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Ciência que estuda a vida do passado da Terra, a sua evolução ao longo do tempo geológico, e,
ainda, os processos que levam à incorporação de informação biológica no registo fóssil
(informação paleontológica). A incorporação da atividade de organismos no registo geológico
só é possível quando reunimos um conjunto de condições muito específicas e isso geralmente
não acontece.
-atualismo
-anatomia comparada, olhando para as rochas conseguimos perceber como é que a anatomia
evoluiu, mas a nível morfológico nem sempre são preservadas todos os aspetos num fóssil o
que faz com que seja complicado essa comparação.
-correlação orgânica, correlação entre áreas ou nichos geológicos onde predominam certas
espécies
- cronologia relativa
-Biocronologia - estudo dos eventos paleobiológicos e das relações temporais entre entidades
paleobiológicas e/ou tafonómicas.
Fósseis “vivos” são organismos atuais pertencentes a grupos biológicos (de categoria superior:
ordem, classe) que, no passado geológico da Terra, foram muito mais abundantes e
diversificados do que na atualidade. A expressão "fóssil vivo" é também utilizada
informalmente para qualificar organismos de grupos biológicos atuais que são
morfologicamente muito similares a organismos dos quais há conhecimento apenas do registo
fóssil, mas não pertencem, exatamente, às mesmas espécies. Ou seja, não são a mesma
entidade biológica.
Exemplos:
O conceito de "fóssil vivo” NÃO é usado formalmente em Paleontologia, nem no âmbito dos
estudos de evolução biológica e deveria ser abandonado por não ser objetivo, nem útil, na
abordagem de temas paleontológicos ou evolutivos.
2 tipos de fósseis
Para que servem os fósseis? Para além de constituírem peças de coleção de grande beleza, os
fósseis têm várias aplicações na ciência moderna. Os fósseis podem fornecer informação a
várias áreas científicas:
•Ciências da Vida: Os fósseis são evidências materiais de organismos do passado, distintos dos
atuais, permitindo conhecer como têm evoluído as espécies até chegarem às formas recentes,
incluindo o Homem - Paleontologia Evolutiva. À medida que vamos recuando no registo
geológico vamos encontrando fósseis cada vez mais deformados devido a ações tectónicas ou
erosivas, por exemplo, mas isso ainda assim permite fazer o estudo evolutivo das espécies.
•Deformação das rochas: Os fósseis também podem ser úteis nos estudos de tectónica. O
estudo de um fóssil deformado comparativamente com um original, permite-nos quantificar a
deformação sofrida por uma determinada rocha.
Processos de fossilização
A tafonomia (ou fossilização) estuda os processos de formação dos fósseis, desde o momento
em que um dado resto ou vestígio biológico é produzido e encontrado fossilizado no registo
fóssil.
A formação de um fóssil reúne um conjunto de processos físicos e químicos que permite a sua
ocorrência. Para que isso aconteça, o organismo, ou o seu vestígio, tem de ser enterrado
rapidamente para não ser ingerido por predadores, decomposto ou destruído pela erosão.
Não devem ser transportados de um local para outro pois pode sofrer alterações. É um
fenómeno muito raro na natureza porque, habitualmente, os tecidos entram com facilidade
em decomposição. Os organismos, após morte, devem ficar isolados do ar, da água e da ação
dos decompositores e agentes erosivos. Quanto mais finos forem os sedimentos que os
recobrem maior a probabilidade de se tornarem fósseis. Os locais mais propícios a este
processo são o fundo do mar ou de lagoas e de pântanos. Os organismos devem possuir partes
duras (ossos, dentes, escamas, conchas ou carapaças) que resistam à decomposição.
Biocenose -Associação De Comunidades biológicas que habitam um biótipo ou, seja, a menor
parcela de um habitat que é possível distinguir geograficamente. O termo aplica-se à relação
de vida em comum do conjunto de seres que habitam determinada região.
Tafocenose – Associação de restos orgânicos, após transporte mais ou menos intenso, para a
área de sedimentação.
Processos de fossilização
•Conservação de partes duras (ossos e conchas) que são substituídas por minerias:
Permineralização, recristalização, incarbonização, substituição (silicificação, piritização,
limonitização ou carbonatação).
Enquanto nos moldes apenas as superfícies e/ou as cavidades dos elementos esqueléticos são
reproduzidas, nas mineralizações o produto final é um fóssil do próprio elemento esquelético
(concha, dente, tronco de árvore). Numa mineralização conserva-se muitas vezes a estrutura
interna original do resto esquelético fossilizado.
