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THE 13th LATIN-AMERICAN CONGRESS ON ELECTRICITY GENERATION AND TRANSMISSION - CLAGTEE 2019 1

Analysis of Distributed Photovoltaic Generation


considering Charges due to Demand of Reactive
Power
W. A. Castro Júnior, T. Y. F. Gadelha and J. B. Souza, DEE, UNESP

 localizada próxima aos centros de carga, conectada ao sistema


Abstract-- The objective of this work is to evaluate the aspects de distribuição ou na própria unidade consumidora [1] e para o
related to the installation of distributed photovoltaic generation in caso brasileiro o despacho não controlado pelo Operador
consumers where there are charges due to excess of demand of Nacional do Sistema (ONS).
reactive power in Brazil. In this sense, the possible technical and O Decreto nº 5.163, de 2004, classifica a GD como aquela
financial impacts that can be occasioned or aggravated, when the conectada diretamente no sistema elétrico de distribuição do
distributed photovoltaic generation is installed in this type of unit,
lado consumidor, com geração a partir de fontes renováveis de
are evaluated. Such research was motivated due to the
differentiated characteristics of this type of unit compared to energia ou de cogeração com eficiência energética maior ou
units where only the active power is billed. In addition, the igual a 75%, e com potência instalada inferior a 30 MW [2].
participation and sectoral evolution in the consumption of No Brasil, a GD pode ser instalada em qualquer tipo de
electricity in Brazil and the installed capacity of photovoltaic consumidor, com a função de fonte complementar ao sistema
solar energy was surveyed that it was verified eminent potential de distribuição ao qual está conectada, sendo classificadas em
of installation of distributed photovoltaic generation in the função da capacidade de produção de energia [3]:
studied units. Among the technical aspects the components of a a. Micro geração - Potência instalada até 75kW;
photovoltaic generation system are presented with special b. Mini geração - Potência instalada acima de 75kW
attention to the inverters and the measurement system. Regarding
the economic aspects, the measurement modes, the applied tariff
até 5MW;
system to the studied unit is approached. It is carried out a c. Usinas de geração - potência acima de 5MW.
projection of operation under defined conditions making use of
the equation applied according to legislation and current Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o Brasil
standards. A case study in a real unit is presented verifying the possuía em 2017, capacidade instalada de geração fotovoltaica
behavior of the generation curve, demanded consumption, as well da ordem de 935 MW. A micro e mini GD atingiu a potência
as the behavior of the power factor. The positive and negative instalada de 246,1 MW, destacando-se a fonte fotovoltaica
aspects of the installation of photovoltaic generation in this type com potência instalada de 174,5 MW [4].
of consumer unit are pointed out. Finally, the conclusions are
Nas informações apresentadas pela EPE referente à
presented evaluating the possible impacts.
participação dos setores no consumo de eletricidade no Brasil
Index Terms — Power Factor; Distributed Generation;
no ano 2017, constatou-se que mais de 70% do consumo de
Reactive Power; Power Quality; Photovoltaic System. energia elétrica no país é realizado por unidades onde o
sistema tarifário abrange contratação de demanda, tarifas
I. INTRODUÇÃO diferenciadas ponta e fora de ponta, cobrança sobre violação
dos limite de potência reativa trocada com a rede.
C onsiderando a preocupação da sociedade com a
conservação ambiental, sustentabilidade e economia, a
geração distribuída (GD) ganha destaque como uma
Realizando a comparação com o ano de 2016, foi
verificado uma evolução no consumo total de energia elétrica
da ordem de 0,9%, com destaque para o setor agropecuário,
alternativa para a geração de eletricidade. De forma genérica é com um crescimento de 1,7% e o setor comercial, com um
possível conceituar a GD, como aquela de pequeno porte, crescimento de 1,5% [4].
Este trabalho tem por objetivo analisar o impacto técnico
This study was financed in part by the Coordenação de Aperfeiçoamento regulatório tarifário nos consumidores sujeitos à cobrança de
de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Finance Code 001 reativos com geração distribuída fotovoltaica (GDFV)
W. A. Castro Júnior is of the Postgraduate in Electrical Engineering, instalada, no Brasil.
Department of Electrical Engineering, Ilha Solteira, SP
(wanderley.castro@unesp.br)
T. Y. F. Gadelha is of the Postgraduate in Electrical Engineering, II. REVISÃO
Department of Electrical Engineering, Ilha Solteira, SP
Nesta seção será realizada a revisão sob o aspecto da
(yurieletrica@gmail.com)
J. B. Souza is with the Department of Electrical Engineering, Ilha legislação aplicada à GDFV, aspectos técnicos e econômicos.
Solteira, SP (julio.borges@unesp.br)
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A. Geração Distribuída Fotovoltaica


