Gongora y Sor Juana

B a r r o c o español e Ilustración
latinoamericana
k• Hans-Otto Dill

H a n s - O t t o D i l l e s p r o f e s o r emérito d e l i t e r a t u r a s l a t i n o - Gongora tiene u n a visión m u y

a m e r i c a n a s d e l a U n i v e r s i d a d H u m b o l d t e n Berlín d e s d e
1 9 7 9 . A c t u a l m e n t e s e c r e t a r i o d e Filosofía y C i e n c i a s S o - crítica d e l o s n a v e g a n t e s , e m p e -
c i a l e s d e l a S o c i e d a d <le ( a c u c i a s L e i b n i z d e Berlín. D i s t i n -
c i o n e s : O r d e n d e Andrés B e l l o , P r i m e r a C l a s e ( V e n e z u e l a zando con l a guerra d e Troya,
1994), P o r la C u l t u r a N a c i o n a l ( C u b a . 2 0 0 2 ) ,
mención e n e l P r e m i o P l u r a l ( 1 9 8 5 ) . q u e f u e según él u n a expedición p o r m a r

para conquistar u n reino q u e era u nim-

L
a e s c r i t o r a m e x i c a n a S o r J u a n a Inés d e l a C r u z
( 1 6 5 1 - 1 6 9 5 ) d e p e n d e p o é t i c a m e n t e d e l español
d o n L u i s d e Gógora ( 1 5 6 1 - 1 6 2 1 ) , t a l c o m o l a C o -
l o n i a dependía d e l a metrópoli. S u p e r t e n e n c i a a l a
m e t r ó p o l i s e m u e s t r a t a m b i é n e n l a edición d e s u s e s -
c r i t o s c o m p l e t o s y e n e l e s t r e n o d e s u s o b r a s dramáti-
c a s e n M a d r i d , d o n d e s e c o n s i d e r a b a s u poesía c o m o
última expresión d e l S i g l o d e O r o español. D e a h í s u
incorporación a l a l i t e r a t u r a española b a r r o c a , s o b r e
t o d o a l c u l t e r a n i s m o d e l cordobés.
El soneto XII d e Sor Juana contiene paralelismos
temáticos y e s t r u c t u r a l e s c o n e l s o n e t o X I . I V d e G o n g o -
r a , y e l v e r s o final c a s i e s idéntico: " e s cadáver, e s p o l v o ,
es s o m b r a , e s n a d a " , r e z a e l v e r s o j u a n i n o ; " e n t i e r r a ,
en h u m o , en polvo, en sombra, e n nada", dice G o n g o r a
(cír. G a t e s , 1 9 3 9 ; B u x ó , 1 9 6 0 ; A l a t o r r e , 1 9 7 7 ) . S i n e m -
bargo, es u n a p a r t i c u l a r i d a dm u y m e x i c a n a , creo yo,l a
m e n c i ó n d e "cadáver" e n v e z d e " t i e r r a " . "Cadáver" e s
u n a alusión c o n s c i e n t e o i n c o n s c i e n t e a l c u l t o a z t e c a
a l a m u e r t e , u n a mexicanización. L a m u e r t e e s e n e l
p o e m a d e S o r J u a n a más i m p o r t a n t e q u e l a v e j e z y l a
v a n i d a d e ne ls o n e t o d e G o n g o r a .
También s u o b r a Primero Sueño e x p r e s a s u d e p e n -
d e n c i a l i t e r a r i a d e l cordobés: Primero Sueño que así tituló y
compuso la madre Juana Inés de la Cruz, imitando a Gongora,
subtítulo q u e n o l e h u b i e r a d a d o e l e d i t o r s i n e l c o n s e n t i -
m i e n t o d e l a a u t o r a . L a imitación s e r e f i e r e a l a Primera
Soledad d e G o n g o r a . A m b o s p o e m a s están e s c r i t o s e n
p e d i m e n t o p a r a l a hegemonía marítima y
c o m e r c i a l d e A t e n a s . Detrás d e t o d o s
l o s v i a j e s G o n g o r a veía s i e m p r e
l a a v a r i c i a , e l afán d e enrique-
c e r s e , e l aurí sacra fames.
f o r m a d e s i l v a , a a m b o s s e l e s otorgó l a d e n o m i n a c i ó n
" P r i m e r o " y, finalmente, a m b o s t i e n e n e n común e l m o -
t i v o c e n t r a l d e l v i a j e , ideológicamente m u y i m p o r t a n t e .
H a y u n a d i f e r e n c i a temática p r i n c i p a l : l a p o s i -
ción c o n t r a r i a d e a m b o s r e s p e c t o d e l v i a j e . G o n g o r a
es e n e m i g o d e l v i a j a r , s o b r e t o d o e n e l s e n t i d o d e n a -
v e g a r . N o sólo p o r p r e f e r i r l a s e n c i l l e z y t r a n q u i l i d a d
del c a m p o a la v i d a i n t r a n q u i l a y lujosa d el acorte. E l
c a m p o s i g n i f i c a p a r a él i n m o v i l i d a d , m i e n t r a s q u e l a
" c o r t e " t i e n e l a d o b l e connotación d e l v i a j a r , y a p o r
ser corte a m b u l a n t e , ya p o r o b l i g a r a l an o b l e z a a m o -
verse c o n s t a n t e m e n t e d esus sitios a l as e d e d e l rey.
P e r o , s o b r e t o d o , l ac o r t e h a financiado y encarga-
d o los viajes de los navegantes, quienes h a n sido c o m e r -
ciantes, descubridores y conquistadores. G o n g o r a tiene
u n a visión m u y crítica d e l o s n a v e g a n t e s , e m p e z a n d o

