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SEGURANÇA CORPORATIVA PARA TRIBUNAIS

PROFESSOR: MARCOS GIRÃO

AULA – 05

Caros combatentes!!!

Estudaremos nesta aula um assunto bastante relevante para aqueles que


desejam uma vaga nas carreiras relacionadas com a SEGURANÇA:

O ESTATUDO DO DESARMAMENTO

Normalmente, quando se fala neste Estatuto, as pessoas referem-se em


geral à famosa Lei Nº. 10.826/03. Na verdade, a referência está correta, mas
esta norma, com o passar dos anos, foi regulamentada por vários decretos.
Assim, em nossa aula trataremos como o Estatuto do Desarmamento o
seguinte conjunto de normas:

9 Lei nº 10.826/03 – Estatuto propriamente dito;

9 Lei nº 10.867/04;

9 Lei nº 10.884/04;

9 Lei nº 11.706/08;

9 Decreto nº 5.123/04 – Principal regulamento do Estatuto;

9 Decreto nº 6.147/06;

9 Decreto nº 6.175/08;

9 Decreto nº 6.817/09;

9 Decreto nº 7.473/11;

Aí vem sua primeira pergunta: mas professor, de acordo com os Editais


eu não deveria apenas estudar a Lei nº 10.826/03 propriamente dita?

De jeito nenhum!! Os editais referem-se geralmente a essa norma da


seguinte forma:

“Lei n º 10.826, de 22/12/2003, e alterações/complementos posteriores,


quando houver...”

Pois bem, é exatamente a partir dessa observação que ampliei o estudo


do Estatuto. Assim, o que você estudará nessa aula é não só especificamente o
regramento da Lei nº 10.826/03, MAS TAMBÉM O QUE VERSA SUA A
REGULAMENTAÇÃO CORRELATA ACIMA DESCRITA.
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Aí vem a sua outra pergunta: mas professor, são muitas normas!!Você


vai nos apresentar o que rege cada uma delas, artigo por artigo?

De jeito nenhum, pois isso você mesmo poderia fazer em casa baixando
apenas o conteúdo atualizado da Lei 10.826/03 e de seu regulamento, o
Decreto nº 5.123/04. Nesta aula, não será essa a nossa intenção!!

Vamos estudar tudo a respeito do que é cobrado do Estatuto do


Desarmamento em provas, de uma forma bem didática e simples unificando
tudo o que as supracitadas leis e decretos regulamentam. Acredito que dessa
maneira, ao final da aula, você terá um aprendizado bem mais eficaz.

Não citaremos artigos nem incisos desse ou daquele normativo. Faremos


um estudo sistematizado e dirigido do Estatuto proporcionando-lhe um
entendimento maior do que a simples leitura de uma Lei ou Decreto.

Vamos lá então!!

I – O ESTATUTO DO DESARMAMENTO – CONCEITOS INICIAIS

1.1. FORÇAS ARMADAS E FORÇAS AUXILIARES

Para iniciarmos o estudo do Estatuto do Desarmamento, é extremamente


necessário que você conheça os conceitos fundamentais de alguns termos
importantíssimos que norteiam toda a razão de ser do próprio Estatuto.

Dessa forma, logo de cara vamos rever como a Constituição Federal


conceitua e diferencia, quanto às suas atribuições, as FORÇAS ARMADAS e as
FORÇAS AUXILIARES.

Em seu art. 142, a CF/88 nos diz que as FORÇAS ARMADAS,


constituídas pela MARINHA, pelo EXÉRCITO e pela AERONÁUTICA, são
instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na
hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da
República, e destinam-se:

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Î À defesa da Pátria;

Î À garantia dos poderes constitucionais e;

Î À garantida da lei e da ordem.

Por sua vez, a CF/88, em seu art. 144, nos traz as nossas estimadas
FORÇAS AUXILIARES quais sejam:

Æ A Polícia Federal;

Æ A Polícia Rodoviária Federal;

Æ A Polícia Ferroviária Federal;

Æ As Polícias Civis dos Estados e Distrito Federal;

Æ As Polícias Militares e os Corpos de Bombeiros Militares dos Estados e


Distrito federal.

As FORÇAS AUXILIARES devem, como dever do Estado e direito e


responsabilidade de todos, promover A SEGURANÇA PÚBLICA, exercendo-a
para a PRESERVAÇÃO DA ORDEM PÚBLICA e da INCOLUMIDADE DAS
PESSOAS E DO PATRIMÔNIO.

Essa diferença, repito, é de fundamental importância para o estudo do


Estatuto do Desarmamento, pois todo o regramento para AQUISIÇÃO,
REGISTRO e PORTE DE ARMA DE FOGO TRAZ diferenças e algumas
similaridades para os integrantes de cada uma das forças citadas.

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1.2. FORÇAS POLICIAIS LEGISLATIVAS

Quando estudarmos a respeito do porte de arma, citaremos também,


além das FORÇAS ARMADAS e FORÇAS AUXILIARES, as FORÇAS POLICIAIS
LEGISLATIVAS que também têm previsão constitucional. São elas;

Polícia Legislativa da Câmara dos Deputados (Art. 51, IV CF/88)

Polícia Legislativa do Senado Federal (Art. 52, XIII CF/88)

1.3. ARMAS DE FOGO DE USO PERMITIDO

Arma de fogo de USO PERMITIDO é aquela cuja utilização é autorizada a


PESSOAS FÍSICAS, bem como a PESSOAS JURÍDICAS, de acordo com as
normas do COMANDO DO EXÉRCITO e nas condições previstas na Lei
no 10.826, de 2003. Estudaremos tais condições em detalhes logo adiante.

São alguns exemplos de armas de fogo de uso PERMITIDO: as


espingardas e todas as armas de fogo congêneres de alma lisa, as armas de
fogo raiadas, longas, de uso civil já consagrado, como carabinas, rifles, até o
calibre .44 (11,17mm), os revólveres, até o calibre .38 (9,65mm) e as pistolas
semi-automáticas, até o calibre .380 ACP (9mm curto).

1.5. ARMAS DE FOGO DE USO RESTRITO

A arma de fogo de USO RESTRITO é aquela de uso EXCLUSIVO:

9 Das Forças Armadas;

9 De instituições de segurança pública (Forças Auxiliares) e;

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9 De pessoas físicas e jurídicas habilitadas, DEVIDAMENTE


AUTORIZADAS PELO COMANDO DO EXÉRCITO, de acordo com
legislação específica.

São exemplos de armas de fogo de USO RESTRITO: as carabinas


(espingardas raiadas), os rifles e todas as armas raiadas, congêneres, de
calibre superior ao .44 (11,17mm), os revólveres, de calibre superiores ao .38
(9,65mm), as pistolas semi-automáticas de calibres superiores a 7,65mm, ou
inferiores a 7,65mm mas que tenham o comprimento do cano maior de 15 cm
e as pistolas automáticas de qualquer calibre.

Para sua prova, você não precisa se preocupar em memorizar quais são as
de uso permitido ou de uso restrito. Citei apenas exemplos de cada tipo.

A idéia aqui é que você entenda a diferença CONCEITUAL entre uma arma
de fogo de uso PERMITIDO e uma arma de fogo de uso RESTRITO.

1.6. CONCEITO DE REGISTRO PRÓPRIO

Ao falarmos sobre registro de armas de fogo, utilizaremos a expressão


REGISTRO PRÓPRIO em determinadas situações. Além do registro obrigatório
de suas armas nos órgão competentes, algumas instituições, órgãos ou
corporações também possuem REGISTROS PRÓPRIOS de suas armas.

Assim, acho importante conceituá-los desde já.

Entende-se por REGISTROS PRÓPRIOS, os registros feitos pelas


instituições, órgãos e corporações em DOCUMENTOS OFICIAIS DE CARÁTER
PERMANENTE.

1.7. O SISTEMA NACIONAL DE ARMAS – SINARM e O SISTEMA DE


GERENCIAMENTO MILITAR DE ARMAS - SIGMA

Eis aqui um dos conceitos fundamentais para o entendimento de toda a


dinâmica de aquisição, registro e porte de armas de fogo, regulamentados pelo
Estatuto do Desarmamento. Saber diferenciar as competências dos dois
sistemas de banco de dados, o SINARM e o SIGMA, é de extrema importância
para você que se propõe a estudar o referido Estatuto.

Começo pela definição do SINARM:


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O Sistema Nacional de Armas - SINARM, instituído no MINISTÉRIO DA


JUSTIÇA, no âmbito da POLÍCIA FEDERAL, com circunscrição em todo o
território nacional tem por finalidade manter cadastro GERAL, INTEGRADO
e PERMANENTE das armas de fogo IMPORTADAS, PRODUZIDAS e
VENDIDAS no país, de competência do SINARM, e o controle dos
registros dessas armas.

Veja agora a definição do SIGMA:

O Sistema de Gerenciamento Militar de Armas - SIGMA, instituído no


MINISTÉRIO DA DEFESA, no âmbito do COMANDO DO EXÉRCITO, com
circunscrição em todo o território nacional, tem por finalidade manter
cadastro GERAL, PERMANENTE e INTEGRADO das armas de fogo
IMPORTADAS, PRODUZIDAS e VENDIDAS no país, de competência do
SIGMA, e das armas de fogo que constem dos registros próprios.

Veja que parecem conceitos similares!!

Mas não são, e é preciso entender as diferenças. A principal diferença


refere-se a qual Ministério instituiu cada um dos sistemas e no âmbito de que
órgão eles funcionam:

Î SINARM – instituído pelo MINISTÉRIO DA JUSTIÇA e funciona no


âmbito da POLICIA FEDERAL.

Î SIGMA - instituído pelo MINITÉRIO DA DEFESA e funciona no


âmbito do COMANDO DO EXÉRCITO.

Ambos os sistemas são responsáveis pelo cadastro geral e permanente de


todas as armas VENDIDAS, IMPORTADAS e FABRICADAS no país, mas veja
que em cada um dos conceitos acima eu sublinhei os termos “de competência
do SINARM” e “de competência do SIGMA”. Fiz questão de dar esse destaque
porque a partir do próximo tópico você saberá quais dessas armas de fogo
serão cadastradas só no SINARM e qual delas serão cadastradas só no SIGMA.

Nos conceitos acima, percebemos ainda outra diferença entre o SINARM e


o SIGMA:

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Î SINARM – tem também a finalidade de manter o CONTROLE DE


REGISTRO das armas DE SUA COMPETÊNCIA.

Î SIGMA – tem também a finalidade de manter o controle das armas de


fogo que constem dos REGISTROS PRÓPRIOS.

Agora temos plenas condições para estudarmos detalhadamente as


competências de cada um desses sistemas, a começar pelas competências do
SINARM.

II – AS COMPETÊNCIAS DO SINARM

2.1. COMPETÊNCIA PRINCIPAL

A principal competência do SINARM é cadastrar as seguintes armas de


fogo, sejam elas produzidas, importadas ou vendidas no país:

¾ As armas de fogo INSTITUCIONAIS, constantes de registros próprios:

9 Da Polícia Federal;

9 Da Polícia Rodoviária Federal;

9 Das Polícias Civis;

9 Das Polícias Legislativas da Câmara dos Deputados e do Senado


Federal;

9 Dos integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas


prisionais, dos integrantes das escoltas de presos e das Guardas
Portuárias;

9 Das Guardas Municipais;

9 De alguns órgãos públicos, cujos servidores tenham autorização


legal para portar arma de fogo em serviço, em razão das

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atividades que desempenhem. Como exemplo, temos os técnicos


de segurança do Banco Central e dos Tribunais;

¾ As armas de fogo apreendidas, que não constem dos cadastros do


SINARM ou Sistema de Gerenciamento Militar de Armas - SIGMA,
inclusive as vinculadas a procedimentos policiais e judiciais, mediante
comunicação das autoridades competentes à Polícia Federal;

¾ As armas de fogo de USO RESTRITO dos INTEGRANTES das Forças


Auxiliares; e

¾ As armas de fogo de USO RESTRITO, exceto as dos INTEGRANTES das


Forças Armadas, da Agência Brasileira de Inteligência e do Gabinete de
Segurança Institucional da Presidência da República, constantes de
registros próprios.

Há determinadas armas de fogo que, além do cadastro no SINARM,


precisam TAMBÉM ser registradas na POLÍCIA FEDERAL.

São elas:

¾ As armas de fogo ADQUIRIDAS PELO CIDADÃO com atendimento aos


requisitos previstos nos Estatuto (veremos em detalhes tais requisitos
adiante);

¾ As armas de fogo das empresas de segurança privada e de transporte de


valores; e

¾ As armas de fogo de USO PERMITIDO dos integrantes das Forças


Auxiliares.

Importante que você, caro aluno, antes de seguir adiante, dê mais uma
revisada bem atenta para a competência acima procurando entender quais as
armas de fogo que só devem ser cadastradas no SINARM e quais precisam,
além desse cadastro, ser também registradas na Polícia Federal.

2.2. OUTRAS COMPETÊNCIAS DO SINARM

A seguir, outras importantes e BOAS DE PROVA competências do


SINARM!!
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Æ Identificar as CARACTERÍSTICAS E A PROPRIEDADE DE ARMAS DE FOGO,


mediante cadastro assim como identificar as MODIFICAÇÕES que alterem as
características ou o funcionamento das armas de fogo.

As armas de fogo possuem algumas características mais simples como:


marca, calibre, quantidade de cartuchos (balas), e outras mais complexas,
como tipo da coronha, raias, etc. Existem ainda as armas comuns como
garruchas e revolveres, que se diferenciam das armas automáticas, como
pistolas, metralhadoras e outras impróprias para o uso comum, que são
utilizadas pelas policias em operações especiais.Cabe ao SINARM catalogar e
registrar todas as armas em circulação no Brasil.

Alguns marginais fazem alterações nas armas de fogo para que elas não
possam ser identificadas, como raspar o numero de identificação, substituem a
coronha, etc. Cabe então ao SINARM identificar e catalogar, quando
conveniente, estas alterações.

Æ Cadastrar a identificação do CANO DA ARMA, as características das


impressões de RAIAMENTO e de MICROESTRIAMENTO de projétil disparado,
conforme marcação e testes obrigatoriamente realizados pelo fabricante.

Raiamento e Microestriamento são termos técnicos usados para descrever


as informações contidas no cano da arma e que são como a impressão digital
de cada arma de fogo, cada uma tem a sua diferente, o que possibilita a
identificação em um exame de balística, por exemplo. O SINARM deve ter o
cadastro de todas as informações contidas em cada arma de fogo
comercializada no Brasil.

IMPORTANTE: Os dados necessários ao cadastro da identificação do cano da


arma, das características das impressões de raiamento e microestriamento de
projétil disparado, a marca do percutor e extrator no estojo do cartucho
deflagrado pela arma serão disciplinados em norma específica da Polícia
Federal, ouvido o Comando do Exército, cabendo às fábricas de armas de
fogo o envio das informações necessárias ao órgão responsável da
Polícia Federal.

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Æ Cadastrar as TRANSFERÊNCIAS DE PROPRIEDADE, EXTRAVIO, FURTO,


ROUBO e outras ocorrências suscetíveis de alterar os dados cadastrais,
inclusive as decorrentes de fechamento de empresas de segurança privada e
de transporte de valores.

Qualquer ocorrência de furto, roubo, extravio e transferência de


propriedade de uma arma de fogo deve IMEDIATAMENTE ser comunicada às
autoridades policiais para que sejam tomadas as providencias cabíveis. Os
proprietários de empresas de transporte de valores e segurança privada, ao
desativar uma empresa deverão comunicar às autoridades e enviar as armas
de seu uso para que sejam apreendidas, pois não poderão manter as armas
em seu poder com a empresa desativada. Veremos em mais detalhes sobre
esses procedimentos adiante.

Ao SINARM cabe catalogar todas estas informações, recolhidas junto às


polícias para que se possa manter um histórico atualizado das transferências
de armas de fogo em território nacional.