TABELA I
Um sistema de GDFV basicamente é composto por
LIMITE DE FATOR DE POTÊNCIA PARA GDFV
módulos fotovoltaicos que utilizam a energia luminosa do sol
para produção de energia elétrica em corrente contínua e um Potência do
inversor de frequência responsável pela interface desse sistema inversor Ajuste de fábrica Tolerância
0,98 (indutivo ou
com a rede elétrica. Esse equipamento possui em sua Até 3kW FP unitário
capacitivo)
construção dispositivos que lhe conferem uma característica 0,95 (indutivo ou
Entre 3kW e 6 kW FP unitário
não-linear [5], [6]. São eles que realizam a conversão estática capacitivo)
FP unitário ou 0,90 (indutivo ou
da potência elétrica em CC para CA. Por conta desses efeitos a Maior que 6 kW
Ajustável capacitivo)
GD, e sobretudo os inversores, tem chamado a atenção de
concessionárias e pesquisadores da área com o objetivo de Esse modo de operação recomendado pela norma pode ser
avaliar tais impactos, considerando que os requisitos de fruto de preocupação para consumidores sujeitos ao
qualidade da energia estão cada vez mais rigorosos e que a faturamento de excedentes de reativos. Inversores operando
tecnologia ainda enfrenta alguns desafios técnicos [7]. Um com fator de potência unitário irão produzir somente potência
sistema genérico de GDFV é mostrado na Fig. 1. ativa e entregá-la prioritariamente ao consumo local,
reduzindo o consumo de energia ativa da rede, porém,
mantendo demanda de reativos da rede. No Brasil o fator de
potência é calculado pela razão da potência ativa e da potência
aparente, conforme (1).
P P
FP  (1)
S P  Q2
2