IA P A L A B R A Y E l H O M B R E • 11
 R c n a i a C a s o l i n i : Non caturaltele unidle
c o n l a g u e r r a d e T r o y a , q u e f u e según él u n a e x p e d i -
ción p o r m a r p a r a c o n q u i s t a r u n r e i n o q u e e r a u n i m -
p e d i m e n t o p a r a l a hegemonía marítima y c o m e r c i a l d e
A t e n a s . Detrás d e t o d o s l o s v i a j e s G ó n g o r a veía s i e m p r e
l a a v a r i c i a , e l afán d e e n r i q u e c e r s e , e l auri sacra james.
E l p o e t a más b a r r o c o d e t o d o s l o s t i e m p o s f u e también
e l p r i m e r crítico r a d i c a l d e l c o l o n i a l i s m o .
P e r o n o sólo r e c h a z a b a y c r i t i c a b a l a navegación
e n g e n e r a l , s i n o s o b r e t o d o l a navegación d e s u t i e m -
p o q u e , p a t r o c i n a d a p o r l o s r e y e s d e España y d e P o r -
t u g a l , hacía s u s c o n q u i s t a s e n A f r i c a y p r i n c i p a l m e n t e
e n América. A l " d e s c u b r i m i e n t o " d e b e España s u
g r a n d e z a política y c u l t u r a l , q u e a b a r c a e n t r e o t r a s
c o s a s e l S i g l o d e O r o d e s u poesía. A m é r i c a L a t i n a l e
d e b e a l a navegación s u e x i s t e n c i a . S i n e l l a , o h a b r í a
s e g u i d o s i e n d o indígena, o habría p a s a d o a s e r c o l o -
n i a d e o t r o país, d e l o s a n g l o s a j o n e s , f r a n c e s e s u h o -
landeses; con otra cultura, o t r o mestizaje o n i n g u n o ;
o t r a religión d i f e r e n t e a l a católica, q u e t a n t o e s p a c i o
ocupa e n lavida y obra d e lamonja Sor Juana. Ella
c o m o p e r s o n a n o habría e x i s t i d o .
E l d e s c u b r i m i e n t o f u ee x c l u s i v a m e n t e r e a l i z a d o
p o r y d e s d e e l m a r . D e ahí q u e Góngora v e a l a n a v e -
gación d e s d e s u s orígenes, a p a r t i r d e l a construcción
del p r i m e r barco, c o m o actividad destructora y rapaz,
motivada p o r l a avaricia, personificada e n Odiseo y
P a l i n u r o . Según Góngora, y a e l p r i m e r n a v e g a n t e f u e
i m p u l s a d o p o r l a c o d i c i a , q u e l o h a c í a más r a p a z q u e e l
t i g r e más f e r o z . C o n l a navegación e m p e z ó l a d e s g r a c i a
d e l a h u m a n i d a d . D e s d e e n t o n c e s l a h u m a n i d a d está
infectada y contagiada p o r este pecado m o r t a l .
12 • OTOÑO, 2011
M a k i k o W a k i s a k a i : Embrace
Sor Juana, d e l N u e v o M u n d o ,
criolla, m e x i c a n a . El m u n d o crea-
d o por l aConquista, p a r a bien y
p a r a m a l , e s e ls u y o . C o m o america-
n a e l l a debía a c e p t a r l o s r e s u l t a d o s d e l a
C o n q u i s t a . M u y a l c o n t r a r i o d e l cordobés,
a l a b a e l d e s c u b r i m i e n t o y, s o b r e t o d o , l a n a -
vegación, q u e p a r a e l l a n o e s expresión d e
c o d i c i a s i n o d e c u r i o s i d a d científica.
G ó n g o r a f u s t i g a e n s u s Soledades l o s v i a j e s d e C o -
lón, d e M a g a l l a n e s , d e V a s c o d a G a m a c o m o m á x i m a
expresión d e l a c o d i c i a , l a colonización y l a e x p l o t a -
ción q u e e r a n s i e m p r e e l o b j e t i v o d e l " d e s c u b r i m i e n -
t o " . (Véase a l r e s p e c t o M e r k l , 1 9 8 9 ; J a m m e s , 1967;
J o n e s , 1 9 6 4 ; E d w a r d s , 1 9 7 8 ; y B e v e r l e y , 1 9 8 0 . ) Tenía
c o n o c i m i e n t o d e las c r u e l d a d e s d elos c o n q u i s t a d o r e s
a través d e l a s e s p e c t a c u l a r e s d e n u n c i a s d e B a r t o l o m é
d e l a s C a s a s s o b r e l a "destrucción d e l a s I n d i a s " .
Sabía q u e l a é p o c a d e l o s d e s c u b r i m i e n t o s e r a a l
m i s m o t i e m p o l ad e los inventos, sin los cuales aque-
 <

