Professional Documents
Culture Documents
Solucionario Gallego
Solucionario Gallego
LINGUA GALEGA
E LITERATURA
A. Nieto Pazó, X. Troitiño Fraiz
1
Esta serie de Lingua galega e Literatura foi creada por Anaya Educación para
Bacharelato. Na súa realización interviñeron:
Edición
Concha Martínez
Equipo técnico
Maquetación: Antonio Mateo
Deseño de cuberta e interiores
Miguel Ángel Pacheco e Javier Serrano
Tratamento infográfico do deseño
Patricia Gómez
Edición gráfica
José María Marcelino
Fotografías
Arquivo Anaya (Candel., C.; Canto, M.; Cosano, P.; Cruz, M.; Enriquez, S.;
Hernández Moya, B.; Leiva, Á.; Lezama, D.; Martin, Jh.; Muñoz, J. C.;
Ortega, Á.; Padura, S.; E.; Steel, M.; Ramón Ortega, P.-Fototeca de España;
Rico, J. J.; Ruiz, J. B.; Sanguinetti, J. A.-Fototeca de España; Rivera Jove, V.;
Valls, R.; Vázquez, A.; 6x6 RF), Album, Efe, Getty Images, Laure Rey Fernández,
Latin Stock/Alamy, Real Academia Galega, Thinkstock/Getty Images, 123 RF.
Reservados todos os dereitos. O contido desta obra está protexido pola Lei, que establece penas de prisión e/ou multas,
amais das correspondentes indemnizacións por perdas e danos, para quen reproduza, plaxie, distribúa ou comunique
publicamente, en todo ou en parte, unha obra literaria, artística ou científica, ou a súa transformación, interpretación ou exe-
cución artística fixada en calquera tipo de soporte ou comunicada a través de calquera medio, sen a preceptiva autorización.
ET018842/1E2I - 8461337
Índice
LINGUA
Unidade 1. Comunicación e linguaxe
1. A comunicación ..................................................................................................................................................................... 11
2. A linguaxe humana ................................................................................................................................................................ 12
3. Elementos do acto comunicativo .......................................................................................................................................... 13
4. O contorno da comunicación ............................................................................................................................................... 15
5. Ruído e redundancia...................................................................................................................................................................16
6. A intención comunicativa ..........................................................................................................................................................17
7. Os signos ....................................................................................................................................................................................20
Repaso da unidade.........................................................................................................................................................................22
Comentario de textos: A lectura e a comprensión do texto......................................................................................................24
1. O substantivo .............................................................................................................................................................................57
2. O adxectivo cualificativo ...........................................................................................................................................................64
Repaso da unidade.........................................................................................................................................................................70
Comentario de textos: O título e o tema.....................................................................................................................................72
1. O artigo .......................................................................................................................................................................................95
2. Os demostrativos........................................................................................................................................................................98
3. Os posesivos .............................................................................................................................................................................102
4. Os relativos................................................................................................................................................................................106
5. Os interrogativos e os exclamativos .......................................................................................................................................108
6. Os numerais ............................................................................................................................................................................. 109
7. Os indefinidos...........................................................................................................................................................................110
Repaso da unidade.......................................................................................................................................................................112
Comentario de textos: A estrutura ............................................................................................................................................114
Unidade 6. O verbo
LITERATURA
Unidade 11. A literatura galega medieval
1. Periodización da literatura galega...........................................................................................................................................215
2. Contexto da literatura galega medieval.................................................................................................................................217
3. A lírica medieval galego-portuguesa......................................................................................................................................220
4. A lírica profana..........................................................................................................................................................................221
5. A cantiga de amigo...................................................................................................................................................................226
Repaso da unidade.......................................................................................................................................................................236
Lecturas guiadas...........................................................................................................................................................................238
Comentario de textos: Os textos poéticos ...............................................................................................................................240
Estrutura do libro
A introdución e os contidos da unidade
2
2 A tipoloxía
Unidade
1 Comunicación oral e escrita
textual
Cada tema iníciase cunha páxina de presentación
A comunicación oral, a forma máis natural de comunicación humana, é aquela
que se realiza a través da fala. É un sistema que permite representar, expresar
e comunicar ideas mediante signos sonoros.
A comunicación escrita é a que se realiza por medio da escritura. É un sistema
que permite representar e expresar ideas mediante signos visuais.
Durante moito tempo existiu a crenza de que a lingua escrita non era máis ca unha
transcrición da lingua oral. Hoxe sabemos que falar e escribir responden a dúas
modalidades distintas da linguaxe e obedecen a sistemas comunicativos diferen-
que contén unha imaxe evocadora e un texto eli-
Carta a un mozo poeta
Pregúntasme se os teus versos son bos. Pregúntasmo
tes, aínda que é evidente que a escritura non pode prescindir da oralidade.
A linguaxe escrita precisa dun período de aprendizaxe e dunha planificación, fron-
te ao carácter espontáneo da lingua oral. Na seguinte táboa amósanse as princi-
pais diferenzas entre ambas as dúas:
xido para iniciar os contidos do tema, de forma
amena e suxestiva.
a min. Antes xa llelo preguntaches a outros. Envíalos
a revistas. Compáralos con outros poemas, e tremes
cando rexeitan os teus intentos. Diferenzas entre comunicación oral e escrita
Agora ben (posto que me permites o consello), prégo- Comunicación oral Comunicación escrita
che que abandones todo iso. Mirar cara a fóra é algo
Canle acústica-oral. Canle visual.
Todos os grupos sociais posúen unha lingua oral e unha tradición oral relaciona-
da, coa maneira de percibir a vida e coa experiencia. A lingua oral é fundamental
para que todas estas características poidan pervivir a través de xeracións. Os gale-
gos non somos unha excepción, e a nosa tradición está chea de contos, historias,
• Cadros e táboas, que recollen a información de
forma sintética e visual.
lendas, cantigas, costumes, etc., bagaxe que nos permite avanzar e termos unha
cultura de noso.
Sobre a lectura
Tamén a escritura é un fenónemo transcendental para calquera cultura porque
1 Es capaz de expresarte escribindo? permite almacenar información dun xeito moito máis eficaz que recorrendo exclu-
contido.
26 27
• proxectos de traballo
■ Receptor: dificultades auditivas, distraccións, etc. fins do uso lingüístico.
■ Canle: problemas de acústica, deficiencias de impresión, de visualización, etc. As funcións da linguaxe refírense aos fins concretos da comunicación, isto é, aos
■ Mensaxe: ambigüidade, vaguidade, uso de linguaxes específicas, códigos ci- obxectivos que lles asignamos ás mensaxes cando as producimos. Así pois, é evi-
frados, etc. dente que hai unha correspondencia entre as funcións da linguaxe e a intención
• animacións
5.2 A redundancia
Función da linguaxe Elementos do acto comunicativo
A redundancia é unha parte da mensaxe, prescindible para a interpretación, pero Representativa ou referencial Referente
necesaria para contrarrestar o ruído. Maniféstase nas repeticións que se dan en
calquera dos niveis lingüísticos como: Expresiva ou emotiva Emisor
Fática ou de contacto
Receptor
Canle • audios
• galerías de imaxes
Na web Poética ou estética Mensaxe
■ Os introducidos polo emisor como:
– a reiteración de palabras: unha cousa é unha cousa e outra cousa é outra cousa; Metalingüística Código
Proxecto de traballo. Elabora
– a sinonimia: o que non pode ser é imposible; un póster sobre a incidencia
do ruído nos elementos do As distintas funcións da linguaxe aparecen combinadas no discurso dependen-
– as aliteracións: unha señora, moi aseñorada, deulle unha risada e quedou sen
A ctividades
6 Indica situacións nas que o ruído lles afecta aos elementos da comunicación,
como neste exemplo:
A distancia dificulta a comunicación entre dúas amigas que conversan de
balcón a balcón. O elemento da comunicación afectado é a canle.
16 17
Lectura
Pola boca morre o peixe
Esquema
A comunicación
Nesta dobre páxina inclúense dous tipos de ma-
estética. De feito, poñía pescadas, xurelos, xardas, ollo-
teriais:
Ao principio mercaba o peixe precociñado ou filetea- Definición A comunicación é un proceso social que ten como finalidade intercambiar información.
do, que me resultaba máis cómodo. Pero eses sabores moles. E debo recoñecer que era moi curioso ver como A comunicación animal Algunhas especies animais comunícanse por medio de sistemas auditivos, visuais, táctiles ou olfactivos.
comezaron a aburrirme. Iso levoume ás peixerías, onde quedaba o salón presidido por por un xurelo ou unha
fun aprendendo algo terriblemente difícil: a mercar pei- pescada. Pero a verdade é que cada vez me fun facendo A comunicación humana
e ameno.
marcando terreo, advertindo de quen é a propiedade dunha faneca, nin moito menos, simplemente que a súa emisor Envía unha mensaxe previamente codificada.
do espazo. Por que motivo se algunha xente pon unha presenza me parece subxugadora. A miña adoración por
receptor Recibe, descodifica e interpreta a mensaxe.
cesta con froita no centro da mesa non podo poñer eu ela vén da forza salgada e profunda que me transmite
unha cesta con peixe? cando sento diante da súa figura, no sofá do salón. É mensaxe Conxunto de contidos transmitido.
Elementos da
un momento fascinante, enfeitizante. Se cadra é que no
Ruído
Redundancia
Ruído e redundancia
Son perturbacións da comunicación que afectan a un ou a varios elementos do acto comunicativo.
Son os mecanismos da lingua nos seus distintos niveis para repetir e asegurar a eficacia comunicativa.
rápida e concisa a información básica da unida-
de.
A ctividades
As funcións lingüísticas
1 Que diferenzas hai entre a comunicación huma- a) Quen é o emisor da mensaxe?
na e a comunicación animal? Definición Refírense aos obxectivos que lles asignamos as mensaxes.
b) Que código emprega?
representativa Transmite unha información de maneira obxectiva.
2 Como se comunican algúns animais? c) A través de que canle o emite?
expresiva Transmite a información de maneira subxectiva.
d) Cal é o seu contexto?
3 Por que as palabras xurelo, xarda, ollomol, sar- apelativa Apela ao receptor para influír no seu comportamento.
go, linguado, rodaballo, meiga, faneca son sig- 7 En que consiste a codificación e a descodifica- Funcións lingüísticas
nos lingüísticos? fática Organiza o contacto entre o emisor e o receptor.
ción dunha mensaxe?
poética Centra a atención na forma da mensaxe.
4 Identificas os significados de cada unha das pa- 8 Que función da linguaxe predomina no texto?
labras anteriores? metalingüística Informa sobre as características do código lingüístico.
O signo lingüístico
5 Sinala de que maneira se articulan as palabras
citadas no exercicio 3. Definición Signo é todo aquilo que percibimos polos sentidos e que significa algo.
Na web
significado Representación mental inmaterial.
6 Analiza os elementos comunicativos deste texto: Repasa os conceptos esenciais da unidade. Compoñentes
significante Imaxe acústica ou gráfica material.
22 23
Unidade 12 Lecturas guiadas
Lecturas guiadas
Cantigas de amor
Bernal de Bonaval Don Dinís
Cantigas de escarnio e maldizer Cantiga de loor. Santa María Estrela
do Día (fragmento)
Nos temas de Literatura, inclúese unha dobre pá-
xina co apartado Lecturas guiadas sobre textos
Afons´Eanes do Cotón
Deste trobador galego do século xiii consérvanse 10 Don Dinís naceu en Lisboa en 1261 e morreu en 1325. Afonso X renovou e impulsou a cultura e a arte do seu
Afons´Eanes foi un segrel de orixe galega vinculado ás
cantigas de amor con matices pretrobadorescos, que Foi autor de numerosas pezas poéticas e bo coñecedor tempo. Foi tradutor, historiador, poeta, compilador...;
cortes de Fernando III e Afonso X. A súa produción é
se afastan un pouco da influencia provenzal e se ache- dos xéneros provenzais. autor de cantigas de amor, escarnio, maldicir, e organi-
case toda burlesca, pois das vinte pezas que se conser-
neste curso.
que máis que todas as do mundo val. mais que non deveria.
“que a cobra rimava en un lugar”;
Santa Maria...
Ai, Deus! qui mi-a fezestes mais ca mim amar, e diss´el: –Pois por que rimou aqui?
mostrade-mi-a u possa com ela falar, Ca miña señor quiso Deus fazer tal Eu dix´eu: –De pran, non diss´el assi,
quando a fez, que a fez sabedor Amostrar-nos deves carreira
se nom dade-mi-a morte. mais eu tenho que xa errou o jograr.
de todo ben e de mui gran valor, por gãar en toda maneira
E, amigos, outra ren vos direi: a sen par luz e verdadeira
e con todo esto é mui comunal
Análise polo jograr a cantiga dizer que tu dar-nos podes senlleira;
alí u debe, er deulle bon sen,
igual, non dev´o trobador a perder; ca Deus a ti a
e des í non lle fez pouco de ben
Esta cantiga de amor desenvolve os tópicos da coita eu por Sueir´Eanes vo-lo ei: outorgaria
quando non quis que lle outra fosse igual.
e da morte de amor (se nom dade-mi a morte). O tro- ca dê-lo dia en que el trobou, e a querria
bador prégalle a Deus que lle envíe a morte ante as nunca cantar igual fez nen rimou, por ti dar e daria.
Ca en miña señor nunca Deus pos mal,
negativa da dama. ca todos os seus cantares eu sei. Santa Maria...
mais pos í prez e beldade e loor
A senhor non aparece descrita, como é habitual nas e falar mui ben, e rir mellor
cantigas de amor, pois simplemente se fai referencia a que outra moller; des í é leal Análise Guiar ben nos pod’ o teu siso
que é «a de melhor parecer de quantas sei», sen alusión muito, e por isto non sei hoje eu quen mais ca ren pera Parayso
possa compridamente no seu ben
Esta cantiga burlesca critica a obra doutro trobador, u Deus ten senpre goy’ e riso
ningunha ás súas características físicas.
falar, ca non ha, tralo seu ben, al. Sueir´Eanes. A ironía consiste en atribuírlle ao xograr pora quen en el creer quiso;
Formalmente é unha cantiga que ser achega aos mode- que interpreta a peza os acertos da obra. e prazer-m-ia
los autóctonos. se te prazia
Análise A primeira estrofa dá conta da crítica que fan os troba-
que foss’ a mia
Non segue os criterios da canço provenzal senón que é dores a unha obra de Sueiro: uns dicían que está ben
A intención do autor é facer unha canción de amor á alm’ en tal compannia.
unha cantiga de refrán (se nom dade-mi a morte), con medida, el responde que Sueiro debía estar pensando
unha clara estrutura paralelística, tanto na estrofa (dísti- maneira provenzal. O máis singular da peza é que ex- noutra cousa pois sempre evitara a perfección. Na se-
cos) como no ritmo. presa unha concepción do amor máis optimista do que gunda, un trobador preguntou por que a cobra rima- Análise
é habitual na lírica galego-portuguesa. ba en determinado lugar, ao que lle responde que non Este cancioneiro relixioso inclúe 420 composicións de-
era cousa de Sueiro senón equivocación do xograr. Na dicadas á Virxe con notación musical. Cada dez canti-
terceira, afirma que o trobador non debe desdeñar ao gas inclúese unha cantiga de loor, que é unha versión
xograr pois pode mellorar a súa obra. O poeta coñece relixiosa das cantigas de amor.
os cantares de Sueiro Eanes e afirma que nunca fixo nin
rimou ningunha ben.
258 259
Comentario de textos
As mareas
Os gregos percatáronse xa das oscilacións mareais e
empeñaron moitas observacións en tratar de explicar a
ou «cocas»; mentres que as amplitudes máis baixas
coinciden cos meses de solsticio.
A lectura e a comprensión do texto
Comentar un texto consiste en precisar a súa significa-
O apartado de Comentarios de texto inclúese
nas quince unidades do libro.
ción e organización, e ofrecer unha valoración persoal. ■ Facer que a lectura das palabras ou frases subli-
súa razón. Para uns, era a respiración da Terra; e para Para facer máis complexo o fenómeno hai que enga- ñadas teña sentido por si mesma.
Esta é unha tarefa complexa que se debe levar a cabo
outros, todo un enigma que, segundo a lenda, levou á dir que estas variacións cíclicas non se producen coa en varias fases e que se inicia cunha lectura efectiva da ■ Subliñar palabras clave (substantivos, adxectivos,
desesperación e ao suicidio a Aristóteles, ante a impo- mesma frecuencia en todas partes. No golfo de Tonkin, información que transmite. verbos…) e frases breves.
sibilidade de darlle unha explicación satisfactoria.
24 25
A música
A música é un misterio. En Moito ruído e poucas no-
ces1, Benedick pregunta: «Non vos resulta estraño que
os intestinos das ovellas arrebaten as almas dos cor-
pos dos homes?»2. En todas as culturas, determinados
sons rítmicos dan a quen os escoitan un pracer intenso
e fortes emocións. Pero, que beneficio hai en dedicar
tempo e enerxía a elaborar e escoitar ruídos breves e
lixeiros?
Ata a data fixéronse moitas suxestións: a música une
o grupo social, coordina a acción, intensifica o ritual,
libera tensións; pero todas elas pasan de longo, sen
poder explicar o misterio.
A música parece ser unha exquisita tecnoloxía que va-
ría en complexidade dun lugar a outro e dunha época
a outra. Toma ingredientes da linguaxe, da audición,
da emoción, do hábitat e do sistema motor.
Por exemplo, a música pídelle prestado á linguaxe
algo do seu software mental: está construída a partir
dun inventario de notas e regras, así como os nosos
sons configuran as palabras, e as palabras se ordenan
en frases. Tamén emprega a entoación e a melodía
como reclamos emocionais, así como os nosos poetas
empregan as metáforas e demais recursos literarios.
Steven Pinker: Como funciona la mente (trad. e adapt.).
1
Obra de W. Shakespeare
2
Refírese aos instrumentos de corda (guitarra, arpa, violín) que
empregaban intestinos de ovella para as cordas.
Sobre a lectura
10
1
Unidade
1 A comunicación
Nun sistema social, hai intercambio e circulación de información entre os mem-
bros. Compartir, colaborar e participar son esixencias naturais da vida en grupo.
A palabra comunicación procede do latín communicatio, derivada esta do verbo
communicare co que se designaba a acción de compartir, de poñer algo en co-
mún, de participar en algo con alguén.
11
2 A linguaxe humana
A palabra «linguaxe» adoita ser definida como a facultade humana de comunica-
ción; é dicir, a capacidade que teñen os seres humanos para construír, aprender e
utilizar sistemas de comunicación de calquera tipo.
Esta complexidade dos sistemas de comunicacion humanos vén determinada pola
nosa intelixencia e a sofisticación da organización social.
12
1
Unidade
3 Elementos do acto comunicativo
O acto comunicativo prodúcese cando, nunha situación concreta, un emisor
envía unha mensaxe a un receptor e este a comprende. A mensaxe fai alusión
a un asunto determinado ou referente.
Para que isto sexa así, é imprescindible que emisor e receptor establezan con-
tacto a través dun medio ou canle, e que compartan un mesmo sistema de
comunicación ou código.
Referente
Canle Canle
Emisor Mensaxe Receptor
Código
13
3.1. A reversibilidade no acto comunicativo
A ctividades
1 Imaxina diversos actos comunicativos (un faro, un semáforo en vermello,
un autor literario, unha emisora de radio, dous mozos que se ven desde
lonxe...) e analiza os elementos que interveñen.
14
1
Unidade
4 O contorno da comunicación
A comunicación ten que situarse nun medio natural e social determinado.
O contorno da comunicación son as condicións nas que se produce un acto co-
municativo e que contribúen á interpretación da mensaxe. Se estas condicións son
lingüísticas, falamos de contexto; se son extralingüísticas, falamos de situación.
4.1 O contexto
Na web
O contexto é o contorno lingüístico da mensaxe, o conxunto de palabras que
rodean un termo dado e que aclaran o seu sentido e valor. Está constituído por Consulta o texto de ampliación
sobre o contexto literario.
todo o que se dixo antes e todo o que se di a continuación. Así, nos seguintes
enunciados é o contexto o que axuda a precisar o significado da palabra satélite:
A Lúa é un satélite da Terra.
O satélite xira e emite ondas de radio que se reciben na Terra.
4.2 A situación
A ctividades
3 Dá unha definición clara dos conceptos situación e contexto referidos ao mun-
do da comunicación.
5 Observa detidamente as imaxes e sinala, en cada caso, algúns trazos que de-
finan a situación da comunicación:
15
5 Ruído e redudancia
Os dous elementos que poden perturbar a comunicación son o ruído e a re-
dundancia.
5.1 O ruído
5.2 A redundancia
A ctividades
6 Indica situacións nas que o ruído lles afecta aos elementos da comunicación,
como neste exemplo:
A distancia dificulta a comunicación entre dúas amigas que conversan de
balcón a balcón. O elemento da comunicación afectado é a canle.
16
1
Unidade
6 A intención comunicativa
A comunicación é un acto volitivo intencionado e pode responder a diversas mo-
tivacións: informar, facerse entender, mostrar o estado de ánimo, expresar emo-
cións, persuadir, establecer relacións sociais, reprender, deleitar, etc.
Deste xeito, o proceso comunicativo vai máis aló da comprensión literal das men-
saxes (o que se di), e é imprescindible saber interpretar o seu sentido último (o
que se quere dicir) para que a comunicación sexa eficaz.
Metalingüística Código
17
Función representativa ou referencial
Serve para iniciar, manter ou suspender a comunicación sen engadir ningún dato.
Úsase para comprobar a operatividade da canle:
Si, si…; ola, ola…; probando.
A ver, vós os dous, vides ou non?
18
1
Unidade
Aínda que as funcións da linguaxe se dan habitualmente combinadas no discurso,
pode haber unha que predomine sobre as outras. Daquela, fálase de función do-
minante e de función ou funcións secundarias.
REFERENTE
Función representativa
ou referencial
CÓDIGO
Función
metalingüística
A ctividades
8 Indica cal é función da linguaxe dominante nos seguintes enunciados:
–– Escóitasme ben desde aí, Pedro?
–– Non me gusta nada que me comparen co meu irmán.
–– Podíasme axudar a facer o traballo de lingua.
–– Corcobico non ten bico nin bico nin cu nin come; o fillo de Corcobico tenche
bico, cu e come. Que é?
–– As funcións da linguaxe relaciónanse cos elementos da comunicación.
–– O outono veu enxoito este ano.
–– Dous átomos de hidróxeno e un de osíxeno fan unha molécula de auga.
–– A palabra «avogado» en galego escríbese con uve.
–– Ola que tal? Bos días.
19
7 Os signos
Signo é todo aquilo perceptible polos sentidos (vista, oído, etc.) que represen-
ta ou evoca outra cousa; isto é, algo que ten significado para un receptor que
o interpreta.
SIGNIFICADO
SIGNIFICANTE
20
1
Unidade
Características específicas do signo lingüístico
segunda articulación: /o/ /s/ /n/ /e/ /n/ /i/ /ɲ/ /o/ /s/ /ʃ/ /ɔ/ /g/ /a/ /N/
A ctividades
10 Reflexionade e debatede: «Poden existir signos sen significado? E signifi-
cado sen signo?»
21
Repaso da unidade
Lectura
Pola boca morre o peixe
Ao principio mercaba o peixe precociñado ou filetea- estética. De feito, poñía pescadas, xurelos, xardas, ollo-
do, que me resultaba máis cómodo. Pero eses sabores moles. E debo recoñecer que era moi curioso ver como
comezaron a aburrirme. Iso levoume ás peixerías, onde quedaba o salón presidido por por un xurelo ou unha
fun aprendendo algo terriblemente difícil: a mercar pei- pescada. Pero a verdade é que cada vez me fun facendo
xe. A recoñecelo e a valoralo só cun golpe de vista. E máis esixente e refinado e un ollomol ou unha xarda xa
no peixe descubrín o universo. Desvelóuseme un mar non me valían. Non había nada igualable á beleza, por
de sabores, amplos, diversos, compactos e, á vez, uni- exemplo, dun sargo, moito máis altivo e brillante, moito
forme, porque todo é peixe. Por iso, me fascina. A miña máis impoñente.
vida, fóra da aborrecible xornada laboral, está entre-
Logo, descubrín as especies supremas: nada se podía
gada ao peixe: a mercalo, a cociñalo, a conservalo, a
comparar ás formas discretas e aerodinámicas dun lin-
gozalo, tanto que acabei converténdoo no símbolo dun
guado, ao aspecto rotundo dun rodaballo, á indiscreta
novo e orixinal estilo de vida.
palidez dunha meiga ou, sobre todo, á señorial presenza
A miña casa está decorada con motivos relacionados cos dunha faneca, altiva e lixeira, suxestiva e maxestosa, con
peixes: os cadros, os adornos, as cortinas do baño, as esa prolongada barbela tan sedutora, tan cativadora.
paredes e…, especialmente, o centro da mesa do salón, Non sei, sinto pola faneca un cariño que nunca sentín
sobre a que sempre hai un peixe, fermoso, relucente, por nada nin por niguén. Non é que estea namorado
marcando terreo, advertindo de quen é a propiedade dunha faneca, nin moito menos, simplemente que a súa
do espazo. Por que motivo se algunha xente pon unha presenza me parece subxugadora. A miña adoración por
cesta con froita no centro da mesa non podo poñer eu ela vén da forza salgada e profunda que me transmite
unha cesta con peixe? cando sento diante da súa figura, no sofá do salón. É
Cando comecei con ese difícil hábito –que novidosa e un momento fascinante, enfeitizante. Se cadra é que no
singular idea se me ocorreu, seguramente envexa de mil silencio abisal dos peixes atopei a amizade que nunca
interioristas e decoradores, se o descubrisen– calque- me brindou ninguén.
ra tipo de peixe me servía para cumprir esa finalidade Fran Alonso, Ninguén
A ctividades
1 Que diferenzas hai entre a comunicación huma- a) Quen é o emisor da mensaxe?
na e a comunicación animal? b) Que código emprega?
4 Identificas os significados de cada unha das pa- 8 Que función da linguaxe predomina no texto?
labras anteriores?
22
Unidade 1
En
Nalaweb
web
Autoavalíate completando o mapa
conceptual.
Esquema
A comunicación
Definición A comunicación é un proceso social que ten como finalidade intercambiar información.
A comunicación animal Algunhas especies animais comunícanse por medio de sistemas auditivos, visuais, táctiles ou olfactivos.
A comunicación humana
A comunicación humana establécese basicamente por medio da linguaxe verbal, pero pode empregar
Definición sistemas non verbais. A linguaxe verbal é a capacidade que teñen os humanos para comunicarse por
signos lingüísticos orais e escritos.
Lingüística Consiste na transmisión de mensaxes verbais por medio das ondas acústicas.
Os elementos da comunicación
Definición Son os elementos que configuran o acto comunicativo.
Ruído e redundancia
Ruído Son perturbacións da comunicación que afectan a un ou a varios elementos do acto comunicativo.
Redundancia Son os mecanismos da lingua nos seus distintos niveis para repetir e asegurar a eficacia comunicativa.
As funcións lingüísticas
Definición Refírense aos obxectivos que lles asignamos ás mensaxes.
O signo lingüístico
Definición Signo é todo aquilo que percibimos polos sentidos e que significa algo.
23
Comentario de textos
As mareas
Os gregos percatáronse xa das oscilacións mareais e ou «cocas»; mentres que as amplitudes máis baixas
empeñaron moitas observacións en tratar de explicar a coinciden cos meses de solsticio.
súa razón. Para uns, era a respiración da Terra; e para Para facer máis complexo o fenómeno hai que enga-
outros, todo un enigma que, segundo a lenda, levou á dir que estas variacións cíclicas non se producen coa
desesperación e ao suicidio a Aristóteles, ante a impo- mesma frecuencia en todas partes. No golfo de Tonkin,
sibilidade de darlle unha explicación satisfactoria. a marea sobe e baixa unha vez cada 24 horas, mentres
Na actividade mareal hai dous tipos de oscilacións: a que nas nosas costas prodúcense os mesmos fenóme-
marea baixa ou baixamar, cando o nivel de auga se ato- nos dúas veces cada 24 horas.
pa no punto máis baixo, e a preamar ou marea alta, Newton, no século xviii, identifica claramente as causas
cando o nivel da auga alcanza o nivel máis elevado. Na que producen estas oscilacións e postula que o Sol e
nosa costa, as preamares (abalo) e as baixamares (deva- a Lúa, ao exercer a súa atracción sobre a Terra, son os
lo) prodúcense cada 12 horas e 24 minutos aproxima- que provocan estes movementos. O Sol suma a súa in-
damente. fluencia á da Lúa, ou ben contrapona. Cando a Lúa, a
Terra e o Sol están aliñados, as forzas de atracción sú-
As amplitudes entre a baixamar e a preamar que se
manse, dando lugar ás «mareas vivas», que acontecen
rexistran entre unhas zonas do planeta e outras son moi
cada quince días e coinciden coa lúa nova ou coa lúa
variables. Deste xeito, mentres que no mar Mediterrá-
chea. Pero se a Terra, a Lúa e o Sol se colocan en ángulo
neo son duns poucos centímetros, no Monte S. Michel,
recto, as forzas atractivas repártense e as mareas teñen
en Francia, chegan a rexistrarse ata 13 metros.
pouca amplitude; coinciden cos cuartos lunares e deno-
Nunha observación máis precisa pode observarse que mínanse «mareas mortas».
os máximos anuais de amplitude mareal danse durante L. M. Rodríguez, C. González, O. García:
os equinoccios, e son as coñecidas como «lagarteiras» Guía ecolóxica do litoral galego
24
Unidade 1
1
Unidade
A lectura e a comprensión do texto
Comentar un texto consiste en precisar a súa significa-
ción e organización, e ofrecer unha valoración persoal. ■■ Facer que a lectura das palabras ou frases subli-
Esta é unha tarefa complexa que se debe levar a cabo ñadas teña sentido por si mesma.
en varias fases e que se inicia cunha lectura efectiva da ■■ Subliñar palabras clave (substantivos, adxectivos,
información que transmite. verbos…) e frases breves.
■■ Evitar subliñar liñas ou parágrafos enteiros; nes-
Lectura comprensiva tes casos é máis práctico acoutar a marxe cun
corchete ou unha chave.
A lectura comprensiva implica coñecer o significa-
do de todas as palabras, expresións e referencias ■■ Evitar o exceso de subliñado, pois dificulta a
culturais que o compoñen. identificación rápida de ideas.
25
2 A tipoloxía
textual
Sobre a lectura
26
2
Unidade
1 O texto
A maior unidade de comunicación lingüística é o texto, e podémolo definir como
a secuencia discursiva que se presenta como unha unidade completamente aca-
bada, é dicir, non integrada noutra secuencia máis ampla.
Organízase arredor dun tema de referencia, de maneira que as oracións e os pa-
rágrafos que o integran están, coherentemente, ao servizo dese tema común e
aparecen como un conxunto cohesionado.
O texto é unha estrutura sintáctica, semántica e pragmática constituída por varios
niveis de organización, que van alén da cadea de oracións, frases ou palabras que
o constitúen.
Para un discurso ter categoría de texto cómpre que estea dotado dunha su-
perestrutura temática que lle dea coherencia [...]. Un conxunto de oracións que
carezan de tema, capaz de relacionar os seus significados, é un «non-texto»,
unha realidade discursiva que non pode recibir o nome de texto.
Manuel Cerezo Arriaza
27
2 Tipoloxía textual
O ser humano desenvolveu a escritura a medida que ía elaborando sociedades
máis complexas e con necesidades administrativas e económicas que sobrepasa-
ban o ámbito oral.
Xa na arte prehistórica se poden intuír os alicerces dos sistemas de representación
gráfica, pero, a escritura como tal xurdiu máis tarde e de xeito independente en
varias civilizacións antigas (Mesopotamia, China, Mesoamérica...).
Informativo: informe, memoria, relato, noticia, descrición… Consulta na web e amplía a in-
formación sobre o uso das mo-
Explicativo: exposición didáctica, informe, artigo… dalidades discursivas básicas.
Persuasivo: anuncio publicitario, editorial, debate…
Instrutivo: receita de cociña, regras de xogo…
Conativo: diálogo, entrevista, coloquio, mesa redonda…
Estético: conto, novela, poema, chiste, adiviña…
28
2
Unidade
3 O texto dialogado
O diálogo é un proceso interactivo no que interveñen dous ou máis suxeitos
que tratan un tema.
3.1. Características
29
Tipos de diálogo: conversa, debate e entrevista
Hai varios tipos de diálogo que se dividen segundo sexa o seu carácter espontá-
neo ou planificado. Por exemplo: a conversa é un diálogo espontáneo, mentres
que o debate ou a entrevista son diálogos planificados. A seguir imos ver as ca-
racterísticas principais destes tipos de diálogo:
■■ A conversa é o tipo máis característico de diálogo e constitúe a forma habitual
de comunicación nas relacións persoais e sociais. Caracterízase pola esponta-
neidade e a ausencia de planificación.
É un tipo de diálogo eminentemente oral, aínda que se emprega tamén en tex-
tos literarios para que os personaxes reflictan o que o autor pretende representar.
Non ten un desenvolvemento determinado, senón que avanza por intervencións
e asociacións. Os interlocutores non necesitan argumentar seguido as súas opi-
nións, pois a finalidade da conversa non é profundar nos temas (que son varia-
dos), senón manter unha relación cordial entre os intervenientes, que toman a
palabra cantas veces queiran.
A participación dos falantes na conversa vén determinada por regras que se
Na web
respectan, permitindo que as intervencións se sucedan de forma ordenada. Es-
tas regras non son universais e varían dunha cultura a outra. No mundo occiden- Consulta na web e amplía a in-
tal as máis importantes son a cooperación e a cortesía. formación sobre a estrutura do
texto dialogado.
■■ O debate é un tipo de diálogo planificado no que un grupo de persoas discu-
te sobre un tema prefixado previamente. Está presidido por un moderador que
organiza as quendas de palabra.
■■ A entrevista é un diálogo planificado e formal entre dúas persoas que ten
como finalidade que un dos interlocutores ofreza información de interese. Parti-
cipan o entrevistador e o entrevistado.
O diálogo no teatro ponlle voz á historia a través dos personaxes, pois son eles
os que transmiten directamente a información. O discurso dramático baséase nos
diálogos, pero tamén podemos atopar monólogos ou soliloquios.
30
2
Unidade
A ctividades
1 Por parellas, escollede algunhas das seguintes situacións e inventade unha
conversa. Despois tentade reproducir oralmente os diálogos.
–– Atopas na rúa a unha amiga que non vías desde hai máis de oito anos.
–– Vas ao hospital visitar un familiar que acaba de ser operado.
–– Estás namorado/a de alguén que non o sabe e, por casualidade, encón-
traste con el/ela nunha praia solitaria.
–– Teu avó vive na aldea; hoxe vénche facer unha visita e xa hai tempo que
non tedes ocasión de vervos e falar.
31
4 O texto descritivo
Describir é representar os aspectos concretos ou abstractos da realidade (ex-
plicar como é un obxecto, que se ve nunha fotografía, as características dunha
persoa, dunha paisaxe…).
4.1. Características
Para realizar unha boa descrición é condición indispensable saber utilizar a lingua
de forma correcta e buscar as expresións máis axeitadas en cada caso. Os recursos
máis empregados son de dous tipos:
■■ Recursos lingüísticos: os máis utilizados son os adxectivos cualificativos (sobre
todo especificativos) e os verbos (presente e copretérito de indicativo).
■■ Recursos expresivos: úsanse procedementos literarios como a comparación
(A pota quedou limpa coma unha patena), a metáfora (Este rapaz é un lince),
a personificación (Vives nunha casa moi alegre), a metonimia (Unha cunca de
ribeiro).
No proceso de elaboración do texto descritivo cómpre seguir tres fases: observa- Consulta na web e amplía a
ción, selección e ordenación: información sobre os tipos de
descrición, atendendo á acti-
■■ Observación. Captación dos detalles e trazos definidores do obxecto. Será moi tude do narrador.
útil responder ás seguintes preguntas: como é?, onde está?, a quen pertence?,
que significa?, que valor ten?
Para describir unha torta de Santiago, por exemplo, observaremos a forma, as
cores, o volume (vista); se ten olor forte, aromático… (olfacto); se o seu sabor é
agradable, doce, salgado… (gusto).
■■ Selección. Delimitación, de acordo coa descrición que se queira realizar, dos
trazos máis salientables e despois, se cómpre, valoración deles.
■■ Ordenación. Disposición dos datos tendo en conta o tipo de descrición. Pódese Na web
efectuar de diversas formas: Consulta na web e amplía a
–– Do xeral ao particular, e á inversa. información sobre os tipos de
descrición, atendendo ao des-
–– Da forma ao contido, e á inversa. crito.
–– Do máis achegado ao máis lonxano (no tempo ou no espazo), e á inversa.
Por exemplo, para describir o corredor dunha casa pódese dar unha visión pa-
norámica, centrarse nalgún obxecto determinado, comezar polo máis próximo e
ir comentando o que se vai atopando a medida que avanza a vista…
O corredor da casa vella é longo e escuro. Ao fondo, unha luz difusa e gris ilumina
a parte final amosando un anaquiño da solaina. A ambos lados están as portas
dos cuartos e a medio camiño, un aparador antigo, onde o avó gardaba os libros
de astronomía entre caixas de sementes.
A ctividades
5 Fai, de viva voz, o retrato de calquera dos teus compañeiros de clase.
32
2
Unidade
5 O texto narrativo
A narración consiste na relación de sucesos reais ou imaxinarios que lle acon-
tecen a uns personaxes nunha situación espazo-temporal determinada.
Narrar é contar algo que sucedeu realmente ou que foi imaxinado por alguén. O
importante nunha narración son os feitos que constitúen a acción:
Na mañá do seis de outubro de 1885, Psekov denunciou ante o comisario o asasinato
de Mark Ivanovich Kliauzov, de quen era administrador. Inmediatamente, o comisario
e varios axentes desprazáronse á casa da vítima (...). O comisario entrou na casa. A
porta que daba ao cuarto de Kliauzov estaba pechada. A chave estaba posta por dentro.
Anton Chejov, O misto sueco
5.1. Tipos
Os textos narrativos poden ser orais ou escritos. Entre os primeiros cómpre salien-
tar o conto oral popular e a lenda; entre os escritos destacan a novela, o relato, a
carta, a noticia…
5.2. Características
–– Estilo indirecto: cando un narrador conta as accións dos personaxes, os diálo- Na web
gos, pensamentos, etc. Unha variante é o estilo indirecto libre.
Consulta na web e amplía a in-
Cando marcharon, Eva fechou a porta e desconectou o teléfono. Gústaballe ter a casa
formación sobre o estilo indi-
para ela soa. Foi de cuarto en cuarto limpando, arranxando e recollendo as cuncas recto libre.
e os vasos que o home e os fillos foran deixando polas distintas superficies.
Sue Townsend, A muller que viviu un ano na cama (trad.)
33
Tipos de estrutura. A estrutura narrativa
A estrutura narrativa, tamén chamada narrativo-descritiva, responde á intención
de relatar feitos, sucesos ou acontecementos habitualmente organizados segundo
a liña cronolóxica e realizados esencialmente por persoas.
A narración adoita presentar os contidos nesta orde: presentación, desenvolve-
mento e conclusión. Esta estrutura é a máis habitual, e nela os acontecementos
aparecen ordenados cronoloxicamente (desenvolvemento linear).
Pero ás veces é máis interesante comezar polo desenlace para, a continuación,
narrar o resto da historia (estrutura retrospectiva), tal como aparece no seguinte
exemplo:
Fai dous anos que aconteceu a historia que vos vou contar e XL, o seu protagonista,
dado por morto en principio, leva dous meses encerrado nun Centro Psiquiátrico,
baixo control médico. Mais eu coido que XL non está tolo. E por iso vou narrar
a súa historia, tal coma el ma contou, para avisar aos terráqueos do perigo que
corremos.
No outono do 73…
Lois F. Marcos: Homes do espacio
34
2
Unidade
5.4. Elementos básicos
A trama ou acción
A trama ou acción está formada polo conxunto de acontecementos e situacións
dunha historia ás que o autor deu forma.
Na historia, os acontecementos desenvólvense de xeito linear, mais o escritor
pode artellar unha trama para ordenalos e explicalos.
Na construción da trama o autor selecciona, transforma e organiza o material da
historia, converténdoa en trama; isto implica determinar:
–– O punto de vista desde o que se enfocan os feitos.
–– O tipo de narrador que nos conta a historia.
–– O tempo no que se organizan os acontecementos.
–– O espazo no que se desenvolven os sucesos.
–– A estrutura narrativa coas variantes vistas na subepígrafe 5.3 (descritiva, antici-
pativa, in media res, in extrema res, de contrapunto, circular, final aberto).
O narrador
O narrador é quen conta os feitos dunha historia, presenta os personaxes e si- Na web
túaos nun espazo e nun tempo, realiza descricións, etc., sempre desde unha pers-
pectiva determinada (punto de vista). É, pois, unha entidade creada polo autor Consulta na web e amplía a in-
coa intención de lle ceder a palabra. Pódense establecer varios tipos de narrador formación sobre o proceso de
segundo o grao de participación ou o coñecemento do narrado. elaboración do discurso por
parte do novelista.
■■ Segundo a participación na historia
–– Narrador externo ou heterodiexético: non pertence á historia que se conta.
A narración realízase en 3ª persoa.
–– Narrador interno ou homodiexético: forma parte da historia e participa como
testemuña (narrador-testemuña), como un personaxe (narrador-personaxe) ou
como protagonista (narrador-protagonista). A narración faise en 1ª persoa.
■■ Segundo o coñecemento do narrado
–– Narrador omnisciente: sabe todo sobre a historia e non ten ningún tipo de
restrición. Describe todo o que os personaxes ven, senten, oen, etc.
–– Narrador identificado: adoita identificarse cun personaxe, respecto do cal
mantén certa omnisciencia, mentres que dos demais só temos coñecemento a
través das súas relacións con eles.
–– Narrador obxectivista: unicamente rexistra aquilo que pode ser visto desde
fóra (xestos, accións, o que din os personaxes).
■■ Segundo a intervención no relato
Na web
–– Narrador subxectivo: intervén valorando e criticando o que sucede no rela-
to, coa intención de dirixir a interpretación do lector. O narrador omnisciente Consulta na web e amplía a in-
adoita ser un narrador subxectivo. formación sobre as diferenzas
entre autor, narrador e narra-
–– Narrador obxectivo: non realiza comentarios nin emite xuízos sobre o que tario.
sucede no relato. O narrador obxectivista é tamén un narrador obxectivo.
35
O espazo
O espazo narrativo é un dos soportes da acción, xa que os feitos deben ocorrer
necesariamente nun ou varios lugares; ademais, dálle verosimilitude ao relato e
sitúa os personaxes.
Este espazo é ficticio aínda que substitutorio, en moitos casos, do mundo real.
Os personaxes
Os personaxes son os que levan a cabo a acción. Ademais de seren un dos Na web
elementos estruturais do texto narrativo, son entes de ficción que adoitan
estar formados con características tiradas do mundo real. Consulta na web e amplía a
información sobre os tipos de
Así, pois, preséntanse coma se fosen actores, sendo esta a súa principal misión personaxes na novela.
como factor da estrutura narrativa.
Os trazos básicos dos personaxes están definidos polas propias calidades, a con-
duta e as relacións que manteñen con outros personaxes.
Os tipos de personaxes poden ser variados, dependendo do punto de vista que
adopta o narrador.
En textos narrativos son frecuentes o uso de arquetipos, isto é, personaxes que
funcionan como exemplos dunha clase; por exemplo, Romeo e Xulieta son arque-
tipos do amor eterno e da historia de amor que fracasa.
Segundo a súa importancia dentro da obra, divídense en personaxes principais e
secundarios.
O tempo
Unido á categoría do espazo, o tempo é outro elemento básico dentro da estru-
tura dunha novela.
Toda narración sitúa os feitos no tempo, é dicir, desenvólvense de acordo cunha
orde ou cunha duración.
O tempo en que se desenvolven uns feitos dentro dun relato non se correspon-
de co tempo cronolóxico no que se suceden os fenómenos da realidade. Por iso
cómpre distinguir entre:
■■ Tempo da historia: aquel no que se sucederon, de acordo cunha orde cronoló-
xica, os acontecementos dunha historia na realidade.
■■ Tempo do discurso: aquel en que o narrador nos conta os sucesos.
A orde na que se presentan os feitos narrados pode variar segundo os intereses e
recursos que empregue o autor:
■■ Temporalización linear: cando a orde dos acontecementos no discurso coinci-
de coa da historia.
■■ Temporalización anacrónica ou anacronía narrativa: cando se producen dis-
cordancias ou desaxustes entre a orde de sucesión dos acontecementos no dis-
curso e na historia. Pode ser de dous tipos:
–– Analepse ou retrospección: cando desde o presente se fai referencia a feitos
anteriores.
–– Prolepse ou anticipación: cando se relata un acontecemento que, seguindo
unha orde lóxica, debería contarse despois.
36
2
Unidade
A ctividades
7 Cóntalles aos compañeiros o argumento da última película que viches.
10 Artella varios relatos curtos nos que aparezan diferentes tipos de narrador.
12 Procura dous textos breves de cada un dos tipos que existen segundo a
súa estrutura formal (narrativos, descritivos, dialogados...).
37
6 O texto expositivo
A exposición é unha forma do discurso oral ou escrito que consiste na presen-
tación e explicación ordenada dun asunto ou tema perante un público.
A exposición ten unha finalidade informativa, por iso, a información debe ser
transmitida de forma imparcial e obxectiva: aínda que tamén se pode asociar con
argumentacións nas que se expoñen as ideas propias.
6.1. Características
6.3. Estrutura
38
2
Unidade
6.4. Tipos de exposición
Unha exposición pode adoptar diversas formas: didáctica (unha clase, unha con-
ferencia…), xornalística (unha noticia, unha reportaxe...), científica (a exposición
dunha teoría científica…), política (un mítin, un discurso…), relixiosa (un sermón,
unha homilía…), etc.
A ctividades
13 Enumera materiais ou recursos audiovisuais que coñezas e que se poidan
utilizar como complemento nunha exposición. Explica as vantaxes e incon-
venientes que poidan ter.
39
7 O texto argumentativo
Argumentar é achegar razóns para defender ou refutar unha idea, tese ou
formulación.
A argumentación ten cada vez máis importancia na vida social, xa que todos os
días xustificamos o noso comportamento, intentamos convencer os demais ou tra- Na web
tamos de influír nos seus comportamentos.
Consulta na web e amplía a in-
A finalidade da argumentación é convencer ou persuadir mediante a confirma- formación sobre o método in-
ción ou negación dunha opinión. dutivo e o dedutivo.
7.1. Características
40
2
Unidade
7.2. Estrutura
■■ Racionais. Son os argumentos que se asentan en verdades universais, isto é, naque- Na web
las que son admitidas por todas as persoas. Consulta na web e amplía a
Se queremos sustentar unha tese como «A humanidade ten capacidade para información sobre os tipos de
progresar», poderiamos empregar e desenvolver o argumento O home é un ser argumentación.
racional, xa que é unha verdade universal.
■■ Científicos. Son os argumentos que están baseados en probas cientificamente
comprobadas e asumidas como verdades.
Se queremos defender unha tese como «Debemos coidar a Natureza», pode-
mos utilizar e desenvolver convenientemente un argumento científico coma
este: O osíxeno permite a vida na Terra.
■■ Afectivos. Son argumentos que apelan aos sentimentos do auditorio para pro-
vocar unha reacción de simpatía ou rexeitamento. Pódese recorrer a frases fei-
tas, experiencias persoais ou slogans.
Por exemplo, son coñecidas as campañas contra o abandono animal nas que a
frase empregada é «El nunca o faría», que incide nos sentimentos de respon-
sabilidade do auditorio coa finalidade de evitar estas prácticas tan crueis cos
animais de compañía.
■■ De exemplificación. Son argumentos baseados en exemplos concretos que
axudan a sustentar a tese.
Por exemplo, se queremos sustentar unha tese como «A lingua galega sufriu
durante moitos séculos a presión do castelán», poderemos explicalo de forma
conveniente con exemplos coma este: Na época dos Reis Católicos, os postos
da Administración e da Igrexa pasan a ser ocupados por xente foránea que em-
prega exclusivamente o castelán.
■■ De autoridade. Inclúe os argumentos expresados por persoas de moito pres-
tixio en determinados ámbitos.
Por exemplo, para reafirmar a tese «O tema da emigración foi moi tratado na
literatura galega», podemos axudarnos de argumentos coma o seguinte: Tal
como dixo o profesor Alonso Montero: «Raro é o gran poeta galego que non
poetizou a dramática realidade da emigración».
41
7.4. Erros na argumentación
Non se debe botar man de argumentos que sexan incorrectos ou falsos nin tam-
pouco hai que deixarse enganar cando sexan formulados por outras persoas. Ve-
laquí algúns exemplos de argumentacións erróneas:
■■ Argumento de apelación á forza. Emprega a ameaza para tentar convencer:
A min ninguén me leva a contraria.
■■ Argumento ofensivo. Baséase na descualificación:
Non lle fagas caso, non sabe nada disto.
■■ Argumento de apelación á piedade. Tenta conmover o oínte:
Profesor, se non me aproba, meus pais non me deixarán saír máis.
■■ Argumento de falsa relación causa-efecto:
O home é un ser racional, polo tanto, sempre actúa razoadamente.
■■ Argumento de xeneralización. Eleva o particular á categoría de xeral:
Onte roubáronme a carteira; nesta cidade son todos ladróns.
■■ Argumento de apelación á autoridade. Apela a alguén como autoridade, can-
do non o é:
Isto non se fai así, porque mo dixo Manoliño da Perica.
■■ Argumento baseado en prexuízos. Emprega prexuízos sociais sen ética ou in-
morais.
A proba de que os negros son inferiores é que os brancos os venderon como
escravos.
Os erros na argumentación
son unha das principais causas
de rexeitamento nos procesos
xudiciais.
42
2
Unidade
A ctividades
16 Que tipo de erros na argumentación detectas nos seguintes enunciados?
–– Non lle fagas caso; nunca estivo alí.
–– Deberíaslle facer caso porque é o cacique da parroquia.
–– Aos galegos encántanos a muiñeira.
–– Por favor, señor axente, non me multe e prométolle que non cometerei
outra imprudencia.
17 Elabora unha crítica sobre o programa de televisión que menos che guste.
43
8 As propiedades textuais
O texto como unidade superior da comunicación lingüística presenta as seguintes
propiedades características:
–– Adecuación á situación na que se produce a comunicación. Dela ocúpase a
Pragmática.
–– Coherencia dos contidos informativos que se pretenden transmitir. Garda rela-
ción coa Semántica.
–– Cohesión entre as distintas partes nas que se organiza. Ten que ver, sobre todo,
coa Sintaxe supraoracional.
8.1. Adecuación
44
2
Unidade
■■ Diversidade de estruturas textuais
Débese lembrar a este respecto que a escolla dunha ou doutra estrutura textual Na web
está condicionada polo contido da mensaxe, a forma do discurso e a intención do
emisor que mellor se axeiten a cada circunstancia comunicativa concreta. Amplía a información sobre a
correccion.
A ctividades
21 Sinala e comenta os problemas de adecuación que se dan nos seguintes
supostos:
–– Comezar un exame oral saudando ao profesor cun «Que pasa, tronco!».
–– Pedir nun bar unha ración de «cefalópodos escaldados cun chisco de
cloruro sódico».
–– Cubrir unha instancia en verso.
–– Presentar a un conferenciante chamándoo polo seu hipocorístico familiar.
45
8.3. Coherencia
Esta propiedade permite que sexa percibido como unha unidade comunicativa
comprensible.
46
2
Unidade
Niveis de coherencia textual
A coherencia textual maniféstase nos distintos niveis de organización interna do
texto.
■■ Coherencia local
A coherencia local dáse no nivel da frase, no interior de cada oración. Está deter-
minada polas concordancias gramaticais e pola continuidade das ideas.
A flota de pesca permanece amarrada desde o mes pasado por causa da marea
negra que asola o litoral galaico.
■■ Coherencia linear
A coherencia linear ten lugar entre as oracións que constitúen os parágrafos. En
cada secuencia do texto trátase un subtema vinculado ao núcleo informativo fun-
damental.
A flota de pesca permanece amarrada desde o mes pasado por causa da marea
negra que asola o litoral galaico.
Mentres tanto, os mariñeiros reuníronse en asemblea permanente á espera das
novas que chegaban de Santiago, onde se reuniron representantes das confrarías
e autoridades pesqueiras do goberno autónomo. O obxectivo é tomar medidas
paliativas polas previsibles perdas que o amarre vai provocar nun sector xa tan
deteriorado nos últimos tempos.
■■ Coherencia global
A coherencia global integra o conxunto dos significados parciais proporcionándo-
lle unha totalidade significativa ao discurso.
A flota de pesca permanece amarrada desde o mes pasado por causa da marea
negra que asola o litoral galaico.
Mentres tanto, os mariñeiros reuníronse en asemblea permanente á espera das
novas que chegaban de Santiago, onde se reuniron representantes das confrarías
e autoridades pesqueiras do goberno autónomo. O obxectivo é tomar medidas
paliativas polas previsibles perdas que o amarre vai provocar nun sector xa tan
deteriorado nos últimos tempos.
Aos problemas xerados polo paro biolóxico e pola falta de acordo coas autorida-
des marroquinas engádeselle agora o do funesto vertido de fuel na área pesqueira
galega.
47
Condicións da coherencia textual
Para que os contidos dun texto resulten coherentes entre si, deben cumprir as
Na web
seguintes condicións.
■■ Contidos non contraditorios Amplía a información sobre os
contidos contraditorios ou
Os contidos expresados non deben contradicirse, nin no que se refire á informa- non contraditorios.
ción explícita (o que se di) nin, tampouco, no que se refire á información implícita
(o que se deduce ou se sobreentende).
■■ Relación temática
Entre os contidos debe establecerse unha relación para que todos se subordinen a
unha tese ou asunto principal. Deste xeito atopamos os seguintes tipos de textos:
–– Textos con progresión de tema constante. Abórdase o mesmo tema en toda a
estrutura.
Información do tempo en Europa hoxe: hai unha borrasca moi forte situada sobre
as Illas Británicas, cunha fronte cálida sobre os Países Baixos e Alemaña.
Unha fronte fría achégase polo oeste a Italia. Outra borrasca estará entre As
Azores e Portugal.
–– Textos con progresión de temas derivados. Abórdanse progresivamente aspec-
tos diversos do tema.
A Fundación Martín de Xinzo convoca desde 1981 os seus premios; nesta ocasión
recaeron, entre outros, no escritor Gabriel Pennac e no espeleólogo Uxío Covas.
Estes galardóns ven medrar a súa reputación cada ano, ata atoparse entre os
mellor considerados do continente. Como vén sendo habitual, os servizos infor-
mativos de Euronews retransmitirán en directo ese importante evento desde o
teatro Blanco Amor de Ourense a partir das 17,50 h. de hoxe.
–– Textos con progresión de temas enlazados. Son aqueles nos que unha informa-
ción nova se converte en tema doutra parte consecutiva.
Se algo caracteriza ás modernas urbes europeas é a cantidade e a calidade dos
servizos que ofrecen aos seus habitantes. Entre eses servizos, tal vez sexa o trans-
porte público un dos que máis preocupan aos cidadáns, pois do seu bo funcio-
namento depende o éxito de moitas actividades do ámbito urbano. O que me-
llor valoración acada é o tren metropolitano subterráneo, o metro. Lástima que
en ningunha cidade galega haxa aínda nin sequera un proxecto de estudo para
a creación dunha liña de metro.
A ctividades
23 Indica os problemas de coherencia dos seguintes enunciados:
–– Pedro acababa de chegar da rúa; viña canso de estar encerrado na casa.
–– Como sei que non che gusta a crema do leite, debaixo da cama púxenche
un tixolo.
–– Os condutores europeos son os que presentan maior índice de alcohol no
sangue de toda España.
–– «Tes ti a miña colección de discos de jazz?» «Si, eu teño a miña colección
de discos de jazz.»
–– A irmá pequena de Maruxa xogaba na praia baixo a súa atenta vixilancia.
Entrementres, ela, deitada na súa habitación, laiábase de ser filla única.
–– Os seres humanos son conscientes dos seus actos. Por iso no pasado verán
o índice de precipitacións caeu por debaixo dos mínimos do século.
48
2
Unidade
8.3. Cohesión
■■ Marcadores discursivos
Os marcadores discursivos orientan o receptor sobre o tema do discurso. Poden
Na web
ter de distinta función tal como se expón na seguinte táboa.
Amplía a información sobre os
Funcións dos marcardores discursivos marcadores conversacionais.
De introdución. Presentan o tema do Lembras aquel rapaz que estaba no instituto
discurso o ano pasado? Pois atopeino onte no cine
cunha moza que coñecemos...
De mantemento. Indican que se continúa co Aínda che direi máis, a ese rapaz do que me
mesmo tema. falas non é a primeira vez que o teño visto
con...
De reparación. Empréganse cando o Non sei de quen me falas; refíreste a aquel
enunciado non coincide coas expectativas do de 2º C que...?
receptor.
De recuperación. Recuperan temas Por certo que a película que ían ver, era
discursivos marxinais. unha desas americanadas horribles nas que
sempre...
De topicalización. Selecciónan un elemento Polo que a min respecta, impórtacheme
como tópico (en canto a, polo que se refire a, ben pouco con quen vaias ou veñas para o
no que respecta a, no concerninte a...). instituto...
50
2
Unidade
A ctividades
24 Di que valores indican estes conectores e substitúeos por outros sinónimos:
–– «Ten moi bo corazón.» «Ten, pero é un vago.»
–– A guapísima moza de André ten, ademais, outras moitas virtudes.
–– O futuro da lingua galega presenta, en cambio, algúns signos esperanzadores.
25 O CARRIZO E O BOI
Andaba un día o carrizo a brinquiños na procura de herbiñas e bechos porun
campo adiante.
Un boi pacía de par do carrizo e, como o paxariño era tan pequecho, o boi non
o vía e por pouco non lle pon un pé enriba e o esmaga. O carrizo botouse a un
canto e pareceulle moi mal que o boi non o vise ou fixera menos del, e deixándo-
se levar pola carraxe —porque os paxariños tamén se encarraxan— plantouse
voando no espiñazo do boi, deulle dous couces cos seus peíños e díxolle furioso:
—Ei, ti! Seica queres que te rebente?
a) Indica os antecedentes das formas anafóricas subliñadas. O pronome ti
da última liña é un deíctico? Razoa a resposta.
b) Determina a función sintáctica dos pronomes subliñados e dos antecedentes.
c) Transforma o texto poñéndoo en boca do carrizo.
A ctividades
1 Clasifica os textos anteriores. 7 Identifica cal é a finalidade do texto 3.
52
Unidade 2
1
Unidade
En
Nalaweb
web
Autoavalíate completando o mapa
conceptual.
Esquema
Tipoloxía textual
Definición Refírese á diversidade de textos que pode producir o ser humano.
Clasificación Diálogo, descrición, narración, exposición e argumentación.
O texto dialogado
Definición O diálogo é un proceso interactivo no que interveñen dous ou máis suxeitos que tratan un tema.
Tipos Conversa, debate, entrevista...
No teatro O discurso dramático baseáse nos diálogos.
O texto descritivo
Definición Describir é representar os aspectos concretos ou abstractos da realidade.
Recursos lingüísticos: adxectivos cualificativos, verbos, etc.
Características
Recursos expresivos: comparación, metáfora, personificación, etc.
O texto narrativo
Definición Relato de sucesos reais ou imaxinarios que lle acontecen a uns personaxes nun tempo e espazo.
O texto expositivo
Definición Expoñer consiste en presentar e explicar ordenadamente un tema.
Uso especial da sintaxe, emprego dun léxico específico, orde coherente, claridade expresiva,
Características
corrección, rigor e exactitude.
Estrutura Introdución, desenvolvemento e conclusión.
Tipos Didáctico, xornalístico, científico, político, etc.
O texto argumentativo
Definición Argumentar é achegar razóns para defender ou refutar unha idea.
Abundancia de exemplos, emprego de termos técnicos, presenza de incisos e uso frecuente de
Características
nexos consecutivos.
Estrutura Introdución, desenvolvemento e conclusión.
Propiedeades textuais
Permite unha correspondencia entre os elementos participantes na comunicación.
Adecuación Factores que interveñen: interacción entre códigos, presenza de diferentes voces, variación do uso
lingüístico, diversidade de estruturas textuais
Permite que o texto sexa percibido como unha unidade
comunicativa comprensible.
Factores que interveñen: o tema, a selección e organización da información, a progresión temática e
Coherencia
a isotopía.
Niveis de coherencia textual: local, linear e global.
Condicións de coherencia temática: non contradición e progresión temática.
Propiedade que proporciona a ligazón sintáctico-semántica do texto.
Cohesión
Mecanismos: deixe, anáfora e catáfora, cohesión léxica, elipse, conectores, marcadores discursivos...
53
Comentario de textos
Cristina Pato O megalitismo en Galicia
Na música comezou case ao mesmo tempo que coa O fenómeno megalítico aparece espallado por toda Ga-
palabra e medrou entre dúas linguaxes e dous mundos licia desde a beiramar ata as altas montañas orientais,
que para ela nunca foron antagónicos: o mundo da gai- con máis exemplares nunhas zonas ca noutras. Dentro
ta e o mundo do piano clásico. Apenas adolescente, re- dos límites de Galicia sabemos que hai máis de 20 000
matou a carreira de piano, e simultaneamente, gravou moimentos megalíticos, boa parte deles en terras altas,
e publicou o seu primeiro disco en solitario, co título de desaproveitadas actualmente desde o punto de vista
Tolemia, agoiro dos tempos que seguiron. Unha mo- agrícola, o que quizais facilitou a súa perduración.
cidade atípica e frenética, centos de ensaios, infinitas
O clima reinante ao longo do megalitismo, ocupa un
horas de viaxes, prensa, radios e televisións. E foi quen
amplo período desde o cuarto milenio ata o segundo
de manter os pés na terra, sempre tendo claro que hai
milenio a. d. C. Caracterizouse por unha elevada tem-
algo importante, máis importante que todas as cousas:
peratura e humidade que favoreceu o desenvolvemen-
aprender. E nunca parou de aprender.
to da vexetación tipicamente oceánica: carballeiras, so-
Con este obxectivo marchou a América para completar breiras, ulmos, freixos, ameneiros, bidueiras e abelairas.
o seu doutoramento en piano, máis nunca descolgou Esta situación propiciaría a ocupación das terras altas
a gaita do lombo. E entón aconteceu. Unha noite de por teren unha vexetación menos frondosa e unhas te-
lúa descolorida, atopou a Rosalía nun recuncho daque- rras menos duras, xa que os construtores dos megálitos
les lares. E acordaron un desafío: ampliar o universo da eran gandeiros e cultivadores.
nosa gaita e espallar a semente da nosa cultura e da Calo Lourido, F.: «Prehistoria e Idade Antiga»
nosa identidade por todo o mundo. Así, Cristina fixo en Historia xeral de Galicia.
do mundo unha extensión de Galicia, xeográfica e cul-
tural, nunha viaxe centrífuga a lugares outrora insospei-
tados, traendo á súa Galicia un anaco do mundo que
percorre, en cada volta á casa sempre ansiada, nunha
viaxe centrípeta e chea de ilusións.
