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7 * 2.1 Mesopotamia: comego da civilizagao Na Mesopotamia, foram Produzidos os primeiros ‘cédigos de leis eos primeiros sistemas de escita da histéria, 2.2 Acivilizagao egincia A necessidade de garantir 0 melhor aproveitamento das cheias e vazantes do Rio Nilo para a produao agricola impulsionou o processo de centralizagdo politica no Egito antigo. 2.3 A civilizagao nabia Na regido da Nitbia, onde hoje se localiza 0 Sudo, formou- se wma grande civilizagao da Antiguidade Civilizagées do Nilo e da Mesopotamia Nilo e Mesopotamia: berco de civilizagées No mundo contemporaneo, as atividades humanas desenvolvidas em torno de grandes rios so muito importantes pare e economia ee cultura regionais. Pademos elencar alguns exemplos: 0 Rio S80 Francisco na Bra sil, 0 Rio Mississipi nos Estados Unidos ou ainda o Rio Reno na Alemanta. Presorvar 0 vitalidade desses rios, som interrampar a cadeia do deser- volvimento econdmico, é uma das mais importantes tarefas do chamado desenvolvimento sustentével Os grandes rios também foram decisivos para o surgimento das pri- meiras cilizagdes da historia, gragas ao sistema de agricultura irrigeda Acivilizagao egipcia floresceu no Vale do Rio Nilo, no nordeste da Africa, © caracterizou-se por um governo fortemente centralizado. Localizados 80 sul do Egito, o9 rains da civlizagao nibia mantiveram duradouras traces culturais © comerciais com os vizinhos ao norte. Ja a civlizagao meso- aatémica deservolveu-se numa regiéo que hoje corresponde ao Traque (principalmente) e paises vizinhos. Os mesopotamicos organizavam-se em torno de cidadee-Estado independentes. A civilizagao egipcia e a mesopotamica compartilharam uma série de caracteristicas comuns, como uma crescente eficiéncia agricola baseada em técnicas sofisticadas de irrigagao e armazanamento de agua dos rio; centralizacao politica sobre territérios especificos; ambas tinham uma forma de poder politica em que o governante era considerado um deus ou 0 representante divino; a economia era mantida pela acumulagaa centralizada de tributos; ambas praticavam o comércio a longa distancia e empregavam a escrita para registrar atividades econdmicas e politicas, Piramides de 6i26, no Egto, om foto recente, As prams foram ‘tonstruldas durante o neriado conhecice came Antiga Império (2686 02161 aC.) para servic de tumbas aos farads,Apiramide {de Quéops, a maior delas, construlda por volta de @500 ac. levou » Ay ——_— } objetivo > Estabelecer conexées: entre as caracteristicas politicas, econémicas e socials da Mesopotamia. } Termos e conceitos *Civilizagao *Escrita “Cidade-Estado +Império Contedido digital ‘Moderna PLUS http) war madernaplus.com.br Mapa animada: Primeiras cian Mapa animada: Primes migragooe Mapa animada: Povas da Mesopotamia: ‘sominios @ expanséo Mesopotamia: 0 comego da civilizagao Civilizacgao e preconceito Coma vivernos numa cultura acidental, € comum encontrarmos nos jornais, na televisao e no cinema a ideia de civilizacao associada a0 modo de vida da Europa e dos Estados Unidos. Expressando uma visao eurocén- trica, esses povos séo apresentados como protagonistas da historia & sromotores das grandes conquistas da ciéncia, como se possuissem uma aptidao natural para a civilizecic. Essa nage de civilizagao, baseada no praconceita, naa considera a identidade, os valores e a historia de cada povo, Parte do pressuposta de que a cultura europela é um modelo a ser seguida, e tudo o qua fage desse modelo ¢ atrasado e inferiar, Como veremos, diferentes povos cons- truiram grandes civilizacées, que apresentavam caracteristicas politicas e culturais proprias e com diferentes niveis de urbanizacao, e tinham sua populagaa exercendo diferentes oficios. } Accupagao da Mesopotamia Mesopotamia 6 uma palavra de origem grega que significa “entre rios' e se refere & regio compreendida entre os rios Tigre e Eufrates, Essa ragio faz parte do chamado Crescente Fertil, uma area excelente para a agriculture, embora esteja cercada por terras aridas, As primeiras socie- dades dotadas de escrita e de uma estruture social complexa surgiram nessa regiao, conhecida como o "bergo da civilizagao”, A Mesopotamia n8o conheceu periados prolangados de unificag8o po- litica. Ela geralmente se apresentau coma uma série de cidades-Estado independentes que se formaram ao longo dos rios Tigre e Eufrates. Espe- cialmente em periodos de guerras, essas cidades selavam aliangas tem- porarias que podiam originar grandes impérios, Os povos que habitaram ‘@ Mesopotamia ao longo de varios séculos foram os sumérias, os acédios, 0s amoritas (antigos babilénios], os assirios, os elamitas e os caldeus {novos babildnios) [doc. 11 DP Vocabulario histérico Cidade-Estade A cidade-Estado ¢ uma forma polttics cerecteristica do mundo antigo. Designs uma cidade e ae zonas rurais adjacentes que Ihe estéo ‘subardinadas, cenfigurands uma comunidades politica ‘sutOnoma que possul suas préprias leis, moedas e di Vindades tutelares. A cidade Estado, portanto, néo se ‘subordina a nenhum autro poder. Exemplos de cidades- Estado na Antiguidade foram Ur, Uruk, Babil6nie @ Ninive, na Mesopotamia; Biblos © ‘Sidon, na Fenicia; Atanas e Esparta, na Grécia; e a pro- pria cidade de Roma Povos da Mesopotamia Fonte: VIDAL -NAQUET, Brees BERTI, nego. dri herarsn fia Prenisterie fe vetores 1880. p23 Til Dorie # cate