Æ Cadastrar as AUTORIZAÇÕES DE PORTE DE ARMA DE FOGO e as


RENOVAÇÕES expedidas pela Polícia Federal;

No tópico onde trataremos sobre o porte de arma, veremos que ele é


emitido pela Polícia Federal. O SINARM é responsável por catalogar e manter
em seu banco de dados todas estas informações referentes aos proprietários
de armas, tipos de armas e pessoas com porte autorizado.

Æ Cadastrar os ARMEIROS EM ATIVIDADE NO PAÍS, bem como conceder


licença para exercer a atividade;

Armeiro é o profissional especializado principalmente na manutenção de


armas de fogo. Estes profissionais deverão ser cadastrados no SINARM e
mensalmente enviar relatório de todo o trabalho, seja de manutenção, seja de
compra ou venda de armas de fogo.

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Æ Cadastrar mediante registro os PRODUTORES, ATACADISTAS, VAREJISTAS,


EXPORTADORES e IMPORTADORES autorizados de armas de fogo, acessórios
e munições;

As empresas que trabalham com produção, venda, importação e


exportação de armas de fogo deverão, além da documentação normal
solicitada por órgãos estaduais e federais, solicitar um Alvará de
Funcionamento para comércio de armas, portando inclusive Certidão de Bons
Antecedentes Criminais junto a Justiça Estadual e Federal.

IMPORTANTE: Para cumprir o disposto nesta competência, o Comando do


Exército deverá fornecer ao SINARM os dados necessários ao cadastro.

Æ Cadastrar as APREENSÕES DE ARMAS DE FOGO, inclusive as vinculadas a


procedimentos policiais e judiciais.

As delegacias especializadas em armas de fogo enviarão ao SINARM


mensalmente informações sobre toda a movimentação de armas de fogo,
sejam apreensões, compras, trocas de propriedade, etc.

Concluímos as competências mais “interessantes” do SINARM. Da


mesma forma, e não menos importante, analisaremos agora as competências
do SIGMA.

III – O SIGMA E SUA COMPETÊNCIA

Para fins de prova, você precisa estudar apenas a competência principal


do SIGMA, relacionada também ao cadastro de armas de fogo.

Serão cadastradas no SIGMA:

¾ As armas de fogo INSTITUCIONAIS, de porte e portáteis, constantes de


registros próprios:

9 Das Forças Armadas;

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9 Das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares;

9 Da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN); e

9 Do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da


República (GSI);

¾ As armas de fogo dos INTEGRANTES das Forças Armadas, da Agência


Brasileira de Inteligência e do Gabinete de Segurança Institucional da
Presidência da República, constantes de registros próprios;

¾ As informações relativas às EXPORTAÇÕES de armas de fogo, munições


e demais produtos controlados, devendo o Comando do Exército manter
sua atualização;

¾ As armas de fogo IMPORTADAS ou adquiridas no país para fins de testes


e avaliação técnica; e

¾ As armas de fogo OBSOLETAS.

Há, determinadas armas de fogo que, além do cadastro no SIGMA,


precisam TAMBÉM ser registradas no COMANDO DO EXÉRCITO.

São elas:

¾ As armas de fogo de COLECIONADORES, ATIRADORES e CAÇADORES; e

¾ As armas de fogo das REPRESENTAÇÕES DIPLOMÁTICAS.

Terminado o estudo das competências do SINARM e do SIGA, aconselho


mais uma vez você a, antes de prosseguir na aula, dar mais uma estudada
comparando as competências dos referidos sistemas. Sabendo diferenciá-las,
dificilmente perderá preciosas questões em sua prova!!

IMPORTANTE

Os dados do SINARM e do SIGMA são interligados e compartilhados.

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De posse desses conhecimentos, podemos agora estudar todo o


regramento trazido pelo Estatuto sobre a AQUISIÇÃO, o REGISTRO e o PORTE
de arama de fogo.

Vamos lá!!

IV – A AQUISIÇÃO DE ARMA DE FOGO

4.1. AQUISIÇÃO DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO

Para adquirir, ou seja, comprar uma arma de fogo de USO PERMITIDO o


interessado deverá preencher CUMULATIVAMENTE os requisitos abaixo:

¾ Declarar EFETIVA NECESSIDADE;

¾ Ter, NO MÍNIMO, vinte e cinco anos;

¾ Apresentar ORIGINAL E CÓPIA, ou CÓPIA AUTENTICADA, de documento de


identificação pessoal;

¾ Comprovar, em seu pedido de aquisição e em cada renovação do


Certificado de Registro de Arma de Fogo, IDONEIDADE E INEXISTÊNCIA
DE INQUÉRITO POLICIAL OU PROCESSO CRIMINAL, por meio de
certidões de antecedentes criminais da Justiça Federal, Estadual, Militar e
Eleitoral, que poderão ser fornecidas por meio eletrônico;

¾ Apresentar documento comprobatório de OCUPAÇÃO LÍCITA E DE


RESIDÊNCIA CERTA;

¾ Comprovar, em seu pedido de aquisição e em cada renovação do


Certificado de Registro de Arma de Fogo, A CAPACIDADE TÉCNICA PARA
O MANUSEIO DE ARMA DE FOGO;

¾ Comprovar APTIDÃO PSICOLÓGICA para o manuseio de arma de fogo.

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IMPORTANTÍSSIMO NÃO ESQUECER !!

Estes requisitos são CUMULATIVOS, ou seja, o interessado, no ato da


compra, TEM QUE CUMPRIR COM TODOS ELES se quiser adquirir uma arma
de fogo.

Vou agora explicar em mais detalhes, para que você entenda melhor,
alguns destes requisitos.

4.1.1. Declaração de EFETIVA NECESSIDADE

A DECLARAÇÃO DE EFETIVA NECESSIDADE é um documento no qual o


interessado deverá explicitar os fatos e circunstâncias justificadoras do pedido.
Tais fatos e circunstâncias serão examinados pela POLÍCIA FEDERAL.

4.1.2. A comprovação de OCUPAÇÃO LÍCITA e RESIDÊNCIA CERTA

A prova de OCUPAÇÃO LÍCITA (EMPREGO) será feita através da carteira


funcional ou de trabalho, cópia do contrato empresarial ou se autônomo, cópia
da licença expedida pela Prefeitura Municipal do domicílio do interessado.

O comprovante de RESIDÊNCIA CERTA deverá ser obrigatoriamente uma


correspondência oficial, em nome do titular requerente da compra da arma de
fogo, com data de no máximo 03 meses anteriores á data da solicitação de
compra.

4.1.3. A comprovação de CAPACITAÇÃO TÉCNICA

O comprovante de CAPACITAÇÃO TÉCNICA deverá ser expedido por


instrutor de armamento e tiro credenciado pela Polícia Federal e deverá
atestar, necessariamente:

9 Conhecimento da conceituação e normas de segurança pertinentes à


arma de fogo;

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9 Conhecimento básico dos componentes e partes da arma de fogo; e

9 Habilidade do uso da arma de fogo demonstrada, pelo interessado,


em estande de tiro credenciado pelo Comando do Exército.

Após a conclusão do curso, o interessado apresentará o certificado de


conclusão do curso no qual deverá constar bom aproveitamento.

4.1.4. A comprovação de APTIDÃO PSICOLÓGICA

A APTIDÃO PSICOLÓGICA deverá ser atestada, por meio de exames


psicotécnicos, em laudo conclusivo fornecido por psicólogo do quadro da
POLÍCIA FEDERAL ou por esta credenciado.

Pois bem, após a apresentação dos documentos acima referidos e,


havendo manifestação favorável da POLÍCIA FEDERAL, será expedida, pelo
SINARM, no prazo máximo de 30 dias, em nome do interessado, a
AUTORIZAÇÃO PARA A AQUISIÇÃO da arma de fogo indicada.

Caso não haja manifestação favorável e a POLICIA FEDERAL indefira o


pedido, deverá fundamentar o indeferimento e comunicá-lo em documento
próprio ao interessado.

IMPORTANTE

É INTRANSFERÍVEL a AUTORIZAÇÃO PARA A AQUISIÇÃO da arma de


fogo.

O interessado em adquirir arma de fogo de uso PERMITIDO que comprove


estar autorizado a portar arma da mesma espécie daquela a ser adquirida está
dispensado da comprovação de CAPACIDADE TÉCNICA e de APTIDÃO
PSICOLÓGICA. Para isso, seu o porte de arma de fogo deve estar válido e o
interessado tenha se submetido a avaliações em período não superior a 01
ano, contado do pedido de aquisição.

Os integrantes das FORÇAS ARMADAS, e das FORÇAS AUXILIARES


interessados em adquirir armas de fogo de uso PERMITIDO ficam
DISPENSADOS de comprovar, em seu pedido de aquisição e em cada pedido
de renovação de Registro de Arma de Fogo, IDONEIDADE E INEXISTÊNCIA DE
INQUÉRITO POLICIAL OU PROCESSO CRIMINAL, apresentar documento
comprobatório de OCUPAÇÃO LÍCITA E DE RESIDÊNCIA CERTA e comprovar a

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CAPACIDADE TÉCNICA e APTIDÃO PSICOLÓGICA para o manuseio de arma de


fogo.

E a informação acima servirá para você, futuro PF ou PRF !!

Procedamos à análise de nossa primeira questão:

[FCC – TECNICO SEGUR. E TRANSPORTE – TRT/9ª – 2010] Quanto aos


requisitos para a aquisição de arma de fogo, conforme lei competente,
analise:

I. O interessado deve ter idade mínima de vinte e um anos, exceto


para os cargos definidos em lei.

Muitas são as questões que pedem o conhecimento da idade mínima


para aquisição de arma de fogo. O intuito sempre é induzi o candidato a erro
ao pensar que a maioridade de 21 anos já é sufuciente para ter o direito de
portar armas. Errado!!

O legislador definiu que seria preciso uma maior maturidade do indivíduo


para que ele pudesse pleitear adquirir uma arma de fogo e, portanto, a idade
definida foi de 25 ANOS.

ITEM ERRADO

II. O interessado deverá apresentar certidão negativa, fornecida na


forma da lei competente, atestando que não está respondendo a
inquérito policial.

Isso mesmo!! Além de não estar respondendo a processo criminal, as


certidões devem também atestar que ele tem idoneidade e que não responde a
processo criminal. O fato do item não ter citado essas duas outras funções das
certidões negativas, não o torna errado.

Seria errado se tivesse usado os termos “apenas” ou “somente, por


exemplo.

ITEM CORRETO

III. O interessado deverá comprovar, conforme lei competente, sua


capacitação técnica para o manuseio de arma de fogo, incluindo
comprovação do conhecimento acerca das normas de segurança
pertinentes a arma de fogo.

Tal qual está no Estatuto!! A comprovação da capacidade técnica para o


manuseio da arma de fogo é condição básica para a AQUISIÇÃO de arma de
fogo.

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ITEM CORRETO

É correto o que consta em

(A) I e III, apenas.

(B) II e III, apenas.

(C) I, II e III.

(D) II, apenas.

(E) III, apenas.

4.1.5. A TRANSFERÊNCIA de propriedade

Primeiramente é preciso que você, caro aluno, não confunda uma coisa: já
vimos que é INSTRANSFERÍVEL a AUTORIZAÇÃO para a aquisição de arma de
fogo.

Entretanto, uma vez adquirida a arma, ela pode ser transferida para outra
pessoa!!

Acontece que o Estatuto rege que a TRANSFERÊNCIA DE PROPRIEDADE


da arma de fogo, por qualquer das formas em direito admitidas, entre
particulares, sejam pessoas físicas ou jurídicas, estará sujeita ao cumprimento
de duas condições também CUMULATIVAS, quais sejam:

9 Prévia autorização da Polícia Federal e;

9 Aplicação ao interessado na aquisição do cumprimento de TODOS


aqueles requisitos aos quais sujeita-se quem quer adquirir arma de
fogo. Lembra deles? Estudamos no começo desse tópico!!

Para não esquecer:

AUTORIZAÇÃO PARA AQUISIÇÃO DE ARMA DE FOGO Æ INTRANSFERÍVEL

TRANSFERÊNCIA DE PROPRIEDADE DE ARMA Æ DEVE CUMPRIR REQUISITOS


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4.2. AQUISIÇÃO DE ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO

Para fins de prova, no caso das armas de fogo de uso RESTRITO, não
temos muito que falar, pois tais armamentos devem ser, em tese, de uso
EXCLUSIVO das forças militares.

Importante, no entanto, é saber que para os casos permitidos, é do


COMANDO DO EXÉRCITO a competência para autorizar a aquisição e
registrar as armas de fogo de uso RESTRITO.

Estas armas serão cadastradas no SIGMA e no SINARM, conforme o caso.

V – O REGISTRO DAS ARMAS DE FOGO

5.1. O REGISTRO DE ARMAS DE FOGO DE USO PERMITIDO

Uma vez adquirida uma arma de fogo respeitando-se todos os requisitos


outrora estudados, É OBRIGATÓRIO o REGISTRO desta arma de fogo junto
ao órgão competente.

IMPORTANTE

TODAS as armas de fogo devem ser registradas no SINARM ou no


SIGMA, excetuadas as OBSOLETAS.

O registro da arma de fogo de uso PERMITIDO deverá conter os dados do


interessado (como nome, filiação, endereço residencial e profissão) e dados da
arma (como o número do cadastro no SINARM, identificação do fabricante e do
vendedor, espécie, marca, modelo e número de série).

O art. 15 do Decreto nº 5.123/04 traz, além dos já citados, um rol de


outros documentos exigidos para o registro da arma. Sinceramente, como
nunca vi isso cair ainda em provas, não acho necessário você memorizá-los.

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Apenas não esqueça que o registro deve conter dados do interessado e da


arma.

Registrada a arma de fogo, é então expedido o CERTIFICADO DE


REGISTRO DE ARMA DE FOGO.

Este Certificado tem as seguintes características IMPORTANTÍSSIMAS:

Expedido pela POLICIA FEDERAL;

Precedido de cadastro no SINARM;

Tem validade em TODO O TERRITÓRIO NACIONAL e;

Autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo EXCLUSIVAMENTE:

Æ no INTERIOR DE SUA RESIDÊNCIA ou DEPENDÊNCIA DESTA ou

Æ no SEU LOCAL DE TRABALHO, desde que seja ele o TITULAR ou o


RESPONSÁVEL LEGAL pelo estabelecimento da empresa.

Muita atenção, caro aluno, para essa última informação!!

Isso indica que o proprietário não poderá portar arma de fogo fora dos
locais indicados, sob pena de responsabilidade penal. É possível manter em
casa arma recebida É possível, mas para manter em casa arma de fogo, é
necessário possuir o registro fornecido pelo SINARM através da Polícia Federal.

Já quanto a mantê-la em seu local de trabalho, o proprietário tem que ser


o TITULAR. Se não for o titular, a outra única possibilidade de manter sua
arma em seu local de trabalho será se ele for o RESPONSÁVEL LEGAL pelo
estabelecimento ou empresa.

IMPORTANTE, NÃO ESQUEÇA!!

¾ TITULAR do estabelecimento ou empresa é todo aquele assim definido


em CONTRATO SOCIAL.

¾ RESPONSÁVEL LEGAL é todo aquele designado em CONTRATO


INDIVIDUAL de trabalho, com PODERES DE GERÊNCIA.

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É importante que se diga que a aquisição de munição somente poderá ser


feita no calibre correspondente à arma registrada e na quantidade estabelecida
em Lei. Tal quantidade não nos interessa para fins de provas de concursos!!

Para que seja renovado o Certificado de Registro, o proprietário da arma


de fogo deve, A CADA 03 ANOS, junto à POLÍCIA FEDERAL, comprovar
idoneidade e inexistência de inquérito policial e processo criminal, apresentar
documento de ocupação lícita e residência certa, comprovar capacidade técnica
para manuseio de arma de fogo e aptidão psicológica nos mesmos termos por
nós já estudados.

IMPORTANTÍSSIMO

Estão dispensados destas obrigações, seja para a AQUISIÇÃO ou para a


RENOVAÇÃO do Registro de Arma de Fogo, os integrantes das FORÇAS
ARMADAS e das FORÇAS AUXILIARES.