Xan Padrón, «Todas as Cristinas»,
en Cristina Pato, Galicia no fol.
54
Unidade 2
O resumo
Para realizar un bo resumo debemos comprender ben ■■ Orde. As ideas deben estar ordenadas, relacio-
o texto; por iso, antes de resumir imos realizar uns exer- nadas e redactadas e manter certa relación co
texto orixinal.
cicios que nos permitirán comprender correctamente o
contido dos textos. ■■ Extensión. O resumo debe supoñer 1/3 ou 1/5
da extensión do texto orixinal.
Para o texto 1
De todos xeitos, a extensión do resumo depende
1 Explica o significado das palabras subliñadas. do tipo de texto co que se traballe: hai textos
2 Tenta achegar algún sinónimo das palabras desta- curtos, pero complexos con moita información
cadas en negriña. e conceptos desenvolvidos, mentres que outros
máis longos pódense resumir de forma máis fácil
3 Busca polo menos tres palabras pertencentes á ao teren menos información básica.
mesma familia léxica de gaita.
4 Nos textos aparecen palabras que se escriben con
Elaboración do resumo
v (gravou, viaxe, volta). Escribe ti agora cinco pala-
bras galegas con v. ■■ En primeiro lugar debemos facer unha lectura
comprensiva e subliñar as ideas principais e se-
5 Reflexiona sobre os coñecementos que tes de mú-
cundarias.
sica tradicional galega que te axuden a compren-
der e situar este texto. ■■ A seguir, redactaremos os enunciados de forma
breve e coherente, evitando que o resumo se
Para o texto 2 convirta nunha simple enumeración de ideas.
6 Tenta achegar algún sinónimo das palabras desta- ■■ É imprescindible coidar a ortografía, a expre-
cadas en negriña. sión e a presentación pois todo iso garante que
7 Explica o significado das palabras subliñadas. se cumpra o obxectivo final: chegar de forma
rápida e efectiva aos contidos fundamentais do
8 Busca polo menos tres palabras pertencentes á texto que estamos analizando.
mesma familia léxica de agricultura.
9 Nos textos aparecen palabras que se escriben con Agora pon en práctica as indicacións que estudaches e
b (beiramar, sobreira, abelaira, bidueira). Escribe ti dálle resposta ás seguintes actividades sobre os textos
agora cinco palabras galegas con b. da páxina anterior.
10 Localiza no texto as palabras «moimento» e 11 Sinala cal é o contido xeral de cada texto.
«ulmo». Busca información sobre elas e indica ca-
12 Subliña as ideas principais e secundarias de cada
les son as formas normativas.
texto
A seguir imos ver de forma esquemática cales son as
13 Fai alusión ás referencias culturais que che suxire
características que debe ter un esquema e as fases
cada un dos textos.
que debemos seguir para realizar o traballo correcta-
mente. 14 Realiza o resumo dos textos propostos.
55
3 O substantivo
e o adxectivo
Tonas de laranxa
E coas palabras rimadas da cantiga, Oriana recupe-
ra o perfume a laranxas que envolveu sempre a vila.
Unha atmosfera fresca, evocadora de recendos cítricos
como en sitio ningún máis apercibiu. (...) É aroma, xa
se dixo, de orixe misteriosa. Cantos anos non había
que Amaro Oliveira deixara na canícula dun verán cen-
tos de veos de seda estendidos por diferentes lugares
da vila para ver de reter os mínimos orballos e vapores
da fragancia. Sendo, como era, asunto principal que lle
concernía ao Concello, o experimento foi promovido
por Valerio Pinto, en razón do seu cargo de alcalde.
Non serviu para moito. O único que se sabe desde
entón con seguranza é que o olor aumenta co soprar
dos ventos ávregos e que se vira aínda máis intenso
nos promontorios ferruxinosos de Mainar, pois aí foi
onde meirande número de minúsculas pingueiras re-
tiveron os delicados panos. Contáronse as bagullas
alaranxadas co microscopio do albeite Navaza e Ama-
ro concluíu que debería por forza proceder do mar,
quizais traído nun rebuldar de brisas desde submer-
sos laranxais. Ningunha outra conclusión se sacou en
claro daquel ensaio que converteu a vila por uns días
nun colorido tendal. Por falta de gana non había ser,
pois ata se chegou a deseñar un rudimentario batisca-
fo para descer ás profundidades da ría, alá onde aos
Alfarat lles parecera escoitar o bruído das mandas de
vacas ao chegaren, pero prevaleceu a sensatez e non
se fixeron prospeccións na procura de posibles poma-
res submarinos.
María Lorenzo e Manuel Lorenzo, Tonas de laranxa
Sobre a lectura
56
3
Unidade
1 O substantivo
1.1. Definición, morfoloxía e funcións
■■ Desde o punto de vista morfolóxico, están formados por un lexema e por mor-
femas gramaticais de xénero e número. Por exemplo, na palabra amigos:
Lexema: amig-
Lgal1b_03_foto 2
Morfema
de xénero: -o
Morfema
de número: -s
■■ Desde o punto de vista sintáctico, o substantivo ten como función esencial ser
suxeito da oración e constituír o núcleo do sintagma nominal.
1.2. Clasificación
Substantivo
Abstractos Concretos
Designan calidades accións Designan seres ou cousas que teñen unha
ou estados que só existen existencia real e son perceptibles polos
no pensamento: paz, idea. sentidos: sabugueiro, piano.
Individuais Colectivos
Refírense en singular Designan en singular un obxecto constituído
a un só obxecto: lapis, por un conxunto de entidades ou individuos
gravata. da mesma especie: rabaño, batallón.
57
A ctividades
1 Indica de que clase ou clases son os substantivos seguintes:
Hadrián madeira enxoval prato beleza
Laracha caterva emoción insensatez manda
2 Procura tres substantivos de cada unha das clases vistas nesta unidade.
58
3
Unidade
1.3. Xénero do substantivo
Na web
O xénero agrupa os substantivos en masculinos e femininos. Consulta o texto de ampliación
sobre o xénero e as árbores
O xénero non sempre marca unha diferenciación de sexo senón que pode estable- froiteiras.
cer outras distincións. Ás veces, establece unha distinción de forma e/ou tamaño
(cancelo/cancela; cesto/cesta) ou individual/colectivo (madeiro/madeira).
Os substantivos homónimos teñen significados diferentes segundo leven determi-
nantes masculinos ou femininos: o editorial/a editorial, o cólera/a cólera. Na web
Moitos substantivos teñen xénero propio e invariable: o guindastre, o dote, a Consulta o texto de ampliación
flor, a vítima. Cando non hai oposición de xénero, a adscrición ao masculino ou ao sobre a diferenza de xénero e
feminino prodúcese do seguinte xeito en galego: tamaño.
-me o legume, o lume, o friame, o raizame, o costume, o teitume. Excep.: a fame, a síndrome, a servidume.
-r o mar, o coador, o labor, o señor. Excep.: a dor, a cor, a calor, a suor, a flor…
Excep.: a actuación, a adhesión, a combustión, a
-n o serán, o edén, o dolmen, o capón, o pavillón, o xaxún.
doazón, a armazón, a traizón, a roibén, a rouquén.
-se a hipnose, a énfase, a paréntese, a eclipse, a análise. Excep.: o interese, o envase, o valse, o pase.
-z a paz, a vez, a raíz, a vellez, a palidez. Excep.: o nariz, o arroz, o xadrez, o xiz.
59
Formación do feminino
A flexión de xénero en substantivos e adxectivos fórmase, na maior parte das pa-
labras, das seguintes maneiras:
Palabras rematadas en -n
espadachín - espadachina, bailarín - bailarina,
-ín engaden -a
benxamín - benxamina…
león - leoa, anfitrión - anfitrioa, teutón - teutoa,
-oa
patrón - patroa…
-on
sufixo aumentativo ou despectivo: abusón - abusona,
-ona
acusón - acusona…
irmán - irmá, artesán - artesá,cidadán - cidadá,
musulmán - musulmá, san - sa, sultán - sultá,
-á gardián – gardiá…
xentilicios: arousán - arousá, catalán - catalá,
-án
castelán - castelá, coimbrán - coimbrá, alemán - alemá
caracterizadores pexorativos: brután - brutana,
engaden -a folgazán - folgazana, lordán - lordana, pailán - pailana,
pillabán - pillabana…
vacún - vacúa, cabrún - cabrúa…
-ún -úa
Excepción: euscaldún - euscalduna
60
3
Unidade
A ctividades
6 Pon o artigo que lle corresponda a cada substantivo:
samba, alma, arte, reuma, erre, ananás, dínamo, valse, potaxe, énfase, ecce-
ma, zeta, sida, asma, labor, xénese, mar, ubre, cárcere, camuflaxe, legume,
orde, pantasma, apendicite, enclise, tonelaxe, friame, paréntese, chinche,
armazón, tatuaxe.
61
1.4. Número do substantivo
Palabras rematadas en -s
siamés - siameses…
-s (agudas) engaden -es Excepción en grupo consonántico:
o luns/os luns
Palabras rematadas en -l
Cultismos e estranxeirismos
club - clubs, sándwich - sándwichs,
outras consonantes engaden -s
anorak - anoraks…
62
3
Unidade
Formación do plural en palabras compostas
As palabras compostas forman o plural de varias maneiras, dependendo do grao
de fusión dos seus elementos. Na seguinte táboa vémolo de xeito esquemático:
Palabras compostas
garda civil - gardas civís,
Os dous elementos
plural nos dous chave inglesa - chaves inglesas
separados:
porco teixo - porcos teixos
Os dous elementos
plural no segundo vagalume-vagalumes,
soldados ou
elemento galego-falante - galego-falantes
separados por guión:
Os dous elementos
plural no primeiro arco da vella - arcos da vella,
unidos por unha
elemento pita do monte - pitas do monte
preposición:
A ctividades
9 Forma o plural dos seguintes substantivos:
sapoconcho, xuíz, réptil, tirarrollas, baúl, ichó, control, cruel, chuchamel,
gasosa, baballón, campión, casa cuartel, slálom, aerosol, mísil, porco teixo,
adival, rubí, carril, esquí, xel, álbum, ril, salvavidas, hóspede, rei, somier,
fax, sándwich, cabalo do demo, tabú, virus, manequín. Na web
10 Sinala as diferenzas de significado que se dan entre o singular e o plural Elabora un mapa mental sobre
dos seguintes substantivos: a formación do xénero e do nú-
mero no substantivo.
o miolo/os miolos a letra/as letras a cera/as ceras
o valor/os valores o rei/os reis o fume/os fumes
o aire/os aires a sobra/as sobras a esposa/as esposas
63
2 O adxectivo cualificativo
2.1. Definición, morfoloxía e funcións
2.2. Clasificación
■■ Santo/san. A forma santo emprégase ante nomes propios masculinos que co-
mezan por vogal (Santo Antón, Santo André) ou coa palabra Cristo (Santo Cristo
de Xende). A forma santa emprégase sempre na súa forma completa (Santa
Clara, Santa Uxía). A forma apocopada san úsase ante nomes que comezan por
consoante (San Tomé).
■■ Grande/gran. Úsase a forma plena grande, ante substantivos en singular que
comezan por vogal (grande atención, grande éxito). Emprégase a forma apoco-
pada ante substantivos en singular que comezan por consoante (gran sacrificio,
gran popularidade, gran satisfacción).
64
3
Unidade
A ctividades
11 Utiliza as seguintes palabras, unhas veces como substantivos e outras como
adxectivos: vermello, galego, periódico, bonito
65
2.5. Graos do adxectivo
pequeno menor
bo mellor
malo peor
alto superior
baixo inferior
A ctividades
17 Le os seguintes textos e localiza os adxectivos que aparecen. Indican en
que grao están:
Texto 1
Aquel non foi o mellor momento para chamar. Os músicos iniciaban, con
ritmo extenuante, a parte final da sinfonía. O público, concentradísimo, nun
silencio de adorada expectación. E a min só se me ocorre coller o teléfono para
preguntarlle a que hora viña.
Texto 2
–Mira que volvas rapidiño! A táboa de surf cóllea no estante superior e a
camiseta encarnada no caixón pequeno. Apura, que está a marea no mellor
momento!
66
3
Unidade
■■ Formas analíticas
As estruturas comparativas analíticas constan de dous termos (o elemento que se
compara, denominado 1º termo; e o elemento co que se compara, chamado 2º
termo) e inclúen sempre morfemas correlativos.
– Igualdade: tan/tanto... coma/como
Houbo tanto vento coma nos peores días do inverno.
– Superioridade: máis... ca/que/do que
Penso que ese xersei custa máis do que pensas.
– Inferioridade: menos... ca/que/do que
Ao final, o exame era menos longo do que agardabamos.
Nas seguintes táboas indícanse, de forma esquemática, as normas de uso das
Na web
formas analíticas do comparativo:
Consulta o texto de ampliación
Usos do comparativo de igualdade sobre os usos da forma como.
67
Cómpre non confundirmos a contracción de ca (conxunción) e con (preposición)
cos artigos, tal como vemos na seguinte táboa:
A ctividades
19 Forma frases comparativas de superioridade e de inferioridade enchendo
os espazos baleiros:
––Gústanme ... os mexillóns ... ameixas.
––Aquela porta está ... traballada ... estoutra.
––Henrique é ... loiro ... Xosé.
––As promesas son case sempre ... enganosas ... nos parece.
––Eu teño ... troitas ... ti porque son bo pescador.
––Depositou en min ... confianza ... nunca puiden imaxinar.
––Durante estes últimos anos fun ... veces ao Caribe ... ao Courel.
––Ti non es ... vello ... outros.
––Aseméllase ... ao pai ... á nai.
––Eu gozo ... agora ... cando era pequeno.
68
3
Unidade
Superlativo. Tipos e procedementos de formación
O superlativo ten dúas formas: o superlativo absoluto e o relativo. Cada unha delas
ten tipos e usos diferenciados.
■■ O superlativo absoluto expresa a calidade no seu grao máis alto, sen estable-
cer ningunha comparación.
Adición de sufixos como -ón, -iño, -echo, etc. Xurxo está contentiño.
bo mellor óptimo
A ctividades
21 Indica as posibilidades de formar o superlativo absoluto en antigo, sabio, ruín.
69
Repaso da unidade
Lectura
Gramática: o substantivo Gramática: o adxectivo
Desde o punto de vista funcional, sírvome do substan- Cando collo un cesto de adxectivos escollo
tivo para designar unha totalidade ou unha parte dos os maiores, que son os superlativos; e deles aínda
seres, sen pensar na súa calidade ou na súa totalidade. o maior, que é o aumentativo. Despois, comezo
Podo aplicarcho a ti: e trátase entón dun substantivo a descascalo co coitelo do adverbio, ate que el
propio, que me liga ao que ti significas como parte desa fica restrinxido, e cabe na frase, onde se pega
totalidade, desligándoa do espazo común ao substantivo para lle dar un carácter notable,
para integrarte nunha designación que te e distinguilo de todos os outros que non pasan
fai específica. de comúns e xerais.
É como se o substantivo adquirise Gosto dos adxectivos
un corpo, e podo tocalo, cando o digo, sentindo que case pasan por substantivos, e se
a materia do nome. pasean por entre os nomes como se eles
Mais se o obxecto é colectivo, os precisasen.
o que el designa integra todos os seres do mesmo Son os adxectivos acertados
grupo, e os lobos corren por dentro da manda, porque non lle dan nin lle quitan nada ao sustantivo,
os viaxantes proseguen o camiño en caravana, nin aspiran a ser explicativos de nada, como
as persoas xúntanse en multitudes, sen que poida se xa souberamos todo sobre a cousa.
distinguir, entre uns e outros, Porén, se cortamos o adxectivo, o substantivo queda
o que teñen de propio. tan simple que cae desamparado, como
E é por iso que prefiro o singular, onde te encontro. o pobre ao que lle rouban as muletas, e logo
digo: «Oh, pobre home!», e o home corrixe:
Nuno Judice, A materia do poema (trad.)
«Oh, home pobre!». E quedo sen saber cal
dos dous é el, mentres non volvo meter
todo no cesto, e fago do home un simple
substantivo, cuberto co substantivo simple.
Nuno Judice, A materia do poema (trad.)
A ctividades
1 De que tipo de substantivos fala o primeiro tex- 5 De que tipos de adxectivos fala?
to? Que exemplos cita o autor?
6 Que tipo de adxectivos prefire? Por que?
2 Que tipo de substantivos prefire? Por que?
7 Indica cal é a diferenza de significado entre as
3 Cales son os substantivos colectivos dos se- oracións «Oh, pobre home!» e «Oh, home po-
guintes animais: lobo, ovella, abella, cabalo, bre!». Pon outros exemplos similares.
ave/peixe?
70
Unidade 3
1
Unidade
En
Nalaweb
web
Autoavalíate completando o mapa
conceptual.
Esquema
O substantivo
Definición Palabra que designa seres ou entidades concretas ou abstractas.
O adxectivo cualificativo
Definición Palabra que expresa calidades do substantivo, ao cal acompaña e co que concerta en xénero e número.
71
Comentario de textos
Texto 1 remata. Os Stobart din que Croydon non é Londres.
A min, en cambio, Tino engadoume desde o primei-
Nese mesmo lugar adquirira, seis meses antes, unha
ro para vir a Londres, e en Londres estou, aínda que
PDA que, por certo, xa non usaba. Pero mercáraa su-
aquí lle chamen Croydon. Londres é o único lugar que
perbarata. O problema fora que, logo do entusiasmo
coñezo de Inglaterra, e se cadra por iso, cando penso
inicial, non sabía moi ben para que podía servirlle. Nin
en Londres, non podo evitar pensar tamén en Brighton
sequera conseguira sincronizala co portátil, e a todas
(…), como parte da mesma cidade, como a praia de
aquelas funcións que ofrecía non lles vía uso ningún.
Londres.
Se cadra, debía de volver intentalo agora co portátil
novo, que o anterior xa llo regalara á irmá, para os seus Eva Moreda, A Veiga é como un tempo distinto
sobriños. Desde que mercara o novo, que traía un sis-
tema operativo Windows máis avanzado, xa non quería
Texto 3
o vello (…). Así e todo, no tempo que levaba de vaca-
cións fartárase tamén do portátil. Para ser exactos de O queixo do Cebreiro é un dos queixos galegos con
Internet, que era o único que lle gustaba usar. Porque, Denominación de Orixe Protexida, xunto co Tetilla, o
do resto do ordenador, que proveito sacas? Ás veces San Simón da Costa ou o Arzúa-Ulloa. Elabórase na
metíase nos chats, case sempre con identidades falsas zona do Cebreiro e foron os peregrinos que entraban
e xogaba. (…) Pero aborrecera ese enredo. (…) De vez a Galicia polo Camiño de Santiago, os encargados de
en cando consultaba o seu correo de Yahoo no que só dalo a coñecer.
recibía spam, porque non se relacionaba practicamente É un queixo fresco de pasta branca, branda e graúda.
con ninguén. Elabórase con leite de gando vacún de raza Rubia Ga-
Fran Alonso, Ninguén lega, Parda Alpina e Frisona. Ten unha forma moi carac-
terística, como de fungo ou de sombreiro de cociñeiro.
Texto 2 A zona de produción inclúe trece municipios da co-
Londres é unha cidade difícil de explicar a quen non a marca oriental de Lugo: Pedrafita, O Courel, Cervan-
coñece. Esparexida sen xeito ao norte e ao sur do río, tes, Triacastela, As Nogais, Navia de Suarna, Becerreá,
e medrando sen tino por todos os extremos, nin os que Baralla, Baleira, Castroverde, A Fonsagrada, Láncara e
naceron aquí saben moitas veces onde comeza e onde Samos.
72
Unidade 3
O título O tema
Un título é o enunciado do contido dun libro ou doutro O tema é a idea fundamental dun texto. Debemos
escrito, que se coloca ao comezo del. Debe presentar identificalo de forma clara, breve e exacta.
de modo obxectivo, agradable e sintético a informa-
Por iso, debemos ter coidado de non incluír contidos
ción que vén no texto.
anecdóticos ou ampliacións que pertencerían ao asun-
to ou argumento. Cómpre distinguirmos ben estes con-
Características ceptos (tema e argumento) para evitar comentarios de
■■ Breve, non debe ter máis de seis ou oito pala- texto confusos e repetitivos.
bras. Para indicar o tema sérvennos dez ou quince palabras
■■ Preciso e exacto en relación co contido esencial coas que poidamos ofrecer unha primeira achega aos
do texto. contidos.
■■ Adecuado ao sentido e á intención do texto.
Discernir o tema
■■ Orixinal e atractivo.
Para discernir o tema pódenos ser útil facernos al-
gunhas preguntas como: de que fala o texto? ou cal
Forma é o obxecto do texto?
Os títulos case sempre carecen de verbos e adoitan Ademais, debemos ter en conta o tipo de texto que
presentar a idea central do texto ao que se refiren. analizamos:
Os esquemas máis habituais son: ■■ Nos textos argumentativos, o tema adoita coin-
■■ Frase nominal cuxo núcleo é un substantivo abs- cidir coa tese que se pretende demostrar.
tracto: A revolta irmandiña. ■■ Nos textos narrativos, o tema pode ser un resu-
■■ Frase nominal, seguida dunha aposición explica- mo moi breve e conciso.
tiva: A revolta irmandiña: xénese e desenvolve-
mento.
■■ Título bimembre: Xénese e desenvolvemento da Diferenciar tema e argumento
revolta irmandiña.
Como dixemos é fundamental distinguir eficazmente
entre tema e argumento. A seguir, indícanse algu
En calquera caso, cómpre deixar a elección do título para nhas características definitorias de ambos os dous.
o final, cando o texto estea perfectamente comprendi-
do. Para iso, debes facer unhas actividades previas: ■■ O argumento selecciona as accións, acontece-
mentos ou ideas fundamentais do texto reducin-
1 Realiza unha lectura superficial e indica o contido xe- do a extensión e conservando os detalles máis
ral de cada texto. importantes. O tema obtense eliminando todos
2 Explica o significado das palabras e expresións su- os detalles e definindo a intención do autor.
bliñadas. ■■ O argumento dun texto pode desenvolverse nun
3 Dá algún sinónimo das palabras destacadas en ne- ou varios parágrafos, mentres que para indicar o
griña. tema abondaría cunha frase.
6 Facede unha posta en común dos títulos elixidos po- 8 Aínda que son extractos, fai un exercicio de imaxina-
los compañeiros e observade cales son as opcións ción, e intenta ver cal podería ser o argumento dos
elixidas (frase nominal, frase nominal máis aposición textos 1 e 2.
ou título bimembre). Elixide aqueles que vos pare- 9 Observa as diferenzas entre tema e argumento a
zan máis acaídos e orixinais. partir dos exercicios anteriores.
73
4 O pronome
persoal
Sobre a lectura
74
4
Unidade
1 Definición, morfoloxía e funcións
Os pronomes persoais sinalan os participantes no acto comunicativo: emisor,
receptor e obxecto do discurso.
Lgal1b_04_foto 2
anáfora catáfora
75
2 Serie tónica
2ª persoa
1ª persoa 2ª persoa 3ª persoa
forma de cortesía
S P S P S P S P
nós vós
el eles
suxeito eu nosoutros ti vosoutros vostede vostedes
ela elas
nosoutras vosoutras
nós vós
termo de min nosoutros vosoutros el eles
ti, contigo vostede vostedes
prep. ou conx. comigo nosoutras vosoutras ela elas
connosco convosco
O pronome el invariable e
pleonástico pode aparecer en
oracións como:
El vai un frío horrible, merquemos
unhas castañas asadas para
quentar as mans.
76
4
Unidade
2.2 Valores especiais dalgunhas formas
A ctividades
1 Introduce os pronomes de cortesía no canto da forma subliñada:
–– Ti sempre fuches afeccionado ao tenis.
–– Vós sempre fostes afeccionados ao tenis.
77
3 Serie átona
1ª persoa 2ª persoa 3ª persoa
S P S P S P
o/lo/no os/los/nos
CD me nos te vos
a/la/na as/las/nas
Na web
– Despois de formas verbais rematadas en -r, -s:
Facer cestos → Facelos. Amplía a información sobre os
– Detrás dos pronomes nos, vos, lles: usos das formas de terceira
lo/la/los/las persoa en CD.
Comerlles os peixes → Comérllelos
– Detrás do adverbio interrogativo u:
U-los cartos? → Ulos?
– Detrás de formas verbais rematadas en ditongo decrecente:
no/na/nos/nas
Bebeu a limoada → Bebeuna
– No resto dos casos:
o/a/os/as
Fixo o traballo → Fíxoo
78
4
Unidade
3.2 Dativos de solidariedade e interese
Dativo de solidariedade
Serve para implicar o interlocutor no contido da enunciación procurando a súa
complicidade. Aparece só en rexistros coloquiais e denota certa afectividade.
Dativo de interese
O dativo de interese serve para sinalar a persoa que resulta afectada pola acción
verbal ou interesada nela.
–– Presenta as formas átonas de CI en calquera persoa gramatical (me, nos; che,
vos; lle, lles):
Non me sexas mentireiro.
Cando lles vivían os pais estaban mellor.
–– Pode aparecer xunto co dativo de solidariedade:
Paríucheme a cadela onte á noite.
–– Tamén é frecuente a súa concorrencia cun pronome de complemento indirecto
ou con ambos os dous:
Ao meu fillo pequeno non lle me gusta nada o peixe.
Ao meu fillo pequeno non che lle me gusta nada o peixe.
79
3.3. Dativo e acusativo
Contraccións
Os pronomes persoais átonos de CI contraen coas formas de CD de 3ª persoa, do
seguinte xeito:
80
4
Unidade
A ctividades
4 Substitúe o pronome persoal átono de 1ª persoa (me) polo de 2ª persoa (te,
che):
–– Moito me gustou que me felicitases polo meu aniversario.
–– Cando me dixeron o que me custaba, boteime a rir.
–– Chamáronme por teléfono para me dicir que hoxe non había clase.
–– Afonso presentoume unha rapaza que me levou a tomar un café.
–– Onte meu pai levoume a pescar; nunca me vin tan feliz.
81
3.4. Formas reflexivas
Algunhas particularidades
–– Non son posibles en galego construcións reflexivas nas que a acción se exerza
só sobre unha parte do suxeito: *Laveime as mans, no canto de Lavei as mans.
–– Nalgúns verbos admitir ou non a forma reflexiva implica diferenza de significado:
afogar(se), comportar(se), dar(se), despedir(se), fixar(se), laiar(se), manifestar(se),
ocorrer(se), parecer(se), ter(se)….
Os científicos non saben cando ocorrerá unha nova erupción solar. / A teu cur-
mán ocorréuselle marchar para a festa e marchou sen nós.
–– Os verbos pronominais só se poden construír coa forma reflexiva: arrepentirse,
atreverse, axeonllarse, inmutarse, queixarse, suicidarse…
–– Algúns verbos que en castelán son reflexivos, non o son en galego: adormecer,
calar, caer, casar, espertar, ficar, marchar, morrer, parar, recordar, romper…
O meniño adormeceu en seguida. Sempre esperto ás sete da mañá.
–– Hai verbos que moi raramente se poden usar en galego como reflexivos: durmir,
enfermar, murchar, quedar, sentar, sorrir…
A ctividades
10 Localiza e corrixe os erros nas seguintes frases:
–– Hoxe erguinme cedo e laveime o pelo.
–– A avoa adormeceuse a carón do lume.
–– Non lembraba o día no que se casou.
–– Bateu a porta e marchouse para sempre.
–– Vaia, rompeuse a xerriña do leite!
–– Os rapaces do campamento espertáronse cedo.
82
4
Unidade
Valores gramaticais de SE
■■ Se reflexivo
A reflexividade dáse cando o suxeito e o CD teñen o mesmo referente:
El peitéase (a si mesmo).
Co valor reflexivo o pronome se desempeña funcións de CD:
Xoán vestiuse (CD) Eu vestinme (CD)
■■ Se recíproco
A reciprocidade dáse cando dúas ou máis persoas ou cousas realizan a acción e a
reciben mutuamente:
Ana escribe a Pepe. Pepe escribe a ana = Ana e Pepe escríbense. Ana e Pepe
escríbense cartas.
Co valor recíproco, o pronome se desempeña funcións de CD e CI (igual que os
pronomes me, te, nos, os, co mesmo valor):
Eles bícanse (CD)
Eles danse (CI) bicos
■■ Compoñente dun verbo pronominal ou pronominalizado
En ocasións, o pronome se e os demais pronomes átonos correspondentes (me,
te, nos, vos) convértense en compoñentes inseparables do verbo e forman con el
o que se chama verbo pronominal (arrepentirse, queixarse, fugarse…) ou prono-
minalizado, sen valor reflexivo: (irse, axeonllarse, despedirse...).
Nestes casos, o pronome non desempeña ningunha función sintáctica, e tam
pouco é separable do verbo pois forma con el o núcleo do predicado.
83
■■ Marca de pasiva reflexa
Na pasiva reflexa e nas oracions impersoais, o pronome se funciona como un «en
cubridor» dun «actor»; é dicir, encobre o verdadeiro axente, o que realiza a
acción verbal.
As pasivas reflexas resultan de aplicar un se encubridor do suxeito a unha estrutura
transitiva cuxo complemento directo non ten preposición.
O resultado é a eliminación do suxeito e a conversión do antigo CD en suxeito. Por
exemplo, nesta frase: Léronse varios libros.
Os alumnos leron varios libros > Léronse varios libros = Foron lidos varios libros
O sintagma «varios libros» desempeña a función de suxeito paciente na oración;
o verdadeiro axente está encuberto.
Lembra que os suxeitos pacientes son propios das oracións pasivas e que, se as
pasas a activa, nelas terán a función de CD.
As oracións de pasiva reflexa poden ser substituídas facilmente por unha oración
pasiva equivalente.
A ctividades
12 Coloca, sempre que sexa posible, o pronome reflexivo no lugar conveniente:
–– Xesús ... arrepentiu... de ter ido á romería.
–– ... lavei... a cara e ... marchei... traballar.
–– ... morreu... por conducir a demasiada velocidade.
–– ... marcho... para a casa, que ... teño... que ... coidar... moito esta semana.
84
4
Unidade
3.5. Colocación do pronome átono
Nas oracións simples ou cando vai co verbo da oración principal o pronome átono
Na web
sempre vai posposto ao verbo: Chámome Pedro. Diríxanse a esa porta.
Pero determinados elementos (indefinidos, adverbios) e circunstancias (entoación, Amplía a información sobre a
alteracións, negación...) poden provocar a anteposición do pronome, tal e como colocación do pronome en
enunciados negativos.
vemos na seguinte táboa:
Anteposición (proclise)
Con entoación enfática. Tres veces cho dixemos!
Con indefinidos como ninguén, nada, ningún, algo, alguén, ambos, bastante, calquera, Ninguén che falou.
entrambos, mesmo, todos, sempre hai anteposición. Nada me sabe mellor.
Con outros indefinidos (algún, outro, un, os máis, os demais, moito, moi, tal, tanto, tan, Ningún me serve.
máis, menos e demasiado) só hai anteposición en enunciados con entoación enfática. Máis necesidades che pasamos nós.
Con adverbios como acaso, ata, case, disque, eis, igual, incluso, mesmo, quizais, seica, Igual che custou un disparate.
si, velaquí, velaí e xa Seica che deron as vacacións.
Aínda me lembro.
Cos adverbios aínda, axiña, en seguida, sempre, só, mal, ben e tamén antes do verbo.
Tamén cho digo.
Con adverbios de dúbida (quizais, seica, disque…), de cantidade (algo, ben, bastante,
Quizais non cho digan.
demasiado, nada, pouco…) e presentativos de lugar (eis, velaquí, velaí).
Os adverbios aquí, aí, alí, aló, alá, acó, acá, acolá e o adverbio así, poden provocar ou Alí falouse de todo iso.
non a proclise. Alí se falou de todo.
Os adverbios en -mente provocan a proclise cando van integrados no predicado, pero Probablemente te equivocas.
non cando funcionan como un inciso. Definitivamente, equivócaste.
85
■■ Colocación do pronome átono en grupos oracionais coordinados
Os grupos oracionais formados por coordinación compórtanse como oracións sim
ples:
Non sabía onde estaba, pero atopeina enseguida.
Cheguei axiña e entregueille os teus mandandos.
Un caso á parte constitúeno as disxuntivas con ou. Nelas, cando ambos os elemen
tos se exclúen, o pronome aparece anteposto:
Ou vés connosco ou te pos a estudar.
Ou recolles a mesa ou te pos a fregar a louza.
Pero, se a disxunción presenta unha igualación, melloría ou rectificación da idea,
vai posposto:
Resultou caro ou pareceuvos barato?
Vides connosco ao cine ou preferides irvos canda eles?
■■ Colocación do pronome átono en oracións subordinadas
En xeral, nas oracións subordinadas o pronome átono sempre vai anteposto ao
verbo:
Se me dixeras quen foi...
Cando a chames, dille que irei.
Pero determinados elementos (nexos) e circunstancias (pausas...) poden provocar
a posposición do pronome, tal e como vemos na seguinte táboa:
86
4
Unidade
Pronome átono con formas verbais infinitas
■■ Infinitivo
En xeral, nas construcións con infinitivo é lícita a proclise e a enclise:
Viñeches só para me dicir/dicirme iso?
Se o infinitivo forma parte dunha perífrase verbal as posibilidades son diversas:
Hai que facelo. Hai que o facer. Haino que facer. Pero non sería posible
*Non haino que facer.
■■ Xerundio
Se o xerundio é o núcleo do sintagma verbal, o pronome vai sempre posposto:
Aínda falándolle así non che vai facer caso.
Salvo se o xerundio vai precedido de negación ou da preposición en, pois neses
dous casos pode darse a enclise ou a proclise:
Non se saíndo/saíndose da norma…
Coas perífrases de xerundio a situación é semellante á das de infinitivo:
Vai facéndoo. Vaino facendo. Non vai facéndoo. Non o vai facendo.
Pero tampouco sería posible: *Non vaino facendo.
■■ Participio
Na construción con participio o pronome non pode ir enclítico:
Téñoche dito que...
Se aparece despois desa forma infinita, non vai enclítico a ela, senón proclítico ao
verbo principal:
Sorprendido me deixaches…
Costureiriña bonita
dame unha agulla de prata
para sacar esta espiña
do corazón que me mata
–E non che quero
téñoche dito
que teño outro máis bonito
noutro sitio
Da canción «Desamores» (letra
tradicional) de Uxía Senlle.
87
3.6. Concorrencia de pronomes átonos
Os pronomes de 2ª persoa anteceden aos de 1ª, agás Non che me dixo nada.
se os de segunda están en plural. Non me vos dixo nada.
Pronome de solidariedade:
Écheme tarde.
– En caso de enclise, sóldase aos outros e ao verbo.
Marcho, que che me é tarde.
– En caso de proclise, non se solda aos outros.
Séntamevos ben.
– Se está en plural, sitúase ao final.
3.7. As interpolacións
88
4
Unidade
A ctividades
14 Xustifica a colocación dos pronomes persoais átonos e indica máis posibi
lidades:
–– Téñome que asegurar do funcionamento correcto desta máquina.
–– Onte fómoslle facer unha visita a Helena.
–– Aos meus anos eu xa vos non podo loitar moito.
–– Sempre me gustaron os gatos porque lle fan moita compañía á xente.
–– Tiveron moito tempo para falarlles.
–– Houbéroncheme meter un bo susto.
–– Sempre se che lle deron ben as matemáticas.
–– Non me gustaron nunca as alturas.
–– Hainos que atender ben para que volvan ao noso restaurante.
89
Repaso da unidade
Actividades
COLACAO
Boeno, disque eran mal levados. El disque lle daba malleiras, e claro... Non. Arrear, arreáballe, que dunha vez disque
a mandou ao hospital. E o conto é que ela fartouse. Pois non sei, el antes vendía o cupón, non sabes, pero dáballe
ao alpiste. Aí a eso das oito da tarde xa che estaba peneque. E ademais era faltón, que non penses ti que porque era
cego... collía de bastón e veña a bastonadas. Ai, tamén lle teñen arreado a el, tenas levado boas, que a min dáme
reparo sacudirlle a un cego, pero tamén se se pon chulo... Porque un tipo deses arréache unha bastonada, e que? Ai
si, ti falas moito pero queríate eu ver no sitio, non penses que era unha calcomanía, que era un tiparraco... Mira, como
aquel da gabardina azul, pero máis ancho. Si, o do periódico. Pero máis ancho. Érache unha mula de carallo. Botába
che unha man e adiós muy buenas. Pois o tipo era mal levado con todo quisque. Estaba pelexado cos veciños, aos
fillos arreáballes cada chaquetilla de medo, e á muller, xa ti ves. Pois o jicho tiña un can deses pequenos, un marilín
deses, e disque lle quería coma se fose un fillo. Boeno, tes razón ti, coma un fillo quereríalle algo mellor. Pois o choio
é que para o can, todo veña aloumiños, a mellor comida, e á familia, hostias. E o caso foi ese, que a muller fartouse e,
hala. Poi si señor. Así mesmiño. O tipo chega pola mañá, senta na mesa a almorzar, vai a muller, ponlle diante, coma
sempre, unha cunca de colacao, así como temos nós aquí nestes vasos, e vai o tipo, bota man da cunca, bebe... Tan
tranquilo, oes, pero logo, vai, empeza a retorcerse e, pamba, espichouna. Á pataqueira. E vai ela e mandou o can de
trás, meteulle o mesmo na comida. Se cadra, o animaliño ladroulle por facerlle mal ao amo ou así. Os animais, teñen
moito entendemento, téñenche moito instinto. O caso é que ela preparouno tamén. Non, caer, hanlle caer uns anos.
O malo é dos rapaces.
Ficou parado e coa boca aberta. Non había paredes nin escaleiras nin nada. Só a nada. Sería a Nada? Saíu pechando
a porta.
Suso de Toro, Polaroid
A ctividades
1 Sinala os pronomes tónicos que aparecen nos 5 Comenta o valor gramatical dos pronomes se
textos e di que función sintáctica teñen nas que haxa no relato.
súas respectivas oracións.
6 Elimina a palabra disque e comproba se isto lle
2 Indica os dativos de solidariedade que atopes afecta á colocación do pronome.
no texto. A continuación, elimínaos das ora
cións nas que se atopen e di se producen varia 7 Busca nos textos formas infinitas do verbo e di
cións no significado destas. se os pronomes que os acompañan se poden
cambiar de posición nesas oracións.
3 Busca no texto algunha oración que conteña
unha forma reflexiva. Atopaches algún verbo
pronominal?
90
Unidade 4
1
Unidade
En
Nalaweb
web
Autoavalíate completando o mapa
conceptual.
Esquema
O pronome persoal
Definición Palabra que sinala os participantes no acto comunicativo.
Morfoloxía Son morfemas gramaticais (sen significado léxico) con valor deíctico.
Ten as mesmas funcións ca o substantivo.
Sintaxe Tónicos: poden funcionar como suxeito e complemento dun verbo.
Átonos: só poden funcionar como complemento do verbo e parte dos verbos pronominais.
Serie tónica
Plural de modestia Uso de nós por eu: o emisor réstase importancia dentro do discurso.
Plural de maxestade Uso de nós por eu: fórmula utilizada polos xerarcas.
Plural sociativo Uso de nós por eu: fórmula empregada para compartir o que se expón co interlocutor.
Valores especiais
Nós complexivo Uso de nós por ti: o emisor faise solidario co receptor.
Distanciamento Uso de ti por eu para implicar o interlocutor e distanciarse da acción.
Usos xurídico-
Uso de el/ela por eu en textos xurídicos-administrativos par afastarse do exposto.
administrativos
Serie átona
Escríbense como palabras separadas cando preceden ao verbo e forman unha palabra separada cando
van despois del.
Particularidades
Te funciona como CD e Che, funciona como CI.
Débemos empregar e respectar a variación de número lle/lles.
Dativo de solidariedade De solidariedade Emprégase para implicar o interlocutor buscando a súa complicidade.
e interese De interese Emprégase para sinalar a persoa que resulta afectada pola acción verbal.
Determinados verbos admiten un complemento de persoa e outro de cousa: o can mordeuno/
Dativo e acusativo mordeulle unha perna.
Verbos que cambian de significado segundo vaian con acusativo ou dativo.
Formas reflexivas Non son posibles oracións do tipo Laveime os dentes*.
(suxeito e pronome Determinados verbos presentan diferenzas de significado: Afogarse/afogar
co mesmo referente) Algúns verbos son reflexivos en castelán pero non en galego: casar, caer, etc.
Compoñente dun verbo Marca de oracións sintacticamente
Valores gramaticias Se reflexivo.
pronominal ou pronominalizado. persoais.
de SE
Se recíproco. Marca de pasiva reflexa. Marca de modalidade media-interna.
91
Comentario de textos
Calendario abelleiro Outono
Primavera As floracións decaen, a poboación de abellas diminúe,
producese a eliminación de abázcaros e as abellas liba
Na primavera, cando os campos están cheos de flores,
o salgueiro florece, e o clima é apacible e soleado, o doras visitan as derradeiras flores antes do inverno; o
enxame desenvolve a súa máxima actividade. A nai apu érbedo, Arbutus unedo, é a última floración.
ra a posta, nacerán moitas obreiras e algúns centos de O apicultor dá por rematada a esmelga e prepara as
abázcaros. As abellas poden enxamear… colmeas para pasar o inverno. As fracas é mellor xun
O apicultor pode aproveitar para facer reprodución ar talas con outras ou eliminalas, en caso de sospeita de
tificial. Haberá que estar atentos e colocar novas alzas doenzas. Despois da esmelga procederemos ao control
en canto as necesiten para que teñan onde depositar o da varroa e desparasitación.
néctar e o pole. Vixiar as doenzas e, neste caso, cambiar
Tamén é a época de desenvolver actividades de venda
o enxame de colmea ou eliminalo.
e promoción dos meles producidos, feiras do mel…
A saída do inverno e o comezo da primavera tamén é a
época da grande desaparición das abellas debido aos Inverno
pesticidas sistémicos neurotóxicos empregados nos no As abellas invernan por iso precisan ter comida nos pa
sos campos. nais para pasar o inverno. Non hai cría de abellas, a nai
Verán cesa a súa posta, non hai abázcaros e as obreiras per
manecen xuntiñas para darse calor.
No verán, as abellas seguirán coa súa actividade, me
tendo néctar nos alvéolos, quitándolle humidade e se Os apicultores, vixían o exterior das colmeas e os apia
lando o mel. O carrexo de néctar pode diminuír se hai rios e non interveñen salvo emerxencia. Tamén é tempo
seca ou vai moita calor. de comercializar o mel directamente, de preparar novos
O apicultor, cando o mel está maduro, selado, escomeza a asentamentos, adquirir ou reparar equipos e materiais,
esmelga. Pero, hai que lembrarse de deixarlle ao enxame programar o vindeiro ano…
mel dabondo para pasar o inverno, uns 15 quilos de pro Jesús Asorey, «Calendario abelleiro»
medio, e procurar que haxa auga limpa preto das colmeas. en http://apiculturagalega.es (adapt.)
92
Unidade 4
O esquema
O esquema consiste en expresar graficamente a estru
tura dun tema. Esquema de chaves
Permite observar a organización das ideas principais e No esquema de chaves, o título principal vai colo
secundarias, axuda á comprensión e facilita a memori cado á esquerda e despois, mediante chaves, vanse
zación. incluíndo e xerarquizando os contidos.
Aspecto
Elaboración 1º detalle
1ª idea secundaria Aspecto
■■ Ler o texto de forma efectiva. 2º detalle
■■ Subliñar as ideas principais e secundarias.
Determinar os grandes apartados nos que se or Aspecto
■■ 1º detalle
ganiza. 2ª idea secundaria Aspecto
■■ Redactar as ideas e contidos de forma concisa 2º detalle
e clara.
Aspecto
■■ Dispoñer graficamente as ideas segundo a súa 1º detalle
3ª idea secundaria Aspecto
importancia.
2º detalle
93
5 Os
determinantes
Os fillos do mar
Non debían ser aínda nin as cinco menos cuarto, e eu
xa estaba atravesando a Porta do Sol. A esas horas aín-
da non había moito transeunte ávido de consumismo
voraz polas tendas que ateigan a rúa do Príncipe, e ás
cinco menos dez encarreiraba a rúa Urzaiz, unha lon-
ga gorxa que engulía todo o tráfico humano directo
ao centro da cidade. O número 17 quedaba na marxe
esquerda da rúa pero preferín subir pola beirarrúa dos
pares. Eu sabía que ese número estaba ocupado por
un dos edificios de Pacewicz.
Hoxe, calquera que teña unha pouca curiosidade pola
historia da cidade pode saber que Michel Pacewicz foi
un arquitecto francés, chegado a Vigo desde París a
fins do século dezanove. Calquera pode saber que el
foi o responsable de comezar a lle dar á cidade os seus
primeiros aires de europeidade, cando menos no que
á paisaxe urbana se refire. (...)
A rúa Urzaiz constituíra algo especial. De todos os edi-
ficios que había nesa rúa no tramo entre Colón e o
cruzamento con Lepanto e a Gran Vía, a porcentaxe
de obras asinadas polo arquitecto francés era tan alta
que, de feito, sempre pensei que, de non ser polo moi-
tísimo que o eminente político don Ángel Urzaiz fixera
pola cidade, o certo é que ese tramo de rúa debería
chamarse en realidade rúa de Michel Pacewicz.
Pedro Feijoo, Os fillos do mar
Sobre a lectura
94
5
Unidade
1 O artigo
O artigo é unha clase de palabras, carente de significado propio, que precede
sempre ao substantivo –ou a outra palabra ou sintagma substantivado– delimi
tando o seu significado.
1.1. Formas
1.2. Contraccións
Artigo determinado
o a os as
a ao/ó á aos/ós ás
de do da dos das
en no na nos nas
Artigo indeterminado
un unha uns unhas
95
1.3. Funcións do artigo
O uso do artigo pode estar determinado polo contexto e polo tipo de palabras
Na web
ás que acompaña; estas poden determinar a súa presenza ou ausencia como se
indica nas táboas seguintes. Amplía a información sobre o
uso do artigo cos nomes de
Ausencia do artigo parentesco.
En vocativos e aposicións apreciativas. A ver, neno, ven aquí.
Presenza do artigo
Con substantivos que indican peso ou medida. Os pexegos están a 1,25 euros o quilo.
96
5
Unidade
A ctividades
1 Completa con artigos cando sexa necesario:
–– O mar, ... meu amigo, éche moi escravo.
–– Este ... meu home ás veces non ten rexo ningún!
–– Ser unha persoa discreta sempre foi ... miña grande ilusión.
–– O encargado do gardarroupa non sabía que o sombreiro era ... teu.
–– Déronlles a cada un ... seu bolígrafo e ... seu caderno.
–– ... noso agradecemento nunca vai estar á altura que merece ... teu labor.
–– ... miña nai está a falar con ... vosos tíos.
–– Sen novidade no posto, ... meu comandante.
–– Foron de romaría ao santuario de ... Santo André de Teixido.
3 Indica cal das opcións presentadas é correcta (ten en conta que pode haber,
nalgúns casos, varias posibilidades):
–– Pasadomañá irei a A Coruña./Pasadomañá irei á Coruña./Pasadomañá irei
a Coruña.
–– Meu xenro chámase Manolo./O meu xenro chámase Manolo.
–– Po-la noite teño medo./Por a noite teño medo./Pola noite teño medo.
–– Miña noiva é moi guapa./A miña noiva é moi guapa.
–– Miña irmá é moi faladeira./A miña irmá é moi faladeira.
–– Fomos desde A Golada ata Carballiño./Fomos desde Golada ata Carballi-
ño./Fomos dende Agolada ata O Carballiño.
–– Todos os átomos son almacéns de enerxía./Todo-los átomos son almacéns
de enerxía./Tódolos átomos son almacéns de enerxía.
–– Agochouse tras a porta./Agochouse trala porta.
–– Gardamos o millo na tulla./Gardamo-lo millo na tulla./Gardámo-lo millo
na tulla.
–– Esta noite imos ir cear a O Freixo./Esta noite imos ir cear ó Freixo./Esta
noite imos ir cear Ó Freixo.
97
2 Os demostrativos
Os demostrativos sinalan as persoas ou cousas designadas polo nome, situán
doas no espazo (Este libro) ou no tempo (Aquel verán). Teñen, polo tanto, un
valor deíctico.
2.1. Formas
Algunhas particularidades
–– Os demostrativos masculinos e femininos, se non acompañan o substantivo, ac
túan como pronomes:
Dáme ese libro. / Dáme ese.
–– Os demostrativos neutros sempre son pronomes:
Iso é o mellor que lle puido pasar.
–– Os demostrativos, como norma xeral, van diante do substantivo ao que acom
pañan e non admiten o artigo:
Este home.
Aquela casa de alí.
Pero, por razóns de expresividade ou énfase, poden ir pospostos e, neste caso
si admiten o artigo:
O home este.
A casa aquela de alí.
––Entre o demostrativo e o substantivo pode intercalarse un adxectivo cualifica
tivo:
Aquel feliz acontecemento.
–– Os demostrativos poden combinarse con:
• posesivos: Este meu neno é moi listo.
• numerais: Aquelas dúas mozas.
• indefinidos como moito, outro, pouco, todo...: Todo este ano choveu moito.
98
5
Unidade
2.2. Formas contractas
masculino feminino
singular plural singular plural
–– Á súa vez, estas formas contraen coas preposicións de, en, orixinando for
mas como: destoutro/a, desoutro/a, daqueloutro/a, nestoutro/a, nesoutro/a,
naqueloutro/a, e os seus plurais.
–– O demostrativo neutro non contrae co indefinido outro:
Repíteme aquilo outro que me dixeras.
Xa che dixen que diso outro eu non sei nada.
99
2.3. Usos e valores especiais
100
5 Unidade
A ctividades
6 Distingue, nas seguintes citas, os demostrativos que actúan como pronomes
daqueles que o fan como determinantes:
–– «Cómpre facerse querer, porque os homes non son xustos agás con aque-
les a quen aman». (J. Joubert)
–– «Aquel que di canto pensa, pensa moi pouco o que di». (M. Aguiló)
–– «Ese home é home se pode dicir ‘son’; non é home o que só di: ‹Meu pai
era›». (Proverbio árabe)
101
3 Os posesivos
Os posesivos indican unha relación con algunha das tres persoas gramaticais.
Esa relación pode concretarse en varios sentidos, entre eles o de posesión ou
pertenza.
3.1. Formas
singular plural
1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª
persoa persoa persoa persoa persoa persoa
singular meu teu seu noso voso seu
masculino
plural meus teus seus nosos vosos seus
Algunhas particularidades
–– As formas de respecto mi, tu, su, noso/a, voso/a só se usan acompañando a
padre, madre, tío, señor e amo. En plural só se usan co substantivo padres.
Mi padre sempre foi un home honrado e seguro de si mesmo.
Farei o que vostede mande, mi amo.
–– As formas de terceira persoa de singular e plural coinciden e poden producir am-
bigüidades. Para evitar isto, substitúese o posesivo por «de + pronome persoal»:
Velaquí o seu paraugas (del, dela, deles, delas, de vostede, de vostedes?).
Velaquí o paraugas dela.
–– Esta coincidencia tamén pode provocar ambigüidades na reflexividade. Neste
caso, engádese ao posesivo a palabra propio:
Ana entregoulle o premio ao seu propio fillo.
102
5
Unidade
3.2. Posición
En galego existen construcións con «de + posesivo masculino singular» que mar
Na web
can unha relación de propiedade exclusiva. Amplía a información sobre o
Estas formas analíticas poden asumir tamén o valor de «por si mesmo» ou «por usos do posesivo de propieda-
natureza» como vemos nos seguintes exemplos: de exclusiva.
Temos coche de noso.
Ela ten casa de seu.
1ª 2ª 3ª
singular plural singular plural singular plural
A nosa lingua articulou tamén unhas formas específicas para expresar valores pose
sivos e distributivos asemade. Estas formas equivalen á construción (a) cada un seu.
Comproulles cadanseu xeado aos fillos.
As alumnas entregaron cadansúas fichas.
masculino feminino
singular plural singular plural
103
3.5. Usos e valores expresivos do posesivo
Usos e valores
Relación de familiaridade e afecto. O noso Antón évos un rapaz moi agudo.
Valor aproximativo ou ponderativo, con
O automóbil custaríalle os seus vinte mil
numerais ou substantivos referidos a diñeiro,
euros.
anos, metros, etc.
Posesivo de modestia, con noso(s), nosa(s)
O noso traballo consta de...
por meu(s), miña(s).
Eu despois de xantar teño que tomar o meu
Significado de acción habitual nunha persoa.
café.
Os meus foron onte á praia (= A miña familia
Significado de A miña (a túa...) familia.
foi onte á praia).
Hoxe non debes conducir, que xa bebiches
Significado de bastante, boa cantidade.
o teu.
Significado de propio ou natural de alguén. O meu é a fabricación de mobles.
Significado do que adoita facer ou dicir
Xa andan os do lado a facer das súas.
alguén.
Significado do que lle corresponde a alguén. Agora seguide vós, que eu xa fixen o meu.
A ctividades
10 Di cando os posesivos indican posesión real e cando esta é figurada:
–– O teu veciño é moi atractivo.
–– Onde está teu pai?
–– Os nosos xoguetes son ben bonitos.
–– Déixasme o teu libro?
104
5 Unidade
A ctividades
14 Introduce nestas frases as formas de propiedade exclusiva dos posesivos:
–– Xa cumprimos os dezaoito anos e temos moto propia.
–– Por fin temos un barco propio para ir pescar.
–– O noso país ten, por natureza, unha beleza extraordinaria.
–– As persoas máis ricas do mundo son propietarias de moitas terras.
–– A casa derrubouse polo seu propio peso.
–– Sempre foi un rapaz especialmente tímido.
–– Aínda non teñen casa propia.
–– Este rapaz xa naceu intelixente.
105
4 Os relativos
Os relativos son pronomes que fan referencia a un elemento anterior do dis
curso, que pode estar explícito ou implícito, chamado antecedente.
Formas e usos
106
5 Unidade
A ctividades
18 Substitúe o subliñado por unha forma usual do pronome relativo:
–– Ti nunca fuches capaz de contar a verdade.
–– Finxiu que non sabía nada do asunto.
–– Os que queiran ir ver o espectáculo, que paguen a entrada.
–– Non me gustan nada os aparellos de mentira.
–– Iso de aparentar nunca deu resultado.
–– As persoas que estudan melloran a súa cultura.
–– As casas cuio tellado sexa de lousa poden acollerse á subvención.
–– Os rapaces que aproben terán o verán libre.
–– Os executivos, cuios expedientes cómpre analizar, vanse presentar ao exa-
me.
107
5 Os interrogativos e os exclamativos
Os interrogativos constitúen o eixe das oracións interrogativas e as súas for
mas son as mesmas ca as dos relativos.
Formas e usos
Pode funcionar como interrogativo ou como exclamativo. Como exclamativo
Que existe a expresión «que de» para ponderar o número ou cantidade de algo:
Que de xente había alí. = Había moita xente.
A ctividades
20 Introduce, se e posible, o adverbio interrogativo:
–– Onde están as tesoiras?
–– Onde queres comer mañá?
–– E a lanterna que che emprestei, onde está?
108
5 Unidade
6 Os numerais
Os numerais son palabras que cuantifican a realidade dun xeito bastante pre
ciso, é dicir, indican unha cantidade máis ou menos exacta.
Formas
Indican unha cantidade exacta.
Un/unha, dous/dúas, …dezaseis, dezasete, …vinte e un/vinte e unha,
Cardinais vinte e dous/vinte e dúas, vinte e tres, …trinta e un/trinta e unha, …
corenta, …sesenta, …oitenta, …cento un/cento unha,
…cincocentos/-as (quiñentos/-as)…
A ctividades
22 Escribe en letras os seguintes números e cantidades:
222 849 gomas, 7º lugar, 1 121 223 libros, 66º lugar, 1/16, 723.
109
7 Os indefinidos
Os indefinidos son palabras que indican indeterminación ou imprecisión refe
rida a unha cantidade ou á identidade de algo ou alguén.
110
5Unidade
A ctividades
25 Distingue nestas oracións os indefinidos dos adverbios de cantidade:
–– Onte traballei moito.
–– A ensalada tiña pouco vinagre.
–– A conferencia estivo bastante ben.
–– Había demasiada xente alí.
–– Tivo tantos agasallos que se puxo moi contento.
–– «Os que saben moito admíranse de … cousas; e os que non saben … Elabora un mapa mental sobre
admíranse de …». (Séneca) os determinantes.
–– «Facédelle ben aos vosos amigos e inimigos, porque así conservaredes
uns e seravos posible atraer os …». (Cleóbulo)
–– «A maneira máis breve de facer … cousas é facer soamente unha ... vez».
(Smiles)
–– «O que non queiras que saiban moitos non llo digas a …». (Nieremberg)
–– «… cansa se se fai con boa vontade». (Jefferson)
–– «A constancia obtén as cousas difíciles en … tempo». (Franklin)
–– «A experiencia non ten valor ético … . É simplemente o nome que lle
damos aos nosos erros». (Oscar Wilde)
111
Repaso da unidade
Lectura
Instrucións para fritir pementos de Herbón Poesía no autobús
Eu sempre lle tiven moito respecto aos costumes culina Cando entrou no autobús dixen: debe ser poeta.
rios da casa dos meus antepasados. Sempre coidei, e o
tempo non deixou de me dar a razón, que me frecían o Ao cabo, sacou do bolso de man un groso volume coa
mellor que tiñan en cada momento, pois adoitaban tra correspondencia de Rainer Maria Rilke. Púxose a facer
tar a comida con moito coidado e dedicación. De sem notas nas marxes cun portaminas algo rústico. Os seus
pre na miña casa, e así se viña facendo de xeración e ne calcetíns de rombos totalmente demodés marcaban, a
xeración, os pementos foron «limpos» antes de os bo lume e ferro, o seu vivir noutro mundo. Era, definitiva
tar no aceite fervendo. Lembro que unha das tarefas de mente, un poeta. Deseguida establecemos unha com
miña bisavoa nos seus últimos anos (que coincidiron cos plicidade distante.
meus primeiros) era precisamente a de lle quitar o rabo Ollou para min e sorriu. Eu non lía, pero levaba sobre
ós pementos, operación que recibía o nome de «limpar as pernas unha edición de Omeros, de Derek Walcott.
os pementos». Herdei esta tarefa cando a bisavoa mo Devolvinlle a ollada con intensidade crecente e sentín a
rreu dunha apoplexía. En efecto, os meus antepasados xelatina do tempo achegándonos moito. Tentei agochar
pensaban que os pementos co rabo estaban sucios e a ollada e non fun capaz.
non listos para ser fritidos.
Pensei e facer unha dieta de silencio, para compensar as
A explicación deuma un día miña nai. Díxome simple parvadas que falei.
mente: «se frites os pementos co rabo, o aceite, no que
é unha delicia facer sopas, vai ter un sabor amargo». Eu, Baixei na seguinte parada e non quixen mirar atrás, pero
daquela, non cría no que non vía ou experimentaba con souben, de certo, que me estaba mirando, que deixara
outros sentidos máis secundarios en min, así que fixen a o portaminas a descansar sobre o libro. Souben tamén,
proba. O resultado non deixa lugar a ningunha dúbida. que nun recuncho da memoria agromaba un verso, que
O aceite de fritir os pementos con rabo ten un sabor logo escribiría ao chegar á casa.
marcadamente amargo, mentres que se se friten sen
rabo (como afortundamente é o «canon» na miña familia) Era definitivamente un poeta, un dos moitos que viaxan
mollar o pan no aceite constitúe unha delicia adicional. no autobús.
Xabier Queipo, 55 (extracto
Xabier Queipo, 55 (extracto)
A ctividades
1 Repara na frase limpar os pementos. É posible 4 Di se é obrigatoria a presenza do artigo diante
utilizar unha forma diferente do artigo? de todos os posesivos que aparecen no relato.
Razoa a resposta.
2 Busca os demostrativos que hai no texto e, can
do sexa posible, fainos contraer co indefinido 5 Substitúe moito coidado por unha adverbio de
outro/a. significado similar.
112
Unidade 5
1
Unidade
En
Nalaweb
web
Autoavalíate completando o mapa
conceptual.
Esquema
Artigo
Definición Forma sen significado propio que precede o substantivo e limita o seu significado.
Funcións Actualizador, substantivador.
Formas Determinados ou indeterminados.
Ausencia Con vocativos e diante de demostrativos ou indefinidos.
Usos Regra xeral: presenza do artigo.
Uso co posesivo
Excepcións: fórmulas de tratamento, etc.
Demostrativos
Forma que sinala persoas ou cousas designadas polo nome, situándoas no espazo ou no tempo. Ten
Definición
valor deíctico.
Concertan co substantivo en xénero e número.
Características
A súa función sintáctica é a de actualizador, modificador ou núcleo.
Valores especiais Despectivo e/ou pexorativo. Afectivo ou irónico. Significado non definido: aquel, aquelar, aqueloutrar.
Posesivos
Definición Formas que indican relación de posesión ou pertenza.
Concertan co substantivo en xénero e número.
