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Ac 10s TRG Processo: Relator Descritores: N* do Documento: Data do Acordio: Votasio Texto Integral: Meio Processual: Decisio: Indicagdes Eventuais: Decisio Texto Integral: Acérdio do Tribunal da Relagao de G 1913/19.1T8VNF-A.GI FERNANDO FERNANDES FREITAS EXECUCAO DE SENTENCA CONDENACAO GENERICA ILIQuIDEZ, RG 28.05.2020 UNANIMIDADE s APELACKO APELAGAO PROCEDENTE 2+SECCAO CIVEL imaraies 1-A excepgao das sentencas proferidas em acgdes de simples apreciagao, nas quais 0 tribunal se limita a apreciar e deciarar a existéncia ou a inexisténcia de um direito ou de um facto juridico, so titulas executivos tanto as sentengas proferidas numa acgao declarativa de condenacao como as proferidas em acgGes declarativas constitutivas, desde que, quanto a estas, a sentenca proferida contenha, explicita ou implicitamente, uma componente condenatéria, IL As obrigagdes de restituigo, nos termos do disposto no art.° 290.° do C.C., devem ser cumpridas simultaneamente, devendo o exequente, nos termos do disposto no art.° 715.° do C.P.C,, alegar e provar documentalmente, no préprio requerimento executivo, que efectuou ou ofereceu a prestacao. Se nao puder fazer a prova por documento oferece as, provas que tiver. Il Sao requisitos de exequibilidade da sentenga, nos termos do disposto no art° 704.° do C.P.., 0 transito em julgado, sem embargo de poder ser executada se ao recurso dela interposto for fixado 0 efeito meramente devolutivo, e ainda a liquidez. IV- De acordo com o disposto no n.° 6 do art.° 704.° do C.P.C.. tendo havido condenagao genérica, e no dependendo a liquidagao da obrigagao de simples calculo aritmético, a Sentenga s6 constitu’ titulo executivo apés a liquidagao no processo declarativo, sem prejuizo da imediata exequibilidade da parte que seja liquida e do disposto no n° 7 do art.’ 716.° (que regula a hipotese de a iliquidez da obrigagao resultar de esta ter por objecto uma universalidade). V- Uma sentenca que, declarando nulo um contrato-promessa de compra e venda celebrado pelas partes, determine a restituigéo do que tiver sido prestado’, nao fixa o quid nem 0 quantum da prestagao, carecendo, por isso, do requisito da liquidez, pelo que ‘nao consfitui titulo executivo enquanto se no proceder a liquidacao das obrigagoes exequendas, ACORDAM EM CONFERENCIA NO TRIBUNAL DA RELAGAO DE GUIMARAES A) RELATORIO 1.-M. C., deduziu os presentes embargos por oposicao 4 execugao de sentenga, intentada como para prestagao de facto e convolada para entrega de coisa certa, que Ihe move a sociedade comercial “Construgées J. P. & Filhos, Ld.*", invocando a falta de titulo executivo, ja que a sentenga dada a execugdo foi proferida numa acgéo comum que ele proprio moveu 4 Embargada/Exequente, na qual pediu, com fundamento no disposto no art.° 830.° do C.C., que fosse proferida sentenga que produza os efeitos da declaracao negocial daquela (1.* Ré), ou, caso assim se nao viesse a entender, que os Réus fossem condenados a pagarem-Ihe uma indemnizagao na quantia de € 200.000, tendo sido proferida a seguinte decisao: *a) Julgar a acgao totalmente improcedente ¢ em consequéncia absolver os Réus dos pedidos formulados nos presentes autos pelo Autor; b) Declarar a nulidade do contrato promessa de compra e venda celebrado entre o Autor e a Ré Construgées J. P. & Filhos Lda e consequentemente determinar a restituigao do que tiver sido prestado.” Face a esta decisdo, defende o ora Embargante/Executado, “nao foi condenado em nada, a nao ser no pagamento das custas processuais’, nao constituindo, pois, a sentenga titulo executivo. Invoca ainda o Embargante/Executado a bilateralidade das prestagdes, alegando ter ficado provado na referida ac¢ao que, por conta do prego da compra efectuou pagamentos a ora Embargada/Exequente prestando-Ihe trabalhos da sua especialidade, alguns realizados na propria habitagao n.° 22, e invoca o direito de retengao para nao ser obrigado a restituir o imével enquanto Ihe nao forem pagos os seus créditos. A.Embargada/Exequente contestou os embargos, defendendo, em sintese, que o Tribunal “determinou’ a restituigaio do que tiver sido prestado, o que é o mesmo que condenar a restituir. No mais impugna e opde-se as pretensdes apresentadas pelo Embargante/Executado, alegando, designadamente, que este apenas tem direito a retirar do interior da referida habitacdo toda a sua mobilia, a bomba de calor que ali colocou e os motores elétricos dos estores, podendo ainda retirar os acabamentos de gesso do interior visto que os tetos de pladur que la colocou sdo amoviveis. Findos os articulados foi proferido douto despacho saneador que, conhecendo do mérito dos embargos decidiu “1.