser recebida (© secobino, de 29-91895, p. 2. Tarndémnreprodizido em Edgard Carone. “Andis do Senado,sesto de 179.1897, pp. 1213, Gimivansigentes de 1-EIS92, ano 1, Wy artigo "Na brecha” eee 0 SUELY ROBLES REIS DE QUEIROZ ddos nas posigdes oficiais do antigo Império e que, ainda hoje, Sonservados nelas, s20 0s principais motores dessa desordem que se observa em todos os ramos da pablica administracdo (5 Havemos de trazer a expectagao piblica todos esses tar ufos aderentes de ma-fé ¢ mostrar ao povo a sua covardia, sordidez.¢ falta de patriotismo!”." "Ao “ardor” republicano, como chamaria Raul Pompéia ‘0 sentimento jacobino, caberia eliminar o risco representado pelos monarquisias, que maquinavam ‘na sombra lentamen- te, segundo 0 mesmo programa de execucao morosa, Ocorte- tivo ao dia 15, que eles consideram wm golpe de estado da forga militar”. Essa preocupagio raiando pelo fanatismo explica a for- ago ¢ rearticulagdo dos batalhées patridticos,’ a agitagao dos clubes ¢ jornais, a promogiio dle comicios quando de facontecimentos que, segundo 0 ponto de vista jacobino, poderiam colocar em perigo a Republica. Nao bastava que o regime fosse republicano e federati- vo, Deveria ser presidencalsta sobretudo, ja que esta era @ Foimula politica mais diretamente oposta ao parlamentaris- ‘mo da Monarquia.” ‘Na verdade, 0s jacobinos, a principio timidamente, com ‘© correr do tempo passam a defender de forma clara um governo autoritirio. Preocupados com a unidade do pais, temiam o separatismo, aproximando-se nesse aspecto dos monarquistas, partidérios de centralizaeao politico-adminis- trativa, O presidencialismo, obrigado a governar com maio- ras partidarias que se modificavam a cada quatro anos, © su- Jeito a0 principio da independéncia.dos poderes, era insufi- ‘iente para neutralizar tais riscos. Por isso, 0 governo autoritario seria o caminho para purifiear-as instituigdes republicanas. O Jacobino delxa clara ‘B34 posigio, crescentemiente reafirmiada no decorrer do tem- ‘po, Se por volta de 1895 Deocleciano Martyr ¢ seus seguido- 41 Adem, ibidem,attigo "Quer somes" { RaulPompéla, O Estado de S. Pio, de 8..1893, p. 1. 18 MA revolugao de 1S de novembro(..) também) levou-nos do parlamentarisne {av ca todo 6 nosso mal parko ytsidencalismo que € 2 nea salasta-e 0 Teitin do noo reine” (Le Solr, Anois do Senado, sesto de 179.187, p18. Hinshaw LOS RADICAIS DA REPUBLICA, ” ss eroso, mas admitem aexisten es advogam um Executivo poderoso, mas avert! a omgresso, em marco de 1897, peniltin® A do g0- cit do udente, j4 nepam a neeessidade do Povey Lega forte! para, alguns meses de- verrstamande por um regime fortes para, alk s de pois, chegar A defesa da dtadura militar (2) Nao podemos Pot ore que se atire a Republica em um abisme. © Ae no core fill nas mos de um Prudente de Meraes: Somos par “tfarios da ditadura militar, daniea eapna de fortalecé-laacon- {jnuar a obra ingente de Floriano Peixoro, fazendo-a respet- tuda e prestigiada perante o estrangeir0””” sere que advogam esse tipo de governo, certamente as liberdades pilblicas ¢ civis parecerdo miudeza a ser espera: ee grio. Mais importante seria salvar a Rept tie Toran rodent nde ‘ibi cies ‘trazia a cena bliea. Trio. preocupado com a pacificacao duc Waco se wamente os rebeldes causadores dat instabilidade institucio- rere ndo satisfaziam as exigenecias de um verdadeiro regime Mepublicano. Somente wm militar & frente de uma ditadura seria capaz de fazé-lo. isa forma de pensar conduzia inevitavelmente radi- calishi, Nas palaveas ¢ nos atos. Se 0 (ema “sRepinblica OU j is am cabetel” estampado em jornais como O Intransigente ¢ ti vacic a epiiblica, ao ponto do bem O Nacional traduzia devogao a Repablica, sacrificio da vida, poderia também significar ameaga de morte a quem nao a ‘aceitasse. E essa parece ter sido a inter- pretagio dos jacobinos. ‘A linguagem abusive a.utilizada no combate aos inimigos, | casa se a defesa da violencia para a conseovg' de objet 2 identifiengdo como congénere frane's a ves Pat jacobinismo em Franga conseguiy Fm S Repil- eal raas facgdes reacionarias que 2 pai marys, "A adn de 1693, Obra completa. 2. Ya 2 PO al Baron sured anigoittaac "Miia pole” PRIS 22 A aster 5.6.1693 que, reid. otros do mesmo, #6 SES aereata tivo, poserorment, sob otto sma 14 Ra Barbosa, "A dara de 1893 ompets, 2, ¥L20,p.236; at ol Perlcagto mia, Joa do Brasil, de 17.6.1993 % 'SUELY ROBLES REIS DE QUEIROZ preservé-lo ¢, como tal, nao thes cabia apenas a fungto passi- va de vigilincia. A manutengdo da integridade territorial ¢ da soberania supunham participagdo ativa na condugao dos destinos nacionais e, portanto, nas atividades politicas. Da certamente, endossarem as palavras do deputado José Bes Tacqua ao definir a fungi militar: “Outrora, 08 exércitos eram a garantia dos tronos, ¢ eles tinham que prestar-se in- conscientemente, passivamente, ao cumprimento de todas as, ordens que Ihes vinham do alto. Hoje nao; no estado de civili- zago a que felizmente atingimos, 0 soldado deixou de ser uma maquina; 0 soldado € uma pessoa pensante como outra qualquer; ele conquistou honrosamente este dircito. Nestas condigdes, nao se podendo alienar do militar a sua qualidade de cidadao, todos os direitos que a este s&0 con feridos nao Ihe podem ser dignamente negados””.” Como, entdo, nao defender o aumento dos efetivos mili- {ates dstaque no oreamento para as despesas exigidas pelas reas Armadas, enfim, to i Forgas Armed das as medidas que reforgassem 0 Q problema da fixagdo das forgas regulares foi ebjade longus decsses¢atalorades debuts ness Bt ineiras anos de Replica, eds que propunham ou apoiavam cxescnento dessas forgas eram vivamente aplaudidos pelos Jovan bregns com 5 choques internos, foi n itagao de reforcos