Do ponto de vista do consumidor, a GDFV tem como


principal objetivo reduzir os valores pagos à concessionária de
energia. Neste escopo a cobrança de excedente de reativos
impactará diretamente no retorno de investimento (payback).
Fig. 1. Sistema genérico de geração distribuída fotovoltaica. Neste sentido, uma planta que não demande potência ativa da
rede, contudo, mantenha o consumo de reativos, acarretará na
Para sistema de micro geração atendidos em baixa tensão, o diminuição do fator de potência, conforme ilustrado na Fig. 2.
sistema de medição poderá ser realizado com um medidor
bidirecional ou dois medidores unidirecionais conforme norma
brasileira. O sistema de medição bidirecional deve, no
mínimo, diferenciar a energia elétrica ativa consumida e
fornecida pela rede [8]. Para GD com potência superior a 75
kW, o medidor deverá ser de 4 quadrantes.
Para micro e mini GD, a resolução normativa nº 482, de 17
de abril de 2012, estabelece que a potência instalada fica
limitada à potência disponibilizada para a unidade
consumidora onde a GDFV será conectada. Em unidades onde
apenas a potência ativa é faturada, a potência disponibilizada
Fig. 2. Fator de potência visto pelo sistema de medição.
será a resultante da multiplicação da capacidade nominal de
condução de corrente elétrica do dispositivo de proteção geral Nesse exemplo ilustrativo a potência reativa demandada da
da unidade consumidora pela tensão nominal. Para as unidades rede é a mesma com ou sem a geração fotovoltaica. Com isso
onde considera-se como potência disponibilizada a demanda verifica-se que o fator de potência registrado viola os limites
contratada, esta demanda será o limite máximo para a estabelecidos na legislação em vigor, o que acarretará em
instalação da GDFV [9]. cobrança pela violação dos limites. Considerando que a
quantidade de potência reativa demandada é a mesma com ou
B. Fator de potência
sem a geração fotovoltaica, o consumidor arcará com um
A recomendação da norma Brasileira ABNT NBR pagamento que poderia ser suprido se o inversor realizasse a
16.149/2013 é que o inversor de GDFV seja capaz de operar compensação de reativos.
na faixa de fator de potência quando a potência ativa injetada
na rede for superior a 20% da potência nominal do gerador. C. Tarifação
Caso seja ultrapassado esse valor, o inversor deve ser capaz de No caso em estudo a tarifa cobrada é constituída em três
ajustar a potência reativa de saída automaticamente para modalidades, classificadas como, convencional, verde e azul.
corresponder ao FP predefinido [10]. Os valores Aparecendo nessa modalidades as componentes tais como
recomendados são apresentados na Tabela I. demanda de potência ativa contratada e potência reativa
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demanda. De (2) à (12), as variáveis possuem os seguintes T ref (R$) – tarifa bandeira verde do grupo B1
significados [11]: (residencial);
DQ Exc (R$) – valor da demanda de potência reativa
Pc - Valor tarifado para a potência ativa consumida; excedente.
Tc - Tarifa de consumo; Para as unidades em análise o fator de potência de
Cm - Consumo de potência ativa medido; referência ( FPref ), indutivo ou capacitivo, possui o valor
P d - Valor tarifado referente à demanda de potência ativa limite mínimo permitido, de 0,92 [11]. No ano de 2017, a
contratada; tarifa média do grupo B1 foi de R$ 453,56 por MWh [4].
T d - Tarifa de demanda;
Dcont - Demanda de potência ativa contratada;
D. Tributação
Pult - Valor tarifado para a potência ativa que ultrapassou a No sistema elétrico o imposto estadual sobre circulação de
demanda contratada; mercadorias e serviços (ICMS) é cobrado sobre o valor
Tult - Tarifa de ultrapassagem; integral da energia consumida não levando em consideração a
D m - Demanda de potência ativa medida. compensação de energia. Portanto a cobrança incidirá sobre a
Os índice fp e p incrementados às variáveis nas energia que a unidade consumidora produziu. Fato a
modalidades Azul e Verde, significam respectivamente os considerar é que não ocorre transferência de titularidade da
postos tarifários de fora de ponta e ponta. energia gerada, o que torna a incidência do imposto indevida.
Modalidade convencional - Caracterizada por tarifas de Buscando suprir o entrave tributário, foi sancionada a Lei
consumo de energia elétrica e demanda de potência, nº 13.169, de 6 de outubro de 2015, que reduziu a zero as
independentemente das horas de utilização do dia. Essa alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da Contribuição
modalidade encontra-se em fase de extinção [11]. para Financiamento da Seguridade Social – COFINS que
incidem sobre a energia injetada na rede [12], bem como o
Pc T c  C m (2)
Conselho de Política Fazendária autorizou os estados a
P d T d  Dcont (3) cobrarem ICMS apenas sobre a diferença entre a energia
Pult T ult  ( D m  Dcont) (4) consumida e a energia injetada. Contudo, essa autorização
Modalidade azul - Caracterizada por tarifas diferenciadas aplica-se somente à compensação de energia elétrica
de consumo de energia elétrica e de demanda de potência, de produzida por micro geração e mini geração definidas na
acordo com as horas de utilização do dia [11]. referida resolução, cuja potência instalada seja,
respectivamente, menor ou igual a 75 kW e superior a 75 kW e
P c (T c, fp  C m, fp)  (T c, p  C m, p ) (5)
menor ou igual a 1 MW e não se aplica ao custo de
P d (T d , fp  Dcont, fp)  (T d , p  Dcont, p) (6) disponibilidade, à energia reativa, à demanda de potência, aos
encargos de conexão ou uso do sistema de distribuição, e a
Pult T ult , fp  ( Dm, fp  Dcont, fp)  T ult , p  ( Dm, p  Dcont, p) (7)
quaisquer outros valores cobrados pela distribuidora [13].
Modalidade verde - Caracterizada por tarifas
diferenciadas de consumo de energia elétrica, de acordo com III. PERFIS DE FUNCIONAMENTO E CARACTERÍSTICA DE
as horas de utilização do dia, assim como de uma única tarifa OPERAÇÃO
para demanda de potência [11]. Neste item será realizada projeção de funcionamento ao
P c (T c, fp  C m, fp)  (T c, p  C m, p ) (8) longo do dia de uma unidade consumidora fictícia com
geração distribuída instalada. O perfil de carga fictício, é
P d T d  Dcont (9)
mostrado na Fig. 3. Nesse caso foi considerado uma unidade
Pult T ult  ( D m  Dcont) (10) que possui sistema de compensação de potência reativa, que
Potência reativa - Para todas as modalidades de tarifação mantem o fator de potência com valor superior a 0,98. As
de consumo e demanda de potência ativa a fórmula de cálculo curvas foram obtidas pela inserção de dados no programa
para cobrança do excedente de demanda de potência reativa da computacional implementado em plataforma Excel.
rede quando for o caso, são dados da seguinte forma [11]:
A. Perfis de funcionamento
n   FPref 
Q Exc  C m    1  T ref
 (11) A Fig. 3 apresenta o perfil de carga definido considerando
T  1   FPT  uma unidade onde existe demanda em períodos noturnos e
 n  FP ref   madrugada, como por exemplo de um supermercado, onde há
DQ Exc   max  D m    D cont ( posto)   T d , fp( azul ) (12)
 necessidade de funcionamento de equipamento de refrigeração
T  1 FP T   mesmo quando não existe atendimento ao público, sendo, Pd a
Onde: potência ativa e Qd a potência reativa demandas pela carga.
Q Exc (R$) – valor da potência reativa demandada da rede;
FPT – fator de potência medido no período;
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Fig. 6. Perfil de operação – Caso 1.