sten:so maxima do HM irpere Aacio Di Eerie raving ge Primeiro impero Babilbnico Tinto mixim do mpsio Assitio (século IX aC) me Excencto mixin de segundo imptte ebtance kde do Nila e da Mesopotémia cages Capitulo 2 Cv x 4g J) vnitnso a-on rena macosx drone a 3 » Atividades econémicas 0 Vale da Mesopotamia era arido © pouco Fertil, levando os povos dessa regiéo a dependerem da agriculture irrigada, Assim, a8 cheias cos rios Ti- gre e Eufrates tinham de ser bem mentais para 0 sucesso da ati- vidade agricola, Sistemas locais de irrigagao eram desenvolvides: e controlados por comunidades camponesas locais desde aproxima- damente 4000 aL [doc. 3 0s templos desempenhavam papel central na economia mesopatamica, Planejavam a produgae agricola, es- tocavam as pradutos, promaviam 0 comercie erealizavam emprést mos. 0 templo era um complexo ‘agrério-artesanal, em que con viviam diferentes camadas sociais. Ao lado dos templos, existia 0 palacio como estru- tura politica e econémica, (EGEEE Estotuete dda ouro sumeria representando pessoa ‘segurando oferenda, ‘seouloe XITEXIZ a6, ‘Musau da Louwe, Paris. As terras dos templos os palécioseram arrendadas 20s camponeses que, em troca de servigos prestados, recebiam ragies e ceresis para o seu sustento, Produr ziam-se cevada, trigo, geraelim, palmeiras, verduras © frutas. Os camponeses também criavam animais, com destaque para porces, bois, aves, cabras, ovelhas e cavalos. Os animais forneciam carne, leite e Ia, além de serem usados para puxar 0 arado. Alguns lotes de terra eram administrados diretamente pelos templos e palacios, utilizando trabalhadores escravos. Oartesanato mesopotamico revelava um elevado nivel técnico para a época. Fabricavam barcos, con- feccionavam abjetos de ceramica, joias e tecidos. As tumbas da elite suméria estavam repletas de abjetos de cobre, bronze, oura e prata, trabalhados com téc cas variades e ricamente ornamentades [doc. 21, Tam- bem praticavam o comérci local e a longa distanci utllizando metais e cevada coma moeda, Operagoes comerciais, camo 0 empréstima a juras,o penhor ea caugéo, eram comuns entre comerciantes que agiam coma intermediérios dos templos e palacios. 2 O Cédigo de Hamurabi s codigos de leis 880 0s rincipais documentos que ‘nos ajudam a entender a funcionamente da sociedade mesopatamica, Como o rei nao era considerado divino, mas apenas alguém investida de poder pelos deuses, as leis tambem valiam para ele. Por isso @ necessidade de registré-es. NoEgito, ao contrério,ndo se tem noticia da cexisténcia de textos juridicas. 0 farad era considerada um deus encarnado e tode justiga emenava unicamente de sua vontade e de seu arbitrio. Codigo de Hamurdbi é 0 mais conhecido dos docu- ‘mentos juridicos mesopotémicos. 0 cédigo, preservado ‘numa estela de pedra negra, foi elaborado por ordem do rei Hamurébi, que governcu o Primeiro Império Babil6- niga entre 1792 # 1750 a. Sob seu reinado, os dominios se estendiam de Assiria, nonorte da Mesopotamia, até a Caldeia, no sul, Contudo, 0 proprio termo “cédigo" & enganoso, Criado no inicio do século XX, 0 termo trans mite a ideia de uma colagac completa de todo a direito entao vigente. A intencéo dos autores nao foi essa, pois varias esferas da vida social foram deixadas de fora Embora a estela contenha sentencas de Hamurabi, grande parte foi acrescentada por escribas tomando ‘como base tradigoes legais anteriores [doc. 4), A famosa expressao “lel de taliéo”, com seu lema “alho por olho, dente por dente”, ¢ originada do Codigo de Hamurabi. 0 principio buscava estabelecer uma proporgéa justa entre o crime cometido a vitima e a ‘unig imposta ao criminoso. Apenaaplicada ao crim nose deveria corresponder ao dano causado a alguém. Assim,a leitratava apenas do ato cometido. E provavel que essa fosse a base de todas os antigos cédigas de direito, anteriores avs direitos grego.e romana. Difererr tes 880 as leis modemes, que abordam as intengdes & as circunstancias em que o crime foi cometidc. FEZ Aiceie ocaizads na reaido pantenosa de Mosopotimia, nas aroximidades da cidade de Nasiriyah, “reque, 1974 Os nantanos desse regio eram formados pelos rios Tigre ¢Eutrates No final da decade de 1980, entretanto, sitador Saddam Hussein ordenou e drenagem dos pantanas, transformend a regia om um deserta, Estela de Hamurabi “Quando o sublime Anum, rei dos Anunnaku, (e) Enlil 0 senhor do céu e da terra, aquele que determina 0 destino do pals, assinalaram a Marduk, filho primogé- nito de Ea, a dignidade de Enlil sobre todos os homens, (quanéo) eles oglorticaram entre os igigu, (quando) eles pronunciaram o nome sublime de Babel (e) a fizeram poderosa no universo, (quando) estabeleceram para ele em seu meio uma realeza etema, cujos fundamentos so firmes como 0 céu e a terra, naquele dia Anum ¢ Enlil pronunciaram 0 meu nome, para alegrar os homens, Hamurabi, 0 principe pie- oso, temente a deus, para fazer surgirjustiana terra, para eliminar 0 mau eo perverso, para que o forte no oprima o fraco, para, como 0 sol, levantar-se sobre os cabecas-pretas e iluminar o pais.” ela do Hamurab (o.1785 9} Ire BOUZON, Emanuel Coaigo te Hamu, Petrone Vora, 2886. p. 38-40, Estela em que ests raved Cadiga ce Hamarab,c, 1768 ac Museu de Louvra, Paris, ® Divisao social Segundo 0 Cédigo de Hamurabi, elaborado por volte de 1785 a.C., a saciedade babildnica estava dividida em trés camadas sociais