Características
A súa función sintáctica é a de actualizador, modificador ou atributo.
Regra xeral: anteposto e con artigo.
Non se esixe artigo ante mi, tu, su, noso/a, voso/a.
Posición
Posesivo Precedido dun interrogativo, indefinido, artigo indeterminado, demostrativo. Tamén
posposto por razón de énfase.
Relativos
Formas que fan referencia a un elemento anterior do discurso, que pode estar explícito ou implícito,
Definición
chamado antecedente.
Poden ser variables ou invariables.
Características A súa función sintáctica é a de nexos ou conectores na oración subordinada e función propias do
substantivo dentro da oración de relativo.
Formas Que, quen, cal, canto, cando, onde, como, cuxo.
Interrogativos e exclamativos
Definición Formas que constitúen o eixe das oracións interrogativas e as súas formas son as mesmas cás dos relativos.
Características Empréganse con valor admirativo, aínda que poden expresar outros matices.
Formas Que, quen, cal, canto, como, cando, onde, u, vaia, mira que…
Numerais
Definición Formas que cuantifican a realidade dun xeito bastante preciso.
Poden ser variables ou invariables.
Características
A súa función sintáctica é a de actualizadores, modificadores ou pronomes.
Clasificación Cardinais, ordinais, partitivos, multiplicativos, colectivos.
Indefinidos
Definición Formas que expresan a indeterminación na cantidade ou na identidade.
Poden ser variables ou invariables.
Características
A súa función sintáctica é a de actualizadores ou pronomes.
Clasificación Cuantificadores e identificadores.
113
Comentario de textos
Escribimos desde o centro do mundo Quercus robur
Ás veces, a min e aos meus compañeiros de profesión, O xénero (Quercus) procede do nome romano desta ár
chámannos «escritores periféricos», porque escribimos bore. E a especie (robur), do nome dado polos romanos
desde Galicia e en galego. Periféricos de quen? Eu co a certas árbores de madeira dura.
llo un globo terráqueo, xíroo ata colocar Galicia fronte a
Ten casca gris, fisurada en placas verticais. As follas son
min, e vexo que nós tamén somos o centro do mundo.
de 10 x 7 cm aproximadamente, con cinco ou sete pa
Ben sei que vivo nunha Fisterra de Europa, mais non
res de lóbulos pouco marcados, con aurículas na base,
son periférico, un escritor nunca o é.
verde brillante na face e glaucas no envés, alternas e
Ao anterior únese a elección vital que supón escribir caducas.
na miña lingua, na lingua propia do meu país. Algu
As flores masculinas aparecen en amentos colgantes
nhas persoas empéñanse en teimar que ao tomarmos
e as femininas en grupos de un ou tres, rodeadas por
unha opción así parecemos alleos á pluralidade de ma
unha cuberta escamosa.
nifestacións culturais que hai no mundo. De nada vale
que a realidade desminta ese falso clixé, de nada vale O froito é en glande (landra), oblongo sobre un pedún
que sexa evidente o noso interese por coñecer todo culo máis ou menos longo e con cúpula escamosa.
o que ocorre en calquera parte do planeta. Semellan É común en toda Galicia pero prefire as alturas menores
non comprender o que escribiu Octavio Paz: pódese de 800 m.
ser universal nunha aldea dos Andes, pódese ser pro
vinciano no centro de Nova York. É unha especie en regresión por influencia humana,
pois foi substituída por outras especies arbóreas (piñei
Porque, que é Macondo, senón unha aldea perdida de ro, eucalipto) de crecemento rápido. A madeira é dura,
Colombia? A miña novela Aire negro pasa, deliberada de boa calidade e difícil putrefacción, polo que é moi
mente, nunha aldea da Terra Chá, a miña comarca na habitual na carpintería de ribeira.
tal, pero iso non lles impide gozar do libro aos lectores
M. Castro, L. Freire, A. Prunell,
doutras linguas. Unha historia só pode aspirar a ser uni Guía das árbores de Galicia (adapt.)
versal se está encarnada nunha realidade concreta. Esa
é tarefa dos que escribimos, porque teño moi claro que
só se pode ser universal desde as propias raíces. Velaí o
reto: ser local para ser universal.
Agustín Fernández Paz, O rastro que deixamos (adapt.)
114
Unidade 5
A estrutura
A estrutura é a organización dun texto en partes, entre
as que se establece unha orde ou xerarquía. Dialogados
■■ A estrutura interna atende á distribución e xerarqui Representan o intercambio verbal de dúas ou máis
zación das ideas. persoas. A estrutura consta de: apertura ou saúdos,
introdución do tema, desenvolvemento, conclusión
■■ A estrutura externa atende á organización do texto
e peche coas fórmulas de despedida.
en capítulos, apartados e parágrafos.
Polo xeral, os textos seguen un esquema de tres partes:
introdución, desenvolvemento e conclusión. Descritivos
■■ Introdución. Formada por un ou varios parágrafos Detallan as características de obxectos, persoas, ani
coa tese que se vai expoñer. mais, sentimentos, etc. Na estrutura predomina a
O obxectivo é anunciar o tema e atraer a atención organización espacial, e distinguimos:
do lector. Pode presentarse cunha afirmación, pre ■■ Descrición típica. Expóñense as calidades dun
gunta, cita, anécdota, exemplos, etc. ser ou un obxecto. Aparecen conectores espa
■■ Desenvolvemento. Comprende o desenvolvemento ciais (detrás, dentro, ao redor).
das ideas e conceptos. O habitual é expoñer unha ■■ Comparación/contraste. Reproducen semellan
idea principal e reafirmala con ideas secundarias e zas e diferenzas entre dous seres ou obxectos.
mesmo terciarias. O autor pódese valer de defini Empréganse conectores que manifestan parale
cións, enumeracións, comparacións, citas, etc. lismo (así mesmo, igualmente…) ou contraste
■■ Conclusión. O parágrafo ou parágrafos de conclu (pola contra, non obstante…).
sión adoitan resumir os puntos principais, aínda ■■ Enumeración. Presentan seres, obxectos, etc.,
que tamén poden conter prognósticos de futuro ou con características comuns. Usan conectores de
interrogantes abertas en relación ao tema. paralelismo, contraste e distributivos (por unha
parte, por outra…).
Estruturas segundo o tipo de texto
Argumentativos
Narrativos
Dan razóns para defender ou refutar unha idea, tese
Relatan sucesos reais ou ficticios. ou formulación. A estrutura pode ser:
A estrutura básica é cronolóxica e responde á in ■■ Dedutiva. Parte dunha premisa xeral para extraer
tención de relatar feitos e acontecementos que se unha conclusión concreta (do xeral ao particular).
producen no tempo.
■■ Indutiva. Parte dunha argumentación con feitos
concretos para chegar a unha norma xeral que os
explique (do particular ao xeral).
Expositivos ■■ Encadrada. Defende unha tese inicial e reafírmaa
Informan ou explican obxectivamente sobre un coa conclusión final.
tema. A estrutura pode ser: ■■ Paralela. Presenta teses, que se van argumentan
do ao mesmo tempo.
■■ Causa-efecto. Analiza as causas e consecuencias
dun feito. Empréganse conectores de causa (por-
que, xa que, por mor de…) ou consecuencia (en 1 Subliña, fai un resumo e indica as ideas principais
consecuencia, así que …). e secundarias dos textos.
■■ Problema-solución. Propia de textos onde se 2 Sinala o tema dos textos e elabora un esquema
achegan solucións a situacións adversas (enfer numérico para o 1 e un de chaves para o 2.
midade, crise, desastre…).
3 Analiza a que tipo de estrutura responde cada un.
115
6 Clases
de palabras (4):
o verbo
Sobre a lectura
116
6
Unidade
1 Definición e estrutura
O verbo é a clase de palabras que permite concibir a realidade como unha
acción (navegar, estudar, comer, discutir...), un proceso (medrar, madurecer,
quecer, existir...) ou un estado (estar, quedar, ser, parecer...) que se atribúe a un
suxeito.
A ctividades
1 Analiza morfoloxicamente as seguintes formas verbais:
canto volvían viviu amade
queimemos sucedese falarás falaras
saírmos ririades liches cremos
torceu sorrín navegabamos conduciras
contamos saen fuxían arderon
vendese salvemos fuxe mentiron
creas intentaría recorden saia
117
2 As categorías verbais
Enténdese por categorías verbais as modificacións gramaticais que pode recibir o
verbo para expresar matices verbais, tales como o tempo, o modo, o aspecto e a
voz, ou compartidos con outras clases de palabras, como os de número e persoa.
Tempo
É a categoría que capacita o verbo para sinalar a relación entre o momento da enun-
ciación e o momento en que se produce a acción, o feito ou o proceso expresado.
■■ Tempos absolutos. Nos tempos absolutos, o instante da produción do discurso
é o punto de referencia; daquela, calquera acto simultáneo con relación a ese
punto esixirá un presente verbal (falo contigo); un pasado ou pretérito que ex-
prese a anterioridade (falei contigo), ou un futuro que indique a posterioridade
(falarei contigo).
■■ Tempos relativos ou formas referentes. Son as formas verbais que toman un
punto de referencia distinto do presente da enunciación. Nestes casos, a ante-
rioridade, simultaneidade ou posterioridade refírese a un momento do pasado
ou do futuro: antepretérito ou pretérito pluscuamperfecto, copretérito ou pre-
térito imperfecto, pospretérito ou futuro hipotético.
Díxenlle que non berrara tanto.
Dixo que o faría hoxe.
Atopeinos cando saían do cine.
118
6 Unidade
Aspecto
O aspecto alude á percepción que ten o emisor da acción verbal como algo re-
matado ou non.
■■ Aspecto perfectivo. Refírese á maneira en que o emisor percibe o transcurso da
acción verbal, como un proceso xa concluído: Lavei o coche.
■■ Aspecto imperfectivo ou durativo: refírese á percepción da acción verbal
como un proceso considerado no seu desenvolvemento, sen indicación do seu
remate: Lavaba o coche.
Modo
O modo refírese á actitude do emisor respecto ao expresado polo verbo como
algo real ou irreal.
■■ Modo indicativo. Alude á actitude do emisor con relación ao expresado polo
verbo e tamén á percepción da acción verbal como un acontecemento real, de
existencia obxectiva, efectivo:
Vou contigo ao cine.
Tiñan un paraugas vello.
■■ Modo subxuntivo. A percepción da acción verbal vese como algo irreal, subxec-
tivo, virtual:
Talvez vaia contigo ao cine.
Se tivesen un paraugas non se mollarían.
■■ Modo imperativo. É un modo verbal exhortativo para o mandato directo, que
só se conxuga en segunda persoa de presente:
Come.
Comprade un paraugas novo.
O verbo inclúe no seu significado nocións gramaticais expresadas nun mesmo
morfo (secuencia de fonemas con valor morfolóxico: canta-ba-s), que se manifiesta
nunha amálgama. Ese morfo denomínase morfema modo-temporal (MMT).
CI -ba- -e-
-re- -r-
Ø Ø -ra- -ría- -se- Ø
CII e -a- -rá- -a- -re-
CIII
Voz
A voz indícanos se o suxeito gramatical executa ou recibe a acción ou proceso
verbal.
■■ Voz activa. Neste caso o suxeito gramatical como axente:
Os turistas contemplan o monumento.
■■ Voz pasiva. Neste caso o suxeito gramatical como receptor da acción verbal:
O monumento é contemplado polos turistas.
■■ Voz media. Expresa un proceso no suxeito, sen ningunha acción:
Os turistas sorprendéronse.
119
Número e persoa
Número e persoa non son categorías exclusivas do verbo e veñen condicionadas
pola concordancia co suxeito.
■■ Número. Indica se o suxeito é un (singular) ou varios (plural).
■■ Persoa Sinala a quen se atribúe a acción ou proceso verbal: ao falante ou
conxunto no que se inclúe o falante (1ª persoa: canto, cantamos), ao oínte ou
conxunto no que se inclúe o oínte (2ª persoa: cantas, cantades), a entidade dife-
rente destas (3ª persoa: canta, cantan).
Os morfemas de número e de persoa son tamén expresados nun único morfo,
coñecido como morfema número-persoal (MNP).
FORMAS ESPECÍFICAS
Formas Indicativo
MNP Indicativo pretérito Indicativo Imperativo
comúns
Presente Futuro Presente
CII
CI e CIII
P1 -Ø -o -i -n -i
P2 -s -ches -Ø
P3 -Ø -u
(Formas (Formas
P4 -mos (Forma común)
comúns) comúns)
P5 -des -stes -de
P6 -n -ron
Formas amodotemporais
Non todas as formas verbais do galego poden recibir os morfemas de modo e
tempo. As chamadas formas nominais —o infinitivo, o xerundio e o participio—
son amodotemporais; mostran, con todo, un morfema aspectual (MA). O infinitivo
e, nalgún caso esporádico, o xerundio poden tamén recibir morfemas de número
e persoa.
A ctividades
3 Analiza morfoloxicamente as seguintes formas verbais. Segméntaas nos
seus constituíntes e indica o valor de cada un deles:
traducistes ten
trouxer veña
dea fomos
estou sei
son predispuxesen
comiches andaron
repuxen adurmiñaron
bailastes navegarían
limparemos sufrirán
120
6 Unidade
3 O sistema verbal do galego
3.1. A conxugación regular
Son verbos regulares aqueles nos que o radical non ofrece ningunha alteración
substancial en todo o paradigma, mantense invariable en toda a conxugación.
A vogal temática é un morfema gramatical que identifica a cal das tres conxuga- Na web
cións pertence o verbo. A primeira (CI) ten como VT -a; a segunda (CII), -e-, e a
terceira (CIII), -i-. Amplía a información sobre a
neutralización.
Algúns tempos e algunhas persoas son atemáticos e teñen como VT o morfema Ø.
Son a p1 do presente de indicativo e todas as persoas do presente de subxuntivo.
s s s
e
Ø Ø Ø
cant Ø deb viv Ø
a mos e mos mos
i
des des des
n n e n
■■ Pretérito (perfecto)
s s s
Ø Ø Ø
cant a ra deb e ra viv i ra
mos mos mos
n n n
121
■■ Copretérito (pretérito imperfecto)
s s s
Ø Ø Ø
cant a ba deb i a viv i a
mos mos mos
n n n
Ø Ø Ø
cant a deb e viv i
mos mos mos
ria ria ria
des des des
■■ Futuro
s s s
rá rá rá
Ø Ø Ø
cant a deb e viv i
mos mos mos
re re re
des des des
rá n rá n rá n
■■ Presente de subxuntivo
s s s
Ø Ø Ø
cant Ø e deb Ø a viv Ø a
mos mos mos
n n n
122
6 Unidade
■■ Pretérito (pretérito imperfecto) de subxuntivo
s s s
Ø Ø Ø
cant a se deb e se viv i se
mos mos mos
n n n
■■ Futuro de subxuntivo
re s re s re s
Ø Ø Ø
cant a deb e viv i
r mos r mos r mos
re n re n re n
■■ Imperativo
■■ Formas amodotemporais
■■ Infinitivo persoal
re s re s re s
Ø Ø Ø
cant a deb e viv i
r mos r mos r mos
re n re n re n
123
3.2. Algunhas particularidades da conxugación
■■ Son rizotónicas aquelas formas que levan o acento no radical: p1, p2, p3, p6
dos dous presentes (indicativo e subxuntivo) e p2 do imperativo.
■■ Son arrizotónicas as que non levan o acento no radical (todas as demais).
Con alternancia:
/ε/, /ɔ/ (abertos) nas p2, p3 e p6 do presente de ter, abster, deter, entreter, soster,
indicativo. obter...
/e/, /o/ (pechados) no resto do paradigma.
Excepcións:
– Crer, ler e deber teñen sempre timbre pechado.
– Quecer e esquecer, sempre aberto.
– Querer e poder (irregulares) levan timbre aberto nas rizotónicas e pechado nas
arrizotónicas.
Con alternancia:
/i/ nas formas rizotónicas e nas arrizotónicas do adherir, advertir, agredir, espelir, espir,
presente de subxuntivo. reflectir...
/e/ (pechado) no resto do paradigma.
124
6
Unidade
3ª Conxugación (CIII). Grupos da CIII con -u-, -o- como VR
125
3.3. A conxugación irregular
126
6 Unidade
T T’ T” T1
Verbo
Rad VT Rad VT Rad VT Rad VT
do- (só na
dar d- -a- d- -e- -Ø- de- -Ø-
p 1)
facer fac- fa- -e-/-Ø- fix- -e-/-Ø- fa- -Ø-/-i- fag-* -Ø-
ha- (na p 1
haber hab- -e- houb- -e-/-Ø- -Ø-/-i- hax- -Ø-
he-)
se- (só na
saber sab- -e- soub- -e-/-Ø- -Ø- saib- -Ø-
p 1)
esto- (só na
estar est- -a- estiv- -e-/-Ø- -Ø- este- -Ø-
p 1)
ter t- -e- tiv- -e-/-Ø- t- ten teñ- -e-/-Ø- teñ-* tiñ-** -Ø-
ser s- -e- fu- fo- -Ø-/-i- so-/e- -Ø- sex- er-** -Ø-
va- (na p 1
ir i- -Ø- fu- fo- -Ø-/-i- -Ø-/-i- vai- -Ø-
vo-)
vir v- -i- v- viñ- -i-/-e- v- ven veñ- -e-/-Ø- veñ-* viñ-** -Ø-
127
A ctividades
4 Explica o tipo de irregularidade que afecta ás seguintes formas verbais e
constrúe enunciados nos que interveñan, como mínimo, dúas delas:
advirta, tiveran, dei, quixo, vin, vou, eras, traian, tosen, sirvo
128
6 Unidade
4 Algúns valores dos modos e tempos
É habitual que os tempos verbais expresen valores temporais ou modais distintos
dos propios. Por exemplo, cando queremos preguntar de forma educada empre-
gamos o pospretérito: Poderíame dicir onde queda a rúa Salgueiros?; ou podemos
utilizar o presente como imperativo, Agora mesmo fas os recados que che dixen.
Nestes casos dicimos que hai un uso desprazado do tempo verbal. Na seguinte
táboa, podes ver os máis habituais.
MODO INDICATIVO
TEMPO VALORES
129
MODO SUBXUNTIVO
TEMPO VALORES
Futuro Linguaxe proverbial e frases feitas: Comer, segundo houber. Sexa como for.
A ctividades
9 Tenta explicar as diferenzas de significado e os distintos valores que se
manifestan entre os seguintes enunciados:
–– Fai o que teñas que facer./Fai o que tiñas que facer. /Fai o que tes que facer.
–– No ano 1972 a axitación social é moita./No ano 1972 a axitación social
era moita./No ano 1972 a axitación social fora moita.
–– Se cho dá, cólleo./Se cho dera, cólleo./Se cho dera, collíalo.
–– Dixo que cando estaba en Cuba, vivía mellor./Dixo que cando estivese
en Cuba, viviría mellor./Dixo que cando estea en Cuba, vivirá mellor.
–– Oxalá aprobe todo./Oxalá aprobase todo.
130
6
Unidade
5 Formas nominais ou amodo-temporais
No sistema verbal galego existen unhas formas amodo-temporais, é dicir, que
non expresan valores modais nin temporais; trátase do infinitivo, o xerundio
e o participio.
5.1. O infinitivo
Morfema
Morfema
Tema verbal de número e persoa
aspectual (MA)
(MNP)
-r- -Ø P1
-re- -s P2
Radical -Ø P3
+
vogal temática -r- -mos P4
-des P5
-re- -n P6
131
Uso habitual do infinitivo conxugado
Nas construcións reflexivas e con verbos Fixemos un novo baño para duchármonos no
pronominais. verán.
Queres oír.
Cando está rexido por verbo modal (querer,
Podes dicir o que queiras.
poder, deber) co mesmo suxeito.
Debes facer o que che mando.
Esperamos verte.
Cando o infinitivo é CD do verbo principal.
Temo atopala.
5.2. O xerundio
124
6 Unidade
5.3. O participio
Participios irregulares
Algúns verbos regulares teñen o participio irregular (abrir – aberto, escribir – es-
crito, morrer – morto); tamén hai verbos irregulares con participio irregular (dicir
– dito, facer – feito, poñer/pór – posto, ver – visto).
Participios dobres
Algúns verbos teñen dúas formas para o participio, unha regular e outra irregular.
Polo xeral, as formas regulares úsanse nas perífrases verbais como elemento auxiliado:
Con este tempo, non dá secado a roupa.
Mentres que as formas irregulares úsanse como atributo (está seco), como predi-
cativo (chegou canso) ou como adxacente dun nome (luz acesa).
A ctividades
12 Transforma os seguintes enunciados introducindo convenientemente os
infinitivos conxugados.
–– Os obxectivos do curso son proporcionarlles aos alumnos novas estra-
texias para mellorar os seus resultados académicos.
–– Hai demasiados condutores denunciados por conducir baixo os efectos
do alcohol.
–– Ás veces deixan pasar gratis aos cativos para dar ánimo aos xogadores.
–– Fan un traballo continuo cos cans para proporcionarlles a seguridade de
que non lles vai pasar nada e para adestrar o seu olfacto para detectar e
recoñecer os distintos tipos de drogas.
133
A ctividades
–– Os xardíns estaban descoidados, e as rúas daban a impresión de estar
intransitables.
–– Nese equipo as desavinzas chegan ao extremo de estar os xogadores vi-
xiados pola directiva, e adestran mesmo os sábados, sen se poder negar.
–– Como se pode comprobar, Camos e A Ramallosa, malia pertencer ao
mesmo concello, son ben distintas.
–– Ao non entenderse ben entre eles, os rapaces decidiron dedicarse a ou-
tra cousa.
–– Sen chegar a desculpalos, entendemos que, por veces, é comprensible
a súa conduta.
–– Esas achegas son moi importantes, ao deixar de ser meras esmolas para
converterse en fontes sólidas de financiamento.
–– Para vir enfadada, mellor que quedaras na casa.
–– Por non coller as mazás en tempo, viñeron moitas estragadas.
–– Para chegar a tempo, tedes que saír cedo.
134
6Unidade
6 As perífrases verbais
As perífrases verbais son formas verbais complexas que presentan unidade Na web
formal, significación conxunta e función única.
Amplía a información sobre as
perífrases.
As perífrases expresan modificacións da idea central do verbo que non poden ser
conseguidas por medio das formas normais da conxugación. Ocupan unha posi-
ción moi próxima ás formas do paradigma verbal e constan de:
verbo auxiliar
(elemento de relación)
Forma persoal que achega verbo auxiliado
indicacións xerais de número e
persoa e especiais de tempo,
+ Preposición ou conxunción.
Non é necesario en todas as + Forma non persoal que
achega o significado léxico.
perífrases.
modo, aspecto e voz.
Ir + infinitivo
Pode achegar tamén valor de intencionalidade, Vou dicir unha cousa.
disposición, orde ou mandato
Querer + infinitivo
Esta construción só é perífrase cando ten valor
Parece que quere nevar.
de «acción a piques de acontecer»; adoita
aparecer con verbos referidos á meteoroloxía.
Non se deben confundir as formas perifrásticas Teño máis que facer. Teño que facer máis.
ter/haber que + infinitivo con outras Hai algún obstáculo que superar. Hai que
construcións semellantes nas que ter e superar algún obstáculo.
haber son verbos transitivos plenos e levan
complemento directo:
Poder + infinitivo
Podían ser as seis da mañá.
Só é perífrase cando indica probabilidade.
135
Perífrases aspectuais
136
6
Unidade
Perífrases reiterativas (expresan a reiteración dunha idea verbal)
Perífrases terminativas (expresan unha acción que se achega ao seu termo) Na web
Chegar a + infinitivo O reo chegou a confesalo todo. Elabora un mapa mental sobre
os tipos de perífrases.
Vir (a) + infinitivo Ao final veuse a saber a verdade.
Perífrase pasiva
Ser + participio (de verbo transitivo) A ponte do río Bibei foi construída entre o
114 e 119 d. C.
A ctividades
16 Sinala cando forman perífrase e cando non os verbos dos seguintes exem-
plos. Indica o valor das perífrases que atopes:
–– Quere saber se vai poder vir os sábados agora que deixou de traballar.
–– Hai que ter un detalle con eles. Deberiamos de ser máis xenerosos.
–– No arquivo parroquial hai gardados uns documentos antiquísimos.
–– Parece que quere cambiar o tempo. Mentres non dea en chover máis...
–– Así que Antía vén sendo sobriña nosa. Tíñache pensado moito nesa po-
sibilidade.
–– Daquela houben casar con ela, se dera atopado un traballo axeitado.
137
Repaso da unidade
Lectura
Correr en Cambridge
Cambridge é unha cidade con moitos corredores e se cadra débese a que é a terra onde se celebra o Maratón de
Boston. Á beira do río Charles acondicionouse un camiño para corredores onde se pode correr a vontade até onde
se queira e cantas horas se queira. Non obstante, hai que ter coidado coas bicicletas que veñen dende atrás a moita
velocidade, porque é un camiño compartido cos ciclistas. Hai fendas no chan aquí e aló, polo que hai que estar atentos
para non tropezarmos. Ter que agardar diante dun semáforo lento tamén pode ser coma unha balde de auga fría. A
pesar diso, é unha ruta moi agradábel.
Cando corro, escoito sobre todo música rock. Ás veces tamén escoito jazz. Mais para compaxinar co ritmo da carrei-
ra, a música máis adecuada, a que máis me gusta, é o rock. Adoito escoitar cousas como os Red Hot Chili Peppers,
Gorillaz, Beck, ou algo máis vello, como Creedence Clearwater Revival ou os Beach Boys. Prefiro música que teña un
ritmo sinxelo. Hoxe en día hai moitos corredores que utilizan o iPod, mais eu prefiro o Mini-Disc, ao que estou afeito.
En comparación co iPod é un pouco grande e a capacidade da información é notabelmente menor, mais a min ché-
game ben. Polo de agora non quero mesturar a música coa informática, igual que non mesturo a amizade e o traballo
co sexo.
Como mencionei antes, en xullo corrín 310 km. Houbo dous días de chuvia e dous días nos que non puiden correr polo
traslado. E tamén houbo días de calor sufocante. Considerando todo isto, correr 310 km sería “correr rigorosamen-
te”. A medida que o traxecto aumentou, diminuíu o meu peso corporal. En dous meses e medio baixei catro quilos
e desapareceron as chichas que comezaban a amosarse ao redor da cintura. Imaxinade irdes á carnicería, mercardes
catro quilos de carne e voltardes á casa con iso na man. Creo que pode dar unha impresión real do peso. Ao pensar
que se estivo a vivir con ese peso no corpo, séntese algo complicado. Na miña vida en Boston non podo prescindir
dos quintos de cervexa (Summer Ale de Samuel Adams) nin dos Dunkin’ Donuts, mais o que prevalece ao final é o
exercicio tenaz de cada día.
Haruki Murakami, Do que estou falando cando falo de correr
A ctividades
1 Analiza morfoloxicamente e indica o valor de sería «correr rigorosamente». Desapareceron
cada un dos constituíntes do verbo en celebra, as chichas que comezaban a amosarse.
acondicionou, utilizan, hai, mercardes.
4 Repara nos infinitivos conxugados do texto
2 Sinala a vogal temática en corro, escoito, quei- e indica se se trata de casos obrigatorios ou
ra. Sen modificar o tempo verbal, substitúe os usuais.
morfemas de persoa e número en corro, prefiro
e sente e explica as modificacións que se pro- 5 Busca as perífrases verbais que hai no texto e
ducen na vogal radical. Estamos ante verbos explica o seu significado.
regulares ou irregulares?
138
Unidade 6
1
Unidade
En
Nalaweb
web
Autoavalíate completando o mapa
conceptual.
Esquema
O verbo
Clase de palabras que permite concibir a realidade como unha acción, un proceso ou un estado que se
Definición
atribúe a un suxeito.
Función sintáctica Constitúe o predicado.
Estrutura morfolóxica Tema (radical e vogal temática) + morfemas flexivos (tempo, modo, aspecto, número, persoa).
Categorías verbais
Tempos absolutos: presente, pretérito, futuro.
Indica a relación entre a enunciación e o momento da
Tempo Tempos relativos: antepretérito, copretérito,
acción, feito ou proceso expresado.
pospretérito.
Aspecto Percepción de rematado ou non rematado Perfectivo e Imperfectivo.
Actitude do emisor respecto ao expresado polo verbo
Modo Indicativo, Subxuntivo e Imperativo.
como algo real ou irreal
Indica se o suxeito gramatical executa ou recibe a
Voz Activa, Pasiva e Media.
acción ou proceso
Número Indica se o suxeito é un (singular) ou varios (plural).
Persoa Sinala a quen se atribúe a acción ou proceso verbal (falante, oínte ou outro).
Particularidades Alternancias na vogal radical (vogal do lexema sobre a que recae o acento
fónico nos presentes, nas formas do singular e na terceira do plural; e no
im¬perativo, na segunda do singular).
Conxugación irregular Modificacións no tema e modelos diverxentes dos considerados regulares.
Perífrases verbais
Expresan modificacións da idea central do verbo.
Estrutura Verbo auxiliar + elemento de relación + verbo auxiliado
Temporais futuridade e inminencia.
Modais obrigación, hipótese, dúbida.
Valores e formas
Aspectuais imperfectivas, perfectivas, incoativas, reiterativas, terminativas.
Pasivas
139
Comentario de textos
Galicia é máis caníbal
«Madrid escríbese con V de Vigo». Moitos recordarán Por suposto, non faltan alusións aos factores ambien-
aquela iniciativa política do concello galego en 1986, tais. «O noventa por cento do tempo está chovendo,
fletando un tren desde a capital cheo de xentes da así que pecharte nun local e facer ruído tampouco é
contracultura do momento, e que se considera como unha mala opción», afirma Alberto Martínez.
o momento que marcou a defunción da Movida. Pasa- Toño Rodríguez manifesta que en Galicia «sempre hou-
ron case trinta anos, pero parece que no subconsciente bo iniciativa, supoñemos que por combinar isto dunha
colectivo segue permanecendo a idea de que, dentro poboación envellecida, o paro e a falta de futuro, coas
do underground galego, non volveu a haber unha xera- ganas de facer cousas» e engade que, «tamén hai moi-
ción como aquela: a de Golpes Baixos, Os Resentidos, to interese por crear espazos alternativos, lugares sub-
Siniestro Total ou Aerolíneas Federales. terráneos pero con moita curiosidade».
Con todo, o presente dentro das músicas máis ou me- Pero isto non é algo exclusivo de Galicia, a cultura espa-
nos subterráneas, é máis saudable que nunca na zona ñola estase repregando cara ás provincias. Pero operar
noroeste, de onde están agromando algúns dos grupos desde esa esquina da Península tamén arrastra inconve-
máis interesantes do país: Triángulo de Amor Bizarro, nientes. Prácticamente todos os artistas entrevistados
Novidades Carminha, Terbutalina, Unicornibot, Jane inciden nas dificultades económicas e de dispoñibilida-
Joyd, Disco Las Palmeras, When Nalda Became Punk... de laboral que supón o ter que desprazarse para tocar
Pero, a que se debe esta proliferación de grupos de tan en Madrid, Barcelona ou zonas máis afastadas.
alta creatividade en Galicia?
Outros, en cambio, atopan vantaxes no feito de crear
«Eu creo que máis aló de que hai moita xente querendo desde o illamento: «Podemos facer só o que nos gusta,
facer música, o poder gravarse a un mesmo baratamen- e sobre todo podemos facer o que queiramos ao noso
te e distribuílo por internet é o que fixo que todo se dis- ritmo. Tamén nos libramos da sobreexposición dunha
parase», reflexiona Rodrigo Caamaño. «Non vai tanto cidade grande.» Diego Castro afirma que «a periferia
tempo, se querías gravar tiñas que pasar polas mans de crea unha certa ansiedade por saír ao mundo».
alguén. Isto reducía a experimentación e os intentos de En termos similares maniféstase Toño Rodríguez: «Mola
atopar o teu propio son. Agora, ao saír tantos grupos estar un pouco afastado das grandes cidades porque
da nada é cando se forma unha pequena infraestrutura alí vai todo moi rápido e as modas pasan voando. Aquí
de salas, público e xente que traballa con poucos me- cultivouse, grazas a moitas bandas e promotores heroi-
dios pero que teñen o máis importante: tempo e certa cos da pasada década, unha xeración de xente curiosa,
sensibilidade». con ganas de ver o que vén de aí fóra. A desgraza é
Jorge García alude ao valor da proximidade e ao «si que desde fai un par de anos todo o mundo ten que
que se pode» cando afirma: «Nestes anos ves que te- marchar de aquí fuxindo da miseria. Hai que buscar a
ñen éxito bandas que podes atopar na rúa ou coas que receita para seguir facendo cousas interesantes desde
compartes local de ensaio. Entón dis: ‹Se eles chegaron Galicia podendo comer todos os días. É todo un reto.
arriba, por que non imos seguir o seu exemplo?›, e iso Pero ninguén dixo que fose fácil, non?».
tamén animou a moitas bandas locais». David Saavedra, en www.metropoli.com (trad. e adapt.)
140
Unidade 6
O obxectivo fundamental do comentario crítico consis- ■■ Contrastar os coñecementos do texto cos propios.
te en xulgar as ideas expostas nun texto polo autor e ■■ Non utilizar o texto como pretexto para elaborar
elaborar unha valoración persoal razoada. un discurso alleo ao tema.
Trátase basicamente de expresar a nosa conformidade, ■■ Evitar o subxectivismo, desterrar os prexuízos e fuxir
desconformidade ou de realizarmos as oportunas mati- da polémica gratuíta ou dos comentarios.
zacións acerca das ideas expresadas, así como destacar
■■ Non confundir o comentario crítico cun comentario
a súa oportunidade, orixinalidade e/ou o seu interese.
literario ou lingüístico: as análises lingüísticas, lite-
rarias ou estruturais están de máis.
Fases
■■ Facer un esquema ou borrador previo. 1 Resume o contido do texto.
■■ Facer o resumo, indicar o tema e comprender a 2 Realiza un esquema das ideas expostas no texto or-
estrutura. denándoas segundo o contido.
■■ Utilizar a estrutura expositiva-argumentativa, pois 3 Ponlle outro título ao texto e indica a tese ou infor-
o comentario crítico é un texto orixinal do alumno; mación básica que se expón.
en consecuencia, débese organizar nestas tres par-
tes: introdución, corpo argumentativo e conclusión. 4 Explica que se entende por: contracultura, defunción,
subconsciente, agromar, experimentar, ambiental, al-
■■ Evitar defectos de forma como a pobreza expre-
ternativo, repregar, periferia e reto.
siva, reiteracións, faltas de ortografía, uso impro-
pio do rexistro idiomático, etc. 5 Enumera os argumentos para explicar a proliferación
de bandas musicais en Galicia.
Nun comentario crítico debemos: 6 Elixe calquera dos argumentos expostos e intenta
■■ Manifestar con orde os puntos de vista sobre o tema. amplialo con novas ideas e/ou matices.
141
7 O adverbio,
a preposición
e a conxunción
Instituto de Monelos
O de Monelos foi o primeiro instituto mixto de Galicia,
nun barrio fronteirizo, onde os novos bloques de viven-
das sociais lindaban cos campos de maínzo.
Unha revolución. Un frenesí. Ás veces viñan en grupo
alumnos de colexios privados, relixiosos, para ver aquel
espectáculo. O de saírmos xuntos das aulas mozos e
mozas. Os pantalóns de campá, as primeiras minisaias.
Mais, sobre todo, a excitación de estarmos xuntos.
Trazar de súpeto unha conexión coa ollada, mentres o
profesor Caeiro explica o debate esencial que atrave-
sa a historia. Ou es Parménides. Todo permanece. Ou
es Heráclito. Todo flúe: nunca nos bañamos no mesmo
río.
Eu corría cara alí. Iría mesmo os domingos, se non o
pechasen. Pasei sete anos no instituto mixto, os seis
de bacharelato e o curso de orientación universitaria.
Estaba na ladeira do monte, entre prados e leiras, tras
a igrexa de Oza. Os primeiros anos pouco máis era que
un galpón, de paredes e tellado liviáns, sempre con
aire de pavillón provisorio, pero que loitaba bravamen-
te contra a tempestade. Que será de Heráclito, Parmé-
nides e da moza que se bañaba no río?
Manuel Rivas, As voces baixas, (extracto)
Sobre a lectura
142
7
1 O adverbio
Unidade
O adverbio é a clase de palabras que constitúe o núcleo da frase adverbial
cuxa función máis característica é a de complemento circunstancial.
■■ Desde o punto de vista léxico, o adverbio serve para achegar precisións espa-
ciais, temporais, de modo ou cantidade, conformidade, dúbida ou discordancia.
■■ Desde o punto de vista morfolóxico, o adverbio non ten variación de xénero
nin de número.
Certos adverbios, porén, poden admitir os graos diminutivo (vive cerquiña de
aquí) e superlativo (fixémolo rapidísimo).
Constituínte oracional
A función básica do adverbio é a de núcleo dunha FAdv. que funciona como com-
plemento circunstancial (CC) dentro da oración. Pode aparecer con preposición
(traballaron desde onte) ou sen ela (chegarán mañá).
A FAdv. na que se integra pode desempeñar estas funcións oracionais:
Funcións
Atributo (Atr.) O valado está moi ben.
Constituínte de frase
A un nivel inferior, o adverbio pode funcionar dentro doutra frase como modifi- Na web
cador (Mod.) do núcleo (N); é dicir, como complemento dun adxectivo, na frase
adxectiva; doutro adverbio, na frase adverbial; ou dun substantivo, na frase subs- Amplía a información sobre o
tativa. adverbio como modificador
oracional.
Funcións
unha estrelamar moi vermella
Mod. do N na FAdx. Mod N
Unha blusa estreita de máis
N Mod
143
1.2. Clasificación do adverbio
A clasificación dos adverbios pódese facer desde distintos puntos de vista. Así
podemos facer unha clasificación formal, atendendo á orixe ou semántica.
Clasificación formal
Formal Na web
Simples ben, máis, hoxe… Amplía a información sobre a
clasificación do adverbio.
Compostos antonte, outrora, debaixo...
Atendendo á orixe
Adverbios primarios
aquí, alí, xa, agora...
Son adverbios desde as súas orixes.
Clasificación semántica
De lugar
Interrogativos onde, u
144
7
Unidade
De tempo
antano, hogano
trasantonte, antonte, onte, hoxe, mañá, pasadomañá
antes, outrora, (antano), agora, arestora, despois, outrora
aínda, xa
mentres, namentres, entrementres
entón, daquela, antes, despois, logo, axiña, cedo, tarde
*Cedo e logo admiten o sufixo -iño con valor intensificador: Ata loguiño!
Interrogativo cando
145
De cantidade
tanto~tan
case~casemente, case que
ben, logo
abondo, algo, medio, bastante, canto, máis, menos, mesmo~mesmamente, moito~moi,
pouco, todo
só, xusto, xustamente, medio Na web
*Algúns adverbios acabados en -mente (escasamente...) manteñen certo valor modal. Amplía a información sobre
*Os adverbios mesmo, pouco, xusto admiten o sufixo -iño a distinción entre adverbios,
preposicións e conxuncións.
Locucións
de menos, de máis, de sobra, de todo, a medias, dabondo
adverbiais
De modo
así, como
paseniño, engorde
asemade (ao mesmo tempo)
ben, mellor, mal, peor
gratis, secasí (de calquera maneira)
rapidamente, fortemente, lentamente, mansamente, doadamente, lixeiramente...
talmente, outramente (doutro xeito/ por outra parte)
Modalizadores
Exclamativos case
146
7Unidade
Outros
Numerais ordinais en -mente: primeiramente... ultimamente,
finalmente
O numeral «primeiro»: Primeiro faino, despois xa veremos.
De orde As formas logo e despois.
Locucións: ao primeiro, de primeiro~de primeiras, ao comezo,
ao principio, ao último, por último~por últimas, ao remate, ao Na web
final, ao cabo
Elabora un mapa mental sobre
Inclusivos mesmo, incluso, ata, tamén, ademais, só, soamente, a clasificación do adverbio.
e exclusivos unicamente, simplemente, fóra, enriba, encima.
Introducen un elemento
dunha serie Locucións: por riba, a maiores, de por parte
147
A ctividades
1 Substitúe as oracións subordinadas adverbiais por adverbios ou locucións
adverbiais sen modificar substancialmente o significado:
–– Fala coma se o perseguisen.
–– Chegamos cando xa rematara todo.
–– Iremos vela cando pasen dous días.
–– Fixo a lámina de debuxo como a faría meu irmán de dous anos.
–– Estivemos falando coma se non nos viramos desde hai moito tempo.
–– Entraron no momento en que comezaba a función.
–– Fala sen interrupción, chega a cansar de verdade.
–– Miña avoa todos os días dá o seu paseo.
–– Para rematar en xullo debes traballar de forma continuada.
–– Non debes coller a froita da árbore sen escoller.
148
7Unidade
2 As preposicións
As preposicións son morfemas independentes invariables. A súa función é a
de servir de nexo de subordinación entre dous elementos dunha oración: un
antecedente e o seu complemento.
2.1. Funcións
149
2.2. Formas e valores
As preposicións máis usuais son: a, agás, ante, ata, baixo, cabo, canda, con, con-
tra, de, deica, desde, en, entre, malia, para, perante, por, segundo, sen, so, sobre,
tras.
Tamén poden funcionar como preposición outras formas: canda, conforme, conson-
te, diante, durante, excepto, fóra, mediante, menos, onda, salvo, senón, tirante.
A ctividades
4 Sinala nestes enunciados todas as preposicións simples e as locucións pre-
posicionais.
–– Para volver tivemos que dar volta pois chovía a cachón.
–– Encol da mesa está o libro de María.
–– Non imos contigo por mor do meniño que ten un arrefriado.
–– Houben de caer coas présas.
–– Sempre é mellor facer de máis que de menos.
–– Faino secasí e logo xa o revisaremos.
150
7
Unidade
3 As conxuncións
As conxuncións son morfemas independentes invariables. Funcionan unica-
mente como nexo sintáctico de coordinación ou de subordinación entre dous
elementos da mesma oración ou dúas oracións.
3.1. Funcións
151
3.2. Valores
Distributivas xa... xa, ben... ben, que... que, ora... ora Na web
mais, pero, senón (que), aínda que, aínda así, non obstante, así e Elabora un mapa mental sobre
Adversativas
todo, con todo os valores das preposicións e
das conxuncións.
Valores das conxuncións subordinativas
Completivas que, se
Condicionais se, con tal que, conque, a non ser que, a menos que, agás que
porque, como, pois, xa que, posto que, por causa de que, por mor
Causais
de que
así que, conque, de xeito que, polo tanto, de maneira que, xa que
Consecutivas
logo, logo, tan... que, tanto... que
aínda que, mesmo que, a pesar de que, malia que, por máis que,
Concesivas
por moito que, ben que
antes que, despois que, apenas que, así que, logo que, sempre
Temporais que, desde que, cada vez que, ata que, cando, cando queira que,
entrementres, mentres tanto
como, segundo, tal (e) como, conforme, de modo que, de xeito que,
Modais
como queira que
152
7 Unidade
A ctividades
6 Indica os valores das preposicións e das conxuncións que aparecen nos se-
guintes enunciados.
–– Era unha culler de prata.
–– Viñeron comer todos á casa polo entroido agás o Roberto, que estaba na
Arxentina.
–– Cando chegaches ti, eu estaba no parque cos amigos.
–– Curros Enríquez naceu en Celanova en 1851.
–– Dixo que non quería saber máis de nós.
–– Se queres vir, avísanos con tempo; se non, podes quedar sen entrada.
–– Acollémonos naquel mosteiro en ruínas porque chovía con forza.
–– Ou ri como unha tola ou chora como unha madalena.
–– Desde que a vin actuar no Teatro Principal de Santiago non a podo sacar
da cabeza.
–– Deica mañá, foi o último que lle escoitei dicir; así que non creo que o ato-
pes nin na oficina nin no garaxe.
–– Sairei no barco aínda que teña que volver axiña porque se vai levantar
moito vento.
–– Antes de marchares, bótalle un ollo á caldeirada.
–– Sairemos todos xuntos conforme quedamos onte á noite.
–– Non podo saír por mor deste arrefriado.
–– Onde queira que vaias, heite de atopar.
–– Non puidemos entrar, malia que chegáramos só cinco minutos tarde.
–– Non me importa erguerme cedo, non obstante os sábados durmo un pou-
quiño máis.
153
Repaso da unidade
Lectura
New York la Nuit
Cometín o erro este sábado de saír polo East Village cunha camiseta que consiste nunha grande torre Eiffel que avanza
polo meu corpo, sinalando o colo, ou o queixelo, ou a cara. A xulgar polas reaccións dos americanos, o que sinalaba
era o meu indubidábel mal gusto. Primeiro, no metro, un home dixo algo mirando cara a min con moi mala cara, pero
non o entendín. Será un dos típicos raros neiorquinos, pensei, que xa me tardaba dar con algún. Despois, cando es-
tabamos tentando entrar nun local no que había unha cola interminábel, outro rapaz miroume con noxo e dixo (iso si
que o entendín): «French girls, puag!» Tiven que darme por aludida, sobre todo tendo en conta que aí a maior parte
da xente pensa que son francesa (pobres, non saben eles que os franceses aínda falan inglés peor ca min). Non hai
caso, dixen para min, hoxe non ligo nin pagando.
Desde logo, maldita sexa a miña sorte: levo media vida renegando de París, de Francia e dos franceses, criticándolles
ata o mínimo dos detalles que fixeron que aquel ano meu na cidade da luz fose por momentos un desastre e por
momentos, unha fantasía. E resulta que agora chego a Nova York, réndome aos seus pés, marabíllome con cada un
dos nomes das súas esquinas, exerzo de pro-newyorker tragando en inglés Sex and the city e Friends e lendo os dous
únicos sábados e domingos que estou aquí The New York Times, paseo por Central Park, falo inglés ata cos hispanos...
E todo para que me chamen francesa.
É tremendamente inxusto.
Pero tamén me aledo no fondo da alma de que a eses mesmos inxustos que dicían «French girls, puagh!» lles cobra-
sen douscentos dólares por entrar no local de moda no Village, mentres que eu e os meus amigos entramos gratis.
Por que? O segurata da porta, un negrazo alto con ollos verdes, era da Martinica. Mirou para os meus dous amigos,
mirou para min, mirou para a camiseta, sorriu e dixo en francés: «Binvenus à New York». E por unha vez na miña vida,
aledeime de que París me deixase no corpo un punto afrancesado. Sorrinlle ao tipo ao que eu e mais a miña camiseta
lle dabamos noxo, e pasei. Aproveitei a conxuntura para plantarlle ao segurata un indubidábel bico francés, que creo
que agradeceu horrores.
Aínda que dentro soaba, creo lembrar, David Bisbal, eu ía lembrando na miña cabeza aqueloutra noite de París, cando,
fartas da cidade e dos seus habitantes, tres tolas españolas fomos cantando por outros tantos quilómetros ao longo
do Senna, entre Saint-Michel e o Quai d’Orsay, New York, New York, para susto e noxo dos parisienses engreídos que
atopamos no camiño.
Inma López Silva, New York, New York
A ctividades
1 Analiza morfoloxicamente e indica o valor de 5 Localiza no texto algunha locución preposicional.
Busca os adverbios que hai no texto e clasifí-
caos desde o punto de vista formal, atendendo 6 Atopa tres conxuncións coordinativas e outras
á orixe e desde o punto de vista semántico. tres subordinativas e sinala os seus valores.
2 Que función desempeña cada un deles na frase 7 Na primeira oración do último parágrafo, subs-
ou na oración na que se insiren? titúe «Aínda que» por outra palabra sen cam-
biar o significado.
3 Substitúe no texto a palabra «gratis» por unha
locución adverbial. Na web
4 Analiza sintácticamente a frase «moi mala cara». Repasa os conceptos esenciais da unidade.
154
Unidade 7
1
Unidade
En
Nalaweb
web
Autoavalíate completando o mapa
conceptual.
Esquema
O adverbio
Definición O adverbio é o núcleo da frase adverbial e sintacticamente complemento circunstancial.
Achega precisións espaciais, temporais, de modo ou cantidade.
Características léxicas
Non ten variación de xénero e número.
e morfoloxicas
Algúns adverbios admiten gradación.
Complemento predicativo
Na oración Atributo
Complemento preposicional ou suplemento
Funcións
Modificador do núcleo da frase nominal, da frase adxectiva ou da
Na frase substantiva.
Modificador oracional
Simples: ben, máis, hoxe…
Formal Compostos: antonte, outrora, debaixo...
Locucións adverbiais: en fronte, a contramán, de balde...
Primarios: aquí, alí, xa, agora...
Segundo a orixe
Secundarios: claramente...
Clasificación Lugar: aquí, aí, alí...
Tempo: entón, daquela, antes, despois, logo, axiña...
Cantidade: abondo, algo, medio, bastante, canto...
Semántica
Modo: así, como, paseniño, engorde...
Modalizadores: acaso, quizais, ao parecer, polo visto...
Outros: mesmo, incluso, ata, tamén, ademais
As preposicións
Definición Son morfemas independentes variables.
Preposicións simples: a, con, para, de...
Forma
Locucións preposicionais: cara a, cabo de, encol de...
Empréganse como nexo de subordinación entre dous elementos da oración.
Funciona como marca dalgúns constituíntes da frase ou da oración: modificador, atributo, CD, CI, C.
Funcións Prep., C. Ax.
Pode perder o seu papel sintáctico e integrarse en perífrases, locucións adverbiais, locucións
conxuntivas, preposicionais, sintagmas lexicalizados.
Proximidade, causa, causal enfático, temporal, exclusión, aproximación, dirección, superioridade
Valores
espacial, oposición, substitución, causal.
As conxuncións
Definición Son formas independentes variables.
155
Comentario de textos
A fraga de Cecebre Os susbstratos móbiles
As árbores exercitan distracións; tan inocentes coma Os animais que se instalan nos niveis intermareal e in-
elas mesmas, que non coñecen o mal. Especialmente fralitoral utilizan para fixarse mecanismos e recursos
gústalles cantar, e cantan en coro as poucas cantigas de ancoraxe moi variados. Van dende un notable des-
que lograron compoñer. Como todas as plantas aman envolvemento do pé que adoita a función de áncora,
intensamente a auga e a gabala dedican as súas mello- como no caso dos moluscos bivalvos, ata a formación
res sinfonías, que son dúas e podédelas oír en todos os de estruturas máis ou menos ríxidas como os tubos dos
bosques do mundo: unha imita o ruído da chuvia sobre poliquetos, pasando pola capacidade escavadora de
a ramaxe e a outra copia o balbor dun mar distante. moitos crustáceos.
Algunha vez, na penumbra dunha arboreda, sorprende- A todo isto engádese que a auga aquí é un factor li-
ríavos o son dunha bategada que, distante ao principio, mitante co que a capacidade de drenaxe dos distintos
vai achegándose ata pasar sobre a vosa cabeza; mira- tipos de area condiciona decididamente a colonización.
des ao ceo polos intersticios do verdor, e está limpo L. Rodríguez, C. González, O. García, :
e azul: nin unha pinga descende a humedecer a terra, Guía ecolóxica do litoral galego
mais o son continúa e afástase e volve... se daquela ob-
servades as pólas, veredes follas estremecidas coma a
gorxa dun cantor.
O Cavaleiro da Saia Mal Tallada
W. Fernández Florez, O bosque animado Por estas novas que isso Glingain foi a reiña tan confor-
tada ca ben criia ela que llo non diria se non fosse ver-
Dada dade, mais la fazenda de don Trista era en outra guisa
ca el dissera aa reiña. E a reiña se confortou muito, que
Dada nace da oposición ao expresionismo que co seu
logo foi guarida e tornada en sua beldade toda.
culto sentimental da subxectividade e a súa linguaxe
formal dos sentimentos non rompe coa estética tradi- Libro de Tristán
cional como queren os artistas do Dada.
O movemento Dada tivo o punto de partida en Zurich, Sinbad
en 1916, onde se enfrontan á ideoloxía académico-dog- Sinbad é alto, apeitado, e ten andar de muita gravedá,
mática da pequena burguesía suíza, intelectuais emigra- aínda que teña a perna dereita un chisco máis curta que
dos das máis diversas orixes, marcados polo destino da a esquerda; ten barba branca moi mesta e sin partir, e
primeira guerra mundial. Vanse expresar nas veladas da- cáse tódolos xoves coa navalla de pulso faille un arre-
daístas do Cabaret Voltaire, que inicia o escritor Hugo dondo, e pra que se volva na punta pon polas noites
Ball xunto coa súa amiga Emmy Hennings, os pintores brizadoras de pausanto. Gasta sempre turbante de dril
Arp, Richter e Janco, e os poetas Huelsenbeck e Tzara. tirando a marrón, i é mui encellado,e por debaixo da
K. Thomas, Hasta hoy, (trad. e adapt.) silva pilosa amosa a i-alma pólos grandes ollos mouros.
A. Cunqueiro, Se o vello Sinbad vólvese ás illas
O orfo
Edgar Allan Poe converteuse na imaxe mesma do poète
Little Galicia
maudit, da alma maldita, do vagamundo. O seu foi un
destino moi duro, e a súa vida resultou case insoporta- Aurelia aprendera a coser na Terra Chá, coa Raiola de
ble. Desde o momento do seu nacemento non deixa- Lanzós. Entón, o seu padriño regaloulle unha Singer
ron de choverlle golpes. tras unha demostración na Escolástica.
En certa ocasión dixo que «para revolucionar de repen- Chegou a Londres nos 70 por mediación dun familiar.
te a esfera do pensamento humano universal», chegaba Como moitas, púxose a traballar no servizo dun hotel.
con «escribir e publicar un libro moi breve. Con un título Mais non tardou en conseguir que a súa agulla e a súa
moi sinxelo, unhas poucas palabras: ‘O meu corazón alferga fosen habituais nas boutiques máis luxosas de
espido’. Pero ese libro debía ser fiel ao seu título». Poe South Kensington; en meterlle un chisco na cintura a un
non escribiu nunca tal libro, pero a súa vida aseme- vestido de Lady Di, facerlle un chaleco a Rod Steward
llouse bastante. ou arranxarlle un pantalón a Kate Moss.
P. Ackroyd, Poe, Una vida truncada, (trad. e adapt.) Xaime Varela , “Little Galicia”, Revista Luzes, nº5
156
Unidade 7
Precisar se se trata dun texto oral ou escrito; litera- ■■ No espazo: procedencia do autor e a influencia
rio (poesía ou prosa) ou non literario (xornalístico, na obra; trazos dialectais, etc.
educativo, divulgativo...).
Así mesmo, tamén se debe indicar: Tipificación do texto
■■ Forma do discurso predominante: descrición, Nos textos ensaísticos, literarios e xornalísticos as
narración, exposición, argumentación, diálo- formas do discurso predominantes son a exposi-
go... ción e a argumentación. Os tipos de exposición
habituais son:
■■ Expresión lingüística: enunciativa, interrogati-
va, exclamativa, imperativa, desiderativa, dubi- ■■ Secuencial ou narrativa: organízase temporal-
tativa. mente ou conforme o proceso.
■■ Función lingüística que domina no texto que ■■ Descritiva: ten organización espacial, lóxica (de-
imos analizar: representativa (ob xec
tividade), dutiva / inductiva) ou comparativa-contrastiva.
expresiva (subxectividade), apelativa (uso co- ■■ Argumentativa: combina a exposición e a argu-
loquial), poética (connotación), metalingüística mentación con explicacións, análises de causas,
(obxectividade). consecuencias, posibles solucións, etc.
■■ Nivel de lingua: culto, medio, popular ou vulgar.
■■ Rexistro lingüístico: formal, coloquial. 1 Identifica, localiza e tipifica, segundo as indicacións
■■ Tamaño: texto completo ou fragmentario. vistas e da forma máis completa posible, os textos
da páxina anterior.
157
8 Historia
da lingua:
2 ata o século viii
Malum arbor
O home aliméntase de mazás desde tempo inmemo-
rial, posto que apareceron restos identificables en vi-
vendas lacustres prehistóricas.
Coa forma malum, Dioscórides nomea moitas froitas:
o marmelo, o pexego, o melocotón e outros froitos
carnosos. Do mesmo xeito, Plinio trata de diferenciar
os distintos tipos de froita, malum, segundo o lugar
de procedencia. A mazá convértese así no punto de
referencia porque é a froita por excelencia, a primeira
de todas. As demais non son senón variedades que te-
ñen en común a carnosidade, e niso todas se parecén
á mazá.
A proba máis chamativa témola no modo co que Santo
Isidoro vai presentando as árbores froiteiras. Comeza
pola maceira, malum, e di que os gregos chamárona
así porque é o froito máis redondo de todos os que
existen, e de aí que as auténticas mazás sexan as total-
mente redondas. Segue co marmelo, Mala cydonia, o
granado, Malum punicum, o pexego, Malum persicum,
etc. É curioso observar como coa simple adición dun
adxectivo a mazá vaise convertendo en diferentes froi-
tas que nada teñen que ver con ela.
Rafael García Mahíques, «Malum arbor».
O código semiolóxico da mazá (trad. e adapt.)
Sobre a lectura
158
8
Unidade
1 Formacion da lingua galega
Toda lingua ten a súa orixe noutra anterior da que é unha variedade tópica ou
dialecto (do grego τοπικο′σ derivado de το′ποσ, «lugar»).
Así, o galego, o portugués, o castelán, o catalán, o francés, o provenzal, o italiano,
o romanés, etc., son dialectos románicos, romances ou neolatinos; é dicir, varie-
dades xeográficas do latín vulgar (latín falado). Este, á súa vez, é unha modalidade
de carácter coloquial ou familiar do latín, chamado polos romanos sermo vulgaris,
na que se incluían as variedades populares de uso cotián.
O galego é o resultado da evolución no noroeste da Península Ibérica do latín vul-
gar, traído polos colonizadores romanos nos séculos ii e i a. C. Para entendermos
a evolución do galego con relación á dos outros romances, hai que ter en conta:
■■ A distancia que separaba o noso territorio da metrópole (Roma).
■■ Os diferentes momentos na colonización e o grao de penetración.
■■ O nivel de instrución dos axentes da latinización (lexionarios, funcionarios...).
■■ Os estratos lingüísticos orixinados polos desprazamentos dos pobos coas súas
culturas e linguas.
Substrato Na web
Chamamos substrato á influencia dunha lingua nativa ou indíxena sobre outra Amplía a información sobre a
lingua implantada no mesmo territorio; así, o substrato lingüístico galego fórmano formación da lingua galega.
as linguas que se falaban en Galicia antes da chegada dos romanos, e que desapa-
receron coa implantación do latín.
Adstrato
Falamos de adstrato para referirnos á recíproca influencia entre linguas veciñas ou
que conviven nun mesmo territorio. Por exemplo, a influencia do castelán sobre a
fala galega e a do galego sobre o castelán que se fala en Galicia.
Superestrato
Chamamos superestrato á influencia exercida sobre unha lingua autóctona por
unha lingua invasora. Por exemplo, a influencia das linguas xermánicas ou árabes
sobre o latín vulgar de Galicia entre os séculos v e ix.
A ctividades
1 Fai un esquema das linguas faladas hoxe na Península, atendendo á orixe.
159
2 O período prerromano
Baixo o nome de período prerromano englóbanse os séculos previos á chegada
da cultura e da lingua latina, é dicir, o que vén ser a nosa prehistoria. Nesta eta-
pa, a imaxe que ofrecía Galicia era a dunha serie de pobos mesturados, ágrafos,
carentes de unidade lingüística e cultural, sen cohesión política e con frecuentes
enfrontamentos entre si. As súas linguas reciben o nome xenérico de linguas pre-
rromanas ou prerrománicas. Acerca destes pobos e das súas falas, é moito o que
ignoramos e moi pouco o que sabemos con certeza.
A chegada do latín á Península marca o comezo dun proceso de asimilación cul-
tural. O resultado máis salientable será a paulatina eliminación das linguas preexis-
tentes e a posterior unidade lingüística promovida pola imposición do latín.
O substrato prerromano, isto é, o conxunto de trazos que deixaron as linguas
autóctonas prerromanas, ía influír notablemente no peculiar «acento» do latín em-
pregado nas distintas zonas da Hispania. O romance galego parece manifestar un
acusado substrato celta, aínda que moitas voces célticas puideron chegar a nós
incorporadas xa no propio latín.
As linguas prerromanas deixaron vestixios fundamentalmente na toponimia e no
léxico común referido a certos aspectos materiais e a esferas elementais da vida
cotiá (nomes de plantas, accidentes orográficos, útiles rudimentarios...).
Constitúen trazos atribuíbles ao substrato prerromano: Na web
–– O mantemento da raíz carr-: carrapucho, carrasca...
Amplía a información sobre a
–– O mantemento da raíz mor-: amorodo, morote... influencia das linguas prerro-
–– O sufixo -asc-, -usc-: Tarasca, Viascón, Ledusco... mánicas na formación do ga-
lego.
–– O sufixo derivativo nominal -ego: galego, labrego...
–– Os topónimos rematados en -obre, -abre, -ebre: Baiobre, Laxobre, Alcabre, Ce-
cebre... parecen denotar orixe céltica.
–– Algunhas voces como: balsa, barro, cigarra, laxe, parra...
–– Ténselle atribuído orixe celta a voces como: baraza, beizo, berce, bidueiro, billa,
boroa, braña, bugallo, burato, callao, centola, colmo, croio, escombro, gancho,
rodaballo, tona, tranca...
160
8 Unidade
3 A romanización
Chamamos romanización ou latinización ao proceso histórico de asimilación e
incorporación dos pobos ibéricos ao mundo cultural romano.
A romanización esténdese desde a chegada das lexións romanas, no transcurso
da segunda Guerra Púnica (séculos iii-ii a. C.), ata a desintegración do Imperio Ro-
mano (século v).
O conxunto de pobos que habitaba a Península Ibérica adoptou a cultura e a lin-
gua latina traída por lexionarios, colonos, comerciantes e funcionarios imperiais.
A romanización foi un proceso gradual e non simultáneo. A da Gallaecia produ-
ciuse desde a Baetica, onde a incorporación do latín fora anterior e máis intensa,
e onde se falaba unha lingua máis culta e arcaizante. Podemos recoñecer tres mo-
mentos no transcurso desta asimilación cultural:
■■ Ata fins do século i a. C.: Primeiro momento, caracterizado pola hostilidade
contra o pobo invasor por parte das tribos autóctonas.