Fig. 3. Perfil de carga de unidade consumidora fictícia.

O perfil de geração fotovoltaica típica é apresentado na Fig. Analisando as Fig. 5 e Fig. 6, verifica-se que, à medida que
4, e leva em consideração que existe geração no período de 6h GD vai suprindo a demanda de potência ativa ocorre uma
às 18h, com geração máxima por volta do meio dia [4], sendo, queda do fator de potência visto pelo sistema de medição.
Pfv a potência ativa proveniente da geração fotovoltaica. Esse comportamento causará cobranças de potência e
demanda de potência reativa.
Para que não ocorra cobrança por violação dos limites, o
consumidor deverá utilizar um sistema que supra toda a
demanda de potência reativa, o que ocasionará uma elevação
no custo de instalação da planta FV, interferindo também na
taxa de retorno do investimento.

b. Caso 2
Considerando o mesmo sistema de medição do caso 1 e o
perfil de geração mostrado Fig. 4, que entrega potência ativa e
reativa, onde, o inversor da planta opera compensando a
potência reativa demandada pela carga nos horários críticos,
evitando ultrapassagem dos limite de reativos, na unidade com
Fig. 4. Perfil de geração fotovoltaico.
perfil apresentado na Fig. 3, obteve as curvas mostradas nas
Fig. 7 e Fig. 8.
B. Característica de Operação
Definidos o perfil de carga e de geração, são realizadas
simulações de casos fictícios distintos com o objetivo de
verificar o comportamento da curva de fator de potência.

a. Caso 1
Considerando a configuração com medidor bidirecional ou
de quatro quadrantes e o perfil de geração mostrado Fig. 4,
que entrega apenas potência ativa, na unidade com perfil
apresentado na Fig. 3, obteve-se as curvas mostradas nas Fig.
5 e Fig. 6, sendo, FPm o fator de potência visto pelo sistema
de medição, Sm a potência aparente medida, FPfv o fator de Fig. 7. Perfil de operação da GD na unidade consumidora fictícia - Caso 2.
potência da GD e Qm a potência reativa demandada da rede.