5.2. O REGISTRO DE ARMAS DE FOGO DE USO RESTRITO

Como a própria palavra diz e conforme já estudamos, armas de fogo de


uso RESTRITO não devem ser adquiridas e muito menos registradas por
qualquer pessoa.

Como no caso das armas de fogo de uso PERMITIDO, o registro das de


uso RESTRITO, deverá conter os dados do interessado (como nome, filiação,
endereço residencial e profissão) e dados da arma (como o número do
cadastro no SINARM, identificação do fabricante e do vendedor, espécie,
marca, modelo e número de série).

O art. 18 do Decreto nº 5.123/04 traz, além dos já citados, um rol de


outros documentos exigidos para o registro da arma. Você não precisa perder
seu precioso tempo memorizando todos os dados.

Para que seja renovado o Certificado de Registro, o proprietário da arma


de fogo deve, A CADA 03 ANOS, junto ao COMANDO DO EXÉRCITO,
comprovar idoneidade e inexistência de inquérito policial e processo criminal,
apresentar documento de ocupação lícita e residência certa, comprovar
capacidade técnica para manuseio de arma de fogo e aptidão psicológica nos
mesmos termos por nós já estudados.

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IMPORTANTÍSSIMO

Estão dispensados destas obrigações, seja para a AQUISIÇÃO ou para a


RENOVAÇÃO do Registro de Arma de Fogo, os integrantes das FORÇAS
ARMADAS e das FORÇAS AUXILIARES.

Lembre-se de diferenciar:

REGISTRO E RENOVAÇÃO DE REGISTRO DE ARMA DE FOGO DE USO


PERMITIDO Æ JUNTO À POLICIA FEDERAL

REGISTRO E RENOVAÇÃO DE REGISTRO REGISTRO DE ARMA DE FOGO DE


USO RESTRITO Æ JUNTO AO COMANDO DO EXÉRCITO

Analisemos uma questão um tanto quanto polêmica:

[FCC – TECNICO JUDIC. ESPEC. SEGURANÇA – TRF/1ª– 2011] Quanto


ao registro de uma arma de fogo, analise:

I. O interessado no registro deverá apresentar documento


comprobatório de ocupação lícita.

Exatamente!! Aproveito para lembra-lhe que a prova de ocupação lícita


(emprego) será feita através da carteira funcional ou de trabalho, cópia do
contrato empresarial ou se autônomo, cópia da licença expedida pela
Prefeitura Municipal do domicílio do interessado.

ITEM CORRETO

II. As armas de fogo serão registradas pelo Comando do Exército.

Esse é um erro ao qual as organizadoras insistem em tentar induzir


aquele candidato mais despreparado ou desatento. As armas, regra geral, são
registradas na POLÍCIA FEDERAL. Apenas as de uso restrito é que são
registradas no Comando do Exército.

ITEM ERRADO

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III. O Certificado de Arma de Fogo autoriza o seu proprietário a


manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua empresa,
desde que ele seja o responsável legal.

Esse item já de cara apresenta dois erros. Mas pasmem!! A organizadora


o considerou ABSURDAMENTE correto!!

O primeiro erro está em falar em Certificado de Arma de Fogo ao invés


de citar o termo correto: Certificado de Registro de Arma de Fogo. Mas, tudo
bem...esse ainda passaria, mas há um segundo equívoco.

O proprietário da arma registrada está não está autorizado a mantê-la


EXCLUSIVAMENTE no interior de sua empresa. Você estudou que elem
também pode e deve mantê-la em sua residência.

ITEM ERRADO

Pois bem, a banca considerou equivocadamente o item “B” como o


correto, mas, você viu comigo que a resposta adequada é o item “A”. Assim:

Está correto o que consta SOMENTE em:

(A) I.

(B) III.

(C) II.

(D) I e III.

(E) II e III.

5.3. Do EXTRAVIO, FURTO ou ROUBO da arma de fogo

Havendo extravio, furto ou roubo de arma de fogo ou do Certificado de


Registro de Arma de Fogo o proprietário da arma é OBRIGADO a comunicar,
IMEDIATAMENTE, à unidade policial local. E a mesma obrigatoriedade é exigida
quando a arma é RECUPERADA.

Fiz questão de grifar a palavra “IMEDIATAMENTE” porque o próprio


regulamento do Estatuto não define um prazo em horas para que o

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proprietário faça a referida comunicação á unidade policial local. Então lembre-


se bem quem a exigência é que a comunicação seja IMEDIATA.

A unidade policial, por sua vez, deverá, em 48 horas, remeter as


informações coletadas à POLÍCIA FEDERAL, para fins de cadastro no SINARM.
Neste caso, o Estatuto taxativamente define o prazo que a unidade policial tem
para informar à polícia Federal da ocorrência do extravio, furto ou roubo de
arma de fogo ou Certificado de Registro de determinado proprietário: 48
horas.

Outro detalhe importante: em qualquer uma das ocorrências acima, mesmo


tendo comunicar o fato à unidade policial local, o PROPRIETÁRIO deverá,
também, comunicar o ocorrido à Polícia Federal ou ao Comando do Exército,
encaminhando, se for o caso, cópia do Boletim de Ocorrência.

Se a arma de fogo extraviada, furtada ou roubada for de USO RESTRITO,


a Polícia Federal repassará as informações ao COMANDO DO EXÉRCITO, para
fins de cadastro no SIGMA.

Revisando:

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VI – DO COMÉRCIO ESPECIALIZADO DE ARMAS DE FOGO E MUNIÇÕES

6.1. DAS FÁBRICAS DE ARMA DE FOGO

O Estatuto regulamenta que as FÁBRICAS de armas de fogo deverão


fornecer à POLÍCIA FEDERAL, para fins de cadastro, QUANDO DA SAÍDA DO
ESTOQUE, relação das armas produzidas, que devam constar do SINARM, com
suas características e os dados dos adquirentes.

IMPORTANTE, NÃO ESQUEÇA!!

A aquisição de armas de fogo, DIRETAMENTE DA FÁBRICA, será


PRECEDIDA de autorização do COMANDO DO EXÉRCITO.

6.2. DAS EMPRESAS AUTORIZADAS A COMERCIALIZAR ARMA DE


FOGO

Primeiramente vamos entender o debate quanto à PERMISSÃO que hoje


existe em nosso país para o COMÉRCIO de arma de fogo.

Originariamente, a nossa lei nº 10.826/03 previa, em seu art. 35, que era
PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DE ARMA DE FOGO E MUNIÇÃO EM TODO O
TERRITÓRIO NACIONAL, salvo para determinadas entidades, mas que essa
determinação dependeria de APROVAÇÃO MEDIANTE REFERENDO POPULAR a
ser realizado em outubro de 2005.

Regulamentava também que em caso de aprovação do referendo


popular, a referida PROIBIÇÃO entraria em vigor na data de publicação de seu
resultado pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Pois bem, no dia 23 de outubro de 2005, toda a população foi às urnas


para participar do PRIMEIRO REFERENDO POPULAR NO BRASIL, previsto no
Estatuto do Desarmamento. O referendo, como estava previsto, deixou para a
população brasileira decidir sobre a PROIBIÇÃO OU NÃO do comércio de armas
de fogo e munições para CIVIS no Brasil.

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Seguindo os moldes de uma eleição, duas frentes parlamentares foram


formadas:

A Frente do SIM, A FAVOR DA PROIBIÇÃO, chamada de “Por um


Brasil sem armas”;

A Frente do NÃO, A FAVOR DA MANUTENÇÃO do comércio de


armas de fogo, intitulada “Pela Legítima Defesa”.

As duas frentes foram compostas por parlamentares e membros da


sociedade civil e realizaram propaganda eleitoral gratuita em rádios e TVs
entre os dias 1º e 20 de outubro. Além de participar da propaganda gratuita,
as duas frentes realizaram atos públicos e manifestações, participaram de
debates e palestras.

Apesar das pesquisas de opinião apontarem no início dos debates que a


maioria dos brasileiros apoiava a proibição do comércio de armas, o referendo
teve um resultado negativo para aqueles que defendem um maior controle
sobre as armas de fogo:

64% DA POPULAÇÃO DISSE NÃO À PROIBIÇÃO DA VENDA DE ARMAS


ENQUANTO 36% DISSE SIM.

Apenas a título de curiosidade, A Frente Parlamentar pelo Direito à


Legítima Defesa, que defendeu o NÃO e teve sua campanha totalmente
financiada pela indústria nacional de armas e apoiada pela organização
americana NRA (National Rifle Association) comemorou efusivamente esta
vitória.

Dessa forma, já que foi assim decidido, as disposições do Estatuto sobre


o comércio de armas de fogo e munições para civis passaram a ter validade
legal . Veremos agora com é esse regramento.

Quanto às empresas autorizadas a COMERCIALIZAR armas de fogo, como


primeira e IMPORTANTÍSSIMA regra, temos que:

É PROIBIDA a venda de armas de fogo, munições e demais produtos


controlados, de USO RESTRITO, no COMÉRCIO.

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Atenção: a regra acima NÃO PERMITE exceções!!

Agora, em se falado de armas de fogo de USO PERMITIDO, o Estatuto


rege que o estabelecimento que comercializar este tipo de arma de fogo em
território nacional é OBRIGADO a comunicar à POLÍCIA FEDERAL,
mensalmente, as vendas que efetuar e a quantidade de armas em estoque.

Enquanto essas mercadorias não forem vendidas, tais estabelecimentos


responderão legalmente por elas as quais ficarão REGISTRADAS COMO DE SUA
PROPRIEDADE, de forma precária, sujeitos seus responsáveis às penas
previstas em lei (estudaremos mais adiante estas penas).

Mas professor, o que significa “REGISTRADAS DE FORMA PRECÁRIA”?

Parra manter as armas ainda não vendidas em seu estoque o


responsável legal pelo estabelecimento de preencher apenas ALGUNS daqueles
requisitos necessários para a aquisição de armas de fogo. Estes requisitos são:

¾ Comprovação de IDONEIDADE E INEXISTÊNCIA DE INQUÉRITO


POLICIAL OU PROCESSO CRIMINAL, por meio de certidões de
antecedentes criminais da Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral,
que poderão ser fornecidas por meio eletrônico;

¾ Apresentação de documento comprobatório de OCUPAÇÃO LÍCITA E DE


RESIDÊNCIA CERTA e;

¾ Comprovação de CAPACIDADE TÉCNICA E APTIDÃO PSICOLÓGICA PARA


O MANUSEIO DE ARMA DE FOGO.

Importante salientar que esses estabelecimentos autorizados a


comercializar armas de fogo DEVERÃO manter à disposição da POLÍCIA
FEDERAL e do COMANDO DO EXÉRCITO os estoques e a relação das vendas
efetuadas mensalmente, pelo prazo de 05 ANOS.

Repetindo para não esquecer:

ENVIO DA RELAÇÃO DAS VENDAS Æ MENSALMENTE Æ TANTO À POLÍCIA


FEDERAL QUANTO AO COMANDO DO EXERCITO Æ PELO PRAZO DE 05
ANOS

Quanto aos ACESSÓRIOS DE ARMAS DE FOGO e às MUNIÇÕES -


incluídos estojos, espoletas, pólvora e projéteis - sua comercialização só
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poderá ser efetuada em ESTABELECIMENTO CREDENCIADO pela POLÍCIA


FEDERAL e pelo COMANDO DO EXÉRCITO que manterão um cadastro dos
comerciantes. Observe que o estabelecimento tem ser credenciado NOS DOIS
órgãos competentes.

Para finalizar o assunto, não poderia deixar de citar uma outra regra bem
RELEVANTE:

A comercialização de armas de fogo, acessórios e munições ENTRE PESSOAS


FÍSICAS somente será efetivada MEDIANTE AUTORIZAÇÃO DO SINARM.

VII – O PORTE E O TRÂNSITO DA ARMA DE FOGO

Tudo que estudamos até aqui é de suma importância quando se fala em


regulamentação do desarmamento em nosso país e nos serviram de
importante BASE para o foco de todo o estudo e polêmica sobre o assunto: O
PORTE DE ARMA.

Antes de estudarmos todas as peculiaridades que o Estatuto e seus


regulamentos trazem sobre o PORTE E O TRÂNSITO DE ARMA DE FOGO, é
preciso que você não se esqueça da REGRA FUNDAMENTAL:

É PROIBIDO O PORTE DE ARMA DE FOGO EM TODO O TERRITÓRIO


NACIONAL.

Aí você me pergunta: essa regra é ABSOLUTA, professor?

Claro que não!! O Estatuto do Desarmamento admite exceções e


regulamenta que:

IMPORTANTÍSSIMO

A autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, em todo


o território nacional, é DE COMPETÊNCIA DA POLÍCIA FEDERAL E
SOMENTE SERÁ CONCEDIDA APÓS AUTORIZAÇÃO DO SINARM.

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E é exatamente sobre as exceções, devidamente autorizadas, que


começaremos a falar a partir de agora!!

Primeiramente descreverei quais são as exceções previstas no Estatuto à


proibição do porte de arma, ou seja, mostrarei o rol daqueles que têm
PERMISSÃO para o porte de arma.

Em seguida, estudaremos as características desse porte e detalharemos


as particularidades de cada uma das referidas exceções.

Peço apenas a você uma DEDICAÇÃO ESPECIAL ao estudo sobre tais


exceções porque é um verdadeiro PRATO CHEIO PARA PROVAS DE
CONCURSOS.

Vamos em frente!!

7.1. EXCEÇÕES À PROIBIÇÃO DO PORTE DE ARMA

O porte de arma, como você acabou de ver, é proibido em, todo o


território nacional, mas o próprio estatuto diz que salvo em casos previstos em
LEGISLAÇÃO PRÓPRIA, o porte de arma é PERMITIDO. Essa é a primeira
exceção.

Nestes casos previstos em LEGISLAÇÃO PRÓPRIA, a autorização para o


porte de arma de fogo está condicionada a comprovação de CAPACIDADE
TÉCNICA PARA O MANUSEIO DE ARMA DE FOGO e, expedido o porte, somente
será concedido EXCLUSIVAMENTE para DEFESA PESSOAL sendo vedado aos
seus integrantes o porte ostensivo da arma de fogo.

Além dessa exceção temos que o porte de arma é também PERMITIDO


para:

¾ Os integrantes das FORÇAS ARMADAS;

¾ Os integrantes Das FORÇAS AUXILIARES;

¾ Os integrantes das GUARDAS MUNICIPAIS das capitais dos Estados e dos


Municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes
(estudaremos adiante quase as condições estabelecidas);

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¾ os integrantes das GUARDAS MUNICIPAIS dos Municípios com mais de


50.000 (cinqüenta mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes,
QUANDO EM SERVIÇO;

¾ Os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) e os


agentes do Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança
Institucional da Presidência da República (GSI-PR);

¾ Os integrantes das POLÍCIAS LEGISLATIVAS DA CÂMARA DOS


DEPUTADOS e do SENADO FEDERAL

¾ Os integrantes do quadro efetivo dos AGENTES e GUARDAS PRISIONAIS,


os INTEGRANTES DAS ESCOLTAS DE PRESOS e as GUARDAS
PORTUÁRIAS;

¾ As empresas de SEGURANÇA PRIVADA e de TRANSPORTE DE VALORES


legalmente constituídas;

¾ Os integrantes das ENTIDADES DE DESPORTO legalmente constituídas,


cujas atividades esportivas demandem o uso de armas de fogo
(falaremos mais adiante), observando-se, no que couber, a legislação
ambiental.

¾ Os integrantes das CARREIRAS DE AUDITORIA DA RECEITA FEDERAL DO


BRASIL e de AUDITORIA-FISCAL DO TRABALHO, cargos de AUDITOR-
FISCAL e ANALISTA TRIBUTÁRIO.

Vistas as exceções á regra, vamos então entender quais são as


características do PORTE DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO expedido em
nosso país.

7.2. CARACTERÍSTICAS DO PORTE DE ARMA DE FOGO

Primeira característica do PORTE DE ARMA que você já sabe é que ele É


PARA ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO e tem CARÁTER EXCEPCIONAL, pois
para fugir da regra geral da proibição, o interessado deve fazer parte de uma
daquelas corporações citadas no tópico anterior.