para as fileiras milita- Tes. O efetivo de 1892, fixado em 20 mil homens, nao basta- 'va, pretendendo-se que fosse aumentado em 1893 para 24 mil. ‘Quem se insurgia contra a pretensao, como o deputado Valla- dares, argumenta¥a que tal’ desenvolvimento. das forgas da 4 Unio levaria a sua.utilizacao abusiva, como jé ocorria no | Rio Grande. A conseqiiéncia seria ‘‘um pernicioso aumento {dos corpos policiais dos estados para manterem a'sua autono- mia. Vamos caminhando para um regimen de violéncia, ‘vamos caminhando para um regimen antieconémica, aglo- merando elementos bélicos no seio de um povo pacifico, de — 58. Anais da Cimara dos Deputads, sesso de 177.1891, 9.409. Ve Le ee datas SERS SAS ie sn cmenaronse oe OS RADICAISDA REPUBLICA » os estados que ‘uma s6 origem, sem rivalidades possiveis entre nvolverem suas tam sede ¢ fome de paz de ordem, para des riquezas!”. Se a este parlamentar impressionava a violencia embuti dda na questao, a outro — Lamounier Godofredo — importa: vam os principios de economia que deviam reger os gastos piiblicos. Militares eram deslocados de saas fungdes ¢ comis, Ponados em outras, onerando 0 orcamento nacional. Tal Situacdo deveria ter um paradeiro. Aumentar os efetivos era facilitar aquela pratica, Por isso, propunha uma emenda a0 projeto de fixagio de forgas daquele ano, com a finalidade de eitar “que os dinheiros pablicos continuem a ser esbanjados Coun comissdes rendosas, sem proveito que as justifique’’.”” Um ano depois 0 debate retornava, por ocasido de nova solicitagdo de Floriano, Ja entdio se pensava em 28 mil homens para 0s efetivos militares, idéia que horrorizava 0 de- putado Hollanda Lima, para quem ‘tal tem oau- Trento progressive das nossas forcas que ja esté esquecida dquela célebre frase usada sempre no Parlamento, de que este pais era essencialmente agricola; hoje, quase que se diz que é essencialmente militar”. Para os que pensavam como ele, também o aumento de vagas nas escolas militares estava fora de cogitacdo. ‘0 governo pedira ¢ o Parlamento votara vagas para mil alunos no ano de 1893: ‘Esse niimero de alunos é um camulo (.) ¢2 fotografia dessa politica, € a negagao do sistema de soverno que se diz em vigor no Brasil; no se inspira sendio na exageragdo dos elementos de forga em detrimento dos interes- Ser de ordem politica e dos cofres publicos ja muito depaupe- tados (..) Tenho ouvido dizer mais de uma vez que se esta fuiltarizando o pais. Penso de modo diverso, porque apenas tejo que se esti fardando o pais”. Para um Exército de 20 mil homens —- continua o indignado parlamentar — “*hé um cor- po de 1000 alunos, isto é, um aluno para cada 20 pracas. Isto hao precisa comentarios. lembro 4 Camara, que a Franca tem lim exército de 600000 homens, tem 600 alunos para suas sess de 3.7.19, p.27 ios, sesso de 14.8.1, p. 317 sho de 3-12-1994, 9.4758, 2 Valiadares, Anos de Camara dos Deputados 1 Lamouniet G., Anais da Cimara dos Dept SH Lima, Anais da Cimara dos Deputados, ss 0 SUELY ROBLES REIS DEQUEIROZ ‘quatro escolas (..) Assim, senhiores, em Franga temos a pro- porgdo de um aluno para’ mil pracas e no Brasil, pais novo € ainda pobre, adotamos a proporgdo de um aluno para 20 ragast””.” Essa argumentacdo nilo atemorizava os que a ela se opu- nham, como Herculano de Freitas, para quem o ideal de toda ‘2 nagdio seriam Forgas Armadas cumpridoras de seus deveres, “esto s6 se pode conseguir com a instrugdo conscienciosa ¢ adequada, E preciso darmos aos batalhdes, ndo s6 oficiais que saibam seu oficio material de guerra, mas que saibam também compreender os deveres constitucionais do soldado brasileiro (...) E curial, é razoavel, é preciso que aumentemos também o niimero de alunos das escolas, que & de onde hao de sair os futuros oficiais, os futuros generais (...)”. No arrazoado, embutia-se a idéia de que a forga armada modificagdes ndo s6.em némero, mas também em mentalidade. “‘Compreender os deveres constitucionais do soldado brasileiro” significava conscientizé-lo da sua cidada- hia. Esta deveria ser a tarefa dos novos e mais numerosos ofi- Giais, em contraposico aos antigos, preocupados apenas com © adestramento técnico. Bem de acordo com as idéias do Jacobino Lauro Sodré: ““Soldado fui sob o Império e como $oldado, nunca menti as minhas convicgdes; e, como solda- do, nunca pensei que o governo do meu pals tinha o direito, ‘em nome da disciplina, de amordacar a minha consciéneia, de mandar que emudecesse a minha palavra, de mandar que eu fosse uma alma fementida. E no posso compreender a disci- plina de outra forma debaixo do regimen republicano, por- que este soldado manequim, este soldado titere (...) a nega- sho da honra e do brio, este sdldado seria a'indignidade” Por tudo isso, a politica civilista do sucessor de Floriano serd_um fator de fricedo constante com os jacobinos, que rea- gem indignados ao desmonte do aparatovmilitar intentado pOrPruidente, através da progressiva redugho dos efetivos de terra: Mais do que isso: de forma cautelosa, porém sisteméti- ca, o chefe do governo trabathou pela diminuigdo da influén- 2 Valindares, Anis da Camara dos Deputados,ses4o Ge 3.11893, 9.30 %W® Hereulano de Freitas, Anais da Camara das Deputador,sexsto de 19.1894,9. 4, _ © Lauro Sodré, Anais do Senado, sess20 de 179.1897, p. 118 08 RADICAIS DA REPUBLICA, cia militar. A cada ano propunha a redugao dos quadros. 1897, por exemplo, a mensagem presidencial solicitave que 0 nimero de pragas do Exército passasse de 28 para 22 mil Prestigiou a brigada policial, transformando-a em forga de confianga privada.” Estimulou através de promocdes 05 off ciais que se retraiam da politica e opds-se aos que dela partici- pavam, Essa atitude provocava iniimeras reclamagdes: “Nao fe pode ser presidente de Clubes Militares em Estado algum, porque imediatamente 0 oficial que assume este cargo é trans- ferido ¢ S. Ex. nao se tem limitado a fazer transferéncias iso- ladas, ja tem feito transferéncias em massa, ja tem mandado paradas de batalh6es de um lugar para outro sem que haja sidade disso"”."