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Dinâ mica corporal

UFCD_10662

761175 - Técnico/a de
Ação Educativa

50 horas
Dinâ mica corporal UFCD 10662

Índice

Objetivos e conteú dos................................................................................................................................................................ 3

Atividades ao ar livre................................................................................................................................................................... 5

Jogos de expressã o corporal..................................................................................................................................................... 8

Capacidades condicionais........................................................................................................................................ 8

Força/Velocidade/Resistência/Flexibilidade.................................................................................................................... 8

Capacidades coordenativas: Orientaçã o espacial/Diferenciaçã o cinestésica/Equilíbrio............................12

Ritmo e Reaçã o............................................................................................................................................................................ 12

Atividades espontâ neas........................................................................................................................................................... 14

Jogos dramá ticos......................................................................................................................................................................... 19

Funçõ es/ Qualidades/Utilizaçã o e reaçã o face ao objeto e texto................................................................... 19

Bibliografia e netgrafia............................................................................................................................................................. 32

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Objetivos:

 Reconhecer a importâ ncia das atividades ao ar livre como mecanismo de expressã o


individual e em grupo.

 Distinguir o jogo com fim lú dico do jogo com fim didá tico.

 Criar situaçõ es de comunicaçã o através da dinâ mica corporal e do jogo.

 Praticar a expressã o corporal e oral.

Conteú dos:

 Atividades ao ar livre

 Jogos de expressã o corporal

o Capacidades condicionais

 Força

 Velocidade

 Resistência

 Flexibilidade

 Capacidades coordenativas 2.2.1.Orientaçã o espacial 2.2.2.Diferenciaçã o cinestésica


2.2.3.Equilíbrio

o Ritmo

o Reacçã o

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 Atividades espontâ neas

 Jogos dramá ticos

o Objeto

o Funçõ es do objeto

o Qualidades do objeto

o Utilizaçã o do objeto

o Reaçã o face ao objeto (som, imagem, objetos sonoros, personagem)

o Texto

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Atividades ao ar livre
Temos vivido tempos conturbados. Lidamos com uma pandemia há mais de um ano e
sentimos uma enorme necessidade de sair de casa, de estar em contacto com a Natureza e de
nos sentirmos livres de novo. As crianças sentem isto de igual forma (ou talvez ainda mais).

À medida que a situaçã o melhora, já só pensamos em fazer planos fora de casa, de organizar


diferentes atividades para divertir e distrair os miú dos.

Dia de praia

Um dia na praia consegue ser verdadeiramente cansativo. Regra geral, os miú dos, depois de
um dia a levar com ondas em cima, correr na areia, construir castelos, apanhar sol e comer
bolas de berlim, chegam a casa estoirados e só querem ir para a cama. É , assim, uma belíssima
ideia para divertir e cansar os pestinhas.

Caça ao tesouro

Uma caça ao tesouro ao ar livre – uma atividade que incentiva os pequenos a questionar os
cinco sentidos enquanto os mantém atentos à tarefa. Pode ser uma atividade igualmente
divertida para os mais crescidos.

Observação de pássaros

Agarre nos binó culos e no seu chapéu de explorador e parta à descoberta de pá ssaros com os
membros mais novos da família. Observar a fauna envolvente é realmente fascinante, até para
nó s, adultos.

Caixa de areia sensorial

Ninguém gosta da sensaçã o de sentir areia no corpo tanto quanto as crianças. Esta atividade
nã o exige que se desloque até à praia para deixar a magia sensorial acontecer. Basta procurar
um parque que tenha uma caixa de areia ou usar a do seu jardim, caso tenha.

Juntar acessó rios de praia ou outros elementos pode mantê-los ocupados durante bastante
tempo. Aproveite para meter a leitura em dia.

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Jardim Botânico

Um passeio relaxante num jardim botâ nico nã o é só uma belíssima forma de sair de casa,
como também de estabelecer contacto com a Natureza e, sobretudo, aproveitar a
oportunidade para presenciar a curiosidade de observaçã o dos mais novos.

Lançar um papagaio

Ir até um jardim e lançar um papagaio pode ser desafiante. O sucesso desta tarefa exige boas
condiçõ es atmosféricas, técnica e algum treino.

Piquenique no parque

Esta é uma das minhas favoritas – fazer um piquenique. Comer com um cená rio verde de
fundo, a ouvir os pá ssaros a chilrear é incrível tanto para os mais novos, como para os mais
velhos.

Derreter lápis de cera

Para além de conseguir recuperar a vida a muitos lá pis de cera partidos, pode entreter os
miú dos durante um largo período de tempo.

Macaquinho do Chinês

Um, dois, três, macaquinho do chinês… freeze! Junte um grupo de crianças energéticas e


aproveite para os ver quietos uns segundos.

Este jogo implica que um elemento, enquanto conta até três, nã o olhe para quem está a tentar
atingir a meta. Se vir alguém a mexer-se quando abrir os olhos, essa criança terá de voltar ao
ponto de partida e recomeçar do ponto de partida (agora em desvantagem perante os outros).

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Corrida de sacos

Esta atividade conjuga o exercício físico com a diversã o. Cuidado para nã o ser vencida em
cinco segundos, os miú dos sã o mais rá pidos do que parecem.

