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Crianças e o vento

Crianças se perdem
em bolas
Alheio assisto
no banco ventado

Do mesmo vento que leva


e desfolha a árvore
Das mesmas folhas chutadas
nos pés menores que a vida

Enquanto se socorrem
da própria felicidade
No cântico dos gritos
a efusão elaborada do jogo

Jogado na perda
de mais uma infância
Que meus olhos despedem
no adeus do vento

Trazido e esquecido
enquanto o riso fácil
Se dilui com todo
o vigor de um carinho

Desfeito no tempo
limite do passado
Em que mais uma geração
gera seu próprio torpor

De só se sentar
ao banco e assistir
O que cada criança
sabe que joga e perde

No vento que leva


a folha em queda
Que é a infância
nos olhos de quem assiste

Perdidos em imemorial alegria


das crianças brincando
A brincadeira do vento
que espalha os gritos

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