* neeesSucedem-se os ataques, desabusados e grosseiramente agressivos no jornal de Deocleciano Martyr; elegantes ou s0- fisticados, mas nem por isso menos veementes nos parlamen- tares, como 0 mesmo Lauro Sodré, por exemplo, para quem Prudente e seus partidarios, ao reduzir despesas as custas dos militares, mostravam-se ‘‘esquecidos da miss40 patriotica € igenerosa da classe militar da nossa patria, esquecidos de que tais despesas sdo necessarias para garantia da ordem e do pro: gresso, que & 0 natural desenvolvimento da ordem”* “© Brasil para os brasileiros!” Era uma das epigrafes do jomal de Deocleciano Martyr, O racionalismo fot, certa-) mente, a_juais conhecida caracteristica dos jacobinos ¢ @ » poderosotima de que se serviram para fazer proselitismo. brasileiro era-pregar ‘‘as boas doutrinas que enfeixam a bandeira do nativismo”; nativista seria quem combatesse ‘os estrangeiros ruins que por'at emporcalham o ambiente diafa- no e purissimo de nossa adorada Patria” {Um feroz e exclusivista nacionalismo étnico permeou as. © CF. 0 Estado de S. Paulo, de 95.1897 cage te nada Corde Depts, esto 28.6197, 9-4 0 Sodte, mast do Senado, sesso de ¥7.9.1899,p. 16 6 Repub, Barna, de 315.1896, p. 1. 10 SUBLY AOULES REIS DE QUEIROZ palavras agdes dessa corrente politica nos primeiros anos da Repiblica Os clubes aceitavam somente brasileiros natos; os jornais qualificavam-se como dreds de propaganda contra 0 estrangeirismo, Um aviso permanente na coluna inferior da iltima pagi- na do O Jacobino, advertia que nao se accitava “aniincios, reclamos ¢ a pedidos de estabelecimentos comerciais de Estrangeiros”. E concluia: *'S6 queremos negédcios com 0 1105808 patricios”. Mas ainila: ‘Nao queremos a amizade hem o menor auxitio do estrangeiro e sim a dedicagao e apoio de nossos irmaos””.” jornal mantinha ainda um espago destinado a denun- ciar 0s estrangeiros que se encontravam em fungdes piiblicas ou militares, caso de “*Henrique Neumann, capitao da Briga- da Policial ¢ alferes honorario do Exército. E alemao" Seu zelo radical levava-o a grafar 0s nomes de inimigos e de estrangeiros com miniisculas — portugal, europa, vis- conde de ouro preto, tomas ribeiro — ao passo que Jacobis- mo, Repablica, Exército, eram sempre precedidas de maitis- -culas. Em guarda contra quaisquer arranhdes que a Patria pudesse sofrer, eram os primeiros a manifestar-se quando a supunham aviltada, como na questao das atitudes tomadas pelo médico francés dr. Fort e pelo italiano Poly que, tendo feito referéncias desairosas ao Brasil, foram acremente con- denados pela imprensa em geral. A respeito do primeiro, es- tudantes da Faculdade de Medicina fizeram. ruidosas mani- festacdes, exigindo retratacdo. Diriam os jacobinos: “(...) nao nos podemos calar neste montento,-quando a imprensa tunanime desta capital reverbera de bitiosa célera contra o Dr. Fort — esse francés insolente que abusou do Ihano acolli- ‘mento que aqui recebeu por parte de nosso hospitaleiro e be- névolo Pais. Apoiamos in totum o desagravo a0 nosso brio, feito pela coftéta e patridtica mocidade académica (...)”. © 0 Jacobine, de 139.1894, p. 1. 0 Nasional to se mosrava to intrnsigcae Embors no geral abrigasse anincios de casas brasileiras, ni mensionava prod ‘goes etabeesimenios comers de strangers 4 Odeobino. de 931091. " 6 decoding 1 S838, rien Ssh OS RADICAIS DA REPUBLICS von a ao Ferrenha aos revoltosos Por isso também, a oposicao fi revoloso da Armada, que cometeram igndbil atentado contra a patria: Sabrigarany-se @ sombra das arcas opuentas do estrange ieresseiro c firmaram transagdes em que se tripudians Mhbre a integridade nacional.” Por tal erime merectam execrados. Nao somente eles, contudo. Também 0s que mantive- ram uma neutralidade duvidosa, como ocorreu, para 0 ae revoltosos, temiam perder 0 emprego €m caso de Vitoria te mento do regime legal. ‘*Portanto, a mudez ridic als ag is que assim se conservaram, nao tinham outra significagao aue ‘a adesao pelo sentimento & reyolta (...) Acode, sora. in o gar se 0 governo deve conservar em lugares de confiz ne aa alta administragdo do Estado, homens, que se confess ra de carater”." . on ear man es chado de brasileiros ¢ a defender a expulsdo de stants administracao publica nacional”’,” bem como a apolar tod to qualquer projeto que surgisse No Parlamento a Propose a Esse violento nacionalismo tnico, essa clara xenc i foi sobretude voltada contra os portugueses: Os ee rae Clube Jacobino de Sao Paulo ‘determinavam como: fin: ie da associagao, ‘fa de combater o nativismo dos poreuguesss que a todo transe querem excluir o Brasil do com ar ope me do a isso 0 nosso nativismo também’’. Qs_brasileiros. que ‘assim nao pensassem deveriam ser punidos ¢, por ise rei ‘ne dicava o Estatuto, 0 direito de, ‘* por meio: de Oa con forme é facultado pelas leis do pais, de cassar 0 manda! to nos intendentes brasileiros que bandearem-se com ‘os portugues % 4 Bombo, de 19.9894 (02 8). PL 11 8 Jacobino, de 10.10.18, p 7 gm, de 1.91894, Extraldo do programs 0 1» Beene arama ae Camara dos Depuiades, 6390, erates Conta apceentaria dos anos depos tam Estado de 5. Paulo, de 108.1896, p. 1. presentada peo orm em seu pe aid pogsta n Ciara em 194 (Ana cs ei. pc geibo eo proieo ae Tras depot ibém nesse sentido (CI, O 02 SULLY ROBLES REIS Dk QUEIROZ, para fazer guerra a nés, brasileiros, © deixar-nos avassalar pela mao retrograda do elemento lusitano”. Devia-se odiar 0 portugués, “que € o que nos corrompe a seiva ¢ existéncia, monopolizindo tudo e sacrificando a nossa populagao".”