Fig. 5. Perfil de operação da GD na unidade consumidora fictícia - Caso 1. Fig. 8. Perfil de operação - Caso 2.
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Analisando as Fig. 7 e Fig. 8, verifica-se que, o fator de


potência permanece dentro dos limites estabelecidos pela
norma evitando, com isso, cobranças de potência e demanda
de potência reativa.
A utilização do inversor evita a ultrapassagem dos limites
estabelecidos no que se refere à potência reativa, contudo
convém esclarecer que esta ação acarretará em uma redução
da injeção de potência ativa no horário de geração nominal,
caso coincida com a necessidade de compensação reativa,
fato que também interferirá na taxa de retorno do
investimento.
Fig. 10. Energia reativa Excedente.

C. Estudo de Caso
É possível verificar que o faturamento de energia reativa
Uma vez analisado o problema, foram utilizados dados de excedente aumenta a partir do mês de abril de 2018 quando
uma unidade consumidora real como forma de mostrar os entrou em funcionamento da GDFV.
efeitos práticos. São considerados como dados, as curvas de Como forma de mostrar os efeitos apresentados nas Fig. 9 e
variação de consumo de potência ativa e reativa, fator de Fig. 10, é mostrado na Fig. 11, apresenta o funcionamento da
potência, bem como a variação do valor pago mensalmente unidade consumidora real em um dia típico de funcionamento
pela unidade consumidora. A unidade possui funcionamento antes da instalação da GDFV.
de 09:00 as 19:00h de segunda a sexta-feira, modalidade
tarifária verde, demanda de potência ativa contratada de 450
W (contratada após a instalação da GD) e geração distribuída
fotovoltaica instalada de 400 kWp.
Foi realizado levantamento de consumo da unidade no
período de outubro de 2017 a outubro de 2018, Foi verificado
que ocorreu uma redução no consumo de potência ativa da
rede a partir do mês de abril de 2018 quando entrou em
funcionamento a GDFV, fato que era esperado no que se
refere à potência ativa, conforme pode ser verificado na Fig.
10.
Fig. 11. Perfil de carga e fator de potência na unidade real sem GD.

É possível verificar que o fator de potência permanece


próximo ao unitário.
Na Fig. 12 são mostradas as curvas relativas ao
funcionamento da unidade consumidora real em um dia típico
após a instalação da GDFV.

Fig. 9. Consumo e injeção de Potência Ativa.

Também no mesmo período foi realizado levantamento da


energia reativa excedente, conforme visto na Fig. 11.

Fig. 12. Perfil de carga e fator de potência na unidade real com GD.