- Julgar improcedentes os presentes embargos 4 execugao e, em consequéncia, determinar o prosseguimento da a¢ao executiva apensa contra 0 ora embargante. 2.- Julgar improcedente o pedido de condenagao do embargante como litigante de ma-fé.", Inconformado, traz 0 Embargante/Executado o presente recurso pedindo a revogacao da supratranscrita decisao e a sua substituigao por acérdao que julgue procedentes os embargos. Contra-alegou a Embargada/Exequente propugnando para que se mantenha o decidido. O recurso foi recebido como de apelacao com efeito devolutivo. Colhidos, que se mostram, os vistos legais, cumpre decidir. Il O Apelante/Embargante formulou as seguintes conclusées: 1. Asentenca dada em execugao constitui uma sentenga declarativa de simples apreciacao, onde se apreciou, oficiosamente, 0 vicio de nulidade, por falta de forma, do contrato-promessa de compra e venda relativo & habitagdo n.° 22 referenciada nos autos, celebrado verbalmente entre a exequente/embargada /apelada e 0 executado/embargante/apelante, este por si e enquanto Unico sécio e gerente da .. - Unido de Isolamento do ... Limitada 2. Nessa acgao onde foi proferida tal sentenga, por se tratar de uma acgao instaurada pelo embargante/apelante, ali autor, contra a embargada/apelada, ali ré, e em virtude da reconvengao ter sido julgada inepta e dela absolvido o autor da instncia, nao podia o autor ser condenado, pois sé ele é que tinha formulado pedidos contra a embargada/apelada, ali ré. 3. Tal sentenga ndo consfitui uma sentenga condenatéria e, por isso, nos termos do disposto no art. 703.° do Céd. Proc. Civil, nao constitui um titulo executivo, tendo a execucdo, que com estes embargos se pretende extinguir, sido instaurada sem titulo exequivel. 4. Na referida sentenga dada em execugdo, como consequéncia da nulidade oficiosamente declarada e por aplicacao do disposto no art 289.° do Céd. Civil, foi determinada “a restituigao do que tiver sido prestado”, ou seja, ali declarou-se que deveria ser restitufdo tudo o que foi prestado entre as partes. 5. Dessa declaragao de nulidade proferida pelo tribunal e do disposto no art. 289.° do Céd. Civil, desse desfazer desse contrato-promessa de compra e venda celebrado verbalmente, resultam obrigacées de restituigao para as partes contratantes, devendo essas obrigagdes, que so reciprocas, ser prestadas em simulténeo, nao fazendo sentido que uma parte (embargada/apelada) pretenda a restituigdo da habitacao, mas ja nao esteja disponivel para, nesse ato de restituicao, restituir ou pagar a outra parte (embargante/apelante) o valor correspondente aos trabalhos e materiais prestados pela contraparte. 6. Da referida sentenca dada em execugdo emergiram obrigagdes bilaterais, aplicando-se em relagao a tais obrigagdes e respectivos titulares a excegao do ndo cumprimento do contrato previsto no art. 428. do Céd. Civil, podendo o embargante/apelante invocar tal excegao enquanto a embargada/apelada ndo cumprir a sua obrigagao 7. 0 executado/embargante goza do direito de retengao sobre a habitagdo n.° 22, nos termos do artigo 754.° e seguintes do Céd. Civil, direito que expressamente pode invocar e pretende exercer enquanto a exequente/embargada nao prestar a sua obrigagao, ou seja, nao restituir os bens e/ou valores correspondentes as obras, trabalhos e materiais aplicados que Ihe foram prestados pelo executado/embargante, parte deles, na habitagao n.° 22, em cumprimento daquele contrato-promessa, incluindo os valores correspondentes as obras, trabalhos e materiais aplicados e realizados pela *.. - Unido de Isolamentos ..., Limitada” na “Quinta...” @ em outras obras da exequente/embargada, cedidos ao executado/embargante 8, Esse direito de retengao foi invocado pelo embargante/apelante nos presentes embargos de executado, sendo precisamente nestes autos 0 momento adequado para tal direito ser pedido e para ser reconhecido, em virtude de se verificarem os requisitos legais para o mesmo ser reconhecido, j4 que sé com a execugdo é que passou a ser exigida a entrega da habitagao e na agao deciarativa nao estava validamente formulado nenhum pedido de entrega dessa habitacao. 