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Jogos de expressão corporal


O termo “expressão corporal” foi criado na década de 1950 pela bailarina e, posteriormente,
psicomotricista Patricia Stokoe, para dar conta de um novo tipo de linguagem corporal que
estava a ser criado e desenvolvido. Stokoe elege o nome expressão corporal para o seu novo
conceito de dança, o qual possibilita ao homem transmitir os seus pensamentos, ideias e
emoções através do corpo. A expressã o corporal é uma atividade artística que se baseia
primordialmente no movimento, no gesto ou na quietude do corpo.

Nasce de sentimentos, sensaçõ es, imagens e ideias e baseia-se na perceçã o dos sentidos e na
motricidade, integrando as á reas motoras e psíquicas do ser humano.

O desenvolvimento da linguagem corporal estimula o processo de afirmaçã o da


personalidade, bem como sensibiliza e conscientiza o indivíduo em relaçã o ao seu pró prio
corpo, tanto no que diz respeito à sua movimentaçã o quanto à sua expressividade. Segundo
Stokoe (1992: 14), esse é o principal objetivo da prática da expressão corporal, mas
também há outros tã o importantes quanto:

 Desenvolver a senso perceçã o e a sensibilidade.

 Diminuir a dicotomia mente-corpo.

 Enriquecer a imaginaçã o e desenvolver a criatividade.

 Libertar a afetividade.

 Desenvolver o instinto de pesquisa corporal.

 Desenvolver a capacidade de aprendizagem.

 Desenvolver a capacidade de projeçã o e comunicaçã o.

 Cultivar o prazer pelo lú dico.

 Desenvolver uma atitude aberta, reflexiva, crítica e transformadora, na qual o criança


aprenda a observar e a ser observada, criticar e ser criticada, transformar e
transformar-se.

 Tornar a criança mais consciente de si e liberta dos bloqueios que dificultam a relaçã o
com o outro.

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Capacidades condicionais

Força/Velocidade/Resistência/Flexibilidade

A força é a capacidade de vencer uma resistência.

 Força explosiva: Vencer uma resistência no mínimo intervalo de tempo possível.

 Força máxima: Vencer a má xima resistência possível, independentemente do tempo


que demora.

 Força resistente: Vencer uma resistência durante o maior período possível

A velocidade é a capacidade de executar açõ es motoras, simples ou complexas, no mais curto


espaço de tempo.

A resistência é a capacidade de manter a atividade física por períodos prolongados, ou seja, é a


capacidade de retardar a fadiga. Resistência Anaeró bia: Capacidade de suportar esforços de
curta duraçã o sem consumo de oxigénio para manter a atividade.

A flexibilidade é a capacidade de executar movimentos de grande amplitude, por si mesmo


ou com ajuda de forças externas, em torno de toda a amplitude articular.

JOGOS DE EXPRESSÃO CORPORAL:

Pare, puxe e empurre

O professor fica de frente para o grupo, e apenas com sinais através das mã os o grupo deverá
se movimentar com bastante atençã o, de acordo com o sinal transmitido.

Reprodução de som

O professor faz um ritmo de palmas e depois os alunos deverã o reproduzir. Em seguida cada
aluno é solicitado a propor outro ritmo e os demais reproduzirem. Podem ser feitos sons com
diferentes partes do corpo.

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Desmanche o nó

Em grupos de mais ou menos 10 integrantes. As crianças deverã o dar as mã os aleatoriamente,


devendo pegar a mã o de crianças diferentes. Dado o nó , os participantes deverã o desfazê-lo
sem soltar as mã os.

Espelho  

Em duplas, imitar os gestos do companheiro. Inverte-se os papéis.

Marionetes

Em duplas. Um integrante de cada dupla será uma marionete. Este será movimentado ao
comando das mã os do companheiro, podendo ou nã o tocá -lo. Deixar a marionete em posiçã o
de está tua e sair visitar as outras marionetes. A seguir, invertem-se os papéis.

É interessante ao final da brincadeira, discutir sobre a sensaçã o de comandar e ser


comandado.

Mímica 

Uma criança vai a frente do grupo e imita um animal (por exemplo), o restante do grupo
deverá tentar descobrir  o nome do animal que está a ser imitado.
 

Escultura de grupo

Em grupos de mais ou menos 8 crianças. Criar um tema, por exemplo: meio de transporte.
Cada grupo, deverá montar uma escultura com os seus corpos, como se fossem a matéria

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prima. Todos do grupo deverã o fazer parte da escultura. Sendo necessá rio também dar um
nome à mesma.

Complete o desenho

Distribuir uma folha para cada aluno, na qual irá  fazer um desenho ou frase. Dobrará a folha
de modo  que aparecerá apenas uma parte do desenho e irá passá -la a um companheiro que
deverá completá -lo (sem olhar o que está em baixo da dobra); e assim a folha segue até passar
por todos do grupo. Depois  abrem-se as folhas e vêem qual desenho foi formado.

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Capacidades coordenativas: Orientação espacial/Diferenciação


cinestésica/Equilíbrio

Ritmo e Reação:

As capacidades coordenativas fazem parte das chamadas capacidades físicas: as condiçõ es


do organismo que geralmente estã o ligadas ao desenvolvimento de uma determinada açã o ou
atividade. Essas habilidades sã o estabelecidas pelos genes, mas podem ser aperfeiçoadas
através do treino.