* ‘A cle caberia a culpa por tudo 0 que de retrégrado ocor- resse ou tivesse ocorrido no pals. A ele se devia imputar a res~ ponsabilidade pela demora na assinatura da Lei Aurea, por exemplo: ‘‘Foram somente os poftugueses, foram esses ¢s- trangeiros que todas as torpezas assacaram contra os brasilei- ros que agitavam a propaganda es6 curvaram-se aquela sabia lei quando a iltima esperanga thes desapareceu do cerebro". Toda € qualquer ocasido deveria ser aproveitada para profliga-los, mesmo quando nao estivessem dirctamente em causa. Foi assim no episédio relativo ao francés Fort, ja men- cionado. Apoiando as medidas contra ele, estranhavam, no entanto, que a imprensa ‘‘achasse que um Poly ou um Fort fosse grosseiro, mau, insolente, ingrato ¢ merecessem enfim a execracdo piblica por parte do povo brasileiro ¢ fossem expulsos imediatamente do nosso solo e do nosso meio social € que um senhor Tomas Ribeiro, um sr. Ramalho Ortigao ¢ outros que tais, que tanto ou mais disseram contra nés, con- tra nossa forma de govern e contra a honra de nossa familia, ndo tivessem 0 mesmo desagravo ¢ a mesma verberacao de édio contra si por parte dessa mesma impreusa cosmopolitae neutra que tanto sente por nds!”.”” ‘A lusofobia chegava a um ponto maximo com Deocle- ciano Martyr. As alusdes aos portugueses — galegos, como {s chamava — constituiam a grande matéria-prima do jornal “eGapelo que atraia os leitores populares. Vazados em lingua- gem chula, por vezes de chocante grosseria, eram comuns re- zistros deste tipo: “O valente e patri6tico 8.U. 30 que descia__ de Cascadura para a Central, em a manha de 6 do corrente, estragalhou jacobinicamente o candango jacinto pereira da costa, que, recolhido a uma casa em S. Diogo, minutos de- % Apud 0 Jacobino, de 10.11.1898. 2 O facobino, de 13.9.1094 ‘Aitigo de Eduardo Magahtes, A Repiblica, Banana, de 315.1896, p. 2 Oacobine, de 1.81896, p1 se (OS RADICAISDA REPUBLICA ws 0 Diabo”,” ou este outro, de extrema iminaram com toda a peri lentes bondes deceparam no- ois entregou a alma Mra gosto: "Os patritcs res tia cinco suinos humanos € 0s val des de > cia pate algumas perras de galegos que andavam de bors porta pelas ruas a servirem de palhagos & garotagen speGuvidor, a rapaziada jacobina dew sorte a valet. 1 Vane de (eoldado da policia apanhar como boi ladrdo. F-sabern por i ey nn eas de provocagao eram vilidas: desde estipldos chistes” edenicias insula" aseoneass : Ne segue: “Conselho aos brasil como & aie ar melo de pa, quetemes para cesiBa"€ imei. Souixar-@ topete dos portugueses ricagos € nao PART” Thee os alugueis. das casas, deixem eles (sic) aumenaren ire ceo. Nao pagar coata alguma de portugués neeosiar'e, «rchorhe a tort ea ditto cates em grands quant, area intrigéos, prendé-los por da cd aquela pall, 4 on mamenterd lusofobia que, quando um grupo de operrios mat omenagea-lo, ofeteceurie “um retra a crayon, co/P2 Qu pommde 0 Deoclecano, de pé, muleta em uma mao ¢ oo rreergatho de quatro permas noutra, fustiga um cowards Tubegor barbado e careca, que, a seus pés, implora cord denava os portugueses “ndio somente pelo alto Dre co dos agus como por terem trazido a esoraviddo para > Bet aor tentarem a queda do governo republicano, Pela Prada’ da taxa de cdmbio, pela prostituieao no Rio, dem, de 12.9188. > Ochi, 62897, 2 : 2, usc; 6 ae poco yar gsr 9 NO orapw com in con desinadee dt Estate Cena de dita prego camo Hone Aco mara 3 sree gepaseemsarat™ Jibin, de 640-1090. 3 ESS dos adversarios e a expulsdo dos estrange ros SULLY ROBLES REIS DE: QUEIROZ, ro. Eram eles 0 grande obsticulo ao desenv rosperidade nacionais"."* smohimenio-e 8 © clima eriado por tal a icdes aversao era propicio a omo aqueladefeniida no Final do froverno Florane pelo deputado Tomas Deno eassinaa por Raul Pompei, ovo Ribeiro, Rodrigo ivi, Timoieo da Costa, ici de Men jonga, que solicitava a substituigto da estdtua de Pedro I da Braga Tiradentesno lode Janeiro pla do mati da Inconf- dca: *(.) 0 esrangeito plorifeado por aquela esta io fol 9 air da nosaindependéna politica; ele a vendeu ae Bras por prevo certo eevado — dos mh de bas s,.€ mais 0 Onus de termos como imper edentes da cava de Bragangn Co) Peratores ses: Nao seria de estranhar, , portanto, a violenta manifestada contra o reatamento das relacdes com Portugal romovido por Prudent. Foram os elementos de OJacobino Jacional que, presentes ao desembarque do embaixador orugués Tomas Keio, inctaram 0 populacho conta le, juma refrega vivamente narrada por Luis Edmundo e jé aqui mercionada paginas atris. me Também em outros r ppontos do pais o fato teria con: aquéncas. Em Bananal — conforme registro de un patlamen- tar paulista — a colnia portuguesa recebera com grande 5fhilo-a noticia da chezada do embixador portuguts, mas Sofrera violentareagdo jacobina: “Pela imprensa local tem sido insultada a coinia na pessoa ste do eminent home de Irs que neste momento represna a nag portuguesa sno do Brasil (...). Desgragadamente, os ante, 0s gover nists do Bananal que se denominam jacobinos, trowteran iblica todas as mazelas dos antigos partid Desgracadamente na minha terra natal existem Setarios des _—. $e partidarismo violentamente intolerante que f2z 0 nosso pais recuar muito no caminho da Tecuar muito n civilizagdo. Eles entendem que a patria so é digna deles e por isso pregam o exterminio "0 June E. Hahner, Jcobinas versus galegos, pp. 134138, Tomas Detno, “anes de Cara ds Be i COmara dn Depuas, seit de Oa de Ameo AAs Lev do Ea de Post ‘sesso de 1.6.1895, pp. 389.392, = (ode Sto Poul, ected aio cts OS RADICAIS DA REPUBLICA wos Chegando ao ponto de defender a imediata expulsao das familias brasileiras