L a posición crítica d e G ó n g o r a y L a s C a s a s f r e n t e a l a C o n q u i s t a n o e s

típica e n t r e l o s i n t e l e c t u a l e s españoles, q u e l a defendían y j u s t i f i c a b a n , i n c l u y e n d o <

ta
a e s c r i t o r e s críticos y autocríticos c o m o A l o n s o d e E r c i l l a o e l I n c a G a r c i l a s o d e l a V e g a . N o
<

h a y d e c l a r a c i o n e s d e S o r J u a n a e n f a v o r d e l a i n d e p e n d e n c i a política °-

o l i t e r a r i a d e México. 4

líos n o h u b i e r a n s i d o p o s i b l e s . S i n i m á n , a s t r o l a b i o ,
c u a d r a n t e y brújula n o habrían e x i s t i d o l o s d e s c u -
b r i m i e n t o s u l t r a m a r i n o s , q u e t a m p o c o habrían s i d o
p o s i b l e s s i n l o s a d e l a n t o s e n l a carpintería n a v a l , s i n
c a r a b e l a s y n a o s q u e p e r m i t í a n l a travesía d e l o c é a n o ,
s i n l a g e o g r a f í a y c a r t o g r a f í a d e Waldseemüller, M e r -
cator y B e h a i m , q u e a s uvez se b a s a b a n e n los datos
s u m i n i s t r a d o s p o r los descubridores.
P a r a G ó n g o r a , navegación, d e s c u b r i m i e n t o y c o n -
q u i s t a e s t a b a n v i n c u l a d o s c o n l a g u e r r a q u e él a b o -
rrecía ( H e y d e n r e i c h , 1 9 7 0 : 1 3 1 ) . P u e s e r a a d v e r s a r i o
d e l a política b é l i c a d e l a c o r t e m a d r i l e ñ a . E l d i s c u r s o
d e l "político s e r r a n o " e n l a Soledad Primera e s a l a v e z
alabanza horaciana d elavida campestre y denuncia
del lujo cortesano y l a m o d e r n i d a d conquistadora,
científica y r a c i o n a l i s t a .
S u poética r e f u t a l a poesía d e l R e n a c i m i e n t o c o n
sus loas a los b a r c o s e i n v e n t o s ; e s el b a r r o c o d ela C o n -
t r a r r e f o r m a , negación d e l p e n s a m i e n t o n a t u r a l i s t a d e l
Renacimiento d e Giordano B r u n o y Galileo Galilei.
L a s Soledades e x p r e s a n l a f u e r t e crítica s o c i a l y política
de u n c o n s e r v a d o r a la sociedad d esu t i e m p o .
Pasemos ahora a lcaso d eSor Juana, del N u e v o
M u n d o , criolla, mexicana. E lm u n d o creado por l a
C o n q u i s t a , p a r a b i e n yp a r a m a l , esel suyo. C o m o a m e -
r i c a n a e l l a debía a c e p t a r l o s r e s u l t a d o s d e l a C o n q u i s t a .
M u y a l c o n t r a r i o d e l cordobés, a l a b a e l d e s c u b r i m i e n t o
y , s o b r e t o d o , l a navegación, q u e p a r a e l l a n o e s e x p r e -
sión d e c o d i c i a s i n o d e c u r i o s i d a d científica.
E s t a posición a c e r c a d e l d e s c u b r i m i e n t o ¿ e x p r e s a
l a n a c i e n t e d i f e r e n c i a e n t r e españoles y l a t i n o a m e r i c a -
n o s , q u e c o n t i e n e e lg e r m e n d el aa u t o c o n c i e n c i a lati-
noamericana, anuncio d euna futura independencia?
M e p a r e c e q u e n o . L a posición c r í t i c a d e G ó n g o r a
y L a s C a s a s f r e n t e a l a C o n q u i s t a n o e s típica e n t r e
l o s i n t e l e c t u a l e s españoles, q u e l a defendían y j u s t i f i -
c a b a n , i n c l u y e n d o a e s c r i t o r e s críticos y a u t o c r í t i c o s
c o m o A l o n s o d eE r c i l l a o e lI n c a G a r c i l a s o d ela V e g a .
N o hay declaraciones d e Sor J u a n a e n favor de la inde-
p e n d e n c i a política o l i t e r a r i a d e M é x i c o .
P e r o e n e l l a h a y a l g o no-español. Tenía u n e n t u -
siasmo y u no p t i m i s m o desacostumbrados e nl a so-
ñolienta Península. S o n s o b r e t o d o d o s l a s c o s a s q u e
h a c e n única a S o r J u a n a , además d e s u f e m i n i s m o ,
q u e t a m p o c o había e n l a metrópoli.
A n t e t o d o , s u a m o r p o r las ciencias n a t u r a l e s . L e
e n t u s i a s m a n t o d o s l o s i n v e n t o s ; s u admiración p o r e l
jesuíta alemán A t h a n a s i u s K i r c h e r s e d e b e t a n t o a s u s
o b r a s s o b r e astronomía y egiptología c o m o a s u i n v e n -

S i l v i a M i l l e t : Navegando al aire S u m i k o T a s a k a : Seed born in the wind