As capacidades físicas sã o divididas em capacidades condicionais e capacidades


coordenativas. As capacidades físicas condicionais estã o ligadas à possibilidade de fazer um
movimento no menor tempo possível (velocidade), para manter um esforço prolongado
(resistência), permitir o má ximo percurso possível de uma articulaçã o (flexibilidade) e
superar uma resistência através de tensã o (força).

As capacidades coordenativas, por outro lado, estã o ligadas à disposiçã o ordenada das açõ es
para cumprir um objetivo. Orientaçã o, equilíbrio,  ritmo, adaptaçã o, acoplamento ou
sincronizaçã o, reaçã o e diferenciaçã o fazem parte desse tipo de capacidades físicas.

Especificamente, as capacidades coordenativas sã o aquelas que permitem que


uma pessoa execute movimentos com eficácia, precisão e economia. A execuçã o de uma
açã o motora que requer precisã o depende dessas capacidades coordenativas para alcançar a
localização correta do corpo no momento certo.

Noção espacial ou orientação espacial é a capacidade que o indivíduo tem de situar-


se e orientar-se, em relaçã o aos objetos, à s pessoas e o seu pró prio corpo num determinado
espaço. É saber localizar o que está à direita ou à esquerda; à frente ou atrá s; acima ou abaixo
de si, ou ainda, um objeto em relaçã o a outro. É ter noçã o de longe, perto, alto, baixo, longo,
curto  (ASSUNÇÃ O; COELHO, 1996, p.91-96)

Essa noçã o espacial é desenvolvida nas crianças a partir da experimentaçã o. Sendo que a
referência principal da criança é o pró prio corpo.

Como acontece com quase todos os aspetos do desenvolvimento infantil, cada criança
desenvolve a noçã o espacial em um determinado ritmo. Por isso, o ideal é estimulá -las, desde
cedo, com brincadeiras que proporcionem jeitos diferentes de vivenciar os conceitos que
mencionamos acima.

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Capacidade de diferenciação cinestésica - Permite descriminar e adequar os


movimentos efetuados com precisã o e economia, independentemente da sua dinâ mica.
Controla as informaçõ es provenientes da musculatura, doseando a aplicaçã o do movimento.

Capacidade de ritmo – Permite a perceçã o e realizaçã o dos gestos motores no seu


momento adequado e em consonâ ncia com as solicitaçõ es do contexto.

Capacidade de equilíbrio – Permite conservar, manter e restabelecer o equilíbrio do


corpo durante toda a acçã o motora.

Capacidade de reação - Permite iniciar acçõ es motoras de forma rá pida e eficaz num
momento determinado de expectativa.

Estas componentes da coordenaçã o permitem um grau de elevada adaptaçã o e superaçã o nas


mú ltiplas situaçõ es que determinada açã o proporciona. No entanto, de referir que as
Capacidades Motoras Coordenativas manifestam-se de formas diferentes nas mais distintas
modalidades.

Atividades espontâneas
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As atividades espontâneas sã o atividades feitas através de brincadeiras e jogos que
possibilitem a aprendizagem da criança por meio das interaçõ es e do convívio com as outras
crianças, sempre decorrida pelo professor.

As Atividades Orientadas sã o atividades que visam despertar o interesse da criança para


uma atividade orientada. Isso pode envolver uma atividade lú dica, através de jogos de
montagem que estimulem a percepçã o da criança ou mesmo desenhos para averiguar o
desenvolvimento da sua coordenaçã o motora.

Exemplos:

 Canções: Memorizaçã o, linguagem, ritmo, gosto pela mú sica, disciplina;

 Lenga-lengas:  Exploraçã o dos sons e ritmos, expressã o através da linguagem oral,


gestual e corporal;

 Pintura com dedo, mãos e pés:  Exploraçã o de diferentes materiais, cores, formas e


texturas, controlo da motricidade;

Experimentaçã o com cor;

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Combinaçõ es de cores para obtençã o de outras novas;

Pintura sobre diferentes texturas, pintura salpicada, pintura por imersã o;

Pintura facial;

Estampagem com marcas de dedos, mã os, pés, com carimbos, com rolo.

Instrumentos

Lá pis de cor;

Pastel de ó leo;

Pastel seco,

Marcadores;

Tempera/guache;

Aguarela;

Carimbos – cortiça, esponja, vegetais;

Corda;

Moldes.

Para o desenvolvimento perfeito e planeado destas atividades, o/a educador/a deve:

Elaborar uma lista de materiais necessá rios a atividades pedagó gicas em cada á rea de
interesse existente na sala;

Elaborar uma lista de materiais que existem e os que estã o em falta em cada á rea de
interesse;

Elaborar uma lista de materiais de consumo necessá rios à s atividades pedagó gicas;

Elaborar uma lista de materiais de consumo existentes e dos que estã o em falta;

Verificar no final da semana, num momento de rotina previamente definido, das listas
de materiais existentes e em falta;

Providenciar a existência de folhas pró prias para a requisiçã o de materiais e local


pró prio para as entregar.

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 Jogos: Compreensã o de regras, socializaçã o;

 Modelagem: Controlo da motricidade, capacidade de exploraçã o;

 Rasgagem e colagem: Motricidade, autonomia, iniciativa;

Nesta á rea a criança experimenta vá rios materiais e suportes, realiza artefactos com
materiais reutilizá veis, realiza colagens, pinturas, desenhos com variadas técnicas, manuseia
tesouras, agulhas, colas, experimenta e treina noçõ es de espaço relativos ao suporte que nele
se inscreve.