Os vestígios da atividade orgânica também podem mineralizar. Por ex, as cascas de ovos de
dinossáurio (biomineralizadas na origem) podem mineralizar; os excrementos (natureza
orgânica, não biomineralizada) também podem mineralizar, originando coprólitos.
A substituição por outro mineral diferente está relacionada com a natureza do material
substituto, o pH e teor em oxigénio (calcificação, silificação, priritização…).
Intercarbonizações – processo de fossilização de plantas (em meios redutores para evitar a
decomposição), em que as maiores jazidas estão associadas a meios pantanosos e com taxa de
sedimentação muito elevada, derivada de sedimentos muito finos, sem oxigénio e a ph ácido.
ICNOFÓSSEIS
Os principais tipos de estruturas podem ser devidos a diferentes tipos de atividades orgânicas
realizadas pelo organismo, distinguindo-se cinco grandes grupos.
O estudo só é possível através de fósseis bem conservados no registo geológico, sendo por
vezes apenas possível observar períodos muito particulares. A possibilidade de se encontrar
toda uma comunidade preservada não ocorre com frequência. Os principais problemas
devem-se à:
-Impossibilidade de se saber se uma dada associação é uma verdadeira comunidade (as partes
moles são destruídas antes da fossilização) ou se indivíduos de comunidades diferentes
possam ter sido associados devido a remobilização e transporte (ação de correntes);
-Antiguidade geológica dos fosseis que se afasta das caraterísticas dos organismos atuais pelo
que as analogias podem não ser possíveis.
Archaeopteryx – forma intermédia dos répteis com as aves. A presença de dentes, cauda longa
com vértebras independentes, 3 garras nas nas asas, entre outras, caraterísticas reptilianas. As
semelhanças com certos dinossáurios são tais que, sem penas, a distinção seria muito difícil.
Repteis mamalianos: Repteis pré-históricos ancestrais dos mamíferos e que dominaram a Terra
à cerca de 260Ma.
Ichtyostega – marca uma fase intermédia que tem caraterísticas de peixe e anfíbio e marca o
momento da conquista do ambiente
terrestre por seres “mais” aquáticos.
Considerado o primeiro vertebrado
terrestre.
•A barbatana caudal era suportada por raios ossificados, tal como nos peixes.
•Caixa torácica desenvolvida
A cauda não só serviria para ele nadar, como também uma forma para o ajudar a percorrer a
terra como elemento de equilíbrio, visto que os membros eram pequenos. Simulações da
marcha dele indicava um andar muito “bamboleante”. Os olhos também estariam adaptados
ao meio aquático, mas posteriormente evoluíram para conseguir estar no meio terrestre. Estas
espécies não tinham membranas nos olhos, por isso não poderiam pestanejar e havia o
problema da desidratação da retina. Mais ainda, a luz na água estava filtrada e no meio
terrestre não. Por estes motivos acredita-se que os percursos na terra eram curtos. Tinham
branquias e depois começaram a desenvolver os pulmões primitivos ou pseudo-pulmões.
Especiação é o processo evolutivo pelo qual as populações de uma espécie evoluem para se
tornarem espécies distintas.
O gradualismo filético é um modelo de evolução que teoriza que a maior parte da especiação é
lenta, uniforme e gradual. Quando a evolução ocorre nesse modo, geralmente ocorre pela
constante transformação de uma espécie
inteira em uma nova.
Evidências recentes sugerem que, nalguns casos, a evolução pode integrar os dois processos
(gradualismo filético e equilíbrio intermitente): gradualismo intermitente.
-Convergência
-Paralelismo
-Analogias
Variáveis que determinam as caraterísticas ambientais na Terra: clima, nível médio do mar e
tectónica global - orogenia (formação de montanhas muito importante por extinção de
habitats).
O slide seguinte não existe no moodle e fala do impacto das extinções em massa (atividade
vulcânica e impacto de meteoritos). A terra antigamente era alvo de chuvas de meteoritos que
quando atingiam a terra levantavam poeiras (porque não havia muita vegetação para segurar
os solos) e faziam com que a radiação solar fosse filtrada. Isso resulta em alterações climáticas,
extinção em massa porque os habitats desaparecem e perda da biodiversidade. Outra situação
é que, se há zonas que se estão a aproximar, as plataformas vão ficar menos profundas
(alteração da profundidade do habitat) e os organismos podem não se adaptar. Seguida de
uma extinção em massa há uma subida exponencial, uma explosão, de biodiversidade com os
organismos que superaram a extinção.