Suas outras características são:

9 Deve ser vinculado ao PRÉVIO REGISTRO da arma e ao CADASTRO


no SINARM;

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9 Será expedido pela POLÍCIA FEDERAL, em TODO o território


nacional e;

9 O requerente tem que atender aos seguintes requisitos:

ƒ Demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício de


atividade profissional de risco ou de ameaça à sua integridade
física;

ƒ Atender às exigências para a aquisição de arma de fogo


(lembra delas?);

ƒ Apresentar documentação de propriedade de arma de fogo,


bem como o seu devido registro no órgão competente.

Uma vez expedido, o PORTE DE ARMA DE FOGO é documento


OBRIGATÓRIO PARA A CONDUÇÃO DA ARMA e deverá conter os seguintes
dados:

¾ Abrangência territorial;

¾ Eficácia temporal;

¾ Características da arma;

¾ Número do cadastro da arma no SINARM;

¾ Identificação do proprietário da arma; e

¾ Assinatura, cargo e função da autoridade concedente.

IMPORTANTÍSSIMO!!

O PORTE DE ARMA DE FOGO é PESSOAL, INTRANSFERÍVEL e REVOGÁVEL


A QUALQUER TEMPO, sendo válido APENAS COM RELAÇÃO À ARMA NELE
ESPECIFICADA e com a APRESENTAÇÃO DO DOCUMENTO DE
IDENTIFICAÇÃO DO PORTADOR.

Na medida em que tem o PORTE DE ARMA, o seu titular tem algumas


obrigações básicas previstas no Estatuto. Vamos a elas:

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7.3. OBRIGAÇÕES DO TITULAR DO PORTE DE ARMA

O titular do Porte de Arma de Fogo deverá comunicar IMEDIATAMENTE a


MUDANÇA DE DOMICÍLIO, ao órgão expedidor do Porte de Arma de Fogo e o
EXTRAVIO, FURTO ou ROUBO da arma de fogo, à Unidade Policial mais
próxima e, posteriormente, à Polícia Federal.

O titular que inobservar essa obrigação, terá SUSPENSO seu Porte de


Arma de Fogo pela autoridade competente a qual estipulará o prazo da
SUSPENSÃO.

O titular de Porte de Arma de Fogo para defesa pessoal concedido nos


termos por nós já estudados, NÃO PODERÁ CONDUZIR SUA ARMA
OSTENSIVAMENTE OU COM ELA ADENTRAR OU PERMANECER EM LOCAIS
PÚBLICOS, tais como igrejas, escolas, estádios desportivos, clubes, agências
bancárias ou outros locais onde haja aglomeração de pessoas em virtude de
eventos de qualquer natureza.

A inobservância desta obrigação implicará na CASSAÇÃO do Porte de


Arma de Fogo e na APREENSÃO da arma, pela autoridade competente, que
adotará as medidas legais pertinentes.

Também terá CASSADO seu Porte de Arma e APREENDIDA sua arma, o


titular que esteja portando o armamento em ESTADO DE EMBRIAGUEZ ou sob
o EFEITO DE DROGAS OU MEDICAMENTOS que provoquem alteração do
desempenho intelectual ou motor.

Bom, agora estudaremos as particularidades de cada uma daquelas


pessoas que gozam do direito de possuir o Porte de Arma. Até agora apenas
eu as citei, mas não expliquei quais condições deveriam ser obedecidas para
que fosse viabilizada a aquisição do referido PORTE.

7.4. DOS INTEGRANTES DAS FORÇAS ARMADAS

O Porte de Arma de Fogo é DEFERIDO (autorizado) aos militares das


FORÇAS ARMADAS em razão do desempenho de suas funções institucionais.

O Estatuto não especifica quais patentes têm direito de ter o PORTE e,


portanto, conclui-se que qualquer integrante, desde um praça até a autoridade
maior de cada FORÇA, gozam do referido direito. Para os praças, no entanto, a
o PORTE será regulada em norma específica por atos dos Comandantes-Gerais
de cada Corporação.

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Os integrantes das FORÇAS ARMADAS terão também o direito de portar


arma de fogo de PROPRIEDADE PARTICULAR ou fornecida pela respectiva
corporação ou instituição, MESMO FORA DE SERVIÇO, com VALIDADE EM
ÂMBITO NACIONAL.

7.5. DOS INTEGRANTES DAS FORÇAS AUXILIARES

O Porte de Arma de Fogo é DEFERIDO (autorizado) aos policiais federais


e estaduais e do Distrito Federal, civis e militares, aos Corpos de Bombeiros
Militares em razão do desempenho de suas funções institucionais.

O PORTE dos praças das Polícias e Corpos de Bombeiros Militares será


regulado em norma específica por atos dos Comandantes de cada Corporação.

Os integrantes das FORÇAS AUXILIARES, em especial os policiais civis


estaduais, quando no exercício de suas funções institucionais ou em trânsito,
PODERÃO PORTAR ARMA DE FOGO FORA DA RESPECTIVA UNIDADE
FEDERATIVA, desde que expressamente autorizados pela instituição a que
pertençam, por prazo determinado, conforme estabelecido em normas
próprias. Também terão o direito de portar arma de fogo de PROPRIEDADE
PARTICULAR ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição, MESMO
FORA DE SERVIÇO, com VALIDADE EM ÂMBITO NACIONAL.

IMPORTANTE

Para as FORÇAS AUXILIARES, poderá ser autorizado, EM CASOS


EXCEPCIONAIS, pelo órgão competente, O USO, EM SERVIÇO, de arma de
fogo, de PROPRIEDADE PARTICULAR de seus integrantes. A autorização
será REGULAMENTADA EM ATO PRÓPRIO do órgão competente e avreferida
arma de fogo DEVERÁ ser conduzida COM O SEU RESPECTIVO
CERTIFICADO DE REGISTRO.

7.6. DOS INTEGRANTES DAS POLÍCIAS LEGISLATIVAS FEDERAIS

O Porte de Arma de Fogo é DEFERIDO (autorizado) aos policiais da


Câmara dos Deputados e do Senado Federal em razão do desempenho de suas
funções institucionais.

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Assim como nas Forças estudadas anteriormente, os integrantes das


polícias legislativas federais (Câmara e Senado) terão o direito de portar arma
de fogo de PROPRIEDADE PARTICULAR ou fornecida pela respectiva instituição,
MESMO FORA DE SERVIÇO, com VALIDADE EM ÂMBITO NACIONAL.

IMPORTANTE

a AUTORIZAÇÃO para o PORTE DE ARMA de fogo aos integrantes destas


instituições está condicionada à comprovação de CAPACIDADE TÉCNICA e
APTIDÃO PSICOLÓGICA (atestados pela própria instituição) para o
manuseio de arma de fogo e, expedido o porte, este será concedido
EXCLUSIVAMENTE para DEFESA PESSOAL sendo vedado aos seus
integrantes o porte ostensivo da arma de fogo.

7.7. DAS GUARDAS MUNICIPAIS

7.7.1. Regras Fundamentais

Primeira coisa que você precisa saber é que compete ao COMANDO DO


EXÉRCITO autorizar a AQUISIÇÃO de armas de fogo e de munições para as
Guardas Municipais. Segundo; vamos revisar a a regrinha básica para as
Guardas:

INTEGRANTES GUARDAS MUNICIPAIS DE MUNICIPIOS > 500.000 HABITANTES =


PORTE DE ARMA DENTRO E FORA DE SERVIÇO

INTEGRANTES GUARDAS MUNICIPAIS DE MUNICIPIOS > 50.000 E < 500.000


HABITANTES = PORTE DE ARMA SÓ QUANDO EM SERVIÇO

INTEGRANTES GUARDAS MUNICIPAIS DE MUNICIPIOS < 50.000 HABITANTES = NÃO


AUTORIZADOS A PORTE DE ARMA.

Agora, mais uma IMPORTANTÍSSIMA informação:

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IMPORTANTE

Aos integrantes das guardas municipais dos MUNICÍPIOS QUE


INTEGRAM REGIÕES METROPOLITANAS será AUTORIZADO porte de
arma de fogo, QUANDO EM SERVIÇO.

Uma região metropolitana é um grande centro populacional, que


consiste em uma (ou, às vezes, duas ou até mais) grande cidade central (uma
metrópole), e sua zona adjacente de influência. Geralmente, regiões
metropolitanas formam aglomerações urbanas, uma grande área urbanizada
formada pela cidade núcleo e cidades adjacentes, formando uma conurbação,
a qual faz com que as cidades percam seus limites físicos entre si, formando
uma imensa metrópole, que na qual o centro está localizado na cidade central,
normalmente aquela que da nome à região metropolitana.

Caro aluno, como exemplo temos a Região Metropolitana de Porto


Alegre. Também conhecida como Grande Porto Alegre, reúne 32 municípios
do seu estado em intenso processo de conurbação. O termo refere-se à
extensão da capital Porto Alegre, formando com seus municípios lindeiros uma
mancha urbana contínua incluindo também o chamado Vale dos Sinos.

Pois bem, INDEPENDENTE DO MÚMERO DE HABITANTES, você acabou de


ver que os integrantes das Guardas Municipais da Grande Porto Alegre (e de
outras regiões metropolitanas) terão seus portes de arma autorizados, mas
não esqueça, APENAS PARA USO EM SERVIÇO.

Continuando, quanto à autorização para o PORTE DE ARMA das Guardas


Municipais, esta está condicionada:

¾ À FORMAÇÃO FUNCIONAL de seus integrantes em estabelecimentos


de ensino de atividade policial e;

¾ À existência de mecanismos de FISCALIZAÇÃO E DE CONTROLE


INTERNO.

Quanto á primeira condição, a formação profissional, cabe ao


MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, por intermédio da POLÍCIA FEDERAL, diretamente
ou mediante convênio com os órgãos de segurança pública dos Estados, do
Distrito Federal ou dos Municípios:

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9 Conceder autorização para o funcionamento dos cursos de formação de


guardas municipais e fiscalizá-los;

9 Fixar o currículo dos cursos de formação;

9 Conceder Porte de Arma de Fogo; e

9 Fiscalizar e controlar o armamento e a munição utilizados.

ATENÇÃO: tanto a CONCESSÃO DE AUTORIZAÇÃO para o funcionamento


dos cursos de formação de guardas municipais como a FIXAÇÃO DOS SEUS
CURRÍCULOS, NÃO SERÃO OBJETO DE CONVÊNIO.

Em relação à fiscalização e ao controle interno, a POLÍCIA FEDERAL


poderá conceder Porte de Arma de Fogo, às Guardas Municipais dos municípios
que tenham CRIADO CORREGEDORIA PRÓPRIA E AUTÔNOMA, para a apuração
de infrações disciplinares atribuídas aos servidores integrantes dos Quadros de
suas Guardas.

7.7.2. Da CAPACITAÇÃO dos profissionais das Guardas Municipais

Vimos que o Porte de Arma de Fogo aos profissionais das Guardas


Municipais será concedido desde que comprovada a realização de treinamento
técnico.

O referido treinamento deve ter:

No mínimo, 60 HORAS para armas de REPETIÇÃO (revolver 38, por


exemplo) e 100 HORAS para arma SEMI-AUTOMÁTICA (pistola .45, por
exemplo).

No mínimo, 65% de conteúdo PRÁTICO.

Técnicas de TIRO DEFENSIVO e DEFESA PESSOAL.

Os profissionais da Guarda Municipal deverão ser submetidos a ESTÁGIO


DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL por, no mínimo, 80 horas ao ano o

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profissional com Porte de Arma de Fogo submetido, a cada 02 anos, a teste


de CAPACIDADE PSICOLÓGICA.

Sempre que o profissional da Guarda Municipal (que tenha Porte de Arma


de Fogo) estiver envolvido em EVENTO DE DISPARO DE ARMA DE FOGO EM
VIA PÚBLICA, COM OU SEM VÍTIMAS, deverá apresentar relatório
circunstanciado, ao Comando da Guarda Civil e ao Órgão Corregedor para
justificar o motivo da utilização da arma.

Ainda quanto ao PORTE DE ARMA de fogo, os integrantes das Guardas


Municipais das capitais dos Estados e dos Municípios COM MAIS DE 500 MIL
HABITANTES, terão o direito de portar arma de fogo de PROPRIEDADE
PARTICULAR ou fornecida pela respectiva instituição, MESMO FORA DE
SERVIÇO, mas com validade APENAS LOCAL.

Para finalizarmos, é IMPORTANTE lembrar que o Estatuto PROÍBE a


concessão aos profissionais das Guardas Municipais de Porte de Arma de Fogo
de CALIBRE RESTRITO, privativos das forças policiais e forças armadas.

7.8. DOS AGENTES OPERACIONAIS DA ABIN E DO GSI-PR

A Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) é o órgão integrante da


estrutura do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República
(GSI/PR) e atua junto ao Departamento de Segurança do referido Gabinete.
Seus agentes atuam com autonomia funcional e têm o livre porte de
arma, tanto em serviço como FORA dele. Seus portes de arma têm também
VALIDADE NACIONAL.

Vale lembrar que a autorização para o porte de arma desses agentes


operacionais está condicionada à COMPROVAÇÃO DE CAPACIDADE TÉCNICA e
APTIDÃO PSICOLÓGICA (atestados pela própria instituição) para o manuseio

da arma de fogo e, expedido, será concedido EXCLUSIVAMENTE para


DEFESA PESSOAL sendo vedado aos seus integrantes o porte ostensivo da
arma.

7.9. DOS AUDITORES FISCAIS E ANALISTAS TRIBUTÁRIO DA


RECEITA FEDERAL DO BRASIL E DA AUDITORIA-FISCAL DO TRABALHO

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Pelas peculiaridades de suas atividades fiscalizatórias, é DEFERIDO aos


Auditores Fiscais e Analistas Tributários da Receita Federal do Brasil e da
Auditoria Fiscal do Trabalho o porte de arma, APENAS QUANDO EM SERVIÇO.

Também nestes casos, a autorização para o porte de arma está


condicionada à COMPROVAÇÃO DE CAPACIDADE TÉCNICA e APTIDÃO
PSICOLÓGICA (atestados pela própria instituição) para o manuseio da arma de
fogo e, expedido, será concedido EXCLUSIVAMENTE para DEFESA PESSOAL
sendo vedado aos seus integrantes o porte ostensivo da arma.

7.10. SERVIDORES DO IBAMA E INSTITUTO CHICO MENDES

Quero chamar sua atenção para a regulamentação sobre o porte de arma


de fogo para servidores dessas duas instituições. Se você der uma lida na Lei
nº 10.826/03, certamente você não achará nada a respeito de concessão de
porte de arma para servidores do IBAMA e do INSTITUTO CHICO MENDES.

Essa regulamentação é bem recente e foi dada através do Decreto nº


6.817/2009. No decorrer dos anos, verificou-se a necessidade de concessão de
porte de arma de fogo para alguns servidores dessas instituições, por conta do
alto grau de periculosidade de suas atividades desenvolvidas.

Vejamos então três informações IMPORTANTÍSSIMAS sobre este


regramento:

1º É DEFERIDO o porte de arma de fogo apenas àqueles seus


SERVIDORES DESIGNADOS PARA ATIVIDADE FISCALIZATÓRIA.

2º Quando concedido o porte, este NÃO SERÁ EXCLUSIVAMENTE para


DEFESA PESSOAL e a estes servidores será PERMITIDO O PORTE
OSTENSIVO da arma.

3º O referido Decreto não fala sobre a necessidade, para concessão da


autorização para o porte de arma, de COMPROVAÇÃO DE CAPACIDADE
TÉCNICA e APTIDÃO PSICOLÓGICA para o manuseio da arma de fogo, mas
saiba que essa é um a regra ESSENCIAL e é claro, tais servidores precisaram
comprovar tais requisitos.

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7.11. AGENTES E GUARDAS PRISIONAIS, INTEGRANTES DAS


ESCOLTAS DE PRESOS E GUARDAS PORTUÁRIAS

A Guarda Portuária atua nos portos marítimos. Agentes e guardas


prisionais são os que atuam no serviço de segurança dos presídios estaduais e
federais, casa de detenção, penitenciária e centros de ressocialização onde os
reclusos cumprem suas penas. Integrantes das escoltas de presos são os
mesmos agentes de segurança que trabalham nos estabelecimentos prisionais.