bésicas: os awilu, as mushkenu, os gurush @ os wardu, que definiam @ condigao juridica e politica do individuo {doc. 51 Os escravos - em geral, mulheres - pravinham do exterior @ eram obtidos por meio da guerra, da pirate- ria ou do comércio. Hd documentos que indicam que criangas abandanadas podiam ser escravizadas. Em epocas de crise, era algo comum pessoas venderem- -se.asimesmas au membros de sua familia coma es- cravos. Os escravos, contudo, nao eram a maioria da populagao. Havia uma massa de camponeses livres, cujo trabalha era apropriado na forma de tributos pagos ao Estado ou aos templos. Os escravas padiam pertencer ao Estado au aos ‘templos e eram utilizados nas obras de irrigacéo, ar- mazenamento e distribuigéo de excedentes agricalas. Havia também escravos urbanos e domésticos, que pertenciam a particulares. 3 Aescrita cuneiforme Os mesopotamicos desenvolveram uma das primeiras escritas da histdria, o sistema cunel- forme, cujos registros datam do IV milénio a.C, A invengao foi obra dos sumérios, que habitavam o sul da Mesopotamia. Os sinais gravados na argila Umida tinham a forma de pregos de cabega larga, ou cunhas, a que explica o name cunelferme. Inicial- mente os sinais eram figurativos, representando abjetos e ideias. Mais tarde, distanciando-se da desenho original, as sinais tenderam a se tornar mais abstratos. Dependendo dos agrupamentos que se faziam cam os sinais, eles podiam repre- sentar ideias au sons. Apenas uma parcela muito pequene da popu- lag8o sabia ler e escrever. Nesse pequeno grupo, destacavam-se os eseribas, funcionarins especia- lizados na escrita cuneifarme, Preparados desde criangas na eduba, a escola da Mesopotamia, os, escribas eram pegas-chave para garantir o funcio- namento de todo o sistema politico e econdmico mesopotémico, ocupando posicéo privilegiada na sociedade. Os escribas registravam transagoes comerciais dos templos e dos palacios, redigiam contratos, controlavam o fluxo de entradas e saldas de pro- dutos agricolas dos templos, faziam a cronica dos, reis e das batalhas e serviam de diplomatas nas relagdes com outros povos. Muitos desses textos, foram descobertos peles escavagdes arqueolégi- cas e se encontram hoje em museus do Oriente Medio e da Europa. Rar jesopoti com. & izagao 50 ‘Awitu, Proprietérios de terras @ ‘uncionaries da buroeracia palaciane. Mushkenu, Camponasas © trabalhagores nao eseravos tue viviam sob a dependéncia 10 palacio. Sarees Soa esa aes ase aoe Fonte: {RAMER, Saul Nosh Mesopotamia be Flo Janel: ase olympic... (Cale ie) da Nilo e de Mesopotamia cages 1 )) coomoz-cv lizagbes do Oriente A joteca de Assurbanipal Nas ruinas da antiga cidade assiria de Ninive, no norte da Mesopotamia, foi encontrado um conjunto de textos literérios e eruditos que formam o que pode ser considerada a primeira biblioteca da historia, A biblioteca pertencia ao rei Assurbanipal, governante do Império Assirio, que atingiu seu auge entre os séculos Xe VII eC. Na Biblioteca de Assurbanipal foram encontra- dos textos gravados em tabuletas de argila, como verstes do célebre poema Epopela de Gilgamesh {composto originalmente nos primeiros séculos do IL milénio 2.C.], um dicionaria sumério-acédio, além de textos de matematica, astronomia, astrologia, magia alquimia, As pesquisas levam a crer que Assurba pal, um dos raros monarcas da época que sabiam ler @ escrever, reuniu num mesmo local objetas impor- tantes do universe cultural da Mesopotamia. + Epopeia, Poor ou prosa que relatae glriica 08 feitos da um hareileneérie ou historic. ® Religiao e ciéncia No mundo maderna, as explicagdes cientificas para os fendmenos do universo costumam opor-se as explicagées religiosas. Porém, para os pavas antigos, como os babil6nices, os conhecimentos sobre a ciéncie ea técnica nda estavam separados das crencas religiosas. Jiferentemente do homem moderno, que parte da observacao e das medidas racionais da natureza, os babildnios viam mundo de uma forma mistica # magica. Os deuses meso- patémicos eram antropamérficos, considerados imortais e dotados de poder sobre a universo. EGE Zigurate construido em c, 2100 a.C. Os zigurates 80 fdificagdes construidas na forma da pirémide, cam a prasenca de rampas e dagraus, raque, foto de 1998, (O cosmos atuava sobre a Terra, Tudo 0 que nela existia, inclusive a vida humana, estava sujeito a fora césmica dos planetas. Para orientar a vida humana @ garantir a sobrevivencia, era necessario conhecer essas forcas @ suaslels. A astronomia ea astrologia, portanto, eram conhecimentos fundamentais para a sociedade mesopotamica. Asemelhanga entre o céuea Terra O.coamos também mantinha uma relacéia de seme- Ihanga com a Terra, Os rios, os templos e as cidades, par exemplo, tinham um equivalenteno céu. 0 mapa do ‘mundo na geografia babilonica reproduzia o mana das. regides celestes e do paraiso, de tal forma que todos: ‘95 povos eas regides conhecidas formavam um mundo circular cercado por égua de todos as ladas. Os zigurates, os grandes temples mesopatémi- cos, também mantinham uma ligago com 0 céu, 0 zigurate era uma representagéo em escala reduzida do cosmos @ era canstruido de tal mado que cada segmento do templo representava as principais divis6es do universo: 0 mundo subterraneo, a terrae 0 firmamento. 