LA P A L A B R A Y E L H O M B R E • 13

A n n S a v a g e a u : The four winds
ción d e l a l i n t e r n a mágica. T e n í a e n s u g a b i n e t e d e
t r a b a j o m u c h o s i n s t r u m e n t o s científicos, p r e c i s a m e n t e
aquellos que le causaban h o r r o r a Gongora: desde el
a s t r o l a b i o h a s t a e l imán. L e g u s t a b a m u c h o h a c e r e x p e -
r i m e n t o s e n c i e n c i a s físicas y químicas. Freír h u e v o s e r a
p a r a e l l a u n e x p e r i m e n t o bioquímico. Tenía e l e n t u s i a s -
m o d eu n a joven investigadora, llena de curiosidad por
s a b e r . E s t a c u r i o s i d a d y e l s u b s e c u e n t e afán d e l e e r y e s -
t u d i a r y a l o s tenía d e s d e niña, c o m o l o d e j a v e r s u c a r t a
autobiográfica Respuesta a SorFilotea de la Cruz ( 1 6 9 1 ) .
Las nuevas ciencias naturales f u e r o n estudiadas,
enseñadas y p r a c t i c a d a s e n l a s I n d i a s t a l v e z c o n m a -
y o r e n e r g í a q u e e n l a p r o p i a m a d r e p a t r i a . Después
d e l a m u e r t e d e S o r J u a n a , l a Ilustración jesuítica y
borbónica quería d e s a r r o l l a r e n l a s c o l o n i a s , p a r a s a l -
v a r l a economía p e n i n s u l a r d e l c o l a p s o , l a s c i e n c i a s
n a t u r a l e s a p l i c a d a s , a n t e t o d o l a mineralogía, d e b i d o
a l a explotación d e l o s i n m e n s o s y a c i m i e n t o s d e m i n e -
r a l e s útiles e n l o s A n d e s y M é x i c o . E s t e p a s a b a , c o m o
lo h ar e c o n o c i d o H u m b o l d t , p o r u n auge d el a m i n e -
ría, f o r m a c i ó n d e i n g e n i e r o s e n m i n a s y l a f u n d a c i ó n
d e r e v i s t a s científicas, e n p a r t i c u l a r d e m i n e r a l o g í a .
E n España e s t e c a m b i o v i n o más t a r d e .
14 • OTOÑO, 2 0 11
E n España, e n c a m b i o , d o n d e l a
Inquisición s e i m p o n í a a b a s e d e
c e n s u r a y h o g u e r a s más q u e e n
las colonias, q u e estaban lejos,
m u y l e j o s , l a Ilustración e r a m u y
f l o j a , y e s t a b a d o m e s t i c a d a , si s e
c o m p a r a a Feijóo c o n V o l t a i r e o La M e t t r i e .
E n l a España d e f i n e s d e l s i g l o XVIII, e n tiem-
p o s d e l a Revolución f r a n c e s a , s e p u e d e o b -