A esses agentes é DEFERIDO o porte de arma de fogo APENAS QUANDO


EM SERVIÇO.

A autorização para o porte de arma também está condicionada à


COMPROVAÇÃO DE CAPACIDADE TÉCNICA e APTIDÃO PSICOLÓGICA para o
manuseio da arma de fogo, atestados pela própria instituição.

Mas atenção, dentre eles, temos que os GUARDAS PORTUÁRIOS são


EXCEÇÃO À REGRA!! Veja:

IMPORTANTE

Caberá a POLÍCIA FEDERAL avaliar as suas CAPACIDADE TÉCNICA e a


APTIDÃO PSICOLÓGICA, bem como expedir o Porte de Arma de Fogo para
os GUARDAS PORTUÁRIOS.

7.12. DAS EMPRESAS DE SEGURANÇA PRIVADA E TRANSPORTE


DE VALORES

A primeira e importantíssima informação que você de saber é que as


armas de fogo utilizadas pelos EMPREGADOS das EMPRESAS DE SEGURANÇA
PRIVADA e de TRANSPORTE DE VALORES, legalmente constituídas, serão:

¾ de PROPRIEDADE, RESPONSABILIDADE e GUARDA das


respectivas empresas;

¾ SOMENTE podem ser utilizadas QUANDO EM SERVIÇO.

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O CERTIFICADO DE REGISTRO e a AUTORIZAÇÃO DE PORTE das armas


dessas empresas serão expedidos pela POLÍCIA FEDERAL EM NOME DA
EMPRESA.

As empresas devem observar as condições de uso e de armazenagem


estabelecidas pelo órgão competente.

Os empregados autorizados a portar arma de fogo deverão


NECESSARIAMENTE comprovar o preenchimento de TODOS OS MESMO
REQUISITOS NECESSÁRIOS para a AQUISIÇÃO DE ARAM DE FOGO estudados
anteriormente.

Não é pelo fato de as armas estarem registradas em nome da empresa


que os empregados autorizados receberão automaticamente o porte de arma.
Repito: TODOS os requisitos precisam ser devidamente preenchidos por cada
um deles.

IMPORTANTE

As empresas de SEGURANÇA PRIVADA e de TRANSPORTE DE VALROES


encaminharão, TRIMESTRALMENTE, à Polícia Federal, para cadastro no
SINARM, a RELAÇÃO NOMINAL DOS EMPREGADOS AUTORIZADOS A
PORTAR ARMA DE FOGO.

Veja que na observação acima fiz questão de destacar o termo


“TRIMESTRALMENTE” justamente porque este prazo mudou, em 2008, com a
publicação do Decreto nº 6.715. O prazo original, e que ainda consta na Lei nº
10.826/03, dado para essas empresas enviarem a relação nominal dos seus
empregados autorizados a portar arma de fogo é SEMESTRAL. Como foi um
decreto posterior que alterou o referido prazo, essa alteração não pôde ser
registrada na Lei, pois, como você sabe, só outra lei poderia alterar o texto da
original.

Portanto, não esqueça: O PRAZO QUE VALE ATUALMENTE É O


TRIMESTRAL!!

Vimos no começo deste tópico que é de responsabilidade das empresas


de segurança privada e de transportes de valores a GUARDA e ARMAZENAGEM
das armas, munições e acessórios de sua propriedade.

Pois bem, se não derem a devida atenção a essa obrigação e houver


perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo, acessório e
munições que estejam sob sua guarda, o fato deverá ser comunicado à
POLÍCIA FEDERAL, no PRAZO MÁXIMO DE 24 HORAS, APÓS A

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OCORRÊNCIA DO FATO, sob pena de responsabilização do proprietário ou


diretor responsável.

Observe bem que o prazo de 24 horas acima mencionado começa a


contar IMEDIATAMENTE APÓS A OCORRÊNCIA DO FATO, mesmo que o
proprietário ou responsável legal pela empresa demore a tomar conhecimento
do ocorrido.

AS ORGANIZADORAS ADORAM TROCAR ESSE PRAZODE 24 HORAS E,


ACIMA DE TUDO, MUDAR O TERMO “APÓS A OCORRÊNCIA DO FATO” POR
VÁRIAS OUTRAS OPÇÕES EQUIVOCADAS. CUIDADO!!

Se o proprietário ou diretor responsável pela empresa negligenciar a


obrigação e deixar de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia
Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de armas de fogo,
acessórios e munições que estejam sob sua guarda, DENTRO DO PRAZO
ESTABELECIDO, responderá pelo crime de OMISSÃO DE CAUTELA
(estudaremos sobre esse crime mais adiante) sem prejuízo das demais
sanções administrativas e civis.

Um último detalhe importante é que as transferências de armas de fogo,


por qualquer motivo, entre estabelecimentos da mesma empresa ou para
empresa diversa, deverão ser PREVIAMENTE AUTORIZADOS pela POLÍCIA
FEDERAL.

7.13. DO CAÇADOR DE SUBSISTÊNCIA

Primeira coisa: quem é classificado pelo Estatuto como CAÇADOR DE


SUBSISTÊNCIA? Qualquer um que se diga caçador?

De jeito nenhum!!

O Estatuto define que será considerado CAÇADOR DE SUBSISTÊNCIA


aquele residente em ÁREAS RURAIS, MAIORES DE 25 ANOS que comprovem
depender do emprego de arma de fogo para PROVER SUA SUBSISTÊNCIA
ALIMENTAR FAMILIAR.

Entretanto, para ter o porte de arma, essa pessoa precisa declarar


EFETIVA NECESSIDADE e anexar ao seu pedido os seguintes documentos:

9 Documento comprobatório de RESIDÊNCIA EM ÁREA RURAL ou


CERTIDÃO EQUIVALENTE expedida por órgão municipal;

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9 ORIGINAL E CÓPIA, ou cópia autenticada, do DOCUMENTO DE


IDENTIFICAÇÃO PESSOAL; e

9 Atestado de BONS ANTECEDENTES.

Muito bem, mas declarada sua efetiva necessidade e anexados os


documentos acima mencionados pergunto:

O porte de arma a ser autorizado é para o uso de QUALQUER TIPO DE


ARMA DE FOGO?

Não mesmo!!

IMPORTANTE

O porte de arma de arma de fogo na categoria de CAÇADOR DE


SUBSISTÊNCIA será para arma com as seguintes características:

9 Arma de fogo de USO PERMITIDO;

9 de TIRO SIMPLES, com 01 OU 02 CANOS;

9 de ALMA LISA e;

9 de calibre IGUAL OU INFERIOR a 16.

Agora, se o caçador para subsistência der OUTRO USO À SUA ARMA DE


FOGO, independentemente de outras tipificações penais, responderá, conforme
o caso, por PORTE ILEGAL OU POR DISPARO DE ARMA DE FOGO DE USO
PERMITIDO, crimes os quais estudaremos mais adiante.

7.14. DOS PRATICANTES DE TIRO DESPORTIVO,


COLECIONADORES E CAÇADORES

O regulamento do Estatuto nos diz que as AGREMIAÇÕES ESPORTIVAS e


as EMPRESAS DE INSTRUÇÃO DE TIRO, os COLECIONADORES, ATIRADORES e
CAÇADORES serão registrados no COMANDO DO EXÉRCITO, ao qual caberá
estabelecer normas e verificar o cumprimento das condições de segurança dos
depósitos das armas de fogo, munições e equipamentos de recarga.

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As armas pertencentes às entidades citadas acima e ao seus integrantes


terão autorização para PORTE DE TRÂNSITO (guia de tráfego) a ser expedida
pelo COMANDO DO EXÉRCITO que também é o competente para expedir o
PORTE DE TRÂNSITO das armas a serem utilizadas por DELEGAÇÕES
ESTRANGEIRAS EM COMPETIÇÃO OFICIAL DE TIRO NO PAÍS.

Reforço a você, caro aluno, que o PORTE DE TRÂNSITO e a GUIA DE


TRÁFEGO são exatamente a mesma coisa, sendo a segunda, apenas, a
materialização documental do primeiro.

Æ Da prática de TIPO DESPORTIVO por MENORES DE 18 ANOS

Hoje em dia é bastante comum atletas praticantes da modalidade de tiro


desportivo começarem suas carreiras ainda quando menores de idade.

Prevendo isto, o Estatuto regulamenta que a prática de tiro desportivo


por MENORES DE DEZOITO ANOS deverá ser AUTORIZADA JUDICIALMENTE E
DEVE RESTRINGIR-SE AOS LOCAIS AUTORIZADOS PELO COMANDO DO
EXÉRCITO.

IMPORTANTE

A arma utilizada por esse menor de 18 anos será ARMA DA AGREMIAÇÃO


OU DO RESPONSÁVEL quando por este acompanhado.

Æ Da prática de TIPO DESPORTIVO por MAIORES DE 18 ANOS E


MENORES DE 25 ANOS

A prática de tiro desportivo por MAIORES DE DEZOITO ANOS E


MENORES DE VINTE E CINCO ANOS pode ser feita utilizando arma;

9 de sua propriedade, registrada com amparo na Lei no 9.437, de 20


de fevereiro de 1997;

9 de agremiação ou;

9 ou arma registrada e cedida por outro desportista.

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Æ Da ENTRADA de armas e munições de ATLETAS DE TIRO


DESPORTIVO

A entrada de arma de fogo e munição no país, COMO BAGAGEM DE


ATLETAS, PARA COMPETIÇÕES INTERNACIONAIS será autorizada pelo
COMANDO DO EXÉRCITO.

Os RESPONSÁVEIS e os INTEGRANTES pelas delegações estrangeiras e


brasileiras em competição oficial de tiro no país TRANSPORTARÃO SUAS
ARMAS DESMUNICIADAS.

Æ Dos COLECIONADORES E CAÇADORES

Por fim, o Estatuto regulamenta que o PORTE DE TRÂNSITO das armas


de fogo de COLECIONADORES e CAÇADORES será expedido pelo COMANDO
DO EXÉRCITO.

IMPORTANTE

Tanto os COLECIONADORES como os CAÇADORES transportarão suas armas


DESMUNICIADAS.

7.15. OUTROS CASOS PREVISTOS PARA CONCESSÃO DE PORTE DE


ARMA DE FOGO

ÆCASO Nº 01

O Estatuto prevê que os órgãos e instituições que tenham os portes de


arma de seus agentes públicos ou políticos ESTABELECIDOS EM LEI PRÓPRIA,
deverão encaminhar à POLÍCIA FEDERAL a relação dos autorizados a portar
arma de fogo, observando-se, no que couber, a regra de que o porte de arma
concedido será PARA DEFESA PESSOAL e a NÃO OSTENSIVIDADE DA ARMA DE
FOGO.

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Podemos citar, como exemplo, a Lei Federal nº 11.344/06 que


regulamenta a carreira dos Técnicos do Banco Central do Brasil. Ela dispõe
que, dentre outras atribuições, o Técnico do BC tem a seguinte:

“IX - execução e supervisão das ATIVIDADES DE SEGURANÇA INSTITUCIONAL


do Banco Central do Brasil, especialmente no que se refere aos serviços do
meio circulante e à proteção de autoridades internas do Banco Central do
Brasil;”

E para que ele possa exercer essa atribuição a referida Lei também
dispõe:

“§ 1o No exercício das atribuições de que trata o inciso IX, os servidores ficam


autorizados a conduzir veículos e A PORTAR ARMAS DE FOGO, em TODO O
TERRITÓRIO NACIONAL, observadas a necessária habilitação técnica e, no que
couber, a disciplina estabelecida na Lei no 10.826, de 22 de dezembro de
2003.”

Assim, nós, Técnicos do Departamento de Segurança do Banco Central


do Brasil, apesar de não fazermos parte do rol de pessoas que têm o direito ao
porte de arma de fogo, através dessa legislação específica, passamos a gozar
do referido direito, obedecendo sempre o que rege o Estatuto:
PREENCHMENTO DOS REQUISITOS BÁSICOS, PORTE APENAS PARA USO EM
SERVIÇO E PARA DEFESA PESSOAL e NÃO OSTENSIVIDADE DA ARMA.

O Banco Central envia regularmente à Polícia Federal relação daqueles


servidores habilitados para receber o porte de arma de fogo.

ÆCASO Nº 02

Observado o PRINCÍPIO DA RECIPROCIDADE previsto em convenções


internacionais, PODERÁ ser autorizado o Porte de Arma de Fogo pela Polícia
Federal, a DIPLOMATAS DE MISSÕES DIPLOMÁTICAS E CONSULARES
acreditadas junto ao Governo Brasileiro, e a AGENTES DE SEGURANÇA DE
DIGNITÁRIOS ESTRANGEIROS durante a permanência no país,
independentemente dos todos aqueles requisitos por nós estudados.

Para finalizarmos o assunto, mais uma IMPORTANTE informação:


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NÃO SERÁ CONCEDIDA a autorização para o porte de arma de fogo a


integrantes de órgãos, instituições e corporações NÃO AUTORIZADOS A
PORTAR ARMA DE FOGO FORA DE SERVIÇO, EXCETO SE COMPROVAREM O
RISCO À SUA INTEGRIDADE FÍSICA, observando-se, neste caso, o
pagamento das taxas estabelecidas pela regulamentação.

A disposição acima poderia ser aplicada a mim, Técnico do Banco


Central, com porte de arma APENAS PARA USO EM SERVIÇO, caso eu provasse
risco a minha integridade física QUANDO FORA DELE.

ÆCASO Nº 03

É VEDADO ao MENOR DE 25 ANOS adquirir arma de fogo, ressalvados


os integrantes:

9 das Forças Armadas;

9 das Forças Auxiliares;

9 das Guardas Municipais das capitais dos Estados e dos municípios


com mais de 500 mil habitantes;

9 da ABIN e da GSI/PR

9 das Policias Legislativas Federais;

9 dos quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais, das escoltas


de presos e das guardas portuárias e;

9 das carreiras de Auditoria da Receita Federal do Brasil e de


Auditoria-Fiscal do Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e Analista
Tributário.

Para finalizar, o Estatuto também regulamenta em seu artigo 9º que


compete ao MINISTÉRIO DA JUSTIÇA a autorização do porte de arma para
os RESPONSÁVEIS PELA SEGURANÇA DE CIDADÃOS ESTRANGEIROS EM
VISITA OU SEDIADOS NO BRASIL.

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Terminado o estudo sobre quem tem direito à obtenção do Porte de


Arma de Fogo, vamos agora aos crimes previstos no Estatuto para quem
desrespeita suas disposições.

Sobre tudo que vimos a respeito do porte de arma, vamos analisar mais
uma questão recentíssima (já estava com saudades!!):

[FCC – TECNICO JUDIC. ESPEC. SEGURANÇA – TRF/1ª– 2011] Com


relação ao porte de arma,

(A) os agentes das empresas constituídas, de segurança privada e de


transporte de valores, nos termos da lei competente, têm permissão
de porte de arma, somente com autorização expressa da Agência
Brasileira de Inteligência.

Veja só que erro grosseiro!! A Agencia Brasileira de Inteligência (ABIN)


não tem competência nenhuma para autorizar o porte de arma de fogo, muito
menos para os agentes de empresa de segurança privada ou de transporte de
valores. Você acabou de estudar que o certificado de registro e a
AUTORIZAÇÃO DE PORTE DAS ARMAS dessas empresas serão expedidos pela
POLÍCIA FEDERAL EM NOME DA EMPRESA.

ITEM ERRADO

(B) os integrantes das Guardas Municipais dos Municípios com 20 mil


habitantes poderão portar arma de fogo somente durante o serviço.