A expressã o plá stica é um dos modos mais característicos que acriança/jovem tem, nã o
só de observar e manipular a matéria, deforma criativa, como, também, de comunicar ao
exterior a sua particular visã o do meio, sua aquisiçã o permanente de noçõ es e a necessidade
de compartilhar com os outros o seu estado emocional.

A criatividade, e a expressã o na criança/jovem, implicam amadurecimento, capacidade


de comunicaçã o, nível percetivo e motor, grau de motivaçã o e, desde logo, conhecimentos da
aplicabilidade de certas técnicas no seu trabalho criativo.

Unidades de trabalho

Desenho;

Pintura e estampagem;

Colagem, mosaico e vitrais;

Modelagem;

Construçõ es.

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 Histórias: Descoberta de si e do outro, linguagem verbal e nã o verbal, imaginaçã o;

 Fantoches: Concentraçã o, visualizaçã o;

O processo criativo que envolve a manipulação de fantoches estimula o desenvolvimento da


linguagem e do pensamento e faz com que a criança aprenda a tomar decisõ es, a expressar-se,
para além de:

Canalizar a imaginaçã o infantil;

Descarregar tensõ es emocionais;

Resolver conflitos de ordem afetivo - emocional;

Ampliar as experiências;

Ampliar o vocabulá rio;

Desenvolver a atençã o, a observaçã o, a imaginaçã o, a perceçã o da relaçã o entre causa


e efeito, a perceçã o do BEM e do MAL, de outros valores e o interesse por histó rias e teatro.

Quando os adultos manipulam os fantoches, têm nas mã os um recurso má gico de fá cil


comunicaçã o com a criança.

Tipos de fantoches:

Fantoche de saco de papel,

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Fantoche de pano, meia ou massa;

Fantoche de diferentes tipos de bonecos (boneco de dedo, boneco de vara, bonecos de


copos, objetos e elementos da natureza).

Sugestões para o(a) educador(a):

Fornecer diferentes tipos de materiais e adereços que as crianças poderã o usar para as
brincadeiras de representaçã o de papéis e faz-de-conta. Poderã o fazer os seus pró prios
adereços – má scaras, chapéus, etc. e ainda os bilhetes, para a peça.

Apoiar a brincadeira do faz-de-conta que munda de sítio para sítio. É comum a


brincadeira do faz-de-conta começar na “á rea da casa”. É frequente, as crianças, depois de
iniciarem as suas brincadeiras, precisarem de locais adicionais para “irem à escola”, “irem à
loja”, etc.

Observar e ouvir com atençã o os elementos da brincadeira do faz-de-conta (as crianças


fazem de conta que sã o outra pessoa, animais ou personagens de ficçã o; usam um objeto como
se fosse outro).

Participar em brincadeiras do faz-de-conta com respeito, atendendo à s “deixas” das


crianças. Depois de ter observado e ouvido a brincadeira e compreendido tanto quanto
possível o seu conteú do e linhas gerais, poderá juntar-se-lhes, porque as crianças convidam-
no+a) certamente, a participar, podendo apoiar e até enriquecer a brincadeira seguindo o
tema e o conteú do definido pelas crianças . Assim, poderá dar sugestõ es, respeitando as
respostas das crianças.

É importante que o(a) educador(a) dê tempo e dinamize contactos e experiências com o


exterior para que a brincadeira do faz-de-conta das crianças desabroche e se desenvolva.

 Brincadeira livre e orientada: Socializaçã o autonomia, liberdade de escolha

Jogos dramáticos

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Funções/ Qualidades/Utilização e reação face ao objeto

A expressão dramática surge das palavras EXPRESSÃO - do latim “expressione”, que significa
extrair o suco, fazer sair, brotar, estar estritamente ligada à manifestaçã o das emoçõ es;
DRAMA - do grego drama, acontecimento impressionante, comovente e terrível; narrativa que
apresenta com intensidade acontecimentos comovente, arte literá ria de escrita de peças para
teatro, açã o teatral.

A expressão dramática e os seus jogos de improvisação sã o bastante familiares à s


crianças. A dramatizaçã o já é uma realidade para a criança. As primeiras representaçõ es
dramá ticas sã o imitaçõ es espontâ neas e informais. As crianças na faixa etá ria de 0 a 6 anos,
usam indistintamente a mímica, os gestos, os ritmos, os sons, a palavra e o som para
expressar o pensamento.

A representação dramática é um recurso educativo dos mais completos. Através dela


incentiva-se a criaçã o e a observaçã o; possibilita-se variado meios de expressã o; liberta-se
sentimentos; desenvolve-se há bitos, atitudes e habilidades;

Os objetivos gerais da expressão dramática, prendem-se com o:

Relacionar-se e comunicar com os outros;

Desenvolver a expressividade a partir da capacidade da imaginaçã o;

Desenvolver o sentido criativo;

Mimar atitudes, gestos e açõ es;

Melhorar a postura corporal, a flexibilidade e a expressividade de movimentos e


gestos;

Improvisar a partir de situaçõ es e histó rias simples;

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Comunicar através da expressã o corporal e verbal;

Comunicar através de diferentes personagens utilizando o corpo e a voz;

Utilizar criativamente o espaço, a luz, as imagens, objetos, sons;

Explorar o uso de má scaras e fantoches;

Participar na criaçã o oral de histó rias;

Desenvolve-se a expressividade a partir da capacidade de imaginação; aprende-se a


improvisar, usar a representação corporal, brincando; aprende-se a comunicar através
da expressã o, utilizar e coordenar a atividade motora.