9. Com a citagao devia o st. agente de execucdo notificar a0 executado/embargante 0 despacho liminar proferido pelo tribunal onde se decidiu que a execugao para prestacdo de facto instaurada pela exequente passasse a ser uma execucao para entrega de coisa certa, constituindo a omissao de tal notificagdo uma nulidade processual, que teve efeitos na tramitagao dos autos e sobre 0 qual o executado nao teve oportunidade de tomar posigao, por desconhecer tal despacho. 10. Da sentenga dada em execucdo, designadamente do ponto 16. dos Factos Provados decorre ser a habitacdo n.° 22, objeto da entrega levada a efeito pelo sr. agente de execugdo, a residéncia do executado/embargante, pelo que deveria ter dado cumprimento ao disposto nos artigos 859-° e seguintes do CPC. 11, Em conformidade com os factos alegados sob os artigos 26.° a 50. dos presentes embargos de executado, que aqui se dao por reproduzidos, os atos praticados (= factos dos artigos 26.° a 29.°, 34.°, 35.° e 44.° destes embargos) e os atos omitidos (= factos dos artigos 40.°, 41.°, 45°, 48.° ¢ 49.° destes embargos) pelo sr. agente de execugao e pela exequente, constituem nulidades e ébvias violagées, entre outras, dos artigos 626.°, 855.°, 859.°, 861.°/6 e 863.° todos do C.P.C., que importam a anulagao de todo o processado posterior ao Requerimento Executivo. 12. Ao julgar como julgou, o tribunal recorrido nao aplicou e antes violou as normas dos artigos 428.° e 754.° e seguintes do Céd. Civil, 626.°, 703.°, 855.°, 859.°, 861.° e 863.° do CPC, decidiu contra a jurisprudéncia do douto acérdao do Tribunal da Relagao de Guimaraes de 11-10-2018, supra citado, interpretou incorrectamente a sentenga dada em execugao e incorreu em erro de julgamento. Il. Como resulta do disposto nos art.°5 608.°, n.° 2, ex vido art.” 663.°, n° 2; 635.%, n.° 4; 639.°, n.°° 1 a 3; 641.°, n.° 2, alinea b), todos do C.P.C., sem prejuizo do conhecimento das questées de que deva conhecer-se ex officio, este Tribunal sé poderd conhecer das que constem nas conclusdes que, assim, definem e delimitam 0 objecto do recurso. Consideradas, pois, as conclusées acima transcritas, as questées que ai vem suscitadas sdo as seguintes: - falta de titulo executivo; - fundamentos da recusa da entrega com base na reciprocidade das duas obrigagées e no direito de retencao; - nulidade da citagao; - nulidade dos actos praticados pela Exequente e pelo Agente de Execugao. B) FUNDAMENTACAO IV.- A) O Tribunal a quo considerou assente nos autos que: 1.- No passado dia 05-03-2019, a exequente apresentou a execugdo a douta sentenga proferida pelo J3 dos Juizos Centrais Civeis de Braga da Comarca de Braga, no ambito do proceso n.° 510/13.0TBEPS, no passado dia 09 de maio de 2018, junta com o requerimento executivo e cujos dizeres se dao aqui por integralmente reproduzidos. 2.- Nos dizeres dessa douta sentenga consta, além do mais, a seguinte decisdo: “Pelo exposto, decide-se: a) Julgar a acedo totalmente improcedente e em consequéncia absolver os Réus dos pedidos formulados nos presentes autos pelo Autor; b) Declarar a nulidade do contrato promessa de compra e venda celebrado entre o Autor e a Ré Construgées J. P. & Filhos Lda e consequentemente determinar a restituigao do que tiver sido prestado. Custas pelo Autor. Registe e notifique.” 3.- Nessa douta sentenga foram dados como provados os seguintes factos: 1. O Autor dedica-se a actividade de colocacao de paredes e tectos falsos na construgao civil tendo uma longa e antiga relagéo profissional com o Réu J. P, sécio gerente da sociedade Ré, por forca da qual se criaram lagos de amizade. 2. AR6 sociedade construiu uma urbanizagao de moradias sita na “Quinta ...", lugar de ..., freguesia de ... Esposende. 3. Em data nao concretamente apurada 0 Autor e o Réu J. P,, na qualidade de sécio gerente da sociedade Ré, acordaram verbalmente que esta prometia vender ao Autor, que Ihe prometia comprar, a habitagao n.° 22 da referida “Quinta ...” pelo prego de € 200.000, 00. 4, Mais acordaram que o referido prego seria pago através de trabalhos de colocagao de tectos falsos a realizar nas moradias em construgéo na referida “Quinta ...", e em outras obras que a Ré sociedade levava a cabo, pela sociedade Unido de Isolamentos ... Lda, de que 0 Autor era sécio gerente na altura, e ainda que a escritura seria outorgada quando 0 prego se encontrasse pago, ficando a cargo do Autor o pagamento da escritura, do registo e inerentes obrigagées fiscais. 5. Assim, a referida habitagao 22 ficou com a mengdo de “vendida” na agéncia imobiliéria “x”, para que eventuais outros compradores soubessem que a mesma jé estava negociada 6. Na sequéncia do referido em 3) e 4) 0 Autor fez a sua custa os acabamentos em gesso cartonado na referida habitagao n.