É preciso caro aluno que você definitivamente não esqueça da regrinha


básica sobre porte de arma de fogo para os integrantes das Guardas
Municipais:

INTEGRANTES GUARDAS MUNICIPAIS DE MUNICIPIOS > 500.000 HABITANTES =


PORTE DE ARMA DENTRO E FORA DE SERVIÇO

INTEGRANTES GUARDAS MUNICIPAIS DE MUNICIPIOS > 50.000 E < 500.000


HABITANTES = PORTE DE ARMA SÓ QUANDO EM SERVIÇO

INTEGRANTES GUARDAS MUNICIPAIS DE MUNICIPIOS < 50.000 HABITANTES = NÃO


AUTORIZADOS A PORTE DE ARMA.

Assim, você há de concordar comigo que integrante de Guarda Municipal


com 20 mil habitantes SEQUER TEM DIREITO A PORTE DE ARMA!!

ITEM ERRADO

(C) os integrantes dos Corpos de Bombeiros Militares poderão portar


arma de fogo, mas dependem de autorização prévia do Chefe do
Serviço Nacional de Informações e Segurança.
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Mais uma invenção da banca!! Corpo de Bombeiros Militares, como você


estudou, compõem as Forças Auxiliares e, por isso, seus integrantes têm o
dieito ao porte de arma em razão de suas funções institucionais e quem
autoriza sue porte de arma é a Polícia Federal e não o Chefe do Serviço
Nacional de informações e Segurança como afirma o item.

ITEM ERRADO

(D) os agentes do Departamento de Segurança do Gabinete de


Segurança Institucional da Presidência da República terão porte de
arma autorizado somente para uso restrito em cerimônias oficiais nas
quais o Presidente estiver presente.
Você viu que os agentes do Departamento de Segurança do GSI/PR
constão do rol de exceções à PROIBIÇÃO do porte de arma. Vimos que eles
atuam com autonomia funcional e têm o livre porte de arma, tanto em serviço
como FORA dele e que seus portes de arma têm VALIDADE NACIONAL.

ITEM ERRADO

(E) os soldados integrantes da Marinha do Brasil poderão portar arma


de fogo independentemente de autorização, mesmo fora do serviço.

Exatamente!! Não só os soldados mas também todos ou outros das


demais patentes da Marinha e das demais Forças Armadas têm essa
prerrogativa de portar armas de fogo MESMO FORA DE SERVIÇO sem
necessidade de qualquer autorização especial.

ITEM CORRETO

Gabarito: Letra “E”

XIII – CRIMES PREVISTOS NO ESTATUTO DO DESARMAMENTO

A Lei nº 10.826/03, nosso querido Estatuto do Desarmamento, além de


regulamentar a AQUISIÇÃO E O REGISTRO DE ARMAS DE FOGO e o seu
PORTE, também tipificou como crime determinadas condutas relativas a quem
possui e/ou porta armas de fogo, regulamentando as penas para cada um dos
crimes.

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Mas antes de estudarmos cada um dos crimes tipificados, vamos a


alguns conceitos basilares.

8.1. OS CONCEITOS DE CRIME E PENA

Æ O CRIME

O conceito de CRIME é um tanto quanto complexo. Nosso propósito aqui


será apenas de refrescar sua memória quanto a essa definição:

Em termos jurídicos, CRIME é toda conduta TÍPICA, ANTIJURIDÍCA - ou


ilícita - e CULPÁVEL praticada por um ser humano.

Importante também caracterizar um crime quanto ao seu POTENCIAL


OFENSIVO. Essa caracterização é bastante relevante para que você possa mais
adiante entender a dinâmica das conseqüências das penas dos crimes
regulamentados pelo Estatuto.

Os CRIMES cujas penas são MENORES OU IGUAL A 02 ANOS, são


CRIMES DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO.

Já os crimes com penas MAIORES DE 02 ANOS, são ditos CRIMES DE


MAIOR POTENCIAL OFENSIVO.

Os crimes de menor potencial ofensivo geralmente dispensam inquérito


policial e permitem ao criminoso, a depender de determinadas circunstâncias,
o abrandamento ou a permuta de sua pena.

Já os de MAIOR POTENCIAL OFENSIVO prescindem do INQUÉRITO


POLICIAL e A DEVIDA ABERTURA DE processo criminal. As conseqüências para
o criminoso são mais restritivas.

ƒ Crime DOLOSO

Segundo o Código Penal Brasileiro, o crime é DOLOSO quando o agente


quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo.

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ƒ Crime CULPOSO

O Código Penal define então crime CULPOSO quando o agente deu


causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia.

Æ IMPRUDÊNCIA = falta de cuidado, de cautela

Æ NEGLIGÊNCIA = omissão ou inobservância do dever

Æ IMPERÍCIA = falta de habilidade técnica necessária

ƒ Crime PERMANENTE

O CRIME PERMANENTE é aquele cuja consumação se perde no tempo


dependente da atividade, ação ou omissão, de quem o pratica. Um exemplo, o
crime de cárcere privado.

ƒ Crime INSTANTÂNEO

O CRIME INSTANTÂNEO é aquele cuja consumação acontece


imediatamente no seu ato.

Æ A PENA

A PENA consiste numa PUNIÇÃO IMPOSTA


PELO ESTADO ao delinqüente ou contraventor, em processo judicial de
instrução contraditória, POR CAUSA DE CRIME OU CONTRAVENÇÃO que
tenham cometido, com o fim de exemplá-los e evitar a prática de novas
infrações. Para nosso estudos focaremos apenas nos conceitos de PENA DE
MULTA e PENA RESTRITIVA DE LIBERDADE.

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ƒ A pena de MULTA

Em seu sentido originário, a PENA DE MULTA é uma pena PECUNIÁRIA,


ou seja, exige-se quantia em dinheiro para cumpri-la. Em sentido amplo, é
uma SANÇÃO aplicada a alguém que infringe a lei (sanção legal), o
contrato (sanção convencional) ou decisão judicial (sanção astreintes).

IMPORTANTE PARA SUA PROVA: TODOS OS CRIMES PREVISTO NO


ESTATUTO PREVÊEM MULTA COMO PENA !!

ƒ As penas RESTRITIVAS de liberdade: a DETENÇÃO e a


RECLUSÃO

Como o próprio nome diz, esses tipos de pena RESTRINGEM A


LIBERDADE do criminoso. Em linhas gerais, são divididas em PENA DE
DETENÇÃO e PENA DE DETENÇÃO.

Ambas, como você já sabe, restringem a liberdade do indivíduo, mas a


diferença principal entre elas consiste no fato do indivíduo começar ou não a
cumprir sua pena em REGIME FECHADO.

Se o crime tipificado pedir PENA DE DETENÇÃO, o condenado NÃO A


INICIARÁ em REGIME FECHADO, ou seja, não começará a cumpri-la dentro
de uma prisão. Os regimes permitidos para o início do cumprimento da pena
de DETENÇÃO são o semi-aberto e o aberto.

Caso o crime tipificado pedir PENA DE RECLUSÃO, o condenado, a


depender da gravidade da pena imposta, PODERÁ OU NÃO iniciar seu
cumprimento em REGIME FECHADO. Tudo dependerá da decisão judicial. Os
regimes permitidos para o início do cumprimento da pena de RECLUSÃO são o
semi-aberto, o aberto e, é claro, o fechado.

De posse agora desses conceitos, podemos analisar em detalhes TODOS


os crimes tipificados pelo Estatuto do Desarmamento. Para melhor
entendimento da lógica do legislador, resolvi dividir os referidos crimes em
grupos da seguinte forma:

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A seguir, cada um dos crimes. Vou escrevê-los conforme está no


Estatuto e fazer comentários a respeito quando for o caso. Para fins de
PROVAS DE CONCURSOS, não se faz necessário que adentremos em
entendimentos doutrinários ou jurisprudênciais diversos. Fique tranqüilo!! As
questões sobre crimes são bem elementares!!

8.2. POSSE IRREGULAR DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO

POSSUIR ou MANTER SOB SUA GUARDA arma de fogo, acessório ou


munição, de USO PERMITIDO, em desacordo com determinação legal ou
regulamentar, no interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda
no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do
estabelecimento ou empresa:

Pena – DETENÇÃO, de 01 a 03 anos + MULTA.

Esse é o caso daquelas pessoas que compram armas


CLANDESTINAMENTE, as mantêm sob sua guarda ou as possuem sem nunca
ter solicitado à Polícia Federal a autorização PARA AQUISIÇÃO DE ARMA DE
FOGO.

A pena restritiva de liberdade é a DETENÇÃO, ficando, portanto, o


infrator dispensado de iniciar o cumprimento de sua pena em REGIME
FECHADO.

DICA: esse é ÚNICO crime do Estatuto com pena de 01 a 03 anos!!

8.3. OMISSÃO DE CAUTELA

Professor, mas o que significa essa tal de OMISSÃO DE CAUTELA?

O próprio estatuto nos dá a definição:

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Deixar de observar as CAUTELAS NECESSÁRIAS para impedir que menor de 18


anos ou pessoa portadora de deficiência mental SE APODERE DE ARMA DE
FOGO que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade:

Pena – DETENÇÃO, de 01 a 02 anos + MULTA.

Aqui não importa se você possui legalmente ou não uma arma de fogo.
Trata-se de CRIME CULPOSO na modalidade de NEGLIGÊNCIA ou
IMPRUDÊNCIA do proprietário da arma em deixá-la às vistas do menor de 18
anos ou de pessoa portadora de deficiência ou permitir que essas pessoas a
manuseie.

Se a arma estiver carregada e disparar ferindo ou matando o menor, ou


pessoa portadora de deficiência, o proprietário da arma que negligenciou a sua
guarda ou agiu com imprudência entregando-a a uma dessas pessoas,
responderá pelo crime.

Você se lembra que quando tratamos das responsabilidades dos


proprietários ou responsáveis legais das empresas de SEGURANÇA PRIVADA e
TRANSPORTE DE VALORES?

Pois bem, não esqueça que eles incorrem NAS MESMAS PENAS quando
deixarem de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal
PERDA, FURTO, ROUBO ou outras formas de EXTRAVIO de arma de fogo,
acessório ou munição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 horas
depois de ocorrido o fato.

O crime é AFIANÇÁVEL, podendo a fiança ser concedida pela autoridade


policial.

DICA 1: esse é ÚNICO crime previsto Estatuto com pena de 01 a 02


anos!!

DICA 2: Apenas esses 02 primeiros crimes estudados prevêm pena de


DETENÇÃO. Todos os outros a serem estudados daqui pra frente prevêm pena
de RECLUSÃO. Não esqueça!!

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8.4. PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO

Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder,


ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda
ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem
autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena – RECLUSÃO, de 02 a 04 anos + MULTA.

Estamos diante do caso daquelas pessoas que têm a posse legal da


arma, não fazem parte daquelas que podem tem o porte de arma, mas
ignoram a proibição e portam sua arma indiscriminadamente. Também temos
as pessoas que além de estarem com a posse irregular, ainda portam a sua
arma pra cima e pra baixo.

Temos também que as modalidades PORTAR, DETER e TER EM


DEPÓSITO constituem CRIME PERMANENTE. Para isso basta haver denúncia à
polícia; ser procedida diligência no local onde está sendo cometida a infração e
o agente ser encontrado em poder do objeto que apreendido caracterizará a
prova material do crime.

As modalidades ADQUIRIR, FORNECER e RECEBER são CRIMES


INSTANTÂNEOS que se consumam no ato em que o agente está se apossando
da arma, comprando-a ou trocando-a com outro objeto, quando ele está
fornecendo a arma a alguém para ser transacionada ou quando ele a recebe de
mãos de qualquer pessoa, para qualquer finalidade.

O porte ilegal de arma é CRIME DOLOSO e de ação penal pública


incondicionada, ou seja, não depende de denúncia da vítima.

NÃO É ADMISSÍVEL a modalidade de culpa nessa infração penal!!

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IMPORTANTÍSSIMO!!

o Estatuto, em sua redação original, prevê que este crime é


INAFIANÇÁVEL. Mas essa previsão foi alterada pela ADIN (Ação Direta de
Inconstitucionalidade) nº 3.112-1 a qual tornou esse crime
AFIANÇÁVEL.

A pena é aumentada DA METADE se forem praticados por todos aqueles


agentes estudados no tópico 7 desta nossa aula!!

Guarde essa IMPORTANTE informação sobre a ADIN 3.112-1, pois tal


mudança de entendimento já foi cobrada em prova!! Trataremos dela em
detalhes logo mais adiante.

8.5. DISPARO DE ARMA DE FOGO

DISPARAR ARMA DE FOGO ou ACIONAR MUNIÇÃO em lugar habitado ou em


suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta
não tenha como finalidade a prática de outro crime:

Pena – RECLUSÃO, de 02 a 04 anos + MULTA.

As penas culminadas acima são para o ato de DISPARAR ARMA DE FOGO


OU ACIONAR MUNIÇÃO nas condições previstas sem que haja acontecido crime
mais grave.

Se do disparo de arma resultar lesão corporal a outrem o infrator


responderá pelo crime de LESÃO CORPORAL CULPOSA na modalidade de
imprudência, art. 129, § 6º do Código Penal (CP), punido com detenção de 2
(dois) meses a 1 (um) ano.

Se o disparo resultar na morte da vítima, o infrator responderá por


infração ao art. 121, § 3º do CP (HOMICÍDIO CULPOSO) punido com detenção
de 1 (um) a 3 (três) anos, também na modalidade de imprudência. Se o
agente disparar arma em local de grande afluência de pessoas e matar
alguém, sem a intenção de praticar aquela ação, responderá por infração do
art. 121, “caput” do CP (HOMICÍDIO DOLOSO) na modalidade do dolo eventual
porque neste caso assumiu o risco de produzir o resultado. A pena para essa
modalidade de infração é a reclusão de 6 (seis) a 20 (vinte) anos.

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O Estatuto, também em sua redação original, prevê que este crime é


inafiançável. A ADIN 3.112-1 tornou esse crime AFIANÇÁVEL.

Para esse crime, a pena também é aumentada DA METADE se forem


praticados por todos aqueles agentes estudados no nosso tópico 7.!!

8.6. POSSE OU PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO


RESTRITO

Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar,


ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob
sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido ou
restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou
regulamentar:

Pena – RECLUSÃO, de 03 a 06 anos + MULTA.

Estamos diante de situações bastante graves. Se possuir ou portar


ILEGALMENTE arma de fogo de USO PERMITIDO já traz suas conseqüências
imagine então quando a arma é de USO RESTRITO. Neste caso, o Estatuto não
diferencia as penas para quem só a possui ou para quem a porta
ILEGALMENTE. Por tratar-se de armas de uso EXCLUSIVO MILITAR fica fácil
entender porque as penas para esses casos são maiores

As modalidades POSSUIR, DETER, PORTAR e TER EM DEPÓSITO,


GUARDAR E OCULTAR constituem crime permanente, cessando quando o
agente for preso e o objeto for apreendido.

As modalidades ADQUIRIR, FORNECER, RECEBER, TRANSPORTAR e


CEDER, constituem crime instantâneo.

IMPORTANTE: TODAS as modalidades acima são a título de DOLO DIRETO,


não admitindo a culpa. Portanto trata-se de CRIME DOLOSO e não culposo.

DICA: esse é o ÚNICO crime previsto no Estatuto com pena de 03 a 06


anos!!
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Nas mesmas penas incorre quem:

9 SUPRIMIR OU ALTERAR marca, numeração ou qualquer sinal de


identificação de arma de fogo ou artefato;

9 MODIFICAR AS CARACTERÍSTICAS de arma de fogo, de forma a


torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido ou restrito ou
para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro
autoridade policial, perito ou juiz;

9 POSSUIR, DETIVER, FABRICAR ou EMPREGAR ARTEFATO


EXPLOSIVO OU INCENDIÁRIO, sem autorização ou em desacordo
com determinação legal ou regulamentar;

9 Portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com


numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação
raspado, SUPRIMIDO ou ADULTERADO;

9 VENDER, ENTREGAR ou FORNECER, ainda que gratuitamente, arma


de fogo, acessório, munição ou explosivo A CRIANÇA ou
ADOLESCENTE; e

9 Produzir, recarregar ou reciclar, SEM AUTORIZAÇÃO LEGAL, ou


adulterar, de qualquer forma, munição ou explosivo.