A expressã o dramá tica permite que a criança transfira para os personagens os seus
problemas, essa liberaçã o do “faz de conta” resolve, até certo ponto, as suas dificuldades
de ajustamento e de integração no grupo, otimizando o desenvolvimento emocional
sadio.

O imaginá rio é o meio de expressã o privilegiado utilizado pelas crianças para expressarem a
realidade, representando-a e aprofundando as suas descobertas. É a atividade bá sica, muito
rica e necessá ria ao seu desenvolvimento pessoal.

A dramatizaçã o livre e espontâ nea dos contos de fada e dos contos tradicionais desenvolve na
criança a criatividade e tornam-na mais comunicativa, desenvolvendo, assim, a sua
socializaçã o. É através do imaginá rio, do maravilhoso que a criança cresce afetivamente.

Nas atividades de expressão dramática a criança descobre-se a si mesma e descobre


formas de se relacionar com os outros, o que implica aprender a lidar com situações
sociais. O jogo simbó lico é, assim, uma atividade muito importante. O “fazer de conta” permite

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vivenciar experiências. É igualmente importante que se disponibilizem objetos variados e
possíveis de ser explorados livremente.

Estas atividades sã o igualmente importantes no desenvolvimento da linguagem oral, na


aquisição de vocabulário, na melhoria da articulação das palavras e na construção de
frases.

A expressão dramática pode associar-se à expressão musical porque as duas á reas


completam-se e são muito importantes na educação das crianças.

Expressã o dramá tica é um dos meios mais valiosos e completos de educaçã o. A amplitude da
sua açã o, abrangendo quase todos os aspetos importantes do desenvolvimento da
criança/jovem e a grande diversificaçã o de formas que pode tomar, podendo ser regulada
conforme objetivos, as idades e os meios de que se dispõ e, tornam-na por excelência a
principal forma de atividade educativa.

Em relaçã o à criança/jovem, ajuda-a eficazmente no seu processo de desenvolvimento bio-


psico-sócio motor, pondo em jogo a sua expressividade, a sua criatividade e a sua
consciência de valores ético-morais e estéticos, ao mesmo tempo que a ajuda no seu
relacionamento social, dado que as atividades de expressã o dramá tica em grupo implicam a
cooperaçã o de todos os membros, unindo as suas açõ es para conseguirem o fim comum.

O objetivo principal desta forma de educação é a expressão, ou seja, o estimular da


criança/jovem para que expresse livremente todos os seus sentimentos, desejos e tensõ es
interiores.

A criação, outro objetivo principal, é ao mesmo tempo, uma forma de satisfazer a


necessidade de desenvolvimento da capacidade criativa e uma forma de satisfazer a
expressã o. Poderemos por isso apontar como objetivo principal a expressã o criativa
dramá tica.

Tal como tem necessidade de respirar e de comer, a criança tem necessidades lúdicas. Nã o
podendo viver sem respirar nem comer, não pode também a criança/jovem viver sem
brincar.

Brincar é a atividade mais séria e mais importante da vida da criança/jovem.

É através da expressão dramática que a criança se experimenta a si mesma, vive a sua


imaginaçã o, os seus sonhos, as suas fantasias e até os seus medos, provando a si pró pria as
suas capacidades de transformaçã o e de se imaginar em outras situaçõ es.

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O homem, nã o só a criança/jovem mas mesmo o adulto, tem sempre necessidade de qualquer
atividade que lhe permita por vezes o abandono do mundo da realidade para entrar no
mundo da ficçã o, de devaneio, do sonhar acordado ( “ Se me saísse o euro milhõ es..” ) servindo
de vá lvula de escape, serve também esta fuga para o fictício, para que sejam postas em prá tica
funçõ es que de outra forma ficariam por exercitar.

A criança tem absoluta necessidade de procurar no mundo da fantasia da expressão


dramática o seu refúgio e a oportunidade de viver experiências que lhe estariam vedadas no
mundo real.

Na expressã o dramá tica, a criança/jovem cria todo um seu mundo de ilusão, fundindo-se
intimamente com o ambiente criado pela sua imaginação, identificando-se totalmente com
a personagem a que se brinca. A expressã o dramá tica é um desvio pelo abstrato tã o
importante para a criança/jovem que esta a torna como a coisa mais séria da sua vida. Gozar
com uma criança que brinca no mundo da ilusã o é prejudicial para ela, criando-lhe por vezes
certas inibiçõ es psicoló gicas, tal é a seriedade com que ela encara o jogo fictício. Esta
seriedade é, no entanto, muito diferente daquilo a que se designa normalmente por vida séria.
Nesta seriedade está implícita precisamente uma fuga à vida séria e uma passagem para o
mundo da ilusã o, no qual a criança/jovem mergulha profunda e totalmente, abstraindo-se por
completo do mundo real.