É possível verificar que o fator de potência sofre alterações


devido à inserção da GDFV que opera com FP unitário.
Analisando a curva Qm de potência reativa medida verifica-se
no momento que a GD supre totalmente a carga com potência
ativa que a cobrança de potência reativa é nula. Isso ocorre
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devido à metodologia utilizada para o cálculo que foi [7] N. Jenkins, J.B. Ekanayake, G. Strbac, Distributed Generation IET
Renewable Energy Series 1, The Institution of Engineering and
apresentada em (11) e (12).
Technology. London, United Kingdom, 2010.
[8] Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Procedimentos de
IV. CONCLUSÕES distribuição de energia elétrica no sistema elétrico Nacional –
PRODIST: Módulo 3, Acesso ao sistema de distribuição. Brasília:
Pelo exposto verifica-se que a Resolução nº 482/2012 que ANEEL, 2016. Revisão 7.
regulamenta sistemas de compensação de energia elétrica, [9] Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Resolução Normativa
apresenta deficiência quando a unidade com GD encontra-se nº 482, de 17 de abril de 2012. Brasília: ANEEL, 2012.
[10] Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR 16.149/2013:
sujeita a cobrança por violação de reativos, como foi possível sistemas fotovoltaicos (FV): características da interface de conexão com
verificar no casos 1, onde aparecem quedas do fator de a rede elétrica de distribuição. Rio de Janeiro, 2014.
potência havendo tarifação de excedente de reativos. [11] Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Resolução Normativa
Essa tarifação de reativos poderá tornar o sistema de GD nº 414, de 9 de setembro de 2010. Brasília: ANEEL, 2010.
[12] Brasil. Lei nº 13.169, de 6 de outubro de 2015.
menos atrativo para essa unidade. De certo modo, poderá [13] Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ). Convênio ICMS
causa uma diminuição no crescimento da GD no Brasil, uma nº 16 de 22 de abril de 2015.
vez que os sistemas de GD nas unidade analisadas possuem
maior potência instalada em comparação aos sistemas
residenciais. VI. BIOGRAFIAS
No caso 2, a demanda reativa é compensada pelo inversor,
contudo, o responsável pela GD encontrará um dilema, pois, Wanderley Araújo de Castro Júnior possui
graduação em Engenharia Elétrica pela
nos períodos em que o sistema fotovoltaico apresentar a Universidade Federal do Acre (UFAC), 2017.
máxima geração, esse deverá escolher em operar com inversor Técnico Administrativo da Universidade Federal
corrigindo fator de potência, logo, injetando menos potência do Acre. Atualmente cursa mestrado em
Engenharia Elétrica na Universidade Estadual
ativa ou com fator de potência unitário entregando o máximo Paulista (UNESP), atuando principalmente nos
de potência ativa e arcando com a cobrança de excedente de seguintes temas: geração distribuída, sistema de
reativos. Qualquer das situações escolhidas não será a que aterramento, proteção, geração eólica e circuito
impresso.
engloba todos os aspectos técnicos e econômicos.
Ao realizar o estudo de caso pode-se comprovar o Thayannã Yury Furtado Gadelha possui
comportamento apresentado no caso 1, uma vez que o sistema graduação em Engenharia Elétrica pela
de inversão da unidade analisada não realiza a correção do Universidade Federal do Acre (UFAC), 2017.
fator de potência. Também constatou-se o aumento do Atualmente cursa mestrado em Engenharia
Elétrica na Universidade Estadual Paulista
faturamento por violação de demanda reativa, a partir no (UNESP).
período em que a GD entra em funcionamento. O que
confirma análise feita nas seções 2 e 3.
Vale ressaltar que a cobrança do ICMS sobre a energia
gerada para a GDs com potência superior a 1MW poderá se
tornar mais uma barreira para instalação desse tipo de geração
Júlio Borges de Souza possui graduação em
por esses consumidores. Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de
Por fim, apresenta-se a necessidade de reformulação das Itajubá (1980), mestrado em Engenharia Elétrica
regras postas, objetivando causar maior atratividade para a pela Universidade Estadual de Campinas (1986),
doutorado em Engenharia Elétrica pela
adesão aos sistemas de GD nas unidades analisadas. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita
Filho - Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira
(2005) e Pós-Doutorado pela Universidade Federal
de Uberlândia (2008-2010). Atualmente é Professor
V. REFERÊNCIAS Assistente Doutor na Universidade Estadual
[1] A. H. Rafa, O. Lara-Anaya and L. R. McDonald, "Power Factor Control Paulista Júlio de Mesquita Filho. Tem experiência
for Inverter-Interfaced Microgeneration," presented at the 43º na área de Engenharia Elétrica, com ênfase em Sistemas Elétricos de
International Universities Power Engineering Conference, Padova, Potência, Qualidade de Energia Elétrica, Compensação de Cargas,
2008. Harmônicas, Filtros Harmônicos e Transformadores.
[2] Brasil. Decreto 5.163 de 30 de julho de 2004.
[3] Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Resolução normativa
nº 687, de 24 de novembro de 2015. Brasília: ANEEL, 2015.
[4] Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Balanço Energético Nacional.
2018.
[5] R. Zilles, W. N. Macedo, M. A. B. Galhardo and S. H. F. de Oliveira,
Sistemas Fotovoltaicos Conectados à Rede Elétrica, São Paulo, Oficina
de Textos, 2012.
[6] M.C.C. Leite, F.A.M. Vieira, V.B. Silva, M.Z. Fortes and D.H.N Dias,
“Harmonic Analysis of a Photovoltaic Systems Connected to Low
Voltage Grid,” IEEE Latin America Transactions, vol. 16, nº. 1, jan.
2018.

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