■■ Desde o 29 a. C. ata o século iii da nosa era: A poboación indíxena comeza a
manifestar o seu desexo de aspirar á cidadanía romana. Nesta situación, o latín
é a lingua de prestixio e aparecen as primeiras inscricións latinas na Gallaecia.
■■ A partir do século iii: Imponse o latín vulgar como lingua oficial en todo o te-
rritorio, da que se orixinará o idioma galego. Comeza a decadencia Imperio e
xorde a palabra Romania para referirse ao conxunto de pobos vinculados pola
civilización latina.
Aínda que a romanización da Gallaecia parece ser serodia e estar relacionada coa
difusión e triunfo do cristianismo, é innegable que chegou a ser completa e que
borrou ou diluíu calquera vestixio lingüístico anterior.
A ctividades
4 Localiza no mapa físico de Europa as áreas xeográficas das linguas románicas.
O CÉ
ANO
O
G LA
NC
C IA L
ÁRT I C O
A
MAR B R
M AR DE
NO RU EG
A
O
C
T I
N
O
Á
IC
L
M AR
LT
T
DO NO RT
B
E
A
MAR DE R
IRLANDA MA
O
N
A
É
C
O
R
MA ZOV
A
DE
CAN MAR
TÁB
RIC
O
RO
NEG
M
AR
R
MAR MA
LIGUR
A
R
D
IÁ
TI
CO
MAR
TIRRENO
M A R MAR
161
4 Do latín vulgar ao galego portugués
A decadencia do Imperio Romano vese acentuada pola presión dos pobos xer-
mánicos sobre as súas fronteiras. A impotencia militar de Roma ante esa presión
facilita o espallamento dos pobos «bárbaros» polas antigas provincias romanas e
precipita a ruptura administrativa, cultural e lingüística.
O latín evolucionará dando orixe a dialectos que, á volta dos séculos, se conver-
terán nas linguas románicas. Dun deses dialectos, o romance galaico, xurdirá o
galego-portugués medieval, antecedente directo dos actuais galego e portugués.
Na etapa que vai desde o século v ata o século ix nacerán as actuais linguas pe-
ninsulares (agás a lingua vasca ou éuscaro). Nese intervalo de tempo, prodúcense
novas migracións que se traducirán en influencias lingüísticas; son os chamados
superestratos.
162
8
Unidade
4.2. Superestrato árabe
A invasión árabe tivo un papel capital no desenvolvemento das linguas romances Na web
peninsulares, pois precipitou o proceso de diferenciación do latín vulgar.
O romance galego foi estendéndose cara ao sur conforme a «Reconquista» ía Amplía a información sobre o
superestrato árabe.
gañando terreo, e deste modo orixinouse o galego-portugués.
A cultura árabe comprendía saberes moi avanzados, tanto no eido artístico e no
agrícola, como no da técnica e no da ciencia; por iso, a achega léxica árabe foi moi
enriquecedora para os dialectos hispano-romances.
É probable que moitos dos vocábulos desa orixe que temos no galego chegasen á
nosa lingua a través das linguas veciñas, e non directamente desde o árabe.
Con todo, o léxico árabe no noso idioma é copioso. Vexamos algúns exemplos:
–– Agricultura e gandería: cenoria, albeitar, maquía...
–– Construción: alicerce, albanel, azotea, alicate, toldo...
–– Administración: alcalde, alcaide, alférez...
Na web
–– Ciencia: cifra, algoritmo, cénit, alquimia, xarope, álxebra, quintal, arroba...
–– Agricultura e gandería: arroz, albarda, alforxa, aceite, laranxa, albeite, acea, Elabora un póster sobre a orixe
e evolución da lingua galega
algodón, limón...
ata o século v.
–– Outros: xinete, regueifa, tambor, alfombra...
–– Topónimos: A Almuzara, A Mezquita, Sada...
–– Expresións e interxeccións: oxalá, de balde, ala!...
Indoeuropeo
Preceltas (800 a. C.) De Polonia a Apulia; de Romanía ás fontes do Loira.
(i milenio a. C.)
LATÍN VULGAR
SUPERESTRATO
Xermánico
Suevos (411 a 585)
(sécs. v a viii)
Influencia lingüística escasa; latinización.
Visigodos (585 a 711)
163
A ctividades
5 Clasifica nomes dos teus compañeiros cun dicionario de nomes.
1
Así no orixinal; talvez se trate dunha gralla de imprenta e debería lerse «E cadernas de arca, e ca-
dernas de couso» onde cadernas serían as pezas curvas de madeira, a xeito de costelas, que forman
a estrutura dun barco e arca e couso, estribor e babor respectivamente.
164
8 Unidade
5 Formación histórica do léxico galego
O noso léxico procede fundamentalmente do latín vulgar. Non todas as palabras
foron introducidas na mesma época e, polo tanto, non todas sufriron a mesma
evolución. Segundo este criterio, distinguimos entre palabras patrimoniais, semi-
cultismos e cultismos.
Ademais das voces de procedencia latina, o léxico galego enriquécese con ache-
gas doutras linguas, os préstamos; e coa creación de novas palabras, os neoloxis-
mos.
5. 1. Palabras patrimoniais
5. 2. Semicultismos
165
5. 3. Cultismos
Conservación de -p-, -t-, -c-: popular, Evolución a -b-, -d-, -g-: pobo, estado,
estatal, acuoso. auga.
Presenza dos diminutivos -icula, -iculo, Evolución a -illa, -ella, -illo, -ello, -ollo:
-oculo, etc.: partícula, monóculo. partilla, pontella, cortello, ollo.
Conservación dos grupos -ult-, -alt-: Evolución destes grupos a -oit-, -out-:
multitude, altruísmo. moito, outro.
166
8 Unidade
Pares léxicos
Os pares léxicos son formas patrimoniais e cultas que derivan dun mesmo étimo
latino. Tamén pode suceder que dun mesmo étimo deriven unha forma patrimo-
nial, unha semiculta e unha culta, tal como vemos na táboa seguinte.
A ctividades
8 Clasifica os seguintes termos en:
a) voces patrimoniais
b) semicultismos
c) cultismos
chuvia crego artigo illa ínsua
artello capítulo computar glándula comer
branco segredo pleno perigo feito
prata chamar secreto gato cobra
167
Repaso da unidade
Lectura
Morgún
Aquel exército ensanguentado noso, sen bandeiras nin cornos de combate que nos anunciasen, unicamente prece-
dido polo cheiro a bravú e a carnificina, atravesou o país de lado a lado, desde as altas montañas do leste até a gran
chaira, desde o mar dos Britóns até a terra enxoita do sur cruzando os grandes ríos. Cabalgamos e estendemos sangue
sobre a neve silenciosa e sobre a auga da ribeira do mar estrondoso.
Eu, ademais das artes da guerra, xa usaba das artes da astucia e miraba de facerlles ver a conveniencia de atacar aque-
las fortalezas que eran aliadas do usurpador, pois a miña intención era facerlle todo mal. E así atacamos e incendiamos
o castro de Viladonga, o de Castrelos, o de Lug e o de Castromao.
A nosa sona sanguenta camiñaba no vento diante nosa, así que cando chegamos ao de Barcelos saíronnos ao paso,
para amansar a nosa furia, emisarios con xoias, cervexas e viandas sabedoiras que nos detiveron no camiño. Os emi-
sarios viron a nosa alegría e apartáronse a contemplar o noso gozo infantil. Mais, logo que comemos e bebemos e
folgamos, eu vin que a nosa hoste era vencida con aquelas mañas, os guerreiros deitados bébedos baixo os carballos,
as armas abandonadas. Morgún durmía con sono pesado como un rapaz, aquel rapaz que seguía a ser no seu corazón.
E comprendín que aquilo era a perdición da nosa hoste, estabamos a mercé dos inimigos se querían atacarnos. Así
que fun xunta os emisarios que acampaban perto e agardaban a noite, e coa miña espada degoleinos. A un que esca-
paba dacabalo para alertar ao castro alanceino cunha frecha que o deixou cravado contra un ameneiro espernexado.
Velei o campamento. Cando os guerreiros foron espertando, falei con Morgún, expliqueille o que pasara e entón el
fixo acordar a patadas os que aínda durmían e montou dacabalo o primeiro sen darnos tempo a seguirlle o paso.
Cabalgamos detrás do seu cabalo pálido, da súa figura enorme e brillante de furia. Vino falarlle á espada e logo, dun
golpe no peito da súa montura xigantesca, derrubou o portal de madeira e ferranchos e cun só golpe a súa espada
poderosa torou as cabezas dos trinta gardas. Cando chegamos onda el era tanta a mortaldade que corría o sangue
a rego polo chan. Sen baixar do cabalo subiu o rueiro principal entre as pallozas até o alto do castro e o pazo real e
entrou na sala do trono, onde sorprendeu ao rei cando estaba a armarse para saír ao combate. Xa tiña a espada levan-
tada sobre a cabeza real cando eu detiven o golpe coas palabras máxicas que me aprendera miña nai.
Suso de Toro, Morgún
A ctividades
1 En que período da formación da lingua galega 6 Investiga a etimoloxía de carballo, cervexa, cas-
situarías as escenas que recolle o texto? Razóao. tro e guerra e asígnaas a cada un dos estratos
da lingua galega.
2 Aínda que está escrito en galego, que lingua
cres que falarían os personaxes do relato? 7 Pazo é unha voz patrimonial do galego. Qué
cultismo forma un par léxico con esta palabra?
3 Como foi a relación dos pobos castrexos cos
invasores romanos?. 8 Que tipo de palabra é emisario se temos en
conta a súa evolución desde o latín. E chaira?
4 Explica a influencia das linguas de substrato na
formación da lingua galega
168
Unidade 8
1
Unidade
En
Nalaweb
web
Autoavalíate completando o mapa
conceptual.
Esquema
Historia da lingua (1) ata o século VII
Formación da lingua O galego, o portugués, o castelán, o francés, etc., son dialectos románicos: variedades xeográficas do
galega latín vulgar (latín falado).
Substrato linguas que se falaban en Galicia antes da chegada dos romanos.
influencia recíproca entre linguas veciñas ou que conviven nun mesmo
Adstrato
Estratos territorio.
influencia exercida sobre unha lingua autóctona por
Superestrato
unha lingua invasora.
Período prerromano
Comprende os séculos previos á chegada da cultura e a lingua latina.
As linguas prerrománicas eran as linguas faladas polos pobos que habitaban Galicia antes da chegada
Contextualización
dos romanos.
O proceso de asimilación implica a desaparición das linguas prerrománicas.
Raíz carr-.
Raíz mor-
Sufixo -asc-, -usc-.
Influencia do substrato
Sufixo derivativo nominal -ego
sobre o latín
Topónimos rematados en -obre, -abre, -ebre.
Balsa, barro, cigarra, laxe, parra...
Posible orixe céltica de: baraza, beizo, etc.
Romanización
Proceso histórico de asimilación e incorporación dos pobos ibéricos ao mundo cultural romano. Desde
Definición
os séc. II-III a.C. ao séc. V.
Ata fins do século I a. C. caracterízase pola hostilidade contra o pobo invasor.
Fases Desde o 29 a. C. ata o século III da nosa era, o latín convértese na lingua de prestixio.
A partir do século III, imponse o latín vulgar como lingua oficial en todo o territorio.
169
Comentario de textos
O vello que sabía os segredos do mar Ía saltando de tema en tema cunha axilidade mental
e cunha deriva nos razoamentes que só as mentes en
Boas tardes. Cando isto escribo, o dez de abril do 2007,
exercicio permanente posúen.
veño de asistir a unha conferencia magnífica, tanto polo
seu poder de evocación como pola apertura das fron- Finalmente, para confirmar que os científicos de expe-
teiras da percepción científica. O conferenciante non riencia son necesarios para relacionar conceptos, para
era outro que Sidney Holt; un biólogo inglés que xa achegar experiencias, para avanzar teorías, para anali-
pasou a barreira dos oitenta anos. zar hipóteses e para avaliar camiños a seguir, non sexa
que pretendemaos agora redescubrir a roda, a pólvora
Para orientar os biólogos que me escoitan, direi que
mollada ou o Mediterráneo.
formou parella con Thomas Beverton, na autoría do fa-
moso modelo de xestión das poboacións de peixes, o Refírome, por extensión, aos profesionais de experien-
chamado modelo de Berverton e Holt. cia que utilizan regularmente o seu intelecto, sexa na
ciencia ou na artesanía, no cultivo empírico do campo
Queda todo dito, un pioneiro. Para os non biólogos,
ou na súa capacidade de erguer do mar peixes e maris-
dicir que é un investigador de elite, de barba branca e
cos, na investigación social ou mesmo na política.
bandullo en tambor, de sorriso fácil e mente derivativa.
Agora que está tan na moda política invocar a xuventu-
O título da conferencia programada era o desenvol-
de deste ou daquel candidato, se cadra sería tempo de
vemento do concepto de sustentabilidade na explo-
reflexionar, de construír equipos que trapasen as estú-
tación das poboacións de peixes. Comezou facendo
pidas barreiras das idades, que xunten a forza xestora
bromas, que é o que os científicos fan para presentar
dos máis novos coa experiencia estratéxica dos máis
amablemente as súas teorías e para testar o público.
veteranos.
Logo, partindo das teorías de Malthus, explicou a súa
relación con Marx, as múltiples refutacións desa teoría Por hoxe máis nada, que xa falei abondo. Eu, xa ven,
que fala do crecemento exponencial ilimitado; de como dunha conferencia sobre sustentabilidade nas pescas ti-
Xapón comezou o negocio da caza das baleas no An- rei a conclusión de que a auténtica paridade na xestión
tártico para soster os gastos militares que lle ocasiona- do dominio público non é unha cuestión de sexos, se-
ba a ocupación da Manchuria; de como na pesqueira nón de idades. Mais non se me contenten coas análises
do fletán, nas costas do Pacífico, as licenzas danse por alleas e extraian as súas propias conclusións, que así os
tres días ao ano; de como, nunha reunión un ministro quero intelixentes e espelidos, felices e diferentes
francés apareceu con dúas tixolas, unha grande e outra Xavier Queipo, Felices e diferentes
moito máis pequena, para explicar a diferenza entre os
pescadores de linguado franceses e os pescadores de
solla ingleses; de como, tras a segunda guerra mundial,
os daneses tiñan bloqueado a xestión integral do Mar
do Norte, dos buracos negros que aínda persisten na
teoría do quentamento climático referidos a tres pará-
metros importantes: o intercambio de dióxido de car-
bono no mar, a evolución real das grandes masas de
xeo e a cobertura media das nubes...
Tamén falou daquel principio da mecánica clásica que
refire que cando se exerce unha forza sobre un corpo
este desenvolve unha forza oposta en intensidade e de
sentido contrario (a famosa lei de acción-reacción).
Pasou de seguido a relacionalo coa lexislación pesquei-
ra (forza de acción) e o comportamento dos pescadores
(forza de reacción) de xeito que cada vez que se lexisla
un tamaño de malla, unha área de veda, unha redución
de días de mar, os pescadores desenvolven sempre
unha reacción a esa nova medida, pois o seu obxectivo
é sempre o mesmo, o máximo rendemento.
170
Unidade 8
O corpo argumentativo
O corpo argumentativo consiste, por unha banda, en
discernir a actualidade do tema, a ideoloxía do autor Opinión persoal e valoración dos datos.
e a adecuación da forma ao fondo; por outra, en ofre- Trátase de expresar a nosa conformidade, descon-
cer unha opinión persoal e valorar os datos ou feitos formidade ou de matizar as ideas expresadas, ar-
referidos no texto. gumentando convenientemente o noso discurso.
Debe ocupar a maior extensión e abarcar os parágrafos No desenvolvemento deste apartado debemos:
centrais do comentario. ■■ Dar a opinión e ofrecer unha valoración persoal
sustentada con argumentos.
Actualidade, ideoloxía e adecuación. ■■ Manifestar o criterio e postura persoal sobre o
tema ou temas tratados.
En primeiro lugar hai que precisar o tipo de texto
e o tema: cultural, humanístico, científico, técnico, ■■ Realizar o comentario dalgunha das ideas secun-
social, político, económico, xurídico, administrativo, darias máis interesantes.
sentimental...
En segundo lugar débese valorar a orixinalidade
e o interese das ideas expostas, e discernir a ideo-
1 A seguir, le texto e realiza as seguintes tarefas:
loxía subxacente. 2 Busca o significado das palabras subliñada.
Para desenvolver este apartado debemos verificar: 3 Resume o texto e elabora un esquema.
■■ Actualidade e orixinalidade do tema: universali- 4 Sintetiza o contido e ponlle outro título.
dade ou localismo. 5 Identifica, localiza e tipifica o texto.
■■ Tratamento do tema: obxectivo, subxectivo ...
6 Comenta a actualidade e a orixinalidade do tema e
■■ Validez das argumentacións. do seu tratamento
■■ Intención do autor e finalidade do texto. 7 Sinala a intención do autor e a finalidade do texto.
■■ Adecuación da forma elixida á intención do au- 8 Comenta a validez das argumentacións.
tor.
9 Expón razoadamente a túa opinión persoal acerca
■■ Relación do texto con outros textos coñecidos.
das ideas expresadas no texto.
171
9 Historia
da lingua:
séculos ix a xix
Códice Calixtino
Despois, pasada a terra de León e os portos de monte
Irago e monte Cebreiro, atópase a terra dos galegos.
Abunda en bosques, é agradable polos seus ríos, os
prados de extraordinarios verxeis e riquísimos poma-
res, as boas froitas e as claras fontes; pero escasa en
cidades, vilas e sementeiras. Escasea o pan de trigo
e o viño, pero é abundante en pan de centeo e sidra,
ben abastecida en gandos e cabalerías, en leite, mel e
en peixes de mar grandes e pequenos; é rica en ouro,
prata e en tecidos e peles silvestres, e noutras riquezas,
e mesmo é moi abundante en valiosas mercadorías sa-
rracenas. Os galegos acomódanse moito mellor que as
demais poboacións españolas, de atrasados costumes,
ao noso pobo galo, se non for porque son moi iracun-
dos e litixiosos.
Detrás da fonte está, tal como dixemos, o paraíso
(adro), lousado de pedra, no que, entre os emblemas
de Santiago, véndense as cunchas dos peregrinos. Ta-
mén se venden alí botas de viño, zapatos, mochilas de
pel de cervo, bolsas, correas, cintos e herbas medici-
ñais de todo tipo e demais especias, así como outros
moitos produtos. Os cambistas, mesoneiros e outros
mercadores están na rúa Francíxena. A extensión do
paraíso é de un tiro de pedra por cada lado.
Códice Calixtino. Libro V, capítulos vii-ix (extractos)
Sobre a lectura
172
9Unidade
1 A Baixa Idade Media: galego antigo
As linguas románicas acadan a madurez a partir do século viii, aínda que hai di-
ferenzas respecto do momento no que aparecen os primeiros textos escritos de
cada unha. A máis precoz é o francés (a lingua de oïl), que ten documentos de
mediados do século ix.
Os primeiros documentos escritos en galego datan de finais do século xii. A
partir dese momento, Galicia vive un brillante período literario que coincide coa
época dourada de Compostela como foco dinamizador da vida social e cultural
da Europa meridional. Desde finais do século xiv ábrese unha paréntese de tres
séculos de decadencia.
Neste esquema móstranse as etapas nas que se pode dividir o galego antigo.
Etapa
primitiva Consérvanse documentos nun latín moi corrompido que
ou preliteraria constitúen o chamado galego protohistórico.
(sécs. ix a xii)
Galego
antigo Época Coincide co esplendor da nosa
(séculos trobadoresca literatura medieval: Escola lírica
ix a xv)
Etapa do (1200-1350) galego-portuguesa.
galego escrito
(sécs. xiii a xv) Época Coincide coa decadencia da nosa
postrobadoresca literatura medieval: Escola lírica
(1350-1500) galego-castelá.
O Códice Calixtino é un
manuscrito de mediados do
século xii. Está formado por
cinco libros e dous apéndices: o
libro IV narra o descubrimento
da tumba de Santiago por
parte de Carlomagno; o libro
V é unha especie de guía
para os peregrinos que van a
Compostela.
Na imaxe, unha miniatura
desta obra que representa
os cabaleiros de Carlomago
dirixíndose a Compostela.
173
O período medieval do galego esténdese ao longo de setecentos anos de nor-
malidade lingüística, exactamente desde o século ix ata o século xv; se ben, esta
normalidade comeza a verse ameazada no último treito do século xv.
A lingua falada neste longo período recibe o nome de galego antigo ou galego-
portugués.
Nesa longa etapa, o galego era un dos idiomas romances máis prestixiosos da
Península Ibérica, no que foran educados, ademais dos antigos reis de Galicia
e dos reis de Portugal, moitos monarcas de Castela e León. Tamén era a lingua
escollida por algúns poetas foráneos para as súas composicións líricas, amorosas
ou satíricas.
A totalidade da sociedade galega era monolingüe, isto é, expresábase en toda
circunstancia e ante calquera interlocutor en idioma galego, xa que este colmaba
as necesidades e satisfacía as intencións comunicativas de todos os membros da
comunidade, calquera que fose a súa orixe ou condición.
O portugués
O portugués consolídase como lingua oficial da corte portuguesa desde o primei-
ro momento da existencia do reino de Portugal.
Nas centurias seguintes, será levado polos navegantes e conquistadores lusos a
distintos lugares de África, Asia e América por onde se estenderá.
O galego
Por contra, o galego experimentará a partir do século xv un acusado proceso de
marxinación en Galicia que practicamente o deixará reducido á condición de dia-
lecto rústico e iletrado ata o albor do século xix.
A desigual fortuna das variedades portuguesa –con recoñecemento oficial e
estandarizada desde o medievo– e galega –desprestixiada e vulgarizada ata a
estandarización contemporánea– servirá de base para que o galego sexa conside-
rada como unha lingua diferente do portugués.
174
9
Unidade
1.2. Periodización do galego antigo
175
O galego antigo desde 1350
Desde mediados do século xiv, a situación cultural e lingüística do reino empeo-
ra. O noso país, baixo o influxo dunha forte inercia castelanizadora que afecta a
toda a clase dominante galega, ve como todos os esforzos de construción cultural,
política e social de carácter autónomo van fracasando ata deixalo a mercé das po-
tencias peninsulares en ascenso (León e, sobre todo, Castela).
Así as cousas, Galicia acaba converténdose nun satélite do reino castelán. Ao estar
integrada no reino de Castela, Galicia non ten chancelería nin corte de seu que
favoreza a oficialización da lingua.
O galego cede ao castelán o seu terreo como lingua de uso habitual na adminis-
tración e na redacción de todos os documentos elaborados no noso territorio.
176
9 Unidade
O final da Idade Media
A partir de 1350, o papel de Galicia no ámbito dos reinos peninsulares perde importancia.
En dúas ocasións, e por un motivo semellante (conflito dinástico), boa parte da nobreza
autóctona verase obrigada a claudicar ante a chegada dunha clase aristocrática foránea que virá
«para hacerse carne y sangre de las mejores, y para cargar con los más pingües empleos, así
eclesiásticos como civiles», en palabras do Padre Sarmiento.
A primeira, na segunda metade do século xiv, provén do enfrontamento polo trono de Castela
entre Pedro I e o seu irmán Henrique de Trastámara. A nobreza laica galega decántase por
D. Pedro, que resulta derrotado. A consecuencia foi a penetración en Galicia do primeiro foco
diglósico, xa que ata entón o castelán só se empregaba nos escritos procedentes da corte de
Castela, mais non nos que se orixinaban dentro do territorio galego.
A segunda, a finais do século xv, prodúcese pola loita sucesoria entre a filla de Henrique IV de
Trastámara, Xoana a Beltranexa e Isabel a Católica. A derrota de Xoana, que contaba co apoio
da nobreza galega, orixina unha nova «invasión» da aristocracia castelá.
Este será o comezo do período coñecido como séculos escuros ou, con máis propiedade, galego
medio, que estudaremos no apartado 2 desta unidade.
A ctividades
1 Redacta un texto no que resumas, en doce liñas aproximadamente, os as-
pectos máis destacables do período medieval na historia do galego.
3 Repara nas dúas versións, medieval e actual, dos textos seguintes e indica as
principais diferenzas lingüísticas que atopas entre as dúas versións. Elabora
un cadro clasificándoas segundo a súa natureza: gráficas, fonéticas, morfo-
sintácticas e léxicas.
b) Os omees devem a teer e a guardar lealdade a el rei, assi som teudos de a teer
e a guardar a seus filhos e a sas filhas.
b’) Os homes deben ter e gardar lealdade ao rei, como están obrigados a tela e
gardala aos seus fillos e fillas.
c) Conta a estoria que, pois que o bõo cavaleiro se partiu de Persival, uum dia l’he
av~eo que a ventura o levou per ante unm castelo, u havia unm torneo forte e
maravilhoso; e havia i gram gente de ~ua parte e da outra, e dos da Mesa Re-
donda havia i muitos, ~uus que ajudavam os de dentro, e outros os de fora, e
nom se conheciam polas armas que haviam cambadas.
c’) Conta a historia que, despois de que o bo cabaleiro marchou de onda Per-
cival, un día aconteceulle que a ventura o levou diante das portas dun cas-
telo, onde tiña lugar un torneo forte e marabilloso. Había alí moita xente
dunha e doutra parte; tamén había moitos dos da Mesa Redonda, uns que
axudaban aos locais e outros aos de fóra, e non se recoñecían polas armas
porque as cambiaran.
177
2 A Idade Moderna: galego medio
Como consecuencia da uniformidade política, administrativa e relixiosa imposta
polos Reis Católicos nos reinos peninsulares, o castelán convértese en Galicia na
única lingua oficial para a administración civil e eclesiástica, e compartirá co latín
o carácter de lingua da cultura.
O galego perderá os seus usos formais desde os comezos da Idade Moderna
(principios do século xvi); aínda que seguiu sendo a única lingua da maior parte
da poboación, especialmente das clases populares e de algunha da nobreza au-
tóctona. O galego reduce o seu ámbito de uso aos rexistros coloquiais da vida
cotiá.
Ao longo dos séculos xvi, xvii e xviii o castelán esténdese por todo o segmento
superior da pirámide social, un sector da poboación minoritario pero dominante,
que impón gustos e modas, que ten acceso á cultura e que ocupa os postos de
responsabilidade na política, na igrexa, na xustiza, na milicia, na universidade,
etc.
A principios do século xix, as clases máis acomodadas das cidades e das vilas e, en
menor medida, a fidalguía rural, estarán castelanizadas.
Os séculos xvi, xvii e xviii constitúen o período do galego medio, o máis de-
licado na historia da nosa lingua, pois a cultura de expresión galega cae nun
estado de prostración que coincide cos momentos máis brillantes das letras
castelás e portuguesas.
Con todo, cómpre non perdermos de vista o feito de que en toda esta longa eta-
pa, mesmo nos momentos máis escuros, o galego era a única lingua que falaba
en Galicia a gran maioría da poboación, rústica e urbana.
178
9
Unidade
Século xviii
No século xviii, aínda que non mellora substancialmente a situación do galego,
si que se constata certo cambio na consideración da lingua, nomeadamente na
segunda metade da centuria, mercé aos «ilustrados».
Débese considerar a Idade Moderna como principio dun longo período de bilin-
güismo diglósico que comeza a ser evidente a partir da metade do século xviii,
cando os ilustrados toman conciencia do problema e sentan as bases para a súa
superación.
Algúns ilustrados como o padre Sarmiento, o padre Sobreira, o padre Feixoo,
o cura de Fruíme teñen como obxectivo mellorar as condicións de vida da po-
boación e o seu nivel educativo e cultural.
Entre as propostas dos ilustrados, propúgnase o ensino do galego e o seu uso
instrumental na educación en Galicia, e na difusión da doutrina católica, a obri-
gatoriedade do coñecemento da lingua por parte dos funcionarios destinados en
Galicia... Tamén se inician os estudos etimolóxicos e lexicográficos sobre a lingua
propia do país.
Así, por primeira vez, moitos anos despois que outras linguas románicas, o galego
convértese en obxecto de preocupación lingüística e mesmo ideolóxica. Son os
primeiros pasos para facer posible o rexurdir cultural do século xix.
179
2.2. Características do galego medio
A ctividades
4 A historia de Galicia, como a da lingua galega, presenta grandes contrastes
entre unhas épocas e outras. En que medida cres que isto nos afecta aos
galegos de hoxe? Pensas que pode haber algunha relación entre a situa-
ción cultural, social, económica e política da Galicia de hoxe e a da Galicia
medieval e moderna? Coidas, pola contra, que esas son historias pasadas?
Abride un debate, se vos parece oportuno.
180
9
Unidade
3A
Idade Contemporánea: galego
moderno
A época coñecida como Idade Contemporánea (séculos xix, xx e xxi) está mar-
cada polo desenvolvemento dun proceso de dignificación social e recoñece-
mento cultural do idioma galego, que ten como consecuencia máis salienta-
ble a recuperación da escrita.
Aínda que existen diferenzas importantes entre o século xix e o xx dentro da his-
toria da lingua, estas non impiden que poidamos considerar ambas as centurias
como dúas partes dun único período denominado galego moderno.
Por vez primeira aparece un sector da sociedade galega que se amosa claramente
comprometido coa lingua e coa sociedade.
Este sector defende unha liña de recuperación e normalización do idioma que
comeza a primeiros do século xix.
A defensa da lingua atravesa, con vigor, o limiar do século xx e prosegue ata os no-
sos días sen volta atrás, pero cos altos e baixos derivados das incidencias políticas
deste século tan convulso.
Nos primeiros anos do século xix, durante a invasión francesa de España (1808),
o galego recupera o ámbito da escrita, que se manifestará nunha belicosa
propaganda antifrancesa.
181
O Prerrexurdimento (1833/1840-1863)
Na década de 1830 o Estado liberal realiza unha nova estruturación administrativa
e territorial e crea un sistema escolar independente da Igrexa; isto supón un avan-
ce educativo pero tamén un retroceso para as linguas vernáculas pois persegue a
uniformidade lingüística en castelán.
Por outra banda, a nova división administrativa repartía o territorio do antigo reino
de Galicia en catro provincias, trazadas dun xeito aleatorio e sen fundamento his-
tórico ou social. Tamén segregaba territorios culturalmente galegos adscribíndoos
ás provincias de Zamora, León e Asturias.
Como reacción a isto, xorde nalgúns sectores da pequena burguesía liberal un
movemento coñecido como provincialismo, que ten como obxectivo reivindicar
a unidade de Galicia como provincia única e indivisa. O provincialismo supón o
primeiro paso cara a unha toma de conciencia política de carácter galeguista.
No Álbum de la Caridad
aparecen autores relevantes
da nosa literatura como Añón,
Pondal ou Rosalía de Castro.
182
9 Unidade
O Rexurdimento pleno (1863-1900)
O Rexurdimento pleno foi en boa medida unha creación do provincialismo, na
súa liña culturalista. Desde entón calquera movemento que pretendese elaborar
un discurso político-cultural en Galicia ou para Galicia non podería obviar a reivin-
dicación dos dereitos lingüísticos.
Os celtas
Os celtas galegos, ou como dicía o latino, os célticos, ocuparon todo o solo da vella Gallae-
tia. O promontorio Nerio que –son as palabras de Estrabón– forma a extremidade da banda
occidental e setentrional da Iberia, serve como división xeográfica para separar dous pobos
numerosos, célticos ambos, e importantes os dous: un, o dos lusitanos, a quen o príncipe dos
xeográfos fai chegar ata o Cabo Nerio; outro, o dos cántabros. A todos une e agrupa baixo
a común denominación de «montañeses», denominación que chegou case ata os nosos días;
de todos parece ocuparse como de xentes que teñen a mesma orixe, costumes parecidos,
linguas afíns, igual relixión, idéntica vida.
Subdividía estas grandes divisións en numerosos pobos, que apenas se atreve a nomear, tan
difíciles parece que eran para o verbo latino, cando valera máis dicir para a súa memoria, pois
non eran nin máis bárbaros nin máis ásperos que os da Galia e os da Britania. E deste xeito
cubrían a falta de noticias e ocultaban o pouco coñecemento que tiñan do noso país, ou da
falta de importancia que concedían a estas xentes. En conxunto se ocupa dos seus costumes
e os describe Plinio, pero un e outro xeógrafo conveñen que Galicia, aparte de algunhas co-
lonias gregas sen nome nin importancia, estaba poboada por celtas a quen Herodoto dá por
establecidos no século i a de C.
Manuel Murguía e Benito Vicetto, Historia de Galicia, tomo I
183
3.2. Comezo da «estandarización»
O galego enxebrizante
caracterízase polo
diferencialismo e a necesidade
de crear modelo de lingua
escrita.
Na imaxe, exemplar da Revista
Nós de 1920.
184
9
Unidade
A ctividades
5 Elabora un resumo, de vinte e cinco liñas aproximadamente, no que se re-
collan os aspectos máis salientables do período da historia da lingua galega
coñecido como «galego moderno» (séculos xix e xx).
1
Falade á luz do día.
2
A cuberto.
7 Confecciona un guión para unha exposición oral cos datos máis relevantes
para a historia da lingua galega entre os séculos ix e xix.
185
Repaso da unidade
Lectura
Como e por que os escribáns deixaron de empregar o galego
Para os que a cotío apousamos os ollos nos instrumentos medievais en galego, que a milleiros se conservan aínda
nos arquivos, non é ningún segredo que o noso idioma acadou o meirande desenvolvemento na baixa Idade Media.
Os nosos escribáns encheron cunha fala ás veces requintada os formularios de Dereito. E mesmo poderiamos traer
exemplos nos que a Santa Teoloxía, con verbas altas e sinxelas, descende a encamiñar a «postrumeira vontade» de
quen no intre derradeiro suspira a un tempo polo que deixa e polo que espera.
O galego é entón a fala dos vasalos e dos señores, dos cregos e dos labregos, é óese mesmo nos concellos que nas
igrexas, mesturado co latín nas prédicas e nas cerimonias.
E esto así dito e outorgado ergueuse o dito chantre e tomou por las maos aos ditos Afonso Ougea e Tereixa
Alvares e en suas maos feceron logo palavras de casamento ambos e dous, segundo que manda a nosa Santa
Madre Iglesia, dizendo o dito Alfonso Ouge que recebía a dita Tereixa Alvares por su muller boa e a dita Tereixa
Alvares dizendo que reçebia ao dito Afonso Ougea por seu marido boo e leal...
Así se fixo un casamento, nos comezos do catrocentos, segundo as notas de Estevo Pérez, chanceler do Cabido da
Catedral de Ourense.
Namentres gobernan os adiantados, a conciencia de Reino de seu mantivose viva. Pero a anarquía feudal –porque en Ga-
licia houbo feudalismo como en ningures– trouxo o debilitamento das vellas institucións xurídicas. De contado, cos Trasta-
maras, veñen de fóra arreo bispos, alcaldes, maiores, correxidores, deáns de cabidos e mesmo cregos, cóengos e abades.
De por parte, chegan aquí xentes doutros reinos, para seren donos de terras e vasalos: os Estúñigas, en Monterrei;
os Enríquez, en Monforte de Lemos; en Ribadavia, os Sarmientos, e en Allariz, os de Benavente. E arrastran tras súa
criados, recadadores e escribáns. Non é de estrañar, por ende, que endexamais empreguen o galego nas súas cartas
aos concellos e aos vasalos.
Xa desde mediados do século XV, paseniñamente, vanse desfigurando tanto os antropónimos como como os topó-
nimos. A miúdo atopamos trocada a eufonía galega coa supresión dos ditongos e vemos así Pereira convertido en
Perera; Sequeira en Sequera; Codeiro en Codero e San Juan de la Cueva o tan coñecido San Xohán da Cova.
Para o caso, coidamos decisiva a lei promulgada en 1480, a petición dos procuradores das Cortes de Toledo, pola
que se ordena que de entón en diante non se conceda título de escribán sen exame e sen licencia do Real Consello.
Daquela os escribáns de Galicia tiveron que deixar os seus formularios para aprenderen os alleos. De agora en diante
xa non comezarán os protocolos co «Eno nome de Deus, Seipan quantos esta carta viren... ». E velaí como e por que
os escribáns deixaron de empregaren o galego.
Xesús Ferro Couselo, Homenaxe a Ramón Otero Pedrayo, 1958
A ctividades
1 Que clases sociais son as que utilizan o galego 5 En que idioma cres que se redactaría na actua-
na Galicia da Idade Media? E o castelán? lidade unha acta de casamento como a que re-
colle o texto?
2 Segundo o autor, cales foron as principais cau- 6 Pon algún exemplo de topónimo castelanizado
sas da decadencia do galego nos textos da ad- que oíras ou leras nalgunha ocasión.
ministración?
7 En que época aparecerán as primeiras voces
3 Por que as variantes galega e portuguesa do que reivindiquen unha volta ao uso do galego
galego-portugués correron distinta sorte? na administración e na Igrexa?
186
Unidade 9
En
Nalaweb
web
Autoavalíate completando o mapa
conceptual.
Esquema
Galego antigo ou galego-portugués
Fase común do galego e do portugués ata o século xiv.
Evolución
Posteriormente, aumenta prestixio do portugués como lingua oficial fronte á marxinación do galego.
Galego medio
A partir do século xvi, o castelán, vai ser a única lingua oficial e lingua de cultura xunto ao latín.
O galego, lingua da maior parte da poboación, perde presenza entre as clases dominantes e queda relegado a usos coloquiais.
Co Renacemento e a imprenta, prestixio doutras linguas mentres o galego só se conserva en usos orais
Séculos xvi e xvii e en rexistros populares.
É relevante o factor desgaleguizador da Igrexa.
Cambio na consideración do galego por parte dos ilustrados: reivindicación do seu uso no ensino, na
Século xviii igrexa e na administración.
Inícianse os primeiros estudos lexicográficos.
A estandarización do galego
Dialectalismo.
Actitude dos escritores
Interdialectalismo.
respecto ao idioma
Supradialectalismo.
Galego popularizante (ata fins do XIX)
Fases do proceso de Galego enxebrizante (ata 1936).
normativización Galego protoestándar (ata fins dos 70).
Galego estándar (ata hoxe).
187
Comentario de textos
A industria do liño en Galicia lego comezou, de todos os lugares imaxinables, nada
menos que na India.
Dixemos que Galicia tiña unha industria no século xviii.
De feito, tiña varias, todas elas boiantes. Algunhas da- En 1717, os ingleses obtiveron dos maraxás o derei-
quelas industrias encontrábanse en comarcas especiali- to a importar grandes cantidades dunha materia prima
zadas, como os ourives lugueses de Bonxe, os canteiros que permitía fabricar tecidos máis baratos: o algodón.
de Pontevedra, os cordeiros do Sil ou os curtidores de A diferenza do liño, o algodón era fácil de mecanizar e
Caldas. Na costa existía unha industria de transforma- isto fixo de Manchester a cidade pioneira na revolución
ción do peixe: escabeche de ostras, secado de congro industrial. A súa primeira vítima foi a propia industria
ou de polbo e, sobre todo, a salga da sardiña. manufactureira da India, que se desmantelou para con-
verter este país en exportador de tecidos. A segunda
Pero nesas décadas de finais do século xviii a principal
vítima, no outro extremo do globo, vai ser Galicia, que
industria galega era o liño. As factorías de liño non eran
viu desmantelarse a súa manufactura do liño.
fábricas urbanas. O tecido cultivábase e traballábase
nas casas labregas ao tempo que se atendían os labo- Galicia podía terse reciclado, como fixeron outros paí-
res agrícolas. ses liñeiros coma Irlanda ou Escocia, pero xustamente
neste tempo España foi á guerra contra os ingleses e
Desta miríade de obradoiros domésticos saía unha Galicia, como a Bretaña, quedou fóra do mercado.
inxente produción que, logo de descontado o mercado
interno, exportábase a Castela, Portugal e Madrid. Nas O rei seguía xantando nos seus manteis fabricados na
capitais, todo o mundo coñecía as «viveiras» (de Vivei- Coruña con liño galego, pero os seus súbditos come-
ro), as «lourenzás» (por Lourenzá), ou as «coruñesas». O zaban a arruinarse. Mentres, os empresarios cataláns si
«milagre da moda galega» do século xx tivo un prece- deron o salto ao algodón en tempo e aí foi a orixe do
dente case xémeo naquela febre do liño do século xviii. despegue catalán.
Cando o rei cambiou a súa mantelaría por outra de al-
Xunto a este comercio humilde convivía outro de luxo.
godón (feito que aparece rexistrado nos libros da Casa
A Real Fábrica de Mantelería da Coruña producía teci-
Real) foi o toque de defuntos para a industria galega.
dos de liño de alta calidade, as chamadas «holandas»,
Pero, quen podía culpalo? Para entón, mesmo na pro-
coas que se cubría a mesa do rei.
pia Galicia as familias acomodadas preferían o algodón
A Real Fábrica non chegou a ter unha grande importan- máis barato que chegaba do estranxeiro ao liño galego,
cia económica pero, polo menos, introduciu a tecno- que ía subindo rapidamente de prezo.
loxía de branqueado do liño que axudou aos pequenos
O contrabando era imparable, entre outras cousas por-
tecedores a obter un produto de calidade.
que todos os barcos da inspección fiscal afundiran na ba-
Como sucedera na Era Compostelá da prosperidade, o talla de Trafalgar... Por non falar do que poderiamos cha-
afundimento veu precedido dun apoxeo. Na segunda mar «marketing agresivo» dos paneiros ingleses, como
metade do século xviii, o crecemento da poboación na cando en 1825 sete buques de guerra británicos toma-
Coroa de Castela provocou un aumento espectacular ron a Illa de Arousa para usala como base comercial.
da demanda do liño, á que se sumou o comercio con O desastre foi de proporcións descomunais. Todo o
América. En Mondoñedo triplicáronse de golpe os tea- que quedou daquela aventura son algúns teares nos
res. Agora o problema era que non había liño abondo museos etnográficos, algúns topónimos (Liñares, Poza
para tantos compradores. do Liño, Liñeiras) e as famosas palilleiras de Camariñas,
A «fame de liño» chegou a ser tal que algúns empre- tomadas erroneamente como unha reliquia do folclore
sarios galegos importárono de Rusia, de Riga e San tradicional de Galicia. Non o son. Son as últimas repre-
Petersburgo, ao porto de Ribadeo. Axiña o liño ruso sentantes do que poderiamos chamar «folclore indus-
catapultou a produción a un máximo histórico. Pero a trial».
xeopolítica entrou en xogo e o desastre para o liño ga- Miguel Anxo Murado, Outra idea de Galicia (adapt.)
188
Unidade 9
189
10 A variación
e a diversidade
lingüística
Diversidade biocultural
A diversidade ecolóxica e esencial para que se man-
teña a vida no planeta. Todos os organismos vivos
(plantas, animais, bacterias e humanos) sobreviven
mediante unha rede de relacións complexa e delicada.
Se danamos un elemento deste ecosistema podemos
desencadear consecuencias imprevisibles para todo o
sistema.
Queremos explicar tamén o concepto de diversidade
biocultural. A diversidade de vida na Terra non só está
formada pola variedade de especies de plantas, ani-
mais e ecosistemas que atopamaos na natureza (biodi-
versidade), senón tamén pola variedade de culturas e
linguas nas sociedades humanas (diversidade cultural
e lingüística); e esta diversidade cultural e lingüística
presenta diversas amezas.
Os vínculos entre lingua, cultura e medio indican que
a diversidade biolóxica, cultural e lingüística deben ser
estudadas xuntas, como ramificacións da vida na Terra.
O termo diversidade biocultural quere atender a un
novo campo de estudo que ten como obxectivo anali-
zar a natureza das relacións entre os tipos de diversida-
de e os seus niveis, desde o local ata o global. Pretende
identificar as zonas onde a biodiversidade cultural está
sendo danada e buscar estratexias e solucións para
contrarrestar as consecuencias deses danos, co obxec-
tivo de restaurar e protexer a diversidade da vida.
Sharing a world difference. The earth´s linguistic, cultural and
biological diversity, UNESCO (trad. e adapt.)
Sobre a lectura
190
10
1 Introdución
Unidade
A humanidade preséntase como un mosaico de razas, culturas e linguas diferen-
tes, pero, móstrase homoxénea en cuestións como a definición do ser humano
na natureza, a consideración da tradición como fonte de coñecementos ou a re-
gulamentación das relacións sociais. Ben é verdade que, na busca de solucións
concretas, cada comunidade tenta atopar aquelas que mellor se adaptan en cada
momento ás súas peculiaridades. Desa circunstancia nacen as diferentes tradicións
culturais e hábitos sociais que identifican as distintas nacións.
Debemos afacernos a ver na diversidade cultural, étnica e lingüística unha con-
dición esencial da natureza humana e aprender a respectar e valorar esa riqueza
como o principal patrimonio común da humanidade, sen que isto supoña un obs-
táculo para o desenvolvemento social e económico de todas as nacións nin para o
recoñecemento universal dos dereitos e liberdades individuais.
191
2 A variación intralingüística
Atendendo á diversidade interna das linguas, o lingüista romanés Eugen Coseriu
estableceu o concepto de lingua histórica e clasificou as súas variedades internas,
tal como explica neste texto:
A lingua histórica é aquela que se constituíu historicamente como unidade
ideal e identificada como tal polos seus propios falantes e polos falantes
doutras linguas, comunmente aceptada mediante un adxectivo «propio»:
lingua galega, lingua inglesa, lingua francesa, lingua española, etc.
Unha lingua histórica presenta sempre variedade interna. En efecto, en tal
lingua adoitan presentarse diferenzas internas, máis ou menos profundas,
correspondentes a tres tipos fundamentais:
a) diferenzas diatópicas, é dicir, diferenzas no espazo xeográfico;
b) diferenzas diastráticas, ou sexa, diferenzas entre os estratos socio-cultu-
rais da comunidade lingüística;
c) diferenzas diafásicas, é dicir, diferenzas entre os diversos tipos de moda-
lidades expresivas. As diferenzas lingüísticas que, nun mesmo estrato socio-
cultural, caracterizan a grupos «biolóxicos» (homes, mulleres, nenos, mozos)
e profesionais tamén poden considerarse diafásicas.
A ctividades
1 Define coas túas propias palabras que se entende por variación intralingüís-
tica e lingua histórica.
192
10
Unidade
2.1. Variación diacrónica ou histórica
A variación diacrónica dunha lingua vén condicionada polas distintas situacións Na web
sociais e culturais nas que esta se desenvolve historicamente. Amplía a información sobre lin-
Cada unha das variedades históricas da lingua que presenta unhas características gua e dialecto.
homoxéneas e aparece claramente delimitada no tempo recibe o nome de varie-
dade sincrónica (do grego συ′ν, «con», «xuntamente»).
O conxunto das variedades sincrónicas constitúe e define a variación diacrónica
dun idioma.
No galego, como xa vimos nas unidades 8 e 9, pódense distinguir varias etapas
históricas coas súas variantes características:
–– Galego antigo ou medieval (séculos x a xv).
–– Galego medio ou dos Séculos Escuros (séculos xvi a xviii).
–– Galego moderno (a partir do Rexurdimento do século xix ata hoxe).
Ademais, dentro de cada etapa, aínda se poden distinguir outras variedades lingüís-
ticas propias de momentos históricos determinados: o galego do Rexurdimento, o
galego do primeiro terzo do século xx, o galego desde 1980 á actualidade, etc.
193
2.3. Variación diastrática ou sociocultural
O nivel de lingua
■■ Nivel culto. Nivel máximo de corrección lingüística, propio de falantes con for-
mación cultural elevada.
Características: dicción clara, corrección gramatical e riqueza léxica, exactitude
e precisión na expresión, utilización limitada dos códigos non verbais.
Don Venceslau foi obxecto dunha sanción pecuniaria por conducir en estado de
embriaguez e derrubar un dos sinais luminosos que ordenan o tránsito.
■■ Nivel medio. Nivel estándar de lingua das persoas de cultura media; é a mo-
dalidade empregada pola Administración, os medios de comunicación ou o
ensino.
Características: respecto polas esixencias normativas, austeridade expresiva.
Don Venceslau foi multado por conducir bébedo e por tirar un dos semáforos.
■■ Nivel popular. Nivel propio de persoas con pouca instrución idiomática. Distín-
guese por usar moito os códigos extralingüístico e paralingüístico.
Características: alto nivel de subxectividade, maior uso das funcións apelativa,
expresiva e fática, frecuentes apelacións ao oínte, importancia dos códigos non
verbais, recorrencia a frases feitas, refráns e retrousos, incorreccións gramati-
cais.
Oíches? Ao Señor Venceslau calzáronlle unha multa; non o sabes? Porque... dis-
que andaba medio peneque co coche e... seica se espetou contra un semáforo.
■■ Nivel vulgar. Nivel baixo propio de persoas sen instrución.
Características: pronuncia descoidada, vulneración das regras gramaticais e fre-
cuentes incorreccións fónicas, morfosintácticas e léxicas (vulgarismos), elevado
ton de voz, pobreza de vocabulario e uso de palabras malsoantes.
Mi ma! Ao Vencislao...; non vexas pavo, metéronchelle un puro qui nin diola.
Iba conducindo o buga cunha chispa que alumiaba; levouse posto un semáfaro.
194
10 Unidade
2.4. Variación diafásica ou situacional
A variación diafásica está relacionada coas situacións nas que se usa a lingua
ou co tipo de comunicación que establece o falante.
A comunicación oral, en
xeral, caracterízase pola
espontaneidade, o carácter
non planificado, o recurso da
entoación…
195
O nivel de fala ou rexistro lingüístico
Podemos distinguir:
■■ Rexistro formal. Modalidade de uso idiomático elaborado, propio de situacións
formais académicas, literarias que esixen un nivel de planificación. Neste rexis-
tro caben variedades como a linguaxe científica e a linguaxe técnica, caracte-
rizadas por ter léxico propio.
■■ Rexistro coloquial. Modalidade de uso idiomático espontáneo, propio de situa-
cións informais de comunicación.
No rexistro coloquial inclúense as xergas esotéricas propias de grupos sociais
pechados ou marxinais. Empréganse en situacións concretas con finalidade críp-
tica ou para diferenciarse, como, por exemplo:
––As propias de oficios tradicionais, como o barallete dos afiadores ouren-
sáns; o verbo dos arxinas ou latín dos canteiros de Terra de Montes ou de
Cabana de Bergantiños; o verbo daordés ou xerga dos cabaqueiros, dos
telleiros do Rosal; o latín dos chafoutas, dos albaneis; a xerga dos cesteiros
de Mondariz, etc.
Cabana de Bergantiños, concello situado no fondo da ría de Corme e Laxe, na
Costa da Morte, non é un lugar coñecido por ser terra de canteiros, pero neste
lugar os artesáns da pedra desenvolvían o seu labor en diversas construcións,
desde un valado ata unha vivenda. Os canteiros de Cabana mantiveron unha
xiria coñecida como o latín ou ghalrrucio. Nesta fala hai palabras como: areo-
na (vaca), arría (pedra), aureta (auga), belo (cabalo), chiolo (carro), luncerna
(porta), murador (canteiro), napurra (raposo ou gato), rufo (lume)….
F. J. Varela Pose, “O latín dos canteiros en Cabana de Bergantiños” (extracto).
A ctividades
2 Seguindo os exemplos proporcionados sobre os distintos niveis de lingua,
inventa algunha outra mensaxe e recréaa adaptándoa aos diferentes niveis
idiomáticos.
196
10 Unidade
2.5. Lingua funcional e variedade estándar
Lingua funcional
Tal como vimos nos apartados anteriores, unha lingua non é unha estrutura uni-
taria e homoxénea, senón un sistema complexo no que se cruzan unha serie de
variedades sincrónicas, dialectais, socioculturais e situacionais.
Para estudar e describir unha lingua, é preciso acoutar, dentro da súa variación in-
terna, unha modalidade sincrónica, unha variedade xeográfica, un nivel de lingua
e un rexistro lingüístico.
Variedade estándar
A variedade estándar é unha lingua funcional dunha lingua histórica; concreta-
mente, a que se escolle como modelo de lingua común e que é identificada e
aceptada polos falantes.
A variedade estándar do
galego é a que emprega a
Administración.
197
A ctividades
5 Elabora un breve comentario sobre cada un dos seguintes textos, razoan-
do a que nivel e rexistro lingüístico corresponden. Tenta indicar tamén o
tipo de texto que é cada un e cales son as funcións da linguaxe predo-
minantes.
Texto 1
As células extraen enerxía do seu contorno e transforman os alimentos en com-
poñentes celulares mediante un conxunto altamente integrado de reaccións
químicas denominado metabolismo.
Polo tanto, desde un punto de vista funcional-bioquímico, as células deben ser
consideradas como transformadores de enerxía. Posúen un sistema que trans-
forma a enerxía química e física procedente do exterior en enerxía «biolóxica»
e esta, á súa vez, en traballo químico, osmótico ou mecánico.
Os procesos que subministran a enerxía biolóxica clasifícanse, desde o punto
de vista funcional, como metabolismo enerxético, e os que transforman esta
enerxía en traballos de diversos tipos clasifícanse como metabolismo de tra-
ballo.
Posto que nin o metabolismo enerxético nin o metabolismo de traballo transco-
rren con rendementos enerxéticos do 100%, unha parte da enerxía transforma-
da é liberada sempre en forma de calor.
Manuel Ruíz Amil, Bioquímica metabólica
Texto 2
Eran preto das catro da mañá cando o Francés, o Pancho e mais Pepe Carrera
entraron no Valencia. O Valencia é un puticlub de ínfima categoría na estrada
nova Vilagarcía-Caldas de Reis.
Ao dono deste local, un tipo baixo e mirrado, sempre co pito colgando nos bei-
zos, cos catro pelos que lle restan estirados pola calva, chámanlle o Pitoño. Non
se sabe se é nome ou alcume, mais ninguén o coñece doutro xeito. Del dise que
ten unha boa morea de cartos e que é dono doutros tres negocios máis, polo
menos.
Aquela noite o Pitoño estaba no Valencia, cousa rara nel porque non adoita
aparecer a miúdo polos seus locais; e non porque sexa un tío fino, ao contrario,
o fulano anda sempre, ao que parece, co mesmo niqui a raias brancas e azuis
e os mesmos vaqueiros cotrosos. O que pasa é que o Pitoño é marica e non está
a gusto na compaña das julais, senón noutros locais onde abunda a xente da
mesma pluma.
Ramón Caride Ogando, Lumefrío
Texto 3
«Estimada mari pepa saberas como chejei a abana pois mari pepa saberas que
estou traballando nun inxenio entre nejros e nejras que coidei morrer no bapor
de tan malo que me puxen sabras como este pais e moi pobre e moi feo todos son
nejros e nejras que cheiran que apestan mandarasme adecir se marchou pro
servisio necho o da culasa a abana e moi fea saberas ca comida e moi mala nin
o demo acome inda acomen mellor os cochos alo pois mari pepa saberas que
me quero marchar o maisaxiña que poida senon non duro un ano pois saberas
que aquí non se pode vivir memorias a lelo o de curral ea qantos por min pre-
gunten saberas como jardo o teu pano moi jardadiño memorias a todolos que
prejunten por min».
X. Lesta Meis, Estebo
198
10 Unidade
A ctividades
Texto 4
Ás doce e media non me meto eu na casa. Non me meto non, ou que. Vou estar
de oito a oito dando clases e logo nada, non, home, non. Veña, que se cabree.
Ai, meus filliños, ai, ai, que estou canso. Porque un home pódese cansar e des-
pois, boh, é mellor calar porque me estou cansando de ter alí, no primeiro ban-
co, ao fillo do Chevrolet, con cara de touciño, porque me estou cansando e un
día ponse de xeonllos sen máis porque me dá a gana, porque estou canso de ver
a cara de parvo que ten, que parece un apalominado, me cago nel, que burro,
ai, que burro, que lle vou dicir ao Chevrolet que o poña a cavar ou que o meta
nun comercio, que o raparigo non serve, que é tatexo e non me sabe dividir por
decimais, cara de touciño, cara de non sei qué que ten o porco ese.
Carlos Casares, Vento ferido
Texto 5
Co século xv remata tamén toda unha etapa da Historia de Galicia. En realida-
de trónzase a evolución autónoma da nosa sociedade que en adiante se moverá
ao compás marcado desde fóra en función dos intereses da aristocracia espa-
ñola, que ten en Castela o centro de decisión.
Neste camiño que levou á ruptura da nosa continuidade histórica a Revolución
Irmandiña foi un fito fundamental: no momento en que en Europa a burguesía
emerxe e conquista importantes resortes de poder, esta clase frústrase en Galicia
e con ela fracasa o capitalismo embrionario que nacía no mundo feudal.
Os elementos humanos máis dinámicos desa etapa tan crucial vense abocados
á extinción política e a sobrelevar durante séculos unha actividade económica
feble.
Anselmo López Carreira, Os irmandiños
Texto 6
Ti dis: Galiza é ben pequena. Eu digo: máis breve
é esta colina que miramos na oquidade sombría da noite
lunar propagándonos un tacto de estrelas remotas que
comoven a carne mentres pairan sonoras as haspas de
outubro sobre o campo vacío.
199
3 A diversidade lingüística
3.1. As orixes
O ser humano soubo crear un sistema que lle permitiu comunicarse cos seus seme-
llantes dentro de cada grupo; pero non pensemos, por isto, que houbo unha lin-
gua orixinal única na terra da que xurdiron as demais, senón que máis ben semella
que nas orixes xa existía o plurilingüismo. Logo, cada grupo iría desenvolvendo
o seu código e, a partir de aí, como consecuencia da dialectalización e da disper-
sión xeográfica dos pobos, foron xurdindo máis linguas.
Ao longo da historia que coñecemos, existiu e existe unha gran multiplicidade de
linguas que proceden doutras anteriores e da que xurdirán outras novas.
Forman unha familia todas aquelas linguas que están historicamente emparen-
tadas, é dicir, que derivan dunha mesma lingua.
200
10 Unidade
3.3. O indoeuropeo
Islandés
Feroés
Noruegués
201
3.4. As linguas románicas
LATÍN
Actualmente existen no mundo unhas seis ou sete mil linguas, aínda que só están
censadas catro ou cinco mil. Ademais, o número é difícil de precisar, porque hai
zonas do planeta pouco estudadas e porque non sempre está claro que é o que se
Na web
considera lingua. En canto ao número de falantes, as linguas máis estendidas son:
Amplía a información sobre a
Chinés-mandarín → 788 millóns Portugués → 164 millóns diferenza entre comunidade
Inglés → 420 millóns Xaponés → 122 millóns lingüística e comunidade po-
lítica.
Español → 375 millóns Alemán → 118 millóns
Indi → 300 millóns Francés → 114 millóns
Ruso → 285 millóns Coreano → 76 millóns
Árabe → 177 millóns Italiano → 63 millóns
202
10 Unidade
Bélxica), ou que exista unha soa lingua oficial para todo o estado e as demais se-
xan cooficiais nas respectivas comunidades autónomas (España).
A situación nalgúns países europeos resúmese como segue:
–– Monolingüismo real: Islandia, San Marino, Liechtenstein.
–– Monolingüismo ficticio: Francia, Grecia.
–– Tolerancia de minorías lingüísticas: Gran Bretaña (galés), Países Baixos (frisón
occidental).
–– Autonomía lingüística: España (galego, catalán, éuscaro), Dinamarca (feroés,
groenlandés).
–– Estados bilingües: Irlanda (irlandés ou gaélico, inglés), Finlandia (finés, sueco).
–– Estados multilingües: Suíza (alemán, francés, italiano, retorrománico ou roman-
che), Bélxica (flamengo, alemán, francés).
A ctividades
6 En que espazos xeográficos europeos situarías as seguintes linguas?
frisón, neerlandés, manxés, occitano, sardo, friulano.
203
4A
realidade plurilingüe da Península
4.1. Linguas da Península
Galego
Portugués
Galego
Asturiano
Portugués
CastelánAsturiano
ÉuscaroCastelán
AragonésÉuscaro
Catalán Aragonés
Aranés Catalán
Aranés
Galego
O galego é a lingua máis occidental dos primitivos romances da Península, fa-
lada por máis de dous millóns de habitantes –Galicia conta na actualidade con
2 800 000 habitantes aproximadamente–
Os seus límites xeográficos non coinciden coa súa demarcación política actual. Así
pois, ademais de en Galicia, fálase en zonas estremeiras da Comunidade Autóno-
ma de Asturias e das provincias de León e Zamora. Os seus falantes son, na súa
meirande parte, bilingües.
Segundo os datos do Mapa Sociolingüístico de Galicia, o 97% da poboación en-
tende o galego, o 86% sabe falalo, o 45% pode lelo e só un 27% sabe escribilo.
Estes datos poden facer pensar que a situación é boa, pero cómpre ter en conta
que só un 38% da poboación ten como lingua única de uso habitual o galego.
Ademais, é un dato preocupante observar que as porcentaxes descenden confor-
me imos baixando nos segmentos de idade.
Se atendemos ao uso do galego no que se refire aos tramos de idade, observa-
mos importantes diferenzas:
– As xeracións maiores son as que falan máis galego.
– Porén canto máis novos son os suxeitos, máis aumentan os falantes monolingües
en castelán e máis descende o número de falantes monolingües en galego.
– Dentro do grupo dos falantes bilingües, mantense un razoable equilibrio entre
o uso das dúas linguas ao longo de todos os tramos de idade, co cal non parece
que descenda o uso do galego.
En canto aos usos escritos, produciuse un considerable aumento na competencia
lingüística dos falantes máis novos como consecuencia da incorporación do gale-
go aos plans de ensino non universitario.
204
10 Unidade
Castelán
O castelán é a lingua oficial en 22 estados. Fálase en España, América do Sur,
América Central, Filipinas e pequenas zonas de África. É usado por máis de tres-
centos millóns de persoas. Nesta situación de privilexio, compite coas linguas
periféricas españolas.
Nalgúns países comparte a condición de idioma oficial con outras linguas; así, en
Perú comparte oficialidade co quechua e co aimara, e en Paraguay, co guaraní.
Porén, nos EE.UU. a súa situación achégase máis á das linguas minorizadas.