s e r v a r todavía u n a a c t i v i d a d p a r e c i d a a l a
d e G o n g o r a d o s c i e n t o s años atrás.
E n esta a c t i t u d r e l a t i v a a las ciencias, navegacio-
nes e i n v e n c i o n e s v e m o s las d i f e r e n c i a s e n t r e el p e n i n -
s u l a r G o n g o r a y l a m e x i c a n a S o r J u a n a . E l l a vivía e n
e s t r e c h o c o n t a c t o c o n l a U n i v e r s i d a d d e México y c o n
u n a c o m u n i d a d d e i n t e l e c t u a l e s a m a n t e s d e las c i e n -
c i a s , e n t r e e l l o s Sigüenza y G o n g o r a , científico y r a c i o -
n a l i s t a , a u t o r d e l Manifiesto filosófico contra los cometas
despojados del imperio que tenían sobre los tímidos, d e 1 6 8 1 ,
e s d e c i r u n a ñ o a n t e s q u e Pensées diverses sur la comete
( 1 6 8 2 ) d e P i e r r e B a y l e s o b r e e l m i s m o fenómeno, p a n -
f l e t o d e l a Ilustración e u r o p e a c o n t r a l a superstición.
Estos m o d e r n o s intelectuales mexicanos se rebelaban
c o n t r a e l espíritu m e d i e v a l e s p a ñ o l . D e e n t r e e s t a
intelectualidad sea l i m e n t a b a el m o v i m i e n t o i n d e p e n -
d e n t i s t a . D e s t a c a d o s científicos c o m o e l c o l o m b i a n o
F r a n c i s c o José d e C a l d a s ( c o l a b o r a d o r d e H u m b o l d t
y a u t o r d e l t r a t a d o El influjo del clima sobre los seres orga-
nizados [ 1 8 0 8 ] ) o e l m é d i c o e c u a t o r i a n o E u g e n i o d e
Santa C r u z y Espejo (autor d e folletos para elevar e l
nivel d el ah i g i e n e ) f u e r o n fusilados o castigados p o r
l o s españoles c o m o r e v o l u c i o n a r i o s . S u l u c h a d e s e m -
bocó e n e l m o v i m i e n t o i n d e p e n d e n t i s t a : i l u s t r a d o s y
f r a n c m a s o n e s e r a n S i m ó n R o d r í g u e z , Bolívar, B e l l o ,
Miranda, Moreno.
L a preilustración u n í a s u l u c h a filosófico-ideoló-
g i c a a f a v o r d e l a razón y l a t o l e r a n c i a y e n c o n t r a d e l
f a n a t i s m o , c o n l a divulgación d e l o s c o n o c i m i e n t o s
más m o d e r n o s . E n l o s e s c r i t o s d e S o r J u a n a e n c o n -
t r a m o s las h u e l l a s d e Bayle, G a s s e n d i , K i r c h e r y Des-
c a r t e s . C o n t o d a razón e l c r í t i c o a l e m á n K a r l V o s s l e r