° 22, colocou estores eléctricos, bomba de calor e mobilou a casa. 7. Na sequéncia do referido em 3) e 4) a sociedade Unido de Isolamentos ... Lda realizou diversos trabalhos de colocagao de tectos falsos na referida “Quinta ...”, @ em outras obras que a Ré sociedade levava a cabo. 8. Em 2008 a habitagao n.° 22 encontrava-se pronta a habitar e a Ré sociedade, por intermédio do Réu J. P. entregou-a ao Autor. 9. Em meados do ano de 2008 a filha do Autor C. C. mudou-se para a referida habitagao para nela residir, tendo al morado cerca de um ano e meio. 10. O Autor interpelou a Ré sociedade para que outorgasse a escritura de compra e venda da referida moradia, designadamente através de carta datada de 20 de Fevereiro de 2013, cuja cépia consta de fis. 9 dos presentes autos e cujo teor aqui se dé por integralmente reproduzido. 11. AR6 sociedade respondeu ao Autor através de carta datada de 05/03/2013 negando que a moraaia estivesse paga e notificando o Autor para liquidagao integral da casa até ao dia 30/03/2013 conforme consta do documento de fis. 8 cujo teor aqui se dé por integralmente reproduzido. 12. A sociedade Unido de Isolamentos ... Lda foi declarada insolvente por sentenga de 06/06/2012, no dmbito do processo n.° 551/12.4TBEPS, que correu termos no 1° Juizo do Tribunal Judicial de Esposende, o qual foi encerrado por insuficiéncia da massa insolvente. 13. Em 18/08/2011 0 Autor renunciou ao cargo de gerente da sociedade Unio de Isolamentos ... Lda, tendo sido nomeado gerente J. G.. 14. Apés 0 referido em 8) e enquanto morou na habitagéo n.° 22 a filha do Autor assumiu 0 pagamento das quotas do condominio. 15. A Ré sociedade enviou a filha do Autor, C. C., carta registada com aviso de recep¢ao, datada de 18/01/2010, solicitando que a mesma deixasse livre e desocupada até ao dia 31/01/2010 a habitagao n.° 22 uma vez que até a data nao tinha sido liquidado o valor da sua aquisigao, conforme do documento de consta de fis. 57 v°, cujo teor aqui se dé por integralmente reproduzido, o que aquela de imediato cumpriu. 16. Apés a saida de sua filha, 0 Autor mudou-se para a referida habitagao, passando a nela residir. 17. Como a sociedade Unido de Isolamentos ... Lda necessitaria sempre de liquidez mensal para pagar as suas despesas, nomeadamente salarios e fornecedores, acordaram Autor e Réu J. P. que acertariam quais os valores que teriam de ser pagos pela Ré sociedade e quais os que nao seriam pagos porque seriam abatidos aos €200.000,00 do prego de venda da referida habitacao. 18. A sociedade Unido de Isolamentos ... Lda emitiu diversas facturas em nome da Ré sociedade relativas aos trabalhos de colocagao de tectos falsos realizados nas moradias em construgao na referida “Quinta ...”, ¢ em outras obras que a Ré sociedade levava a cabo, que esta pagou. 19. A Ré sociedade e a sociedade Unido de Isolamentos ... Lda subscreveram um documento denominado Contrato de Empreitada, datado de 21 de Abril de 2010, pelo qual aquela entregou a esta “os trabalhos de tectos falsos em placa de gesso cartonado com isolamento e sem isolamento”, pelos quais pagaria o prego de €16,25 e €14,00, respectivamente, mais IVA a taxa legal em vigor, conforme consta do documento de fis. 37 cujo teor aqui se dé por integralmente reproduzido. 20. O Autor divorciou-se em Outubro de 2009. 21. O Autor emigrou para Franga em 2011 e cedeu a quota que tinha na sociedade “Unido dos Isolamentos do 4. Nessa douta sentenga foram dados como ndo provados os seguintes factos: 1. Que o Réu J. P. assumiu pessoalmente o cumprimento do acordo referido em 3) ¢ 4) dos factos provados declarando que se algo acontecesse 4 Ré sociedade e esta nao pudesse cumprir ele indemnizaria 0 Autor pessoalmente num valor de cerca de €200.000,00 equivalente ao valor dos trabalhos realizados pelo Autor que seriam pagos com a entrega da moradia. 2. Que a declaragao referida no ntimero anterior foi condigéo essencial para o Autor aceitar a celebrago do referido acordo. 3. Que em finais de 2007, inicios de 2008, o Autor ou a sociedade Unido de Isolamentos ... Lda tivessem realizado trabalhos nao pagos em dinheiro no valor de €200.000, 00. 4. Que em 2008, a filha do Autor, C. C., sob aconselhamento e orientagao do pai, negociou com a Ré sociedade a compra da habitagdo 22, da “Quinta ..." necessitando de recorrer ao financiamento bancario. 