-As primeiras formas de vida reconhecidas, através do registo fóssil, são os estromatólitos
(cianobactérias) e arquea (batéria que pode sobreviver em condições extremas). Archaea é a
designação de um dos domínios de seres vivos, pertencente ao Reino Monera,
morfologicamente semelhantes às bactérias, mas genética e bioquimicamente distintas destas.
-Integra esponjas, cnidários, medusas (Mawsonites) e lilases do mar (Charnia); estes últimos
viviam em colónias, fixas ao fundo do mar, sendo semelhantes a plantas e alimentando-se de
espécies flutuantes (ex:Dickinsonia), em ambiente de baixa profundidade
-Os organismos possuíam pequenas dimensões, corpo não protegido (exemplo tipo camarão)
pelo que não deveria haver grandes predadores, mas alguns organismos da fauna de Ediacara
tinham uma carapaça quitinosa e outros parecem ter áreas com carbonato de cálcio.
Proterozoico (Éon,2.500Ma–570Ma)
-Neste processo geram-se quatro grandes cadeias montanhosas que começam a sofrer erosão
e a fornecer sedimentos ao oceano, criando subambientes onde a vida se podia diversificar
- Todos os organismos conhecidos tinham o corpo mole mas existem evidências que se
começaram a formar os primeiros esqueletos – ediacara.
A Fauna Tomotiana, Depósito de Lagerstatten , (em inglês Small Shelly Fauna- SSF) que está
representada no Canadá
e Rússia, refere-se a um
conjunto de fósseis que
se formaram no início do
Câmbrico (542Ma). Os
exemplares conhecidos
viveram num período de
cerca de dez milhões de anos e antecederam a explosão do Câmbrico. Na sua maioria eram
organismos de pequenas dimensões (1-5mm), constituídos por tubos, espinhos, cones, discos,
e sem afinidades claras com grupos modernos. Caracterizada por pequenas conchas e reúnem
organismos de dimensões diminutas. Não serão microfósseis porque se identificam a olho nu e
que apresentam formas bizarras, tubos, cones, discos. Formavam recifes mais ou menos
complexos. O principal grupo de espécies que a caracteriza é o Archaeocyatha, um filo
classificado no sub-reino Parazoa, que também inclui as esponjas. Outros organismos que
faziam parte da fauna tomotiana eram os braquiópodes da classe Lingulata. Estes fósseis
foram já encontra dos em várias partes da Terra, demonstrando que no início do Câmbrico os
protocontinentes se encontravam próximos, rodeados por um grande oceano global.
Fauna de Burgess
A fauna de Burgess merece especial interesse por várias razões: -Os organismos foram
enterrados devido a uma avalancha subaquática de sedimentos finos (silte e argila) que
preservou excecionalmente pormenores da estrutura das partes moles dos organismos.
Apenas as partes duras estão preservadas em outros depósitos do Câmbrico, limitando a
informação no registo geológico
-Representa as primeiras formas mais complexas dos sistemas de seres vivos. Os fosseis de
Burgess, como grupo, já tinham desenvolvido uma grande variedade de tamanhos e formas a
partir de outras muito mais simples que caraterizaram o Précâmbrico
-Muitos dos fosseis parecem ser os ancestrais de formas superiores das algas aos cordados;
outros não mostram qualquer relação com as formas atuais e os eu desaparecimento posterior
representa um mistério.
-Muitas das espécies são designadas por lobopodes (ex:Hallucigenia). Na fauna encontrada na
China estão também presentes esponjas e outros organismos não identificados
-As trilobites estão pouco representadas e em geral tem apêndices que serviriam para escavar
no sedimento; algumas seriam carnívoras bem como outras espécies. Espécies bizarras com
elevado grau de preservação. São também encontrados com abundância icnofósseis, pistas de
deslocamento e galerias de alimentação. Nesta fauna os organismos já teriam um corpo
protegido por uma tela mais resistente, a quitina, portanto aqui já exibiam capacidade de
predação (eles comiam-se uns aos outros).
As trilobites coexistiram com outras espécies que, em geral, não se encontram preservadas.