llama a Sor Juana una temprana representante d e la
Ilustración " q u e s u f r e l o s d o l o r e s d e m a t e r n i d a d d e
l a Ilustración, q u e t o m a p a r t e e n e l o p t i m i s m o d e l a i n -
vestigación e n e l c a m p o d e l a s c i e n c i a s n a t u r a l e s , c o n
la audacia jubilosa d e l o sdescubridores modernos"
(Yossler, 1946: 47).
E n E s p a ñ a , e n c a m b i o , d o n d e l a Inquisición s e
i m p o n í a a b a s e d e c e n s u r a y h o g u e r a s más q u e e n l a s
c o l o n i a s , q u e e s t a b a n l e j o s , m u y l e j o s , l a Ilustración
era m u y Hoja, y estaba domesticada, si se c o m p a r a a
Feijóo c o n V o l t a i r e o L a M e t t r i e . E n l a E s p a ñ a d e fines
d e l s i g l o X V I I I , e n t i e m p o s d e l a Revolución f r a n c e s a ,
s e p u e d e o b s e r v a r todavía u n a a c t i v i d a d p a r e c i d a a l a
d e G o n g o r a d o s c i e n t o s a ñ o s atrás.
S o r J u a n a d e s c r i b e u n fantástico v i a j e cósmico, e s -
p a c i a l , d e a s t r o n a u t a , y a l a v e z e s p i r i t u a l , d e psicóloga
a u t o r r e f l e x i v a e n e l Primero Sueño. N o v i a j a p o r a v a r i c i a ,
s i n o p o r c u r i o s i d a d científica, p o r s u afán d e c o n o c e r ,
e n u n viaje d ed e s c u b r i m i e n t o y c o n q u i s t a del saber.
E n t r e l o s i n v e n t o s y a r t e f a c t o s técnicos d e l a h u -
m a n i d a d q u e e l o g i a e n Primero Sueño están l a s pirá-
m i d e s d e l o s p t o l o m e o s , e l f a r o d e Alejandría - o b j e t o
t é c n i c o v i n c u l a d o c o n l a navegación a b o r r e c i d a p o r
G o n g o r a - , l a l i n t e r n a mágica i n v e n t a d a p o r K i r c h e r .
D e a h í q u e n o s e a e l v i a j e d e l a Soledad d e G o n g o r a s u
m o d e l o , sino los viajes espaciales descritos c o n p r e t e n -
s i o n e s científicas p o r A t h a n a s i u s K i r c h e r y J o h a n n e s
Kepler. Sobre todo, Sor Juana a d m i r a a Icaro por s u
c o r a j e y s u c a p a c i d a d técnica.
E n contraste con l a fobia d eG o n g o r a por lo cien-
tífico, h a b l a d e l a " a p o l í n e a c i e n c i a " , e l o g i a l a " i n n a t a
c i e n c i a " d e l médico G a l e n o , q u e c o n s i s t e según e l l a
e n t r a n s f o r m a r el v e n e n o , m e d i a n t e e larte d el a dosi-
ficación, e n m e d i c i n a . T a m b i é n s u m a n e r a científica,