0 zigurate simbolizava a unigo entre 0 céu ea terra e acreditava-se que a alma dos mortos: ascendia a0 céu subindo um a.um os degraus do tem- plo. Dentro do zigurate havia um trono destinado ao deus que habitava o templo, em hamenagem ao qual se realizavam festase rituais canfarme um calandario litargico anual {doc. 6 Pe 2» Como o rei Hamurabi justifica a criagio de um eédigo de leis (doc. 4)? » Ay ——_—_- } objetivo > Compreender o processo de centralizagao politica do Egito e a relacao entre Estado e reli nessa sociedade. ) Termos e conceitos + Farad Estado +Politeismo +Religio [EEE Gegito antigo antes VIDAI-NAQUET, ire; BERTI Jacques. Atos stoic, Lisboa: Cirle ore, 1990.9 Acivilizagao egipcia 3} 0 povoamento do Egito Atualmente, a questéo das mudangas climaticas vem atraindo cada vez mais a atengao de pesquisadores. Estudos em diferentes regides do planeta indicam a ocorréncia de um processo de aquecimento global relacionado ao derretimento das geleiras polares e a elevacao do nivel do mar.As consequén- cias para a vida na Terra podem ser graves. Situagao semelhante ocorreu, hé alguns milénios, no norte da Africa. As alteragdes climaticas que ocorreram nessa regio explicam a pavoamento da Egito. O Deserto do Saara era uma regio de savanas, habitada por cagadores e pescadares e posteriormente por agricultcres e criadares de gado. A ultima Glaciagao, ocorrida por volta de 12 mil anos atras, provacou o ressecamenta da terreno e levou @ formagaa das atuais desertas na regio. A medida que a desertificagao avancava, diversos poves se instalaram nas margens do Rio Nilo {docs.1 e 21. A desertificacao se intensificou entre 3300 e 3000 aC, com ‘a queda no volume de chuvas e a diminuigao do nivel das cheias do Nilo. » De aldeia a império A agricultura irrigada era inicialmente de caréter local e descentralizado, controlada por comunidades campanesas, que também praticavam a caca, a pesca ee colets de frutos. Entre 7000 e 4000 a.C.,acrescente inovagao agrl- cola ea formagaa dos primeiros ndcleos humanos sedentérios pramoveram 0 crescimento populacianel, tornando necesséria a construgéo de abras, cama iques e canais, que possibilitassem maior produgao agricola, Dessa forma, essas primeiras comunidades tiveram de se unir pare passibilitar o eumenta da produgao agricola, dando origem a confedarages tribais, os namas. + Glaciagao. As glaciactes sto periodos geologices de intanso resfriamenta da superficie terrestre, provacando 0 aumunto dass gelelras nos polos e em zonas mantanhosas de neve perpétua. Os periados glaciares podem durar de 40 mila 100 mil anos. Altima glaciagdo se encerrou ha cerca de 12 mil anos. + Dique. Gora de engenharia destinada a impedir que as aguas de um ria ou mar invadam determinaco terreno, [EERE Visto a6rea de plantagbos as margons do Rio Nilo, Elto, 1888.0 Nilo 6 um ia de ‘8quas perenes, encravado no mela do deserto. Durante es cheles anuals, uma cemada de humus ¢ deslocada e depasitade sabre as terrae préximas ae ria ertilzando-as, da Nilo e de Mesopotamia cages Capitule 2- civ 53 J) evita son renin pan cnosben dente a z Aunificagao do Egito Por volta de 3500 a©., havia dois reinos no Egito: 0 da Alto Egito, ao sul, @ 0 do Baixo Egito, a0 norte, na regiao do Delta do Nilo. Por volta de 3150 a.C., Menés, o governante do Alto Egito, conseguiu unificar os dois reinos, subardinando os varios no- mos, Esse processo de centralizagae do pader deu origem ao periodo dinastico e transformou Menés no primeiro farad do Egito, Foi nesse contexto que os lideres desses comunidades, os nemarcas, se transformaram em funcionérios e representantes do poder central, assumindo a tarefa de administrar 18 aldeias, iscalizar os impostos e fazer cumprir as, decisdes do fara6. Desde entao, 0 palaécio comegou a controlar a vida econémica do territério, construindo obras de iriga- 0 e coardenando a producae agricola, Os palacios passaram a arrecadar os excedentes agricalas produzides nas comunidades eldeds, exigindo delas uma tributagao em especie. Em consequéncia disso, passou a haver uma diviséo e especializagtio do tra- balho e uma organizacao social hierarquizada. A hist6ria politica do Egito antigo é dividida em quatro periodos: Periodo Arcaico (3150-2686 a.C.), Antigo Império (2686-2181 2.C.), Médio Império (2040-1782 a.C.) e Novo Império (1570- “1069 a.C)]. 3D Asociedade No Egito faraénico, podemos reconhecer trés camadas socials principais: a nobreza, uma cama- da de servidores e trabalhadores que exerciam liversas fungées e os camponeses (doc. 3). Os escravos, em menor numero, podiam ser estranger ros capturacos nas guerras. filhos de escravos ou ainda trabalhadores recebidos pelo Estado egipcio como pagamento de tributos por parte das regides dominadas. No casamento, em geral predaminava a monoga~ mia. Os maridos, porém, padiam ter varias esposes, ‘o que era comum nas camadas da elite. No caso das, esposas do farad, apenas ume era escalhida para ser a rainha. Era comum também a pratica da en dogamia. Us egipcios davam importancia a familia @ por isso costumavam ter respeita e consideragao por suas maes. A mulher egipcia podia adquirir pro- priedades, legar bens e fazer testamentos. + Dindstico, Referante 8 dinastia, sucessio de soberenas que pertencem a uma mesma feria ‘historia do Eat 6 traciclonalmente avicics em 31 dinastiae faradnioas, Ease divisd0 fol elabarada por intelectusis grogas que ecupavam importantas ceargos sacerdatais no Egita par volta do sécula LIL ac. + Endogamia. Casamento