Poderemos dizer que, de um modo geral, a expressão dramática propõ e-se sobretudo a
ajudar a criança/jovem a :

Desenvolver a sua personalidade

Auto – educar-se

Satisfazer algumas das suas necessidades presentes mais fundamentais,


nomeadamente necessidades de:

 Expressã o de sentimentos;

 Criatividade;

 Ludismo;

 Desempenho de papeis;

 Evasã o pela ficçã o;

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A expressão dramática permite o desenvolvimento pessoal da criança. A expressã o
dramá tica pode ser realizada na sala, no jardim-de-infâ ncia, no pré-escolar, no 1º ciclo, na
educaçã o em geral, mas também como dinâ mica de grupo fast payday loans noutros contextos.
Implica uma planificaçã o e um conjunto de atividades e jogos programados.

Expressão dramática – o que é?

Expressã o dramá tica nã o é propriamente teatro, tem os seus pró prios objetivos e utiliza jogos
dramáticos e um conjunto de atividades lúdicas. Pode designar-se de jogo dramá tico ou de
arte dramá tica.

A expressã o dramá tica utiliza a dramatizaçã o, jogos dramá ticos, expressã o corporal e outros
para fantasiar, desenvolver a expressividade de uma forma lú dica e divertida.

Benefícios da Expressão dramática

Esta prá tica pedagó gica favorece o desenvolvimento global, tanto da criança como do
adulto, a nível cognitivo, afetivo, sensorial, motor e até mesmo estético. Permite também
explorar outras expressõ es como a expressão plástica, a expressão corporal, a expressão
musical e a motricidade.

Ao utilizar a expressã o dramá tica desenvolve-se um conjunto de competências sociais e


de personalidade, através da utilizaçã o do:

“Faz de conta”,

De fantoches,

De representaçõ es,

De sombras chinesas,

Diversos tipos de roupa e vá rios adereços.

O jogo musical dramático!

Os objetivos traçados para o jogo musical dramá tico podem ajudar a criança no seu
desenvolvimento, fomentando a expressividade, a criatividade e a consciência de valores,
promovendo o seu relacionamento social. As atividades em grupo unem as açõ es num

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objetivo comum o que facilita ao educador o conhecimento de diferentes manifestaçõ es da
personalidade da criança. Também, permite à criança uma melhor aprendizagem de
conhecimentos, adaptando-se ao meio, oferecendo-lhe excelentes meios de expressã o e
projeção das suas fantasias, emotividade e sensibilidade.

A atividade criativa desenvolve-se a partir da imaginação e do pensamento. O faz de conta,


a forma de jogo mais utilizada, permite à criança aprender a ter autonomia e ajuda a
formar o seu caráter. No jogo dramá tico, experimenta-se, vive-se na imaginaçã o, nos sonhos
e fantasias. Ao jogar a criança está a ser ativa e passiva, exprime-se e observa os outros, sente-
se capaz de atuar em conjunto e nã o teme a integraçã o no coletivo. Libertando as suas
fantasias, o jogo proporciona-lhe liberdade de expressã o, criaçã o e comunicaçã o.

A criança com o jogo dramá tico pode criar um mundo ilusório, abstraindo-se assim do
mundo real.

Para finalizar, a introduçã o dos jogos de expressã o dramá tica num grupo de crianças
apresenta vantagens para o educador, e para a criança, esta adquire aptidõ es, dominando
o corpo e a sensibilidade.

O jogo dramático é um jogo que diverte e dá prazer. Nele a criança pode expressar
livremente o corpo, a expressã o, a oralidade e a comunicaçã o pessoal.

Eis alguns jogos dramáticos:

O bichinho de estimação;

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 Nú mero de participantes: 10 a 20

 Material necessá rio: nenhum

Desenrolar da ação:

Todas as crianças gostam ou gostariam de ter um animal estimaçã o: gatinho, cã ozinho,


passarinho, pintainho, coelho, etc.;

Diz-se à s crianças para se colocarem aos pares. Uma será o bichinho e o outro o dono;

Cada par irá entã o por sua vez representar uma cena do amor que o dono tem pelo seu
bichinho: faz-lhe festas, brinca com ele, lava-o, dá -lhe de comer, etc.

Toca a acordar!

 Nú mero de participantes: 4 a 15

 Material necessá rio: nenhum

Desenrolar da ação:

Neste jogo a representaçã o constará de imitar tudo o que a criança faz usualmente, de manhã ,
desde o levantar até à saída para a escola (a cama, a higiene matinal, o vestir, o pequeno-
almoço, o despedir dos pais, a saída para a escola, etc.);

Sendo representada individualmente, cada atuaçã o poderá no entanto ter outras crianças
desempenhando papéis secundá rios (a mã e, o pai, os irmã os, etc.).

No jogo, a criança apropria-se daquilo que percebe da realidade. Este autor defende que
o jogo nã o é determinante nas alteraçõ es das estruturas, mas pode transformar a realidade.

Piaget classifica os jogos segundo a sua evoluçã o, em três grandes estruturas:

Jogos de exercício, simbó licos e de regras.

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Jogo de exercício: A principal característica deste está gio consiste na obtenção da
satisfação das suas necessidades. Com a ampliaçã o dos esquemas, a criança torna-se cada
vez mais consciente das suas potencialidades, colocando em açã o um conjunto de prá ticas,
sem modificar as estruturas, onde as açõ es sã o dirigidas somente para atingir o seu maior
objetivo que é o prazer.