Catalán
O catalán é falado por uns sete millóns de persoas (a meirande parte bilingües) nas
catro provincias de Cataluña –agás no Val d’Aran– na Comunidade Autónoma de
Baleares, na cidade sarda de Alguer, no departamento francés dos Pireneos Orien-
tais (antigo Rosellón), en Andorra la Vella, na Comunidade Autónoma de Valencia
(onde se chama idioma valenciano) e no norte de Murcia.
É, xunto co castelán, a lingua oficial das Comunidades Autónomas de Cataluña,
Baleares e Valencia (nesta, baixo a denominación de valenciano).
A recuperación da lingua propia en Cataluña é hoxe un feito que se debe, entre
outras causas, á política de inmersión lingüística levada a cabo pola Generalitat e
ao gran prestixio cultural e social que conservou.
Éuscaro
O éuscaro é a única lingua preindoeuropea existente na Europa occidental. Conta
con máis de oitocentos cincuenta mil falantes (todos bilingües) no País Vasco, nor-
te de Navarra e suroeste de Francia.
Ten unha rica literatura popular, principalmente oral (aínda hai bersolaris, que desta-
can na arte de improvisar estrofas), e unha literatura culta en constante expansión.
Asturiano
O asturiano viu moi reducido o seu ámbito de uso debido á presión do castelán.
Hoxe fálase principalmente no Principado de Asturias.
A situación legal do asturiano está fixada no Estatuto de Autonomía de Asturias,
onde se declara que gozará de protección. Conta cuns cen mil falantes e ten gra-
mática, dicionario e normas ortográficas. O seu uso está regulado pola Academia
de la Llengua Asturiana.
O mirandés (lingua románica do grupo asturleonés) é lingua oficial no concello de
Mirando do Douro. Conta con 15 000 falantes.
Aragonés
O aragonés só se mantén como lingua falada nalgúns vales da provincia de Hues-
ca. Aínda que o Estatuto de Autonomía de 1982 instaba á protección da lingua, a
realidade é que esta sufriu un proceso de abandono e se viu relegada ao ámbito
das relacións familiares e veciñais.
Aranés
Na actualidade máis da metade da poboación do Val d’Aran (Lleida) fala o aranés
(variante do gascón, unha das catro modalidades do occitano).
205
Seguindo o Estatuto de Autonomía de Cataluña, o aranés estase impartindo nas
aulas. Existen gramáticas e dicionarios, así como unhas Nòrmes Ortogràfiques der
Aranés (1982).
O portugués e a lusofonía
A lingua portuguesa é unha das máis espalladas por todo o mundo, froito da Na web
expansión colonial desde o século xv. Despois do español, é o idioma románico
con máis falantes (máis de cen millóns). É a lingua oficial de Portugal, do Brasil e Elabora un póster sobre as lin-
doutros países como: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guinea-Bissau, Mozambique, guas que se falan na Península
Portugal, Sao Tomé e Príncie e Timor-Leste. Ibérica.
A ctividades
8 Artella un esquema onde recollas información sobre a realidade plurilingüe
e pluricultural da Penísula Ibérica. Lembra sinalar algunhas das característi-
cas históricas e gramaticais dos idiomas peninsulares máis importantes (cas-
telán, portugués, catalán, galego e éuscaro).
206
10 Unidade
4.2. Aspectos lexislativos
A Constitución (1978)
No artigo 3º da Constitución, o texto legal de maior rango do Estado, pódese ler:
3-1. O castelán é a lingua española oficial do Estado. Todos os españois teñen
o deber de coñecela e o dereito de usala.
3-2. As demais linguas españolas serán tamén oficiais nas respectivas Comu-
nidades Autónomas de acordo cos seus Estatutos.
3-3. A riqueza das distintas modalidades lingüísticas de España é un patrimo-
nio cultural que será obxecto de especial respecto e protección.
O principio do que se parte é o da territorialidade, de maneira que se lles reco-
ñece ás linguas non estatais (galego, catalán e vasco) dereitos nos seus territorios
propios (Galicia, Cataluña e País Vasco).
Pero o texto agocha tamén un xermolo de discriminación cara a esas linguas, xa
que só se codifican dereitos e deberes dos cidadáns con relación ao castelán,
lingua oficial do Estado á que se lle outorga status obrigativo, isto é, o deber de
coñecelo.
As outras linguas, ao non gozaren desa condición, non poden apoiarse nela para
lograr a súa normalización e vense abocadas a chocar con situacións restritivas en
canto aos seus usos e funcións.
Trátase dunha cooficialidade asimétrica, onde existe unha lingua efectivamente
oficial, o castelán, e outras linguas cunha oficialidade secundaria ou subalterna, o
galego, o catalán e o vasco.
207
O Estatuto de Autonomía (1981)
O artigo 5º do Estatuto de Autonomía expón:
5-1. A lingua propia de Galicia é o galego.
5-2. Os idiomas galego e castelán son oficiais e todos teñen o dereito de os
coñecer e os usar.
5-3. Os poderes públicos de Galicia garantirán o uso normal e oficial dos Na web
dous idiomas e potenciarán o emprego do galego en todos os planos da vida
pública, cultural e informativa, e disporán os medios necesarios para facilitar Elabora un mapa mental sobre
o seu coñecemento. a documentacion lexislativa que
garante o recoñecemento e uso
5-4. Ninguén poderá ser discriminado por causa da lingua. da lingua galega.
Este texto supón un fito histórico na nosa historia legal, xa que por primeira vez re-
coñécese que o galego é a única lingua propia de Galicia e que ten carácter oficial.
208
10
Unidade
A ctividades
10 Busca e le con atención o artigo 3º da Constitución española, o artigo 5º do
Estatuto de Autonomía para Galicia, o artigo 6º do Estatuto de Autonomía
para o País Vasco e o artigo 3º do Estatuto de Autonomía para Cataluña.
Compara a consideración que lle dá cada un á lingua autóctona e ao cas-
telán.
Na actualidade, moitas
empresas ofrecen o seu produto
etiquetado en varias linguas
autonómicas.
209
Repaso da unidade
Lectura
A eco-lingüística
Na Europa actual, desde Galicia ata os Urais, fálanse unhas cento vinte ou cento corenta linguas (dependendo do que
se entenda por lingua, variedade ou dialecto) das máis diversas familias. Delas só unha trintena son linguas oficiais
dun estado, o que dá un promedio de catro linguas por estado europeo, moi poucas se comparamos esta media coa
diversidade lingüística no resto do mundo.
Os estados europeos «lingüísticamente puros» son rara avis: Islandia, onde a súa lingua, o islandés, é falada por toda
a poboación, e Lietchestein. Portugal, popularmente tido por monolingüe en portugués, tampouco o é, posto que na
zona transmontana de de Miranda do Douro aínda hai unhas miles de persoas que falan mirandés, unha variedade do
astur-leonés. O plurilingüismo é o normal, o monolingüismo o anormal.
Nun estado coma o español, por poñermos un exemplo coñecido, fálanse hoxe en día oito linguas autóctonas: gale-
go en Galicia, oeste de Asturias, León e Zamora, e noroeste de Cáceres; catalán en Cataluña, Baleares, grande parte
de Valencia, leste de Aragón e El Carxe en Murcia; euskera en Euskadi, Navarra e o Condado de Treviño en Burgos;
astur-leonés no centro e leste de Asturias, occidente de Cantabria, norte de León e a Seabra zamorana; aragonés no
norte de Huesca; portugués en Olivença e puntos da fronteira estremeña; aranés (occitano) no Val de Arán; e castelán
no resto do territorio. Se tomasemos o conxunto do Reino de España aínda teriamos que engadir dúas linguas máis:
o árabe e mailo tamazigh (beréber) falados nas cidades norteafricanas de Ceuta e Melilla.
De todas elas, só unha é oficial en todo o estado e outras catro (co aranés) son cooficiais en parte deste estado (Galicia,
Euskadi, Cataluña, Baleares e Valencia), o que quere dicir que hai outras tres (ou cinco) linguas do estado español que
ou ben non son recoñecidas ou ben non gozan de cooficialidade. E como as fronteiras lingüísticas raramente coinciden
coas administrativas, hai falantes desas tres linguas cooficiais (máis de duascentas mil persoas) que tampouco teñen
dereitos lingüísticos ou, no mellor dos casos, teñen algunha graciosa concesión. É o caso do galego en Asturias, León,
Zamora e Cáceres; do euskera en Navarra e Burgos (Condado de Treviño); e do catalán en Aragón e Murcia (El Carxe).
Europa, ou se constrúe desde os pobos ou se constrúe de costas aos pobos. Nós apostamos polo primeiro, polo res-
pecto á diversidade natural, pola preservación da riqueza, pola rexeneración das identidades e, neste caso concreto,
pola eco-lingüística en tanto que patrimonio irrenunciable da humanidade enteira.
Hai persoas e institucións que moi ben intencionadas que se desviven pola conservación e recuperación das po-
boacións de bisonte europeo en Polonia, das baleas do Ártico, ou dos fentos xigantes dos Dolomitas. Marabilloso, esa
loita tamén é a nosa. Sen embargo, non semellan demostrar a mesma ansia na defensa da lingua caxubia en Polonia,
da lingua saami no Ártico ou da lingua rética dos Dolomitas. Para nós é todo o mesmo: a loita contra o monocultivo,
o monolingüismo, a monofauna, o monopensamento, a loita contra o mono e a aposta clara polo pluri e polo homo.
Xosé Enrique Costas, Guía das Linguas de Europa
A ctividades
1 Que teñen en común todas e cada unha das lin- 5 Clasifica por familias as linguas que se citan no
guas que se citan no texto? texto.
2 Intenta poñer en relación o contido do texto co 6 Resume nunhas poucas frases o contido do tex-
concepto de biodiversidade cultural. to utilizando un rexistro coloquial.
3 A que variedade da lingua galega pertence o 7 Cales son os textos clave para o recoñecemen-
texto desde o punto de vista diacrónico? to legal da lingua galega?
210
Unidade 10
1
Unidade
En
Nalaweb
web
Autoavalíate completando o mapa
conceptual.
Esquema
Variación intralingüística
Lingua histórica e a unidade ideal identificada como tal polos seus falantes e polos falantes doutras linguas.
Diversidade lingüística
O plurilingüismo é inherente ás sociedades humanas.
Familia indoeuropea Comprende doce grupos de linguas, entre eles o itálico, do que deriva o latín.
Estados plurilingües.
Monolingüismo real.
Linguas do mundo
Monolingüismo ficticio.
Estados bilingües.
Estados monolingües.
211
Comentario de textos
Amor animal Dada a gran habilidade social destas dúas especies,
a súa estima increméntase progresivamente a medida
O gran biólogo e conservacionista norteamericano E. Wil-
que a sociedade industrial se tecnifica máis e máis. É
son definiu a biofilia como a afinidade innata que os seres
como se as persoas dos países desenvolvidos precisa-
humanos senten cara a outras formas de vida. Esta idea foi
ran o cálido contacto e o suave pelo dun animal sensi-
desenvolvida xunto con outros especialistas e culminou
ble e intelixente para paliar o estrés cotián.
nun libro que se titula The Biophilia Hypothesis.
Desde hai unhas décadas produciuse un cambio funda-
Entre as conclusións ás que chega, destaca a importan- mental no trato que se lle dá aos cans nas sociedades
cia que ten para as persoas do mundo actual experi- tecnificadas:
mentar un contacto cercano cos animais. Ninguén pode
dubidar de que as sensacións positivas que produce tal Unha xeración atrás, os cans norteamericanos durmían
proximidade melloran a calidade de vida dos humanos. fóra dos fogares e alimentábanse con comida seca e
carne de cabalo. Hoxe, os donos proporciónanlles ali-
Segundo Linda Palas, Norteamérica converteuse nu mentos de calidade e un lugar onde pernoctar dentro
n
ha nación amante dos cans. Os estadounidenses da casa.
nunca gastaran tanto tempo, diñeiro e enerxía emo-
cional nunha especie animal cuxa función principal e Nalgunhas zonas de China, os cans hai unhas décadas
ofrecer compañía. eran criados como fonte de proteínas, pero agora re-
ciben un trato exquisito dos seus ricos donos, que se
A paixón polos cans acada, por veces, o snobismo ex- someten ás normas do goberno sobre o número de
tremo. En San Francisco hai máis cans ca nenos, e os mascotas que poden posuír.
mimados animais reciben luxos desmedidos: sesións
A veterinaria Lieta Marinelli suxire que o cambio se re-
de acupuntura, todo tipo de delicatessen alimentarias
laciona tamén co descenso de natalidade, o crecente
e mesmo o privilexio de aparecer como beneficiarios en
consumismo e a mobilidade xeográfica.
testamentos.
Segundo outros científicos tamén, as mascotas conver-
Á marxe destes excesos, o can é a mascota preferida
téronse nos substitutos dos nenos pequenos, pois ofre-
do planeta. Trátase dunha casualidade ou existe unha
cen os beneficios emocionais que se desenvolven du-
marcada afinidade dos humanos cara aos cans como
rante a paternidade, e coa vantaxe de que a súa crianza
compañeiros?
é menos esixente e máis barata.
Un estudo antropolóxico indica que en todo tipo de so-
Independentemente destas explicacións, o certo é que
ciedades, xa sexan de agricultores, nómades ou caza-
os humanos, inmersos nunha constante tranformación
doras-recolectoras, os cans son os animais de compañía
tecnolóxica, sentimos aínda un vínculo cos nosos ani-
máis comúns. Séguenlle en importancia as aves, os ga-
mais e coa natureza.
tos, os cabalos, os roedores e mesmo os fríos réptiles.
A nosa mente é o resultado da viaxe evolutiva que ini-
Os cans cumpren un importante papel nas tarefas de ciaron hai máis de dous millóns de anos os nosos ante-
caza; así mesmo vixían e defenden os poboados, ser- pasados africanos. Estes levaban unha existencia que
ven para transportar cargas e eliminan lixo coas súas esixía unha gran sensibilidade cara todos os aspectos
inxestas. De feito, na maioría destes grupos humanos, do noso contorno, o que facilitou a vinculación emocio-
non son compañeiros de xogo. nal innata que experimentamos cos demais seres vivos.
Algo similar sucede cos gatos, moi apreciados como Tal como afirma E. Wilson, pode que a nosa actual de-
exterminadores de pragas –por exemplo, de ratas–, voción polos animais de compañía radique en que a
pero con un valor moi limitado como elementos de súa presenza nutre a psique e o espírito humanos como
compañía e distración. ningún outro elemento que poidamos deseñar ou cons-
Os grupos humanos en permanente contacto coa na- truír.
tureza non mostran a apremiante necesidade de criar Mario García Bernal, Muy interesante,
cans en gatos como elementos de consolo e compañía. outubro, 2013 (trad. e adapt.)
212
Unidade 10
213
11 A literatura
galega
medieval
Lavando a area
O seu rostro
como unha flor de loto
abre nun sorriso.
De perfil
cun xesto sentido
cheo de graza e de encanto
Sobre a lectura
214
11
1 Periodización da literatura galega
Unidade
A palabra literatura aludía orixinariamente a calquera forma de comunicación es-
crita. A partir da segunda metade do século xviii pasa a denominar o conxunto
de obras dun autor ou dun país, e máis tarde acabará designando o fenómeno
literario en xeral.
Evolución histórica
A evolución histórica da literatura galega mostra como característica máis salienta-
ble unha anómala descontinuidade debida á perda de poder político e, asemade,
do prestixio cultural e lingüístico no tránsito da Idade Media á Moderna (séculos
xv e xvi).
Esa circunstancia fai que a periodización da nosa literatura non concorde coa que
se usa para as literaturas normalizadas do contorno ibérico ou europeo (castelá,
portuguesa, francesa, italiana, etc.).
Desde o Rexurdimento (século xx) ata hoxe a literatura galega ten unha evolución
que non sempre coincide coa das literaturas veciñas.
Así pois, na historia da nosa literatura aprécianse dous períodos que correspon-
den a dúas idades históricas ben delimitadas: a medieval e a contemporánea.
Entre elas esténdese un longo lapso de máis de tres séculos no que o galego
carece na práctica de cultivo literario: son os denominados Séculos Escuros da
literatura galega.
O período contemporáneo divídese en dúas etapas: a primeira comprende o
Rexurdimento e a chamada Época Nós (século xix e primeiro terzo do século xx).
A segunda abarca a posguerra e a actualidade (desde 1939 ata hoxe).
Na primeira metade do século xx a literatura galega tampouco ten produción, por
mor da Guerra Civil. Este lapso (desde 1936 ata 1947) non lle vai afectar á Galicia
da emigración e do exilio.
No cadro da páxina seguinte indícanse os períodos, etapas, xeracións, escolas,
etc. máis destacados da nosa literatura desde un punto de vista histórico.
215
Periodización da literatura galega
Poesía – E
scola trobadoresca galego-portuguesa (xiii-1354): cantiga de amigo, de amor, de escarnio e
maldicir.
– Decadencia da escola galego-portuguesa (1354 - xv).
Período medieval
(xiii-xv) – Escola galego-castelá (1354-1465?).
– Etapa das
Irmandades (1916- Poesía – X
eración de 1925: Manuel Antonio, A.
1920). Carballo, F. Bouza Brey, E. Blanco Amor...
Época Nós – Revista Nós (1920-
(1914-1936) 1923, 1925-1936).
Prosa – X
eración Nós: V. Risco, R. Otero Pedrayo,
– Seminario de Castelao...
Estudos Galegos – Outros autores: Rafael Dieste.
Período (1923-1936).
contemporáneo
(xix-hoxe) Posguerra
Poetas do exilio: Luís Seoane, Lorenzo Varela, Emilio Pita...
(1940-1950)
Poesía – X
. Rodríguez Baixeras, M. A. Fernán-Vello, V. Vaqueiro, Antón Reixa,
Xela Arias, Yolanda Castaño...
216
11
2 Contexto da literatura galega
Unidade
medieval
A Idade Media esténdese entre os séculos v e xv e adoita dividirse en dous perío-
dos: a Alta Idade Media (século v - mediados do século xi) e a Baixa Idade Media
(mediados do século xi - finais do xv).
A sociedade medieval
A partir do século xi prodúcese o emerxer da vida urbana, que implica o desenvol-
vemento da produción artesanal e comercial e un maior protagonismo da burgue-
sía (se ben, a maior parte da poboación seguía vivindo no campo).
En Galicia comeza tamén unha etapa de esplendor a todos os niveis, coincidindo
coa denominada «Era Compostelá» (séculos xii e xiii), durante a cal Galicia exerce
un predominio político importante sobre outros territorios do occidente peninsu-
lar. A partir do reinado de Fernando III (1230), en cambio, o noso país perde ese
privilexio en favor do reino de Castela.
O sistema estamental básico, configurado xa no período anterior, está constituído
por tres grupos sociais:
■■ A nobreza, que posúe extensas propiedades, goza de privilexios e ten como
misión participar na guerra.
■■ O clero, tamén clase privilexiada, que posúe a cultura e atende á vida espiritual.
■■ O campesiñado, ao que pertence a maioría da poboación, que se ocupa de
realizar o traballo do campo e debe pagar rendas.
O desigual reparto da riqueza e do poder provocará ao longo deste período a
sucesión de conflitos sociais, particularmente nos séculos xiv e xv e coincidindo
cunha época de gran crise demográfica e económica.
A sociedade da Europa occidental desta época está profundamente dominada
pola intolerancia relixiosa e o espírito de cruzada imposto pola Igrexa, ata o punto
de perseguir os herexes e, na Península Ibérica, estimular o proceso da Reconquis-
ta contra os árabes.
Reflexo do predominio da relixiosidade, no noroeste da Península, especialmente
durante os séculos xii e xiii, é a fundación de mosteiros (Oseira, Aciveiro, Sobrado,
Armenteira, etc.) e o feito de converterse Santiago nun dos centros de peregrina-
ción máis importantes de Occidente.
217
Economía
O home medieval vive nunhas condicións moi precarias, que mellorarán durante
os séculos xi-xiii grazas ao incremento da produción agraria, que provocara o
descenso na mortalidade e o incremento da poboación.
Non obstante, este progreso vese cortado ao longo do século xiv e da primei-
ra metade do xv pola presenza de grandes calamidades que reducirán drastica-
mente a poboación e orixinarán unha importante involución económica: a fame; a
guerra dos Cen Anos (1337-1453) e a peste negra, enfermidade epidémica que se
propagou por Europa.
Só na segunda metade do século xv Europa poderá superar esta crise e iniciar a
súa recuperación.
Cultura
A cultura europea, e dentro dela a galego-portuguesa, florece de xeito especial
durante a Baixa Idade Media. Nacen así as primeiras escolas e universidades (Sa-
lamanca, Oxford, etc.), nas que se estuda Teoloxía, Medicina e Dereito, ao tempo
que se desenvolve unha importantísima cultura popular.
Esta riqueza cultural e artística maniféstase sobre todo na arquitectura a través do
estilo románico (séculos xi-xii) e máis tarde do gótico (séculos xiii-xv), pero tamén
noutras artes como a música ou a literatura.
Na Provenza (sur de Francia) déronse a partir do século x unhas condicións econó-
micas, políticas e sociais favorables para que nos castelos se levase unha vida de
opulencia e se instalasen pequenos centros de cultura nas cidades.
Isto, xunto con outros condicionantes como o ascenso social da muller, as influen-
cias da cultura clásica, etc., deron como resultado a aparición da lírica provenzal
que se desenvolveu en Cataluña e no sur de Francia desde finais do século xi ata
mediados do xiv. O amor segundo as regras da «cortesía» foi o seu tema principal.
218
11 Unidade
Literatura
Aínda que durante a Baixa Idade Media producíanse moitos textos en latín, foise Na web
xerando á vez unha literatura en lingua vulgar.
Cultivouse a épica (Cantar de Mío Cid, en Castela; Cantar dos nibelungos, en Ale- Amplía a información sobre os
Minnesinger.
maña; Canción de Roldán, en Francia); a «novela», primeiro en verso e a partir do
século xiii en prosa (a novela artúrica ou o Roman de Renard, en Francia) e a lírica
(alemá, provenzal ou galego-portuguesa).
Na seguinte táboa comparativa podes observar as etapas da lírica medieval gale-
go-portuguesa e os datos históricos máis significativos:
A ctividades
1 Algúns especialistas sinalan a poesía latina dos goliardos como unha das
posibles orixes da poesía medieval. Pescuda o que poidas sobre estes per-
sonaxes.
219
3 A lírica medieval galego-portuguesa
A lírica medieval galego-portuguesa comprende as composicións poéticas
escritas en galego-portugués entre finais do século xii e mediados do xiv.
Esta formada por 1680 textos de lírica profana e 420 textos de lírica relixiosa,
aproximadamente.
220
11
4 A lírica profana
Unidade
Ámbito xeográfico
A nosa lírica medieval tivo como centro impulsor a cidade de Santiago de Com-
postela, pero despois espallouse polas cortes de León, Castela e Portugal.
Se atendemos ás palabras do Marqués de Santillana no século xv debemos supo-
ñer que, aínda sendo os autores maioritariamente galegos e portugueses, había
outros de diversa procedencia que tamén compoñían en galego-portugués. A nosa
lingua convértese así nun dos máis importantes vehículos culturais da Península.
Escribir en galego-portugués
...non ha mucho tiempo qualesquier deçidores e trovadores destas partes, agora fuessen cas-
tellanos, andaluces o de la Extremadura, todas sus obras componían en lengua gallega o
portuguesa...
Marqués de Santillana
As orixes
221
4.1. A tradición manuscrita
Outros códices
■■ Pergamiño Vindel. Trátase dun rolo, probablemente de finais do século xiii ou
principios do xiv, que contén o texto das sete cantigas de Martín Codax e a mú-
sica de seis delas.
Constitúe o único exemplo conservado de cantigas de amigo musicadas, polo
que posúe un importante valor.
■■ Pergamiño Sharrer. Datado tamén a finais do século xiii ou comezos do xiv,
consta de sete cantigas de amor do rei D. Dinís; é o único exemplo de cantigas
de amor con música que chegou a nós.
■■ Távola Colocciana. Consiste nun catálogo de autores realizado por Ángelo Co- Na web
locci, correspondente a un posible códice perdido.
Amplía a información sobre os
■■ Cinco lais de Bretaña. Son tres folios non numerados que están depositados na lais.
Biblioteca Apostólica Vaticana.
■■ Tenzón entre Afonso Sanches e Vasco Martíns de Resende. Consérvase en
dous apógrafos do século xvii, un na Biblioteca Nacional de Madrid e o outro na
de Porto.
222
11
Unidade
4.2. Autores e intérpretes
Os trobadores
A palabra «trobador» foi utilizada desde o século xii no sur de Francia para desig-
nar os poetas e compositores da lírica provenzal.
Na literatura galego-portuguesa os trobadores eran señores da nobreza pois exer-
cían este oficio desde os infanzóns ata os mesmos reis. Compoñían as cantigas e
logo entregábanas aos xograres para que as interpretasen.
Algúns utilizaban a poesía como medio de vida e de promoción social (os de me-
nor condición), pero outros (os reis, por exemplo) compoñían por pracer ou para
atacar os seus inimigos.
Os xograres
Ademais de divertir o público con distintas habilidades (representación teatral, mí- Na web
mica, acrobacia, malabarismo, música, etc.), os xograres interpretaban as compo-
sicións creadas polos trobadores, aínda que algúns mesmo chegaron a compoñer Amplía a información sobre o
as súas propias cantigas. termo segrel.
Non eran de condición nobre e aceptaban un pagamento pola súa arte. Algúns
tiñan posto fixo, ao servizo dun rei ou dun señor, mentres que outros debían viaxar
por cortes, rúas ou prazas para gañar a vida.
A mediados do século xiv o xograr pasou a chamarse menestrel e viu reducidas as
súas funcións ao simple acompañamento musical.
As soldadeiras
Acompañaban os xograres e realizaban diversas actividades, como cantar, bailar
ou tocar algún instrumento. Tiñan sona de practicar a prostitución, e foron satiriza-
das nas composicións dos poetas. A máis célebre foi María Pérez, A Balteira.
223
4.3. A música
4.4. Os xéneros
4.5. A versificación
Tipos
Desde o punto de vista formal, as cantigas profanas poden ser de dous tipos: de Na web
refrán e de mestría. As cantigas de refrán levan un refrán despois de cada cobra;
as cantigas de mestría non dispoñen deste elemento de repetición. Amplía a información sobre a
versificación e os recursos da
A maioría das cantigas artéllanse sobre un esquema de 3 ou 4 cobras que, segun- lírica medieval.
do a rima e a composición, poden ser unisonantes, singulares, dobras, ternas, etc:
Na lírica medieval, o cómputo silábico realízase ata a última sílaba tónica do verso.
Rima
A rima, podía ser consonante ou asonante. Se o verso remata en sílaba grave, dise
que ten rima femia; pola contra, se remata en sílaba aguda fálase de rima macho.
A carón do número de sílabas escríbese en cada verso a rima, asignando letras
minúsculas por orde (a, b, c…). Este proceso repítese en cada cobra. Por exemplo:
Met’el-rei barcas no rio forte; 9a
Quen amig’á que deus lh’o amostre: 9a
Alá vai, madr’, ond’ei suidade! 9b
( Johan Zorro)
Aínda que se empregaron unha gran variedade de metros, os máis comúns son os
versos de sete sílabas (redondilho maior) e os octosílabos e decasílabos agudos.
Recursos
Ademais do paralelismo e o leixaprén, que veremos na cantiga de amigo, son
recursos da lírica galego-portuguesa o dobre, o mordobre, a fiinda, a palabra
perduda, etc.
Estes recursos facilitaban a memorización e a comprensión. As constantes apela-
cións ao auditorio (e direi-vos) contribuían, así mesmo, a manter a súa atención.
224
11
Unidade
Os nosos trobadores adoitaban empregar tamén algunhas figuras retóricas como
a hipérbole (para amplificar o eloxio da dama ou expresar o poeta o seu amor por
ela), a antítese, o apóstrofe, etc. Nas cantigas de escarnio e de maldicir, o equí-
voco e a ironía eran as máis características.
A ctividades
4 Le o texto 2 da Escolma e realiza estas actividades: Na web
–– Sinala o tipo de cantiga: de refrán ou de mestría.
Elabora un mapa mental sobre
–– Realiza o cómputo silábico dos versos e indica cal e o esquema rítmico. a lírica profana galego-portu-
–– Que tipo de cobras contén o texto? guesa
–– Consulta o apéndice e di que figuras do nivel léxico-semántico podes
atopar no texto.
–– O poema é un convite de amor nun escenario de romería. Tenta averiguar
que aspectos da cantiga se relacionan con esta temática.
225
5 A cantiga de amigo
As cantigas de amigo son composicións nas que o poeta pon en boca dunha
muller as penas (coita) de amor que esta dirixe ao seu «amigo» ou amante.
Arte de Trovar
E, por que alg ũas cantigas i há em que falam eles e elas outrossi, por ém e bem de enten-
derdes se som d’amor, se d’amigo; por que sabede que, se eles falam na prima cobra e elas
na outra [é d’] amor, porque se move a razom d’ele, como vós ante dissemos; e se elas falam
na primeira cobra, é outrossi d’amigo; e se ambos falam e ũa cobra, outrossi é segundo qual
d’eles fala na cobra primeira.
Bailadas
Son cantigas nas que se expresa a ledicia de amar e vivir. Adoita producirse nelas
unha invitación ao baile. Levan sempre refrán:
Bailemos agora, por Deus, ai velidas,
sô aquestas avelaneiras frolidas
e quen fôr velida, como nós velidas,
s’amig’amar,
sô aquestas avelaneiras frolidas
verrá bailar!
Johan Zorro
Mariñas ou barcarolas
Desenvólvense sempre nunha paisaxe mariñeira: a amiga dialoga coas ondas, vai
esperar a chegada de navíos, etc.
Nas barcas novas foi-s’o meu amigo d’aqui
e vej’eu viir barcas e tenho que ven i,
mia madre, o meu amigo.
Atendamos, ai madre, sempre vos querrei ben,
ca vejo viir barcas e tenho que i ven,
mia madre, o meu amigo.
Juião Bolseiro
226
11
Unidade
Cantigas de romaría
Relaciónanse coas romaxes e coas peregrinacións a ermidas, igrexas e santuarios
onde a amiga se xuntaba co amigo. Na web
Pois nossas madres van a San Simon
de Val de Prados candeas queimar, Amplía a información sobre as
características da cantiga de
nós, as meninhas, punhemos d’andar
amigo.
con nossas madres, e elas enton
queimen candeas por nós e por ssi,
e nós, meninhas, bailaremos i.
Pero Viviaez (fragmento)
5.2. Caracterización
Clasificación temática
A palabra amigo aparece sempre nos primeiros versos das cantigas deste tipo,
trazo que as identifica.
As cantigas de amigo máis antigas teñen un carácter plenamente autóctono, son
monologadas e desenvólvense nun medio rural e doméstico pouco detallado.
A paisaxe representada é bucólica e primaveral; nela aparecen fontes, ríos, igrexas,
ermidas, aves, cervos, etc., con claro valor simbólico. Nalgúns destes lugares pro-
dúcese o encontro co amigo.
Se oj’o meu amigo E nas verdes ervas
soubess’, iria migo: vi andalas cervas,
eu al rio me vou banhar. meu amigo.
Estevan Coelho
Enos verdes prados
vi os cervos bravos,
Fui eu, madre, lavar meus cabelos meu amigo.
a la fonte e paguei-m’eu d’elos Pero Meogo
e de mi, louçãa.
Johan Soarez Coelho
227
Clasificación formal Paralelismo
Desde o punto de vista formal, a cantiga de amigo adoita estar estruturada en
cobras de 2, 3 ou 4 versos con refrán, aínda que tamén pode ser de mestría. Os
trazos característicos da cantiga de amigo son o paralelismo, o leixaprén e o refrán.
A
1ª cobra
refrán {
B
{
■■ Paralelismo: procedemento repetitivo polo que as palabras ou ideas dunha co- A’
bra volven aparecer na seguinte con mínimas modificacións. 2ª cobra B’
■■ Leixaprén: repetición dos segundos versos dun par de cobras como primeiros refrán
do par seguinte.
■■ Refrán: verso ou versos que se repiten ao final de cada cobra.
A seguinte cantiga de Nuno Treez presenta todos estes recursos: Leixaprén
{ {
San Clemenço do mar, A
se mi d’el non vingar, 1ª cobra B
non dormirei. refrán
{
1º par
San Clemenço senhor, A’
se vingada non for, 2ª cobra B’
non dormirei. refrán
{ {
Se mi d’el non vingar,
do fals’e desleal, B
non dormirei. 1ª cobra C
refrán
Se vingada non for
{
2º par
do fals’e traedor, B’
non dormirei. 2ª cobra C’
refrán
A protagonista das cantigas de amigo é sempre unha doncela. Desde o punto de vista
narrativo, adoita indicarse xa nos primeiros versos da cantiga cal é a situación na que
esta se encontra. Así, no exemplo anterior, a primeira cobra concentra toda a mensaxe,
mentres que as demais –a través do paralelismo e o leixaprén– son pura repetición.
228
11
Unidade
5.3. Os personaxes
A amiga
É o suxeito lírico da cantiga de amigo e sempre se presenta facendo unha louvan-
za das súas calidades físicas (aparece como «fremosa», «louçana», «bon pareçer»,
«bon semelhar», etc.):
Na web
A do mui bon pareçer
mandou lo adufe tanger: Amplía a información sobre a
louçana d’amores moir’eu. cantiga de amigo.
Martin de Ginzo
Algunhas veces diríxese ao amigo (ausente) e fala dos seus sentimentos; outras
dirixirase á nai, a unha irmá, ás amigas ou á natureza, para falarlles do amigo e do
seu amor:
Ai madr’o que ben queria Mia irmana fremosa, treides comigo
foi-s’ora d’aqui sa via; a la igreja de Vig’, u é o mar salido:
deseja-lo-ei. E miraremos las ondas!
Osoir’Anes Martín Codax
O amigo
Case sempre está ausente (por atoparse servindo o rei, na guerra, etc.) e por tanto
nunca responde. O diálogo entre os dous namorados xamais se produce:
–Os meus ollos e o meu coraçon
e o meu lume foi-se con el-rei!
Johan Zorro
A nai
Adoita escoitar en silencio os problemas da filla; ás veces pode haber diálogo en-
tre as dúas (nalgunhas cantigas é a nai quen fala). Nas cantigas de amigo as súas
funcións son basicamente as de vixilancia da filla, consello e control a través dunha
actitude autoritaria:
Non poss’eu, madre, ir a Santa Cecilia
ca me guardades a noit’e o dia
do meu amigo.
Martin de Ginzo
229
Os confidentes
A amiga confía as súas penas de amor á nai, á natureza, á irmá ou ás amigas.
Estas últimas, ademais, poden facer de «mandadeiras», é dicir, de recadeiras que
terán como misión fundamental a de restabelecer o acordo entre os namorados.
A irmá desempeña un papel autoritario semellante ao da nai, en ausencia desta.
Par Deus, amiga, podedes saber
como podesse mandad’enviar
a meu amigo que non á poder
de falar migu’e morr’én con pesar?
Pedr’Amigo de Sevilha
Xograr galego do que non chegou a nós máis ca un poema, unha das máis fermo-
sas cantigas de amigo que se coñecen. O poema presenta a doncela agardando
polo seu amigo ao pé dunha ermida na illa de San Simón (ría de Vigo). A marea vai
subindo e a amiga, véndose rodeada polas ondas e desamparada, sente que vai
morrer (simbolicamente). O tema da cantiga céntrase así na expresión de soidade
e angustia da namorada.
Sedia-m’eu na ermida de San Simón
e cercaron-mi-as ondas que grandes son.
Eu atendend’o meu amigu’! E verrá?
Martín Codax
Xograr do século xiii tamén orixinario de Vigo ou dos seus arredores, de quen
conservamos sete cantigas de amigo coas melodías de seis delas. Algunhas teñen
unha certa continuidade narrativa, e parece que poden pertencer ao mesmo en-
tramado argumental.
Johan de Cangas
Xograr do século xiii natural de Cangas do Morrazo. Só conservamos tres cantigas
de amigo (concretamente de romaría), que aluden ao santuario de San Mamede
do Mar (Beluso, Bueu).
Pero Meogo
Xograr de Santiago de Compostela, onde exerceu a profesión de notario na se-
gunda metade do século xii. As súas composicións teñen unha grande unidade
temática, e recorren a miúdo a símbolos eróticos (o cervo que vai á fonte e enturba
a auga, a rotura do brial, etc.).
Airas Nunes
Foi un clérigo e trobador galego do século xii. Elaborou cantigas de amigo, de
amor e de escarnio e maldicir. Crese que puido ter colaborado na elaboración das
Cantigas de Santa María de Afonso X o Sabio.
230
11 Unidade
A ctividades
6 Le o texto 1 da Escolma e realiza estas actividades:
–– Tenta establecer cal é o tema central da cantiga.
–– Divide o poema en partes e xustifica a túa decisión.
–– Sinala que elementos contribúen a expresar o desacougo da amiga.
–– Nunha primeira lectura, a mensaxe da cantiga de Mendinho é simple:
«Unha doncela agarda na ermida de San Simón, situada na ría de Vigo,
o regreso do seu amigo. Obcecada pola idea dese regreso, allea ao que
acontece arredor, só se decata de que nin o amigo virá nin poderá fuxir
de alí porque as augas do mar a cercan e baten furiosamente. Só lle que-
da agardar pola morte».
Mais, alén desta lectura, tamén pode existir outra máis profunda. Tenta
averiguar cal é, tendo en conta os sentimentos que se expoñen no reca-
dro.
231
Escolma de textos
Cantigas de amigo
Texto 1 Texto 2
Mendinho Pero Viviaez
Sedia-m’eu na ermida de San Simón Pois nossas madres van a San Simon
e cercaron-mi-as ondas que grandes son. de Val de Prados candeas queimar,
Eu atendend’o meu amigu’! E verrá? nós, as meninhas, punhemos d’andar
con nossas madres, e elas enton
Estando na ermida, ant’o altar, queimen candeas por nós e por si
cercaron-mi-as ondas grandes do mar. e nós, meninhas, bailaremos i.
Eu atendend’o meu amigu’! E verrá?
Nossos amigos todos lá iran
E cercaron-mi-as ondas que grandes son: Por nos veer e andaremos nós
non ei [i] barqueiro nen remador. Bailand’ant’eles, fremosas, en cós,
Eu atendend’o meu amigu’! E verrá? E nossas madres, pois que alá van,
queimen candeas por nós e por si
E cercaron-mi-as ondas do alto mar: e nós, meninhas, bailaremos i.
non ei [i] barqueiro nen sei remar.
Eu atendend’o meu amigu’! E verrá? Nossos amigos iran por cousir
como bailamos e poden veer
Non ei i barqueiro nen remador: bailar moças de [mui] bon parecer,
morrerei [eu], fremosa, no mar maior. e nossas madres pois lá queren ir,
Eu atendend’o meu amigu’! E verrá? queimen candeas por nós e por si
e nós, meninhas, bailaremos i.
Non ei [i] barqueiro nen sei remar:
morrerei eu, fremosa, no alto mar.
Eu atendend’o meu amigu’! E verrá?
Texto 3
Johan Zorro
Bailemos agora, por Deus, ai velidas,
so aquestas avelaneiras frolidas,
e quem fôr velida como nós, velidas,
se amigo amar,
so aquestas avelaneiras frolidas
verrá bailar.
232
11 Unidade
Texto 4 Texto 6
Airas Nunes Martín Codax
Bailemos nós já todas tres, ai amigas, Eno sagrado, en Vigo,
so aquestas avelaneiras frolidas bailaba corpo velido:
e quen fôr velida, como nós, velidas, Amor ei!
se amig’amar,
so aquestas avelaneiras frolidas En Vigo, no sagrado,
verrá bailar. bailaba corpo delgado:
Amor ei!
Bailemos nós já todas tres, ai irmanas,
so aquesto ramo d’estas avelanas Bailaba corpo velido,
e quen fôr louçana, como nós, louçanas, que nunca ouver’amigo:
se amig’amar, Amor ei!
so aquesto ramo d’estas avelanas
verrá bailar. Bailaba corpo delgado,
que nunca ouver’amado:
Por Deus, ai amigas, mentr’al non fazemos, Amor ei!
so aquesto ramo frolido bailemos,
e quen ben parecer, como nós parecemos, Que nunca ouver’amigo,
se amig’amar ergas no sagrad’, en Vigo:
so aqueste ramo so’l[o] que nós bailemos Amor ei!
verrá bailar.
Que nunca ouver’amado,
ergas en Vigo, no sagrado:
Amor ei!
Texto 5
Martín Codax
Ondas do mar de Vigo, Texto 7
se vistes meu amigo?
Johan de Cangas
E ai Deus, se verrá cedo!
Amigo, se mi gram ben queredes,
Ondas do mar levado, id’a San Mamed’e veer-m’edes:
se vistes meu amado? oje non mi mençades, amigo.
E ai Deus, se verrá cedo!
Pois mi aqui ren non podedes dizer,
Se vistes meu amigo, id’u ajades comigo lezer:
o por que eu sospiro? oje non mi mençades, amigo.
E ai Deus, se verrá cedo
Serei vosqu’en San Mamede do Mar,
Se vistes meu amado, na ermida, se mi-o Deus aguisar:
por que ei gran coidado? oje non mi mençades, amigo.
E ai Deus, se verrá cedo!
233
Texto 8
Pero Meogo
Levous’a louçana, levous’a velida, E rompeste i o vestir
vai lavar cabelos na fontana fría, que fezestes a pesar de min:
leda dos amores, dos amores leda. poilo cervo i ven,
esta fonte seguídea ben,
Levous’a velida, levous’a louçana, poilo cervo i ven.
vai lavar cabelos na fría fontana,
leda dos amores, dos amores leda.
Texto 10
Vai lavar cabelos na fontana fría, Pero Meogo
passou seu amigo que lhi ben quería, —Digades, filha, mia filha velida,
leda dos amores, dos amores leda. porque tardastes na fontana fría?
—Os amores ei.
Vai lavar cabelos na fría fontana,
passa seu amigo que muit’a amava, —Digades, filha, mia filha louçana,
leda dos amores, dos amores leda. porque tardastes na fría fontana?
—Os amores ei.
Passa seu amigo que lhi ben quería,
o cervo do monte a augua volvía, —Tardei, mia madre, na fontana fría,
leda dos amores, dos amores leda. cervos do monte a augua volvían.
—Os amores ei.
Passa seu amigo que a muito amava,
o cervo do monte volvía a augua, —Tardei, mía madre, na fría fontana,
leda dos amores, dos amores leda. cervos do monte volvían a augua.
—Os amores ei.
234
11 Unidade
Texto 12
D. Dinís
Ai flores, ai flores do verde pino, Vós preguntades polo voss’amigo?
se sabedes novas do meu amigo! E eu ben vos digo que é san’e vivo.
Ai Deus, e u é? Ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amigo, E eu bem vos digo que é san’e vivo,
aquel que mentiu do que pos commigo? e será vosc’ant’o prazo saido.
Ai Deus, e u é? Ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amado, E eu bem vos digo que é viv’e sano,
aquel que mentiu do que mh a jurado, e será vosc’ant’o prazo passado.
Ai Deus, e u é? Ai Deus, e u é?
235
Repaso da unidade
Lectura
Kharxa Morrer no mar maior
Oh nai, o meu amigo A rapaciña da preciosa cantiga de Mendiño, isolada na
vaise e non volve! illa pontevedresa de San Simón, segundo a miña inter-
pretación está a piques de sucumbir á paixón –o mar
Dime que farei, nai,
maior– cando chegue o seu amigo.
se a miña pena non afrouxa.
As ondas que a cercan son as oleadas do amor e do
Kharxa mozárabe (trad.)
desexo.
Dáse conta a rapaciña que que non as vai poder resis-
tir: as ondas son grandes. Estas grandes ondas do mar
Con auga de sede vella téñena rodeada. Ela sabe o que o amigo vai chegar. Na
súa conciencia de namorada repercute unha e outra vez
Con auga de sede vella
a inminencia do encontro. Espera ó amigo. Non hai me-
namorar eu namoreina,
dio de fuxir do que o corazón arela: «non hei barqueiro».
meu amigo!
Ela sabe que se entregará sen reservas á paixón naquela
soedade da illa onde permanece sen que ninguén gar-
Con unha herba lixeira
de. De pouco lle valería o recollemento da ermida ou a
namorar eu namoreina,
devoción diante do altar. As ondas apaixonadas da súa
meu amigo!
xuventude son altas e non as pode vencer: «non sei re-
mar».
Namorar eu namoreina
con unha cantiga leda Pasa agora a rapaciña no seu parladoiro do presente ó
meu amigo! futuro: «Morrerei, fremosa, no mar maior». Ou sexa, ela
prevé, entre queixosa e resignada, que vai perder o ben
Namorar eu namoreina máis preciado, a inocencia, nesa paixón que a envolve
con áer da primaveira, coma as ondas do mar. Morrerá fremosa: sacrificará a
meu amigo! súa virxinidade en aras do amor. Morrerá fremosa, virxe.
Álvaro Cunqueiro, Cantiga nova que se chama riveira
Sucumbirá á paixón erótica.
Luz Pozo Garza, Ondas do mar de Vigo: erotismo e conciencia
mítica nas cantigas de amigo
A ctividades
1 Sinala que semellanzas observas entre a kharxa 5 Compara o tratamento do mar na cantiga de
e as cantigas de amigo galego-portuguesas. Mendinho e a de Martín Codax (texto 5 da Es-
colma). Cres que as ondas teñen o mesmo sig-
2 O poema de Álvaro Cunqueiro foi escrito en nificado en ambos os casos?
1933 inspirándose nas cantigas de amigo. Que
elementos comúns atopas con estas compo- 6 Consideras que algunha das cantigas da escol-
sicións medievais? Trátase dunha voz poética ma pode presentar un significado erótico como o
masculina ou feminina? A quen cres que fai refe- que Luz Pozo lle atribúe a cantiga de Mendinho?
rencia neste caso a palabra «amigo»?
7 Busca nas cantigas da Escolma e describe as re-
3 Crese que Mendinho foi un xograr. Que diferen- ferencias paisaxísticas que encontres e a relación
zas existían entre xograres e trobadores? que poden ter con respecto á temática amorosa.
236
Unidade 11
1
Unidade
En
Nalaweb
web
Autoavalíate completando o mapa
conceptual.
Esquema
Contexto da literatura galega medieval
Alta Idade Media Desenvolvemento da sociedade feudal.
(v- s. xi) A cultura localízase nos mosteiros.
Esplendor en Galicia: Era Compostelá (xii e xiii).
Sociedade
Forte relixiosidade. Auxe das peregrinacións a Santiago.
Séculos xi-xiii: incremento da produción agrícola
Economía Século xiv e xv: fame Guerra dos Cen Anos, peste negra.
Baixa Idade Media
Segunda metade do xv: recuperación.
(xi-xv)
Primeiras escolas e universidades
Cultura Desenvolvemento do Románico e do Gótico.
Auxe da lírica provenzal.
Literatura Literatura en latín pero tamén nas linguas vulgares.
237
Lecturas guiadas
Cantigas de amigo
Análise
Análise
Martín Codax caracterízase pola súa orixinalidade, pois
No poema, a amada láiase da marcha do amado para a elabora nas cantigas un concepto de amor máis real,
batalla. Vai cumprir un servizo, o fossado, que mencio- afastado das características do amor cortés e da in-
na nas últimas estrofas. A muller entende que os debe- fluencia da lírica provenzal.
res militares do amado tamén son un servizo para ela.
Esta cantiga é a única da que non se conserva notación
O poema está composto por seis cobras alternas, aso- musical.
nantes, paralelísticas e con leixaprén. O modelo de dís-
tico para o retrouso modifícase nesta cantiga no refrán Formalmente, esta é unha cantiga de refrán con estru-
da última estrofa. tura 4 x 2 +1. Presenta paralelismo e leixaprén.
238
Unidade 11
Del consérvanse nove cantigas de amigo que destacan É autor de cantigas de amigo, de amor e de escarnio e
polo sensual e simbólico uso da natureza e do cervo. maldizer.
Levóu´a louçana, levóus´a velida Crese que puido ter colaborado na elaboración das
Levóus’ a louçana, levóus’ a velida, Cantigas de Santa María de Afonso X o Sabio.
vai lavar cabelos na fontana fría,
leda dos amores, dos amores leda. Bailemos nós ja todas tres
Bailemos nós ja todas tres, ai amigas,
Levóus’ a velida, levóus’ a louçana, so aquestas avelaneiras frolidas
vai lavar cabelos na fría fontana, e quen for velida, como nós, velidas,
leda dos amores, dos amores leda. se amigo amar,
so aquestas avelaneiras frolidas
Vai lavar cabelos na fontana fría, verrá bailar.
passou seu amigo que lhi ben quería,
leda dos amores, dos amores leda. Bailemos nós ja todas tres, ai irmanas,
so aqueste ramo destas avelanas
Vai lavar cabelos na fría fontana, e quen for louçana, como nós, louçanas
passa seu amigo que muit’ a amava, se amig’amar,
leda dos amores, dos amores leda. so aqueste ramo destas avelanas
verrá bailar.
Passa seu amigo que lhi ben quería,
o cervo do monte a auga volvía, Por Deus, ai amigas, mentr’al non fazemos,
leda dos amores, dos amores leda. so aqueste ramo frolido bailemos
e quen ben parecer, como nós parecemos,
Passa seu amigo que a muito amava se amig’amar,
o cervo do monte volvía a augua, so aqueste ramo so’l que nós bailemos
leda dos amores, dos amores leda. verrá bailar.
Análise Análise
Nas cantigas de Pero Meogo destacan as referencias Nas cantigas de amigo acostuman aparecer dúas espe-
eróticas a través de símbolos. Neste caso son a fría fon- cies de árbores: as «avelaneiras» e os «pinos».
tana, o cervo e a auga os que se relacionan co desexo Nesta cantiga de Airas Nunes, a mención das avelanei-
amoroso e sexual. ras non é casual senón que ten un significado simbóli-
A fonte é un dos destinos aos que acode a amiga para co: a abeleira e a abelá debían relacionarse con algún
buscar auga, para beber ou cociñar; pero, neste caso, culto a fertilidade de orixe pagá.
vai lavar os cabelos, feito que tamén reflicte unha cla- A alegría de vivir que simboliza a danza están relacio-
ra simboloxía erótica. Na fontana fría ela entretense co nadas tamén coa intención de atraer sensualmente o
cervo (o amigo) que vai beber á mesma fonte, o que amigo.
alude ao encontro entre os amantes.
A cantiga ten estrutura de dístico con refrán (aaB) e pre-
senta paralelismo e leixaprén.
239
Comentario de textos
Conforto Adicatoria
Que a terra me conforte, A Pepa de Pastora, miña avoa...
a terra fresca Avoa. Imos atados a unha hora escura,
onde meus pais labraron, a hora H en arrepío lento.
e sinta o seu lentor (...)
e sinta saiva subir polas raíces E ti segues en pé, vertical como a esperanza,
ata o corpo dos grandes castiñeiros. co peso xa carnal do legón
Só por sentir as rulas pousarse entre o peso dos teus oitenta anos.
lenemente na saudade. Pulas aínda o cobre do teu músculo
para abrir canles de amor con que regar o millo.
VIII
Ollo nos cupos da familia os nomes
dos bisavós, dos vellos que me deron
este corpo moral que son agora.
Sinto os seus dedos antigos
percorrerme os ósos mentres aran
sen tregua na humildade
para darme esa flor.
Son labradores que amasaron de boroa o tempo para
eu cantar. E dese impulso vivo!
Foron as mans, os folgos que en tanta travesía
e nos corpos de vellas nais escuras como a terra.
Ao velos vir, sombras no manuscrito
–que xa eran case sombras nesta vida–,
eu sei de certo
que seara hei de arar detrás do tempo.
E merendar cereixas na restreva!
Anton Avilés de Taramancos, Última fuxida a Harar
240
Unidade 11
Os textos poéticos
Comentar un texto consiste en realizar un exercicio de
composición para explicar o contido e a organización, O resumo
co obxectivo de facer unha valoración final, axustada e Resumir un texto literario consiste en crear outro
argumentada. novo no cal, con palabras propias, se sintetizan as
■■ Fases do comentario poético ideas básicas que desenvolve.
O comentario de textos poéticos ten unhas fases que Un bo resumo debe ser breve, claro e preciso, aín-
vas ver, a seguir, de xeito esquemático. da que a súa extensión vén condicionada pola im-
portancia e complexidade do texto orixinal.
Fase inicial. Lectura comprensiva
Obxectivo: O tema
■■ Localizar e ordenar as ideas principais e secunda- O tema dun texto ou poema vén sendo o núcleo
rias do texto. significativo, a idea fundamental do expresado no
Obtemos o tema e o resumo. poema.
Para saber cal é o tema dun texto poético, cómpre
realizar previamente un bo resumo do contido. Ta-
Fase central. Estrutura mén é útil responder a preguntas como a seguinte:
Obxectivos: Que pretende comunicarnos o autor?
■■ Definir a estrutura interna (contido) e a estrutura Para indicar o tema dunha composición podenos
externa (forma) do texto. servir unha palabra ou unha frase, pois a súa for-
mulación debe caracterizarse pola claridade, brevi-
■■ Analizar a interrelación entre as ideas.
dade e exactitude.
■■ Analizar os recursos utilizados.
Obtemos un esquema. 1 Consulta diversos manuais sobre o comentario de
textos e tenta ampliar o máis posible o esquema da
páxina anterior.
Fase final. Conclusión 2 Realiza unha lectura atenta dos poemas de Avilés de
Obxectivo: Taramancos que tes na páxina anterior.
■■ Seleccionar e organizar a información obtida so- 3 Busca nun dicionario, se for o caso de que o desco-
bre o texto para realizar unha valoración persoal ñeceses, o significado dos termos que aparecen su-
reflexiva e argumentada. braiados nos poemas. Nalgúns casos, trátase de pa-
labras non normativas sobre as que debes pescudar.
Obtemos un comentario crítico.
lentor saiva rulas
relva coallan sementeira
■■ Fase inicial travesía seara restreva
A lectura comprensiva non consiste en facer unha inter- arrepío legón anegada
pretación persoal do poema, senón en comprender o 4 Distingue, en cada un deles, as ideas principais e
seu contido e situalo nun contexto. secundarias.
Para iso, debes ser capaz de responder a preguntas 5 Elabora, para cada un deles, un resumo ben organizado.
como as seguintes: 6 Indica cal é o tema de cada un dos poemas.
Que di o texto? 7 Observas trazos comúns entre os catro poemas? Ela-
Quen o di? bora un breve texto sobre o tema que desenvolve o
A quen llo di? poeta e a súa intención.
241
12 A literatura
galega
medieval
Sobre a lectura
242
12
1 A cantiga de amor
Unidade
1.1. Introdución
243
1.2. Caracterización
244
12
Unidade
1.3. Os personaxes
A senhor
A amada, ou senhor é descrita dun xeito vago e impreciso. Só sabemos que é
de extraordinaria beleza, case perfecta (fremosa, bon semelhar, bon parecer, ben
talhada).
Polo que respecta á súa psicoloxía, atopamos a mesma escaseza de adxectivos
que fagan referencia ás súas calidades, tanto positivas (bon prez, bon sen, bonda-
de) coma negativas.
Qual dona Deus fez mellor pareçer
e que fezo de quantas outras son
falar mellor razon,
Na web
e con tod’esto mellor prez aver,
e mais mansa das que eu nunca vi, Elabora un póster sobre os
aquesta fezo desejar a min personaxes da cantiga de ami-
Deus, por ja mais nunca coita perder. go.
Pero García Burgalés
Nas cantigas galegas, o namorado non é correspondido pola dama e por iso lle
pide que o ampare e lle preste consello (nunha clara transmutación das relacións
feudo-vasaláticas), mais esta non acepta as súas peticións:
Por Deus, que vus fez, mia senhor,
mui ben falar e parecer,
pois a min non pode valer
ren contra vos, e que farei?
que eu consello non me sei.
Vasco Fernández Praga de Sandin
O namorado
O namorado é o suxeito lírico nas cantigas de amor. Desempeña o papel de va-
salo, como amosan as fórmulas de pertenza empregadas nas cantigas (seer vosso,
voss’ome), e preséntase ante a dama como un home fiel e honesto para gañar o
seu favor.
Aparece como servidor e amante, pero pode deixar de servir a dama e mesmo
chegar á morte por amor polo mal que lle causa ao non lle conceder o galardón
(recompensa).
Grave dia naçeu, senhor,
quen se de vós ouv’a partir
e sse teve por devedor
de vos amar e vos servir,
como m’eu de vós partirei;
Pero García d’Ambroa
Os miscradores
Os miscradores eran os competidores do poeta polo amor da dama. O namorado,
pretendendo atraer a atención da senhor, cualificaos de mentireiros.
Disseron-vos, fremosa mia senhor,
que non mat’a mi o voss’amor
Roi Martins d’Ulveira
245
1.4. Algúns autores
Johan Airas
É un dos poetas galegos máis representativos e prolíficos (chegaron a nós 81 poe-
sías súas). Apenas se coñecen datos biográficos deste autor, a non ser que era un
burgués, probablemente de Santiago, e que exerceu a súa actividade na segunda
metade do século xiii. A súa obra mostra un gusto marcadamente culto e come
dido.
Don Dinís
Foi rei de Portugal entre 1279 e 1325. Igual ca Afonso X na corte castelá –do cal
era neto–, don Dinís foi un gran promotor da lírica galego-portuguesa e da cultura
en xeral.
O seu cancioneiro é o máis «provenzalizante» (froito da súa educación) e abundan-
te da tradición trobadoresca: coñecemos 137 poesías deste autor, das cales 73 son
de amor.
Bernal de Bonaval
Foi un trobador galego do século xiii e del consérvanse 19 cantigas, 10 de amor
e 9 de amigo. Está considerado como un dos primeiros poetas dos cancioneiros
e a súa obra ten un estilo pretrobadoresco, que se afasta un pouco da influencia
provenzal.
246
12 Unidade
A ctividades
1 Le o texto 1 da Escolma e realiza estas actividades:
–– Este texto constitúe unha especie de manifesto poético dos cantares de
amor. Distingue nel a introdución e o desenvolvemento.
–– Elabora o inventario das calidades da senhor provenzal indicadas na can-
tiga.
–– Explica a actitude do poeta ante a dona.
–– Busca os artificios retóricos usados para mostrar as calidades da senhor.
247
2 Cantigas de escarnio e maldicir
Crese que a canción satírica galego-portuguesa tivo a súa orixe nunha antiga poesía
autóctona de tradición oral, xunto coa influencia posterior do sirventés provenzal.
As cantigas satíricas son como unha especie de reportaxe, en clave burlesca, dos
acontecementos máis ou menos escandalosos da época, polo cal nos poden axu-
dar a comprender e interpretar mellor os hábitos da sociedade medieval; en cal-
quera caso, non deben ser consideradas como un fiel retrato do mundo real.
Segundo a Arte de Trovar do Cancionero da Biblioteca Nacional de Lisboa:
■■ As cantigas de escarnio son aquelas que se basean na equivocatio, é dicir, na
utilización de palabras con dobre sentido.
■■ As cantigas de maldicir, en cambio, empregan palabras directas.
2. 1 Clasificación
■■ Sátira social: burlas de vicios, costumes, defectos físicos; sátiras contra os no-
bres (a avaricia dos infanzóns, dos ricos-homes, etc.) ou contra os relixiosos.
Pero da Ponte, ou eu non vejo ben,
ou [de] pran essa cabeça non é
a que vós antano, per boa fé,
levastes, quando fomos a Geen;
e cuido-m’eu adormecestes...
Afons’Eanes do Coton
248
12
Unidade
■■ Sátira política: cantigas contra determinados feitos históricos, como a crítica
a algúns alcaldes que, na guerra entre Sancho II de Portugal e Afonso (conde
de Boloña), pasaron dun bando a outro; ou cantigas nas que se pon de mani-
festo a covardía dalgúns vasalos de Afonso X na guerra de Granada contra os
árabes.
O que foi passar a serra
e non quis servir a terra,
é ora, entretant’a guerra,
que faroneja?
Pois el agora tan muito erra,
maldito seja!
Afonso X
■■ Sátira moral: cantigas con carácter moral, próximas ao sirventés. Tratan sobre a
corrupción, a desaparición de antigas virtudes, o abuso dos poderosos, a men-
tira que triunfa, etc. Na web
Por que no mundo mengou a verdade,
Elabora un mapa mental so-
punhei un dia de a ir buscar;
bre a clasificación temática das
e, u por ela fui preguntar, cantigas de escarnio e maldicir.
disseron todos: –Alhur la buscade,
ca de tal guisa se foi a perder,
que non podemos én novas aver
nen ja non anda na irmaidade.
Airas Nunez
■■ Sátira literaria: burlas e parodias doutros tipos de poesía, do amor cortés, etc.
Roi Queimado morreu con amor
en seus cantares, par Santa Maria!
por ũa dona que gran ben queria,
e por se meter por mais trobador,
por que lh’ela non quis ben fazer
feze s’el en seus cantares morrer
mais resurgiu depois ao tercer dia.
Pero Garcia Burgalês
249
2.2. Caracterización
Afons’Eanes do Coton
Foi trobador galego de mediados do século xiii. En opinión doutros poetas, era
amigo do xogo, das mulleres e do viño. Conservamos del 24 composicións, das
cales 14 son cantigas de escarnio e maldicir nas que critica costumes e modas
usando unha fina ironía, pero tamén un vocabulario obsceno e irreverente.
Pero da Ponte
Foi segrel galego de mediados do século xiii. Del coñecemos 53 cantigas, 33 das
cales son sátiras. É un dos poetas máis importantes dos cancioneiros, tanto polo
número de composicións e a súa calidade, como polo feito de ser un dos poucos
que cultivou case todos os xéneros.
A ctividades
9 Le o texto 9 da Escolma e realiza estas actividades:
–– Analiza a métrica da cantiga e elabora o esquema rítmico.
–– Trátase dunha cantiga de escarnio ou de maldicir? Razoa a resposta.
–– Que pretende expresar o poeta e mediante que procedementos?
250
12
3 Xéneros menores da lírica profana
Unidade
A tenzón
A tenzón é un poema dialogado no que dous trobadores, alternando as súas in-
tervencións, se satirizan reciprocamente ou sosteñen opinións opostas sobre un
tema.