que permitissem o casamento de seus filhos com portugueses, o jacobinismo foi violentamente contra a grande naturalizagio efetivada nos primeiros dias do regime republicano, Em mensagem enviada a Floriano, diria O Clube dos Jacobinos de Sto Paulo: “O nosso Brasil, to Caluniado e deprimido pelos estrangeiros que estavam acostu sados a impor-mios sua maléfica e gananciosa influéncia nos negocios politicos de nossa Patria, encontrou em vos wm Valente defensor de seus brios € de seus direitos. O vosso exemplo de amor a Patria, honradez e energia, conseguiu des- « ‘de nossos concidadaos. Esse € 0 motivo por {que hoje nds nos congraramos para combater o estrangeitis: ro em geral ¢ especialmente os portugueses, raca inferior, pove refratirio a0 progresso, nosso inimigo de todas as é7o- Pie causador de todos os nossos males ¢ do nosso atraso (...) f justo, portanto, que desejemos a revogacao da lei da gran- de naturalizagao ¢ que o novo chefe que em breve vos substi- tuird na diregdo do governo de nosso pais, siga a mesma poll- tica muito brasileira e altamente simpatica para nos, em boa hora por v6s iniciada em bem de nossa Patria estremeciday Por isso também, condenavam a imigragzo, exigindo 0 seu controle, Para o deputado Timoteo da Costa, 0 imigrante portugués, ligado a terra de origem, preocupava-se apenas bm remeter para ela o produto de suas economias, provocan- {do uma procura de cambiais superior a oferta, Elevava assim prego destas, do que resultava a queda do cambio." Deocle- Ciano Martyr chegou a sugerir ao governo, no plano de wma feforma constitucional, a confisagao dos bens de raiz de, todos os portugueses moradores no Brasil, a proibiglo ime- diata da entrada em tlossos portos até de navios que houves- Sem tocado em portos lusitanos ¢, coroando o radicalismo, pena de morte para os nacionais que tentassem proteger, Thesmo de leve, os portugueses: “'S6 faltava instituir para os mesmos ¢ para 0s brasileiros seus amigos"’, ironizava Luis Edmundo, “as fogueiras-do Santo Oficio, transformando as pertar o civismo © Apud 0 Jacodino, de 14.11.1894. ae eee Ciotas Anis da Camara dos Deputados, sesto de 128. pis 297, 106 SUBLY ROBLES REIS DE QUEIROZ doguras do nosso Cam doguas do nosso Campo de Santana em um nove Campo da Nesse violento nacionalismo é i nico, havia um cur tas epgrales de O Jacobino repodusia a frase de Monroe: “A Amica para o> americanos" jorna também funda uma publieaeto que, embora de brass.” era editada nos Estados Uno, com oft de “promove e desenvove telagdes de comérco eamizade entre 0 Brasil e os Estados dos”, tendo Deocleciano Martyr como iinico agente g correspondente em todo 9 Bas. Este chegave ecomen, dar frmas comerciasamericanas, como a de 8, R. Scott ¢ + Nenquanto no hi casas dese gener basiirs”.” panda ozimard coms americans does zi por Deste continente provinham os ingk arrogantes que dominavam 0 é nacional; 3 s que do grande comércio internacional; dle provira. instiulgdo da Monargls, to tenazmente 4 ia chegav: i ‘epi: dl iegavam continuamente os odiados muti ambém na Europa que se gstavam polieas to gnumentenefastas aos inereses das ex pases colonia da Aintrca: “A polca de intervensdo europia ~ ard Nilo Petanha,comentandoa mensagem do presidente Cleveland fsbo das disputas brasileiras com a Argentina sobre o terri. toto das Misses ~ €inimiga da iberdade e €quase semprea coli fgnominos dat anxagtes edo pretetrado(.) Foi sinistro do regimen imperial na Europa; rec mesmo homens da enver indo tisterea, wergadura de Pitt, colorind co em nome da liberdade!”. Jaa Ame ore, ""coube 1°", Jaa Amériea do Norte, a fortuna de consagrar a doutris nou asobe ortuna trina em que se firmou rania, a in i iat do Nowo rani Independencia ¢ a imeridade terol do Novo Da Europa, “nada queremos”, secundaré O Jacobino, £° Lis Edmundo, op. ct p10 %® Era propriedade do brasileiro A. H. de Paul Jy sao Park Plc Neve orges EU neem mesos esis 2. Gseting, fe 0411849 ~ sana, Anas da Chmara dos wie {ta Chara dos Deputdos, seo de 2.12195, pp. OSRADICAIS DA REPUBLICA wr distancia, A fraternidade que a ganan- 4g dela 56 desejamos desejar, a nos, brasilei- ciosa e exploradora Europa nos pode cet nds do Continente Americano, ja sabemos qual € (-> ‘agora, que a América seja toda unida ¢ fraternal, isso sim! im como o Brasil (._.) Que a América seja dos americanos ass jos brasileiros & todo 0 nosso desejo (...)""" ‘Por isso, o americanismo nfo & um preconceito, nao € uma fantasia, afirmart Quintino Bocaiuva, simpatico aos Sacobinos e desejoso de ver no relacionamento do Brasil com eeterior “eada vez mais assinalado o cunho deuma politica trofundamente e verdadeiramente americana”, Amerisanis: pre sé um principio social politico no nosso continentes <- presenta a absorga0 e adaptacdo do elemento europen, Ae pre se transforma como em tim cadinho purficador. 14 de aan ovo progresso dos tempos, por meio dessa apropriasto, que resolveremos intermamente 0 problema politico ¢ ad airativo do povoamento de nossos territorios desertos; ha Ue ser por este processo que 0 nasso engrandecimento se OPS fark em futuro que ndo ser& muito remoto, poderemos ferecer ao mundo, com 0 espetdculo da nossa grandeza ter~ Shorial, o testemunho da nossa pujanca ¢ da nossa forgana- cional (...)".* ‘Com tais conceitos, estaria 0 redator de O Pats, prova velmente influer.ciado pelas correntes culturais da época. A ‘Gnethanca de Silvio Romero e Araripe Jinior, * assimilaria Spemsamento de Herder ¢ Buckle, codificado por Taine na {ade determinista do meio, daraga e do momento. “