5. Que pouco tempo apés terem negociado a compra da habitagao 22, 0 Autor, alegando que a filha queria sair de casa e nao tinha sitio onde morar, pediu ao réu marido que a deixasse habitar na referida moradia antes da realizagao da escritura publica de compra e venda e que o Réu marido anuiu ao pedido do Autor por este ser pessoa da sua confianca. 6. Que foi apenas apés o referido em 16) que 0 Autor propés ao Réu J. P. adquirir a referida habitagdo, e em nome da sua sociedade, pagando- a.com os trabalhos de colocagao de tecto falso que iria fazer para Ré sociedade. 7. Que a Ré sociedade efectuaria a favor da sociedade “Unido de Isolamentos ..., Lda” uma escritura de dago em pagamento tendo por objecto a referida habitagao. 8. Que no contrato referido em 19) dos factos provados nao se estipulou a venda da habitacao 22, porquanto era impossivel definir datas e formas de pagamento prestacional, por nao saberem os valores exactos que, mensalmente, seriam pagos pela Ré sociedade e quais os que iriam ficar em débito na contabilidade para posterior pagamento com a dita moradia. 9. Que apés a saida da sua filha C. C. 0 Autor solicitou ao Réu J. P. que 0 deixasse ir viver na referida casa e que este anuiu. 10. Que por forga da crise econémica o Autor, alegando dificuldades econémicas, dizia ao Réu J. P. que necessitava de receber a totalidade dos trabalhos efectuados porquanto necessitava de toda a liquidez possivel para continuar a laborar. 11. Que a Ré sociedade pagou ao Autor e 4 sociedade “Unio de Isolamentos ..., Lda” todos os trabalhos que realizaram. 12. Que a carta referida em 15) dos factos provados foi enviada pela Ré sociedade a pedido do Autor por se encontrar desavindo com a filha e pretender que esta deixasse a casa. 13. Que 0 comportamento dos Réus esteja a causar incémodos e prejuizos ao Autor. 6.- Nessa douta sentenga consta, além do mais, o seguinte: “No caso conereto, e conforme referido o contrato promessa é nulo por nao respeitar a forma legal pelo que insusceptivel de execucao especifica Tanto basta, parece-nos, para que tenha de concluir-se pela improcedéncia do pedido principal formulado nos presentes autos pelo Autor. Importa entao apreciar o pedido subsididrio. Pediu 0 Autor, a este titulo, a condenagdo solidéria dos Réus a pagar ao Autor uma indemnizagao na quantia de €200.000,00, valor alegadamente equivalente ao dos trabalhos realizados pelo Autor que, segundo este, seriam pagos com a entrega da moradia. Relativamente aos Réus J. Pe ©. P, é absolutamente manifesto, em face da factualidade provada (¢ dos factos considerados nao provados; v. pontos 1) e 2)) que sobre os mesmos nao recai qualquer obrigagao de indemnizar 0 Autor. A questao, a colocar-se, respeita apenas 4 Ré sociedade, até porque, qualquer intervengao do Réu J. P. no acordo celebrado foi na qualidade de legal representante daquela. Dos factos provados nao resulta que 0 Autor ou a Sociedade Unido de Isolamentos ... Lda, da qual a data era sécio gerente, tivessem realizado trabalhos nao pagos em dinheiro no valor de €200.000,00. De todo 0 modo, e conforme resultou do acordado, os trabalhos foram realizados pela sociedade Unio de Isolamentos ... Lda que procedeu a emisséo de diversas facturas em nome da Ré sociedade, embora também néo resultasse demonstrado que a Ré tivesse pago a totalidade dos trabalhos realizados. Nao existe por isso também fundamento gerador da obrigagao da Ré indemnizar o Autor na quantia de €200.000,00, improcedendo o pedido subsidiario. Assim, @ em face do exposto deverd declarar-se a nulidade do contrato promessa verbal celebrado entre o Autor e a Ré sociedade, devendo por forga de tal declaragao ser restituido tudo o que tiver sido prestado. Nao obstante 0 Autor ter mencionado no artigo 23° da peti¢ao inicial o direito de retengdo sobre a habitagéo n.° 22 a verdade 6 que nao formulou qualquer pedido respeitante existéncia e reconhecimento de tal direito pelo que se nao apreciaré tal questo. No que toca as custas so integralmente da responsabilidade do Autor em face do seu total decaimento (artigo 527° do Codigo de Processo Civil)". 6.- Por despacho proferido nos autos de execugao no passado dia 27- 03-2019, ja transitado em julgado, foi doutamente decidido o seguinte: exequente “Construgées J. P. & Filhos, Lda.” veio interpor execucao de sentenga para prestagao de facto, efetuando os seguintes pedidos: *- Requer seja fixado o prazo de 10 dias para o executado entregar 4 exequente a habitagao n.