Como exemplo, o bebé mama nã o apenas para sobreviver, mas porque descobre o prazer de
mamar, à medida que satisfaz a sua fome. É isso que o faz chupar a chupeta, mesmo que nã o
saia alimento nenhum, esse exercício dá -lhe um enorme prazer.

O jogo de exercício é essencialmente sensó rio-motor. Aparece até, mais ou menos, aos dois
anos de idade. Este jogo estará presente em todos os está gios da nossa vida, inclusive a fase
adulta, pois o prazer deve estar sempre presente em tudo que fazemos.

Jogo simbólico: Segundo Piaget, estes jogos fazem parte da fase pré-operató ria (dos dois aos
sete anos de idade), onde a criança, além do prazer, começa a utilizar a simbologia. O jogo
simbó lico permite-lhe a aquisição de uma linguagem própria, construída a partir de
símbolos/imagens mentais, cuja mutaçã o decorre consoante as suas necessidades, e
permite a sua adaptaçã o ao mundo dos adultos e à complexidade das regras e relaçõ es já
existentes.

Como exemplo, a criança tem a possibilidade de vivenciar aspetos da realidade, muitas vezes
difícil de elaborar: a chegada de um irmã ozinho, a mudança de escola ou situaçõ es boas como
ser um super-homem, imitar a mã e ou o pai.

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Jogo de regras: De acordo com Piaget, este jogo acontece a partir dos sete anos de idade, no
período operató rio concreto. A criança aprende a lidar com as delimitaçõ es no espaço e no
tempo, o que pode e o que nã o pode fazer. Ao invés do símbolo, a regra pressupõ e relaçõ es
sociais, porque a regra é imposta pelo grupo e a sua falta, significa ficar de fora do jogo. Como
exemplo, lidar com perdas e ganhos, estratégias de açã o, tomadas de decisã o, aná lise dos
erros, replanificar as jogadas em funçã o dos movimentos dos outros. Deixa de haver um chefe
e passa a haver uma lei: a regra. É ela que promove a coesã o do grupo que apenas existe com
uma finalidade: a realizaçã o de um determinado jogo.

Cada está dio do desenvolvimento descrito por Piaget tem uma sequência que depende da
evoluçã o da criança, do nascimento até ao final da vida.

Uma fase interliga-se com a outra de forma que o final de uma se confunda com o começo de
outra.

A evoluçã o começa com a fase puramente reflexiva, passando pela assimilaçã o, pelo
simbolismo até chegar à acomodaçã o.

Qualquer que seja a composição do grupo, a relação individualizada que o/a


educador/a estabelece com cada criança é facilitadora da sua inclusão no grupo e das
relaçõ es com as outras crianças. Na educaçã o de infâ ncia, cuidar e educar estã o intimamente
relacionados, pois ser responsá vel por um grupo de crianças exige competências profissionais
que se traduzem, nomeadamente, por prestar atençã o ao seu bem-estar emocional e físico e

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dar resposta às suas solicitações (explícitas ou implícitas). Este cuidar ético envolve assim a
criaçã o de um ambiente securizante, em que cada criança se sente bem e sabe que é
escutada e valorizada.

A relação que o/a educador/a estabelece com as crianças assume diversas formas, que
têm de ser intencionalmente pensadas e adaptadas à s situaçõ es. Estar atento/a e escutar as
crianças, ao longo dos vá rios momentos do dia, permite ao/à educador/a perceber os seus
interesses e ter em conta as suas propostas para negociar com elas o que será possível fazer,
ou para se decidir em conjunto o que é de continuar ou o que está terminado, para se passar a
uma nova proposta. Neste processo relacional, o/a educador/a:

apoia as atividades escolhidas pelas crianças e a realizaçã o das que propõ e;

valoriza de forma empá tica os trabalhos apresentados pelas crianças, as suas


descobertas e as soluçõ es que encontram para resolver problemas e dificuldades;

estimula quem tem mais dificuldade em partilhar o que pensa;

modera debates e negociaçõ es; propõ e ainda ideias que levem as crianças a terem
vontade de melhorar o seu trabalho.

As dinâmicas de interação que se estabelecem têm implicaçõ es nos processos de


aprendizagem, no sentido de promover:

 Respeito por cada criança e sentimento de pertença a um grupo - a forma como


o/a educador/a está atento/a e se relaciona com as crianças, apoia as interaçõ es e relaçõ es no

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grupo, contribuem para o desenvolvimento da autoestima e de um sentimento de pertença
que permite à s crianças tomar consciência de si mesmas na relaçã o com outros. A vivência
num grupo social alargado constitui ainda a base do desenvolvimento da á rea de Formaçã o
Pessoal e Social e da aprendizagem da vida democrá tica, o que implica que o/a educador/a
crie situaçõ es diversificadas de conhecimento, atençã o e respeito pelo outro, bem como de
desenvolvimento do sentido crítico e de tomada de decisões baseada na negociação.

 Trabalho cooperado - O trabalho entre pares e em pequenos grupos, em que as


crianças têm oportunidade de confrontarem os seus pontos de vista e de colaborarem na
resoluçã o de problemas ou dificuldades colocadas por uma tarefa comum, alarga as
oportunidades educativas, ao favorecer uma aprendizagem cooperada em que a criança se
desenvolve e aprende, contribuindo para o desenvolvimento e para a aprendizagem das
outras. Trabalhar em grupos constituídos por crianças com diversas idades ou em
momentos diferentes de desenvolvimento permite que as ideias de uns influenciem as dos
outros. Este processo contribui para a aprendizagem de todos, na medida em que constitui
uma oportunidade de explicitarem as suas propostas e escolhas e como as conseguiram
realizar.