sistemática, n a t u r a l i s t a , c a s i m e c a n i c i s t a d e d e s c r i b i r
el c u e r p o h u m a n o y s uf u n c i o n a m i e n t o , a l estilo del
p o s t e r i o r l i b r o El hombre máquina d e l e n c i c l o p e d i s t a
L a M e t t r i e , m u e s t r a u n alto g r a d o d esaber fisiológico
y biológico a l a a l t u r a d e s u t i e m p o . ¿ Q u é q u e d a e n -
t o n c e s d e imitación d e l e u r o p e o G o n g o r a e n l a c r i o l l a
S o r J u a n a ? M u y p o c o . E s i n d e p e n d i e n t e d e él d e s d e e l
p u n t o d e v i s t a e s p i r i t u a l , artístico y p o é t i c o .
P o r s u s i n g r e d i e n t e s científicos, s u p o e m a t i e n e
m u c h o d e l p o e m a didáctico l a t i n o a m e r i c a n o , q u e c o m -
p a r t e c o n a u t o r e s contemporáneos c o m o Sigüenza y
G o n g o r a , H e r n a n d o Domínguez C a m a r g o , Rafael
Landívar y e l a u t o r d e l a Memoria sobre el cultivo del maíz
en Antioquia, G r e g o r i o G u t i é r r e z G o n z á l e z , así c o m o
c o n A n d r é s B e l l o , a u t o r d e l a Silva (!) « la agricultura
de la zona tórrida. E s t a m e z c l a d e p o e s í a y c i e n c i a c o n
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02
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fines didácticos q u e p r e p a r a b a l a i n d e p e n d e n c i a e s J
i n a u g u r a d a e n Latinoamérica p o r S o r J u a n a .
Se p u e d e a f i r m a r q u e Sor J u a n a es u n a t e m p r a n a
expresión d e l a e m a n c i p a c i ó n l i t e r a r i a e i n t e l e c t u a l ea
d e América L a t i n a q u e c o l a b o r a e n l a formación d e
u n a conciencia criolla y d e u n a literatura americana.
Desde esta perspectiva sobresalen d o shechos m u y
i m p o r t a n t e s q u e d i f e r e n c i a n r a d i c a l m e n t e s u poesía a
de l a hispanoeuropea: las frecuentes referencias a l
p a s a d o indígena y s u s p o e m a s a f r o m e x i c a n o s s o b r e
esclavas n e g r a s c o n sus cantos p o p u l a r e s y s u i d i o m a
b o z a l . E s t o s p o e m a s , más q u e u n a s i m p l e m u e s t r a d e
cultura, expresan laprimera tentativa d e incorporar
las tres razas y c u l t u r a s q u e c o n s t i t u y e n e l c o n t i n e n t e
a l af u t u r a l i t e r a t u r a l a t i n o a m e r i c a n a .
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LA P A L A B R A Y E L H O M B R E • 15