° 22, do Aldeamento "Quinta ...", sito na Rua ..., lugar de ..., .... Esposende, livre e devoluta de pessoas e bens, a saber livre da mobilia do executado, da bomba de calor que ele nessa habitacao colocou, dos motores dos estores elétricos, com excegao do da sala, que ele 1a colocou e dos acabamentos em gesso cartonado que deverao por ele ser retirados, devendo ainda o executado recolocar a caldeira de aquecimento da marca Bosh Vulcano que Ihe foi entregue aquando a habitagdo. - Requer-se ainda seja fixado, nos termos do artigo 868°, n.° 1, do CPC, uma sangao pecuniaria compulsoria no montante de € 100,00 por cada dia de mora na entrega da referida habitago 4 exequente.” Ora, em primeiro lugar, o pedido de entrega de imével ndo se enquadra na execucao para prestagao de facto (art. 868.° do NCPC), mas sim na execugao para entrega de coisa certa (art. 859.° do NCPC), de tal forma que a execugao deve ser convolada neste sentido, seguindo a tramitagdo prevista nos arts. 626.°, n.° 3, 855.° e 861.° do NCPC. Em segundo lugar, a exequente no dispde de titulo executivo quanto aos demais pedidos deduzidos, pois da sentenca exequenda apenas resulta a condenagao 4 restituicéo do que tiver sido prestado por forca do contrato promessa de compra e venda do imével referido que a sentenga declarou nulo, ou seja, no que ora releva, a condenagéo na restituigéo a exequente do imével que entregou por fora desse contrato promessa (na sentenga exequenda decidiu-se, “Declarar a nulidade do contrato promessa de compra e venda celebrado entre 0 Autor e a R6 Construgées J. P. & Filhos Lda e consequentemente determinar a restituigao do que tiver sido prestado’). E, se, porventura, assiste a exequente o direito 4 entrega de outros bens ou a prestagao de algum facto pelo executado (fungivel ou infungivel, sendo que apenas quanto a estes seria admissivel a saneao pecuniaria compulséria, nos termos do art. 829.°-A, n.° 1, do CC), tal ndo resulta da condenagéo da sentenga exequenda, sequer por referéncia aos factos ai provados, tendo a exequente de recorrer & agao declarativa para o efeito. Assim sendo, nesta parte, 0 requerimento executivo deve ser liminarmente indeferido, por falta de titulo executivo, nos termos do art. 726.°, n.° 2, al. a), do NCPC. Nestes termos: a) indefiro liminarmente o requerimento executivo, por falta de titulo executive, quanto aos pedidos de prestagéo de facto e de condenagao em san¢éo pecuniaria compulséria; b) Determino a convolagéo da execucdo em execugao de sentenca para entrega de coisa certa, admitindo liminarmente o requerimento executivo apenas quanto ao pedido de entrega da habitagao n.° 22, do Aldeamento "Quinta ...", sito na Rua ..., lugar de ..., ... Esposende, seguindo a tramitagao prevista nos arts. 626.°, n.° 3, 855.° e 861.° do NCPC. Custas pela exequente, na proporgao de 50 % das devidas no presente pela execugao. Notifique e cumpra-se." 7.- Em momento algum, o ora embargante informou os autos de execugao ou o agente de execugao de que o imével objeto de entrega era a sua residéncia, 8.- Antes de intentar a ago executiva, a exequente interpelou 0 embargante para proceder a entrega do imével. B) Resulta ainda dos autos que: 9.- Na acco referida, a aqui Embargada/Exequente deduziu reconvengao contra 0 ora Apelante (ali Autor) pedindo a condenagao deste a devolver-Ihe 0 gozo da habitacao e a pagar-Ihe a quantia de € 36.000 de indemnizacdo pelo uso da mesma, e a quantia mensal de € 600,00 até efectiva entrega do local. Realizada audiéncia prévia, foi proferido despacho saneador que julgou inepto 0 pedido reconvencional, absolvendo da instancia o Reconvindo (ora Apelante (cfr. fis. 63v.° destes autos, que corresponde a folha 1v.° da sentenga). 10.- Na petigdo inicial dos presentes embargos, 0 ora Apelante, descreveu os actos levados a efeito pelo Agente de Execucao, designadamente a entrada no interior da habitagao, a substituigao do canhao da fechadura, e afirmou, nos artigos 30° e 31° que: “Ao pretender entrar na referida casa de habitacdo, sua residéncia, 0 executado/embargante constatou que as chaves nao entravam na fechadura, tendo constatado de imediato que alguém tinha procedido & mudanga do canhao da fechadura’. “De seguida, adquiriu um novo canhdo de fechadura, retirou aquele canhdo referido sob o art. 27° ali mandado colocar pelo sr. agente de execugao N. M. e colocou na porta 0 novo canhao por si adquirido, de modo a poder entrar na sua residéncia e ai continuar a residir.” (cfr. fls. 7v.° destes autos). v.- A cabega dos titulos executivos, taxativamente enumerados no n.° 1 do art.° 703.° do C.P.C., constam as sentengas condenatérias - cfr alinea a). 1.