 Entendimento da perspetiva do outro - O desenvolvimento social faz-se através de


duas vertentes contraditó rias: a necessidade de relaçã o de proximidade com os outros e o
desejo de afirmação e de autonomia pessoal.

Neste sentido, o/a educador/a deve apoiar a compreensã o que as crianças têm, desde
muito cedo, dos sentimentos, intençõ es e emoçõ es dos outros, facilitando o desenvolvimento
da compreensã o do que os outros pensam, sentem e desejam. Cabe também ao/à
educador/a, em situaçõ es de conflito, apoiar a explicitaçã o e aceitaçã o dos diferentes pontos
de vista, favorecendo a negociaçã o e a resolução conjunta do problema.

 Regulação da vida em grupo - A participaçã o das crianças no processo educativo


através de oportunidades de decisã o em comum, de regras coletivas indispensá veis à vida
social e à distribuiçã o de tarefas necessárias à organização do grupo constituem
experiências de vida democrá tica que permitem tomar consciência dos seus direitos e
deveres.

As razões das normas que decorrem da vida em grupo (por exemplo, esperar pela sua vez,
arrumar o que desarrumou, etc.) terão de ser explicitadas e compreendidas pelas
crianças, como o respeito pelos direitos de cada uma, indispensá veis à vida em comum. Estas
normas e outras regras adquirem maior força e sentido se todo o grupo participar na sua

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elaboraçã o, bem como na distribuiçã o de tarefas necessá rias à vida coletiva (por exemplo,
regar as plantas, tratar de animais, encarregar-se de pô r a mesa, distribuir refeiçõ es, etc.).

Participação no planeamento e avaliação – Ao participarem no planeamento e avaliaçã o, as


crianças estã o a colaborar na construçã o do seu processo de aprendizagem. Planear e avaliar
com as crianças individualmente, em pequenos grupos ou no grande grupo sã o oportunidades
de participaçã o e meios de desenvolvimento cognitivo e da linguagem. Esta participaçã o é
uma condiçã o de organizaçã o democrá tica do grupo, sendo também suporte da aprendizagem
nas diferentes áreas de conteúdo.

O desenvolvimento e aprendizagem da criança ocorrem num contexto de interaçã o social,


em que a criança desempenha um papel dinâ mico. Desde o nascimento, as crianças sã o
detentoras de um enorme potencial de energia, de uma curiosidade natural para compreender
e dar sentido ao mundo que as rodeia, sendo competentes nas relaçõ es e interaçõ es com os
outros e abertas ao que é novo e diferente.

O reconhecimento da capacidade da criança para construir o seu desenvolvimento e


aprendizagem supõ e encará -la como sujeito e agente do processo educativo, o que significa
partir das suas experiências e valorizar os seus saberes e competências ú nicas, de modo a que
possa desenvolver todas as suas potencialidades.

Esse papel ativo da criança decorre também dos direitos de cidadania, que lhe sã o
reconhecidos pela Convenção dos Direitos da Criança (1989), a saber:

o direito de ser consultada e ouvida, de ter acesso à informaçã o, à liberdade de


expressã o e de opiniã o, de tomar decisõ es em seu benefício e do seu ponto de vista ser
considerado.

Garantir à criança o exercício destes direitos tem como consequência considerá -la o
principal agente da sua aprendizagem, dando-lhe oportunidade de ser escutada e de

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participar nas decisõ es relativas ao processo educativo, demonstrando confiança na sua
capacidade para orientar a sua aprendizagem e contribuir para a aprendizagem dos outros.

Cabe ao/à educador/a apoiar e estimular esse desenvolvimento e aprendizagem, tirando


partido do meio social alargado e das interaçõ es que os contextos de educaçã o de infâ ncia
possibilitam, de modo a que, progressivamente, as escolhas, opiniõ es e perspetivas de cada
criança sejam explicitadas e debatidas. Deste modo, cada criança aprende a defender as
suas ideias, a respeitar as dos outros e, simultaneamente, contribui para o desenvolvimento e
aprendizagem de todos (crianças e educador/a).

Bibliografia e netgrafia

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 FARIA, A. R. de. O desenvolvimento da criança e do adolescente segundo Piaget. 4. ed.
Sã o Paulo, 1998.

 GARRISON, K. C.; KINGSTON, A. J.; BERNARD, H. W. Psicologia da criança: estudo geral e


meticuloso do desenvolvimento e da socializaçã o. Sã o Paulo: IBRASA, 1971.

 GRIFFA, M. C.; MORENO, J. E. Chaves para a psicologia do desenvolvimento, tomo 1:


vida pré-natal, etapas da infâ ncia. Sã o Paulo: Paulinas, 2001.

 JERSILD, A.T. Psicologia da criança. Belo Horizonte: Itatiaia Limitada, 1973.

 (Excertos e adaptaçã o de um texto original disponível em


lmu.uce.ac.uk/crumpton/curriculum-design.htm

 www.forma-te.pt

 www.wikipedia.com

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