não fisicamente, mas de modo espiritual O corpo está escorrido e desolado em um estofado industrial Quem me tem por colega sabe que estou morto, sumido A responsabilidade pela minha alma, é a destreza da incerteza cruenta Complexado e perdido nos rumos que deveriam ser certos, ao menos querem ser certos por ora A tristeza de perder nos olhos uma navalha fumegante, a perdição de jamais sentir Eu quis deter o frio em minhas carnes, mas os risos são funestos e me consternam Fugir do isolamento e dor é ter um frio calculado, um desprezo por si Despreza somente aquele que já pouco tem, já sente o fim iminente
As gravatas destoam das camisas humanas,
prendendo, sufocando, algo que quer respirar Os barulhos trepidantes de loquazes prolixos me tornam um estúpido infeliz Sim, infelicidade. Quem a nega está perdido, quem a tem arde fremente Querem salvação em respiros tortuosos, gemem sem prazer Entorpecido por imagens caóticas, o caos externo, o resfriamento da mão que percebe e seduz... Oh, sedução, por que sumiu? Por que já não me olha com altivez? Olha-me com pena, dó, tende a temer as resoluções humanas... Tem lá sua razão, mas em tempos caducos é que deveria vicejar com ímpeto implacável Ser lasciva, escorrer como cobra por nossos tempestuosos sentimentos, enganar, fingir Já é tudo perdido...