Ott bry Festas nacionais, assim comentado por Araripe Ji:nior: NC.) Nilo se pode dizer que o movimento republicano no Brasil tenha sido infenso ao incremento- das letras. Ao! court rio disso, mais de um fato: denuncia que a mudanca das ins! i balo das i io de novos costumes politicos, o al tulpdes, a aceerses dos espiritos criaram uma atmosfera Intensa, onde se reboleam ndo sO as ambigBes de poder ¢ ds fortuna, mas também de glorias olimpicas literéias ( Gra, um dos sintomas mais visiveis desse esforoo pela vide o1 vis que este anc itra-se na renascenga do nativismo, que est forma ‘em um livro de intuitos Puramen Pan jivro intitula-se ‘‘Festas Nacionais”” e foi redigido por um tr nF no aac co federal. Orgdo da justica € advogado nos auditorios des 111 Byreveuem jorslsjacobinas¢na grande imprensa, tendo sidowm dos colo Fasores de © Estado de S. Paul. 6 SUELY KOMLES REIS DE QUEIROZ Capital, Rodrigo Otivio nto se seni embaravado pea seve ridade das fiigdes que exerce ¢ entregouse i ivr ‘ we € entregourse a Tatura do liv em o entusisino rubro de um republican exallado. obra ‘obre 0 eixo de um nativismo intransigente e& pre ree igente e é prefaciada pelo romancista Raul Pompéia, cujos sentimentos hostis a exploragto so bem conbecidos (8 . ‘estas nacionais é um compéndio sobre as d i . : a latas patrig- tes brass qe, conformeoardent retaciadr, tponta sium quadro hist6rico onde & constante a cruel afirma ‘atria vencida””. O 21 de abril é 0 Bi jado cama ida rail supliciado e amalai- foudo com Tiradentes; 0 7 de setembo, 0 sfisma da nossa "Nertago... E assim por diane. Mas, ‘porque deixa perei {amente sentir a contradicdo fundamental das nossa poris mtingéncia magica dos fastos da nossa grandeza pitria; Boru encerra o dfeito singular de ser geralmente sombrio quando devia irraiartsiunfalment, compendiando wotvos antes de mecitaedoresentida, de pungentes analogias de re Yolta do que expansdesjubilosas, apesar de que € um livzo de fests; porque ldo fielmente acentue, ais, sem a preocupa- ode fazer, a stusio excepconal do patriotismo trast {ox nfo conhego obra de historia nossa que vatha una linha ‘Nessas poucas ¢ radicais lc Nessas_po radicais palavras j& se entreve, nfo mene & concepeao pessimist de Raul Pompéia sobié's se ido & colonize cl fentido imprimido a colonizagdo brasileira, como a critica a0 ‘Ag continuar a exposicao di a Ac as proprias idéias, caracteri- 015 de noverbro “como incaleulvel asso de progresso 3 impetos de vitalidade histérica do nosso passado; Féime numa s6 tormeita demolidora todas as dis. ity, \raripe Jini i Aik oe Ltn ba Mer 5c 1 Rm Stay es errs os 1 Rati Poms stas Nacionais, Rio de Janeiro, Leuzinger, = Se gu um ie me tan ing. remer a naeao mais poderosa do mundo (..)"" (O Com. nente americana" (O Jacobino, ce 23.11.1893). ansscontis OS RADICAISDA REPUBLICA, persas auras de esperanga que um dia respirardo os me fos Tilhos desta terra, Mas, ainda assim, nao passa de um movimento de concentragdo estratégica. A grande divida de todos os tempos, sob 0 aspecto de embaragos politicos ou de dificuldades econdmicas, ainda esta a encher a cena da exis- téncia nacional (...) Dois dnicos partidos em guerra de morte invadem hoje 0 campo politico. Complicado de incidentes tninimos de personalidades, s6 entre dois adversirios se trava realmente o conflito da politica brasileira — 0 partido da emancipagdo e o partido da coldnia””."" ‘A este ultimo caberia 0 atraso do pais e nele enquadra- vam-se os antigos metropolitanos, cuja influéncia nao fora ‘anulada pela Independencia que nos constituiu em povo sem Classes eonservadoras: “E um fendmeno curioso de teratolo~ gia econdmica. A classe dos proprietarios rurais, énicos con- Servadores possiveis brasileiros, ndo tardou em se confundir na ordem de interesses do comércio, dominada pelo nego- Ciante astuto, fornecedor e comissério, Além destes, © comer ‘ea indistria, centros de egoismo vital em todas as nacio- nalidades, sendo entre nds ¢ permanecendo exclusivamente representado por estrangeiros (...), achou-se a patria brasilei- ra ao desamparo do mais valente estimulo patridtico, 0 pa- triotismo melindroso das classes ricas, Essa vigilancia inilu vel dos que mais tém o que perder, mal existe entre nds, pelo menos nos grandes ntileos influentes da atividade econémica. Os grandes centros sensOrios do nosso organismo de inte- resses esto em Londres ou em Lisboa, Ausentes de nds, portanto””."* ‘Nao conseguira o Brasil libertar-se da influéncia, ou melhor, da'dominacao estrangeira, agravada pela ineviria do Sepiindo reinado, que impedira a criagto da indéstria nacio- aly @ atividade capaz de dar foros de independéncia zo pais: “Enquanto tenteava em proveito do trono a negara perene do seu abolicionismo platOn‘co para dominar a classe dos agricultores (D. Pedro Il) teve 0 cuidado de impedir 0 adven- to 2 outras classes onde podia medrar a insubordinagao peri- ‘gosa, Para isso permitiu e animou habilmente (¢comodamen- SoS Raul Pompéia op it. pp. 13-14 "6 Raul Pompéia, op. et 9. 19-20 ua SUELY ROBLES REIS DE QUEIROZ, te, porque ia descansando em belas frases de cosmopolitismo ‘generoso) a organizagdo absolutamente constituida de estran- gciros do comérico e da inciistria. O estrangeiro, sem zelos de Patria, seria pelo trono por amor do monopélio das especula- es mercantis, assim como 0 fazendeiro era pelo trono, por amor da manutengdo do trabalho servil. Segundo o seu siste- ma, 0 brasileiro, com excegto do proprietirio rural, tinha de ser apenas 0 parasita involuntério do funcionalismo ou 0 soldado, sob a preveneao eficaz da chibata, As carreiras do futuro, pela especulacio e pela industria, que criam 0 povo forte ¢ independente, foram reservadas aos héspedes da terra, aos estranhos do patriotismo (...)”