Para esse crime, a pena também é aumentada DA METADE se for


praticado por todos aqueles agentes estudados no nosso tópico 7!!

IMPORTANTE: O Estatuto em sua redação original previa que esse crime era
INSUCETÍVEL de LIBERDADE PROVISÓRIA. A mesma ADIN 3.112-1 mudou
esse entendimento tornando-o crime SUSCETÍVEL DE LIBERDADE
PROVISÓRIA.

Agora vamos para os últimos e MAIS PESADOS CRIMES previstos no


Estatuto:

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8.7. COMÉRCIO ILEGAL DE ARMA DE FOGO

Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito,


desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de
qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, NO EXERCÍCIO DE
ATIVIDADE COMERCIAL OU INDUSTRIAL, arma de fogo, acessório ou munição,
sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena – RECLUSÃO, de 04 a 08 anos + MULTA.

Você estudou que através do REFERENDO POPULAR DE 2005 a população


brasileira decidiu pela PERMISSÃO do comércio de armas de fogo e munições
para CIVIS. Você viu também que esse comércio foi devidamente
regulamentado pelo Estatuto. A desobediência a essa regulamentação, por sua
vez, pode levar o infrator ao cometimento desse tipo penal.

ADQUIRIR, ALUGAR RECEBER, TRANSPORTAR, CONDUZIR, DESMONTAR,


MONTAR, REMONTAR, ADULTERAR E VENDER são modalidades de CRIME
INSTANTÂNEO punido a título de DOLO.

OCULTAR E TER EM DEPÓSITO e EXPOR À VENDA são modalidades de


CRIME PERMANENTE punidas também a título de DOLO.

IMPORTANTÍSSIMO!!

¾ A pena é aumentada DA METADE se esse crime for praticado por todos


aqueles agentes estudados no nosso tópico 7!!

¾ A pena TAMBÉM é aumentada DA METADE se a arma de fogo, acessório


ou munição forem DE USO PROIBIDO OU RESTRITO.

¾ Por conta da ADIN 3.112-1, esse crime ATUALMENTE É SUSCETÍVEL DE


LIBERDADE PROVISÓRIA.

Vale ressaltar que o Estatuto diz que equipara-se à atividade comercial


ou industrial, para efeito desta aplicação penal, QUALQUER FORMA DE
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS, FABRICAÇÃO OU COMÉRCIO IRREGULAR OU
CLANDESTINO, INCLUSIVE O EXERCIDO EM RESIDÊNCIA.

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8.8. TRÁFICO INTERNACIONAL DE ARMA DE FOGO

Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a


qualquer título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da
autoridade competente:

Pena – RECLUSÃO de 04 a 08 anos + MULTA.

Trata-se de CRIMES INSTANTÂNEOS, de EFEITOS PERMANENTES porque


o tempo que durar a importação, a exportação e o favorecimento que pode ser
praticado em vários atos, o individuo está na prática da infração penal.

IMPORTANTÍSSIMO!!

¾ A pena é aumentada DA METADE se esse crime for praticado por todos


aqueles agentes estudados no nosso tópico 7!!

¾ A pena TAMBÉM é aumentada DA METADE se a arma de fogo, acessório


ou munição forem DE USO PROIBIDO OU RESTRITO.

¾ Por conta da ADIN 3.112-1, esse crime ATUALMENTE É SUSCETÍVEL DE


LIBERDADE PROVISÓRIA.

Para finalizar nosso estudo sobre os crimes previstos no Estatuto,


reproduzirei abaixo o conteúdo da famosa ADIN 3.112-1 tão citada em nossos
comentários:

(...)

IV - A PROIBIÇÃO DE ESTABELECIMENTO DE FIANÇA para os delitos


de “porte ilegal de arma de fogo de uso permitido” e de “disparo de
arma de fogo”, mostra-se DESARRAZOADA, porquanto são crimes de mera
conduta, que não se equiparam aos crimes que acarretam lesão ou ameaça de
lesão à vida ou à propriedade.

V - INSUSCEPTIBILIDADE DE LIBERDADE PROVISÓRIA quanto aos


delitos “posse ou porte ilegal de arma de fogo”, “comércio ilegal de
aram de fogo” e “tráfico internacional de arma de fogo”.
INCONSTITUCIONALIDADE RECONHECIDA, visto que o texto magno não
autoriza a prisão ex lege, em face dos princípios da presunção de inocência e
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da obrigatoriedade de fundamentação dos mandados de prisão pela autoridade


judiciária competente.

VI - Identificação das armas e munições, de modo a permitir o


rastreamento dos respectivos fabricantes e adquirentes, medida que não se
mostra irrazoável.

IX - Ação julgada procedente, em parte, para DECLARAR A


INCONSTITUCIONALIDADE dos parágrafos únicos dos artigos 14 e 15 e do
artigo 21 da Lei 10.826, de 22 de dezembro de 2003.

[FUNCAB – SOLDADO – POLICIA MILITAR/GO – 2010] Com relação às


regras previstas na Lei nº 10.826/2003, conhecida como Lei de Armas,
é correto afirmar que:

(A) o porte ilegal de arma de fogo de uso permitido deixou de ser


considerado crime, tratando-se de infração administrativa.

É exatamente o contrário!! Você acabou de estudar que o PORTE ILEGAL


DE ARMA DE USO PERMITIDO é tipificado sim como CRIME pelo Estatuto com
pena de detenção de 02 A 04 ANOS E MULTA.

ITEM ERRADO

(B) a posse irregular de arma de fogo é crime inafiançável.

Ponha uma coisa na sua cabeça DEFINITIVAMENTE:

NÃO EXISTE MAIS ATUALMENTE NENHUM CRIME INAFIANÇÁVEL NO


ESTATUTO DO DESARMAMENTO. Os que estavam na redação original como
inafiançáveis, a ADIN nº 3.112-1 os considerou passíveis de fiança.

No crime de posse irregular, tipificado no art. 12 do Estatuto, nem há


menção sobre ser ou não afiançável, mas uma certeza você deve ter:
INAFIANÇÁVEL não é de jeito nenhum.

ITEM ERRADO

(C) a supressão de sinal de identificação da arma de fogo é infração


administrativa punida com multa.

Suprimir o sinal de identificação da arma de fogo É CONSIDERADO


CRIME SIM, e vem tipificado no inciso IV do art. 16 a seguir:

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Portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com


numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado,
SUPRIMIDO ou ADULTERADO.

ITEM ERRADO

(D) o disparo de arma de fogo deixou de ser considerado crime,


tratando-se de contravenção penal.

Você já viu que com o advento do Estatuto do Desarmamento o


DISPARO DE ARMA DE FOGO é um crime nele tipificado.

ITEM ERRADO

(E) há causa de aumento de pena para os crimes de posse ou porte


ilegal de arma de fogo de uso restrito praticados por policiais civis ou
militares.

Exatamente!! Se esse crime for praticado por membros das Forças


Armadas ou forças Auxiliares, haverá mesmo aumento de pena.

ITEM CORRETO

Gabarito: Letra “E”

IX – ARMAS DE FOGO APREENDIDAS – DESTINAÇÃO

O Estatuto do Desarmamento, em seu artigo 25, regulamenta que as


armas de fogo APREENDIDAS, após a elaboração do laudo pericial e sua
juntada aos autos, QUANDO NÃO MAIS INTERESSAREM À PERSECUÇÃO PENAL
serão encaminhadas pelo juiz competente ao COMANDO DO EXÉRCITO, no
prazo máximo de 48 HORAS, para DESTRUIÇÃO ou DOAÇÃO aos órgãos de
segurança pública ou às Forças Armadas.

Mas como deve ser essa doação? E caso não sejam doadas como se
procede a destruição dessas armas?

Vamos por partes!!


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9.1. DOAÇÃO DE ARMAS DE FOGO APREENDIDAS

As armas de fogo encaminhadas ao COMANDO DO EXÉRCITO que


receberem parecer favorável à DOAÇÃO, obedecidos o padrão e a dotação de
cada Força Armada ou órgão de segurança pública, atendidos os critérios de
prioridade estabelecidos pelo Ministério da Justiça e ouvido o Comando do
Exército, serão arroladas em RELATÓRIO RESERVADO TRIMESTRAL a ser
encaminhado àquelas instituições, abrindo-se-lhes prazo para manifestação de
interesse.

O Comando do Exército encaminhará a relação das armas a serem doadas


ao juiz competente, que determinará o seu perdimento em favor da instituição
beneficiada.

IMPORTANTE

O TRANSPORTE DAS ARMAS DE FOGO DOADAS será de


RESPONSABILIDADE DA INSTITUIÇÃO BENEFICIADA, que procederá ao
seu cadastramento no Sinarm ou no Sigma.

O Poder Judiciário instituirá instrumentos para o encaminhar


SEMESTRALMENTE ao Sinarm (quando se tratar de armas de uso PERMITIDO)
ou ao Sigma (quando se tratar de armas de uso RESTRITO), a relação de
armas acauteladas em juízo, mencionando suas características e o local onde
se encontram.

9.2. DESTRUIÇÃO DE ARMAS DE FOGO APREENDIDAS

Em caso de decisão pela DESTRUIÇÃO das armas de fogo acessórios


ou munições aprendidos, o COMANDO DO EXÉRCITO designará as
Organizações Militares que ficarão incumbidas de destruir as armas que lhe
forem encaminhadas para esse fim, bem como incluir este dado no respectivo
Sistema no qual foi cadastrada a arma.

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As armas BRASONADAS ou quaisquer outras de uso restrito poderão


ser recolhidas ao COMANDO DO EXÉRCITO pela autoridade competente, para
sua guarda até ordem judicial para destruição.

Mas professor o que são armas brasonadas?

Arma BRASONADA é aquela arma de fogo de propriedade da


União/Exército Brasileiro, que possui marcação das Armas Nacionais no
ferrolho e a inscrição “Exército Brasileiro” ou a sigla “EB” e o número de série
marcado na armação.

Importante saber também que quando a arma de fogo é destinada à


destruição, é vedada sua doação, acautelamento ou qualquer outra forma de
cessão para órgão, corporação ou instituição, EXCETO as doações de arma de
fogo de VALOR HISTÓRICO ou OBSOLETAS para museus das Forças Armadas
ou das instituições policiais.

Caro aluno, IMPORTANTE:

Ainda há caso em que as armas de fogo apreendidas nem sejam doadas


nem destruídas e sim devolvidas pela autoridade competente aos seus
legítimos proprietários. Mas veja, para isso é PRECISO QUE TODOS OS
REQUISTISOS EXIGIDOS PARA AQUISIÇÃO DE ARMA DE FOGO SEJA
PREEENCHIDOS por esse proprietário.

Bom, finalizamos aqui mais uma IMPORTANTE aula de nossa jornada!!


Vamos revisar o aprendizado com algumas questões de recente provas de
concursos!!

Bons estudos!!

QUESTÕES PARA REVISÃO

01. [FCC – TECNICO JUDIC. ESPEC. SEGURANÇA – TRF/1ª– 2011] Com


relação ao porte de arma,

(A) os agentes das empresas constituídas, de segurança privada e de


transporte de valores, nos termos da lei competente, têm permissão de porte
de arma, somente com autorização expressa da Agência Brasileira de
Inteligência.
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(B) os integrantes das Guardas Municipais dos Municípios com 20 mil


habitantes poderão portar arma de fogo somente durante o serviço.

(C) os integrantes dos Corpos de Bombeiros Militares poderão portar arma de


fogo, mas dependem de autorização prévia do Chefe do Serviço Nacional de
Informações e Segurança.

(D) os agentes do Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança


Institucional da Presidência da República terão porte de arma autorizado
somente para uso restrito em cerimônias oficiais nas quais o Presidente estiver
presente.

(E) os soldados integrantes da Marinha do Brasil poderão portar arma de fogo


independentemente de autorização, mesmo fora do serviço.

02. [FURNE – SOLDADO – POLICIA MILITAR/PB – 2011] Acerca do


porte de armas, assinale a alternativa INCORRETA:

(A) O titular de porte de arma de fogo para defesa pessoal, concedido na


forma da Lei, não poderá conduzi-la ostensivamente ou com ela adentrar ou
permanecer em locais públicos.

(B) Arma de fogo de uso permitido é aquela cuja utilização é autorizada a


pessoas físicas, bem como a pessoas jurídicas, de acordo com as normas do
Comando do Exército e nas condições previstas no estatuto do desarmamento.

(C) Arma de fogo de uso restrito é aquela de uso exclusivo das Forças
Armadas, de instituições de segurança pública e de pessoas físicas e jurídicas
habilitadas, devidamente autorizadas pelo Comando do Exército, de acordo
com legislação específica.

(D) Para adquirir arma de fogo de uso permitido, o interessado deverá, entre
outros requisitos, declarar efetiva necessidade, ter, no mínimo, 21 (vinte e
um) anos e apresentar documento comprobatório de ocupação lícita e de
residência certa.

(E) Compete ao comando do exército autorizar a aquisição de armas de fogo e


munições para as Guardas Municipais.

03. [FUNCAB – CADETE – POLICIA MILITAR/GO – 2010] Acerca das


regras previstas na Lei n° 10.826/03, que dispõe sobre registro, posse
e comercialização de armas de fogo e munição, é correto afirmar que:

(A) o sujeito passivo do delito de posse irregular de arma de fogo de uso


permitido é sempre pessoa determinada.

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(B) a consumação do crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido


depende da ocorrência de dano efetivo ao patrimônio ou integridade física
individual.

(C) o agente que carrega arma inapta a produzir disparo comete o crime de
posse ilegal de arma de fogo de uso permitido.

(D) somente o militar pode praticar o crime de posse ilegal de arma de fogo de
uso restrito.

(E) o delito de disparo de arma de fogo não é punido na modalidade culposa.

04. [FCC – TECNICO SEGUR. E TRANSPORTE – TRT/9ª – 2010] José


teve sua arma de fogo furtada juntamente com seu veículo, que estava
estacionado em via pública. Neste caso, quanto à arma, analise:

I. José deverá comparecer imediatamente à uma das instalações da Polícia


Federal para registrar boletim de ocorrência, uma vez que o porte de arma é
regulamentado por lei federal e, com o furto, ele já não é mais portador da
arma.

II. José é obrigado a comunicar, imediatamente, à unidade policial local, o


furto de sua arma de fogo.

III. Se a arma é de uso restrito, cuja autorização depende do exército


brasileiro, José tem quarenta e oito horas para remeter as informações
coletadas ao Quartel do Exército mais próximo.

É correto o que consta APENAS em

(A) II.

(B) I e II.

(C) I.

(D) III.

(E) II e III.

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05. [FCC – TECNICO SEGUR. E TRANSPORTE – TRF/4ª – 2010] Com


relação ao porte de arma de fogo em todo o Território Nacional,
regulamentado pela Lei no 10.826/2003, que versa sobre o SINARM,
Sistema Nacional de Armas, considere as proposições:

I. Aos Oficiais (em serviço ou não) e Praças (somente em serviço) das Forças
Armadas e Oficiais e Praças das Polícias Militares, em serviço ou não (haja
vista a exposição que sofrem quando exercem as atividades de policiamento),
é garantido o porte de arma de fogo.

II. Aos integrantes das Guardas Municipais dos Municípios, em serviço ou não,
pois também estão expostos às mesmas condições de risco dos Policiais
Militares, é garantido o porte de arma de fogo.

III. Aos integrantes da Carreira de Auditoria da Receita Federal do Brasil, por


exercerem, dentre outras, funções fiscalizatórias, é garantido o porte de arma
de fogo.

IV. Aos integrantes da Carreira de Auditoria-Fiscal do Trabalho e de Auditoria


do Banco Central do Brasil, por exercerem, dentre outras, funções
fiscalizatórias, é garantido o porte de arma de fogo.

V. Aos integrantes da Polícia Rodoviária Federal, Polícia Ferroviária Federal e


Guarda Portuária, estando ou não em serviço, é garantido o porte de arma de
fogo, pela atividade que exercem e exposição pública que sofrem.

VI. Aos integrantes das empresas de segurança privada e transporte de


valores, devidamente constituídas na forma da Lei, é garantido o porte de
arma de fogo.