As cobras adoitan ser dobras (cambio de rima cada dúas) e o segundo intervenien-
te dispón do mesmo espazo e esquema có primeiro.
Lourenço, soías tu guarecer
como podias, per teu citolom,
ou ben ou mal, non ti digu’eu de non,
e vejo-te de trobar trameter,
quero-t’eu d’esto desenganar:
ben tanto sabes tu que é trobar
ben quanto sab’o asno de leer.
A cantiga de seguir
A cantiga de seguir é unha composición que consiste en imitar outro poema xa
existente. Pódese imitar só a música e a rima, ou tamén o refrán.
Só se conservan tres exemplos na nosa lírica, dos cales se descoñecen os modelos
imitados.
Eu convidei un prelado a jantar, se ben me venha.
Diz el en est´: —e meus narizes de color berengenha?
Vos avedes os olhos verdes, e matar-m´iades con eles!
Johan de Gaia
O pranto
Poesía na que o trobador expresa a dor pola morte dunha persoa de clase social
alta e eloxia as súas virtudes. O finado adoita ser o protector do poeta.
Consérvanse cinco prantos en galego-portugués, catro dos cales son da autoría
de Pero da Ponte.
Neles cántase a morte de altos personaxes; o máis notable é o dedicado ao rei
Fernando III o Santo, morto en 1252:
Que ben sse soub’acompanhar
Nostro Senhor esta sazon!
Que filhou tan bon companhon,
de qual vus eu quero contar:
rei don Fernando, tan de prez,
que tanto ben no mundo fez,
e que conquis de mar a mar!
Pero da Ponte
251
3.1. Xéneros contaminados da lírica profana
A pastorela
A pastorela é unha composición dialogada, de ascendencia occitana, na que se
desenvolve o encontro entre un cabaleiro-trobador e unha pastora.
No ámbito galego-portugués o xénero está moi influído polas formas autóctonas
da cantiga de amor ou de amigo, polo que dos sete textos que conservamos,
só este de Pedr’Amigo de Sevilha reúne varias das características do xénero pro-
venzal:
Quand’eu un dia fui en Compostela
en romaria, vi unha pastor
que, pois fui nado, nunca vi tan bela,
nen vi outra que falasse milhor,
e demandei-lhe logo seu amor
e fiz por ela esta pastorela.
O descordo
O descordo é unha cantiga de orixe provenzal cun esquema métrico e melódico
diferente en cada cobra. Só se conserva en galego-portugués un descordo de
Nuno Eanes Cerzeo.
252
12
4 A lírica relixiosa
Unidade
4.1. Afonso X, o Sabio
A pesar de ter unha vida privada pouco feliz e gobernar con escasa fortuna,
Afonso X (Toledo, 1221 - Sevilla, 1284) foi, xunto co seu neto don Dinís de Por-
tugal, o gran mecenas da cultura medieval peninsular.
Parece ser que se criou na fortaleza de Maceda (Ourense), onde tería aprendido
Na web
o idioma galego. Pola súa corte pasaron grandes trobadores e xuntou un equipo
de sabios e artistas que participaron na elaboración da maior parte das obras que Amplía a información sobre
se lle atribúen. Afonso X o Sabio.
Gran impulsor do castelán, que converteu en lingua oficial da monarquía, foi crea-
dor e promotor de obras en prosa castelá como a General estoria, a Crónica gene-
ral, Las siete partidas, etc.
Como autor, a súa contribución á lírica profana galego-portuguesa comprende 44
cantigas, na súa meirande parte de escarnio e maldicir.
Nacen como unha obra de propaganda do Rei Sabio que pretendía mostrar o
prestixio e o poder da corte toledana. Non son unha obra de Afonso X, senón que
este supervisaba e dirixía o labor dun equipo ao seu servizo.
Fontes
As fontes que inspiraron este cancioneiro relixioso son variadas: narracións orais
de milagres, coleccións marianas, textos haxiográficos latinos, experiencias per- Na web
soais do propio rei e dos seus colaboradores, etc.
Amplía a información sobre as
O proceso de elaboración foi colectivo. Neste poema, o rei manifesta que atopou un Cantigas e Santa María.
libro de milagres, mandouno traducir e compuxo unha cantiga baseada nun deles:
E daquest’un miragre
mui fremoso direi
que fez Santa María,
per com’escrit’achei
en un livr’, e d’ontr’outros
traladar-o mandei
e un cantar eu fige
segund’esta razón.
Transmisión
Estas cantigas chegaron a nós a través de catro códices:
■■ Códice TO ou de Toledo, hoxe custodiado na Biblioteca Nacional de Madrid.
Contén 128 cantigas con notación musical.
■■ Códice E, conservado na biblioteca do Escorial. Está composto por 417 cantigas.
■■ Códice T, tamén no Escorial. Composto por 193 cantigas con notación musical
e moitas miniaturas.
■■ Códice F, conservado na Biblioteca Nacional de Florencia. Está incompleto e
figuran nel 104 cantigas.
253
Clasificación e caracterización
Desde o punto de vista temático, desenvolven contidos variados, pero, en xeral,
glosan a magnificencia da Virxe María e a indulxencia con que intercede diante de
Deus para favorecer os seus devotos.
Desde o punto de vista lingüístico, estas cantigas relixiosas adquiren un extraor-
dinario valor, dado que, entre outros aspectos, posúen unha riqueza léxica moi
significativa.
Desde o punto de vista formal, podemos dividir as composicións marianas en
dous grandes grupos: cantigas líricas e cantigas narrativas.
■■ As cantigas líricas (loores) están distribuídas de dez en dez e son composicións
que imitan as cantigas de amor profanas na sumisión do poeta á súa amada.
Nelas a Virxe é a senhor a quen ama o poeta, mais o amor profano transfórmase
agora en amor espiritual.
■■ As cantigas narrativas (milagres) teñen unha finalidade didáctica e estrutúranse Na web
segundo o esquema seguinte: breve introdución, presentación dun personaxe
que peca e solicita a axuda da Virxe, intervención salvadora desta e louvanza da Escoita a cantiga de Santa Ma-
ría, Rosa das rosas, do grupo
súa figura por parte dos presentes.
Martín Códax, no disco Devo-
Agás escasas excepcións, as Cantigas de Santa María son todas cantigas de refrán tio.
e presentan unha estrutura estrófica diferente das composicións profanas:
– Os versos oscilan entre 4 e 17 sílabas, aínda que o máis empregado é o de 14.
– A estrofa máis frecuente é o zéxel, pero tamén aparecen outras como o rondel
ou a balada.
A ctividades
13 Indica as relacións entre as cantigas de loor (C. de Santa María) e a cantiga
de amor.
254
12
5 Decadencia da lírica
Unidade
galego-portuguesa
A partir da morte de don Pedro, conde de Barcelos, en 1354, comeza de modo
irreversible a decadencia da lírica galego-portuguesa.
O fracaso na consolidación dunha nobreza galega, a desaparición dos mecenatos,
o prestixio da corte castelá e do seu idioma, a caída das peregrinacións a Santiago
de Compostela, o illamento de Galicia, as loitas internas e, o natural esmorece-
mento de toda corrente literaria e a aparición de novos modelos (neste caso pro-
venientes de Italia), son algunhas das causas que provocaron esta crise.
A partir dese momento, e durante todo o século xv, a creación lírica galega vaise
refuxiar nas cortes de Castela, pero xa con escaso prestixio, porque se vai impo-
ñendo a literatura en castelán.
Os textos da denominada escola galego-castelá chegaron a nós conservados en
cancioneiros casteláns do século xv.
Un dos máis importantes é o Cancioneiro de Baena, recompilación de 600 com-
posicións (só 74 están en galego) no que destacan poetas tan representativos
como Macías «o Namorado», o Arcediano de Toro, Alfonso Álvarez de Villasandino
ou Gómez Manrique.
255
6 A prosa literaria medieval
A prosa galega tivo menor relevancia cá lírica; non obstante, posuímos mostras
producidas nos séculos xiii, xiv e xv de considerable importancia.
Pódense distinguir dous grandes grupos: a prosa de ficción, integrada por obras
que, na maior parte dos casos, son traducións ou versións de textos literarios dou-
tras culturas europeas; e a historiografía, constituída por obras de carácter histó-
rico, xurídico, didáctico, etc.
256
12
Unidade
Haxiografía
O texto galego máis salientable é unha versión do Códice calixtino (manuscrito en
latín do século xii) que se coñece como Miragres de Santiago (século xv).
Neste texto inclúense diversos milagres, a expedición de Carlomagno a Hispania,
a morte de Roldán en Roncesvalles, a destrución de Xerusalén, a vida e morte de
Pilatos, a descrición da catedral de Santiago, etc.
6.2. Historiografía
A historiografía galega está formada por textos que son, na súa maior parte, tra-
ducións do castelán:
Crónica xeral galega, (finais do século xiii), tradución ao galego da Crónica gene-
ral e da Crónica de Castilla, basicamente.
Crónica galega de 1404, escrita orixinariamente en galego.
Na web
Crónica de Santa María de Iria, (século xv), tradución ao galego de dous textos
latinos: o Cronicón iriense e a Historia compostellana. Nela fálase do traslado do Elabora un mapa mental sobre
corpo de Santiago desde o porto de Iria, dos distintos bispos desta diocese e de a prosa de ficción e haxiográfi-
diversas tribos xermánicas (vándalos, suevos e godos). ca medieval.
General estoria, (século xiv), versión galega da obra castelá de Afonso X que narra
a historia desde a aparición do home ata o reinado deste monarca.
Libros de liñaxes, que fan referencia á xenealoxía das principais familias nobres de
Portugal. Son catro libros, o último dos cales –redactado por D. Pedro, conde de
Barcelos– contén tamén referencias a trobadores e outras personalidades galegas
dos séculos xii, xiii e xiv, así como lendas de gran valor literario.
A ctividades
15 O texto 18 da Escolma fai referencia a un célebre episodio da Demanda do
Santo Graal. Le algunhas pasaxes da obra e cóntalles aos teus compañeiros
outras aventuras sobre os cabaleiros da Táboa Redonda.
257
Escolma de textos
Texto 1
Don Dinís
Quer’eu en maneira de proençal E muitas vezes oí eu dizer:
fazer agora un cantar d’amor, «quisque se coita á, costas lle dá»;
e querrei muit’i loar mha señor e eu receei esto grand’er’á;
a que prez nen fremosura non fal, mais porque me vejo en coitas viver
nen bondade; e mais vos direi en: dixe-ll’o ben que lle quer’e enton
tanto a fez Deus comprida de ben estrañou-mio de guisa que sol non
que mais que todas las do mundo val. me quis falar: e de mi que será?
258
12 Unidade
Texto 4 Vel que ousass’en preguntar
a quen me nunca preguntou,
Don Dinís
per que me fez en ssi cuidar,
Em gram coita, senhor, pois ela nunca en min cuidou.
que peior que mort’é, E por esto lazero eu,
vivo per bõa fe, porque non poss’eu coita dar,
e polo voss’amor a quen mi sempre coita deu.
esta coita sofr’eu
por vós, senhor, que eu
Texto 6
Vi polo meu gram mal;
e melhor mi será Bernal de Bonaval
de moirer por vós ja,
A dona que eu am’e tenho por senhor
e pois me Deus nom val,
amostrade-mh-a, Deus, se vos en prazer for,
esta coita sofr’eu
se non dade-mh-a morte.
por vós, senhor, que eu
Polo meu gram mal vi; A que tenh’eu por lume d’estes olhos meus
e mais mi val morrer e por que choran sempr’, amostrade-mh-a, Deus,
ca tal coita sofrer, se non dade-mh-a morte.
pois por meu mal assi
esta coita sofr’eu Essa que vós fezestes melhor parecer
por vós, senhor, que eu de quantas sei, ai, Deus!, fazede-mh-a veer,
se non dade-mh-a morte.
Vi por gram mal de mi,
pois tam coitad’and’eu. Ai, Deus! que mh-a fezestes mais ca min amar,
mostrade-mh-a hu possa con ela falar,
se non dade-mh-a morte.
Texto 5
Pero da Ponte
Se eu podesse desamar
a quen me sempre desamou,
e podess’algun mal buscar
a quen mi sempre mal buscou!
Assi me vingaria eu,
se eu podesse coita dar,
a quen mi sempre coita deu.
259
Texto 7 Texto 9
Pai Soarez de Taveirós Roi Paez de Ribela
Como morreu quen nunca ben Ven hun ricome das truitas,
ouve da ren que mais amou, que compra duas por muitas,
e quen viu quanto reçeou e coz’end’a ũa.
d’ela, e foi morto poren:
Ay, mia sennor, assi moir’eu! Por quanto xi quer, apenas
compra én duas pequenas,
Como morreu quen foi amar e coz’end’a ũa.
quen lle nunca quis ben fazer,
e de que lle fez Deus veer Venden cen truitas vivas
de que foi morto con pesar: e compra én duas cativas,
Ay, mia sennor, assi moir’eu! e coz’end’a ũa.
260
12 Unidade
Texto 11 Texto 13
Martín Soares Johan Perez d’Avoín e Lourenço
Foi un dia Lopo jograr Lourenço, soías tu guarecer
a cas dun infançon cantar; como podias, per teu citolon,
e mandou-lh’ele por don dar ou ben ou mal, non ti digu’eu de non,
tres couces na garganta; e vejo-te de trobar trameter;
e fui-lh’escass’, a meu cuidar, e Quero-t’eu desto desenganar:
segundo com’el canta. ben tanto sabes tu que é trobar
ben quanto sab’o asno de leer.
Escasso foi o infançon
en seus couces partir en ton, —Joan d’Avoín, jáme cometer
ca non deu a Lopo, enton, veeron muitos por esta razon
mais de tres na garganta; que mi dizian, se Deus mi perdon,
e mais merece o jograron, que non sabia ‘n trobar entender;
segundo com’el canta. e veeron poren comigu’ entençar,
e fígi-os eu vençudos ficar;
e cuido vos deste preito vencer.
E se eu ensinado vou
de vós, senhor, deste mester
de foder e foder souber
per vós, que me Deus aparou,
cada que per foder, direi
Pater Noster e enmentarei
a alma de quen m’ensinou.
261
Texto 14 Texto 15
Pero da Ponte Johan Airas
Que ben sse soub’acompanhar Pelo souto de Crecente
Nostro Senhor esta sazon! ũa pastor vi andar
Que filhou tan bon companhon, muit’alongada da gente
de qual vus eu quero contar: alçando voz a cantar,
rei don Fernando, tan de prez, apertando-se na saia
que tanto ben no mundo fez, quando saía la raia
e que conquis de mar a mar! do sol, nas ribas do Sar.
262
12
Unidade
Texto 16 Entrara; mais aquel dia/fez que hu~a font’achou
mui crara e mui fremosa,/e cab’ela s’assentou.
Afonso X: Cantigas de Santa María (fragmento)
E pois lavou mui ben sas mãos,/diss’: «Ai, Virgen, que
Esta é de loor de Santa Maria, com’é será
fremosa e bõa e á gran poder: Quena Virgen ben servirá...
Rosa das rosas e Fror das frores, Se verei o Parayso,/o que ch’eu muito pidi,
Dona das donas, Senhor das senhores. algun pouco de seu viço/ante que saya daqui,
e que sábia do que ben obra/que galardon averá?»
Rosa de beldad’e de parecer Quena Virgen ben servirá...
e Fror d’alegria e de prazer,
Dona en mui piadosa seer, Tan toste que acabada/ouv’o mong’a oraçon,
Senhor en tolher coitas e doores. oiu hua passarinna/cantar log’en tan bon son,
Rosa das rosas e Fror das frores que sse escaeceu seendo/e catando sempr’alá.
Dona das donas, Senhor das senhores. Quena Virgen ben servirá...
Atal Senhor dev’ome muit’amar, Atan gran sabor avia/daquel cant’e daquel lais,
que de todo mal o pode guardar, que grandes trezentos anos/estevo assi, ou mais,
e pode-lh’os pecados perdoar, cuidando que non estevera/senon pouco, com’está
que faz no mundo per maos sabores. Quena Virgen ben servirá...
Rosa das rosas e Fror das frores
Dona das donas, Senhor das senhores.
Texto 18
Devemo-la muit’amar e servir,
GALAAZ E A AVENTURA DA ESPADA
ca punha de nos guardar de falir;
des y dos erros nos faz repentir, [...] Enton veio el-rei a Galaaz e disse-lhe:
que nós fazemos come pecadores.
Rosa das rosas e Fror das frores —Senhor, vós sejades ben-vindo, ca muito tempo
Dona das donas, Senhor das senhores. há que vos desejei a ver; e graças a Deus e a vós,
que quisestes aqui vir.
Esta dona que tenho por senhor
e de que quero seer trobador, —Senhor, disse ele, eu vin aqui, ca me convinha a
se eu per rem poss’aver seu amor, fazer; ca daqui mover haveran ora todos aqueles
dou ao demo os outros amores. que á demanda do Santo Graal queiran ir. E ben sei
Rosa das rosas e Fror das frores que cedo será começada.
Dona das donas, Senhor das senhores.
—Senhor, disse el-rei, vossa vinda nos é mui
mester por muitas aventuras maravilhosas a que non
Texto 17
podemos dar cima. E digo-vo-lo por unha que nos
Como Santa Maria feze estar o monge trezentos anos hoje aveio: ide-a ver, se vos aprouver.
ao canto da passar˜ia, porque lle pedia que lle mostrase
qual era o ben que avian os que eran en Paraiso. E Galaaz disse que iria mui de grado. Enton o filhou
Quena Virgen ben servirá el-rei pela mão e levou-o á ribeira do rio u o padrão
a paraiso irá. estava. [...]
E daquest’un gran miragre/vos quer’eu ora contar,
que fezo Santa Maria/por un monge, que rogar- —Queredes sacar esta espada desta padrão,
ll’ia sempre que lle mostrasse/qual ben en Parais’á, ca a nom quer nenhun provar de quantos aqui son, ca
Quena Virgen ben servirá... dizen que a aventura non é sua. [...]
E que o viss’en ssa vida/ante que fosse morrer. Enton filhou Galaaz a espada pelo mogorão e
E porend’a Groriosa/vedes que lle foi fazer: tirou-a tan ligeiramente como se non tevesse en nada.
fez-lo entrar en h˜u a orta/en que muitas vezes ja E depois filhou a bainha e meteu-a dentro e cingiu-a
Quena Virgen ben servirá... logo...
263
Repaso da unidade
Lectura
Galván en Saor
Chocan os escuadróns con horrísono estrondo. Tínguese a terra de sangue e os cadáveres sementan o chan infecun-
do. O sol está alto, e aclárase e brilla na folla prezada de Escalibor. A espada de Artur sobe e baixa, fendendo inimigos,
buscando o fillo traidor, que se esconde entre os seus. Artur parece unha torre no medio da chaira, poderosa e terri-
ble. No alto da torre hai dúas fiestras abertas que deitan dúas fontes de auga salgada. O rei chora e golpea. Galván
esporea o seu negro cabalo e creba e arrasa coma un furacán. O seu cóbado deita un chorro continuo de sangue, e o
seu brazo non cansa de golpear. O sól dálle de fronte, e o visal do helmo lanza raios en torno. Quen ousa enfrentarse
con el ten pena coa vida. A batalla é tan cruel que ninguén se recorda doutra tan dura. Ferozmente combaten bretóns
e estranxeiros, e hai máis homes deitados ca en pé, pero a batalla non se decide, e ninguén pensa en fuxir. Lóitase xa
na beira do río, que non leva máis auga ca sangue.
Crávase unha azcoa nas costas de Galván, que cae do cabalo. Rei Artur vén detrás e separa a cabeza do corpo do fe-
ridor de Galván. Descabalga o rei e colle o seu sobriño no colo, e sóbeo a un outeirolo pequeno e arrima o seu corpo
mancado a unha vella carballa castigada do vento de moitos invernos. Galván ten ós seus pés o campo de batalla e
o mar. Artur cabalga de novo e Escalibor abre un camiño de mortos. Avanza o rei lentamente, con mortal decisión,
guiándose polo dourado fulgor dunha armadura espantosa. Dous xigantes encóntranse. A lanza de Mordez atravesa o
corpo de seu pai, mais o rei non para e continúa avanzando e espetándose. Sáelle a coitela xa polas costas, e gran par-
te da hasta. Agarra a súa espada ás dúas mans e atravesa a Mordrez. Tira Artur pola espada e Mordez segue aínda en
pé, termando da lanza. Un raio de sol poñente atravesa a ancha ferida do traidor e rompe a súa sombra no chan. Mor-
dez derrúbase morto, e cae rei Artur coa vida agarrada nos dentes. Case non quedan guerreiros dereitos no campo, e
xa non se loita máis, vencidos os dous exércitos. Artur chama con voz dolorosa a Guirflete e dálle a súa espada. Polo
mar navega velozmente unha nau cargada de donas que aproa cara á boca do esteiro. O sol estase deitando no mar.
Galván agoniza ó carón do carballo. Lembra uns louridos cabalos, e parécelle sentir unhas mans agarimándolle os
ollos. Oe unha voz amadísima, e sente un recendo de corpo en sazón. Un recordo de primavera chega con el ás súas
ventas, e mestúrase co sangue salgado que por elas lle escoa. Ponse o sol e Galván agoniza. Dunha póla do carballo
levántase un gallardo falcón que revoa sobre a chaira cuberta dos mortos, berrando de tal modo que parece chorar,
e sae cara ó Sur.
Darío Xohán Cabana, Galván en Saor
A ctividades
1 En que material literario se inspira o autor do 5 As diferenzas entre a cantiga de amor e a can-
texto para o seu relato? Quen é o protagonis- tiga escarnio e maldicer son obvias en canto
ta? Que sabes del? ao contido, pero que características as separan
desde o punto de vista formal?
2 Pon algúns exemplos nos que, como en Galván
en Saor, do ano 1989, a cultura contemporánea 6 Por que cres que Afonso X, o Sabio, escribiu en
evoque a Idade Media? Cres que resulta atrac- galego-portugués as Cantigas de Santa María.
tiva a cultura medieval nos tempos actuais?
7 Ademais das cantigas de Santa María, que ou-
tras obras medievais en galego teñen temática
3 Investiga como puideron ser coñecidos na Ga-
relixiosa?
licia medieval elementos procedentes doutras
literaturas como o amor cortés, os lais, a tenzó,
a materia de Bretaña, etc.
Na web
4 Por que os xograres foron especial obxecto de
Repasa os conceptos esenciais da unidade.
escarnio nalgunhas cantigas?
264
Unidade 12
1
Unidade
En
Nalaweb
web
Autoavalíate completando o mapa
conceptual.
Esquema
A cantiga de amor
Influencia da poesía cortés, e da forma da cançó, que nace no sur de Francia.
Significa unha transposición do sistema feudal ao amor.
• Suxeito lírico masculino
• Emprega a palabra senhor.
Características • Poemas de tres ou catro cobras de sete versos heptasílabos, octosílabos ou decasílabos.
• Fronte á canço provenzal, a dona está máis idealizada, desenvólvese o concepto de coita de amor e
sempre é un amor non correspondido
Personaxes A senhor, o namorado e os miscradores
Xéneros menores
Tenzón, cantiga de seguir, pranto, pastorela e descordo.
Lírica relixiosa
Afonso X, O Sabio. Gran Mecenas da cultura medieval. Autor tamén de 44 cantigas profanas
Cantigas de Santa María: 427 composicións.
Fontes Narracións orais, coleccións marianas, textos haxiográficos, etc.
Cantigas líricas (loores).
Tipos
Cantigas narrativas (milagres).
Predominio de versos de 14 sílabas. Estrofa máis frecuente, o zéxel.
Características O obxectivo e tema é a indulxencia e exalzamento da Virxe.
Posúen unha gran riqueza léxica
265
Lecturas guiadas
Cantigas de amor
Bernal de Bonaval Don Dinís
Deste trobador galego do século xiii consérvanse 10 Don Dinís naceu en Lisboa en 1261 e morreu en 1325.
cantigas de amor con matices pretrobadorescos, que Foi autor de numerosas pezas poéticas e bo coñecedor
se afastan un pouco da influencia provenzal e se ache- dos xéneros provenzais.
gan á lírica autóctona.
Cultivou case todos os subxéneros poéticos: cantiga de
A dona qu´eu amo e tenho por senhor
amor, cantiga de amigo, cantiga de escarnio, pastore-
la...
A dona que eu am’e tenho por senhor
amostrade-mi-a, Deus, se vos em prazer for, A súa obra está amplamente representada nos Cancio-
se nom dade-mi-a morte. neiros con máis de 120 composicións.
Quero eu en maneira de proençal
A que tenh’eu por lume d’estes olhos meus
e por que choram sempre, amostrade-mi-a, Deus, Quero eu en maneira de proençal
se nom dade-mi-a morte. fazer agora un cantar de amor
e querrei muito í loar miña senhor
Essa que vós fezestes melhor parecer á que prez nen fremosura non fal
de quantas sei, ai Deus!, fazede-mi-a veer, nen bondade; e mais vos direi én:
se nom dade-mi-a morte. tanto a fez Deus comprida de ben
que máis que todas as do mundo val.
Ai, Deus! qui mi-a fezestes mais ca mim amar,
mostrade-mi-a u possa com ela falar, Ca miña señor quiso Deus fazer tal
se nom dade-mi-a morte. quando a fez, que a fez sabedor
de todo ben e de mui gran valor,
e con todo esto é mui comunal
Análise alí u debe, er deulle bon sen,
e des í non lle fez pouco de ben
Esta cantiga de amor desenvolve os tópicos da coita
quando non quis que lle outra fosse igual.
e da morte de amor (se nom dade-mi a morte). O tro-
bador prégalle a Deus que lle envíe a morte ante as
Ca en miña señor nunca Deus pos mal,
negativa da dama.
mais pos í prez e beldade e loor
A senhor non aparece descrita, como é habitual nas e falar mui ben, e rir mellor
cantigas de amor, pois simplemente se fai referencia a que outra moller; des í é leal
que é «a de melhor parecer de quantas sei», sen alusión muito, e por isto non sei hoje eu quen
ningunha ás súas características físicas. possa compridamente no seu ben
falar, ca non ha, tralo seu ben, al.
Formalmente é unha cantiga que ser achega aos mode-
los autóctonos.
Análise
Non segue os criterios da canço provenzal senón que é
unha cantiga de refrán (se nom dade-mi a morte), con A intención do autor é facer unha canción de amor á
unha clara estrutura paralelística, tanto na estrofa (dísti- maneira provenzal. O máis singular da peza é que ex-
cos) como no ritmo. presa unha concepción do amor máis optimista do que
é habitual na lírica galego-portuguesa.
266
Unidade 12
267
Comentario de textos
No niño novo do vento Fiandeira namorada
No niño novo do vento FIANDEIRA namorada
hai unha pomba dourada, que fías detralo lume
meu amigo! cos ollos postos nas chamas
Quén poidera namorala! roxiñas brancas i azules.
268
Unidade 12
1 Analiza a estrutura interna dos poemas da páxina 2 Analiza a estrutura externa dos poemas da páxina
anterior. anterior.
269
13 Dos Séculos
Escuros ao
prerrexurdimento
Lingua
Gústame sentir a miña lingua
rozar a lingua de Luís de Camoes.
Gústame ser e estar.
E quero dedicarme a crear confusións de prosodia.
E unha profusión de parodias.
Que cicatrice a dor.
E rouben cores como camaleóns.
Gústame Pessoa na persoa.
E sei que a poesía está para a prosa.
Así como o amor está para a amizade.
(…)
Se vostede ten unha idea incríbel é mellor facer unha
canción.
Está probado que só é posíbel filosofar en alemán.
Blitz quer dicir corisco.
Hollywood quer dicir acevedo.
(…)
A lingua é a miña patria
E eu non teño patria, teño matria
E quero fatria
Poesía concreta, prosa caótica.
Optica futura.
Samba-rap, chic-left com banana.
(…)
Libros, discos, vídeos a manchea.
E deixa que digan, que pensen, que falen.
Caetano Veloso, do disco Velô, 1984
Sobre a lectura
270
13
1 Os Séculos Escuros
Unidade
1.1. Contexto histórico e cultural
271
1.2. A literatura escrita dos Séculos Escuros
Conservamos desta época moi poucas mostras e de escasa calidade, aínda que,
como veremos, non sucede o mesmo coa literatura oral popular.
Poesía académica
As poucas mostras de literatura culta que conservamos da época teñen escaso
valor literario, pero si son importantes desde o punto de vista filolóxico. Son com-
posicións creadas ao estilo da poesía castelá da época.
■■ Poesía renacentista
O «Soneto de Monterrei» é unha composición anónima que data do ano 1530,
aproximadamente. É un poema dialogado, semellante a unha pastorela, no que un
cabaleiro lle declara o seu amor a unha pastora.
Outro texto renacentista conservado é un soneto da condesa de Altamira, dona
Isabel de Castro e Andrade (1520-1582). Este poema, dedicado a Alonso de Erci-
lla, data de 1578, ano no que o autor publicou a segunda parte de La Araucana.
■■ Poesía barroca
No volume dedicado ás Exequias á Raíña Margarida de Austria (1612), publi-
cado para laiar a morte da esposa de Felipe II, hai dúas composicións en galego,
datadas en 1611: o soneto «Respice finem», do médico Pedro Vázquez de Neira,
e o «Soneto con falda» de Xoán Gómez Tonel, alguacil maior do reino de Galicia
e editor da obra.
Tamén do século xvii son as «Décimas ao Apóstolo Santiago» (1617), nas que o
crego Martín Torrado, abade de Urdilde, critica con fina ironía a pretensión de Fe-
lipe IV de que santa Teresa compartise o padroado de España co Apóstolo.
Por último, conservamos algunhas composicións das Festas Minervais, certames
literarios que se viñan celebrando anualmente na universidade de Santiago des-
de 1536 na honra de don Alonso de Fonseca, que fora arcebispo de Santiago e
fundador da mesma. Concretamente, do certame de 1697 publicouse o volume
Fiestas Minervales y aclamación perpetua a la Musa, no que se recollen nove ro-
mances en galego.
272
13
Unidade
Poesía relixiosa
Entre os séculos xvi e xix, os vilancicos de Nadal e Reis en galego abundaron por
toda Galicia. Tiveron tanta aceptación que mesmo se compuxeron para seren can-
tados en Portugal, Valladolid ou Toledo.
As súas características son a galeguización de personaxes e motivos (o contorno,
o Neno, seus pais, Deus, os instrumentos populares... son galegos), o uso do pa-
ralelismo e a combinación de elementos populares e cultos.
A maior parte destas composicións son anónimas, pero tamén as hai de autor
coñecido, como as de Carlos Patiño, Frei Francisco de Santiago e Manuel Bravo
de Velasco (século xvii); Antonio María de Castro e Neira (século xviii); Luís Corral
Rodríguez e Alberto Camino (século xix). En Galicia consérvanse nos arquivos das
catedrais de Compostela e Mondoñedo.
Teatro
Na web
A primeira peza teatral que conservamos en galego é o Entremés famoso sobre
a pesca no río Miño ou Contenda dos labradores de Caldelas (1671), do licen- Amplía a información sobre a
ciado Gabriel Feixoo de Araúxo. A obra, de ton humorístico e final feliz, trata do tradición dos vilancicos nos
conflito que se produce entre galegos e portugueses pola pesca con redes no río Séculos Escuros.
Miño.
273
1.3. A Ilustración
Características e obxectivos
As características son a exaltación da razón, o cultivo das ciencias, o estudo das
humanidades e a preocupación polas linguas modernas e pola educación.
O obxectivo dos ilustrados galegos é tentar superar o estado de atraso econó-
mico, social e cultural. Para iso propoñen un programa reformista que mellore o
sistema produtivo e fúndanse a Academia de Agricultura do Reino de Galicia
(1765) e as Sociedades Económicas de Amigos do País (1784).
No plano cultural aparecen voces que defenden a lingua galega e intentan mello-
rar o nivel educativo dos rapaces mediante o uso desta na escola.
Autores
■■ Frei Benito Xerónimo Feixoo (Casdemiro, Ourense, 1676 – Oviedo, 1764)
O padre Feixoo non nos deixou textos escritos en galego, pero defendeu a
dignidade da lingua galega negando a súa condición de dialecto do castelán.
■■ O padre Sarmiento (Vilafranca do Bierzo, 1695 – Madrid, 1772)
Profesor de teoloxía e discípulo de Feixoo, foi un gran defensor da lingua e
cultura galegas. Propoñía que os escolares aprendesen na lingua materna e
criticaba a castelanización da Igrexa.
Estudou a lingua galega, sobre todo lexicografía, e a historia natural, en particu-
lar a flora galega e os seus nomes. Ademais, en galego escribiu o Coloquio de
24 gallegos rústicos.
■■ Xosé Andrés Cornide Saavedra (A Coruña, 1734 – Madrid, 1803)
Ocupou diversos cargos de prestixio e dedicou importantes estudos á historia,
á xeografía, á educación e á pesca. Entre as súas obras en galego, cómpre sa-
lientar un soneto dedicado «A Filida».
■■ Diego Antonio Cernadas e Castro (Santiago, 1698 – Fruíme, 1777)
O cura de Fruíme foi o máis fértil dos poetas do século xviii. Poeta tamén en
castelán, os seus versos en galego son ou satíricos ou de circunstancias.
■■ Padre Sobreira
Grande estudoso do noso idioma, é autor de Idea de un diccionario de la len-
gua gallega, do que unicamente preparou as letras A e B.
A ctividades
1 Sinala a temática do texto 1 e busca información sobre Pedro Pardo de Cela.
274
13
2 A literatura popular
Unidade
Os ilustrados crían que a recuperación da tradición contribuiría ao restablecemen-
to da lingua. As primeiras mostras da nosa literatura popular foron recollidas polo
padre Sarmiento e polo padre Sobreira no século xviii. Isto non significa que non
houbera unha tradición anterior.
No Rexurdimento realizáronse as compilacións de Marcial Valladares, Luís Tobío,
Saco y Arce e Pérez Ballesteros.
Nas primeiras décadas do século xx, a Real Academia Galega, o grupo Nos e o
Seminario de Estudos Galegos proceden a recuperar, compilar e facer un estudo
sistemático deste tipo de literatura. Entre os compiladores desta época destacan:
Vicente Risco, Florentino Cuevillas, Xaquín Lorenzo e Filgueira Valverde.
Despois da Guerra Civil (1936-39), haberá que agardar á década de 1960 para
que volvan aparecer novas coleccións de contos e lendas populares, como as de
Luís Carré e Leandro Carré.
A partir de 1978 ábrese un novo período no que se van reeditar algúns dos traba-
llos anteriores e aparecen outros novos, como o de X. M. González Reboredo ou o
de H. Harguindey e M. Barrio.
Nos últimos tempos, as achegas máis salientables son o Cancioneiro Popular Ga-
lego da musicóloga suíza Dorothée Schubarth e o filólogo galego Antón Santa-
marina, e a obra A poesía popular en Galicia, 1745-1885 do profesor Domingo
Blanco Pérez, que constitúen as máis completas recompilacións de cantares feitas
en Galicia. A catedrática Camiño Noia publicou recentemente un completo estudo
sobre a narrativa popular.
275
2.1. Manifestacións literarias
Teatro popular
Como formas dun teatro popular, que debeu coñecer un cultivo diverso e variado,
só subsisten algunhas farsas –que se representan no entroido nalgunhas das nosas comarcas
–e loitas entre mouros e cristiáns.
276
13
Unidade
A ctividades
4 Clasifica os seguintes textos e localiza as partes nas que se dividen.
Sinala as semellanzas e diferenzas entre os dous e explica a súa finalidade.
Texto 1
Un galego e un andaluz foron de viaxe xuntos e, á hora de xantar, foron a unha
fonda onde lles puxeron de comer un prato de patacas con carne: as patacas
a un lado do prato e a carne a outro. O andaluz, para poder comer el a carne,
comezou a falarlle ao galego do movemento de rotación do mundo e, para ex-
plicalo mellor, comezou a darlle volta ao prato, deixándoo parar coa carne cara
a el. O galego, que se deu conta da xogada, parou o prato, puxo a carne para
si, e díxolle ao andaluz:
—Deixa o mundo como está, que senón féndoche a testa.
Texto 2
Conta a tradición que a Virxe transitaba ao lombo dunha burra por paraxes
achegadas ao río Caldelas. Presentóuselle, entón, o demo, que montaba un fer-
moso cabalo negro e desafiouna a ver quen daba saltado o río. A Virxe pegou o
chimpo e deu atravesado o río, deixando na beira a pegada da besta.
O demo, en cambio, no medio do salto, deu unha reviravolta no aire e caeu en
picado sobre o río, formando unha gran poza e indo dar ao inferno. Por iso, a
fondura que alí quedou coñécese dende aquela polo nome de Pozo do Inferno.
277
3 O prerrexurdimento
3.1. Contexto histórico
A Galicia da primeira metade do século xix está marcada por varios factores: o
Na web
constante crecemento demográfico, o mantemento dun réxime de propiedade
sometida aos foros, o escaso desenvolvemento da industria e o inicio dunha forte Amplía a información sobre o
emigración. contexto histórico do prerre
xurdimento.
Política e administración
Comeza o século coa guerra da Independencia (1808-1814), mais o que caracte-
rizará as primeiras décadas será o constante enfrontamento entre liberais e abso-
lutistas.
En 1814 Fernando VII volve ocupar o trono de España ata a súa morte en 1833, e
durante esta etapa alternan no poder liberais e absolutistas.
Morto o rei, comeza un período de rexencia da súa muller, María Cristina, por mor
da minoría de idade da futura Isabel II.
O príncipe Carlos, irmán do monarca falecido, tamén pretende a coroa e provoca
o comezo da Primeira Guerra Carlista, que fracasará en 1839. Isabel II reinará ata
1868 baixo un réxime liberal.
O provincialismo
Na década de 1840 iníciase un proceso que constituirá o nacemento e primeira
gran manifestación do galeguismo: o provincialismo.
Entre 1840 e 1846, dáse a coñecer en Galicia un grupo de mozos universitarios
preocupados por diversos aspectos relacionados co noso país; entre eles destacan
Antolín Faraldo, Pío Terrazo, Francisco Añón, M. Rúa Figueroa e J. Romero Ortiz.
Son conscientes do carácter diferencial de Galicia (idioma, historia, economía,
folclore...) e por iso loitarán na defensa dos seus intereses económicos, políticos
e culturais co obxectivo de que ocupe un lugar de maior relevancia dentro do
Estado.
Co fin de poñer na práctica o seu ideario, os provincialistas súmanse ao levanta-
mento encabezado polo comandante Miguel Solís, que ten lugar en Lugo o 15 de
abril de 1846.
Créase a Xunta Superior do Reino de Galicia, na que chegarán a formar parte da
dirección destacados líderes provincialistas como Antolín Faraldo e Pío Terrazo.
Pero o levantamento fracasa e moitos dos seus líderes serán fusilados (mártires de
Carral) mentres que outros poderán fuxir ou exiliarse.
Pouco despois, algúns mozos como Rosalía de Castro, Manuel Murguía, Eduardo
Pondal ou Aurelio Aguirre encabezarán unha nova xeración que desempeñará un
importante labor reivindicativo e cultural.
Economía
Desde finais do século xviii prodúcese un crecemento demográfico en Galicia que
chega ata a década de 1840.
A agricultura segue sendo, neses anos, a principal fonte de riqueza, pero as te-
rras continúan en mans duns poucos (sistema foral), os impostos son moi altos e A emigración é unha sangría para
a industria non se desenvolve, polo que a emigración segue sendo a saída para a poboación galega que se inicia
moitos cidadáns. no século xviii.
278
13
Unidade
Sociedade
O modelo de organización social segue sendo o do Antigo Réxime, camiñando
paseniñamente cara a un sistema liberal. O campesiñado é a clase maioritaria e Na web
continúa sumida na pobreza, mentres que os fidalgos constitúen un segmento
social en auxe ao seren os encargados de cobrar as rendas da terra, ben en ca- Amplía a información sobre os
lidade de propietarios (foros), ou como intermediarios (subforos, censos, etc.). O fidalgos.
clero seguirá sendo un grupo social tamén privilexiado ata que a lexislación liberal,
mediante medidas desamortizadoras, lle suprima ingresos por rendas; a partir de
aí irá perdendo poder económico. En canto á burguesía e ao proletariado, aínda
son grupos pouco numerosos.
Lingua e cultura
A centralización política provoca que a lingua e a cultura galegas se identifiquen
con tradición e atraso, mentres que todo o «español» é sinónimo de progreso,
dándolle pulo á substitución do galego polo castelán, e estendendo a diglosia.
A creación dun aparato escolar estatal, gratuíto, será un apoio inestimable á ex-
pansión do castelán, único idioma oficial.
Aínda que a lingua segue sen ter apenas presenza na expresión escrita, aparecen
nesta primeira metade do século moitos xornais nos que intervirán algúns dos
máis destacados provincialistas en defensa da lingua e da cultura: El Idólatra de
Galicia, 1841-42; El Iris de Galicia, 1841; El Recreo Compostelano, 1842-43; El
Porvenir, 1845; etc.
Tamén se crean asociacións, liceos e academias, como a Academia Literaria de
Santiago (na que participan os provincialistas) ou o Liceo de la Juventud de Santia-
go, lugar de debate de personalidades como Rosalía, Murguía, Pondal, etc
279
3.2. A literatura do prerrexurdimento
Aínda que son poucos os textos en galego na primeira metade do século xix,
pouco a pouco van aparecendo algúns autores e obras como antesala do Rexur-
dimento.
■■ En 1808, publícase o romance anónimo, Un labrador que foi sarxento aos sol-
dados do novo alistamento, para animar os soldados galegos na loita contra os
franceses.
■■ En 1810, Xosé Fernández de Neira publica Proezas de Galicia, obra dialogada
que trata da guerra contra os franceses.
■■ En 1813, Manuel Pardo de Andrade publica Os rogos de un gallego estable-
cido en Londres, dedicado ós seus paisanos para abrirlles os ollos sobre certas
iñorancias e o demais que verá o curioso lector, un romance no que ataca os
representantes do absolutismo (Inquisición, clero, etc.).
■■ En 1823, Pedro Boado Sánchez publica un Diálogo entre dos labradores galle-
gos, afligidos, y un abogado instruído, despreocupado y compasivo, no que os
labregos falan en galego e o avogado en castelán, sobre a conveniencia ou non
de pagar dereitos eclesiásticos.
Poesía
A comezos do xix continúa a tradición do vilancico galego de Nadal. O cultivo da
poesía foi escaso e as composicións apareceron espalladas por diferentes xornais
e revistas. Os autores máis salientables son os seguintes:
■■ Nicomedes Pastor Díaz (Viveiro, 1811 - Madrid, 1863)
Importante poeta do Romanticismo español, escribiu nos seus anos mozos dúas
obras en galego: unha «Alborada» de tema amoroso e a «Égloga de Belmiro e
Benigno», na que dous pastores choran as súas penas de amor.
■■ Vicente Turnes (Santiago, 1786-1865)
Foi tamén autor relevante da primeira metade do século xix. En galego escribiu
diversos poemas de circunstancias, vilancicos e diálogos.
Teatro
Durante a guerra contra os franceses representábanse obras en galego coas que
se pretendía animar o pobo na loita contra o invasor; non obstante, non sabemos
moito delas, igual que sucede con outras pezas que se editaron ao longo da pri-
meira metade do século.
■■ Antonio Benito Fandiño
Escribiu en 1812 A casamenteira, cando se atopaba preso no cárcere de San-
tiago polas súas ideas liberais; a obra foi publicada en 1849. Como o seu título
insinúa, trata dos casamentos amañados.
280
13
Unidade
Os precursores do Rexurdimento
Os Xogos Florais
En 1861 celebráronse na Coruña os primeiros Xogos Florais, ao estilo dos realiza-
dos en Barcelona dous anos antes para recuperar o catalán.
Presentáronse poemas en galego (unha minoría) e en castelán, que se publicaron
o ano seguinte no Álbum de la Caridad. Neste inclúese un «Mosaico poético de
nuestros vates gallegos contemporáneos»: unha antoloxía bilingüe que constitúe
a primeira recompilación de poesía galega do século xix e na que figuran 40 poe-
mas en galego de autores como Francisco Añón, Alberto Camino, Francisco de la
Iglesia, Rosalía de Castro e Eduardo Pondal, entre outros.
A ctividades
7 Di cal é a forma estrófica empregada no texto 25, e de que trata o poema.
281
Escolma de textos
Séculos Escuros
Texto 1 Texto 2
Pranto da frouseira (fragmento). Soneto de Monterrei. Anónimo (c. 1530)
Anónimo (fins do séc. xv)
Alá en Monterrei, en Val de Laça,
A min chaman toda Mira, a Violante vi, beira de un río,
señora do gran tesouro; tan fermosa, en verdá, que quedei frío
por estrela crarecida de ver alma inmortal en mortal maça.
xago neste Valedouro.
De un alto e lindo copo a seda laça
Máis tredor foi que un mour a Pastora sacaba fío a fío,
o vilao que me vendeo, cuando lle disse: —Morro, corta o fío.
que de Lugo a Ribadeo —Vólveo, non cortarei, seguro pasa.
todos me tiñan temor
—¿E como pasarei, se eu acá quedo?
de min a triste Frouseira, Se pasar —respondí—, non vou seguro
que por treiçón foi vendida, que este copo, sen alma, morra cedo.
derribada na ribeira,
ca xamais se veu vencida. —Con a miña, que levas, te aseguro
que non morras, Pastor.
Por treiçón tamén vendido —Pastora, hei medo;
Xesús noso Redentor, o quedar me parece máis seguro.
e por aquestes tredores
Pedro Pardo, meu señor.
Texto 3 Texto 4
Soneto de Dona Isabel de Castro Soneto [A filida]. Xosé A. Cornide (1761)
y Andrade a Don Alonso de Ercilla
¿Viche, Filida amada, o pajariño
Aracana naçaon, máis venturosa, que arando desos aires nas campinas,
máis que quantas hoge ha de gloria dina, descoidado se achanta polas liñas
pois na prosperidade e na ruína que cauto cazador pon no camiño?
sempre envexada estás, nunca envexosa.
¿Viche que forza fai para soltarse
Se enresta o ilustre Alonso a temerosa
e levar a bicada ós seus pajaros
lança, se arranca a espada que fulmina,
(parte do corazón e fillos caros),
creio que xulgareis que determina
que deixara no niño ó remontarse?
só o conquistar a terra belicosa.
Faraa, mais não temais essa mao forte, Pois viche a quen che adora pola vida,
que, se vos tira a liberdade e a vida, que, chantado no ichó de un imposibre,
ela vos pagará ben largamente. cata aquí, cata alí se acha saída
para fugir, podendo verse libre
Que, a troco dúa breve e honrada morte, e acurrujarse firme no teu seo,
co seu divino estilo, esclarecida en que chorara atento o seu deseo.
deixará vossa fama eternamente.
282
13 Unidade
Texto 5 Texto 6
EXEQUIAS DA RAÍÑA MARGARIDA Romance das festas minervais (fragmento).
Joán del Río Otero (1697)
Soneto con falda. Joán Gómez Tonel (1611)
Ja que nos pujo o certamen
Turbas corran as ágoas; poña luto
a porfía ou o problema
o aire denso, en merancoría tanta;
na nosa lingua esquecida,
queime o fogo a terra, que sin pranta
no’máis que por ser galega,
negue ao fortuno ano seu trebuto.
ledo agora hasta no’máis
porque lle coupese a ela
Mentras a Porcia do Filipo Bruto
no ceu daquel gran escudo
en os ombros da fama sacrosanta
tan siquer o ter estrela,
se irgue ao ceo, que súa groria canta
direi o meu parecer,
collendo en fror o xa maduro fruto.
darei a miña sentenza,
porque me fai leterado
Perdeu, marrando tan ditosa vida,
o que me fijo poeta.
a humildá, preço; a piadade, tempro
A essa cabeça do mundo
(que derrubou, ¡oh, Morte!, túa gadaña);
moito debeu Julio César:
bos pais e grandes amigos,
o mundo, reina; o rei, súa Margarida;
moito amor, moita riqueza.
a fe, colúa; a virtude, enxempro;
e Roma, ¿qué lle debeu
a pedra (cujo engaste foi), España.
ao grande Julio? O facela
de cidade libre, escrava,
Chore nosa montaña,
e de siñora, sojeita.
do gando, leite e novidade espida,
Os seus nobre moradores
semellando as abellas no enxempro.
fíxoos xemer, de maneira
Que si súa Margarida,
que escollían mortes súas
reina, preço, colúa, pedra, tempro,
por non ver mortes alleas.
perden rei, mundo, fe, virtude, España,
Desde o Támasis frolido
tu, que tal perda viche,
ao Nilo das grandes cheas,
¡oh, magoada Galizia!, ¿qué perdiche?
fijo que todos soupesen
que el só o seu siñor era.
Texto 7
A D. Manuel de Arcos, natural de Galicia
y vecino de Madrid. Diego A. Cernadas
(cura de Fruíme, século xviii). Cantares populares
Se pudera darche os tranchos
que eu sin dentes mamo acá,
meu Arcos, ben craro está
que che virían moi anchos.
Por alá componse os panchos
de menestra, ensaladiña,
sorbetes e garapiña;
mais eu, posto en donde estou,
por canto hai alá non dou
o rabo dunha sardiña.
283
Texto 7 Texto 12
Vilancico. Anónimo (1637) O liño queda na poza
e a bagaña no palleiro;
Ai!, se noso Deus
agora, miña meniña,
galego se face,
tocaremos o pandeiro.
vamos a cantar
á chociña en que nace.
Texto 13
Ai!, se a súa mai
Vinde, vinde ghaleghiños,
é de Compostela,
vamos, vamos a Belén
vamos a cantar,
a ve-lo rei que é nacido,
fermosa galega.
a ve-lo neno Manuel.
Todo galeguiño
toque churumbela, Texto 14
que o meniño belo
De lonxe chegamos
é da nossa terra.
os que aquí estamos,
Façámoslle todos
se nos dan licencia
a dança galega,
os reises cantamos.
que está desnudiño
e chora e tembra.
Pois nace en Galiza Texto 15
á falda da serra, Veño dunha romaría,
galego se face, dunha romaría noutra;
é da nosa terra. veño dunha romaría
e mañá vou para outra.
Texto 16
Cantares populares Alborada
Texto 9 Xa se ergueu coma roxa fogueira
ese sol que a fartura nos trai,
Arre ru, arre ru
e do Miño na verde ribeira
cunha tranquiña no cu
moita xente, piedosa e rideira,
morrerán os vellos todos,
pouco a pouco xuntándose vai.
quedaremos eu e tu;
arre ru arre ru...
Texto 17
Texto 10 Alalá
O cantar dos arrieiros Tódolos Pepes son burros,
éche un cantar moi baixiño, hainos de cargar de sal;
cántano en Ribadavia arre Pepe, arre burro,
e resoa no Carballiño. arre para Portughal.
Ai la la ...
Texto 11
Este éche o son da sega, Texto 18
este éche o son de segar; Regueifa
este éche o son que cantan
A regheifa está na mesa,
as nenas do meu lugar.
ela é de pan de trigho;
a muller que a amasou
tenche pelos no embigho.
284
13 Unidade
Texto 19 Texto 21
A alborada (fragmento). A gaita gallega (fragmento). X. M. Pintos
Nicomedes Pastor Díaz (1828)
Ouh Galicia, Galicia boi de palla
Ai miña pequeniña! canta lástima ten de ti o gaiteiro!
¡Que ollos bunitos tés!, ¡que briladores! O aguillón que che meten é de aceiro
¡Case salta a alma miña, e con el muita forza te asoballa.
e vendo os teus colores, No lombo teu zorrega, bate e malla
ver me parece todol-os amores! fasta o máis monicreque ferrancheiro,
e calesquer podenco forasteiro
Agora que a alborada te bafa de vergonza sin migalla!
os dulces paxariños ja cantaron Agarima alleeira eses ingratos
e da fresca orvallada ou víboras que postas ó teu peito
nas perlas os ramiños se pintaron, co ferrete che rompen mil buratos!
agora, ¡que devinos Si o sangre teu refugas do teu leito
brilarán os teus ollos cristalinos! [...] malas novas madrasta de insensatos
dos fillos teus ó amor non tes direito.
Sal, como sempre sales,
máis devina que a Diosa de Citera
salindo dos cristales,
máis galana que a leda primavera Texto 22
espargindo rosales; A Galicia (fragmento). Francisco Añón (1861)
Venus para min, amante,
primaveira, mañán, e fror fragante.[...] Airiños d’a miña terra,
airiños, airiños, aires
airiños, levám’à ela.
Texto 20 Balada
O desconsolo. Alberto Camino (1845) Ai esperta, adorada Galicia,
dese sono en que estás debruzada;
Desta fontiña á beira froleada
do teu rico porvir a alborada
sentado á sombra dun chorón estou;
polo Ceo enxergándose vai!
doído o peito, a alma esconsolada,
triste morrendo pouca a pouco vou.
Xa cantando os teus fillos te chaman,
e cos brazos en cruz se espreguizan...!
Desde que a negra morte aquela prenda
Malpocados! o que eles cobizan
que tanto quixen me arrancou sin dor
é un bico dos labios da Nai.
solás non acho en nada, e solta a renda
á pena, choro o meu perdido amor.
Dese chan venturoso arrincado
pola man do meu negro destino,
Quen o diría! Tan garrida e nova,
hastra mesmo soñando maxino
dose cal rula e branca cal xasmín
eses campos risonos cruzar.
tan cedo habías de baixar á cova...
Piedade, ceos, ¡ai!, piedá de min.
E correr polas hortas e prados,
onde leda pasou miña infancia,
Solo quedei no mundo, solo, solo!
respirando a süave fragancia
Qué hei de facer? Chorar e máis chorar.
de xazmín, caravel, azahar. [...]
E que aínda te vexo no meu colo,
Sabeliña querida, maxinar.
285
Repaso da unidade
Lectura
Robinson Crusoe
Unha nova vaga precipitouse sobre min sepultándome baixo vinte ou trinta pés de auga, e de súpeto sentín unha forza
enorme que me desprazaba cara a terra a toda velocidade. Pero eu mantiven a respiración e braceei cara adiante con
todas as miñas enerxías. Xa estaba a rebentar de tanto conter o alento cando notei que ascendía e que, para o meu
alivio, as mans e a cabeza rexurdían á superficie. Foron unicamente dous segundos, pero abondáronme para recuperar
o ánimo e os folgos. A auga volveume mergullar aínda por uns momentos, pero menos tempo do que antes, e cando
sentín que a onda ía perdendo o seu pulo e comezaba a retroceder, nadei cara adiante contra a forza da resaca e volvín
facer pé. Descansei un instante para retomar o aire e, mentres a auga baixaba retirándose, afirmeime nos calcañares e
con todas as miñas forzas e corrín cara á beira. Pero nin así dei escapado á furia do mar, que novamente me alcanzou
para arrastrarme dúas veces cara adiante, pois a praia era moi plana.
A segunda destas ondas estivo a piques de ser fatal para min, pois a auga, despois de me arrastrar como outras veces,
levoume novamente a terra, pero botándome contra uns penedos con tanta violencia que me deixou sen sentido, e,
xa que logo, sen posibilidades de defenderme. En efecto, o golpe que recibín nas costelas e no peito deixoume sen
respiración e estou seguro de que se naquel momento viñese outra onda, eu acabaría afogando definitivamente. Pero
recupereime un pouco antes do novo embate das augas e, vendo que ía quedar somerxido unha vez máis, decidín
agarrarme firmemente nos cons e aguantar a respiración, se era posible, ata a retirada das augas. Como as ondas xa
non eran tan grandes por estar máis próxima a beiramar, contiven o alento e cando retrocederon botei unha nova ca-
rreira, que me levou tan preto da beira que a onda seguinte, aínda que me pasou por riba, xa non me deu arrastrado.
Dun novo pulo xa me vin chegando a terra, onde, para o meu alivio, gabeei polos penedos e deixeime caer na herba,
libre do perigo e fóra do alcance das augas.
Agora estaba en terra firme e a salvo, e o primeiro que fixen foi erguer os ollos ó ceo e dar grazas a Deus por me librar
dun transo que minutos antes non deixaba lugar para a esperanza. Creo que é imposible describir con palabras a emo-
ción da miña alma, que estaba como transportada a un estado de éxtase ó verse salvada nas mesmas portas da morte.
Daniel Defoe, Robinson Crusoe
A ctividades
1 O texto forma parte dun clásico da literatura 4 A que puido deberse que o galego fose unha
universal escrito en inglés en 1719, época na lingua apropiada para os textos literarios de ca-
que, pola contra, o cultivo literario do galego rácter propagandístico do século XIX.
era marxinal.
5 Cal é a importancia do Provincialismo no Pre-
Por que a literatura galega perdeu o seu es- rrexurdimento da literatura galega?
plendor e non logrou consolidarse neses sécu-
los, como si ocorreu, por exemplo, coa escrita 6 Cal é a liña temática que teñen en común as
en inglés, portugués ou castelán? obras de Xoán Manuel Pintos e Francisco Añón?
2 Describe o panorama literario galego do século 7 Quen son os chamados Precursores do Rexur-
XVIII. Prodúcese algunha novidade con respec- dimento?
to aos dous séculos anteriores?
Na web
3 Cales son as estrofas predominantes nos poe-
mas en galego dos séculos XVI, XVII e XVIII? Repasa os conceptos esenciais da unidade.
286
Unidade 13
1
Unidade
En
Nalaweb
web
Autoavalíate completando o mapa
conceptual.
Esquema
Séculos Escuros (xvi-xvii)
Sociedade estamental: a terra é propiedade dos poderosos (arrendamentos e foros). Auxe da fidalguía,
miseria do campesiñado.
Nobreza galega desgaleguizada e achegada a Castela.
Contexto
Cargos da administración vidos de fóra.
Poucos escritos en galego.
Dialectalización da lingua galega mentres o castelán e o portugués redactan as súas primeiras gramáticas.
Poesía Anónima Tradicional
Pranto da Frouseira
Poesía Histórica
Saqueo de Cangas polos turcos
Renacentista
Soneto de Monterrei
Soneto da condesa de Altamira
Produción literaria Poesía Académica Barroca
Exequias á Raíña Margarida
Décimas ao Apóstolo Santiago
Festas Minervais
Poesía Relixiosa vilancicos de Nadal e Reis.
Entremés famoso sobre a pesca no río Miño
Teatro
Contenda dos labradores de Caldelas
A literatura popular
Diversas recompilacións e coleccións desde a Ilustración aos nosos días.
Prerrexurdimento
Guerra da Independencia e volta de Fernando VII.
Rexencia de María Cristina. Primeira Guerra Carlista.
Isabel II, réxime liberal.
Contexto Reivindicación do carácter diferencial de Galicia e defensa do seus
Provincialismo
intereses económicos, políticos e culturais.
Substitución do galego polo castelán, diglosia.
Aparición de xornais. Creación liceos e academias.
Anónimo, Un labrador que foi sarxento…
Fernández de Neira, Proezas de Galicia
Textos de Propaganda
Pardo de Andrade, Os rogos dun gallego
Pedro Boado Sánchez, Diálogo entre dos labradores gallegos
Continúa a tradición do vilancico.
Produción literaria Poesía
Nicomedes Pastor Díaz e Vicente Turnes.
Teatro Antonio Benito Fandiño, A casamenteira
Poesía tradicional, folclórica e costumista: Pintos, Añón, Camino,
Precursores (1846-1863) Antonio e Francisco María de la Iglesia.
Xogos Florais (A Coruña, 1861) e Album de la Caridad.
287
Lecturas guiadas
A Gaita Gallega
288
Unidade 13
289
Comentario de textos
Texto 1 Coa túa boca torta chamas a mortos
Recoñezo e náufragos dende a solaina,
antre a brétema, en serán infinda.
Recoñezo a soidade incerta dun erro.
Reviso os rastros que quedaron.
Delantal de camposanto e campás antre mar e brétema;
Demórome no espello.
barco negro e morto no camiño;
Vou perseguindo na baixada
pómulos marelos deformes pola door;
os espazos que acomodan o meu xesto.
balcón endexamais aberto cheo de paxaros e follas secas;
Procuro o tempo.
seios exprimidos hasta a derradeira gota de luz;
Devalo en poutas que marcaron
maos antre mirto e lúa, debaixo da auga verde do estanque.
os camiños que antes percorrías.
Recoñezo a soidade incerta dun olvido,
Qué fas na serán que está esmorecendo sempre
a cegueira,
ou na noite que endexamais se rematará?
a estratexia do navío na fuxida.
Sin corpo, sin traxe, sin bruído,
Recomezo o labor no meu colo de fío e
coroa de somas, música de pianos enloitados.
recoñezo
(Chove sobor das rosas e da escalinata do pazo).
a soidade incerta dun erro e
Luís Pimentel, Sombra do aire na herba
reviso os rastros que quedaron e
demórome no espello e
vou perseguindo na baixada Texto 3
os espazos que acomodan o meu xesto e Agro sen cancelo
procuro o tempo e INMENSO, coma as brañas
devalo en poutas que marcaron da nenez, habitadas polo ecoar
os camiños que antes percorrías e das galopadas das greas.
recoñezo a soidade incerta dun olvido, Libre, coma o amor que o mozo
a cegueira, comparte por vez primeira
a estratexia do navío na fuxida. na beira do mar.
Ana Romaní, Das últimas mareas Meu, coma nada máis.
Coma nada. O agro sen cancelo
Texto 2 da túa alegría.
Luís Rei Núñez, A rolda invisible
A Rosalía
290
Unidade 13
A opinión que expresemos no comentario crítico debe 1 Le os poemas da páxina anterior e realiza unha lec-
ser persoal, pero asentada nos datos e conclusións tura comprensiva, analizando o tema e facendo un
obtidos nas fases anteriores, que resumimos a seguir: resumo de todos eles.
■■ Fase inicial. Lectura comprensiva e análise do tema 2 Analiza a estrutura interna e externa, extrae as rela-
e resumo. cións entre as ideas expostas e distingue os recursos
■■ Fase central. Analise da estrutura interna e externa. retóricos empregados en dous dos poemas da páxi-
Relación entre as ideas e análise dos recursos. na anterior que elixas.