.!" Desalento, ¢ 0 que domina o autor do prefacio: a evolu- 0 politica era morosa; 0 estatuto colonial ressurgia a cada asso, ¢ sob mil distarce’ recolhia os despojos; gragas a0 poder econdmico, mantinha as consciéncias em estado de sitio. As vitérias do nacionalismo, se as houvera, ndo nos Haviam conseguido premunir da ascendéncia estrangeira. Nesta, 0s portugueses — ele o diz claramente — tém papel relevante. Para ilustrar a acusagdo, transcreve em nota de rodapé as observagdes que ‘um profundo conhecedor de assuntos brasileiros”” Ihe enviou e que endossa plenamente: “Por ocasidio da insensata formagao das companhias e socie- dades industriais, os portugueses mostraram a sua forga. Se se fizer a soma das fortunas criadas subitamente, ver-se-A que © 08 antigos senhores do Brasil embolsaram a maior parte dos lucros, deixando aos brasileiros apenas uma situagdo cheia de dificuldades. Faca-se uma estatistica do pessoal dirigente dos estabelecimentos de crédito, industriais e.comerciantes da Capital ¢ ver-se-4 claramente a parte dos brasileiros, a dos Portugueses ¢ a das outras nacionalidades. A crise portuguesa, ninguém ignora que foi provocada pela parada sitbita das remessas pecuniérias & mde-patria da parte dos caros filhos emigrados para o Brasil. F isto ainda uma prova de que a Politica imperial brasileira era no fundo — portuguesa — e cuidava pouco de emancipar 0 Brasil da tutela finaneeira, in- dustrial e comercial dos portugueses. Depois de tais preceden- 1 Raut Pompei, op. eit. p18. (OS RADICAIS DA REPUBLICA 9 iragdes mondrquicas dos port nto sao de admirar as aspiragdesm 5d pe versus depastos do pode colonial, ndo a 7 de setembro de 822, mas, simplesmente, depois do dia 15 de novembro oe 1899, conquanto depois desta data, 0 governo republicano no tena anda determinado a pole aseguit a espe responsév' Portanto, 9 poder monarquico, : condigao colonial do pais e a Repibica, a grande esperance Geiibertagto da tutela portuguesa. , no entanto, “Porane heafou a redengao do povo brasileiro, porque ousou das re bate na hora mats grave da dsolue, o elemento Th, a lismo brasileiro, vé-se, com: Jorioso nicleo do racionalisin : é foje condenado. Contra cl coligam-se as calms, Cons 2 tirmuragdes, adiantam-se as infernas inrigas (~ {am 2 eis, por amor da Patria, a vigilancia sclarecida do soldado ¢ do povo”” csclarscssa vgilincia. depende banimento completo do sebastianismo *que se sente sem ver jamais”; ele €0 partido seanservadores — “que no conseryam absoltament * ci tianismo, ‘“F isto @ Brasil’. Essa, a esséncia do | sebasti oa wert & Repiblica, porque 2 Republica intenta ser a cman papi nacional. Fisto a versio ao soldado, poraue o Sok i ‘do partido colonial, dado fez a Repiblica... S40 eles os nian i mnente contra 0 advento, monarquistas, a conspiragao perma 0 ad do nacional, perpetuamente repe- na burguesia, do proletariado nacion Stead io dag carseiras do futuro. & a intervene tase partido, na aparncia neutro, 0 grande obstaculo da izacdo republicana (...)””." a” . ore or tudo ‘Eso — conelui o autor de O Ateneu — ans formar essa perversdo mérbida do nosso organisi®. oon in i litica, defeito institucional da nossa economia politic batalhe definitiva ao ruinoso conservantismo Te iri lidade, tarefa minit ora (...) viria a ser, na realidade, n tine fevantamento convicto, do patriotism excareid i) i da jidade a ‘Tivemos um dia a revolugao-em nome di ae ena "vemos a revolucao da dignidade politica. Pr ene taie terceira revolugao. A revolugao da dignidade econé- ‘us aul Pomptian op i. . IT 18 er, biden pp. 1718. 1m Raul Pompeia, op. eB. 22 0 SUFLY ROBLES REISDE QUEIROZ. mica, depois da qual somente, poder-se-t dizer que existe’a Nagito brasileira’. Para o republicano ardente, a mudanga do regime era uuma esperanga a ser concretizada. Cabendo ao intelectual, or duas condigdes privilegiadas de conhecimento, a pros. pecgiio da realidade brasileira a fim de modificé-ta, cabia-the ainda buscar no passado o entedimento daquele presente. Ele, Raul Pompéia, 0 fez. E achow as raizes: a influéncia estrangeira onipotente, especialmente a portuguesa, da qual era preciso livrar 0 pais. O militar brasileiro tinha importante papel nessa misso por seu intrinseco nacionalismo.. © programa jacobino defendia ainda, alm da protegaio 3 indlstria brasileira e da nacionalizagao do solo, o auxilio A “pequena e grande lavoura e reforma das tarifas”."* Pouco expressou a imprensa do grupo sobre 0 modus ‘operandi dessas reivindicagdes. A nacionalizagao do comér- cio a retalho,"» tema que tes parece ter esgotado as energias, ‘desejavam-na através de impostos onerosos ¢ progressivos. Era preciso acabar com o virtual monopdlio comercial exercido pelos estrangciros que o Império protegera, para que nao viessem eles a apoiar medidas s6 defensiveis em nagbes “onde os poderes piblicos mantém imbecilmente a tal liber- dade de comércio, quer seja estrangeiro, quer seja nacional”, Pois onde, ““em que pais se viu 0 comércio de uma nagaio re. clamar contra a valorizacao do meio circulante pela alta do cambio? (...) Temos dito sempre que é perigo nacional deixar que todo 0 nosso crédito, toda a nossa vida econdmica mer- cantil repouse em maos estrangeiras e se todos os ensinamen- tos ainda nao bastam, agora mesrtio temos uma prova irrecu- sdvel do perigo a que aludimos — com as ingénuas reclama- 90es do comércio a retalho do Pard que é todo ele portugues; da praga de Santos e desta praga do Rio de Janeiro, a que se veio juntar ainda a reclamacao dos portugueses e ‘minas’ da Bahia, pedindo o que, Santo Deus? — A manutengao da der, ibider, pp. 2526. 