entra membros da uma mesma familia, come emacs, BY 0 fox20 perconiticava do se impurha ome saberano divino A fram abrigades Grupe privilagiado que orgenizava trabalho © decidia por todos. Pequenos e médios servidores da Estado, ermavem um grupa que prestava servigos ao faraé e aos palicios e tempos, Conhecidos coma felas, represantavam a maioria da ppopulagéa, Trabalhavam nes atividades agropecuring, lentragar parte da produgio ao faraé, ‘coma pagamento de triautos, lem de seem recrutadas perindicamante para o trabalho nas obras publicas Prisionoiras de guerra, ftas de escravos, fu provenienten de tributos pagos nelas Fonte: CASSON ional (Org 0 antge Eta, Ria de Jeno: Jose Oympla, 1983 (Siotece de hile unveraal Life) » Aeconomia A economia egipcia baseava-se na agricultura. Os principais produtes eram cevada, trigo, linho, verduras, evinhas, Apesca, a caga ea criagao de animais, como bois, cabras e aves, também eram praticadas pelos egipcios doe. 4]. O trabalho agricola acupava cerca de aita meses do ano, correspondenda, no nasso ca~ lendaria, aos meses de novembre a junho. Nos quatro, meses restantes, que correspondiam & énoca das inundagées, as camponeses eram deslacados para a construgao © manutengao dos canais de irrigagao e para. edificagao de grandes obras, como os templos, 0s palacios e as piramides. Acoleta realizada no Vale do Nilo, a agricultura ea axploragaia das minas de quro, cobree pedras praciasas forneciam matérias-primas para a atividade artesanal. Nas aldeias produziam-se utensilios mais rusticos para uso didrio, Jd nas oficinas dos templos e palacios produziarr-se produtos deluxo para o cansumo de elite, Com a papiro, por exemplo, fabricava-se papel, cordas, cestas e esteiras (doc. 5]. Os egipcios eram considera- dos “mestres" na arte de tecer e tinham também uma Importente industria de construgao naval. (O camércia interno era bem desenvalvide, mesmo nao havendo moedas. A circulagao de produtas en- tre as regides era intermediada pele administragao faradnica. 0 comércio exterior era feito exclusiva mente em grandes expedigdes organizadas pelo farad. Os egipcios exportavam vinho, cereais, éleos vegetais, pagiro @ mévels e importavam pedras preciosas, marfim, perfumes e madeiras. ‘Adomesticacao de plantas e animais “Os cereais, principalmente a cevada € 0 trigo, forneciam o essencial da produc&o agricola. Mas, 20s ‘campos propriamente ditos, acrescentavam-se os po- ‘mares com legumes e Arvores frutiferas, mormente a vinha em altas parreiras. A isto se associava a cria¢ao. Nao do cavalo, que s6 foi conhecido tardiamente, na segunda metade do segundo milénio, por intermédio dos invasores Hicsos, e que ficou reservado aos aristo- cratas, mas do boi, do asno, ¢ sobretudo do porco, do ‘cameiro e da cabra, assim como de aves, ansos e patos, {8 que-as galinhas eram desconhecidas.” AYMARD, And: AUBOVER,Josrnine Historia geal das lize. 6. ed Rio de Janeiro: Dif, ITT. v. 1. p. Mt [EEN o papiro Aimagem abaixo representa a colhelta do papiro. O papiro € um tipo de planta que se desenvolvia de forma abundante no Vale da Nilo, sendo utilizado ne fabricagao de papel, cordas, sandilias, esteiras € velas de barce, D caule fibroso permitia produzir uma superficie planaee flexivel propria para. escrita, Primeiro os caules eram cortados em laminas finas & depois agrupados, formando uma espécie de tecido, 0 papira ara, am segulda, polida @ comprimido. stele tunertria do f cimulo de Nefer e Kerhay.Epito, séculos snc-2in0 ec. do Nila e da Mesopotémia cages a a D Religiao e reforma Os egipcios eram politeistas, ou seja, acre- ditevam em muitos deuses e mitos. Os deuses personificavam elementos ou forcas da natureza, atividades e acontecimentos da vida, sentimentos humanos ets. Alguns deuses, como Isis © Osi eram antropomérficos, assumiam a forma hu- mana; outros eram antrapozoomérficos, ou soja, tinham forma humana e animal; outros tinham ca~ racteristicas zoomérficas, isto ¢, apresentavam- se na forma de animais, tais como o gato, 0 chacal, a serpente e 0 crocatilo A divindade mais importante era Ra, mais tarde chamado Amon-R4, o deus-sol. 0 farad, visto como um deus encarnada, era o filha de Ra, O deus Osi- ris, um dos mais populares do Egito antigo, estava associado ao Rio Nilo e & agricultura, Conta o mito que sau irmao Set, tomado de invoja, matou Osiris @ ordenou que seu corpo fosse langado nas aguas do Nila. Mais tarde, ao reencontrar o corpo boiando no rio, cortau-o em varlos pedagos e os espalhou eo longo do Nilo. {sis, esposa de Osiris, saiu a procura do corpo do marido. Depois de recolher todos os padagos, reconstituiu 0 carpo de Osiris, que passou a gavernar 0 reino dos mortos. Na crenga dos egipcios, no havia um além- mundo que tivesse a fungao de morada dos deuses. 