VII. Somente aos agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência, e


integrantes dos Corpos de Bombeiros Militares, mesmo fora de serviço, é
garantido o porte de arma de fogo.

É correto o que consta APENAS em

(A) I, II e VI.

(B) I, II e VII.

(C) III, IV e V.

(D) II, V e VI.

(E) III, VI e VII.

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06. [IAUPE – AGENTE PENINTENCIARIO/PE – 2009] Assinale a


alternativa CORRETA.

(A) O registro de arma de fogo e a expedição do porte de arma respectivo são


de competência do Poder Executivo estadual.

(B) Segundo o entendimento do Supremo Tribunal Federal, o crime de porte


ilegal de arma de fogo de uso permitido é afiançável pela Autoridade Judiciária.

(C) O crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido não se consome,
se a arma estiver desmuniciada.

(D) O crime de omissão de cautela é de ação penal pública condicionada à


representação do ofendido.

(E) As alternativas “B” e “C” estão corretas.

07. [ACAFE – DELEGADO – POLICIA CIVIL/SC – 2008] “Caio”,


proprietário da empresa de segurança e transporte de valores
“Vaisegur”, deixou de registrar ocorrência policial e de comunicar à
Polícia Federal a perda de uma arma de fogo utilizada na atividade
típica da empresa, nas primeiras 24 horas depois de constatado o
“sumiço” deste objeto.

Considere o enunciado acima e assinale a alternativa correta.

(A) Se “Caio” agiu culposamente responderá pela modalidade fundamental do


crime de omissão de cautela, previsto na Lei n. 10.826/03 (Estatuto do
Desarmamento).

(B) “Caio” não cometeu crime algum, pois o fato é penalmente atípico.

(C) Se “Caio” se omitiu dolosamente, deve responder por modalidade


equiparada ao crime de omissão de cautela, prevista na Lei n. 10.826/03
(Estatuto do Desarmamento). Se a omissão foi culposa não haverá crime.

(D) “Caio” somente responderá pelo crime de omissão de cautela se terceiro,


que tenha se apoderado da arma de fogo, passar a utilizá-la indevidamente, e
desde que ele não tenha nas as primeiras 24 horas depois de constatado o
“sumiço” da arma, registrado boletim de ocorrência a respeito.

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08. [FCC – TECNICO SEGUR. E TRANSPORTE – TRT/2ª– 2008] De


acordo com a Lei no 10.826, de 22/12/2003, e alterações posteriores,
poderá ser concedido pela Polícia Federal o porte de arma de fogo, na
categoria caçador para subsistência, aos residentes em áreas rurais,
maiores de

(A) 30 anos, que comprovem depender do emprego de arma de fogo para


prover sua subsistência alimentar familiar, de uma arma de uso permitido de
tiro simples, de repetição ou automática, com 1 (um) ou 2 (dois) canos de
calibre igual ou inferior a 44.

(B) 18 anos, que comprovem depender do emprego de arma de fogo para


prover sua subsistência alimentar familiar, de uma arma de uso permitido de
tiro simples ou de repetição, com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de alma lisa e de
calibre igual ou inferior a 12.

(C) 25 anos, que comprovem depender do emprego de arma de fogo para


prover sua subsistência alimentar familiar, de uma arma de uso permitido de
tiro simples, com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de alma lisa e de calibre igual ou
inferior a 16.

(D) 18 anos, que comprovem depender do emprego de arma de fogo para


prover sua subsistência alimentar familiar, de uma arma de uso permitido de
tiro simples ou automática, com 1 (um) cano, de calibre 22.

(E) 30 anos, que comprovem depender do emprego de arma de fogo para


prover sua subsistência alimentar familiar, de uma arma de uso permitido de
tiro simples, com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de calibre igual ou inferior a 12.

09. [FCC – TECNICO SEGUR. E TRANSPORTE – TRT/2ª– 2008] A


respeito do crime de comércio ilegal de arma de fogo, considere:

I. Não se equipara à atividade comercial ou industrial, para efeito do crime de


comércio ilegal de arma de fogo, a fabricação irregular exercida em residência.

II. É isento de pena quem utiliza munição em proveito próprio, no exercício de


atividade comercial ou industrial, sem autorização ou em desacordo com a
determinação legal ou regulamentar.

III. Está sujeito à pena de reclusão, de 4 a 8 anos, e multa, quem vender, no


exercício de atividade comercial, arma de fogo, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar.

Está correto o que consta APENAS em

(A) II.

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(B) I e II.

(C) I e III.

(D) II e III.

(E) III.

10. [FCC – TECNICO SEGUR. E TRANSPORTE – TRT/2ª– 2008] A


respeito do porte de arma de fogo, é INCORRETO afirmar que

(A) o proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança privada e


de transporte de valores está obrigado a registrar ocorrência policial e a
comunicar à Polícia Federal o extravio de armas de fogo, acessórios e
munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 horas depois de
ocorrido o fato.

(B) as armas de fogo utilizadas pelos empregados das empresas de segurança


privada e de transporte de valores, constituídas na forma da lei, somente
podem ser utilizadas quando em serviço, devendo essa observar as condições
de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente.

(C) o certificado de registro e autorização de porte de arma de uso permitido


será concedido pelo órgão da Justiça Federal do domicílio do requerente.

(D) a listagem dos empregados das empresas de segurança privada e de


transporte de valores deverá ser atualizada semestralmente junto ao SINARM.

(E) compete ao Ministério da Justiça a autorização do porte de arma para os


responsáveis pela segurança de cidadãos estrangeiros em visita ou sediados no
Brasil.

11. [FCC – TECNICO SEGUR. E TRANSPORTE – TRF/3ª– 2007] O prazo


para o responsável pela empresa de segurança registrar ocorrência
policial de furto de arma de fogo que está sob sua guarda é de, no
máximo,

(A) quarenta e oito horas após o fato.

(B) dois dias úteis depois de ocorrido o fato.

(C) vinte e quatro horas após tomar conhecimento do fato.

(D) vinte e quatro horas depois de ocorrido o fato.

(E) quarenta e oito horas após tomar conhecimento do fato.


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12. [CEV/UECE – AGENTE PENINTENCIARIO/CE – 2006] Quanto ao


registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição, marque
a alternativa verdadeira.

(A) A autorização para o porte de arma de fogo das guardas municipais está
condicionada à formação funcional de seus integrantes em estabelecimentos
de ensino de atividade policial, à existência de mecanismos de fiscalização e de
controle externo da corporação.

(B) Aos integrantes das guardas municipais dos Municípios que integram
regiões metropolitanas será autorizado porte de arma de fogo, ainda que fora
do serviço.

(C) Aos residentes em áreas rurais, que comprovem depender do emprego de


arma de fogo para prover sua subsistência alimentar familiar, será autorizado,
na forma prevista no regulamento da Lei, o porte de arma de fogo na categoria
"amador".

(D) As armas de fogo utilizadas pelos empregados das empresas de segurança


privada e de transporte de valores, constituídas na forma da lei, serão de
propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas empresas, somente
podendo ser utilizadas quando em transporte de valores, devendo essas
observar as condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão
competente, sendo o certificado de registro e a autorização de porte expedidos
pela Polícia Federal em nome da empresa.

13. [FGV – TÉCNICO SEGURANÇA – TRE/PA – 2010] De acordo com a


Lei 10.826/03, analise as afirmativas a seguir:

I. É permitido o porte de arma de fogo aos auditores fiscais da Receita


Federal do Brasil.

II. A autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, em


todo o território nacional, é de competência da Polícia Federal e
somente será concedida após autorização do Sinarm.

III. As armas de fogo utilizadas pelos empregados das empresas de


segurança privada e de transporte de valores, constituídas na forma da
lei, serão de propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas
empresas, somente podendo ser utilizadas quando em serviço,
devendo essas observar as condições de uso e de armazenagem
estabelecidas pelo órgão competente, sendo o certificado de registro e
a autorização de porte expedidos pela Polícia Federal em nome da
empresa.

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Assinale

(A) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.

(B) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.

(C) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

(D) se todas as afirmativas estiverem corretas.

(E) se nenhuma afirmativa estiver correta.

14. [CESGRANRIO – TECNICO EM SEGURANÇA – BACEN – 2010] X e Y


são vigilantes e estão conduzindo, em serviço, veículo da instituição
financeira em que trabalham, para recebimento de numerário a ser
transportado de um depósito para outro. Ambos estão uniformizados e
armados. No caminho para o primeiro depósito, param em um
restaurante de beira de estrada para almoçar. Na oportunidade,
quando já se encontram dentro do restaurante, são surpreendidos por
policiais militares que decidem prendê-los em flagrante por porte
ilegal de arma de fogo de uso permitido.

Analisando o trecho da narrativa referente à decisão da prisão em


flagrante, conclui-se que, de acordo com a Lei no 10.826/2003,

(A) não se pode afirmar se os policiais estão corretos ou errados, pois faltam
informações.

(B) os policiais estão certos, porque os vigilantes só poderiam estar armados


quando estivessem no transporte efetivo de numerário.

(C) os policiais estão certos, porque os vigilantes deveriam ter deixado suas
armas dentro de veículo.

(D) os policiais estão errados, porque os vigilantes podem portar armas em


serviço ou fora dele.
(E) os policiais estão errados, porque o caso seria de prisão por posse irregular
de arma de fogo e não porte ilegal de arma de fogo.

15. [CESGRANRIO – TECNICO EM SEGURANÇA – BACEN – 2010]


Habilitado como vigilante e contratado por uma empresa de
segurança, X recebe uma arma para utilização em serviço. Por ter tido
treinamento adequado, ter amplo conhecimento dos procedimentos de
segurança e ainda por estar assustado com a violência no bairro onde
mora, X compra uma arma do mesmo calibre da que utiliza no serviço
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para mantê-la no seu apartamento. Algumas semanas depois, no


entanto, entusiasmado com uma vitória do time de futebol para o qual
torce, X retira a arma que comprara do local onde estava guardada e
dispara alguns tiros da varanda de seu apartamento, em
comemoração. Logo depois, deixa a arma sobre a mesa de jantar e vai
dormir. Seu filho adolescente, 14 anos, encontra a arma sobre a mesa
e a leva para o colégio no dia seguinte. O menor é apreendido pela
polícia no momento em que mostrava a arma para um colega.

Analisando essa narrativa, conclui-se que, tendo em vista a Lei no


10.826/2003, X

(A) não praticou crime algum.

(B) praticou um crime: porte ilegal de arma de fogo de uso permitido.

(C) praticou dois crimes: omissão de cautela e posse irregular de arma de fogo
de uso permitido.

(D) praticou três crimes: posse irregular de arma de fogo de uso permitido;
omissão de cautela e disparo de arma de fogo.

(E) praticou quatro crimes: porte irregular de arma de fogo de uso permitido;
omissão de cautela; disparo de arma de fogo e entrega de arma de fogo a
menor de idade.

16. [CESGRANRIO – TECNICO EM SEGURANÇA – BACEN – 2010] Ao


final de um inquérito policial em que se investigavam ações ilícitas
praticadas por VIGILANTES, a autoridade verificou que

1 - W, ex-militar, tem em casa uma pistola de propriedade particular a


qual cedeu repetidas vezes para o seu filho de 17 anos;

2 - X modificou o mecanismo de travamento de sua arma, tornando-a


de repetição (tipo metralhadora), o que é vedado pela legislação em
vigor;

3 - Y, quando em serviço, entregou sua arma repetidas vezes a seu


companheiro de trabalho, vigilante T, para ir ao banheiro;

4 - Z raspou o sinal identificador da arma que usava em serviço.

Diante de tais informações e considerando a Lei no 10.826/2003,


conclui-se que

(A) somente W praticou crime.

(B) somente X, Y e Z praticaram crime.


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(C) somente Y não praticou crime.

(D) somente W, Y e Z não praticaram crime.

(E) todos praticaram crime.

17. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA FEDERAL – 2009]


Segundo expressa disposição da lei pertinente ao assunto, o crime de porte
ilegal de arma de fogo de uso permitido é inafiançável, salvo quando a arma
de fogo estiver registrada em nome do agente.

[CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA MILITAR/ES – 2009] No que


tange às condutas relativas a armas de fogo no Brasil e à legislação
correlata, julgue os itens de 19 a 21.

18. Caso uma arma de fogo utilizada como instrumento para a prática de
roubo e apreendida no curso das investigações seja encaminhada à justiça ao
término do inquérito policial, tão logo o respectivo laudo pericial seja juntado
ao processo e não haja mais interesse que o armamento acompanhe os autos
da ação penal, poderá a autoridade judiciária competente determinar o seu
encaminhamento ao comando do Exército, que lhe dará destinação, que
poderá ser a destruição ou a doação a órgão de segurança pública ou às Forças
Armadas.

19. Os crimes de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e o


comércio ilegal de arma de fogo, nos termos da legislação específica, são
insuscetíveis de liberdade provisória.

20. Caso um policial civil, durante atividade de investigação levada a efeito em


um show realizado em um estádio de futebol, depare-se com um indivíduo
portando abaixo da camisa, junto à cintura, um revólver de calibre permitido,
e esse indivíduo, indagado a respeito do armamento, apresente ao policial o
registro da arma em seu nome e o respectivo porte concedido nos termos da
legislação específica, nessa situação, mesmo diante da regularidade do registro
e do porte, o policial deverá recolher a arma de fogo e providenciar o seu
encaminhamento à autoridade competente, que adotará as medidas legais
pertinentes, entre as quais a apreensão da arma e a cassação do porte
anteriormente deferido.

21. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/TO – 2008]


Considere que um policial civil tenha em sua casa uma arma de fogo de uso
permitido sem registro do órgão competente, a qual foi encontrada, por acaso,
pela autoridade policial hierarquicamente superior ao servidor, no interior de
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um guarda-roupa, em condições de ser disparada. Nessa situação, a


autoridade policial deverá apreender o armamento e responsabilizar o policial
pela posse irregular de arma de fogo de uso permitido.

[CESPE – AGENTE DE POLICIA SUBST.– POLICIA CIVIL/RN – 2008] Em


relação às disposições da Lei n.º 10.826/2003 (Estatuto do
Desarmamento), julgue o item a seguir.

22. É permitido o porte de arma de fogo aos integrantes das guardas


municipais dos municípios com mais de cinquenta mil e menos de quinhentos
mil habitantes, mesmo fora de serviço.

23. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/TO – 2008]


Considere a seguinte situação hipotética.

Alfredo, imputável, transportava em seu veículo um revólver de calibre 38,


quando foi abordado em uma operação policial de trânsito. A diligência policial
resultou na localização da arma, desmuniciada, embaixo do banco do
motorista. Em um dos bolsos da mochila de Alfredo foram localizados 5
projéteis do mesmo calibre. Indagado a respeito, Alfredo declarou não possuir
autorização legal para o porte da arma nem o respectivo certificado de
registro. O fato foi apresentado à autoridade policial competente. Nessa
situação, caberá à autoridade somente a apreensão da arma e das munições e
a imediata liberação de Alfredo, visto que, estando o armamento
desmuniciado, não se caracteriza o crime de porte ilegal de arma de fogo.

[CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA FEDERAL – 2004] Julgue os


itens abaixo, acerca da autorização do porte de arma de fogo.

24. No Brasil, existem dois tipos de autorização de porte de arma de fogo:


uma é a autorização regional, limitada ao território de um estado ou do Distrito
Federal, cuja expedição compete à polícia civil da respectiva unidade da
Federação; outra é a autorização nacional, cuja expedição compete à Polícia
Federal.

25. A autorização de porte de arma de fogo constitui uma forma de delegação


de serviço público.

26. Por ser o policiamento ostensivo competência das polícias militares


estaduais, é vedado aos integrantes das guardas municipais o porte de arma
durante o serviço.

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GABARITO

1 E 15 D
2 D 16 E
3 E 17 E
4 A 18 C
5 NULA 19 E
6 B 20 C
7 C 21 C
8 C 22 E
9 E 23 E
10 NULA 24 E
11 D 25 E
12 NULA 26 E
13 D
14 E

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