8 Odeeobine de 139.1894, ?Pouco se faiou no Cangresso sobre a nacionalizagto do comércio arta, Ver ‘uma das parcas dscusstes a respeto em Anas da Comara dos Deputades, es, slo de 310.1895, pp, 19. ses. SDA REPUBLICA OS RADICAIS do cambio. Em que pais do mundo se viu semelhante baixa ques esedndalo de gandncia’ eek ‘Advogavam a industrializago, mas nao é ck como a imaginavam, @ n&o ser que a reservavam para "rote Jno, era romper & Srwroteyio & indistria, para O Jacobino, era rompes & fore, a tadigdo do consumo: (A Koga dos fos de. mmonstra que consumindo nds 0 que & nosso, foreosamente cairo que o estrangeio nos manda, Endo nos vn jue a nossa indstria € inferior Aestrangeira (=) wee “Alaum tempo depo, a simplista recomendagto cont De tria, faga-se del va: "*Dé-se protegdo A nossa indistria, faga-se dela tedde «prove es baslios somente consent ¢ t ve emmpre com 0 mon cremos acabado de uma vez para si novi bdioso que esta fazendo a ruina de milhares de nossos pat araa forma a imido projeto do senador Eli- ram certamente o timido projet o | seu Mn ns que pretendia o “‘endosso moral fo zc oe favor aastria, “ ilio, ou melhor, a - wor da indisiria, “porque 0 auxilio, ‘ Sa deveria ser feita por intermédio de tstabelene banchrios de confianga, a escolha do governo, gue se nro " sessem a entrar no negocio. Ficava ao governo a re agente intermediario ea. operacao se oo emo oie ” demonstracao re: smo, pois, cee teria na i em forte, nem indepen- “§ indiistria ndo ha povo rico, ner s . dente, ‘yerdadeiramente auténomo e sirva de exemplo a Ingla- mn Mae 0 Congresso, influenciado: pelos agricultores, rele wu o projeto. Pode-se dizer que no debate da época, os pare famentares defensores da industrializagdo, que pa ae . unham auxilio governamental direto ¢ intengé aa oe aa sagan a qualquer medida nesse sentido. aparentemente nebulosa a posigdo jacobina sobre 4 @ Jacobin, de 29.9189, 2 Idem, do 14.15.1898, "a6 Idem de 3041995. 1 ow Martins, nas Ios Ver as Flas deopauli Sena, set de 2.10182 9 septa is Amaral Cn do Sead, st de ma SUELY ROLES REIS DE QUEIROZ como deveria desenvolver-se a agricultura ou sobre as priori- dades a determinar no setor — lavoura para mercado inter- no? incentivo A pequena propriedade policultora?, etc. —, pois a sua preocupagdo orientava-se eminentemente para os diversos aspectos da vida urbana. Porém, no Congresso, era patente a oposicde dos paslamentares com ela afinados aos projetos que interessavam a lavoura de exportagao. ‘Os cafeicultores — vale dizer, os paulistas — defendiam persistentemente, como é sabido, um cdmbio favorecido, subsidios @ agricultura, verbas oficiais para estimulo ao mo mento imigratério, interessados que eram no barateamento da mao-de-obra para a lavoura. O jacobinismo opunha-se ferrenhamente a esse procedimento € a qualquer medida que © favorecesse. Nesse sentido, todos os argumentos eram invocados para obsti-lo. Foi 0 caso de um projeto do Senado — 0 de n? 215, do ano de 1895 — que dispunha sobre a locagao de servico agricola. Contra ele, na Camara, falaram Timéteo da Costa ¢ 0 também jacobino Erico Coelho." Diria 0 primeiro que a me- dida, em vez de regras para contrato de trabalho, propunha um verdadeiro cédigo penal e atentava, portanto, contra a liberdade do cidadao, contra 0 direito deste ‘*de francamente dispor do seu trabalho como uma propriedade individual, uma propriedade das mais largas, uma das propriedades que tém sido sempre sustentadas e que é a tinica capaz de mantet © equilibrio econdmico da produgao””. -_Appreocupacio com as liberdades individuais, que nunca fora eitipecitho & acdo jacobina, encobria o real motivo da ‘oposigao, mais adiante desvendado: “(...) 0 que € preciso que fique claro ao espirito dos cidadaios deputados & que a maté- fia que 0 projeto em debate encerra, s6 diz respeito estrita: Inente aos interesses da lavoura do pais! Ainda h& bem pou- 267.1892, pp. 48-50) «também de Rangel Pestana, sinpatzante dos Jacobinos ‘Anais do Senado, ses40 de 226.1892, pp. 36-41), contra 10 entanio propostas ‘de credit publico a indixra como. derejava Amaro Cavaleants, por exempIo (Anais do Senad, sessto de 25.7-1892, pp. 3-38). ‘Os dscartos de Brico Coslho, com exsegto de wn ou outeo, nto constam dos ‘Anais da Cimars, posieen’ porque nao obedesia 4 praxe de revishos ara publica. iy OS RADICAIS DA REPUBLICA sete recinto, suseirou-se a questno eterna de dat 8 SB co oes dinheiro barato com juros modicos, 1% ve hd 30 anos, exercita-se na vodese dizer mesmo que ha 3 a 2g anos, pode eM om, a mesmisina iste tod! Treyainda vem se pedir, como ha 20 ano dinheito 1m juros mOdicos, POF decreto, como s¢ isso fosse possivel, ° 0 jico!"?."* ° Esse paradoxo exige — adverte 0 parlamet disse ‘os agricultores d0 Brasil se convengamt de que, Fe oe ii sicamente ‘que este pais @ essencialmente ag! ft ola ate ae poe xm de todos 05 COrpos politicos desta terra cae fae re cr Pe ema segundo império; na representagao nacionot an mee sre o nmero dos: agricultores € na Repabli ain gia de at. Mas presi av erento Pvc forga diante ot ie a moet sssario estabelecer 0 eal -o falsa. & necessari 7 cional wma, nego, enenhumn vantagem results 8 Meo das eis se elas forem somente apli earn i minada classe; € uma nogdo errada que bore esik" Or n 10 ef ito é transparente no projel esse ensamento se geputado,Insurge-e contra ama i o privilégio: s 2 icultores. E mai contra a Sei dos set nacional, Aproveta @ ocasido Pare reafenar Si une vr 2 ors 0 Bi eee a9 fora comum, mas > Lene seja, que houvesse *o equilibrio da representaga Quanto A sociedade,_portanto, viamng incobinos come ieagual, mas € certo também que, naauee Mer eum coperavam estender a igualdade @ toda 2 Pope ao menos, My fero7 exclusivismo em relacdo aos Sve Tago, dado fam paste. Nao compartithavar jamais 04 Xt gue det elabertoa todas asragas, a todos 08 os, Ter de mente disposto aacolhe todo aquelé a gor, sesso de (29.18% ve mice do ona, Ants do Clare dos Depo, see de 29 a pa. oo Pies idem, 0.285

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