0s deuses habitavam a Terra e sua morada eram os temples. Os homens deviam honré-los, por meio de cantos, dengas e oferendas, para torna-los bene- volentes e néo abandcnarem os homens sozinhos na Terra Papiro representande @ pesagem das almas élante da deus Aman, séculas XLX aC. Museu 6e Louvre, Par 56 } O mito da pesagem das almas Segundo algumas igrejas cristas, as agdes cometi- das em vida por um individuo sao julgades par Deus no dia do Juizo Final, Apés a morte, cada um é punids ou absalvida num tribunal diving, cuje sentenga definira ‘anova morada do individuo. Se punido, ele vai para @ inferno; se absolvida, para 0 céu. A imagem de um tribunal divino, no entanto, nao é exclusiva das igrejas crist&s, Muitas religides professam ou professavam uma crenga semelhante, inclusive a religiaa egipcia Segundo o mito da pesagem das almas, para saber se oka de um marto merecia ou nao obter a imortall- dade, um tribunal presidido por Os'ris julgava as boas, mas agdes cometidas por essa pessoa em vida {doc. 6]. Para que o ka pudesse ascender ao mundo dos mortos, era preciso que seu corpo terrestreestivesse preservado. A nacessidade de conservar o corpo para, a vida além-tumulo explicava a pratica de mumifica ca dos cadaveres no ritual funebre egipcio. Apds esse proceso, o ka do marto era conduzi- do por Anubis, deus da morte, a sala do julgamento. 0 coragao do morto era pesado numa balanca. Do outro lado da balanga, como contrapeso, era posta uma pluma de avestruz, simbolo de Maat, a divinda~ de que simbolizava a verdade @ a ustica. Se os dois, lados de balanga se equilibrassem, o morta poderia ascender ao reina dos mortos e obter a paz. Mas, se seu coracdo fosse mais pesado que Maét, entao © deménio Babai devorava seu ka. O resultado do julgamento era transcrita por Thot, 0 escriba dos deuses, num papiro para justificar a justi¢a divina e servir de exemplo aos vivos. SED [tee ee cco epital ae oe nscie com cada pessos. 0 ba [que Zee corresponds & personelidade em termos ae modernos! formave a outra parte de lat + ‘alma. Apds # morte, ka e ba precisavam eae ‘s0 encontrar novamente para que ae pusessem exictr no alg-tumulo Nessa sentido, 0 corpo precisava ser preservado para manter a aparencia de modo que o espirita pudesse ‘econhect-o apds a morte, %) Contetido digital ‘Moderna PLUS inti! vwivwsmadernapive.com.or Filme: Eto : Aponte algumas semelhangas en- tue a organizacio social da Meso- potiiniae a do antigo Egite [dec. 5, .51, e doc. 3, p. 54] = Dall eae Wl ANSI is Ee 2 Quais caracteristicas da religiio egipcia podem ser identificadas nessa imagem [doc. 6]? i : i i i i Na sociedade egipcia, os escribas acupavam uma posigao de prestigio. Para se tornar um ser- vidor do Estado, o escriba estudava cerca de doze anos, aprendendo escrita, aritmética, histérie, geografia, literatura @ administragao. O texto absixo faz parte da chamada literatura de sabedoria, genera literério divulgado por escr- bas e constituido de canselhos sobre @ maneira correta de viver. 0 texto pode ser utilizedo pelos historiadores para compreender os valores que arientavam ou deveriam arientar a saciedade egipcia au, pelo menos, uma parte dele. “0 encarregado da fornatha tem os dedos imundos seu cheiro 60 de cadaveres. Seus athos congestionam- ~se pelo excesso de fumaga e ele nao consegue livrar-se de sua sujeira, Leva o dia a cortar juncos (para queimar) € suas roupas sd repugnantes (até) para el. (© sapateiro padece muito com suas cubas de verniz. Sente-se tio bem como um homem entre cadéveres. Seus dentes s6 cortam couros © lavadeiro tava na margem (do rio) com os crocodi- {os (muito) préximos. Quando o pai entra na correnteza nna época da enchente, seu flho (sequer) pode aproximrar~ se dele. Esta ndo uma boa ocupacao parati, ndo ¢ (com certeza) a methor das profissées. (.] (© passarinheiro padece muito a0 procurar 0s habi- tantes do céu. Quando a revoada passa, ele diz: ‘Se eu tivesse uma rede!" Mas o deus no deixa que isso aconteca «ele fica irado com sua sorte Também falarei sobre o pescador, (pois) tem a pior das ocupacées. Fis que labuta no rio, misturado aos crocodilos. Na hora da contagem (do que pescou) enche- ~se de lamentagies e sequer pode alegar que havia um crocodilo (8 espreita).[..] Eis que no hé profissdo sem chefe, exceto a do escriba; ele € 0 chefe, Por isso, se souberes escrever, esta ser para ti methor que as outras profissdes que te descrevi em sua desdita, Atenta para isso, ndo se pode cchamar um camponés de ser humano. Em verdade eu te fizir para a Residencia, em verdade fiz isso por amor ati, (pois) um ia (que seja) na escola, ser8 proveitoso para ti, Suas obras duram como as montanhas.” ‘Sétira das profisa¢es (20501981 aC). In: ARALLO,E Escrito pare a otoridese: a treratura no sito faradnieo. Brel: Edltora de Und, 2000 p, 220-223, E+ besaita. Ma sorta, nfortania, Oescriba egipcio Esculturarepresentando um aseriba agincia, encontrada fem Sacara, no Esito, datada dec. 2500 aC, Museu do Louvre, Paris re compreendero documento Para desenvolver a habilidade da leitura, é impor- tante aprender a reconhecer os diferentes generos de texto que se expressam em nosso cotidiano, Os géne- ros textuais apresentam caracteristicas defnidas por sew estilo, funsao, composicao, conteido, entre ou- tuos. Exemplos: carta, e-mail, telegrama, conto, fabu- la, anedota, poema, cartaz, crdnica, receita, manual, ofieio, charge, texto cientific ete. 1. 0 texto se expressa por meio do género carta ou. depoimento, justificando o tom intimista e pessoal de exposicio do narrador. 2. © narrador apresenta uma série de argumentos com o intuito de demonstrar a sua tese. Trata-se de um texto argumentativo, 3, O narradar compara diferentes profissdes, enfati zando os aspectos negatives de cada uma delas. 4, O texto termina com uma assertiva, ou seja, uma de- claracio enfiticaque expressaopensamentodoautor. Ee) "Eis que nio hi profissio sem chefe, exceto a do ‘escriba: ele 6 0 chefe. Por isso, se souberes escre- ver, esta ser4 para U melhor que as outras pro- fissées que te descrevi.” Qual o significado dessa argumentagio no contexto da sociedade egipcia? 