- Cré-se ser agora entendimento pacifico o de que, a excepgao das sentengas proferidas em accdes de simples apreciagao, nas quais 0 tribunal se limita a apreciar e declarar a existéncia ou a inexisténcia de um direito ou de um facto juridico, so titulos executivos tanto as sentengas proferidas numa aceao declarativa de condenagao como as proferidas em acgdes deciarativas constitutivas, desde que, quanto a estas, a sentenga proferida contenha, explicita ou implicitamente, uma componente condenatéria - cfr., por todos, o Acérdao do S.T.J. de 25/05/1999 (in Colectanea de Jurisprudéncia, Acérdaos do S.T.J., ano Vil, tomo Il, pags. 112-114), Com efeito, tendo as acgdes constitutivas por objecto a autorizagao de uma mudanga na ordem juridica existente, constituindo, modificando ou extinguindo uma relacdo juridica, em principio, o efeito util da sentenga produz-se automaticamente. Todavia, como observa MARCO CARVALHO GONGALVES, “estas sentengas podem encerrar igualmente uma componente condenatéria, pelo que esse concreto segmento da sentenga é susceptivel de execugao”, como sucede “com a obrigacao de entrega de uma coisa por forga da anulacdo ou resolugao de um contrato..." (in “Ligdes de Processo Executivo", Almedina, 2016, pag. 55, e nota-de-rodapé 130), indo no mesmo sentido JOSE LEBRE DE FREITAS (in “A Accao Executiva Depois da reforma da reforma’, 5.* ed., pags. 37-40) Como sucintamente referem VIRGINIO DA COSTA RIBEIRO e SERGIO REBELO, deve entender-se como sentencas condenatérias “qualquer decisdo judicial proferida no decurso da tramitagao de um processo, mesmo que contendo apenas um segmento de condenagao’ (in “A Aogao Executiva Anotada e Comentada’, Almedina, 2016-2." ed., pag. 131). Seguindo na mesma linha do entendimento que ja havia fixado no entéo Assento n.° 4/95, de 28/03/1995 (in D.R. n.° 114, | Série A, de 17/05/1995) 0 Supremo Tribunal de Justiga, no Acdrdao de Uniformizagao de Jurisprudéncia n.° 3/2018, proferido com a data de 12/12/2017 (in D.R. n.° 35, | Série, de 19/02/2018), consagrou 0 entendimento de que «O documento que seja oferecido a execugao ao abrigo do disposto no artigo 46.°, n.° 1, alinea, c), do Cédigo de Proceso Civil de 1961 (na redac¢ao dada pelo Decreto -Lei n.° 329 - AI95, de 12 de Dezembro), e que comporte o reconhecimento da obrigagao de restituir uma quantia pecunidria resultante de mutuo nulo Por falta de forma legal goza de exequibilidade, no que toca ao capital mutuado» Decidiu o mesmo Supremo Tribunal no Acérdao de 18/11/2004, que “instaurada acgao declarativa tendente a obter a declaragao de nulidade das compras e vendas de dois iméveis, e a condenagao dos demandados na restituigao destes bens, a sentenga nela proferida, julgando plenamente validos e eficazes os aludidos negécios, e negando do mesmo passo provimento aos pedidos de declaragao de nulidade e de restituigao dos prédios, nao constitu’ titulo executivo susceptivel de fundar execugao dos réus contra o autor para entrega dos iméveis alegadamente ocupados por este”, pelo que “A resoluigao do conflito de interesses pressuposta no requerimento executivo devia ter tido lugar na acgao declarativa, mediante a formulagao, nos termos incontorndveis do artigo 3° do Cédigo de Processo Civil, do pertinente pedido por via de reconvengo, conducente a formagao de titulo executivo a favor dos demandados" (in Proc.° 048304, in www.dgsi.pt). 2.- No proceso principal, acgdo ordindria n.° 510/13.0TBEPS, o ora Apelante pediu que fosse “proferida sentenca que produza os efeitos da declaragao negocial” da ora Apelada, e subsidiariamente, caso assim nao viesse a ser entendido, pediu a condenagao dos Réus “a pagar-Ihe, solidariamente, uma indemnizagao na quantia de € 200.000". © Tribunal considerou que o contrato que 0 ora Apelante invocou era um contrato-promessa de compra e venda, e, sendo 0 objecto da promessa um bem imével, posto que foi celebrado verbalmente, conheceu oficiosamente da nulidade Julgou a acgao totalmente improcedente e absolveu os ali Réus (dentre os quais a ora Apelada/Embargada/Exequente) dos pedidos formulados pelo ora Apelante, havendo acrescentado um segundo segmento decisério a “Declarar a nulidade do contrato promessa de compra e venda celebrado entre o Autor e a Ré Construgées J. P. & Filhos Lda e consequentemente determinar a restituigao do que tiver sido prestado’. As obrigagées de restituigao, nos termos do disposto no art.° 290.° do Cédigo Civil (C.C.) devem ser cumpridas simultaneamente, devendo o exequente, nos termos do disposto no art.