Num afloramento típico do Câmbrico estão presentes apenas trilobites, braquiópodes,
molúsculos e crinoides. Esta fração é apenas uma pequena componente da que se pode
encontrar na Fauna de Burguess. Esta comunidade inclui: esponjas, braquiópodes, vermes,
trilobites, outros artrópodes, lobopodes, molúsculos, equinodermes, cordados (Pikaia) e
outros.
Os três tipos de fauna definidos por Sepkoski (1981,1984), com base na análise de famílias de
fósseis marinhos: fauna câmbrica (inclu as faunas Tomotiana e de Burgess), fauna paleozoica,
fauna moderna. A fauna Câmbrica foi antecedida pela extinção da fauna de Ediacara e as
linhagens sobreviventes evoluíram dando de origem às Faunas Tomotiana e Burgess. Uma
fauna evolutiva normalmente exibe um aumento na biodiversidade após uma curva logística
seguida de extinções.
No final do Triásico desaparece grande número de fauna marinha e répteis, sendo o final do
Cretácico o mais controverso em termos de extinções, devido ao desaparecimento dos
dinossáurios, repteis marinhos, muitas espécies de moluscos e plâncton
Alterações climáticas
Vulcanismo
Impacto de meteoritos
Extinção do Ordovício (~445 Ma, fim do Ordovícico) atingiu mais de 100 famílias de
invertebrados marinhos (22% das famílias, 57% dos géneros existentes), tendo afetado
sobretudo trilobites, braquiopodes , crinoides e equinoides; provavelmente resultante de uma
erupção de raios gama, provocando uma alteração na atmosfera (raios UV) e originando uma
era glaciar; descida do nível do mar.
Causas prováveis:
Extinção do Pérmico (250Ma), a maior de todas as extinções em massa, que fez desaparecer
cerca de 95% dos géneros marinhos e 50% das famílias existentes. Desaparecimento quase
total das trilobites. Algumas investigações parecem apontar para alguns remanescentes das
trilobites, através da sua evolução, e alguns acreditam que uma destas seja o Limulus.
Substancialmente reduzidos: Braquiópodes, Briozoários, Crinóides.
Causas prováveis:
i) formação da Pangea embora não explique uma extinção em massa repentina (menos de
1Ma) e de enormes proporções,
As massas continentais estavam muito próximas umas das outras na altura, o que permitiam a
deslocação destes répteis e explica encontrarem fósseis semelhantes em lugares muito
afastados hoje em dias. Nas plantas é mais fácil explicar a disseminação em longas distâncias
devido ao transporte das sementes pelos pássaros ou vento.
i) Impacto de meteorito
ii) ii ) Inverno vulcânico
iii) iii ) Efeitos climáticos
As alterações climáticas podem ser induzidas indiretamente por vulcanismo extremo pela
filtração dos raios solares, o que pode atenuar ou impedir a entrada de radiação. Primeiro
impacto, será afetar a fotossíntese das plantas, que morrem, os dinossauros vegetarianos iam
a seguir, depois os carnívoros (poderá estar incorreto, mas é o que se acredita). Além disso, o
oxigénio poderia diminuir e algumas espécies poderiam não se ter adaptado a uma nova
química do ar.
Vulcanismo
Impacto de meteoritos
Há uma camada anormalmente rica em Ir, reconhecida em mais de 100 locais, cuja idade é de
65Ma (coincidente com a extinção K-T, Cretácico Terciário). O irídio é um metal comum nos
meteoritos e ocorre concentrado numa camada argilosa, sendo detetado através de análises
químicas e interpretado como uma anomalia geoquímica. A camada define uma superfície
isócrona em todos os locais onde foi identificada. Crê-se que um dos meteoritos teria
aproximadamente 10 km de diâmetro, o que originou uma cratera com 100 km de diâmetro,
encontrada na península de Yucatán – México. Os picos desse elemento estão sempre
associados a cinzas que remetem à combustão (justificando a parte da fusão desse corpo com
entrada na atmosfera). Em diversos locais da América do Norte, camadas com 65Ma contêm
esferas vítreas e grãos de quartzo com marcas de choque/impacto.
-Fogos espontâneos
São processos pelos quais as plantas, animais e insetos se adaptam ao meio envolvente
originando o aparecimento de novas espécies num pequeno período de tempo. Existem alguns
critérios para a ocorrência de uma radiação adaptativa: isolamento ecológico (nichos
ecológicos), isolamento orgânico (pressões seletivas), dispersão entre ilhas (arquipélago) e
separação de continentes, entre outros.