2.A quem se destinavam as recomendagées do ve- Tho eseriba? Vocé actedita que elas sejam validas nos dias atuais? eee do Nila e da Mesopotémia cages ) eae 57 Q Jnidade A «Da Pré-historia as primeiras civilizegdes do Oriente B YY)) vnsnton-voreisroidss oes } Objetivo > Reconhecer a importancia do estudo da civilizagao nubia. } Termos e conceitas lizag&o Escrita + Candace + Civil [EGRET regio da Nabia FonterKtare. 1-3 dia dtica, Se Paulo: te [EGE Cena de batalha entre nsbios e enipcios. Tamule de farae Tutaneamen, seculo XIV 2.6. Teas, Ete. Museu Eplocio, Care 3 Aredescoberta de uma civilizacao Durante muito tempo, o estudo da civilizagao nibia permaneceu ignore do. Parte disso se deve ao preconceita racista que imperou desde a final do século XIX e que assaciave os povos africanos de pele negra a inferioridade, ag atraso civilizatorio e @ inexisténcia de historia De acordo com estudiosos contemporaneos, as origens da civilizagaio etiope (os "homens de pele queimada”, como eram conhecidos pelos gregos 2 polos romanos} s8o ta au mais antigas que as do Egito. Os primeiros ind cios da ocupagao da regio por povas cagadores, agricultores e pescadores datam de cerca de 8000 a. Ochamado “corredor nubio" constituiu um elo importante no contato entre a Africa subsaariana e as zonas mediterraneas, controladas pelo Egito. Por 2852 motivo, a Nubia -ragido da atual Sudaa~ ocupou uma posicae estratégica no mundo antigo, tanto nas trocas comerciais quanto nos contatos culturais entre povos distintos (doe. 1 0 Reino de Kush Pera os estudiosos, os vestigios arqueolégicos de Kerma séo testemu- nhos de uma cultura nubia native e sede de uma dinastia local. E provavel que Kerma fosse a capital do Reino de Kush, que se estendeu de 1730 a 1570.aC. Oadvento do Reino relacionau-se a centralizacao do poder politico nas maos de reis, @ criagao de um exército real e ao processo de formagao de camadas socials distintas. O poder e a autonomia de Kerma oscilaram ao longo dos séculos. Em determinadas épocas o reino foi submetido ao aader dos faraés, pagando tributos e fornecendo escravos [doc. 2]. Em outras, os nobias estenderam seu dominio em diregao 8s éreas mais a0 norte, transformando-se eles préprios em farads, 0 dominio do Egito sobre tada a Nubia inicicu-se por volta de 1570 a.C. e durou cerca de quinhantos anos, Nesse periado, Kerma foi transformada numa provincia do Império, saus habitantes, reserva de maa de obra para os amr preendimentos eg{pcios, e seus guerreiros, soldados do exército faradnico, O dominio kushita Essa situagio se inverteuno século VIIL aC. OImpéria Egipcio se fragmentou ‘em pequenas unidades politices, que passaram a disputer 0 poder entre si. 0 Reino de Kush apraveitau para conduzir seus préprios representantes aa trono agipcia. Os farads kushitas estabeleceram a capital em Napata e governaram durante 450 anos. As tradigdes faraGnicas foram preservadas nos templos,na mica e nos textos escritas. i : i i i i 3 O period meroita Com a invaséo do Egito pelos assirios, no século VIL a, © territério ndbia fol reduzido ¢ limitedo ao norte por Napata, velha capital do reino. No século V aC., pressionados por expedigdes egipcies, os reis ndbios foram forgados a se dirigir ainda mais para 0 sul, transferindo sua capital para a cidade de Meroé. Napata foi conservada como um centro religioso para onde os reis eram deslocados nos momentos de coroagao ou de sepultamenta, A instalago da corte em Meraé inaugurau um nova periods, conhecida como meraita, e significau uma reorientago cultural politica do antigo reino. Menos preocupados com as fronteiras egipcias & mais voltados para as raizes nubias, os reis kushi- tas restabeleceram a lingua @ a escrita mercitas, que passaram a ser oficiais no reino. Em termos religiosos, 0 deus egipcio Amon foi substituido por um deus de corpo humano e cabega de ledo, conhe- cido coma Apedemeque, cultuado como a principal divindade nobia, Agricultura, artesanato e comércio Aatividade econdmice que mais se destacou em Meroé fai o comércio. A cidade notebilizou-se como entreposto de rotas caravaneiras que ligevam o Mar Vermetho, o Alto Nilo € 0 Chade, exportando produtos de luxo como incenso, ouro, pena de avestruz, pele de leopardo e marfim. Meroé também foi um empério de pradutos arte- seneis, Vestigios da cultura material, como abjetos de ferro e de outros metais, peles, tecidos, ceramicas e joias, evidenciam a presenga de um grupo de artessos relativamente numeroso, A produgSo expressava tanto a influencia egiacia quanto a tradigao meraita, Entretanto, nBo se sabe como os oficios eram orga- nizados @ nem mesmo o name dos artistas, pois @ escrita meroita ainda nao foi decifrade. A ceramica nibia apresentava tragos e técnicas préprios, Vasos com bases arredandadas sfc ex: pressoes dessa arte. A maldagem era felta a mao, supostamente por artesis, e em radas de oleiros, técnica geralmente associada a hamens, Outros erte- fatos encontrados apresentam dimensdes menores @ parades tao finas que sao chamadas de cerémica casca de ovo, Motivos egipeios, triangulos, losangos, rs, crocosilos, cobras, galinhas-d'angola e girafas aparecem pintados em vermelho e preto sobre funda: creme ou ocre amarelado, ou em