Convén asociar estes datos con outros coñecementos 3 Realiza a conclusión final dos dous poemas analiza-
que se posúan sobre o autor (tendencia literaria, ideo- dos que elixiches.
loxía, etc.) e sobre o tema, sobre a tendencia poética
na que se insire ou sobre o contexto ao que remite o
poema; e outros como:
291
14 Rexurdimento:
Rosalía
de Castro
Deconstruíndo Rosalía
Escoller a lingua que ninguén quería para explicar o
mundo coa ollada limpa e altruísta. Ondada que na
preamar aloumiña a fouce do río. Memoria de todos
nós, un a un, estirpe de servos viaxeiros.
Escoller a lingua que ninguén quería para vencer a
indiferenza dos altivos. Agarimala no berce dos teus
beizos ata que acougue e medre autónoma. Teimosa
claridade. Espazo ardente.
Escoller a lingua que ninguén quería para rescatala da
ignominia. Querela como parte de ti, como esencia do
teu ser destilado nos poemas. Olla como racharon as
pálpebras de tanto chorar!
Escoller a lingua que ninguén quería para devolvela
viva e latexante. Vizosa cal xardín inzado de roseiras
sen espiñas. Viva e renovada. Levada polo mundo nas
alforxas dos irmáns.
Escoller a lingua que ninguén quería para dar testemu-
ño de existencia, de razón de ser, de marabilla. Paixón
que sacode no tremedal dos teus versos feros. Faiado
da memoria.
Escoller a lingua que ninguén quería para ser ti mesma
sen arestas. Dar conta da vida dos que contigo son,
dos que ti queres. Dar conta do tempo acamado nas
idades.
Escoller a lingua que ninguén quería para dar herdanza
de futuro. Escuro tremor onde resoa o verbo dos mal-
pocados sen fortuna. Dar vida e esperanza.
Escoller a lingua que ninguén quería. Que coraxe!
Que loucura! Que linda melodía nas tardes inzadas de
aloumiños.
Deconstruíndo Rosalía, Xavier Queipo
Sobre a lectura
292
14
1 Caracterización e delimitación
Unidade
1.1. Caracterización
1.2. Delimitación
293
2 Causas do Rexurdimento. O galeguismo
Entre as causas que poderían explicar a aparición do fenómeno coñecido como
Rexurdimento véñense apuntando sempre dúas de natureza ideolóxica:
■■ O Romanticismo. A difusión das ideas románticas, por unha banda, acentúa o Na web
interese polo diferencial e polo particular (en especial, as culturas minorizadas) Amplía a informacion sobre o
e, por outra, tende á evasión creando mundos ideais alternativos á realidade, liberalismo.
vista como algo desagradable.
■■ O liberalismo. O ascenso do liberalismo fronte ao absolutismo potencia o em-
prego do galego na prensa, fundamentalmente en textos didácticos e propa-
gandísticos.
2.1 O galeguismo
Co nome de galeguismo chega ata os nosos días unha corrente ideolóxica que
se estende ao longo dos séculos xix e xx. Esta corrente é o resultado da interac-
ción entre o Romanticismo e o liberalismo, sen esquecer a influencia doutras
compoñentes de caracter cultural.
Provincialismo (1840-1865)
O provincialismo nace para defender a integridade territorial de Galicia, ameazada Na web
pola nova división do Estado en provincias trazada á morte de Fernando VII.
Amplía a información sobre o
Como xa quedou dito na unidade anterior, dentro do provincialismo pódense mar- cantonalismo.
car distintos momentos:
■■ Primeiro provincialismo (1840-1846). Moi activo no cultural e no político, des-
tacan os partidarios da sublevación militar para conseguir unha verdadeira au-
tonomía.
■■ Segundo provincialismo (1854-1865). O fracaso do levantamento de 1846 pro-
voca un cambio de estratexia e a potenciación da fronte cultural; a consecuencia
máis destacada será o «Rexurdimento» da cultura galega, protagonizado por un
grupo de mozos intelectuais (Rosalía, Pondal, Murguía...).
Federalismo (1865-1875)
O federalismo corresponde á etapa anterior e posterior á Primeira República. Pro-
púgnase que Galicia, rexida por un Regulamento ou Constitución Cantonal, consti-
túa un cantón dentro da unidade cantonal española. Neste período, o galeguismo
tamén pervive diversificado noutras opcións diferentes da federalista. Constitúe
unha etapa de escaso cultivo da literatura galega.
Rexionalismo (1875-1906)
Caracterízase pola reorganización cultural e ideolóxica. É, en boa medida, o re-
sultado da asunción do ideario galeguista por parte de sectores conservadores
e tradicionalistas da sociedade galega. Ten como acontecemento destacado a
fundación da «Asociación Regionalista Gallega», na que coincidirán persoeiros
como Manuel Murguía, Alfredo Brañas e Aureliano Pereira. É unha época especial-
mente fecunda para as letras galegas. Remata coa fundación da Real Academia
Galega en 1906.
294
14
3 Os protagonistas do Rexurdimento
Unidade
O Rexurdimento será protagonizado por unha xeración de escritores mozos,
herdeiros da ideoloxía provincialista, que se moven arredor do Liceo de la
Juventud de Santiago e son asiduos colaboradores da prensa. Entre eles ato-
pamos a Rosalía de Castro, Eduardo Pondal, Manuel Murguía, Antonio e
Francisco de la Iglesia e Aurelio Aguirre.
295
4 Rosalía de castro
Rosalía de Castro é a figura máis importante do Rexurdimento e de toda a
historia da literatura galega; non só pola calidade artística da súa obra, senón
polo recoñecemento popular e a proxección da que goza fóra de Galicia.
Rosalía tamén foi mitificada e iso chegou a desvirtuar a súa realidade persoal e
literaria. Con frecuencia esquecíase o compromiso social e cultural que mostra,
tanto nas actitudes vitais como na obra, para salientar a faceta sentimental e
intimista.
4.1. Vida
Naceu en Santiago no ano 1837 e morreu en Padrón no 1885. Era filla dunha
muller solteira, de liñaxe fidalga vida a menos, e dun sacerdote que foi capelán
de Iria.
Rexistrada como filla de pais descoñecidos, foi recollida pola súa madriña e criada
nunha aldea preto de Padrón.
Na adolescencia vive coa súa nai en Santiago. Alí recibe a educación propia du
nha moza fidalga e participa nas actividades do Liceo de la Juventud, onde tamén
ían outros mozos intelectuais como Manuel Murguía, Aurelio Aguirre, Eduardo
Pondal, etc., cos que compartía uns ideais igualitaristas e galeguistas.
No ano 1856 trasladouse a Madrid. Nesta capital casou dous anos máis tarde con
Manuel Murguía, con quen tería sete fillos. Rosalía de Castro está
considerada, xunto
Ata 1875, data na que se instalou definitivamente na casa da Matanza en Padrón, con Becquer, como
Rosalía mudou frecuentemente de lugar de residencia, pasou certos apuros eco- unha precursora da
nómicos e sufriu reiterados problemas de saúde. modernidade poética. En
Cantares Gallegos, busca
Morreu en 1885 e foi enterrada en Iria. Os seus restos serían trasladados no ano a idealización de Galicia
1891 ao Panteón de Galegos Ilustres, en Santiago de Compostela. e emprega unha escritura
en clave antropolóxica
co obxectivo de fornecer
4.2. Obra modelo cultural propio.
Rosalía é unha escritora bilingüe en galego e castelán.
En castelán
■■ Poesía. Como literata en castelán debuta publicando en 1857 un breve poe-
mario titulado La flor. En 1863 publica o poemario de ton elexíaco A mi madre,
escrito co gallo da morte de súa nai e, en 1884, En las orillas del Sar, un dos
cumes poéticos do xix español.
■■ Prosa. En 1859 aparece La hija del mar, a súa primeira novela, e en 1861 Flavio,
a segunda. En 1866, publica o texto costumista Ruinas; en 1867, a novela El ca-
ballero de las botas azules, a mellor das súas obras en prosa; en 1881, a novela
breve El primer loco. Publicou tamén en castelán algúns artigos xornalísticos en
diferentes revistas.
As obras La flor (poesía), La hija del mar e Flavio (prosa) constitúen a súa obra de
mocidade e acusan unha forte influencia romántica.
A crítica española contemporánea non valorou a obra rosaliana escrita en castelán
na súa xusta medida. O recoñecemento comezará a chegar postumamente, cando
os escritores modernistas e os escritores da xeración do 98 descubran o carácter
innovador e progresivo da súa arte, nomeadamente do seu poemario En las orillas
del Sar.
296
14 Unidade
En galego
■■ Poesía. A súa obra literaria en galego consta de tres títulos, entre os que des-
tacan especialmente dous poemarios, Cantares gallegos (1863) e Follas novas
(1880).
■■ Prosa. Rosalía deixou inédito un conto de tipo popular, Conto gallego, que sería
Na web
publicado postumamente no ano 1923 en Bos Aires no «Almanaque Gallego»
que dirixía Manuel de Castro. Ademais, debemos considerar tamén dentro da Elabora un póster sobre Rosa-
súa produción en prosa galega os premios das dúas obras poéticas que publi- lía de Castro.
cou na nosa lingua.
297
Temas
Trátase dunha colección de 36 poemas onde se abordan distintos temas. Aínda
que predominan as compoñentes costumista-folclórica, amorosa e intimista, ta-
mén se poden atopar poemas nos que se denuncia a mísera situación que sofren
as xentes en Galicia e o esquecemento que padece o país.
■■ Temática costumista-folclórica. Desenvólvese en poemas nos que se describen Na web
tipos e costumes galegos (o gaiteiro, as devocións populares, as romarías, etc.).
■■ Temática amorosa. Adoita darse en poemas nos que a muller ou o home expo- Escoita a canción Ninfa das
frescas augas, do disco Lendas
ñen a súa coita amorosa. Poden ser monólogos ou diálogos. Douradas, de Roi Casal.
■■ Temática intimista. Aparece en dúas composicións que aluden á saudade ao
evocar a terra ou os antergos («Campanas de Bastabales» e «Como chove miu-
diño»).
■■ Temática de denuncia. Dáse naquelas composicións que tratan problemas de
índole social, como a emigración ou a marxinación do país.
Formas
Formalmente, a obra rosaliana denota unha clara e intensa influencia da expresi-
vidade popular.
■■ En canto á métrica, Cantares gallegos caracterízase polo predominio dos mo-
delos tradicionais, con preferencia polos versos de arte menor (sobre todo o
octosílabo) e pola rima asonante.
Dentro das formas de orixe popular tradicional, cabe mencionar tamén o em-
prego ocasional do verso de gaita galega (decasílabo, hendecasílabo ou do-
decasílabo), que resulta da adaptación do ritmo popular da muiñeira. Pero, as
veces, Rosalía usa o ritmo da muiñeira máis que o verso de gaita galega, por
exemplo nestes versos:
Has de cantar, Vente rapasa,
meniña gaiteira, vente miniña,
has de cantar, vente a lavar
que me morro de pena. no pilón da fontiña.
Estrutura
A obra parece responder a un plan global de estruturación do conxunto; o primei-
ro poema é unha invitación feita a unha moza:
Has de cantar,
que che hei de dar zonchos;
has de cantar,
que che hei de dar moitos.
O derradeiro poema é o testemuño de a moza ter feito o que se lle demandaba,
no que semella ser un exemplo de estrutura circular:
Eu cantar, cantar, cantei,
a grasia non era moita.
Polos outros poemas van desfilando diversos suxeitos líricos que ocupan o lugar
da meniña cantora.
298
14Unidade
Recepción
A publicación de Cantares foi acollida con entusiasmo dentro de Galicia e propor-
cionoulle á autora unha notable sona no exterior, particularmente en Cataluña e
en Portugal.
Na web
O éxito desta obra foi tal que algúns dos seus poemas eran coñecidos e recitados
de memoria por sucesivas xeracións de mozas e mozos galegos, mesmo nos anos Escoita o audio Alborada do
máis duros da posguerra. En 1948 fúndase o Patronato Rosalía de Castro en me- disco Rosalía 21, de Abe Rába-
moria da insigne escritora. de.
A ctividades
1 Resume o contido do texto 1 da Escolma e indica cal é o seu tema.
299
4. 4 Follas novas
En 1880, Rosalía de Castro publica Follas novas, que será o segundo e derra-
deiro libro de poemas en galego.
Temas
Os poemas que conforman Follas novas móvense nun amplo rexistro que vai des-
de o intimismo radical ata a denuncia social, desde o costumismo ata a angustia
existencial, desde a reflexión relixiosa ata a metapoética.
Se o comparamos con Cantares gallegos, en Follas novas atopamos dúas liñas:
■■ Unha liña continuadora desenvolvida en poemas de inspiración popular, e te-
mática costumista ou crítica, nos que predomina a visión obxectiva.
■■ Unha liña renovadora, completamente novidosa na poesía galega e que perco-
rre aqueles poemas de temática metafísica e existencial, cunha visión subxectiva
marcada pola saudade e o pesimismo.
É esta segunda liña a que resulta máis interesente xa que, con ela, Rosalía crea
por primeira vez en lingua galega unha poesía de dimensión universal, o que
non foi moi ben acollido por aqueles que consideraban o galego como un dia-
lecto con limitadas posibilidades expresivas.
Formas
Follas novas é unha obra máis progresiva e innovadora que Cantares, feito que
se reflicte na forma e nos recursos retóricos empregados.
■■ En canto á metrica e á estrutura formal dos poemas, atopamos, cabo das
xa coñecidas estruturas populares, novas formas moito máis atrevidas e in-
usitadas, que delatan a pegada do Romanticismo e das correntes poéticas
Algúns cadros de C. D.
contemporáneas. Neste sentido, cabe salientar a combinación de versos de Friedrich denomínanse, polo
diferente medida e mesmo o emprego de estrofas distintas dentro dun mes- seu simbolismo, «paisaxes
mo poema. íntimas» e pretenden, do
mesmo xeito que Rosalía en
■■ En canto aos recursos retóricos cómpre facer mención do complexo sistema Follas Novas, reflectir a alma
simbólico, apenas esbozado en Cantares, que agora aparece de forma ple- humana.
namente desenvolvida, tecendo un formidable tapiz alegórico de inesgotable Na imaxe, Amencer de
interpretación (o cravo, a negra sombra, os tristes, a noite...). Pascua, de 1835.
300
14
Unidade
Estrutura
Os 136 poemas que compoñen esta obra aparecen organizados en cinco apar-
tados: «Vaguedás», «Do íntimo», «Varia», «Da terra» e «As viudas dos vivos e as
viudas dos mortos».
■■ Nos dous primeiros, «Vaguedás» e «Do íntimo», desenvólvense temas de carácter
intimista nos que predomina a subxectividade (saudade, desacougo, angustia...).
■■ Nos dous últimos, «Da terra» e «As viudas dos vivos e as viudas dos mortos», os Na web
temas desenvolvidos son de natureza social e costumista e predomina a obxec-
tividade (denuncia das inxustizas, solidariedade, «feminismo»...). Escoita o audio A xustiza pola
man, do disco As palabras es-
■■ No intermedio, «Varia», trátanse temas de natureza diversa (sociais e intimistas)
pidas, de Nao coa colabora-
desde diferentes perspectivas (obxectiva e subxectiva). ción de Patty Castro.
Algúns estudosos sosteñen que entre eles hai unha certa cohesión temática, que
progresa desde o individual ata o colectivo e que fornece o conxunto de cohe-
rencia interna. Para outro sector da crítica, pola contra, esta ordenación foi feita a
posteriori e cun criterio fundamentalmente editorial.
Recepción
A publicación de Follas novas prodúcese nun momento no que, entre certa inte-
lectualidade española de reducido horizonte, dominaba un clima antirrexionalis-
ta. Iso axuda a entender por que esta obra, moito máis ambiciosa que a anterior e
de maior calado conceptual e estético, foi valorada por parte da crítica contem-
poránea dun xeito pouco alentador, cando non claramente negativo.
A ctividades
7 Nos textos 7 e 8 Rosalía fai un comentario e unha confesión propia e do
seu libro Follas novas. Que nos di del? Que dimensións da escritora e da
obra nos descobre?
13 De que trata o texto 20? Garda relación cos tres anteriores? Redacta un
comentario a estas preguntas. Realiza tamén unha análise formal del.
301
4.5. O galego de Rosalía
Castelanismos
Moitos deles xa vivían infiltrados na fala popular (suelo, nombrar, capilla, cuna...),
outros nacían do déficit que o vocabulario galego ofrecía en determinadas áreas
e campos semánticos. Estes últimos son máis abundantes en Follas novas, onde
emprega con maior profusión termos abstractos ou referentes a procesos da vida
interior (hermosa, lealtad, dicha, crudeza...).
Ás veces, mesmo atopamos a forma lexítima alternando coa forma castelá (doce/
dulce, eres/es...). Noutras ocasións, o que atopamos son castelanismos solapados
(acobexar, conexo, limosneira...).
302
14 Unidade
Dialectalismos
O modelo de lingua do que parte Rosalía é o galego falado na comarca compos-
telá (bloque occidental, nunha subárea de transición dentro da área fisterrá sur). O
trazo fonético máis característico desta zona é o seseo.
Segundo o profesor Carballo Calero, Rosalía fai un uso estilístico do seseo, moito
máis frecuente en Cantares gallegos que en Follas novas. Utilízao fundamental-
mente para caracterizar a lingua das campesiñas, sobre todo das mozas (nasín,
grasiosa, felís...). Tamén neste caso as formas do galego común alternan coas dia-
lectais (simiterio/cimeterio...).
Con todo, na obra de Rosalía pódese constatar o predominio dunha actitude in-
terdialectalista, que se manifesta na escolla de solucións diversas para unha mes-
ma forma (man, mans/maus; algúns/algús; traiciós/traizoes).
Vulgarismos e hiperenxebrismos
Tamén encontramos na obra de Rosalía vulgarismos como enxempro, caridá, cra-
ridá...
Teñen moita menor repercusión outros fenómenos, como a presenza de hiperen
xebrismos (estrano, cristaiño...), lusismos ou arcaísmos (coraçón, cançón...).
A ctividades
15 Resume o contido dos fragmentos dos prólogos (textos 23 e 24) que apa-
recen na Escolma da unidade. Indica a idea central que agocha cada un
deles, a diferente intención da autora ao redactalos e os argumentos que
utiliza para xustificar as súas decisións.
303
Escolma de textos
Cantares gallegos
Texto 1 Texto 2
Nasín cando as prantas nasen, Adiós, ríos; adiós, fontes; Téñovos, pois, que deixar,
no mes das flores nasín, adiós, regatos pequenos; hortiña que tanto amei,
nunha alborada mainiña, adiós, vista dos meus ollos: fogueiriña do meu lar,
nunha alborada de abril. non sei cando nos veremos. arboriños que prantei,
fontiña do cabañar.
Por eso me chaman Rosa, Miña terra, miña terra,
mais a do triste sorrir, terra donde me eu criei, Adiós, adiós, que me vou,
con espiñas para todos, hortiña que quero tanto, herbiñas do camposanto,
sin ningunha para ti. figueiriñas que prantei, donde meu pai se enterrou,
herbiñas que biquei tanto,
Desque te quixen, ingrato, prados, ríos, arboredas, terriña que nos criou.
todo acabou para min, pinares que move o vento,
que eras ti para min todo, paxariños piadores, Adiós Virxe da Asunción,
miña groria e meu vivir. casiña do meu contento, branca como un serafín;
lévovos no corazón:
De qué, pois, te queixas, Mauro? muíño dos castañares, Pedídelle a Dios por min,
De qué, pois, te queixas, di, noites craras de luar, miña Virxe da Asunción.
cando sabes que morrera campaniñas trimbadoras,
por te contemplar felís? da igrexiña do lugar, Xa se oien lonxe, moi lonxe,
as campanas do Pomar;
Duro cravo me encravaches amoriñas das silveiras para min, ¡ai!, coitadiño,
con ese teu maldesir, que eu lle daba ó meu amor, nunca máis han de tocar.
con ese teu pedir tolo camiñiños antre o millo,
que non sei qué quer de min, adiós, para sempre adiós! Xa se oien lonxe, máis lonxe
pois dinche canto dar puden Cada balada é un dolor;
avariciosa de ti. Adiós groria! Adiós contento! voume soio, sin arrimo...
Deixo a casa onde nacín, Miña terra, adiós!, adiós!
O meu corasón che mando deixo a aldea que conozo
cunha chave para o abrir, por un mundo que non vin! Adiós tamén, queridiña!...
nin eu teño máis que darche Adiós por sempre quizais!...
nin ti máis que me pedir. Deixo amigos por estraños, Dígoche este adiós chorando
deixo a veiga polo mar, desde a beiriña do mar.
deixo, en fin, canto ben quero...
Quen pudera non deixar!... Non me olvides, queridiña,
si morro de soidás...
tantas légoas mar adentro...
Mais son probe e, ¡mal pecado!,
Miña casiña!, meu lar!
a miña terra n’é miña,
que hastra lle dan de prestado
a beira por que camiña
ó que naceu desdichado.
304
14 Unidade
Texto 3 Elas louquiñas bailaban
e por xunta del corrían
Un repoludo gaiteiro,
cegas..., cegas, que non vían
de pano sedán vestido,
as espiñas que as cercaban;
como un príncipe cumprido,
probes palomas, buscaban
cariñoso e falangueiro,
a luz que as iba queimar,
antre os mozos o pirmeiro
pois que el soupera cantar
e nas siudades sin par
aló pola mañanciña:
tiña costume en cantar
—Ó son da miña gaitiña
aló pola mañanciña:
ás nenas hei de engañar.
—Con esta miña gaitiña
ás nenas hei de engañar.
Nas festas ¡cánto contento!
Cánta risa nas fiadas!
Sempre pola vila entraba
Todas, todas, namoradas,
con aquél de señorío;
déranlle o seu pensamento.
sempre con poxante brío
I el que, de amores sedento,
co tambor se acompasaba;
quixo a todas engañar,
e si na gaita sopraba,
cando as veu dimpois chorar,
era tan dose soprar,
cantaba nas mañanciñas:
que ben fixera en cantar
—Non sean elas toliñas:
aló pola mañanciña:
non veñan ó meu tocar.
—Con esta miña gaitiña
ás nenas hei de engañar.
Texto 4
Todas por el reloucaban,
todas por el se morrían; San Antonio bendito,
si o tiñan cerca, sorrían; dádeme un home,
si o tiñan lonxe, choraban. anque me mate,
Mal pecado! Non coidaban anque me esfole.
que c’aquel seu frolear
tiña costume en cantar Meu santo San Antonio,
aló pola mañanciña: daime un homiño,
—Con esta miña gaitiña anque o tamaño teña
ás nenas hei de engañar. dun gran de millo.
Daimo, meu santo,
Camiño da romería, anque os pés teña coxos,
debaixo dunha figueira, mancos os brazos.
canta meniña solteira
«quérote», lle repetía...! Unha muller sin home...
I el ca gaita respondía santo bendito!,
por a todas embaucar, é corpiño sin alma,
pois ben fixera en cantar festa sin trigo,
aló pola mañanciña: pau viradoiro
—Con esta miña gaitiña que onda queira que vaia
ás nenas hei de engañar. troncho que troncho.
305
Mais, en tendo un homiño, Texto 5
Virxe do Carme!,
Castellanos de Castilla
non hai mundo que chegue
tratade ben ós gallegos;
para un folgarse.
cando van, van como rosas;
Que, zambo ou trenco,
cando vén, vén como negros.
sempre é bo ter un home
para un remedio.
Cando foi, iba sorrindo;
cando veu, viña morrendo;
Eu sei dun que cobisa
a luciña dos meus ollos,
causa miralo,
o amantiño do meu peito.
lanzaliño de corpo,
roxo encarnado.
Aquél máis que neve branco,
Carniñas de manteiga,
aquél de dosuras cheio,
e palabras doces
aquél por quen eu vivía
cal mentireiras.
e sin quen vivir non quero.
Por el peno de día,
Foi a Castilla por pan,
de noite peno,
e saramagos lle deron;
pensando nos seus ollos
déronlle fel por bebida,
color de ceo;
peniñas por alimento.
mais el, xa doito,
de amoriños entende,
Déronlle, en fin, canto amargo
de casar pouco.
ten a vida no seu seo...
Castellanos, castellanos,
Facé, meu santiño,
tendes corazón de ferro!
que onda min veña
para casar conmigo,
Ai!, no meu corazonciño
nena solteira
xa non pode haber contento,
que levo en dote
que está de dolor ferido,
unha culler de ferro,
que está de loito cuberto.
catro de boxe.
Morréu aquel que eu quería,
Un irmanciño novo
e para min n’hai consuelo:
que xa ten dentes,
sólo hai para min, Castilla,
unha vaquiña vella
a mala lei que che teño.
que non dá leite...
Ai, meu santiño!:
Premita Dios, castellanos,
facé que tal suceda
castellanos que aborreso,
cal volo pido.
que antes os gallegos morran
que ir a pedirvos sustento.
San Antonio bendito,
dádeme un home,
Pois tan mal corazón tendes,
anque me mate,
secos fillos do deserto,
anque me esfole,
que si amargo pan vos ganan,
que, zambo ou trenco,
dádesllo envolto en veneno.
sempre é bo ter un home
(...)
para un remedio.
306
14 Unidade
Texto 8
Texto 6
«Vaguedás»
A GAITA GALLEGA
RESPOSTA Follas novas!, risa dáme
ao eminente poeta don Ventura Ruiz de Aguilera ese nome que levás,
cal si a unha moura ben moura,
IV branca lle oíse chamar.
307
Texto 10 Texto 13
«Vaguedás» «¡Do íntimo!»
Xa nin rencor nin desprezo, Maio longo..., maio longo,
xa nin temor de mudanzas; todo cuberto de rosas:
tan só unha sede..., unha sede para algús, telas de morte;
dun non sei qué, que me mata. para outros, telas de bodas.
Ríos da vida, ¿ónde estades?
¡Aire!, que o aire me falta. Maio longo, maio longo
fuches curto para min:
—Qué ves nese fondo escuro? veu contigo a miña dicha,
Qué ves que tembras e calas? volveu contigo fuxir.
—Non vexo! Miro, cal mira
un cego a luz do sol crara.
E vou caer alí en donde Texto 14
nunca o que cai se levanta.
«Varia»
—Non cantes, non chores, non rías, non fales,
Texto 11 nin entres, nin sallas sin mo preguntare.
«¡Do íntimo!» Válate San Pedro con tanto gardarme!
308
14 Unidade
Texto 16 Texto 18
«Da terra» «As viudas...»
Hai nas ribeiras verdes, hai nas risoñas praias PRA A HABANA! (V)
e nos penedos ásperos do noso inmenso mar, Éste vaise i aquel vaise,
fadas de estraño nome, de encantos non sabidos, e todos, todos se van.
que só con nós comparten seu prácido folgar. Galicia, sin homes quedas
que te poidan traballar.
Hai antre a sombra amante das nosas carballeiras, Tes, en cambio, orfos e orfas
e das curtiñas frescas no vívido esprendor, e campos de soledad,
e no romor das fontes, espritos cariñosos e nais que non teñen fillos
que só ós que aquí naceron lles dan falas de amor. e fillos que non tén pais.
E tes corazóns que sufren
I hai nas montañas nosas e nestes nosos ceos, longas ausencias mortás,
en canto aquí ten vida, en canto aquí ten ser, viudas de vivos e mortos
cores de brilo soave, de trasparencia húmida, que ninguén consolará.
de vaguedade incerta, que a nós só dá pracer.
309
Texto 20 Texto 22
«As viudas...»
«As viudas...»
TERRA A NOSA!
TAN SÓIO
Baixo a prácida sombra dos castaños
Os dous, da terra lonxe
do noso bon país;
andamos e sufrimos, ¡ai de min!
baixo aquelas frondosas carballeiras
Mais ti tan sóio te rercordas dela,
que fan dose o vivir;
i eu, dela e máis de ti.
cabe a figueira da paterna casa,
Ambos errantes polo mundo andamos
que anos conta sin fin,
i as nosas forzas acabando van.
qué contos pracenteiros, qué amorosas
Mais ai!, ti nela atoparás descanso,
falas se din alí!
i eu tan sóio na morte o hei de atopar.
Risas que se oien nas seráns tranquilas
do cariñoso abril!
E tamén ¡qué tristísimos adioses
Se acostuman oír!
Texto 21
«As viudas...»
¿POR QUÉ?
—Escoitá: os algoasiles
andan correndo a aldea;
mais cómo pagar, cómo, si un non pode
inda pagala renda?
310
14
Unidade
Texto 23 Texto 24
Do prólogo de Cantares gallegos Do prólogo de Follas novas
Por esto, inda achándome débil en forzas e n’habendo O que quixen foi falar unha vez máis das cousas da
deprendido en máis escola que a dos nosos probes nosa terra e na nosa lengoa, e pagar en certo modo
aldeáns, guiada sólo por aqueles cantares, aquelas o aprecio e cariño que Cantares gallegos despertaron
palabras cariñosas e aqueles xiros nunca olvidados en algúns entusiastas. Un libro de trescentas páxinas,
que tan dosemente resoaron nos meus oídos desde a escrito no doce dialecto do país, era naquel entonces
cuna e que foran recollidos polo meu corasón como cousa nova, e pasaba polo mesmo todo atrevemento.
harencia propia, atrevinme a escribir estos cantares, Aceptárono, i o que é máis, aceptárono contentos, e
esforzándome en dar a conocer cómo algunhas das ieu comprendín que desde ese momento quedaba
nosas poéticas costumes inda conservan certa frescura obrigada a que non fose o primeiro i o último. N’era
patriarcal e primitiva, e cómo o noso dialecto dose e cousa de chamar as xentes á guerra e desertar da
sonoro é tan apropósito como o pirmeiro para toda bandeira que eu mesma había levantado.
clase de versificación.
311
Repaso da unidade
Lectura
Rosalía e a Xeracion Bravú
En canto á outra imaxe de Galicia, a rosaliana, demostrou ser máis robusta aínda. Os seus admiradores conseguiron
reinventala de diferentes maneiras ao longo dos anos. Á rosalía choromiqueira, como chegou a ser cualificada despec-
tivamente o seu gromo romántico, sucedeuna a Rosalía feminista, a muller de talento frustrada nun mundo dominado
polos homes. Unha obra de teatro dos anos oitenta causou un pequeno escándalo ao presentala mesmo como unha
vítima dos malos tratos domésticos e literarios a mans do bo de Murguía.
Non rematan aí as súas advocacións: Rosalía proletaria, Rosalía etnógrafa, Rosalía nai, Rosalía compañeira, Rosalía
irmá... Ata que para a xeración máis nova, mesmo dentro do galeguismo, chegou o momento de fartarse. Recente-
mente rompeuse o tabú, e no programa da televisión galega Air Galicia Rosalía é a protagonista dunha serie de sket-
ches humorísticos. Para algúns é unha profanación, para a maioría é a saudable desmitificación dun tópico.
Non é que o lugar de Rosalía deixase por isto de ser prominente, e quizais sexa significativo que o primeiro deputado
enviado ao parlamento de Madrid fose un experto rosaliano. Pero a imaxe máis recente do galego consiste xusta-
mente nunha negación da súa atmosfera poética, a dozura das beiras do Sar e son das campás. O chamado «move-
mento bravú» é unha moda cultural xuvenil dos anos noventa relacionada coa primeira xeración nacida nunha Galicia
autonómica. Para estes mozos, a galeguidade non é unha problemática, senón unha obviedade. Nas antípodas da
sisuda indagación sobre a «alma galega» das xeracións anteriores, o bravú supuxo unha exaltación desacomplexada
do galego, a reivindicación festiva do local (mesmo dos dialectos e dos erros léxicos intencionados).
Á saudade, estes mozos opoñen o clixé verbal oposto, a arroutada (algo así como «facer o que un lle peta sen pensar
nas consecuencias», o máis próximo ao punk que se pode atopar nun dicionario galego. A miúdo adolescente e ás
veces creativa, polo menos esta «xeración xabarín», como se lle chama tamén a partir dun programa moi popular entre
os nenos, foi a primeira cultura de masas galega desde o século xiv.
Miguel Anxo Murado, Outra idea de Galicia
A ctividades
1 Clasifica os textos de Rosalía na escolma segun- 5 Sabes o que é a saudade? Busca información
do predomine neles a temática intimista, costu- e a intenta atopar este sentimento nalgún dos
mista ou social. textos da escolma.
2 Compara os textos de Cantares Gallegos e os 6 Cales son os obxectos de denuncia social por
Follas Novas e di nunhas poucas liñas que seme- parte de Rosalía nos textos da escolma.
llanzas e diferenzas atopas entre eles.
7 Da transcendencia de Rosalía para a cultura
3 Por que se considera tan importante a publica- galega da conta a gran cantidade de músicos
ción de Cantares Gallegos? En que data foi pu- que levaron a cabo versións dos seus poemas.
blicado? Busca información sobre esta cuestión.
312
Unidade 14
1
Unidade
En
Nalaweb
web
Autoavalíate completando o mapa
conceptual.
Esquema
O Rexurdimento
Rexurdimento: movemento de recuperación da lingua galega, segunda metade do XIX.
Caracterización
Obras literarias de gran calidade e publicación de obras históricas e filolóxicas.
• Transición ao Rexurdimento: Xogos Florais. A Coruña, 1861.
Delimitación • Comezo do Rexurdimento. Cantares Gallegos, 1863.
(1863-1899) • Rexurdimento Pleno, 1880.
• Posrexurdimento, 1889-1891.
Provincialismo (1840-1865)
O galeguismo xorde por interacción do
Características Romanticismo e o Liberalismo. Federalismo (1865-1875)
Pasa por varios estadios previos.
Rexionalismo (1875-1906)
Poesía Lírica: Rosalía, Pondal, Curros.
Prosa: Marcial Valladares, Antonio López Ferreiro.
Protagonistas
Prensa: O Tío Marcos da Portela, A Monteira.
Editoriais: Biblioteca Gallega.
Rosalía de Castro
Nace en Santiago (1837), filla de muller solteira e dun sacerdote.
Pasa a infancia na aldea e a adolescencia en Santiago, vinculada ao Liceo de la Juventud.
Vida
En 1856 trasládase a Madrid. Casa con Manuel Murguía e ten sete fillos. En 1875 instálanse en Padrón,
onde more en 1885.
Castelán
Poesía: La flor (1857), A mi madre (1863), En las orillas del Sar (1884).
Prosa: La hija del mar (1859), Flavio (1861), Ruinas (1866), El caballero de las botas azules (1867),
Obra El primer loco (1881).
Galego
Poesía: Cantares gallegos (1863), Follas novas (1880).
Prosa: Conto gallego (1923).
Motivacións: compromiso con Galicia e intención de glosar poéticamente coplas populares.
Temáticas: costumista-folclórica, amorosa, intimista, de denuncia.
Cantares gallegos Formas: versos de arte menor, rima asoante.
Figuras retóricas de repetición e abundancia de comparacións poéticas.
Estrutura circular e diversos suxeitos líricos.
Corpus: 136 poemas divididos en cinco apartados:
«Vaguedás»
«Do íntimo»
«Varia»
«Da terra»
Follas novas «As viudas dos vivos e as viudas dos mortos».
Temas: intimismo, denuncia social, costumismo, angustia existencial, etc.
• Liña continuadora de Cantares.
• Liña renovadora: temática metafísica e existencial.
Forma: Innovacións métricas procedentes do Romanticismo. Incorpórase un complexo sistema
simbólico (cravo, negra sombra...).
Baseado na lingua oral.
O galego de Rosalía
Alto índice de castelanismos, dialectalismos e hiperenxebrismos.
313
Lecturas guiadas
Rosalía de Castro
Cantares gallegos está formada por 36 poemas. Des- —Meniña, ti a máis fermosa
que a luz do sol alumbrara;
envolve temas varios como o lirismo amoroso popular,
ti a estrela da mañanciña
os poemas de costumes, sátiras ou humor, os poe-
que en puras tintas se baña;
mas sociais e patrióticos (temática común aos autores
ti a frol das froridas cumbres,
do Rexurdimento) e pequenos poemas de ton íntimo
ti a ninfa das frescas augas,
próximos aos de Follas Novas.
ti como folla do lirio
Alborada branca, pura e contristada
Vaite, noi- Que a auroriña ¿Quen eres, fada sin nome
te,—vai fuxin- o ceu colora de tan dormentes miradas,
do.—Vente auro- cuns arbores de tan dorida sonrisa
ra,—vente abrin- que namora, de feituriña tan cándida?
do,—co teu ros- cun sembrante ¿Quisais de muller naceches
tro,—que, sorrin- de ouro e prata sendo tan limpia e tan casta?
do,—¡¡¡a sombra espanta!!! teñidiño (...)
de escalrata. Mais dime: ¿por que estás muda,
¡Canta, Cuns vestidos di por que estás solitaria,
paxariño, can- de diamante di por que vives nos montes
ta—de ponliña en pon- que lle borda cos paxariños que cantan,
la,—que o sol se levan- o sol amante mentras ti choras e choras
ta—polo monte ver- antre as ondas ó pé dun olmo sentada,
de,—polo verde mon- de cristal. toda de loito cuberta,
te,—alegrando as her- toda cuberta de lágrimas.
bas,—alegrando as fon- ¡Sal...!
tes!... señora en todo mal, — Déixame vivir nos montes,
que o sol déixame estar solitaria,
¡Canta, paxariño alegre, xa brila déixame cos paxariños
canta! nas cunchiñas do areal; que en derredor de min cantan.
¡Canta, porque o millo medre, que a luz Déixame vestir de loito,
canta! do día cuberta por tristes bágoas,
Canta, porque a luz te escoite, viste a terra de alegría; i eco de homes non escoite
canta! que o sol nin son de harmoniosas harpas,
Canta, que fuxeu a noite. derrete con amor que eses sons de amor á vida
a escarcha fría. rompen as miñas entrañas.
Noite escura (...)
logo ven Branca auro- Cala, galán, cos cantares
e moito dura ra—ven chegan- que con paixón de amor cantas,
co seu manto do,—i ás porti- que os meus amores morreron
de tristura. ñas—vai chaman- i aló antre as tombas me agardan.
Con meigallos do—dos que dor- Para min morreu a dicha,
e temores, men—esperan- morreu tamén a esperanza,
agoreira do—¡o teu folgor...! cubreuse o seu de tristura
de dolores, i a terra de ásperas prantas.
agarimo Déixame vivir nos montes,
de pesares, déixame estar solitaria,
cubridora déixame vestir de loito,
en todo mal. cuberta de amargas lágrimas.
¡Sal...!
314
Unidade 14
315
Comentario de textos
Texto 1 Ceferino. Ou durmindo a sesta no sofá, e soa o interfono.
Escenario, caixa aberta chea de mobles e electrodomés- Aurelio. Non, porque así perdemos tempo, e o tempo en
ticos: estantería con libros, mesa entre dous sofás, ne- teatro é fundamental.
veira, cociña eléctrica, moble con tocadiscos, televisor, Ceferino. Déixate de mariconadas, xa pareces un deses
lavabo e váter, ... Todo en desorde, para que os dous presentadores que esgota media entrevista falando do
personaxes se movan como nunha casa normal. Cando pouco tempo que hai na televisión.
se levanta o pano Aurelio e Ceferino están sentados to-
mando café. Aurelio. Home, levo dez anos estudando o tema do tem-
po no teatro e creo saber do que falo... (Reflexivo.) Salvo
Aurelio. E non sería mellor empezar dicindo... tch, eu que que todo ese esforzo fose inútil. (Pausa.)
sei... Por exemplo, Por que temos que interpretala nós?
Ceferino. Polo principio, levamos aquí dúas horas e se-
Ceferino. Un momento. Déixame ver, á parte da chicha guimos no principio. Eu estaba facendo café, continúa.
temos: título...
Aurelio. Ben, eu chego e discúlpome polo retraso, dicin-
Aurelio. Iso para o final. Non esquezas que é o mellor da do que estivera vendo a Volta, a Volta ciclista, despois xa
obra. veremos. Por exemplo segundo a tempada, usaremos a
Ceferino. Título, escenografía, actores e o asunto do fi- Volta o Tour ou o Giro, que son as tres importantes.
nanciamento. Ben, e logo a chicha, claro. (Pausa.) Por ló- Ceferino. Entón eu pregúntoche, indo á cociña, que está
xica son todas cousas das que falamos hai semanas ou ao lado, como aquí.
meses, así que se volvemos tratalas ten que ser de repa-
so, por puro pracer de repetición. Aurelio. Despois veremos con calma a posición de mo-
bles, e todo iso.
Aurelio. Anque tampouco é bo meter o público, así, de
golpe, no miolo do argumento. Quizais uns minutos de Ceferino. Eu pregúntoche, queres un café? Non, un café
puro descontrol nos favorezan... creo eu. non, digo: queres café, vaia, mellor entoado. Entón ti.
Ceferino. Non sei que che diría. O público ultimamente Aurelio. Eu, dubidando, dígoche. É que me doen as moas
anda máis nervioso da conta. Para min, o menos arrisca- e estou tomando analxésicos, non sei se...
do é confesar de plano. Que vexan dende un primeiro Empeza a soar o teléfono ó mesmo tempo que Aurelio
momento as nosas intencións... algo así. comeza a falar.
Aurelio. Entón, recapitulando. Ti estás a facer café. X. Cid Cabido e Andrés A. Vila, Copenhague. (adapt.)
316
Unidade 14
Os textos dramáticos
As indicacións referidas á lectura comprensiva, o resu-
mo, o tema e o comentario final feitas para a poesía Para determinar o ambiente debemos, en primeiro
aplícanse tamén para os textos dramáticos, coas corres- lugar, indicar se se trata dun ambiente realista, fan-
pondentes adaptacións nalgúns casos. tástico, rural, urbano, etc.
Neste apartado, tamen é relevante ter en conta as
anotacións e os recursos empregados para confi-
Estrutura interna (contido) guralo, como son as voces, os efectos especiais, o
Ademais da organización en partes do texto e da vestiario, a escenografía...
forma de presentación do esquema (véxase O co-
mentario de textos poéticos naa unidades 11, 12
e 13) é conveniente analizar outros elementos pro-
Acción dramática
pios da expresión dramática.
A acción dramática refírese á sucesión de aconte-
Os personaxes. Os personaxes dunha obra dramá-
cementos que se producen ao longo da obra.
tica poden ser analizados a partir de varios paráme-
tros como imos ver a seguir. Para analizar este aspecto cumprirá realizar as se-
guintes tarefas:
■■ Clase de personaxes que aparecen no texto. No
texto dramático poden aparecer: ■■ Explicación da estrutura interna da acción:
–– Personaxes tipo: aqueles que posúen caracte- –– exposición
rísticas establecidas pola tradición literaria. –– desenvolvemento
–– Personaxes individuais: aqueles que teñen ca- –– desenlace
racterísticas propias. ■■ Determinación dos momentos climáticos. Os
■■ Xerarquía dos personaxes na obra: protagonis- clímax son momentos de especial intensidade
tas, antagonistas e personaxes secundarios. dramática que adoitan estar situados no remate
dos actos. A súa función é a de manter a atención
■■ Complexidade dos personaxes. Nunha obra dra- do lector/espectador.
mática podemos determinar:
■■ Análise dos tipos de acción:
–– Personaxes «planos»: construídos sobre unha
única idea ou calidade. –– Acción cerrada: a obra remata.
O ambiente
A análise do ambiente no que se desenvolve a obra
dramática refírese ás circunstancias que axudan a
configurar o medio no que se sitúan a acción e os
personaxes: espazo, tempo, clase social, etc.
317
15 Rexurdimento
Eduardo Pondal
e Curros
Enríquez
Sobre a lectura
318
15
1 Eduardo Pondal
Unidade
Eduardo Pondal Abente é outro dos grandes autores do Rexurdimento. Para al-
gúns é o primeiro poeta galego moderno, co que se inaugura o independentis-
mo cultural e estético que converte a literatura galega nun discurso autónomo e
emancipado da súa veciña española.
Sitúase dentro desa corrente europea de transformación e renovación da arte
literaria, que a leva desde postulados posrománticos ata o movemento simbo-
lista.
Coa súa obra Queixumes dos pinos funda na literatura galega a escola formalis-
ta, encadrada na liña idealista que a fins do século xix reacciona contra a estética
dominante do realismo.
Mais, se en xeral o idealismo supón unha evasión da realidade mediante a creación
de paraísos artificiais, en Galicia a escola idealista ou formalista manterá intacto
o compromiso ideolóxico.
Segundo Xose Luís Méndez Ferrín, os poetas desta escola «serán poetas cívicos,
do mesmo xeito e co mesmo dereito que os realistas».
Neste sentido, Pondal recrea literariamente o pasado histórico de Galicia e ela-
bora un mundo poético de ton épico, poboado de personaxes dotados dunha
forte carga simbólica (guerreiros, bardos, ilotas...), que habitan unha terra onde os
elementos da paisaxe adquiren valores connotativos que determinan e realzan as
calidades humanas.
Pondal atopará no celtismo o fundamento ideolóxico que xustifique o feito dife-
rencial galego e porá a súa arte ao servizo da causa galeguista.
Tentará devolverlles aos galegos o orgullo de selo para, dese xeito, poder vivir o
presente como dignos herdeiros daquela raza celta, esforzada e heroica. Eduardo Pondal
1.1. Vida
319
1.2. Obra
Os Eoas
Na primeira versión deste longo poema épico, Eduardo Pondal reflicte o pen-
samento dos anos mozos, próximo ao segundo provincialismo. Posteriormen-
te, xa como integrante da Cova Céltica, adáptao á ideoloxía rexionalista.
O que principiou sendo a epopea dunha xesta individual, protagonizada por Co-
lón, converteuse nunha epopea colectiva ao gusto da ideoloxía do seu grupo.
Os Eoas é unha obra memorable por diversas razóns, entre as que destacan:
■■ Na historia da literatura galega, supón unha importantísima proba de forza
para a consolidación do galego como vehículo de cultura.
■■ Na historia do galeguismo, constitúe unha sólida tentativa ideolóxica para
a conformación dunha epopea nacional que respondese ás expectativas do
rexionalismo.
A obra ficou inédita, agás un primeiro esbozo publicado no ano 1858, e foi editada
integramente por primeira vez no ano 1992.
320
15
Unidade
Queixumes dos pinos (1886)
É a súa obra máis importante. Con ela conságrase como o bardo do pobo
galego, que ten a responsabilidade de mostrar o camiño da redención á ador-
mecida xente de Breogán.
Recolle a maior parte dos poemas publicados en 1877 en Rumores de los pinos,
aínda que reelaborándoos, traducindo para o galego algúns dos textos e facendo
desaparecer outros. O conxunto inicial de 30 composicións irase ampliando en
posteriores edicións con poemas como «Os pinos».
É esta unha obra que supón un avance na estética pondaliana cara ao simbolismo
idealizante, a través dun esixente e continuado traballo de recreación poética.
321
1.3. Estilo
322
15 Unidade
1.5. O galego de Pondal
A tradición conta que as últimas palabras de Pondal foron «Déchesme unha lingua
de ferro, e déixoche unha lingua de ouro». Esta anécdota ilustra perfectamente o
obxectivo continuado e consciente do autor.
Pondal é o máis moderno dos escritores galegos do século xix. Representa na lite-
ratura galega a reacción idealista finisecular fronte á estética realista.
Preocupouse por depurar a lingua galega a fin de convertela nun instrumento
apto para a elaboración dunha poesía culta de inspiración clásica.
A forza evocativa das imaxes e símbolos que emprega Pondal e o novidoso do
seu discurso poético convérteno nun dos autores máis orixinais da nosa literatura.
A ctividades
1 Busca na biblioteca do teu centro información sobre o historiador ferrolán
Benito Vicetto (1824-78).
323
2 Manuel Curros Enríquez
Curros é, por antonomasia, o poeta comprometido cunha causa política e social
(o progresismo galeguista e republicano) que pon a súa arte ao servizo da con-
secución dos obxectivos ideolóxicos. Na súa obra destacan por riba de todo os
principios éticos e a intención cívica, por máis que non sexan os únicos valores
que nela se poidan atopar.
Escritor de verso fácil, converteuse no modelo a seguir por todos os autores ga-
legos que en diferentes momentos adoptaron a liña poética centrada na crítica
social.
2.1. Vida
Naceu en Celanova no ano 1851 e morreu na Habana en 1908. Con quince anos
mudouse a Madrid, onde fixo o Bacharelato e comezou a carreira de Dereito, que
non chegou a rematar.
Participou activamente na revolución de 1868 aliñándose cos republicanos progre-
sistas, ideoloxía á que sempre permanecería fiel.
Neses anos en Madrid, comezou a colaborar na prensa madrileña e traballou
como funcionario municipal. En 1875 viaxou ao País Vasco como correspondente
de guerra do periódico El Imparcial na guerra carlista; alí, nun episodio pouco cla-
ro da súa biografía, foi ferido.
En Madrid tamén participou na sociedade galeguista Galicia Literaria, onde coinci-
dían algúns intelectuais galegos que vivían na capital de España.
Volveu a Ourense tras gañar, en 1877, un concurso literario con «A Virxe do Cris-
tal», «O gueiteiro de Penalta» e «Unha voda en Einibó», que lle permitiu atopar
un emprego en Facenda. Ese mesmo ano casou pola igrexa con Modesta Vázquez,
seis anos despois de facelo polo xulgado e xa con dous fillos, nunha tentativa de
ser aceptado pola «boa sociedade» ourensá.
Malia todo, non tardou en entrar en conflito coas autoridades eclesiásticas, sobre
todo coa publicación en 1880 de Aires da miña terra. Esta obra foi censurada e de-
nunciada polo bispo de Ourense. Foi condenado en Primeira Instancia, e absolto
pola Audiencia Territorial da Coruña. Este contencioso proporcionoulle unha gran
popularidade, pero os anos en Ourense tamén lle trouxeron tristes circunstancias
persoais, como a morte do segundo fillo e a da súa nai.
Todo isto fixo que en 1883 regresase a Madrid, para exercer de novo o xornalis-
mo. O posicionamento ideolóxico progresista radicalizouse e repercutiu no ton
crítico da súa obra.
A finais da década de 1880 e principios da de 1890 tivo serios problemas, económi-
cos e familiares, e separouse da muller. Nestes mesmos anos achegaríase ao rexio-
nalismo, liderado e definido ideoloxicamente por Alfredo Brañas. Na primavera
do 1893 foi homenaxeado en Madrid co gallo da inauguración do Centro Galego.
En 1894 emigrou para A Habana e fundou o periódico La Tierra Gallega, traba-
llando arreo a prol de Galicia e a súa cultura. Alí viviu dez anos.
Volveu a Galicia xa con moi mala saúde. A súa volta foi acollida con senllas home-
naxes nos Centro Galegos de Madrid e da Coruña, onde sería tratado coma un
heroe polo progresismo da cidade.
No outono dese mesmo ano de 1904 regresou a Cuba, onde morreu en 1908. O
seu corpo foi reclamado pola Real Academia Galega e traído a Galicia; enterráro-
no na Coruña en loor de multitudes, nun acto non exento de polémica entre os
que querían unha cerimonia relixiosa e os que querían un enterro civil.
324
15
Unidade
2.2. Obra
A obra literaria en galego de Curros Enríquez está formada por dous libros, Aires
da miña terra (1880) e O divino sainete (1888), e algúns poemas soltos.
En 1869 escribiu «Cántiga». Este poema, sensiblemente modificado no primeiro
verso e musicado por Cesáreo Alonso Salgado, converteuse nunha das cancións
galegas máis coñecidas co título «Unha noite na eira do trigo».
No xardín unha noite sentada
ó refrexo do branco luar, Na web
unha nena choraba sin trégolas
os desdés dun ingrato galán. Escoita a canción Aí vén o
maio, de Luís Emilio Batallán,
I a coitada entre queixas decía: no disco do mesmo nome.
«Xa no mundo non teño ninguén;
vou morrer e non ven os meus ollos
os olliños do meu doce ben». [...]
325
Aires da miña terra (1880)
Nesta obra, Curros recompila toda a súa produción poética en galego ata ese
momento, que se incrementará en edicións posteriores. A liña temática predomi-
nante será a de denuncia, mais non a única.
Con Aires da miña terra, Curros pretende enviar á sociedade galega do seu tempo
unha mensaxe libertadora, que a transforme mostrando as causas do atraso do
país e dos seus responsables: a falta de liberdade, a incultura, a superstición, a
actitude intransixente da Igrexa, o inxusto reparto da riqueza, a miseria...
■■ Temas
En Curros pódense atopar tres liñas temáticas:
–– Social. Curros consideraba que a poesía debe ter como función esencial a de ser
unha arma de combate capaz de denunciar as inxustizas sociais.
Talvez o aspecto máis significativo desta liña sexa o seu anticlericalismo. Nela
inscríbense, sobre todo, aqueles poemas nos que mostra sen ambaxes as súas
ideas progresistas e galeguistas, onde enxalza o progreso tecnolóxico («Na che-
gada a Ourense da primeira locomotora»), denuncia a situación mísera do labre-
go galego («O maio», «Nouturnio», «O Ciprianillo»...) ou ataca o talante opresor
da Igrexa («A igrexa fría», «No convento», «Mirando ao chau»).
–– Intimista. Abórdase esta liña naqueles poemas nos que trata asuntos que afec-
tan a esfera do familiar: morte dun fillo («Ai!»), morte da nai («Na morte da miña
nai»), nacemento dun fillo («Ben chegado!»).
–– Costumista. A temática costumista está presente nos tres poemas premiados en
1877 no concurso literario convocado en Ourense.
326
15 Unidade
■■ Formas
Estilisticamente, a obra de Curros manifesta unha clara influencia da poesía po-
pular. Esta pegada nótase na recorrencia das comparacións, na sinxeleza dos
símbolos utilizados, na escolla léxica de voces tiradas da esfera do cotián, na
abundancia de recursos baseados na repetición...
Curros non é innovador nas formas nin nas estruturas métricas ou estróficas, pois
adoita mostrar preferencia polo tradicional. Esta actitude resulta coherente coa
intención didáctica e moralizante que subxace na súa obra, e que priorizaba a
fluidez da comunicación sobre calquera outro tipo de inquedanzas estéticas.
O divino sainete
O divino sainete inicia a liña satírica na literatura moderna en galego. A súa pu-
blicación non estivo exenta de polémicas, motivadas fundamentalmente pola
crueza da crítica que encerra.
Trátase dun longo poema narrativo dividido en nove partes (unha «Introdución»
e oito «Cantos»).
Conta unha imaxinaria peregrinación a Roma realizada polo autor, guiado por
outro ilustre escritor galego do século xix , Francisco Añón, para celebrar o xubileo
convocado polo papa León XIII. A viaxe efectúase nun tren de sete vagóns, dos
que cada un representa un dos sete pecados capitais.
Tomando como modelo a Divina comedia de Dante, pero nun ton satírico, Cu-
rros fai unha crítica á sociedade do seu tempo, sobre todo ao poder da Igrexa,
e aproveita para caricaturizar certos personaxes e institucións políticas e culturais
da Galicia coetánea.
Entre eles, pódese destacar a mención que se fai á escritora Emilia Pardo Bazán
(viaxeira no vagón da envexa), quen, despois de lamentar o xiro dado por Rosalía
con Follas novas, manifestara o seu desagrado pola obra poética de Curros Enrí-
quez e outros escritores galegos.
A influencia de Dante é evidente desde o propio título, paródica deformación da
Divina comedia. Ademais, nesta obra atópanse ecos doutros escritores como o
francés Victor Hugo ou o portugués Guerra Junqueiro (deste último, e doutros
poetas portugueses como Antero de Quental e Theófilo Braga, Curros xa traducira
algúns poemas).
327
2.3. O galego de Curros
O seu galego está menos castelanizado que o de Rosalía e é máis rico e vivo que
o de Pondal. Algunhas características destacadas da súa lingua son:
■■ Dialectalismos. O galego de Curros baséase na fala de Celanova, correspon-
dente á área lucu-auriense do bloque central. Aparecen formas como grau,
mau...; plurais das palabras agudas rematadas en -n (algús, bailarís...).
■■ Popularismos e vulgarismos. Mantéñense na escrita:
–– Realización da conxunción copulativa e como i ante vogal: i ela, i anque...
–– Aparición de formas populares: rondare, estare...
–– Emprego de vulgarismos: páledo, atóneto, lástema; dialeuto, perfeuto...
–– Frases exclamativas coloquiais: Madia!, Eida puxa!, Que o demo me leve!...
–– Construcións sintácticas de claro sabor popular: si che outra vin nunca, Non
hai quen lle non deba, Quen te non maltratou?...
■■ Vacilacións. Dificultade para o escritor na escolla entre diversas formas posibles:
–– Entre as formas galegas rematadas en -ade/-ude (verdade, saúde, libertade...)
e as castelanizadas e vulgares en -á/-ú (unidá, salú, libertá...).
–– Entre diversas solucións dialectais (chamás, chegués.../diredes, levades...;
este, el/iste, il).
■■ Hiperenxebrismos. Teñen moi pouca presenza na obra de Curros e adoitan
gardar relación coa adaptación do léxico culto: xeroulifos, hourizonte...
2.4. Estilo
328
15
Unidade
2.5. Importancia de Curros na literatura galega
A ctividades
9 Clasifica os textos da Escolma de Curros que aparece na unidade atenden-
do ao tema que tratan (social, intimista, costumista).
11 No texto 15 da Escolma Curros fai unha relación das causas da miseria dos
labregos galegos na época. Tenta indicar cales son.
329
3 Outros escritores. A prosa
3.1. Valentín Lamas Carvajal
Este autor, nado en Ourense no ano 1849 e morto na mesma cidade en 1906,
foi, en palabras de Dolores Vilavedra, «O autor máis prolífico e polifacético do
seu tempo, un dos máis coñecidos, un decidido impulsor da prosa de ficción en
galego e, sobre todo, o pioneiro dunha prensa en galego, determinante para o
desenvolvemento do noso rexurdimento cultural».
Foi un escritor costumista de notable éxito, máximo representante da liña rura-
lista (tan deostada por algúns escritores galegos do século xx, comezando por
Manuel Antonio). A súa obra, tanto literaria como xornalística, está dominada por
unha marcada finalidade didáctica.
Como poeta, é autor dos seguintes libros: Espiñas, follas e frores (1875), o segun-
do libro publicado integramente en galego; Saudades gallegas (1880) e A musa
das aldeas (1890). Ademais, escribiu moitos poemas soltos.
En prosa publicou Gallegadas (1887) e O catecismo do labrego (1889). Esta última
obra proporcionoulle unha ampla popularidade e converteuse no primeiro éxito
de vendas da literatura galega.
Trátase dunha parodia do Catecismo do padre Astete, na que un labrego respon-
de a unha serie de preguntas (a imitación do catecismo) e vai sinalando a realidade
da súa vida e dos seus problemas. A finalidade da obra non é criticar á Igrexa se-
nón, máis ben, mostrarlles aos labregos as causas da súa miseria.
A faceta de Lamas que hoxe máis valora a crítica é a de xornalista e editor de pe-
riódicos. Por iniciativa súa nace o primeiro periódico (ao principio quincenal e logo
semanal) escrito integramente en galego, O Tío Marcos da Portela, editado en
Ourense entre os anos 1876 e 1889. Nas súas páxinas recollíanse cuestións de ac-
tualidade, críticas e denuncias, artigos de costumes, etc., sempre desde posicións
próximas ao campesiñado e á defensa do galego.
A importancia deste periódico é decisiva no proceso de recuperación do idioma e
de difusión das ideas galeguistas.
330
15
Unidade
Marcial Valladares Núñez (Berres, A Estrada, 1821-1903).
Este recoñecido gramático e lexicólogo é ademais o primeiro novelista galego. A
súa novela Maxina ou a filla espúrea, publicada en 1880 por entregas en La Ilustra-
ción Gallega y Asturiana (revista decenal ilustrada, publicada en Madrid entre xa-
neiro de 1879 e decembro de 1881) é a primeira mostra novelesca no noso idioma.
Trátase dunha noveliña con influencia romántica, aínda que encadrada dentro do
realismo costumista característico da etapa.
Cabe comentar dela que se trata dunha obra bilingüe, na que os personaxes ur-
banos e de clase alta utilizan o castelán, en tanto que os rurais e de clase baixa
empregan o galego. Marcial Valladares non foi quen de desprenderse dos hábitos
sociais da diglosia.
Antonio López Ferreiro (Santiago, 1837 - Vedra, 1910).
Doctísimo cóengo, arquiveiro da Catedral de Santiago, estudoso da historia e no-
velista, é autor de tres novelas integramente en galego: A tecedeira de Bonaval,
O castelo de Pambre e O niño de pombas, ambientadas respectivamente nos
séculos xvi, xiv e xii da nosa historia.
Tense falado del como dun autor de novela histórica, pero agora destácase máis
o carácter realista da súa obra; sobre todo de A tecedeira de Bonaval, recoñecida
como a mellor das tres e seguramente de todo o Rexurdimento.
A ctividades
15 Redacta un conto tomando como argumento o do poema «El é leria ou
renxe a porta?», de Lamas Carvajal, texto 24 da Escolma.
331
4 A xeración “Antre dous séculos”
Na historia da literatura galega o período temporal que abrangue ata 1916 coñé-
cese como Posrexurdimento. Na web
O profesor Méndez Ferrín denomina «Antre dous séculos» á xeración literaria
Amplía a información sobre
composta polos escritores nacidos entre 1869 e 1879, que, dalgunha maneira,
a orixe da expresión “Antre
continúan na liña de reacción contra a estética realista iniciada polos escritores da dous séculos”.
Escola Formalista.
Antonio Noriega Varela e Ramón Cabanillas, xunto con prosistas e dramaturgos
como Álvarez de Novoa, Aurelio Ribalta e Manuel Lugrís serán os protagonistas
da transición literaria desde o século xix ao xx.
En Galicia este é o momento do agrarismo e do nacionalismo, mais tamén o da
acentuación do éxodo migratorio e a aparición do movemento obreiro.
O agrarismo é o movemento social máis representativo do primeiro terzo do sé- Na web
culo xx; trátase dun proceso reivindicativo que procura melloras nas condicións
de vida dos campesiños. En Galicia localizámolo entre 1907 (data da fundación Amplía a información sobre os
da asociación agraria Solidaridad Gallega) e 1923. Está composto por grupos de foros.
ideoloxía heteroxénea, pasa por diferentes etapas, mais o seu momento culminan-
te esténdese desde 1912 ata 1915.