° 715.° do C.P.C., alegar e provar documentalmente, no préprio requerimento executivo, que efectuou ou ofereceu a prestacao. Se nao puder fazer a prova por documento oferece as provas que tiver. Sdo requisitos de exequibilidade da sentenga, nos termos do disposto no art.° 704.° do C.P.C., 0 transito em julgado, sem embargo de poder ser executada se ao recurso dela interposto for fixado o efeito meramente devolutivo, e ainda a liquidez De acordo com o disposto no n.° 6 do art.° 704.° do C.P.C., tendo havido condenagao genérica, nos termos do n.° 2 do art.° 609.° do mesmo Cédigo, e nao dependendo a liquidago da obrigagao de simples calculo aritmético, a sentenga sé constitu’ titulo executivo apés a liquidacdo no processo declarativo, sem prejuizo da imediata exequibilidade da parte que seja liquida e do disposto no n.° 7 do art.” 716.° (que regula a hipétese de a iliquidez da obrigacao resultar de esta ter por objecto uma universalidade), O segmento decisério acima transcrito nao quantifica nem especifica cada uma das prestagées a restituir. Havendo utilizado a formula legal, contante do n.° 1 do art.° 289.° do C.C., determinou a restituigao do que tiver sido prestado”, sem fixar, pois, 0 quid nem o quantum, Recorrendo a fundamentagao da sentenca também nao é possivel determinar o Ambito de cada uma das prestagées a restituir. Com efeito, e relativamente ao valor da compra, o Tribunal, depois de ter considerado provado que na sequéncia do acordo de compra e venda “o Autor fez a sua custa os acabamentos em gesso cartonado na referida habitagao n.° 22, colocou estores eléctricos, bomba de calor e mobilou a casa’ e “a sociedade Unido de Isolamentos ... Lda realizou diversos trabalhos de colocagao de tectos falsos na referida “Quinta ...”, e em outras obras que a Ré sociedade levava a cabo", ainda que, como esta sociedade “necessitaria sempre de liquidez mensal para pagar as suas despesas, nomeadamente salarios e fornecedores, acordaram Autor € Réu J. P. que acertariam quais os valores que teriam de ser pagos pela Ré sociedade e quais os que nao seriam pagos porque seriam abatidos aos € 200.000,00 do prego de venda da referida habitagao" e ainda que “A sociedade Unido de Isolamentos ... Lda emitiu diversas facturas em nome da Ré sociedade relativas aos trabalhos de colocacao de tectos falsos realizados nas moradias em construgao na referida “Quinta ...”, @ em outras obras que a Ré sociedade levava a cabo, que esta pagou’, na apreciagao do pedido subsididrio de condenagao no pagamento da indemnizacdo, ai formulado pelo ora Apelante (autor na acgao), deixou referido que “Dos factos provados néo resulta que o Autor ou a sociedade Unido de Isolamentos ... Lda, da qual 4 data era sécio gerente, tivessem realizado trabalhos nao pagos em dinheiro no valor de €200.000,00. De todo 0 modo, e conforme resultou do acordado, os trabalhos foram realizados pela sociedade Unido de Isolamentos ... Lda que procedeu a emissao de diversas facturas em nome da Ré sociedade, embora também néo resultasse demonstrado que a Ré tivesse pago a totalidade dos trabalhos realizados”. No seu requerimento executivo a Apelada/Exequente nada refere quanto a esta parte, havendo apenas alegado que enviou uma carta ao ora Apelante intimando-o a “entregar a moradia’, “livre e devoluta de pessoas e bens, nomeadamente livre do que resultou provado no ponto 6 dos factos provados da douta sentenga, a saber a sua mobilia, a bomba de calor, os motores dos estores elétricos, a excegao do da sala € os acabamentos em gesso cartonado”, destarte fixando unilateralmente o contetido de cada uma das prestagdes, 0 que nao foi aceite pelo ora Apelante. Posto que a sentenca dada a execugao carece do requisite da liquidez, nao constitu’ titulo executivo enquanto se nao proceder a liquidagdo das obrigagdes exequendas. Nao tendo sido requerida a liquidagao procede o fundamento de oposicao a execucao referido na alinea e) do art° 729.° do C.P.C. Termos em que se impée conceder provimento ao recurso e julgar procedentes os embargos e, com aquele fundamento, extinta a execugao. C) DECISAO Nos termos que se deixam expostos, acordam os Juizes desta Relagao em julgar procedente o presente recurso de apelagao, e, revogando a decisao impugnada, em julgar procedentes os embargos e extinta a execucao. Custa da apelagdo e dos Embargos pela Apelada/Embargada. Guimaraes, 28/05/2020 Fernando Fernandes Freitas Alexandra Rolim Mendes Maria Purificagéo Carvalho

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