branco e preto sobre fundo encarnado, transmissd0 de bens privigios ¢ feta por + Matrilinear. rganizacao social ula mele de dascendéncia materna, Aescrita meroita Havia dois tipos de escrita meroita: a hieroglifica ea demotica, Os sinais da escrita hieroglifica foram tomados dos hierdglifos egipcios. Jé a escrita cursiva derivou parcialmente do demética egincio. A escrita cursiva possula um alfabeto de 23 sinais, alguns representando numeros e outros simbolizando pala~ vras, e cada vocébulo era separado do outra par dois ou trés pontos verticais. Apesar disso, ainda nao fai totalmente decifreda 0 papel das candaces A tradigdo politica dos reinos da Nabia também se destaca pelo poder atribulda as mulheres, maes ou esposas reais, chamadas posteriormente de can- daces. Revelando as tradigdes matrilineares nubias, ja durante o periodo egipcio elas ocupavam um lugar de projegao nos centros religiosos dedicados ao deus ‘Amon, exercendo a fungio de sacerdotisas, Na paca de Meroé, adicionaram aos seus nomes 0 titulo de candaces, ¢ algumas delas, poderasas e aguerridas, perpetueram seus feitos por meio de afrescos e portals de tumbas {doc. 3) ‘Aa lac, ole de aure, representando 0 disco salar, que candace ‘8, Museu Estadual de ‘rte Ean ‘Abaixo, brecelate que pertenceu @ candace Amanixaquete, siculo Tal.Colegae de ‘rte Egipcia da ‘Alemanna, Munique Ee) L.Destaque, com base no texto, priticas desenvolvi- ‘das pelos naibios que demonstram o carter eomple- x0 da civilizagao que eles construiram, 2. Associe os elementos presentes nessas joias com as ‘caracteristicas da sociedade ndbia do perfodo me- roita (doe. 3. do Nita 8 de Mesopotémia cages @ )) comoz-cv ww Retomar conteudos EE] sincetizeainformagio principal apresentada no texto Se a seguir HED Na regiso do crescenteFéri,embora cercada por teras ridas, ocorreu a sedentatizagao de diferentes povos ‘Qualainfluéncia do meio natural na fixagio populacio- nal na regio e no surgimento de vitias civilizacbes? ‘Apenas por volta de 3000 a.C. ¢ que se pode perceber uma clara diferensa entre a civilizagio do Explique a forma de orgunizagio poltia das cidades- baixo vale do Nilo, eglpco, «0 alto vale, nubio. Ate “Eatado mesopotimcas. ssa pa, prétcas ners, cerdmicanstrumentos de pecra e posteriormente de metal, muito semelhan- © que os zigurates representavam na cosmogonia tes, sen inticos, so encontrados desde Cartum, rmesopottinlea? no sul, até Matuar, perto de Assiut, no norte. Tais, ‘bjetos testemunham um forte parentesco entre as varias regides no tocante tanto 8 organizagao social, crengas religiosase rituals funerdrias, quanto ao modo Como o Estado egipcio administrava os excedentes da produgio agricola? ‘Querelacio de continuidade a foto possibilita pereeber de vida, em que a caga, a pesca e a criagdo animal fenteeo Spit antigo ea sociedade egipeia atual [doe 2, estavam associadas a uma forma de agricultura ainda ps3 rudimentar.” De que modo a religido fundamentava o poder dos AAAM,ShehataAinportérte da Nabi: um elo etre a faraée no antigo Egito? rem canteal o9 Madtorneo, In: KI-ZERGO 1 (Org Maton ‘eral da Arica, Sao Paul: Atice/Unesco, 1882 v.2.p. 232. Em sua opinii, os mitos e os rituais velacionados & morte si vestigios histéricos vilidos para o conheci- mento de uma sociedade como a egipcia? Justifique sua resposta, Pesquisar B\« Leia a noticia sobre recentes descobertas arqueolégicas: A organizacio do Estado no Egito e na Mesopotamia no Sudo, ‘nha bases em comum? Quais eram essas bases? No que se diferenciavamn? ‘Quais formas de intercambio favoreceram as trocas “Trés estétuas em pedra datadas do periodo Me- culturais entre o Egito e os reinos da Nubia? +06 (450 a.C, e 300 d.C) foram descobertas nos sitios - arqueolégicos do Sudao, na Africa As esculturas, que Por que a figura das candaces chama a atensio dos contém inscrigbes da antiga escrita merotica, sf0 as sstudiosos da culeura nabia? ‘mais completasj8 encontradas. (| Todas as esculturas ‘encontradas séo de um carneiro que sabemos represen- ww Ler textos e imagens tava o deus Amun, considerado rei dos deuses egipcios « forg ciadora da vide A curios dade sobre as estatuas Observe aimagem eresponda: que caracteristicas das descobertas desta vez & que todas tém inscigbes muito crengas e priticas funerdrias do Egito antigo podem ser ‘observadas no sareéfago? antigasedificeis de interpretar.[..] ‘A importancia das estétuas [.] € que suas inscrigoes estdo gravadas numa lingua mais antiga do que todas as inscrigdes que se conhece no Meroé.[.) DISSAL, René-Pierte, oscabert: estetuas do reinade ‘Kush no Sudo, 17 dez. 2008. Oisponivelem hetpllperenr naculurawordpresscom. ‘Acesso om 25 jl, 2008. 4) Que conhecimentos sobre a cultura meroitica po- dem ser elaborados com base nessas descobertas? ») Forme um grupo com os colegas para pesquisar, em livros e na internet, informagdes obtidas com as novas descobertas relacionadas ao antigos niibios. 6) Apresentem o resultado da pesquisa para os demais: ‘grupos, destacando o papel das novas descobertas arqueoidgicas no conhecimento histérico elaborado sobre esses povos. Sarcofago onde teria sido enterrade fs, neta do ferad 4) Registre em um texto as descobertas ¢ os debates Ramses Il, 1B0C-1400 aC. Sacara,Egita, foto de 2008, realizados por sua turma. )))traa-0 Preiss ts rita ented rate aD mB

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