A principal organización agraria nesa altura será Acción Gallega, dirixida por Basi-
lio Álvarez, vigairo da parroquia ourensá de Beiro. Os obxectivos básicos do agra-
rismo galego eran conseguir a redención ou a abolición dos foros e acabar co
caciquismo.
Vida
Tras comezar estudos eclesiásticos—que non rematará—no seminario de Mondo-
Na web
ñedo, estuda maxisterio e comeza a publicar poemas e colaboracións na prensa.
Entra en contacto co agrarismo a través de Antón Villar Ponte e publica algúns Amplía a información sobre
textos anticaciquís. Por mor do seu activismo agrarista, é desprazado á provincia Manuel Leiras Pulpeiro.
de Ourense, onde coñecerá os intelectuais galeguistas do Grupo Nós e entrará en
contacto coa literatura portuguesa. Será membro de diversas institucións acadé-
micas portuguesas, así como da Real Academia Galega. Publica un estudo lexico-
gráfico titulado Como falan os brañegos (1928).
Obra
As influencias literarias máis evidentes na súa obra son as do seu paisano Leiras
Pulpeiro,os clásicos latinos, o «Século de Ouro» español e os poetas saudosistas
portugueses (Guerra Junqueiro, Teixeira de Pascoaes, Eugénio de Castro...).
A súa obra literaria consta de dous títulos—en realidade diferentes edicións
dun mesmo poemario— revisados e reeditados en varias ocasións: Montañesas
(1904/1910) e Do ermo (1920/1929/1946).
Comeza, baixo o influxo de Leiras Pulpeiro, sendo un poeta epigonal do costumis-
mo decimonónico e irase enriquecendo na medida en que vaia ampliando as súas
influencias literarias.
332
15 Unidade
4.2. Ramón Cabanillas (Cambados, 1876 - 1959)
Vida
Estuda no Seminario Menor de Santiago desde os dez ata os dezasete anos. Entre
1910 e 1916 reside en Cuba como emigrante e alí comeza o seu labor literario. En
1916 regresa a Galicia e, nas dúas décadas seguintes, desempeña labores buro-
cráticos, publica algúns textos e participa en actividades políticas e culturais. En
1936 coincide con Castelao en Valencia, mais a diferenza do de Rianxo, que nunca
xamais volvería pisar terra galega, regresa o ano seguinte a Cambados. Durante a
posguerra continúa exercendo o cargo de secretario en varios municipios ponte-
vedreses.
No último treito da súa vida pasa tempadas no mosteiro de Samos, onde escribe
un poema homónimo en honor desa abadía.
Tras recibir diversas homenaxes, morre en Cambados en 1959. Hoxe está soterra-
do no Panteón de Galegos Ilustres, na igrexa compostelá de San Domingos de
Bonaval.
Ao longo da súa vida estivo presente nos máis salientables acontecementos e
institucións da Galicia contemporánea: apoiou o movemento agrarista, pertenceu
ás Irmandades da Fala, publicou na revista Nós, participou nas actividades do
Seminario
de Estudos Galegos e foi membro da Real Academia Galega (desde 1920) e da
Real Academia Española (desde 1929) representando á literatura galega.
O seu labor esténdese ademais a innumerables colaboracións en publicacións pe-
riódicas galegas de ambas as beiras do Atlántico.
333
Obra
■■ No desterro. Visións galegas (1913); Vento mareiro (1915)
Son os seus dous primeiros títulos poéticos, que publicou na Habana. Neles acha-
Na web
mos textos de clara intención social —na liña anticaciquil que caracterizaba o mo-
vemento agrarista— ao lado doutros máis líricos que acusan a influencia de Rosa- Amplía a información sobre o
lía, do modernismo e do saudosismo. Saudosismo.
É a súa poesía civil a que resulta máis celebrada nese momento nos círculos agra-
ristas e galeguistas, de aí que, de volta en Galicia, sexa recibido como «Poeta da
Raza», digno herdeiro de Curros Enríquez.
■■ Da terra asoballada (1917)
Con este poemario afonda na liña poética comprometida, agora xa desde uns
presupostos ideolóxicos nidiamente nacionalistas.
■■ A man da santiña (1921)
É unha comedia de costumes que aborda a necesidade de prestixiar o uso do ga-
lego e pono en boca de personaxes de diferentes categorías sociais.
■■ O bendito San Amaro; O Mariscal; Na noite estrelecida (1926) A rosa de cen
follas. Breviario dun amor (1927)
–– O bendito San Amaro é un poema narrativo longo de ton popular que lembra
os romances de cegos.
–– O Mariscal é unha traxedia histórica en verso que, partindo dun proxecto de
Antón Villar Ponte, manifesta unha clara intención política e ideolóxica ao re-
interpretar en clave nacionalista o episodio histórico da execución do mariscal
Pardo de Cela, en1483, por orde dos Reis Católicos. O Mariscal é presentado
como unha vítima do centralismo e convértese nun símbolo da resistencia
galega.
–– Na noite estrelecida está composta por tres poemas longos, que Cabanillas
denomina «sagas», onde recrea a temática medieval da materia de Bretaña
trasladándoa a Galicia. Os títulos das tres sagas son: «A espada Escalibor», «O
Cabaleiro do Sant Grial» e «O Soño do Rey Arturo».
–– A rosa de cen follas é un poemario de temática amorosa e intimista de grande
elegancia e sinxeleza formal.
■■ Obra de posguerra: Camiños no tempo (1949), Antífona da cantiga (1951),
Da miña zanfona (1954), Versos de alleas terras e de tempos idos (1955),
Samos (1958)
–– Camiños no tempo (1949), colección da poesía narrativa e lendaria dos anos
20.
–– Antífona da cantiga (1951), antoloxía de cantares populares precedidos dun
prólogo que fai unha louvanza da cántiga.
–– Da miña zanfona (1954), breve feixe de poesías onde volve dar unha mostra
sobranceira do seu estilo contido e depurado.
–– Versos de alleas terras e de tempos idos (1955), selección de textos de autores
estranxeiros de diferentes épocas traducidos ou versioneados por Cabanillas.
–– Samos (1958), poema descritivo de carácter didáctico sobre a historia do mos-
teiro e a vida na abadía, onde pasou algunhas tempadas nos seus últimos
anos. É a súa derradeira obra.
334
15
Unidade
Lingua e estilo
Nas primeiras obras, Cabanillas mostra unha sensibilidade lingüística semellante á
dos escritores do xix. Toma como modelo a lingua popular da súa rexión de pro-
Na web
cedencia, o Salnés —zona de transición entre a área fisterrá e a área tudense, no Amplía a información sobre o
bloque occidental—, pero non inclúe a gheada nin o seseo explosivo. Cabanillas na literatura galega
Nesta primeira etapa, emprega unha lingua popularizante con castelanismos (*axe-
na, *guedexas, *carcaxadas...), e unha tendencia enxebrizante, propia dos autores
do período de preguerra, que se documenta na presenza de hiperenxebrismos
(*soma, *hourizonte, *adourar...).
Desde os anos 20, o seu modelo lingüístico «tende a un galego aristocrático que
procura a máxima enxebreza, xa non no senso de fidelidade dialectal á lingua fa-
lada, senón no senso de fidelidade filolóxica ao idioma virxe», segundo o profesor
Carballo Calero. Esta tendencia reflectirase no interese polas formas arcaicas e no
afastamento do localismo.
Aínda que ás veces se poida observar neste autor, unha certa querenza polo dife-
rencialismo llingüístico con relación ao castelán, Cabanillas mostrarase neste pun-
to sobrio dabondo, tanto no que respecta á restauración de solucións morfolóxicas
arcaizantes (por exemplo, o plural en -aes dos nomes rematados en -al), como no
uso de neoloxismos e lusismos, que introduce cun razoable equilibrio.
Algúns críticos distinguen catro fases na evolución literaria de Cabanillas:
■■ Etapa de formación ou pregaleguista/agrarista (1910-1915), caracterizada pola
procura dunha temática propia e a experimentación de moldes formais. Predo-
mina o «eu» nostálxico de resonancias rosalianas, aínda que tamén se escoite a
chamada exaltada á rebelión.
Acusa a influencia do modernismo; utiliza metros populares (octosílabos, hexasí-
labos...), xunto a estrofas clásicas (soneto) e mixtas (hendecasílabos combinados
con heptasílabos...). O seu ideal estético vén determinado pola claridade expo-
sitiva, a musicalidade e a plasticidade das imax es.
■■ Etapa decisiva ou galeguista (1915-1920), na que predomina a temática cívica
e procura a concienciación nacionalista do pobo.
A partir de aquí resultará evidente a súa vontade de crear un modelo de lingua
culta e a preocupación por elevar a consideración do galego literario.
Nas súas obras aparece o idioma galego empregado en ámbitos sociais eleva-
dos (personaxes fidalgos, señoritas refinadas, etc.).
■■ Etapa mítico-saudosista (1920-1931), na que reconstrúe o pasado na procura
da «esencia» galega. Destaca a temática relixiosa en textos ampulosos (Na noite
estrelecida) cabo doutros onde predomina a sinxeleza expresiva (A rosa de cen
follas).
■■ Segunda madurez ou intimista (1939-1959), caracterizada polo afastamen-
to do compromiso ideolóxico explícito, o intimismo autorreflexivo en liña co
pesimismo existencial coetáneo e o predominio de novo do «eu» nostálxico.
Estilisticamente, destaca o clasicismo formal xunto co ton poético grave e con-
templativo.
335
4.1. A prosa “Antre dous séculos”
Malia que o século xix non se distingue polo cultivo da prosa na literatura galega,
si comezan a aparecer nas últimas décadas algúns autores de certa relevancia que
a practican, aínda que a maior parte das súas obras serán publicadas por entregas
en xornais e revistas.
Prosa narrativa
Destacan como narradores nesta época:
Francisco Álvarez de Nóvoa, que escribe o conxunto de relatos titulado Pé das
Burgas (1896).
Heraclio Pérez Placer, autor da novela Prediución (1887) e de moitos contos reco-
llidos en tres libros: Contos, lendas e tradiciós de Galicia (1891), Contos da terriña
(1895) e Veira do lar (1901).
Francisca Herrera Garrido, coa novela Néveda (1920).
Aurelio Ribalta, autor de Ferruxe (1894) e O derradeiro amore (1931).
Teatro
O teatro tivo nesta etapa menor cultivo cá narración. Un dos autores máis salien-
tables é Manuel Lugrís Freire, con obras como A ponte (1903, primeira obra dra-
mática galega en prosa), Minia (1904) ou Estadeíña (1919).
A ctividades
17 Le con atención os poemas 1, 2, 3 e 4, de Noriega Varela. Localiza os dimi-
nutivos e comenta o valor formal e de significado que achega este recurso,
tan característico do seu estilo. Indica que semellanzas de tema e de expre-
sión atopas neses textos.
336
15 Unidade
Escolma de textos
Eduardo Pondal
Texto 1 mais aos que atormenta
un estro soberano,
Queixumes dos pinos como todo que trague
Podés deter un pouco o seu tempo contado,
ó valente soldado, non intentés, non intentés detelos,
que torna presuroso que son aves de paso.
por ver os eidos patrios,
en demanda do ledo,
rústico albergue caro,
e preguntarlle os trances Texto 2
do combate pasado: Queixumes dos pinos
337
Texto 3 Texto 4
Queixumes dos pinos Queixumes dos pinos
Morrer en brando leito, Que o teu peito é menos branca,
entre molentes brondas, ouh nena, a neve que croa,
rodeado de amigos aló no mes de xaneiro,
que o pracer nos recordan; as uces do río Marzoa.
de tímidas doncelas,
imbeles e chorosas, Uces da terra de Xallas,
que para maior dozura uces, deixádea pasar;
na nosa última hora ela é filla de Santiago,
ó redor de nós ceiben non está afeita a tratar.
lirios e brandas rosas;
certo, é desaparecer cal virxen tímida, Uces da ponte Arantón,
brandamente, e sin groria. non toqués os seus vestidos,
que eles para vós non son.
Oh! quén morrer poidera
coma o forte Leónidas,
envolto en duro ferro, Texto 5
noutras rudas Thermópilas!;
Queixumes dos pinos
por unha patria escura
de escravos e de ilotas, Oh, quén poidera
e deixar, cal cometa, pillarte soa,
longo rastro de gloria! no seo amigo
E caera, non prono, de escura cova!
coa faz á terra volta, E como edra
mais ás turmas conversa, que cenguidora
audaz e miazosa; branca coluna
aínda apreixando o rutilante ferro, premente enrosca,
que verte gota a gota! cos brazos darche
mil tenras voltas;
De modo que o viandante, decirche ó oído
vendo con gran zozobra mil tenras cousas;
crubir a dura terra e o término atopar da esquiva ruta,
a cinza poderosa, en breve hora!
dixera con espanto: Certamente
éste era grande cousa!
338
15 Unidade
Texto 6 Texto 7
Queixumes dos pinos Queixumes dos pinos
Pilleina antre os pinos soa, Da alma no fondo
alba de medo tornou; eu levo unhas cordas,
quixo fuxir, mais non puido, que a cada momento
(que sabe qué peixe eu son). soando están soas:
se estou vixilando
Rogárame de rodillas, ocúpanme as horas;
de rodillas me rogou; se en prácido sono
tembrou como a vara verde os membros repousan,
que estremece a virazón. axítanse insomnes,
xa doces, xa broncas.
Cal quen teme ser oída,
dixo: —...Pídocho por Dios...! En vano, febrento,
nas luitas recónditas,
—Estás fresca!, –lle contesto– o ánimo ousado
vente a min con oracións: en vano se esforza
por domar o tumulto sublime,
Non solta nunca o raposo as férvidas notas,
a galiña que pillou; soberbias, agrestes,
hastra zugarlle o mel todo salvaxes, grandiosas,
non solta a fror o abellón, que ai! no profundo
nin a branca e doce pomba dos bardos repousan,
larga o montesío azor. cal repousan as chispas que dormen
nas altas curotas!
Texto 9
Texto 8
Queixumes dos pinos
Queixumes dos pinos
A lingua tiveran
As almas escravas,
por lingua de escravos;
de ideas non grandes,
esqueceran os patrios acentos,
van pensando mil cousas femíneas,
suidosos e brandos.
molentes e infames.
Dos propios acentos
Mil soños forxando,
tiveran vergonza;
que o ánimo agobian;
de cautivos falaran palabras,
arrastrando infamantes cadeas,
de servos e ilotas.
cal brando ilotas.
Deixaran os doces
Espíritos brandos,
acentos xocundos,
espíritos muliebres, sedentarios, que lenta consome,
por estrañas palabras de servos,
e mórbida frebe.
ignaros e escuros.
Mais a alma do bardo,
A nai afrixida
enérxica, ousada,
da escura miseria,
que audaz libertade
ós propios tomara
tan sóo soña e ama,
por xente estranxeira,
vai pensando en propósitos férreos
e espantada escuitara dos fillos
que ergueran a patria.
a plática serva.
339
Texto 10 Texto 11
Queixumes dos pinos A GUERRA DOS ESCRAVOS
Feros corvos de Xallas Cando te vexo, ¡oh! filla
que vagantes andás, de Breogán, nobre e boa,
en salvaxe compaña, cando te vexo triste,
sin hoxe nin mañán; desvalida e chorosa,
quén poidera ser voso compañeiro entonces sin querelo
pola gandra longal! vén á miña memoria
as guerras dos escravos,
Algo de vago e fero, as guerras dos ilotas.
do meu ser no profundo
eu levo, como as brétomas Cando te vexo pálida,
dos curutos escuros, abandonada e soa,
e unha ruda e salvaxe sentada na túa gandra
incrinación dos seres vagamundos. espacïosa e longa,
non sei por qué ferida,
Algo de duro vento a miña mente evoca
que azouta o cabo Ougal; as guerras dos escravos,
do salvaxe miñato as guerras do ilotas.
que leva o vento soán,
e con nobre ufanía Cando te vexo pobre
o esquivo mato rexistrando vai! chamando ás duras portas,
aspeada e tolleita
Algo das vagas brétomas cos teus fillos nas costas,
algo das uces altas, entonces me parece
algo dos libres corzos, que en torno de min soan
e das feras bandadas as guerras dos escravos,
dos corvos vagamundos, as guerras dos ilotas.
que se espallan de Xallas polas gandras.
Texto 12
Queixumes dos pinos
A FALA
Nobre armonïosa Ti, sinal misterioso Serás épica tuba
fala de Breogán, dos teus fillos serás e forte sin rival,
fala boa de fortes que plo mundo dispersos que chamarás ós fillos
e grandes sin rival; e sin abrigo van; que aló do miño están,
ti do celta aos ouvidos e a aqueles que foran os bos fillos do Luso,
sempre soando estás nunha pasada edá apartados irmáns
como soan os pinos defensores dos eidos de nós por un destino
na costa de Froxán; contra o duro román envexoso e fatal.
ti nos eidos da Celtia e que aínda cobizan Cos robustos acentos,
e co tempo serás da terra a libertá, grandes os chamarás,
un lábaro sagrado nun pobo nobre e forte, verbo do gran Camoéns,
que ao trunfo guiará, valente axuntarás, fala de Breogán!
fala nobre, armoniosa, oh, fala armonïosa,
fala de Breogán! fala de Breogán!
340
15
Unidade
Texto 13 «Á nobre Lusitania
os brazos tende amigos,
OS PINOS
ós eidos ben antigos
(Himno galego) con un punxente afán;
Qué din os rumorosos e cumpre as vaguedades
na costa verdecente, dos teus soantes pinos,
ao raio trasparente duns máxicos destinos,
do prácido luar? oh, grei de Breogán!
Qué din as altas copas
de escuro arume arpado «Amor da terra verde,
Co seu ben compasado da verde terra nosa,
monótono fungar? acende a raza briosa
de Ousinde e de Froxán;
«Do teu verdor cinguido que aló nos seus garridos
e de benignos astros xustillos, mal constreitos,
confín dos verdes castros os doces e albos peitos
e valeroso chan; das fillas de Breogán;
non des a esquecemento “que á nobre prole insinen
da inxuria o rudo encono; fortísimos acentos,
desperta do teu sono non mólidos concentos
fogar de Breogán. que as virxes só ben están;
mais os robustos ecos
«Os bos e xenerosos que oh patria! ben recordas
a nosa voz entenden, das sonoras cordas
e con arroubo atenden das arpas de Breogán.
o noso rouco son,
mais sóo os iñorantes, «Estima non se alcanza
e féridos e duros, cun vil xemido brando;
imbéciles e escuros calquer requer rogando,
non os entenden, non. con voz que esquecerán;
mais cun rumor xigante,
«Os tempos son chegados subrime e parecido
dos bardos das edades, ao intrépido sonido
que as vosas vaguedades das armas de Breogán.
cumprido fin terán;
pois, donde quer, xigante Galegos, sedes fortes,
a nosa voz pregoa prontos a grandes feitos;
a redenzón da boa aparellade os peitos
nazón de Breogán. a glorïoso afán;
fillos dos nobres celtas,
«Teus fillos vagorosos fortes e peregrinos
en quen honor sóo late, luitade plos destinos
a intrépido combate dos eidos de Breogán».
dispondo o peito van;
sé, por ti mesma, libre
Oficialmente, o himno galego está formado polas catro primei-
de indigna servidume ras estrofas do poema. A música foi composta polo mestre min-
e de oprobioso alcume, doniense Pascual Veiga (1842-1907), autor tamén da Alborada
rexión de Breogán. galega.
341
Curros Enriquez Eu non podo seguirvos! Si amo tanto
o progreso i a lus, por qué na frente
Texto 14 grabado hei de levar o desencanto
desta doce ilusión que o peito sente?
Aires da miña terra
A VIRXE DO CRISTAL (fragmento) Por qué, cando profétecos levanto
ó porvir os meus ollos, tristemente,
Rapazas de Vilanova;
fíreme a sen remordemento xordo,
ben vos podedes gabar;
e dos pasados tempos me recordo?
que non hai Virxe no mundo
como a VIRXE DO CRISTAL
Si, eu cántovo-la vida no pasado;
(Cantar do pobo)
que outros canten a vida no futuro:
Almas ardentes para chorar nacidas eu dun tesouro sei que está olvidado,
unha cencia que Dios non quixo darvos; e para sacalo á lus a terra furo.
bolboretas xentís, esparexidas Si o tempo é sempre o mesmo, i agarrado
arredor dunha lus que ha de queimarvos; vai o presente ó que pasou, seguro,
almas cheas de duda, de fe espidas; podia ser, ben na vila, ben na aldea,
dunha eterna ignorancia eternos parvos; que útil para moitos o meu canto sea.
vermes envoltos no montón aceso
de ósos de morto, que chamás progreso:
A vos amiga que hastra vós se astreve Queimado o altar, sin solio en que se asente,
e de xente de paz. Eu sonvos ave rodou por terra o ídolo da altura,
de pío morosiño i aas de neve, i a boca abrindo desdentada e impura,
que só aniñar nos campanarios sabe. «Valeime aquí!», berroulle á turba crente.
Dende eles colle lus, dende eles bebe Romeiros acudí!... Sinistro e fosco,
o incenso en ondas que rubiu da nave, o incendio crece que a razón atiza;
e cando cai esborrallada a torre cai o papado, a Fe cheira a chamosco!
mirra as aliñas, e piando morre.
Acudí pelegrinos!..., que na liza
Cando teñades esta vos ouído, que contra a Libertá abriu convosco,
cal eco de fantástica viola, a besta apocalíutica... aguniza.
xa esta sombra terá desaparecido,
cinza sólo quizais será esta póla:
estonces, que tralo último queixido,
sólo será un cadavre esta ave tola,
almas, volvede ó voso afán, voade,
buscade o fin da cega humanidade!
342
15 Unidade
Texto 16 Texto 17
Aires da miña terra Aires da miña terra
O MAIO AI!
Aí vén o maio Cómo foi?... —eu topábame fóra
de frores cuberto... cando as negras vixigas lle deron;
Puxéronse á porta polo aramio súa nai avisoume
cantándome os nenos; i eu vinme correndo.
i os puchos furados
para min extendendo, Coitadiño! Sintindo os meus pasos
pedíronme crocas revolveu cara min os seus ollos.
dos meus castiñeiros. Non me viu... e chorou..., ¡ai! xa os tiña
ceguiños de todo.
Pasai, rapaciños,
calados e quedos; Non me acordo qué tempo me estiven
que o que é polo de hoxe sobre o berce de dor debruzado;
que darvos non teño. sólo sei que me erguín co meu neno
Eu sónvo-lo probe sin vida nos brazos...
do pobo galego:
pra min non hai maio, Bolboreta de aliñas douradas
pra min sempre é inverno!... que te pousas no berce baleiro,
pois por el me perguntas, xa sabes
Cando eu me atopare que foi do meu neno.
de donos liberto
i o pan non mo quiten
trabucos e préstemos, Texto 18
e como os do abade
Aires da miña terra
frorezan meus eidos,
chegado habrá estonces SOLA
o maio que eu quero. Sola!... Tan sola, cando todos antes
tras dela viñan con lascivo ollar,
Queredes castañas dos seus beizos purísimos i amantes
dos meus castiñeiros?... a virxinal surrisa por buscar.
Cantádeme un maio
sin bruxas nin demos; Tan sola..., cando todo parecía
un maio sin segas, un concerto inmortal dela arredor,
usuras nin preitos, unha celeste e branda sinfunía
sin quintas, nin portas, de garruleiros páxaros de amor!
nin foros, nin cregos.
Morrer no fogo da ilusión primeira,
nesa mañán azul da mocedá!...
Ver nacer unha fror na primaveira,
e vela morta polo outono xa!...
343
Texto 19 Texto 20
Aires da miña terra Aires da miña terra
NA CHEGADA A OURENSE CREBAR AS LIRAS!
DA PRIMEIRA LOCOMOTORA
Por sobre a barafunda
I de escarnios e pauliñas
Vela aí vén, vela aí vén avantando que as cántigas dos servos
cómaros e corgas, e vales, e cerros. por onde quer suscitan,
Vinde vela, mociños e mozas! espaventada, atóneta,
Saludaina, rapaces e vellos! a virxe Poesía
clamou desalentada:
Por onde ela pasa «Vates, crebade as liras!»
fecunda os terreos,
espértanse os homes, Crebar as liras, cando
frolecen os eidos. se fai temer aínda
a maza de Xan Dente
Vela aí vén, vela aí vén tan houpada, por vara de Xusticia!
tan milagrosiña, con paso tan meigo, Cando nos nosos Códigos
que parece unha Nosa-señora non val dun home a vida
unha Nosa-señora de ferro. os sete vis escudos
en que a tasou Molina!
Tras dela non veñen
abades nin cregos; Calar!... Que non se escoite
mais vén a fartura o patuxar das vítimas
i a luz i o progreso! no mar de inxofre e sangue
da escravitú caídas!
Calar!...¡ I as maus cravadas
II i a túnica cinguida,
Catedral, demagogo de pedra, i a intolerencia abaixo
dun pobo fanático erguida no medio, i a intolerencia arriba!
repinica esas chocas campanas
en sinal de alegría e contento. Non. Feita está a pormesa
i é menester cumprila.
Asocia esas voces A patria morre. ¡Malia
ó son dos pandeiros, o fillo que a non mira!
ás santas surrisas E malia quen lle negue,
de terras e ceos! por tedio ou cobardía,
os himnos que a amortaxen,
E ti, río dos grandes destinos, o sangue que a redima!
que os himnos ensaias dos trunfos ibéricos,
requeimadas as fauces de sede Crebar as liras diante
vén o monstro a beber no teu seo. da libertá que espira
baixo a gadoupa férrea
Bon samaritano, do dogma que a asesina!...
dálle auga ó sedento; Inda goberna Claudio!
que a máquena é o Cristo Inda Seyano priva!
dos tempos modernos. Inda os proscritos choran
e trunfa Mesalina!
(...)
344
15 Unidade
Texto 21 Texto 22
A FOUCE DO AVÓ O divino sainete
(Soneto) INTRODUCIÓN (fragmento)
Tres veces a afiei: foi a primeira Tiña que ser! Diolo quixo!
cando, ardendo a seara e máis as meses, El, que criou dun arroto
segou tantas cacholas de franceses todas as cousas, sin lixo!
que non colleran en montós na eira.
Nunca outra tal se ha de vere:
Foi a segunda cando, prisioneira Curros camiño de Roma
a Patria dos teocráticos intreses, entoando o Miserere!
esgazou tras mil loitas e riveses
do poder absoluto a ruín bandeira. Pero hei ser sempre un brasfemo,
un xudío, un relaxado,
Pola derradeira afíoa agora... de Dios azoute? ¡Ora o demo!...
—E para que, aboeliño?— escrama o neto,
póndose diante del, coa faldra fóra. Quen, necesitado delas,
non merca saúde e groria
—para que segues ti–repuxo inquieto– por unhas cantas cadelas?
o froito que eu semei e que xa cora
—dixo, e sorriu, con risa de esquileto.
345
Texto 23 Eu sosteño, e traio probas,
que Galicia esperta; dígao
O divino sainete
a autora de Follas novas.
CANTO III (fragmento)
—Dígame, miña señora: —Valente choromiqueira!
é certo que na súa terra Poetas dese feitío
renace a poesía agora? cómpranse a centos na feira.
E de súpeto escoitando
un tumbo, baixei os ollos
e vin a meus pes, rolando,
346
15 Unidade
Valentín Lamas Carvajal
E por compracelo ela,
Texto 24 descorrendo a tarabela
deixaba sin pecho a porta,
A musa das aldeas para que o xuncras da cadela
EL É LERIA, OU RENXE A PORTA? se fose co can á horta.
O vello Roque de Alvar,
Chegouse tanto a falar
cunha rapaciña nova
do conto da mosca morta,
casouse por se amparar:
que vendo a Roque pasar,
fuxira de se casar
berrábanlle os do lugar:
astra verse ó pe da cova.
«El é leria ou renxe a porta?».
Ó cabo dun mes cos celos
o probe falaba solo,
i ela ó ver os seus desvelos,
xuraba: «Os homes? Nin velos!
Non caviles, non seas tolo».
347
Texto 25 P. ¿Qué quere dicir labrego?
O catecismo do labrego R. Home acabadiño de traballos, caste de besta de
carga na que tanguen a rabear os que gobernan,
DECRARACIÓN DA DOUTRINA LABREGA ser a quen fan pagar cédula como ás persoas para
P. ¿Sodes labrego? tratalo como ós cas, que leva faltriqueiras por fantesía,
R. Si, pola miña desgracia. boca na cara por bulra, que anda de arrastro como
as cobras, que furga na terra como as toupeiras, que
P. Ese nome de labrego, ¿de quen o recibiche?
traballa moito e come pouco, que a somellanza dos
R. Do sacho que me fai callos nas maos, da terra que burros de arrieiro que levan o viño e beben auga,
rego co suor da miña testa, das mouras fames que precuran o trigo pra comeren o millo, que anda
paso, do aire que brúa nas miñas flatriqueiras, da langraneando por unha peseta sin poder nunca
monteira que levo na chola, da coroza de palla que me xuntala, e que vén a ser considerado polos seus
libra da chuvia, das cirigolas de estopa que me cobren somellantes como un ninguén que a todo chamar
de medio corpo a baixo, e doutras cativeces entre as chámanlle Xan Paisano. [...]
que vivo aguniando.
Texto 26
Maxina ou a filla espúrea, cap. I
Era unha tarde á mediados d’outono de mil oitocentos cincuenta; tarde apacible, que gusto e melancolía daba
á un tempo: gusto, porque sentiño estaba todo, fijéras’a vendima e, anque pouco e d’uvas apestadas, fervía ja o
mosto n’as bodegas, maduro millo segaban os labradores n’as suas veigas e, n’os soutos, gardando-l-os rapaces-l-as
castañas, apañaban os degaros qu’aquí e acola caian d’os ourizos; melancolía, porque case ningunha gala, ningun
encanto restaba ja d’a primavera e vrau; montes e campos sin froliñas; terras ond’o centeo e trigo verdearan, árdigas,
ou de color rajado; froiteiras, sin froita n’os eijidos; bosques e carballeiras, inda verdeando, si, pro en silencio e
amostrando tal cal rama niños de pajáros viajeiros qu’alí cantaron; viñas co-a folla medio amarela e entr’as vimieiras,
ou n’a enramada, anunciando o papo-rubio a vinda d’o triste inverno. Era unha tarde, en fin, e tres señoras, Otilia,
sua nai e Adria, donjela d’esta, saindo á cousa d’as duas e media de Santiago, marchaban por Sar abaijo dereito á
Angrois, todas en bestas d’arquiler e acompañadas de Leto, arquilador virollo, de poucas falas e que, mangas de
camisa, iba braceando diante. Otilia, a mais nova d’as señoras, rompia a marcha dempois de Leto. Nena de dezaseis
anos, esbelta como unha abrótia, era de cara longuiña, blanco-sonrosada coma a margarida d’as herbeiras; ollos
negros e lucentes com’acibeche; naris delgadiño, cal o pico d’a lavandeira, ou cauda-tremula, e a sua graciosa
boca, semellante o gomo d’a viña qu’empeza á abrir e amostra o tenro racimiño, amostraba tamen filas iguales
d’esmaltados dentes á través de bermellos beizos. Levaba n’a cabeza un sombreirete de fina palla color de trigo, con
pluma verde, abrigando as frebas d’o seu cabelo castaño-oscuro; corpiño de seda negra con escotada manga, e un
encarnado faldon d’alpaca con moito voo, tanto que, non podendo arrecada-l-o, caia po-l-as ancas d’a gofosa mula
que montaba. Seguia logo n’un cabalo tordo a nai d’Otilia, fanchoeira señora d’uns corenta anos, séria e algo picosa
de virigüelas, pró de fisonomía nada vulgar, e con trazas de bonachona. Levaba tamen n’a cabeza un sombreirete
de palla color café con plumas azuladas; por traje un vestido de merino color de pasa, e sobr’él unha manteleta de
raso negro con fleco de cordoncillo. Por último, n’outra fogosa mula iba a donjela Adria, moza arrogante de trinta
abriles e ollos gácios, fresca coma un poejo, alegre cal mañan de vrau. Un paniño de seda, color limon adornaba
a sua cabeza, cuberta de pelo negro com’unha amora, posto en rodetes d’anchos cadrelos, e consistia o seu traje
n’unha bata de carreiros azules en fondo blanco.
Chegadas, nafueto, á Angrois, collen cara á Santa Lucía; atravesan este lugar e, deijando á man esquerda á ilesia
de Marrozos, ruben á Suisana, onde Leto sudaba ja pelo á pelo, non porque sol nin moita calor fijese, si porque de
firme picaban as señoras, caladas todas, e como á maneira de preocupadas. Distantes unhas d’outras algun tanto,
camiñaron así hasta á Gándara, sitio en que, frente d’a taberna parou Leto, e parando tamen aquelas, dou cartos á
nai d’Otilia o arquilador pra que bebese.
348
15 Unidade
Antonio Noriega Varela Texto 30
Texto 27 Do ermo
Do ermo TODA HUMILDE BELLEZA
349
Nos cálices das rosas Texto 35
hai comunión de orballo.
Vento mareiro
Mentras no rexio alcázar
xunta ó baleiro trono ACCIÓN GALLEGA
por ela espera a corte, Hino
á sombra dun carballo ¡Irmáns! ¡Irmáns gallegos!
texe a princesa roiba ¡Dende Ortegal ó Miño
un encaixe de Ensono. a folla do fouciño
fagamos rebrilar!
Texto 32 Que vexa a vila podre,
No desterro coveira da canalla,
á Aldea que traballa
SAVONAROLA
disposta pra loitar.
Na praza que o Palazzo Vechio cerra, Antes de ser escravos,
ante a forca do frade frorentino, ¡irmáns, irmáns gallegos!
cambeado o pobo do Duomo, indino que corra a sangre a regos
seus fanatismos embruxado berra. dende a montana ó mar.
Esquencendo o saqueo de Volterra, ¡Ergámonos sin medo!
na fogueira que encende Ramolino ¡Que o lume da toxeira
ó arroxar o cadavre, é asasino envolva na fogueira
das libertades da sua propia terra. o pazo siñorial!
O Cristo da Edá Media foi queimado. Xa o fato de caciques,
A negra intransixencia do Papado ladróns e herexes, fuxe
as súas cinzas sobre o Arno aventa. ó redentor empuxe
Mais quedounos altísimo tesouro da alma rexional.
nesta frase en que o esprito seu alenta: Antes de ser escravos,
«Cálices de madeira e Bispos de ouro». ¡irmáns, irmáns gallegos!
que corra a sangre a regos
Texto 33 dende a montana ó val.
No desterro
Texto 36
No máis fondo, no máis fondo
Da terra asoballada
lévote dentro de min:
Entrache un día xogando, O CARBALLO
por sempre quedache alí.
Cando soio, ó serán, vou paseniño
Xa o sabes. ¡Crava o puñal
cara ó fogar, de volta do traballo,
sin ter compasión de min,
sempre detén meus ollos un carballo
pero non o enterres moito
ergueito nun mallón, sobre o camiño.
porque te podes ferir!
Lanzal o tronco, as ponlas alongadas,
o follaxe en dosel, forte, senlleiro,
Texto 34
ten a medosa traza dun guerreiro
Vento mareiro vixiante de castros e valgadas.
Ó chegar ó pé del na atardecida,
POMBAS FERIDAS XI
da lexendaria edade saudoso,
A roseira do recordo quixérao ver cadeira frorecida
ten as rosiñas a centos; dun rei celta, barbudo, fazañoso,
ni-as pode queimar o sol ou soleada, verdecente ermida
ni-as pode arrincar o vento: dun santiño aldeán e miragroso.
frorece cando se quere
e dalle o delor recendo.
350
15 Unidade
Texto 37 Texto 39
Da terra asoballada Na noite estrelecida
¡EN PÉ! A ESPADA ESCALIBOR (fragmento)
¡Irmáns! En pé sereos, É o pobo que, levado das iras do Destiño,
a limpa frente erguida, seguindo o rumbo fúlxido do sol no seu camiño,
envoltos na brancura tramontando da Europa as fragorosas serras,
da luz que cai de riba, dende os castros azúes e as verdecentes terras
o corazón aberto das fontes do Danubio, inquedado, esitante,
a toda verba amiga, atravesou a canle do bravo mar de Atlante
e nunha man a fouce e arribóu ós rochedos que o misterioso druida
e noutra man a oliva, siñalara por lindes da terra prometida,
arredor da bandeira azul e branca, da terra en que repousa afiando as espadas
arredor da bandeira da Galicia, para as novas, bariles e sangrentas xornadas;
cantémo-lo dereito que os gaélicos bardos das arpas armoñosas
a libre nova vida! xa anunciaron os tempos das loitas fazañosas.
Validos de treidores dende a montana ó val.
a noite da Frouseira
á patria escravizaron Texto 40
uns reises de Castela.
Na noite estrelecida
Comestas polo tempo,
xa afloxan as cadeas... O SONO DO REI ARTUR (fragmento)
¡irmáns asoballados Os vellos servidores e os nobres fazañosos
de xentes estranxeiras, escoitan ó Rei santo trementes e chorosos
ergámo-la bandeira azul e branca! e un sopro de misterio de iñorada fragancia
¡E ó pé da enseña da nazón galega bica as frentes reiales, revoando na estancia.
cantémo-lo dereito ¡Galahaz, docemente, diante o Rei axoella
a libertar a Terra! e lle amostra dos ollos a esmeralda onde
¡Irmáns no amor á Suevia espella
de lexendaria historia, crara, fúlxida, viva, con ardor de luceiro,
¡en pé! ¡en pé dispostos a visión miragrosa do día do Cebreiro:
a non morrer sin loita! o caliz que lampexa fulgor de eternidade
¡O día do Medulio e a pomba renascente da diviña Saudade!
con sangre quente e roxa
mercámo-lo dereito Texto 41
a libre, honrada chouza!
¡Xa está ó vento a bandeira azul e branca! Versos de alleas terras e de tempos idos.
¡A oliva nunha man, a fouce noutra, Sentirás un bater seco, inquedante,
berremos alto e forte: si pós a man enriba do meu peito:
«¡A nosa terra é nosa!» é un carpinteiro que non fondo, arfante,
labra meu cadaleito.
Texto 38 Bate que bate, con tenzón avesa,
A rosa de cen follas non o podo aturar nin repelir ...
¡Acaba, carpinteiro, acaba apresa
Naceume unha fror no peito, e déixame durmir!
no furo sombrizo e estreito (Versión galega dun poema de Heine)
crece que dá groria ver.
É bermella. ¡Foi tinguida
polo sangue da ferida,
que rachou para nacer!
351
Repaso da unidade
Lectura
Galicia e Irlanda Así cando Ith ía embarcar de regreso a España, foi ferido
mortalmente. Pero os guerreiros de Ith, con gran valor e
A conexión histórica e literaria máis antiga entre Irlan-
mestría, lograron conter os seus enemigos e facerse ao
da e España témola no pobo vido á Península Ibérica
mar. Ith, malia todo, morrería no barco antes de poder
dende a afastada Escitia, e que sería posteriormente o
chegar a Brigantia.
creador dun reino celta en Irlanda.
Ramón Sainero, Linguas e literaturas celtas.
Despois de asentarse temporalmente en diversos pun- Orixe e evolución (extracto)
tos do Mediterráneo, entre eles Creta e Sicilia, chegan á
Península Ibérica elogran crear un reino.
No teu soñar de pedra
Brath sería o xefe victorioso da conquista e primeiro
rei do novo país. Ó morrer deixou o reino ó seu fillo Lonxe, no alén mar, terra de acollida,
Breoghan (Breogán), quen fundaría a cidade de Brigan- Sempre co corazón na patria ausente,
tia (suponse que A Coruña) e unha torre preto do mar, co pobo sufridor, coa pobre xente
quizais a primitiva Torre de Hércules; aténdonos ao que libre fuches por fin da propia vida.
di o Leabhar Ghabhála [Libro das invasións], Ith, fillo de
Breoghan, subido na Torre de Hércules divisa ó lonxe, A liberdade era a túa medida,
en medio do mar, unha difusa illa. Este achado daría pé a razón to teu ser –dun ser valente–
para preparar unha expedición ata tan remoto lugar. da firmeza dun canto consecuente
e a esperanza con todas compartida.
Xeograficamente está demostrado que dende a parte
máis alta da costa norte galega non se pode divisar Ir-
Verso a verso, se izou a túa bandeira:
landa, nin nos días máis claros. Pero tampouco debemos
berro alzado de fronte á tiranía
rexeitar abertamente a visión que tivo Ith.
que te trouxo dolor e desventura.
Fora como fora, e sempre aceptando a explicación do
manuscrito irlandés, son capitaneados por este guerrei- Non tiñas, por fortuna, outra maneira,
ro. outra arma contra tanta hipocrisía
Os Tuatha de Dannan recibiron cordialmente a Ith e aos ¡e cos versos triunfaches da impostura!
seus pero sentiron medo de ser atacados polo pobo de
Brigantia. Salvador García Bodaño, 47 poetas de hoxe cantan a Curros
Enríquez
A ctividades
1 Le os textos de Pondal na Escolma e anota os 5 A que parte da biografía de Curros se fai refe-
versos nos que se menciona a Breogán. Dilucida rencia no primeiro cuarteto do poema?
a que se refire o poeta en cada un deles e fai o
mesmo con outras referencias ao celtismo. 6 Que estrofa é o poema de García Bodaño? Uti-
lízaa tamén Curros nalgún dos textos da Escol-
2 Á parte dos literarios, que outros elementos cul- ma?
turais coñeces que relacionen a Galicia cos po-
7 Describe nunhas poucas liñas que diferenzas
bos celtas?
atopas entre a poesía de Pondal e a de Curros.
3 Atopa nos poemas de Pondal algunha alusión á
cultura grega.
Na web
4 Que calidades da personalidade e da obra de
Repasa os conceptos esenciais da unidade.
Curros se destacan no texto 2?
352
Unidade 15
1
Unidade
En
Nalaweb
web
Autoavalíate completando o mapa
conceptual.
Esquema
Eduardo Pondal
Ponteceso (1835) - A Coruña (1917)
Vida Boa posición económica. Estudou Medicina pero non exerceu
Estivo presente no Banquete de Conxo e foi asiduo da Cova Céltica.
1ª etapa: predominio tendencia romántica.
Primeira versión de Os Eoas e «A campana de Anllóns».
Outros escritores
Escritor costumista. Marcada finalidade didáctica.
Valentín Lamas Carvajal POESÍA: Espiñas, follas e frores, Saudades gallegas, A musa das aldeas.
Propiedeades textuais
Continuador da poesía do s. xix.
A. Noriega Varela
Reivindicación do costumismo, o sentimentalismo e os temas populares.
A súa traxectoria poética abrangue todo o século xx.
Asimila trazos formais da poesía contemporánea.
Ramón Cabanillas
Incorpora temas da realidade social do momento.
É unha ponte entre o Rexurdimento e as correntes de vangarda dos novecentistas.
353
Lecturas guiadas
354
Unidade 15
355
Comentario de textos
Texto 1 Choqueira. Os ríos baixaban cubertos do prateado res-
prandor das troitas mortas!
Mentres vai entrando a xente no lugar da representa-
ción, o Borralleiro, o Corregalos, a Choqueira, a Mada- Corregalos. O gando adoecía na paseniña agonía de
mita e o Troteiro, maquíllanse, vístense e arranxan os febres e andacios porcalleiros!
derradeiros detalles, nun espazo disposto entremedias Borralleiro. Tiñamos unha terra rica e de proveito i
do púbrico, percurando conquerir a súa axuda en tales esmorecía escachada en mil anacos pequechos sin
facendas. arranxo nin contento!
Levan longos saios de pano vello e cubren as súas fa- Troteiro. Tiñamos unha terra rica e de proveito e xemia-
cianas con carozas ou maquillaxe craro e mesto, ase- mos baixo o pé aldraxante do estranxeiro!
mellándose a pantasmas ou máscaras de antroido cho-
queiro. Madamita. A fala de xentes alleas asoballaba á dos no-
sos devanceiros!
Faise o escuro.
Corregalos. A fame, a pouquedade e o longo tremar
Espállanse por antre o púbrico, alumeados pola velaíña medoñente fixo que en todos nós se acougaran os
luz de candís e escomenzan a envolvelo no queixume anceios de dar remate ó xunguimento!
dos seus laios, que irán medrando de volume até en-
chelo todo dun berro adoecido e témero. Troteiro. E o berro adoecido de milleiros de xentes
sinxelas ergueuse polos camiños, enchendo o ar de
Corregalos. Na terra da que somos nós, os campos sons de loita e quecer de lume xusticieiro!
apodrecían na soedade!
Borralleiro. Recramando a pronta desaparición da an-
Borralleiro. As xentes fuxían dos seus lares pra terras guria e o desacougo da face da nosa terra!
que lles eran estranas!
Madamita. O sangue dos nosos antergos, pacentemente
Troteiro. A fame e a ruindade feiticeira de forzas en- derramada, fíxose cramor no cumio dos outeiros!
diañadas ampuxaba aos nosos mellores vinculeiros a
deixar a terra que os vira nacer e medrar! Voltan paseniña e rumorosamente ao espazo disposto
entremedias do púbrico.
Madamita. O arrecendo dos verdes piñeiros tornárase
Roberto Vidal Bolaño, Ledaíñas pola morte do meco.
tufo de ulir desacougante! Ed. Pico Sacro
356
Unidade 15
357
Apéndice
1. Fundamentos de métrica 2. Figuras literarias
■■ De arte menor, menos de 8 sílabas. ■■ Metonimia. Substitución dun elemento por outro
■■ De arte maior, máis de 8 sílabas. vinculado por contigüidade ou causalidade:
A lúa no adro.
A estrofa R. Cabanillas
Chámase estrofa á combinación dun número determi- ■■ Sinestesia. Transferencia de significados referidos a
nado de versos que se repite de modo regular nunha sentidos diferentes:
composición. Estas son as máis comúns:
...cas cores agrias da luxuria e da cubiza...
Luís Seoane
Versos Tipo Rima
2 Pareado aa/aa ason./consonante Figuras de dicción
3 Terceto 11 A-A consonante (nivel fónico)
Cuarteto 11 ABBA consonante De repetición
Sirventesio 11 ABAB consonante ■■ Aliteración. Repetición de sons semellantes:
Cuarteta: 8 abab consonante Peta o Piquelo no encino
4
Cuadernavía 14 AAAA consonante
tropicando nas pedras
depenicando na hedra...
Copla -a-a asonante
Uxío Novoneyra
Redondilla 8 abba consonante
arte maior, rima variable, ■■ Onomatopea. Son articulado que imita o son real da
Quinteto natureza:
consonante
5 arte menor, rima variable, ...xas-ca-rras-chás das cunchiñas,
Quintilla
consonante xurre-xurre das pandeiras...
Lira 7a 11B 7a 7b 11B consonante Rosalía de Castro
6 Sexteto
arte maior, rima variable, ■■ Paronomasia. Aproximación de palabras con son se-
consonante mellante e sentido diferente:
arte maior, rima variable, Os fíos da auga
7 Sétima
consonante
técense cos fíos do sono
8 Oitava real 11 ABABABCC consonante que eu soño.
10 Décima 8 abbaaccddc consonante Uxío Novoneyra
358
Apéndice
Figuras de construción (nivel morfosintáctico) De acumulación
■■ Enumeración. Sucesión de palabras coa mesma fun-
De omisión
ción sintáctica:
■■ Asíndeto. Supresión de conxuncións: Pasaban portais, tendas, teatros, cines, garaxes,
Feixes de labradores, mariñeiros, xograres, cabarets, bancos, escritorios, cafés, bares,
estudantes, obreiros, artesáns, cervexerías, leiterías, almacéns...
cregos do Papa Xoán. V. Risco
X. Lorenzo Varela ■■ Pleonasmo. Acumulación redundante de termos in-
■■ Elipse. Supresión dalgún elemento da frase sen alte- necesarios:
rar a comprensión: Pouco pode importarme
O Fiz de Cotovelo era un tangaleirán moi mouro de que a noite chore bágoas de orballada.
cara, que andaría polos corenta [anos], antes máis Darío Xohán Cabana
que menos. De alteración da concordancia
Ánxel Fole ■■ Anacoluto. Ruptura da concordancia gramatical
(efecto ilóxico):
■■ Zeugma. Exprésase un termo nun enunciado e so-
breenténdese nos seguintes: Porque o que quero é que me deixen en pace, que
xa non aturo máis... e que, ¡pola nai que me pariu!
Os casales estaban lonxe, os alboredos tamén
E. Blanco Amor
[estaban lonxe].
Castelao De posición
■■ Hipérbato. Alteración da orde lóxica das palabras na
De repetición frase ou oración:
■■ Anadiplose. Repetición do último elemento dun NA XERFA esvara o sol
grupo de palabras ao comezo do grupo seguinte: Manuel Antonio
...deixa que canten, Marica; Figuras de pensamento (nivel léxico-semántico)
Marica, deixa que canten. Intencionais
Rosalía de Castro
■■ Lítote. Negación do contrario do que se quere afirmar:
■■ Anáfora. Repetición da mesma palabra ou grupo ao As almas escravas,
comezo do verso: de ideas non grandes,
Pedra dos tempos sen tempo, van pensando mil cousas femíneas...
pedra dun ollar sen ollos. Eduardo Pondal
X. Lorenzo Varela ■■ Prosopopea. Atribución de calidades humanas a ou-
■■ Epanadiplose. Repetición dunha palabra ao comezo tros seres:
e final dun verso: ...a lúa rompe a rir nunha gargallada.
Tempo metido no tempo... M. Curros Enríquez
Alfonso Pexegueiro Afectivas
■■ Epífora. Repetición dunha palabra ao final dunha ■■ Interrogación retórica. Pregunta da cal non se agar-
frase ou dun verso: da resposta:
Prometeo infeliz! Quen che daría
Dende fai séculos loitan en Galiza
o aire, o sol, a braña, as flores certas
os homes cas ratas.
e a gándara que encanta a cotovía?
Vencendo sempre as ratas.
A. Iglesia Alvariño
Luís Seoane
Lóxicas
■■ Polisíndeto. Repetición de conxuncións que non esi-
■■ Antítese. Oposición de elementos contrarios:
xe a sintaxe:
Eu son a voz do pobo,
Cando esperare é ser onda de río
que canta e ri con il,
que corre, e bule, e vai, e pasa e ruxe...
a voz que chora.
A. Iglesia Alvariño Lois Diéguez
359
3. Prefixos e sufixos
Prefixos de orixe latina e grega
a-, ab-, abs- Afastamento mini- Pequeno trans-, tras- A través de hiper- Exceso
a-, ad- Aproximación minus- Menos ultra- Máis alá de hipo- Escaseza
bi-, bis- Duplicidade peni- Case a-, an- Negación micro- Pequeno
Dunha e outra
circun- Arredor de per- Movemento anfi- mono- Un, único
parte
co-, con-, com- Simultaneidade pluri- Varios anti- Oposición neo- Novo
contra- Oposición plus- Máis arce-, arqui- Posición superior pan-, pant- Todo
Movemento de Un mesmo,
de- pos- (post-) Posterioridade auto- orto- Correcto
arriba abaixo propio
Movemento a
des- Separación pre- Anterioridade dia- para- Á beira de
través de
di-, dis- Negación pro- Cara adiante en- Dentro peri- Arredor de
Movemento
es-, ex- re- Regresión endo- Interior poli- Varios
cara a fóra
Movemento
extra- Fóra de retro- eu- Ben proto- O primeiro
cara atrás
i-, in- Negación semi- Metade epi- Sobre si-, sin- Simultaneidade
Movemento
i-, in-, (en-) sub-, su-, so- Por baixo de helio- Sol tele- Lonxe
cara a dentro
inter-, (entre-) No medio de super- Por riba de hemi- Metade tetra- Catro
Sufixos alterativos
-azo, -aza: homazo -udo, -uda: narigudo -etón, -etona: mocetón
Aumentativos
-ón, -ona: durmiñona -ote, -ota: rapazota
-iño, -iña: pequeniña -echo, -echa: cornecho -exo, -exa: lugarexo
-olo, -ola: cabezolo
Diminutivos -elo, -ela: castrelo -acho, -acha: populacho -ico, -ica: fachico
-uco, -uca: leiruco
-ocho, -ocha: morocha -ete, -eta: saquete -ote, -ota: mozote
-aco, -aca: tipaco -ancho: ferrancho -olo, -ola: rapazolo
-allo: cascallo -ello: pendello -ote: ferrote -uxe, -uxa: cabuxa
Despectivos
-acho, -acha: ricacha -exo: animalexo -uco, -uca: fachuco -uza: xentuza
-án, -ana: testana -oupo, -oupa: casoupa -ucho, -ucha: festucha
Sufixos derivativos
-ado, -ada: niñada -ame: raigame -al: toxal -edo: rochedo
Colectivos
-axe: pelaxe -ario: semanario -eiro: cancioneiro -ido: seixido
De oficio -eiro, -eira: panadeira -dor, -dora: afiador -nte: tratante -ista: ciclista
-ción: radiación -mento: atrevemento -ido: batido -ncia: alternancia
De acción
-dura: mordedura -ado: achado -nza: diferenza -zo: cansazo
deiro: apeadeiro -dor: cebador -ía: notaría -eiro: lameiro
De lugar
-doiro: mazadoiro -ado: beirado -ario: acuario -aría/-ería: panadaría
De golpe -ada: lapada -azo: lampreazo -ón: pisotón
-án, -á: camariñán -és, -esa: escocés -erio, -eria: sumeria
Xentilicios -ino, -ina: monfortina
-ano, -ana: peruano -eño, -eña: hondureña -ego, -ega: cebreirego
De tempo -ado, -ada: tempada -eira: sementeira -ía: tardía -izo: outonizo
360
Apéndice
4. Verbos irregulares
Modo Indicativo
PRETÉRITO PRETÉRITO PRETÉRITO FUTURO
PRESENTE FUTURO
IMPERFECTO PERFECTO IMPERFECTO HIPOTÉTICO
caibo cabía couben coubera caberei cabería
cabes cabías coubeches couberas caberás caberías
cabe cabía coubo coubera caberá cabería
caber
cabemos cabiamos coubemos couberamos caberemos caberiamos
cabedes cabiades coubestes couberades caberedes caberiades
caben cabían couberon couberan caberán caberían
caio caía caín caera caerei caería
caes caías caíches caeras caerás caerías
cae caía caeu caera caerá caería
caer
caemos caïamos caemos caeramos caeremos caeriamos
caedes caïades caestes caerades caeredes caeriades
caen caían caeron caeran caerán caerían
dou daba dei dera darei daría
dás dabas deches deras darás darías
dá daba deu dera dará daría
dar
damos dabamos demos deramos daremos dariamos
dades dabades destes derades daredes dariades
da daban deron deran darán darían
digo dicía dixen dixera direi diría
dis dicías dixeches dixeras dirás dirías
di dicía dixo dixera dirá diría
dicir
dicimos diciamos dixemos dixeramos diremos diriamos
dicides diciades dixestes dixerades diredes diriades
di dicían dixeron dixeran dirán dirían
estou estaba estiven estivera estarei estaría
estás estabas estiveches estiveras estarás estarías
está estaba estivo estivera estará estaría
estar
estamos estabamos estivemos estiveramos estaremos estariamos
estades estabades estivestes estiverades estaredes estariades
están estaban estiveron estiveran estarán estarían
fago facía fixen fixera farei faría
fas facías fixeches fixeras farás farías
fai facía fixo fixera fará faría
facer
facemos faciamos fixemos fixeramos faremos fariamos
facedes faciades fixestes fixerades faredes fariades
fa facían fixeron fixeran farán farían
hei había houben houbera haberei habería
has habías houbeches houberas haberás haberías
ha/hai había houbo houbera haberá habería
haber
habemos habiamos houbemos houberamos haberemos haberiamos
habedes habiades houbestes houberades haberedes haberiades
han habían houberon houberan haberán haberían
vou ía fun fora irei iría
vas ías fuches foras irás irías
vai ía foi fora irá iría
ir
imos iamos fomos foramos iremos iriamos
ides iades fostes forades iredes iriades
van ían foron foran irán irían
361
Modo Subxuntivo Formas Nominais
Modo
PRETÉRITO Imperativo INFINITIVO XERUNDIO
PRESENTE FUTURO
IMPERFECTO PERSOAL PARTICIPIO
caiba coubese couber caber
caibas coubeses couberes caberes
cabe
caiba coubese couber caber cabendo
caibamos coubésemos coubermos cabermos cabido
cabede
caibades coubésedes couberdes caberdes
caiban coubesen couberen caberen
caia caese caer caer
caias caeses caeres caeres
cae
caia caese caer caer caendo
caiamos caésemos caermos caermos caído
caede
caiades caésedes caerdes caerdes
caian caesen caeren caeren
dea dese der dar
deas deses deres dares
dá
dea dese der dar dando
deamos désemos dermos darmos dado
dade
deades désedes derdes dardes
dean desen deren daren
diga dixese dixer dicir
digas dixeses dixeres dicires
di
diga dixese dixer dicir dicindo
digamos dixésemos dixermos dicirmos dito
dicide
digades dixésedes dixerdes dicirdes
digan dixesen dixeren diciren
estea estivese estiver estar
esteas estiveses estiveres estares
está
estea estivese estiver estar estando
esteamos estivésemos estivermos estarmos estado
estade
esteades estivésedes estiverdes estardes
estean estivesen estiveren estaren
faga fixese fixer facer
fagas fixeses fixeres faceres
fai
faga fixese fixer facer facendo
fagamos fixésemos fixermos facermos feito
facede
fagades fixésedes fixerdes facerdes
fagan fixesen fixeren faceren
haxa houbese houber haber
haxas houbeses houberes haberes
—
haxa houbese houber haber habendo
haxamos houbésemos houbermos habermos habido
—
haxades houbésedes houberdes haberdes
haxan houbese houberen haberen
vaia fose for ir
vaias foses fores vai ires
vaia fose for ir indo
vaiamos fósemos formos vamos irmos ido
vaiades fósedes fordes ide irdes
vaian fosen foren iren
362
Apéndice
Modo Indicativo
PRETÉRITO PRETÉRITO PRETÉRITO FUTURO
PRESENTE FUTURO
IMPERFECTO PERFECTO PLUSCUANPERFECTO HIPOTÉTICO
363
Modo Subxuntivo Formas Nominais
Modo
PRETÉRITO Imperativo INFINITIVO XERUNDIO
PRESENTE FUTURO
IMPERFECTO PERSOAL PARTICIPIO
oia oíse oír oír
oias oíses oíres oíres
oe
oia oíse oír oír oíndo
oiamos oísemos oírmos oírmos oído
oíde
oiades oísedes oírdes oírdes
oian oísen oíren oíren
poida puidese puider poder
poidas puideses puideres poderes
pode
poida puidese puider poder podendo
poidamos puidésemos puidermos podermos podido
podede
poidades puidésedes puiderdes poderdes
poidan puidesen puideren poderen
poña puxese puxer poñer
poñas puxeses puxeres poñeres
pon
poña puxese puxer poñer poñendo
poñamos puxésemos puxermos poñermos posto
poñede
poñades puxésedes puxerdes poñerdes
poñan puxesen puxere poñeren
poña puxese puxer pór
poñas puxeses puxeres pores
pon
poña puxese puxer pór pondo
poñamos puxésemos puxermos pormos posto
ponde
poñades puxésedes puxerdes pordes
poñan puxesen puxeren poren
praza prouguese prouguer pracer
prazas prougueses prougueres praceres
prace
praza prouguese prouguer pracer pracendo
prazamos prouguésemos prouguermos pracermos pracido
pracede
prazades prouguésedes prouguerdes pracerdes
prazan prouguesen prougueren praceren
queira quixese quixer querer
queiras quixeses quixeres quereres
quere
queira quixese quixer querer querendo
queiramos quixésemos quixermos querermos querido
querede
queirades quixésedes quixerdes quererdes
queiran quixesen quixeren quereren
saiba soubese souber saber
saibas soubeses souberes saberes
sabe
saiba soubese souber saber sabendo
saibamos soubésemos soubermos sabermos sabido
sabede
saibades soubésedes souberdes saberdes
saiban soubesen souberen saberen
sexa fose for ser
sexas foses fores seres
sé
sexa fose for ser sendo
sexamos fósemos formos sermos sido
sede
sexades fósedes fordes serdes
sexan fosen foren seren
364
Apéndice
Modo Indicativo
PRETÉRITO PRETÉRITO PRETÉRITO FUTURO
PRESENTE FUTURO
IMPERFECTO PERFECTO PLUSCUANPERFECTO HIPOTÉTICO
Alternancia /e/ - /ɛ/ no presente de indicativo: Alternancia /o/ - /ɔ/ no presente de indicativo:
Defender, entender, erguer, esquecer, feder, ferver, meter, pren- Cocer, coller, coser, chover, doer, escorrer, moer, morder, morrer,
der, remexer, render, rexer, temer, tender, vencer... mover, percorrer, roer, romper, sorber, toller.
365
Modo Subxuntivo Formas Nominais
Modo
PRETÉRITO Imperativo INFINITIVO XERUNDIO
PRESENTE FUTURO
IMPERFECTO PERSOAL PARTICIPIO
teña tivese tiver ter
teñas tiveses tiveres teres
ten
teña tivese tiver ter tendo
teñamos tivésemos tivermos termos tido
tende/tede
teñades tivésedes tiverdes terdes
teñan tivesen tiveren teren
traia trouxese trouxer traer
traias trouxeses trouxeres traeres
trae
traia trouxese trouxer traer traendo
traiamos trouxésemos trouxermos traermos traído
traede
traiades trouxésedes trouxerdes traerdes
traian trouxesen trouxeren traeren
valla valese valer valer
vallas valeses valeres valeres
vale
valla valese valer valer valendo
vallamos valésemos valermos valermos valido
valede
vallades valésedes valerdes valerdes
vallan valesen valeren valeren
vexa vise vir ver
vexas vises vires veres
ve
vexa vise vir ver vendo
vexamos vísemos virmos vermos visto
vede
vexades vísedes virdes verdes
vexan visen viren veren
veña viñese viñer vir
veñas viñeses viñeres vires
ven
veña viñese viñer vir vindo
veñamos viñésemos viñermos virmos vido
vinde/vide
veñades viñésedes viñerdes virdes
veñan viñesen viñeren viren
366